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Metodologia da Pesquisa Científica Autoria Luciana Rodrigues Ramos Duarte METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, total ou parcialmente, por quaisquer mé- todos ou processos, sejam eles eletrônicos, mecânicos, de cópia fotostática ou outros, sem a autorização escrita do possuidor da propriedade literária. Os pedidos para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo, deverão ser dirigidos à Reitoria. FICHA CATALOGRÁFICA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO BIBLIOTECA CENTRO UNIVERSITÁRIO ATENEU DUARTE, Luciana Rodrigues Ramos. Metodologia da Pesquisa Científica. / Luciana Rodrigues Ramos Duarte p – Fortaleza: Centro Universitário Ateneu, 2018. 128 p. ISBN: 978-85-64026-20-9 1. Ciência 2. Pesquisa Científica 3. Pesquisa. 4. Trabalhos acadêmicos. Centro Universitário Ateneu. REITOR: PROF. CLÁUDIO FERREIRA BASTOS PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO: PROF. RAFAEL RABELO BASTOS PRÓ-REITOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: PROF. CLÁUDIO RABELO BASTOS PRÓ-REITOR ACADÊMICO: PROF. VALDIR ALVES DE GODOY COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: PROFA. MARIA ALICE DUARTE G. SOARES COORDENAÇÃO NEAD: PROFA. LUCIANA R. RAMOS DUARTE EXPEDIENTE FICHA TÉCNICA AUTORIA: LUCIANA RODRIGUES RAMOS DUARTE SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO NEAD: FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMENTO ALVES DESIGN INSTRUCIONAL: EQUIPE NEAD PROJETO GRÁFICO E CAPA: FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: FRANCISCO CLEUSON DO NASCIMENTO ALVES FRANCISCO ERBÍNIO ALVES RODRIGUES REVISÃO TEXTUAL: EQUIPE NEAD Caro estudante, é com grande satisfação que apresento o material di- dático da nossa disciplina Metodologia da Pesquisa Científica. Ao ler e estudar por este material, você terá condições de responder as atividades no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Este livro está dividido em quatro unidades de acordo com a ementa da disciplina. Iniciaremos com os primeiros passos que tratam sobre o que é conhecimento e ciência, posteriormente, trabalharemos os tipos de métodos, as técnicas de leituras, a estrutura e as regras de formatação de diferentes trabalhos acadêmicos. Não é nosso objetivo esgotar todo o assunto, ao contrário, você deverá procurar outras fontes além deste livro para aprofundar seu conhecimento e es- tar sempre atualizado sobre os temas estudados aqui. A partir da leitura deste livro, você estará apto a corresponder às exigên- cias solicitadas nos trabalhos acadêmicos e poderá ensaiar o seu projeto de pesquisa e monografia. Bons estudos! Seja bem-vindo! Luciana Rodrigues Ramos Duarte Sumário UNIDADE 01: PRIMEIROS PASSOS PARA CONHECER O QUE É CIÊNCIA .................9 1. Os tipos de conhecimentos ........................................................................................10 1.1. Conhecimento popular .......................................................................................10 1.2. Conhecimento filosófico .....................................................................................12 1.3. Conhecimento teológico ou religioso .................................................................15 1.4. Conhecimento científico .....................................................................................17 2. Conceito de Ciência ...................................................................................................18 2.1. Classificação ........................................................................................................19 2.2. O que é pesquisa? ...............................................................................................20 3. O rigor do método científico .........................................................................................21 4. Ética: princípios que norteiam uma pesquisa ..............................................................22 Referências .................................................................................................................24 UNIDADE 02: MÉTODO: A SUA IMPORTÂNCIA PARA AS PESQUISAS CIENTÍFICAS 27 1. Método e metodologia .................................................................................................28 1.1. Tipos de métodos ...............................................................................................29 1.1.1. Método dedutivo ......................................................................................29 1.1.2. Método indutivo .........................................................................................30 1.1.3. Método dialético ........................................................................................30 2. Conceitos para entender a prática ..............................................................................31 3. Pesquisa qualitativa e quantitativa ..............................................................................33 4. Os métodos quanto aos procedimentos ......................................................................34 4.1. Pesquisa bibliográfica ..........................................................................................34 4.2. Pesquisa experimental .........................................................................................35 O pensamento positivista ............................................................................................36 4.3. Estudo de caso ....................................................................................................37 4.4. Método etnográfico ...............................................................................................38 4.5. Pesquisa-ação .....................................................................................................40 4.6. Pesquisa documental ...........................................................................................41 4.7. Pesquisa participante ...........................................................................................42 5. Teoria, fatos e leis .......................................................................................................44 6. Hipóteses ....................................................................................................................45 Referências .................................................................................................................47 UNIDADE 03: CONHECENDO AS TÉCNICAS DE APOIO À PESQUISA .......................49 1. As técnicas de leitura e sua aplicação ........................................................................50 2. Os tipos de técnicas para elaboração de fichamento e resumos ...............................52 2.1. A arte de sublinhar ..............................................................................................52 2.2. Elaboração de resumos ......................................................................................53 2.3. Fichamento .........................................................................................................54 3. Apresentação de seminários ......................................................................................55 4. Coletas de dados .......................................................................................................56 4.1. As técnicas indiretas e diretas de coleta de dados .............................................57 4.1.1. Indiretas ..................................................................................................57 4.1.2. Diretas ....................................................................................................59 Referências .................................................................................................................64 UNIDADE 04: ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: ARTIGO, PROJETO DE PESQUISA E MONOGRAFIA ...................................................65 1. Classificação dos trabalhos científicos ........................................................................662. A estrutura de um projeto de pesquisa, trabalho monográfico e artigo .......................67 2.1. Projeto de pesquisa ............................................................................................67 2.1.1. Elementos pré-textuais ..........................................................................68 2.1.1.1. Capa ...........................................................................................68 2.1.1.2. Folha de rosto ............................................................................68 2.1.1.3. Sumário ......................................................................................69 2.1.1.4. Introdução ..................................................................................69 2.1.1.5. Problemática e problema da pesquisa .......................................70 2.1.1.6. Justificativa do projeto ................................................................71 2.1.1.7. Objetivos do projeto ...................................................................72 2.1.1.8. A metodologia de um projeto .....................................................73 2.1.1.9. Orçamento .................................................................................75 2.1.1.10. Cronograma de um projeto ......................................................75 2.1.1.11. As referências ..........................................................................76 2.1.1.12. Os anexos ................................................................................76 2.2. Artigos .................................................................................................................77 2.3. Monografia ..........................................................................................................78 2.3.1. Elementos pré-textuais ...........................................................................81 2.3.2. Elementos textuais ..................................................................................85 2.3.2.1. Introdução ..................................................................................86 2.3.2.2. Referencial teórico ....................................................................89 2.3.2.3. Metodologia ................................................................................89 2.3.2.4. Resultados e discussão .............................................................90 2.3.2.5. Conclusões ...............................................................................91 2.3.3. Elementos pós-textuais ...........................................................................91 2.3.3.1. Referências ................................................................................91 2.3.3.2. Apêndices (optativo) ..................................................................92 2.3.3.3. Anexos (optativo) .......................................................................92 2.3.3.4. Glossário (optativo) ....................................................................92 3. Regras de formatação ................................................................................................93 4. Tipos de citações e elaboração ..................................................................................97 5. Elaboração de referências ................................................................................................... 103 6. Recomendações para redação científica ..................................................................108 Referências .....................................................................................................................109 Material complementar....................................................................................................119 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 65 Uni ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: ARTIGO, PROJETO DE PESQUISA E MONOGRAFIA Apresentação Estamos na reta final dos assuntos da metodologia de pesquisa científica e não é nosso objetivo esgotar o assunto, ao contrário, você deverá procurar outras fontes além deste livro para aprofundar seu conhecimento e estar sempre atualiza- do sobre os assuntos estudados aqui. Nesta unidade, será abordada a construção de diversos trabalhos cientí- ficos como artigos, monografias e o planejamento do projeto de pesquisa. Você verá que os itens que os compõem são similares, porém o rigor, a originalidade e o aprofundamento em cada trabalho dependerão do tipo que desenvolveremos. Você terá acesso também às características de monografias, dissertação e teses. Não se faz pesquisa de forma aleatória, você deve seguir passos que vão desde a escolha do tema, do método, dos objetivos, das técnicas e das conclu- sões. Essas escolhas devem estar concretizadas por meio da escrita, normatizada através das regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Perceba que todo assunto trabalhado neste livro está interligado e lhe aju- dará a descobrir o prazer de se tornar um pesquisador durante todo o percurso até a finalização, com o trabalho de conclusão de curso que deverá ser desenvolvido. 66 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Objetivos de aprendizagem • Diferenciar os tipos de trabalhos científicos, monografias, dissertação e teses; • Descrever a estrutura de um projeto de pesquisa, trabalho monográfico e artigo; • Compreender as normas de elaboração dos trabalhos científicos; • Diferenciar os tipos de citação; • Compreender e elaborar referências. 1. CLASSIFICAÇÃO DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS De acordo com Alyrio (2011), esta é a classificação dos trabalhos acadê- micos: Tese: documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou um estudo de tema único bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original com real contribuição para a especialidade em questão, com extremo rigor de avaliação. Exige do autor originalidade e sólida formação teórica e visa a obtenção do título de doutor por parte do pesquisador; Dissertação: documento que apresenta o resultado de um estudo científico com tema delimitado, com objetivo de reunir, analisar e interpretar informações. É um trabalho acadêmico stricto sensu. Evidencia o conhecimento do pesquisador sobre as literaturas existentes e a capacidade de sistematização da pesquisa ela- borada, visando ao pesquisador obter o título de mestre. Os projetos de disserta- ção não precisam abordar temas e/ou métodos inéditos; Monografia: é uma exposição breve de um tema, com um problema a ser respondido ao longo da monografia. Também objetiva o resultado de um estudo científico com tema delimitado, ao reunir, analisar e interpretar informações. É um trabalho acadêmico lato sensu que visa ao pesquisador obter o título de graduado, bacharel ou especialista; Stricto sensu é uma expressão em latim que significa, literalmente, “em sentido estrito”, “em sentido específico”, em oposição ao “sentido amplo” (lato sensu). São termos utilizados somente no Brasil. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 67 Artigo: apresentação sucinta de uma pesquisa normalmente vinculada por re- vistas científicas. A maioria dos artigos é parte de uma pesquisa maior que está em conclusão ou que já foi concluída. Como declara Malheiros (2011, p. 225): “o estudante deve ter apoio de um orientador para construir estes trabalhos. O orientador tem mais experiência em de- senvolvimento de pesquisas e deve apoiar o estudante e validar suas ações antes, durante e depois da pesquisa”. 2. A ESTRUTURA DE UM PROJETO DE PESQUISA, TRABALHO MONOGRÁFICO E ARTIGO 2.1. Projeto de pesquisa De acordo com Alyrio (2011), o projeto de pesquisa é uma das tarefas do pro- cedimento de organização, realização e divulgação da pesquisa. Sem esta organiza- ção, em determinada altura, o pesquisador ficará perdido em uma confusão de informa- ções sem nexo, sem saber como organizar as mesmas ou até sem saber avaliar a sua importância e o seu significado.Não se faz uma pesquisa aleatoriamente iniciando pela escolha do tema, indi- cação dos objetivos, definição da metodologia, busca dos dados, seu exame e exposi- ção para elaboração do relatório final, tudo é planejado no projeto de pesquisa. Para escolha de um tema, deve-se levar em consideração que o pesquisador tenha interesse, experiências anteriores através de leitura de extrema importância acadêmica e que seja um tema atual. Como declara Alyrio (2011), antes de se escrever um projeto de pesquisa, deve- mos obrigatoriamente verificar o nível em que se encontra o assunto que pretendemos desenvolver, sob o aspecto teórico e de diversos estudos, e pesquisas já produzi- das através de um levantamento bibliográfico que fará parte do projeto, sob o título de fundamentação teórica. Em seguida, constrói-se um anteprojeto de pesquisa, cuja intenção é a composição dos vários elementos em conjuntos teóricos e aspectos meto- dológicos apropriados e, posteriormente, o projeto de pesquisa. 68 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Por fim, organiza-se o projeto definitivo, mais delineado e oferecendo rigor e precisão metodológicos. 2.1.1. Elementos pré-textuais Conforme o Manual de Normatização de Trabalhos Científicos da FATE (2017), a apresentação de trabalhos deve seguir as seguintes orientações: 2.1.1.1. Capa Como declara Alyrio (2011), sua função é a proteção externa do trabalho. Na capa, são impressas as informações indispensáveis à sua identifica- ção, que devem seguir nesta ordem: • Nome da instituição; • Nome do curso completo; • Título do trabalho; • Subtítulo, se houver; • Nome completo do estudante; • Cidade da instituição onde o documento deve ser apresentado; • Ano de depósito (data da entrega). No anexo 01 é possível você visualizar este item. 2.1.1.2. Folha de rosto Contém os elementos essenciais à identificação do trabalho, devendo ter no anverso os seguintes elementos na seguinte ordem: a) Nome do autor responsável; b) Título e subtítulo do trabalho; c) Natureza (anteprojeto de pesquisa); d) Nome do orientador e, se houver, do coorientador; e) Local (cidade da instituição onde o trabalho deve ser apresentado); f) Ano da entrega. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 69 No anexo 02 é possível você visualizar este item. Observação: A folha de rosto não é numerada, porém é contada na pagi- nação do trabalho. 2.1.1.3. Sumário Sumário (padronização norma – NBR 6027/2003 – Informação e Documen- tação). Ele lista as partes textuais e pós-textuais que compõem a obra. Os tópicos são acompanhados do(s) respectivo(s) número(s) da(s) página(s) que estão no texto. No anexo 07 é possível você visualizar este item. A palavra SUMÁRIO deve vir em letras maiúsculas, negrito, sem indicativo numérico e com espaço de 1,5 entrelinhas. Os assuntos a seguir também são aplicados em diversos trabalhos acadê- micos como artigos, monografias e dissertações. O que varia é o rigor e o aprofun- damento a ser aplicado em cada trabalho. 2.1.1.4. Introdução Qual é o assunto da pesquisa? A partir do tema, chegamos ao título da pesquisa. Este, quando apresenta- do, deve dar uma noção fiel do seu conteúdo. Há possibilidade de que no final da escrita do seu trabalho você modifique o título. A escolha do tema deve ser basea- da em observações da vida profissional, situações pessoais, experiência científica, e deve ser uma escolha do pesquisador (ALYRIO, 2011). • Delimitação do tema A delimitação do tema é concluída ao se fazer um recorte da sua limitação geográfica e espacial do mesmo, com o objetivo de realmente limitar o tema, pois dará ao pesquisador mais segurança e objetividade na escrita do relatório final. (ALYRIO, 2011). 70 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Exemplo: O tema é “evasão escolar” – precisamos especificar: (fazer tempestade de ideias e formar uma frase-título) • Onde? (No Estado? Na Capital? Em determinada região ou escola?); • Em que nível escolar? (Na pré-escola? Fundamental? Médio?); • Qual o enfoque? (Psicológico ou sociológico?). O título do trabalho é formado a partir da delimitação do tema, com a res- posta às perguntas acima. Título: “As causas da evasão escolar no Nordeste brasileiro no ensino Fun- damental” 2.1.1.5. Problemática e problema da pesquisa O que se quer resolver? Consiste em dizer de maneira explícita, clara, compreensível e operacional qual a dificuldade, dúvida e curiosidade com a qual nos defrontamos e que preten- demos resolver. Um problema de pesquisa científica é uma questão, uma sentença em forma interrogativa. A resposta à questão é procurada na pesquisa. Podem-se formular problemas voltados para a avaliação de certas ações ou programas, ou seja, detectar os efeitos de um programa governamental na recupera- ção de alcoólatras. É possível formular problemas referentes às consequências e à predição de acontecimentos, com vistas a planejar uma ação adequada. Com base nestas considerações, pode-se dizer que um problema é de natureza científica quando envolve várias variáveis que podem ser testadas. (GIL, 1997). As regras para formulação de problemas são: a) o problema deve ser formula- do com pergunta; b) o problema deve ser claro e preciso; c) o problema dever ser empí- rico; d) deve ser suscetível de solução; e) o problema deve ser delimitado. (GIL, 1997). “A formulação de um problema necessita de conhecimento prévio e uma imagi- nação criativa” (ALYRIO, 2011, p.240). METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 71 Exemplos: Vejamos agora, como a partir do título de uma pesquisa é possível construir um “problema”. a) Título: o perfil da mãe que deixa o filho recém-nascido para adoção. Problema: quais as condições exercem mais influência na decisão das mães em dar o filho recém-nascido para adoção? b) Título: a família carente e sua influência na origem da marginalização social. Problema: o grau de organização interna da família carente influi na conduta (marginalização) do menor? Um problema de pesquisa não é um problema que se pode “resolver” pela intuição, pela tradição, pelo senso comum ou pela simples especulação. Um problema de pesquisa supõe que informações, através da coleta de dados, possam ser obtidas a fim de compreendê-lo, resolvê-lo ou eventualmente contri- buir para a sua resolução. Não é uma resposta comum, é um levantamento com técnicas científicas. 2.1.1.6. Justificativa do projeto Por que desejo investigar este tema? A justificativa versa sobre a apresentação completa dos motivos de ordem teórica e dos motivos de ordem prática que tornam importante a efetivação da pesquisa. Utilizam-se observações (feitas pelo autor), citações de autores e afirma- ções que manifestarem a importância da pesquisa na área. É importante apontar as possibilidades de sugerir modificações no âmbito da realidade acerca do tema proposto. Deve-se mostrar a originalidade do tema tratado. A justificativa exige do pesquisador criatividade e capacidade de convenci- mento na redação. (ALYRIO, 2011, p. 235). • Qual importância daquele tema escolhido? • Qual sua relevância para a comunidade acadêmica, é um tema polêmico? • Ele pode contribuir de algum modo para o aperfeiçoamento da sociedade em que está inserido? Estas são perguntas que o pesquisador se fez. 72 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Este item fala dos trabalhos realizados nessa área, dados estatísticos, des- taca-se a importância do tema estudado. Também pode apresentar o histórico do tema que permita o leitor entender a sua atual condição do tema pesquisado. 2.1.1.7. Objetivos do projeto Respondemos à questão: para quê? É o que se pretende alcançar com a pesquisa. A definição dos objetivos de- termina aonde o pesquisador quer chegar com a realização do trabalho de pesquisa. São apontados o objetivo geral da pesquisa e os objetivos específicos. O primeiro está ligado a uma visão global do tema. É o que se pretende provar. Já os específicos são instrumentais, menores e representam o caminho que levarão ao objetivo geral.(ALYRIO, 2011). Na formulação dos objetivos, utilizam-se verbos no infinitivo que descre- vem a ação, assim eliminam-se interpretações vagas e ambíguas. Relação de verbos que auxiliam na construção de objetivos (ALYRIO, 2011): • Conhecimento: definir, dizer, enunciar, citar, relatar, redefinir, expor, detalhar, identificar, assinalar, listar, registrar, especificar, mostrar, repetir, distinguir, reconhecer; • Compreensão: deduzir, codificar, descrever, identificar, definir, demonstrar, distinguir, interpretar, explicar, expor, exemplificar, concretizar, narrar, argu- mentar, decodificar, relacionar, opinar, inferir, resumir, organizar, compreender, codificar, converter; • Aplicação: resolver, interpretar, dizer, expor, redigir, explicar, usar, manejar, aplicar, empregar utilizar, comprovar, demonstrar, produzir, praticar, relacionar, apresentar, discriminar, traçar, localizar; • Análise: identificar, escrever, diferenciar, relacionar, separar, examinar, localizar, abstrair, discriminar, detalhar, detectar, especificar, descobrir; • Síntese: narrar, expor, explicar, sumariar, esquematizar, compilar, construir, formular, compor, organizar, projetar, simplificar, inventariar, classificar, agrupar, distinguir, reorganizar, estruturar, planejar, programar, produzir; METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 73 • Avaliação: sustentar, justificar, criticar, valorizar, escolher, selecionar, verificar, contatar, comprovar, estimar, medir, revisar, eleger, decidir, concluir, precisar, provar, comprovar, avaliar, categorizar, fundamentar, opinar, demonstrar, con- trastar, julgar. Exemplo: Objetivo Geral: compreender o marketing verde como uma vantagem com- petitiva na empresa M.C.B. Objetivos Específicos: identificar quais as estratégias de marketing verde utilizadas pela empresa; avaliar o perfil do cliente da empresa e verificar se o clien- te percebe as ações de marketing verde feitas pela empresa. 2.1.1.8. A metodologia de um projeto Como? Com o quê? Onde? Quando? A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. O primeiro passo é escolher a abordagem da pesquisa, se é quantitativa ou qualitativa, após isso, escolher a abordagem, o método de procedimento e consequentemente as técnicas de coleta de dados. Exemplo: esta pesquisa tem como abordagem a pesquisa qualitativa como método “bibliográfico” e, por isso, terá como levantamento fontes teóricas, como: livros monografias, teses, periódicos, jornais, vídeos etc. No caso, se fosse uma pes- quisa de “estudo de caso”, no momento de se escolher as técnicas, deve-se também escolher os instrumentos que serão utilizados na coleta de dados (entrevista, obser- vação, questionário aberto, enquete, história de vida, formulário, documentos); “Caracterizar a população a ser pesquisada significa dizer quem são os pesquisados (caracterizá-los: profissão idade, comunidade que pertencem), onde (local geográfico) será realizada a pesquisa e quando (período, duração da coleta dos dados)” (ALYRIO, 2011, p.246). 74 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA – Métodos de procedimento Pressupõem uma atitude sólida em relação ao fato e estão restritos a um do- mínio particular. Nas Ciências Sociais, os principais métodos de procedimento, segun- do os autores Lakatos e Marconi (1992), são: • Documental; • Bibliográfico; • Pesquisa-ação; • Estatístico; • Pesquisa participante; • Funcionalista; • Estudo de caso; • Etnográfico. – Técnicas Aliadas aos métodos, estão as técnicas de pesquisa, que são os instru- mentos específicos que ajudam no alcance dos objetivos almejados. As técnicas mais comuns são: • Questionário (instrumento de coleta de dados que dispensa a presença do pesquisador); • Formulário (instrumento de coleta de dados com a presença do pesquisador); • Entrevista (estruturada ou não estruturada); • Levantamento documental; • Observacional (participante ou não participante); • Estatísticas; • Fotografia. Para complementar a sua metodologia, seria interessante explorar: • Informações sobre o local da pesquisa; • Os elementos relevantes, as amostragens (população pesquisada); • O planejamento do experimento; • Os materiais utilizados; • A análise dos dados. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 75 Enfim, tudo aquilo que detalhe o caminho que você trilhou para concretizar a pesquisa. Não se esqueça de mencionar a quantidade de questionários e de entrevistas. 2.1.1.9. Orçamento Como declara Alyrio (2011, p. 245): “nele são indicados todos os materiais ou equipamentos necessários para o desenvolvimento da pesquisa, tais como: despesas de custeio (remuneração de serviços pessoais, materiais de consumo, outros serviços de terceiros e encargos), despesa de capital (equipamento e ma- terial permanente)”. Descrição Quantidade Valor Unitário Valor Total Recarga de cartu- cho de impressora 1 35,00 35,00 Aquisição de res- ma de papel 3 15,00 45,00 Cópias – – 30,00 Encadernação do projeto 1 30,00 30,00 Deslocamento 3 30,00 90,00 TOTAL – – 230,00 Quadro 1 - Orçamento (material de consumo) Fonte: do autor. 2.1.1.10 Cronograma de um projeto Quando? No cronograma, você dimensiona cada uma das etapas do desenvolvi- mento da pesquisa, no tempo disponível para sua execução. Geralmente, os cro- nogramas são divididos em meses. Apresentam o tempo que será necessário para a execução da pesquisa e são mostradas as suas etapas. Veja o quadro 2 aplicado para uma pesquisa de seis meses. 76 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 01 02 03 04 05 06 Levantamento bibliográfico X X X Elaboração dos instrumentos de pesquisa X Visita de campo e coleta dos dados X Sistematização dos dados X Análise dos dados. Discussão e resultados. X X Digitação e formatação X X Entrega e apresentação do trabalho X X Fonte: do autor. Quadro 2 - Cronograma de uma pesquisa 2.1.1.11. As referências De acordo com Alyrio (2011), as referências utilizadas para a elaboração do projeto e as fontes documentais previamente identificadas, que serão neces- sárias à pesquisa, devem ser indicadas em ordem alfabética e dentro das normas técnicas (no Brasil as normas mais aceitas são as estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na NBR 6023/2002 – Referências). Exis- tem diferentes tipos de bibliografia (referencia bibliográfica, referência, bibliogra- fia consultada). A elaboração de referências de diversos tipos de fontes será ensinada mais a frente. 2.1.1.12. Os anexos(optativo) Os anexos só devem aparecer nos projetos de pesquisa se forem extrema- mente necessários. São textos de autoria de outra pessoa e não do pesquisador. Por exemplo: mapas, documentos originais, fotografias. Os anexos são numerados com algarismos arábicos, seguidos do título. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 77 Exemplos: Anexo A – Decretos e regulamentos; Anexo B – Roteiro de observação. 2.2. Artigos O artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento. A apresentação dos itens pode variar conforme o periódico ao qual o artigo é submetido. Segundo Lakatos e Markoni (2010), é importante observar as nor- mas para submissão de artigos de cada periódico que, em geral, baseiam-se nas recomendações da ABNT. Elementos pré-textuais • Título: O artigo dever ter um título que expresse seu conteúdo. • Autoria: O artigo deve indicar o(s) nome(s) do(s) autor(es) acompanhado de suas qualificações na área de conhecimento do artigo. Elementos Textuais • Texto: composto basicamente de três partes: – Introdução; – Desenvolvimento; – Conclusão. • A Introdução Leia a elaboração da introdução na página 86. 78 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Expõe o objetivo do autor, a finalidade do artigo e a metodologia usada na sua elaboração. • O Desenvolvimento Mostraos tópicos abordados para atingir o objetivo proposto e consta o referencial teórico. No desenvolvimento, também consta a análise e a discussão dos resultados. Obs.: A fundamentação teórica e a metodologia leia a partir da página 89 • A Conclusão Sintetiza os resultados obtidos e destaca a reflexão conclusiva do autor. Elementos pós-textuais • Referências bibliográfi cas; • Apêndice e Anexo se houver necessidade. Obs.: Leia a página 91 e 92, 103 à 107. Os artigos científicos são apresentados em congressos, encontros, revis- tas especializadas, revistas eletrônicas, dentre outros espaços. A quem pretende ter carreira acadêmica, é necessário elaborar e submeter seus artigos. • Artigo: apresentação sucinta de uma pesquisa normalmente vinculada por revistas científicas. Complemente esta frase explicando o que é um artigo científico com suas palavras. Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e colega, na sala virtual. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Pratique 2.3. Monografia Definição: “Monos (um só); graphein (escrever) – monografia é o estudo por escrito de um único tema específico, bem delimitado” (SALOMON, apud MARTINS e LINTZ, 2000, p.21). METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 79 As monografias são exigidas ao final de cursos de graduação, especializa- ção ou pós-graduação (lato sensu). Na monografia, como o próprio nome revela, escre- ve-se sobre um único tema, não necessariamente novo, inédito. (HÜBNER, 1998, p.19) Sobre os trabalhos de pesquisas divulgados em universidades, além da comunicação direta que viabiliza o intercâmbio de ideias e experiências entre as pessoas, a comunicação indireta, por meio de documentos, assume importância cada vez maior em nossa sociedade, pois os acadêmicos sempre estão em busca de leituras e pesquisas para aprofundar seu conhecimento. Na qualidade de autor, toda pessoa tem responsabilidade na produção normalizada de documentos, sendo possível contratar corretores ortográficos para qualificar seu trabalho. Além do cuidado na produção de um texto acadêmico/científico, é preciso atender a várias outras normas acerca da sua digitação e estrutura. Fique atento O requisito mínimo é que a monografia aborde com precisão, clareza e encadeamento lógico um tema de relevância social e científica. Ao se escrever uma monografia, realiza-se um trabalho de três partes inevitáveis, ou seja: introdu- ção, desenvolvimento e conclusões ou recomendações. De acordo coma norma NRBR-14724, essas partes estão distribuídas em elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. • Faça uma descrição e leve suas considerações para serem discutidas com seu professor(a) no AVA. • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ @ CO NE CT E-S E 80 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Conforme o Manual de Normatização de Trabalhos Científicos da FATE (2013), a apresentação de trabalhos digitados deve seguir as seguintes orientações: Fonte: do autor. Quadro 3 - Sínteses dos Elementos de uma Monografia Pré-Textuais • Capa – obrigatório • Lombada – opcional • Folha de rosto – obrigatório • Errata – opcional • Folha de aprovação – obrigatório • Dedicatória– opcional • Agradecimentos – opcional • Epígrafe – opcional • Resumo na língua vernácula – obrigatório • Resumo na lingua estrangeira – obrigatório • Lista de ilustrações – opcional • Lista de tabelas – opcional • Lista de abreviatura e siglas – opcional • Lista de símbolos – opcional • Sumário – obrigatório Textuais • Introdução • Desenvolvimento • Conclusão Pós-Textuais • Referências • Glossário – Opcional • Apéndice – Opcional METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 81 Paginação Páginas anteriores ao texto (elementos pré-textuais): a capa não é conta- da na numeração das páginas. Todas as páginas restantes são contadas, mas os números não ficam visíveis. A página de rosto é considerada a de número 1, porém não colocamos, só começamos a mostrar os números em algarismos arábicos a partir da introdução, numerados do mesmo modo, na sequência do corpo do trabalho. 2.3.1. Elementos pré-textuais Informações que ajudam na identificação e na utilização do trabalho. De acordo com FATE (2014), fazem parte os seguintes elementos: • Capa Capa é a cobertura que reveste o trabalho. No anexo 01 é possível você visualizar este item. Nome da instituição, seguido do centro ou faculdade, departamento, progra- ma de pós-graduação (se for o caso) e/ou curso; a) Nome do autor; b) Título do trabalho; c) Subtítulo, separado do título por dois pontos para evidenciar a subordinação ao título; d) Número de volume. Se houver mais de um, deve constar em cada capa o res- pectivo volume; e) Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado o trabalho. Em caso de homônimos, recomenda-se o acréscimo da sigla da unidade da Federação; e ano de entrega, em algarismos arábicos. Inicia-se na margem superior da folha/página com todas as informa- ções centralizadas, em letras maiúsculas, em negrito, fonte tamanho 12 e es- paço 1,5 de entrelinhas. 82 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA • Folha de rosto Folha de rosto é a folha que apresenta os elementos essenciais à identifi- cação do trabalho. Deve conter informações idênticas da capa, mas com o acrés- cimo de nota indicando a natureza acadêmica do trabalho, além da unidade de ensino e instituição em que é apresentado e o orientador. No anexo 02 é possível você visualizar este item. a) Nome do autor; b) Título do trabalho; c) Subtítulo (se houver), separado do título por dois pontos para evidenciar a su- bordinação ao título; d) Número do volume. Se houver mais de um, deve constar em cada folha de rosto o respectivo volume em algarismos arábicos; e) Natureza – nota contendo o tipo do trabalho (tese, dissertação, trabalhos de conclusão de curso e outros) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é submetido; área de concentração; f) Nome do orientador e, se houver, do coorientador; g) Local (cidade) da instituição onde vai ser apresentado o trabalho. No caso de cidades homônimas, recomenda-se o acréscimo da sigla da unidade da federação; h) Ano de entrega, em algarismos arábicos. Inicia-se na margem superior da folha/página com autor e título centraliza- dos, em letras maiúsculas, fonte tamanho 12 e espaço 1,5 de entrelinhas. A natu- reza do trabalho, área de concentração, nome do orientador e coorientador, se houver, devem vir alinhados a partir do meio da área do texto para a margem direita (recuo de 8 cm da margem esquerda), em letras maiúsculas/minúsculas, fonte tamanho 12, em espaço simples de entrelinhas e justificados. O local e a data apresentam-se em letras maiúsculas, fonte tamanho 12 e espaço 1,5 de en- trelinhas, e centralizados. • Termo de aprovação Termo de aprovação, fornecido pela instituição de educação do curso em questão. No anexo 03 é possível você visualizar este item. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 83 a) Nome autor; b) Título; c) Subtítulo (se houver), separado do título por dois pontos; d) Natureza – tipo do trabalho (tese, dissertação, trabalhos de conclusão de curso e outros), objetivo (grau pretendido, aprovação em disciplina e outros) nome da instituição e área de concentração; e) Data de aprovação; f) Nome, titulação e assinatura dos componentes da bancaexaminadora e insti- tuição a que pertencem. Inicia-se na margem superior da folha/página com autor e título centra- lizados, em letras maiúsculas, fonte tamanho 12 e espaço 1,5 de entrelinhas. A natureza do trabalho, nome da entidade a que é submetido, área de concentração, e nome do orientador e coorientador, devem vir alinhados a partir do meio da área do texto para a margem direita (recuo de 8 cm da margem esquerda), em fonte tamanho 12, em espaço simples e justificado. A data de aprovação deve vir em fonte tamanho 12, em espaço 1,5 de entrelinhas e alinhada à esquerda. O nome, titulação e assinatura dos componentes da banca em letras maiúsculas/minúscu- las, fonte tamanho 12, em espaço 1,5 de entrelinhas e centralizados. • Dedicatória, localizada na parte inferior, à direita da página (opcional). No anexo 04 é possível você visualizar este item. • Agradecimentos, localização idem ao item anterior (opcional). No anexo 05 é possível você visualizar este item. Agradecimentos na margem superior, em letras maiúsculas, em negrito, sem indicativo numérico, em espaço 1,5 de entrelinhas e centralizada. O texto deve ser em espaço 1,5 de entrelinhas e justificado. • Epígrafe, um pensamento que tenha relação com o trabalho. A fonte (autor) é indicada abaixo da epígrafe. Localizada na parte inferior, à direita da página (opcional). • Resumo é uma apresentação concisa dos pontos relevantes do texto, dando uma visão rápida, clara do conteúdo. Devem-se ressaltar os objetivos, a metodologia, os resultados e a conclusão do trabalho através de poucas palavras. Tudo em um único parágrafo, no máximo 250 palavras. Abaixo, 03-05 palavras-chave, separados por um ponto. 84 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA a) O resumo deve ser informativo, apresentando finalidades, metodologia, resul- tados e conclusões; b) Composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não de enume- ração de tópicos; c) Deve-se usar parágrafo único e justificado; d) Usar o verbo na voz ativa e na 3ª pessoa do singular; e) O resumo expresso em trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) deve conter de 150 a 250 palavras; f) A primeira frase do resumo deve ser significativa e expressar o tema principal do trabalho; g) Deve ser evitado o uso de frases negativas, símbolos e fórmulas que não sejam de uso corrente, comentário pessoal, críticas ou julgamento de valor; h) As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da ex- pressão “Palavras-chave:” separadas e finalizadas por ponto., no mínimo 03 no máximo 05. Inicia-se em folha/página distinta com a palavra RESUMO, na margem su- perior, em letras maiúsculas, em negrito, fonte tamanho 12, sem indicativo numéri- co e centralizada. O texto do resumo deve ser digitado em espaço 1 de entrelinhas, fonte tamanho 12 e justificado. • Resumo em língua estrangeira normalmente inglês, francês ou espanhol. • Lista de tabelas, figuras, abreviaturas ou símbolos, se houver (condicionada à necessidade). No anexo 06 é possível você visualizar este item. • Lista de ilustrações, gráficos e tabelas Inicia-se em folha/página distinta, com o título LISTA DE ILUSTRAÇÕES na margem superior em letras maiúsculas, em negrito, fonte tamanho12, sem indi- cativo numérico, em espaço 1,5 de entrelinhas e centralizado. A lista deve ser digi- tada em fonte tamanho 12, em espaço 1,5 de entrelinhas e justificada (Figura 11). Quando necessário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas, quadros, organogramas, mapas e outras), por exemplo: LISTA DE GRÁFICOS, LISTA DE QUADROS. • Sumário é a relação das partes, capítulos, itens e subitens do trabalho. No anexo 07 é possível você visualizar este item. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 85 a) os elementos pré-textuais não constam no sumário; b) os indicativos numéricos das seções e subseções são alinhados à esquerda; c) os títulos das seções e subseções sucedem os indicativos numéricos; d) os títulos das seções e subseções são alinhados à margem do título do indicativo numérico mais extenso; e e) caso o trabalho seja apresentado em mais de um volume, em cada um deve constar o sumário completo. Inicia-se em folha/página distinta, com a palavra SUMÁRIO na margem superior, em letras maiúsculas, em negrito, sem indicativo numérico, espaço 1,5 de entrelinhas e centralizada. O sumário deve ser digitado em fonte tama- nho 12 e espaço 1,5 de entrelinhas; os elementos pré-textuais não constam no sumário; a) os indicativos numéricos das seções e subseções são alinhados à esquerda; b) os títulos das seções e subseções sucedem os indicativos numéricos; c) os títulos das seções e subseções são alinhados à margem do título do indicativo numérico mais extenso; d) caso o trabalho seja apresentado em mais de um volume, em cada um deve constar o sumário completo. Inicia-se em folha/página distinta, com a palavra SUMÁRIO na margem su- perior, em letras maiúsculas, em negrito, sem indicativo numérico, espaço 1,5 de entrelinhas e centralizada. O sumário deve ser digitado em fonte tamanho 12 e espaço 1,5 de entrelinhas. É a relação dos capítulos e seções do trabalho, na ordem em que aparecem. - Referências: aparecem no sumário, porém não recebem capítulo, ou seja, número. • Apêndices, se houver (condicionada à necessidade). • Anexos, se houver (condicionada à necessidade). 2.3.2. Elementos textuais de uma monografia Texto principal da monografia que compreende a introdução, desenvolvi- mento e conclusão. Também é a parte do trabalho onde se expõe o conteúdo da pesquisa que é dividido em capítulos. 86 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA @Conecte-se • Faça uma descrição e leve suas considerações para serem discutidas com seu professor(a) no AVA. • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas. __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2.3.2.1. Introdução É a explicação do autor para o leitor sobre o tema da monografia. Esta será a primeira seção do texto (chamada seção primária), portanto terá o indicativo 1 (exemplo: 1 INTRODUÇÃO), de acordo com a norma NBR 6024, deve ter início numa folha própria. Observação: Veja que introdução é item obrigatório também para o projeto de pesquisa e para o artigo. Essa parte inicial do trabalho tem a finalidade de dar ao leitor uma visão clara e simples do assunto, que é apresentado como um todo, sem detalhes. Aqui, não são mencionados os resultados alcançados, pois estes causariam o de- sinteresse pela leitura integral do trabalho. A introdução poderá ser esboçada no início do trabalho de pesquisa, mas só será concluída no final, quando o autor já tiver coletado todas as informações sobre o tema objeto de estudo. Não é neces- sário o uso de citações na introdução. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 87 • Como é composta uma introdução? Caso necessite, busque discutir esta questão com seu(sua) tutor(a) e colega na sala virtual. _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Pratique Itens que compõem uma introdução: Ainda na introdução, dentro do texto inserir: • Justifi cativa Explicar os motivos que levaram o autor a realizar tal pesquisa. Por que pesquisar esse assunto e qual a sua relevância social e acadêmica. A justificativa (que busca responder o porquê do trabalho e sua importância) explicita os motivos de ordem teórica e prática que justificam a pesquisa. Veja também o item da justi- ficativa na elaboração de projetos de pesquisa nesta unidade. • Descrição do tema (delimitação do tema) / problema A descrição ou delimitação do tema descreve o enfoque do estudo. Infor- ma em que espaço (geográfico) e tempo (histórico) o tema será delimitado. Quanto mais delimitada, mais objetiva será a monografia. O problema expõe uma questão a ser solucionada com a pesquisa de cam- po. Deverá ser escrito com uma frase interrogativa. Veja também o item de delimitação do tema do problema da pesquisa na elaboração de projetos de pesquisa nesta unidade. 88 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA • Hipótese(s) Oferece uma ou mais respostas possíveis para a pergunta estabelecida no item anterior (problema). Trata-se de uma ou mais afirmações que serão testadas mediante a evidência dos resultados por meio da pesquisa de campo. Geralmente pessoas que são boas leitoras no assunto da pesquisa têm mais facilidade na elaboração das hipóteses. São explicações provisórias, isto é, elas explicam o as- sunto até que as conclusões do estudo as confirmem ou rejeitem. Veja também o item: hipótese na elaboração de projetos de pesquisa, nesta unidade II. • Objetivo geral O objetivo geral deve expressar a finalidade intelectual da pesquisa. É uma definição do que se espera conseguir com a investigação. Ele deve responder às seguintes questões: para quê pesquisar? Quais os propósitos do estudo? Aon- de o autor quer chegar com esse estudo? Deve ser formulado em um parágrafo apenas e deve ter coerência direta com o problema de pesquisa. Deve ser apresentado em uma frase que inicie com um verbo de ação no infinitivo (exemplos: analisar..., avaliar..., averiguar..., com- parar..., compreender..., conhecer..., demonstrar..., desenvolver..., distinguir..., empregar..., estudar..., expor..., identificar..., interpretar..., introduzir..., observar..., propor..., etc.). • Objetivos específicos Apresentam os detalhes e/ou desdobramentos do objetivo geral. Os ob- jetivos específicos são uma espécie de “divisão” do objetivo geral em diversos passos. Esses passos são necessários e devem permitir o alcance do objetivo geral. Cada objetivo específico deve iniciar com um verbo de ação no infinitivo, conforme descrito no item anterior. Obs.: Objetivo geral e os específicos devem vir na introdução em forma de texto e não em tópicos. Veja também o item: objetivos na elaboração de projetos de pesquisa, nesta unidade. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 89 2.3.2.2. Referencial teórico (Marco teórico ou fundamentação teórica) É o desenvolvimento do assunto propriamente dito, realizado por meio da busca em diversas fontes, como livros, periódicos, jornais, internet, revistas es- pecializadas, etc. Está claro que essa fase requer muita leitura e esforço para alcançar o que se propõem nos objetivos específicos, a fim de se obter uma funda- mentação teórica consistente com a pesquisa. As informações teóricas coletadas devem ser transcritas de acordo com os critérios estabelecidos nas Normas da ABNT. É importante lembrar que é obrigató- rio o uso das citações, sejam indiretas, diretas, longas ou curtas, juntamente com suas respectivas fontes. O desenvolvimento do trabalho pode ser dividido em mais seções, capítulos e subcapítulos (veja o quadro 07), tais como: primárias, secundárias, terciárias ou quaternárias, obedecendo em cada uma delas a diferenciação na digitação das letras (veja o exemplo abaixo). 2. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS Maiúsculas, em negrito 2.1. Pesquisa Bibliográfica Só a primeira letra em maiúscula, em negrito 2.1.1. Fontes Bibliográficas Só a primeira letra maiúscula, sem negrito 2.1.1.1. Livros de Referências Só a primeira letra maiúscula, sem negrito. Quadro 4 - Exemplo da estrutura de um sumário Fonte: do autor. 2.3.2.3. Metodologia É o relato detalhado dos procedimentos e dos passos realizados para resolver o problema exposto. Deve conter: 90 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA • Os métodos escolhidos; • Participantes: (Quem? Onde? Quando?) delimita o universo a ser pesquisado. Quem e quantos foram os indivíduos estudados na pesquisa, indicando sexo e idade. Indica, também, o local e a data da pesquisa, justifi cando as escolhas; • Instrumentos: (com quê?) descreve os instrumentos utilizados para fazer a pesquisa, isto é, questionários, entrevistas, formulários, fotos; • Procedimentos: (como?) descreve como os indivíduos foram avaliados, em que situação e momento a pesquisa foi realizada; • Análise de dados: descreve sinteticamente o modo de organização e análise das informações encontradas. Proporciona uma explicação acerca da tabulação dos dados (aspectos quantitativos, estatísticos) e critérios de análise e julga- mento. No caso da utilização de softwares específi cos, indica nomes e fontes dos mesmos. Fique atento O item metodologia também pode ser apresentado separado da introdução, como um capítulo a parte, com mais espaço para descrevê-lo. Veja também o item: metodologia na elaboração de projetos de pesquisa, nesta unidade. 2.3.2.4. Resultados e discussão Os resultados deverão ser apresentados de acordo com os dados siste- matizados através da coleta de dados, incorporando-se no texto apenas as tabe- las, os quadros, os gráficos, falas e outras ilustrações estritamente necessárias à compreensão do desenrolar do raciocínio (MARCONI; LAKATOS, 2001). Além da descrição dos resultados, de proceder a discussão e a interpre- tação dos mesmos, o pesquisador deverá fazer ligações lógicas e comparações, enunciar princípios e fazer generalizações. Nesta fase, também é possível dialogar com os autores citados no referencial teórico. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 91 2.3.2.5. Conclusões É a conclusão do seu trabalho de pesquisa. Nela, você vai relacionar os resultados obtidos e ver se alcançou os objetivos da pesquisa, apresentar as conclusões de forma lógica e clara. Deve-se falar também sobre a importância desta pesquisa para sua vida profissional. No decorrer da investigação, o autor pode deparar-se com questões que interessem ao assunto-objeto de estudo, sem que façam parte dele. Assim, após as conclusões, poderá fazer sugestões para estudos e trabalhos futuros, com base na pesquisa que acaba de concluir. • Monografia: como exposto anteriormente, é a dissertação breve de um tema, com um problema a ser respondido ao longo da monografia. Também, visa o resultado de um estudo científico com tema delimitado com objetivo de reunir e analisar e interpretar informações. Agora é com você! Defina estes elementos textuais em uma monografia (introdução, desenvolvimento e conclusão). Caso necessite, busque discutir esta questão com seu(sua) tutor(a) e colega na sala virtual. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Pratique 2.3.3. Elementos pós-textuais 2.3.3.1. Referências Ao longo da monografia são apresentadas citações teóricas de vários au- tores. Deve-se listar no item “Referências” todos aqueles autores mencionados naparte teórica, (autor, título da obra, cidade, editora, ano, entre outros) conforme as orientações nas Normas da ABNT. 92 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA No item Referências Bibliográficas, em Bibliografia Consultada, será possí- vel você aprender a elaborar as referências. A seguir, veremos que o apêndice e os anexos são complementares ao texto, com objetivo de torná-lo menos denso. Eles costumam ser apresentados após os elementos pós-textuais. 2.3.3.2. Apêndices (optativo) São textos ou documentos elaborados pelo autor (questionários, fotos, gráficos etc.), a fim de complementar e esclarecer o estudo. Esses documentos devem aparecer logo após as referências. 2.3.3.3. Anexos (optativo) São textos ou documentos utilizados na pesquisa, mas não elaborados pelo autor (questionários, fotos, catálogos, gráficos, mapas, leis etc.). Constituem- -se de informações que o pesquisador julga necessárias para melhor compreensão do projeto. Esse material é anexado sem numeração de páginas. 2.3.3.4. Glossário (optativo) É a lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições. Funciona como um pequeno “dicionário” do trabalho monográfico. Você sabia que um trabalho acadêmico pode ser um documento que representa o resul- tado de um esforço intelectual voltado tanto ao aprendizado de determinado conteúdo quanto ao desenvolvimento da capacidade de análise (desenvolvimento) e síntese (introdução e conclusão) do estudante? Por isso, não se assuste quando for elaborar estes trabalhos, pois faz parte de um bom profissional aprender a pesquisar, analisar e sintetizar. Curiosidade METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 93 3. REGRAS DE FORMATAÇÃO Conforme o Manual de Normatização de Trabalhos Científicos da FATE (2017), a apresentação de trabalhos acadêmicos deve seguir as seguintes orientações: M AR GE M D E IN ÍC IO D E PA RÁ GR AF O M AR GE M D E CI TA ÇÃ O LO NG A M AR GE M E SQ UE RD A M AR GE M D IR EI TA MARGEM SUPERIOR MARGEM INFERIOR 29,7 cm 3 cm 2 cm 2cm 1,25 cm 3 cm 4 cm 21 cm Figura 1 – Layout do papel Espaçamento Vejamos estas situações: No texto: deve-se usar o espaçamento 1,5. Nas citações longas, natureza do trabalho (na folha de rosto e na folha de aprovação), nas notas de rodapé, nas referências, nas legendas das ilustrações e nas tabelas, deve ser usado espaçamento simples (1,0). 94 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Os títulos das seções e subseções devem ser separados do texto que os procede e os sucede por um espaço de 1,5 em branco. Espaçamentos entre paragráfos é automatico dentro do texto. As referências, ao final do trabalho, devem ser digitadas em espaçamento simples e separadas entre si por 01 (hum) espaços simples. Fonte / tamanho Aqui trata-se de uma sentença única e deve aparecer unida: “Conforme o Manual de Normatização de Trabalhos Científicos da FATE (2017), na digitação de todo trabalho, deve-se utilizar uma única fonte de tamanho 12 para o texto e para as referências (o estilo da fonte pode ser Arial ou Times New Roman). A fonte com tamanho menor (11) deve ser utilizada somente para citações longas, tamanho 12 para legendas das ilustrações e tabelas. As notas de rodapé e paginação são com o tamanho 10, veja o quadro 08. Quadro 5 - Fontes de Tamanhos ITENS ITENS FONTE DESTAQUE CAPA E CONTRACAPA Nome do curso 12 Negrito Nome do aluno 12 Negrito Título e subtítulo (separado do título por dois pontos) 12 Negrito Local e data 12 Negrito Nome do aluno 12 Negrito FOLHA DE ROSTO Título e subtítulo (separado do título por dois pontos) 12 Negrito Local e data 12 Negrito Natureza do trabalho, objetivo e orientador 12 Sem negrito Ficha Catalográfi ca 10 Sem negrito TEXTO Legenda e título das ilustrações e tabelas no texto 11 Sem negrito Notas de rodapé 10 Sem negrito Número de páginas 10 Sem negrito Citação longa (mais três linhas) 11 Sem negrito Corpo do texto (espaço 1,5 cm) 12 Sem negrito Fonte: Manual da Faculdade Ateneu/ 2013. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 95 Ilustrações A identificação de quadros, transparências, plantas, fotografias, mapas, gráficos, fluxogramas, organogramas, esquemas e desenhos devem aparecer na parte inferior tamanho 11, com cada item designado por seu nome específico, seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto em algarismos arábicos, do respectivo título e ou legenda explicativa e da fonte com a data. A ilustração deve ser inserida o mais próximo possível do texto a que se refere. Veja o exemplo a seguir. Figura 5: Centro de Convenções de São Paulo. Fonte: Sousa (2007). • Para cada item, escreva o “tamanho” da letra de acordo com a ABNT: a) Letra do texto: b) Título da capa: c) Notas de rodapé: d) Citação direta longa: e) Fontes das referencias bibliográficas: Caso necessite, busque discutir esta questão com seu(sua) tutor(a) e colega na sala virtual. Pratique 96 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Tabelas As tabelas possuem um conjunto de regras que se aplicam apenas a elas. Vamos especificar abaixo estas regras, conforme o Manual de Normatização de Trabalhos científicos da FATE (2017): a) Número: as tabelas devem ter números em algarismos arábicos, sequenciais, inscritos na parte superior, à esquerda da página, precedida da palavra Tabela. Exemplo: Tabela 1, tamanho 11; b) Título: devem conter título por extenso, inscrito no topo da tabela, para indicar a natureza e abrangência do seu conteúdo; c) Fonte: a fonte deve ser colocada imediatamente abaixo da tabela em letra maiúscula/minúscula para indicar a autoridade dos dados e/ou informações da tabela, precedida da palavra Fonte; e o ano da fonte. Tabela 1: Número de eventos em educação a distância por país. PAÍS 2003 2004 2005 EUA 445 435 376 Alemanha 263 323 320 Espanha 273 304 275 Reino Unido 271 242 270 França 218 267 240 Países Baixos 163 208 197 Brasil 85 114 145 Japão 156 147 142 Fonte: do autor. Abreviaturas e siglas Para os pesquisadores que querem utilizar este recurso, só devem utilizar a sigla e abreviatura mais de uma vez no texto se elas ocorrerem quando aparece- rem no texto pela primeira vez: escreva o nome da instituição por extenso acres- centando a sigla/ abreviatura, entre parênteses, veja o exemplo. Exemplo: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 97 4. TIPOS DE CITAÇÕES E ELABORAÇÃO Todo texto científico deve apresentar várias citações em várias seções, com o intuito de mostrar as fontes responsáveis pelas afirmações apresentadas no texto, complementando as ideias do autor do trabalho acadêmico-científico. Para todo e qualquer tipo de citação, direta ou indireta, é obrigatório mencionar a fonte de onde a ideia foi retirada, isto é, o(os) sobrenome(s) do(s) autor(es) e o ano de publicação da obra (FATE, 2017). Veja os tipos de citações: • Citação de citação • Citação direta (curta e longa) • Citação indireta • Citação de textos da internet Exemplos de citação indireta e direta curta: Conforme a classificação proposta por Authier-Reiriz (2005), a ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada. “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psi- canálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1997, p. 293). Quanto à localização, as citações podem aparecer: a) no texto; b) em notas de rodapé. • Citações diretas São transcrições literais de um texto ou de parte dele, permanecendo a pontuação, a grafia e o idioma exatamente como aparecem no original, sem sofrer modificação alguma. Subdividem-se em: 98 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA • Citações diretas curtas (até três linhas): são transcritas entre aspas, com o mesmo tipo e tamanho da letra que está sendo utilizada no texto. O uso das aspas delimita as citações diretas. Após uma citação direta, além do sobrenome do autor e o ano de publicação da obra, é necessário indicara página em que ela se localiza. Exemplo: O conhecimento do senso comum é o “conhecimento do povo, obtido ao acaso, após inúmeras tentativas. É ametódico e assistemático.” (CERVO; BER- VIAN, 1997, p. 7). De acordo com Mumford (2005, p. 513): “A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia, em 1998”. • Citações diretas longas (com mais de três linhas): são transcritas em parágrafo distinto. A primeira e a segunda linhas são alinhadas sob a primeira letra do texto da citação, com 4 cm de régua. O texto da citação direta longa é apresentado sem aspas, em espaço simples e letra menor do que o restante do texto (geralmente fonte 11). Esta citação, sendo direta, também requer a indicação do autor, ano e página. Exemplos: A teleconferência permite ao individuo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de ori- gem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da televisão, telefone e computador. Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181). Ou de acordo com Tachizawa e Mendes (2009, p. 59), A bibliografia visa apresentar ao leitor a documentação, citada ou consultada, relacionada com o tema abordado, proporcionando um referencial bibliográfico para um eventual aprofundamento do tema METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 99 ou para uma revisão do trabalho. Nesta parte, devem ser relaciona- dos todos os autores em ordem alfabética, tanto os referenciados na monografia quanto os consultados e não referenciados. Para cada obra, devem ser descritos os seguintes dados: auto, título da obra, edição, local de publicação, editora e data. Dica: pratique e verá que não é tão difícil como pensa. • Citação de indiretas É o texto redigido pelo autor do trabalho, mas com base em ideias de ou- tro(s) autor(es). No entanto, deve traduzir fielmente o sentido do texto original, ou seja, sem sair do assunto proposto. As citações indiretas devem obrigatoriamente indicar a fonte de onde foram retiradas, mas sem mencionar a página, isto é, so- mente o sobrenome do autor e o ano de publicação da obra. Exemplo: A ironia, segundo Reiriz (1998), seria assim uma forma implícita de hetero- geneidade mostrada, conforme a classificação proposta para seu propósito. Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psi- canálise da filosofia. (DERRIDA, 2005). • Elabore dois exemplos de citação indireta, citação direta curta e citação indireta. Caso necessite, busque discutir esta(s) questão(ões) com seu(sua) tutor(a) e colega, na sala virtual. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Pratique 100 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA • Citação de citação É a transcrição textual ou conceitos de um autor sendo ditos por um segundo autor. Usa-se para isso a expressão apud, que em latim significa: citado por, conforme, segundo. Veja exemplos de citação de citação aplicada a citação direta e indireta. Citação direta A respeito do conhecimento, Leopoldo e Silva (apud COTRIN, 2000, p. 57) afirma: A teoria do conhecimento pode ser definida como a investigação acerca das condições do conhecimento verdadeiro. Neste sentido, podemos dizer que existem tantas teorias do conhecimento quantos foram os filósofos que se preocuparam com o problema, (...) Citação indireta O conhecimento do senso comum caracteriza-se por ser elaborado de for- ma espontânea e instintiva. Segundo Buzzi (apud KÖCHE, 1997), o conhecimento do senso comum é um viver sem conhecer. Sempre colocar o autor da fonte mais antiga à frente da expressão e de- pois o atual. Exemplo: para Matos (1990) apud Bill (1998), diversos autores salientam a im- portância do conhecimento desencadeador no início de um processo de aprendizagem. Observação: A palavra “apud” deve vir destacada (itálico). A expressão “apud” significa “citado por”. • Citação de informações da internet As citações de informações extraídas de textos da internet devem ser uti- lizadas com cautela, dada a sua temporalidade e fidedignidade. Deve-se avaliar bem o material antes de utilizá-lo. As orientações para esse tipo de citação são as mesmas das citações anteriores. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 101 Utiliza-se o autor e o ano entre parêntese, se não tiver, utiliza-se no centro o domínio do site. Exemplo: www.fate.edu.br/manualdoestudanteead De acordo com FATE (2011), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, incentiva às iniciativas inovadoras, ao mesmo tempo, incentiva claramente a moda- lidade de educação à distância (EAD) que, a partir de então, tornando-se a modalidade de ensino que mais cresce no país. O MEC sancionou uma portaria nº 4.059/04 na qual trata da oferta de 20% dos cursos superiores seja na modalidade semipresencial. A partir de então, tornando-se a modalidade de ensino que mais cresce no país. Obs.: Notas de rodapé O objetivo das notas de rodapé é explicar sobre uma situação apresentada no texto, apresentar o significado de expressões e mostrar citações se preciso. Deve-se utilizar o sistema autor-data para as citações no texto e o numérico para notas explicativas. As notas de rodapé devem ser alinhadas a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço entre elas e com fonte menor, tamanho 10. Exemplos: ______________ ¹ Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer (1976). ² Encontramos esse tipo de perspectiva na 2a parte do verbete referido na nota anterior, em grande parte do estudo de Rahner (2011). Algumas dicas para as citações Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes; se mesmo assim existir coincidência, colocam-se os prenomes por extenso. Exemplos: (BARBOSA, C., 1999) (BARBOSA, Cássio, 1999) (BARBOSA, O., 2005) (BARBOSA, Celso, 2005) 102 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados no mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de referências. Exemplos: De acordo com Reeside (2005a) (REESIDE, 2005b) As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publi- cados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, têm as suas datas separadas por vírgula. Exemplos: (DREYFUSS, 2003, 2005) (CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000) As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética. Exemplos: Ela polariza e encaminha, sob a forma de “demanda coletiva”, as necessi- dades de todos. (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997). Diversos autores salientam a importância do “acontecimento desencade- ador” no início de um processo de aprendizagem. (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991). @Conecte-se • Faça uma descrição e leve suas considerações para serem discutidas com seu professor(a) no AVA. • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 103 5. ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS De acordo com a NBR 6023 (2003), as referências caracterizam-se por um conjunto padronizado de informações retiradas de um documento, que per- mite sua identificação. As referências devem ser digitadas em espaçamento simples, alinhadas somente na margem à esquerda do texto e separadas uma da outra com uma linha em branco. Devem ser organizadas e apresentadas em ordem alfabética, com todos os elementos essenciais e comple- mentares em sequência padronizada. Memorize Orientações simplifi cadas sobre normas de referências É por meio das referências que identificamos as fontes que foram citadas e utilizadas no texto que serviram para embasar todo o trabalho. As Referências de- vem ser mencionadas em trabalhos científicos dos mais variados tipos: trabalhos acadêmicos, monografias, dissertações, artigos, teses etc. Conforme o Manual de Normatização de Trabalhos Científicos da FATE (2013), a apresentação das referências devem seguir as seguintes orientações: * Livros de um autor SOBRENOME DO AUTOR, Prenome. Título. Edição. Local: Editora, Ano. Pagi- nação. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Cientí- fico. São Paulo: Atlas, 2006. 230p. LAKATOS, Eva M.; MARCONI, Marina A. Fundamentos de metodologia científi- ca. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 104 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA * Capítulo de livro AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título do livro. Edição. Local de publicação (cidade): Editor, data. Capítulo, página inicial-final da parte que você leu. BARBOSA, Claudionor F. Contabilidade como ciência social. In: OLIVEIRA, Antô- nio B. Métodos e técnicas de pesquisa em contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2003. cap. 4, p. 47-59. NAS REFERÊNCIAS AS QUAIS O MESMO AUTOR DO LIVRO É O MES- MO AUTOR DO CAPÍTULO, COLOCAR “In:______”. SECURATO, José Roberto (Coord.). Contabilidade como ciência social. In:______. Cálculo financeiro das tesourarias: bancos e empresas. São Paulo: Saint Paul, 1999. cap. 4, p. 120-147. No caso de repetição do mesmo autor, usa-se um traço sublinear de seis espaços, seguido de ponto. Vejamos o exemplo: BARBOSA, Claudionor F. Contabilidade como ciência social. São Paulo: Sarai- va, 2003. ______. O saber fazer. São Paulo: Matrix, 2003. ______. Registros científicos. São Paulo: Atlas, 2010. • Não publicados: ROSSI, R.; NEVES, M. F. Estratégias para o trigo no Brasil. São Paulo, 2004. mímeo METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 105 * Com autor institucional: IBGE. Normas de apresentação tabular. 3. ed. Rio de Janeiro, 1993. 61 p. * Com até três autores: Utiliza-se o (;) para separar os autores. ALHASHIM, D. D.; ARPAN, J. S. International dimensions of Accounting. 3rd ed. Boston: PWS–KENT, 1992. *Com mais de três autores: Colocar o primeiro autor que aparece e a expressão “et al”, que quer dizer “e outros”. FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1995. 269 p. * Artigo em versão eletrônica: MARTINS, Leandro Correa. Grupos virtuais: seu emprego pode estar aqui. Dis- ponível em: <http://www.negociosbr.com/vercarreira.asp?id=159>. Acesso em: 20 jul. 2004. Homepage institucional FECAP. Disponível em: <http://www.fecap.br/portal/index.asp>. Acesso em 26 jul. 2004. * Artigo em revista SOARES, José J. Reflexões sobre dilemas cotidianos da área de finanças. Revis- ta Latino-Americana de Administração e Negócios, Porto Alegre, n. 4, p. 18-21, 1995. 106 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA * Artigo em jornal SINGER, Paul. Uma política de economia solidária. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 mar. 2007. Caderno Opinião, p. 14. CUCOLO, Eduardo. Palocci diz que pacote tributário reduz impostos em R$2,5 bi. Folha Online, São Paulo, 23 julho. 2004. Dinheiro. Disponível em: <http://www1. folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u87053.shtml>. Acesso em: 24 jul. 2004. * Teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso AUTOR. Título. Ano. Número de folhas. Categoria (Grau e área) - Unidade da Instituição, Instituição, Cidade, Ano. Trabalho de conclusão de curso SOARES, Rodolpho A. Análise das demonstrações financeiras do setor de óleos lubrificantes. 2002. 72 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Ciências Contábeis) – Unicentro Newton Paiva, Belo Horizonte, 2002. Dissertação SOARES, José J. Análise econômico-financeira de pequenas e médias empre- sas industriais: um estudo comparativo. 1998. 134 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal de Lavras, UFLA, Lavras, 1998. Teses WEFFORT, Elionor Farah Jreige. O Brasil e a harmonização contábil interna- cional: influências dos sistemas jurídico e educacional, da cultura e do mer- cado. 2003. 295 f. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Faculda- de de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. *Relatórios Institucional BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO. Relatório anual 2001. São Paulo, 2001. 66 p. Governamental BRASIL. Presidente (1995-2002 - Fernando Henrique Cardoso). 3 anos de Real: construindo um Brasil melhor. Brasília: Presidência da República, 1997. 71 p. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 107 * Trabalho apresentado em evento ENCONTRO NACIONAL DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRA- ÇÃO, 13.,2002, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANGRAD, 2002. 118 p. SOARES, José J. Orientação Profissional: Perfil do Administrador. IN: Minasplan Feiras e Congressos. Casa do Conde Belo Horizonte, 2003, Anais...Belo Horizon- te: Minasplan, 2003. p. 7-8. *Documentos jurídicos PAÍS, ESTADO OU MUNICÍPIO. Título, numeração, data da promulgação. Ementa. Local de publicação: Editora, ano de publicação. Número de páginas ou volumes. Notas. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antonio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Livia Céspedes. 32. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 368 p. Atenção Só são relacionadas nas referências bibliográficas apenas as fontes ou autores citados an- teriormente no corpo do texto, ou seja, nas citações. As obras consultadas pelo autor, que possibilitaram o estudo do assunto, mas que não foram citadas no corpo do texto, não devem constar nas referências. Depois de observar as diferentes estruturas de construções de referências, você deverá procurar seu(sua) professor(a) para ajudar a tirar suas dúvidas. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ Depois de observar as diferentes estruturas de construções de referências, você deverá procurar seu(sua) professor(a) para ajudar a tirar suas dúvidas. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ @Conecte-se • Faça uma descrição e leve suas considerações para serem discutidas com seu professor(a) no AVA. • Anote suas ideias e dúvidas para ampliar sua discussão na sala virtual, no fórum tira-dúvidas. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 108 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 6. RECOMENDAÇÕES PARA REDAÇÃO CIENTÍFICA A observação em ciência e o uso de uma linguagem científica são impor- tantes instrumentos de pesquisa, pois nos ajudarão a traduzir a realidade. Por meio dos procedimentosdesses instrumentos e com treino específico, é possível coletar e registrar dados para uma pesquisa. Os dados são interpretados e os resultados são comunicados para outros com eficácia, através de uma linguagem adequada, para gerar uma interpretação correta do assunto abordado. De acordo com Mendes (2000), o texto: I. Deve ser claro, direto, objetivo e conciso utilizando frases curtas; II. Construir períodos com no máximo duas ou três linhas e parágrafos de no máximo oito linhas; III. Simplicidade como condição essencial do texto; IV. Evitar repetições e frases desgastadas e o exagero de voz passiva (ex.: será iniciado, é indicado); V. Escrever de forma original e criativa com frases variadas e fluentes no texto; VI. Procurar banir do texto os modismos e os preciosismos nas suas expressões; VII. Encadear o assunto de maneira suave e harmoniosa, evitando a criação de um texto com parágrafos estanques, ou seja, que não estejam ligados entre si; VIII. Evitar vícios linguísticos, como: por um lado, ao mesmo tempo, nesse sentido, em nível de... Parágrafos O parágrafo é a unidade do discurso que tem em vista atingir um objetivo. Em geral, ideias novas compreendem parágrafos diversos, assim, quando mu- dar de assunto, abra novo parágrafo, isto fará que o seu texto tenha fluidez. Escrever de modo que a ideia do parágrafo seja identificada rapidamente (através do tópico frasal) com a palavra-chave. As frases do parágrafo devem estar intimamente inter-relacionadas, de tal modo que todas busquem alcançar o objetivo pré-determinado. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 109 Em todo parágrafo, você deve trabalhar o conceito de introdução, desen- volvimento e conclusão da ideia. Memorize Conectivos que podem ser usados para introduzir uma citação: Na opinião de... Segundo... Para ... Como declara... ...quando afirma... De acordo com... Na visão de... Relembre A tarefa do pesquisador é atingir o alvo. Todo trabalho científico, como artigo, monografia, projeto de pesquisa e outros devem ter seus elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais padronizados e organizados, para isso, utilizamos a ABNT. Nesta unidade, além da apresentação gráfica, você pôde conhecer o uso das citações e a elaboração das referências. É importante que você comece a pensar na sua futura pesquisa que culminará no trabalho de conclusão de curso. Ensaie o tema, o título, os objetivos, encontre nas outras disciplinas assuntos bibliográficos e problemas a serem desenvolvidos. Coloque em prática as regras da ABNT em todos os seus trabalhos acadêmicos e verá que uma boa apresentação gráfica, aparência visual e rigor científico fará toda diferença. Bons estudos! REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: resumos. Rio de janeiro, 2003c. ______. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apre- sentação. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6023: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002b. ______. NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro, 2003b. 110 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ALYRIO, Rovigati Danilo. Métodos e técnicas de pesquisa em Administração. 2 ed. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2011. ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científi- co: elaboração de trabalhos na graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001. CALIMAN, N.; COSTA, R. Os Desafios da Pesquisa Etnográfica na Administra- ção: uma Análise a partir de Artigos Publicados de 1998 a 2007. In: ENANPAD. Rio de Janeiro, Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2008. FACULDADE ATENEU. Manual de Normatização de Trabalhos Científicos. Fortaleza, 2017. GALLIANO, A. G. O. Método científico: teoria e prática. SP: Habra, 1979. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009. Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1997. HÜBNER, M. Martha. Guia para elaboração de monografias e projetos de dis- sertação e doutorado. São Paulo: Pioneira/Mackenzie, 1998. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodo- logia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1997. 270 p. MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em Educação. Rio de Janeiro: LCTC, 2011. Marconi e Lakatos (2010) MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório, publi- cação e trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, G. A; LINTZ, A. Guia para elaboração de monografias e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 2000. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 111 SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2000. SILVA, Edna Lucia da; MENEZES, Estela Muszakat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a distância da UFSC, 2001. THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa ação. São Paulo: Cortez Editora, 1986. TRUJILLO FERRARI, Afonso. Metodologia da ciência. 3 ed. Rio de Janeiro: Ke- nnedy, 1974. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. 112 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ANEXOS ANEXO 01 – EXEMPLO DE CAPA ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS FRANCISCO OTAVIANO SANTOS MONTEIRO O ARTESANATO COMO POTENCIALIZADOR DA RENDA NA COMUNIDADE DE MOITA RENDONDA, CANINDÉ-CE FORTALEZA-CE 2019 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 113 ANEXO 02 – EXEMPLO DE FOLHA DE ROSTO FRANCISCO OTAVIANO SANTOS MONTEIRO O ARTESANATO COMO POTENCIALIZADOR DA RENDA NA COMUNIDADE DE MOITA RENDONDA, CANINDÉ-CE Trabalho de conclusão de curso apre- sentado à Centro Universitário Ateneu – UniAteneu como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. Orientadora: Profª Ms. Luciana Ro- drigues Ramos Duarte. FORTALEZA-CE 2019 114 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ANEXO 03 – EXEMPLO DA FOLHA DE APROVAÇÃO FRANCISCO OTAVIANO SANTOS MONTEIRO O ARTESANATO COMO POTENCIALIZADOR DO NA RENDA DA COMUNIDADE DE MOITA RENDONDA, CANINDÉ-CE Trabalho de conclusão de curso apresentado a Centro Universitário Ateneu – UniAteneu como requisito obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas. Aprovação da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II. Aprovada em ________ de _________________________ 2019. Nota: _________ __________________________________________ Profª Ms. Luciana Rodrigues Ramos Duarte. Orientadora __________________________________________ Professor avaliador 01 __________________________________________ Professor avaliador 02 FORTALEZA-CE 2017 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 115 ANEXO 04 – EXEMPLO DE DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a DEUS, por ter me ajudado na caminhada, dando-me sabedoria e discernimento. Aos meus pais que são minha base na vida. A minha irmã querida. Aos mestres. E a todos meus amigos que de modo especial me ajudaram. 116 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ANEXO 05 - EXEMPLO DE AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado o dom da sabedoria e do conhecimento para desenvolver esse projeto, pela força nas noites em cla- ro me dedicando ao seu desenvolvimento, em seguida aos meus pais pelo apoio, incentivo e educação que foram primordiais na minha vida pessoal e acadêmica, a minha irmã que me influenciou e aconselhou a investir na minha educação, aos meus professores que contribuíram de forma direta na minha aprendizagem, a coordenadora do curso de administração XXXX pela dedicação para conosco, em especial a orientadora XXXXXXX pela dedica- ção e paciência para comigo, esclarecendo minhas dúvidas durante todo o meu projeto,aos meus amigos que me deram força nas horas de fraqueza e me apoiaram nos momentos difíceis para continuar a caminhada. A empresa XXXX, que me recebeu colaborou com as informações concretas baseadas na vivência cotidiana, aos meus amigos de sala que trocaram informações e lições de vida durante esses anos de convivência. A todos, MUITO OBRIGADO! METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 117 ANEXO 06 – EXEMPLO DE LISTA DE ILUSTRAÇÃO LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 01: Peças de Barro ....................................................................................... 33 Figura 02: Centro Histórico de Cascavel ..................................................................35 Figura 03: Águas Belas .............................................................................................37 Figura 04: Peças Coloridas .......................................................................................38 Figura 05: Acabamento das Peças ...........................................................................39 Figura 06: Cozimento das Peças ..............................................................................39 Figura 07: Máquina de Preparo do Barro .................................................................41 Figura 08: Peças de Decoração ...............................................................................42 Figura 09: Instrumentos Musicais Feitos com Barro .................................................46 Figura 10: Tambores Musicais Feitos com Barro .....................................................47 118 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ANEXO 07 – EXEMPLO DE SUMÁRIO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2 CONCEITOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ...................................... 2.1 Aplicabilidade eficiente ....................................................................................... 2.2 Sustentabilidade no turismo .............................................................................. 2.2.1 A utopia do turismo sustentável ......................................................................... 2.3 Impactos ambientais ........................................................................................... 3 CAMINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO .......................................................... 3.1 A história de guaramiranga ................................................................................ 3.2 Guaramiranga e seus atrativos .......................................................................... 3.3 A cultura local ...................................................................................................... 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... APÊNDICE .................................................................................................................. ANEXOS ..................................................................................................................... METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 119 REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE O MÉTODO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS NA ATUALIDADE: PESQUISA DE CAMPO. Jasson Matias Pedrosa Todavia, a existência real e as formas fenomênicas da realidade – que se reproduzem imediatamente na mente daqueles que reali- zam uma determinada práxis histórica, como conjunto de represen- tações ou categorias do pensamento comum (que apenas por há- bito bárbaro são consideradas conceitos) – são diferentes e muitas vezes absolutamente contraditórias com a lei do fenômeno, com a estrutura da coisa e, portanto, com o seu núcleo interno essencial e o seu conceito correspondente. Karel Kosik. Resumo Este artigo tem por pretensão analisar uma prática específica utilizada nos estudos das Ciências Sociais. Trata-se do momento específico da saída da teoria e o encontro com a prática, com o campo de estudos pré-definido. É o momento em que se sai para o campo de pesquisas com o objetivo de descobrir a veracidade ou não da teoria desenvolvida antecipadamente. Aborda também a necessidade da distância, que deve se estabelecer entre pesquisador e o objeto de pesquisa, alguns problemas pontuais dentro deste contexto e alguns desafios que se apresentam na pesquisa, quando ela se dá no campo. Trata-se de uma análise acerca de apontamentos etnográficos de pesquisa, desenvolvidos por Clifford Geertz. Palavras-chave: Pesquisa, coleta de dados, cultura, ciências sociais. Material complementar 120 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ABSTRACT This article has the intention to consider a specific practice used in studies of Social Sciences. This is the specific time of exit from the encounter with theory and practice, to the field of pre-defined studies. It is the time that goes into the field of research in order to discover the truth or otherwise of the theory developed in advance. Also addresses the need for distance, which should exist between the researcher and the research object, some occasional problems within this context and some challenges that are presented in the survey, when it occurs in the field. This is a review about ethnographic research notes, developed by Clifford Geertz. Keywords: Research, data collection, culture, social sciences. 1. introdução A concentração nas obras literárias de autores pré-selecionados como a saída em campo para a coleta de dados, no seio mesmo de determinado povo, cultura ou região, corresponde atualmente a algumas das práticas mais comuns adotadas entre aqueles que pretendem desenvolver alguma discussão de cunho científico dentro das chamadas “ciências sociais”. Após o objeto de estudo amplamente delimitado, as idéias e noções são esquadrinhadas. As observações dos autores são pertinentes para o desenvolvi- mento de um pensamento com teor de cientificidade. Suas idéias são comentadas, citadas e passam por uma espécie de processo reflexivo denso. Muitas de suas experiências e noções são satisfatórias para tirarmos nossas conclusões teóricas. Seus dados são importantes ao objeto em questão e relevantes para uma maior problematização. Quando o objeto delimitado de estudos permite ou exige um contato com o universo da pesquisa, as idéias dos autores compartilham importância e relevân- cia com a necessidade de se sair em campo e buscar a comprovação de teorias diversificadas na prática. Nesse momento, abre-se para o pesquisador um novo horizonte metodológico de práticas, onde o distanciamento da cultura local repre- METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 121 senta um dos principais itens de bagagem. Este artigo vai se dirigir a este momento ou modalidade de pesquisa cientifica social, algumas das modalidades utilizadas, problemas enfrentados e características gerais a cerca do trabalho de pesquisa desenvolvido no campo. 2. Fundamentação teórica Diferentes povos possuem olhares, conceitos e imagens diversificados e complexos de culturas diferenciadas das suas. Mas encontrar um método capaz de atingir a compreensão exata das diversificações que envolvem o universo cultural em nosso globo, de maneira soberana, é uma dificuldade impossível de encontrar solução. Mas de todas as metodologias já existentes e utilizadas atualmente, o trabalho de campo etnográfico apresenta-se como possuidor de potenciais possi- bilidades. Assim que afirma James Clifford: A observação participante serve como uma fórmula para o contí- nuo vaivém entre o “interior” e o “exterior” dos acontecimentos: de um lado, captando o sentido de ocorrências e gestos específicos, através da empatia; de outro, dá um passo atrás, para situar esses significados em contextos mais amplos. Acontecimentos singula- res, assim, adquirem uma significação mais profunda ou mais geral, regras estruturas,e assim por diante. Entendida de modo literal, a observação participante é uma fórmula paradoxal e enganosa, mas pode ser considerada seriamente se reformulada em termos her- menêuticos, como uma dialética entre experiência e interpretação (CLIFFORD, 1998, p. 33-34). A observação participante é uma modalidade de captação de informações e dados, onde o pesquisador se aventura no processo difícil de situar-se no seio de uma cultura diversificada da sua de origem. Ao mesmo tempo em que estimula situações, adentra universos de atividades diferentes, observa, escuta e arquiva todos os dados que julgar pertinentes. Mas a observação de si mesmo é importan- te. Não se pode colocar o referencial cultural próprio e adquirido socialmente no lugar do dado colhido em campo, como nos fala Geertz, que estarei comentando mais adiante. 122 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA O material arquivado geralmente se destina ao entendimento da cultura estu- dada em proporções maiores. Um quebra-cabeça é vagarosamente montado no sen- tido de se concluir algo de pertinente e verossímil. Outro perigo se apresenta neste momento: não se pode dar um andamento ou uma direção proposital, dar um sentido predeterminado às conclusões. O que se espera do pesquisador em campo é que ele tenha não somente a responsabilidade de captar os fatos utilizando da alteridade e do distanciamento ao mesmo tempo, que utilize da ciência através dos autores para dar fundamentação à sua tese, mas que os dados colhidos sejam realmente e necessariamente provindos da cultura local pesquisada. Sejam nativos. Por essas e outras que James nos alerta para o caráter paradoxal da observação participante. Uma outra rua escura se apresenta ao pesquisador etnográfico: quando James se refere á experiência e interpretação, o que podemos esperar de uma dialética entre essas duas instancias não somente humanas? É problemático tra- tarmos não somente da veracidade, como também da complexidade dos dados trazidos de culturas nativas ou de grupos urbanos específicos, como comunidades carentes geograficamente localizadas e culturalmente diversificadas, quando os parâmetros norteadores da pesquisa ficam totalmente dependentes da capacidade experiencial e interpretativa de um ser humano distinto e socialmente localizado na sociedade. Este mesmo ser esteve e se aprofundou no universo pesquisado, apresentando sua versão e sua interpretação a partir de suas conclusões interpre- tativas. Mas, um outro pesquisador poderia se inserir vagarosamente na mesma situação de imersão e nos oferecer dados totalmente diversificados ou mesmo contrários de seu predecessor. Sobre isso, James afirma que: Certamente é difícil dizer muita coisa a respeito de “experiência”. Assim como “intuição”, ela é algo que alguém tem ou não tem, e sua invocação frequentemente cheira a mistificação. (CLIFFORD, 1998, p. 35). Sem querer me ater demoradamente em tal discussão, necessário se tor- na um cuidado todo especial com tais informações. Importante seria na realidade o contato com o universo em questão. A imersão, assim como as conclusões e as experiências são muito pessoais. Mesmo norteado por parâmetros empíricos, muito do pesquisador se destaca em suas conclusões finais. Talvez uma entrevista com METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 123 um personagem local e uma entrevista mesmo com o pesquisador, após uma análise atenta dos dados etnográficos, poderia oferecer uma determinada comprovação ou mesmo a certeza da direção correta das conclusões à cerca dos resultados obtidos na pesquisa. Em tudo deve aparecer a ética e a imparcialidade no sentido de desco- bertas que se dirijam ao entendimento da condição humana como tal. Clifford Geertz, sobre a descrição etnográfica nos diz que: (...) é extremamente “densa”. (...) o que chamamos de nossos da- dos são realmente nossa própria construção das construções de outras pessoas. (...) a maior parte do que precisamos para com- preender um acontecimento particular, um ritual, um costume, uma idéia, ou o que quer que seja está insinuado como informação de fundo antes da coisa em si mesma ser examinada diretamente. (GEERTZ, 1989: 19). Essa densidade de que fala Geertz, dentre outras coisas, envolve a ex- periência e a interpretação de que falávamos. O objetivo traçado realmente é a construção de um entendimento sobre uma determinada cultura que julgamos saber pouco ou nada, ou que julgamos saber algo incorreto ou incompleto. Mas essa construção na realidade já se encontra acabada desde muito tempo e o que o trabalho etnográfico busca na realidade é uma espécie de reconstrução consideravelmente verdadeira e reveladora das bases dessa mesma cultura. O que buscamos está revelado na imediaticidade dos fatos, mas por não estarmos inseridos e não sermos participantes originais, não compreendemos amplamen- te. E é justamente o trabalho de compreensão que se torna complexo, denso, porém necessariamente relacionado à experiência e à atividade interpretativa. Geertz nos aponta um caminho a percorrer na direção desta espécie de reconstrução social nativa em que se baseia a atividade etnográfica. Ele nos diz: A análise é, portanto, escolher entre as estruturas de significa- ção e determinar a sua base social e sua importância. (GEERTZ, 1989, p. 20). 124 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Estabelecer contato e entendimento com os diversificados universos possui- dores de conteúdo significativo de uma cultura e a partir disto, estabelecer a relevân- cia social de cada uma. Dentre todos os parâmetros de significação encontrados, escolher aquele que mais se aproxima do objetivo da análise etnográfica, a partir de sua importância para a cultura nativa. É sem dúvida um interessante caminho. A sensibilidade do pesquisador no momento em que se debruça diante de significações culturais distintas é importante no momento em que vai estabelecer hierarquias. Mas, muitas vezes, mesmo a alteridade desenvolvida e um processo de imersão no interior da coletividade nativa não é suficiente para a produção de dados concretos e verda- deiros. Geertz nos aponta então para buscarmos a normalidade: Compreender a cultura de um povo expõe sua normalidade, sem reduzir sua particularidade. Isso os torna acessíveis. Colocá-los no quadro de suas próprias banalidades dissolve sua opacidade. (GE- ERTZ, 1989, p. 24). Ora, a pesquisa científica além do microscópio crítico, tem muito de sub- jetividade do pesquisador em prática. Quando distingue o momento de usar o microscópio analítico e a observação meramente participativa de sondagem, pode perceber resultados significativos de ambos os instrumentos. Mas a nor- malidade de um povo requer, dentre outras coisas, sensibilidade. Atentar para a cotidianidade, por exemplo, pode mostrar o caráter trivial sem reduzir ou desprezar o aspecto particular. Quando se descobre o trivial, o banal de uma cultura, ela se apresenta, não mais como um espécime de laboratório inerte, mas como uma realidade humana distinta como todas as demais. Adentrar nos demais universos que constituem a cultura em questão pode ser o resultado natural desse processo. Geertz nos alerta para estarmos mais atentos para o comportamento das pessoas. Ele nos afirma: Deve atentar-se para o comportamento, e com exatidão, pois é atra- vés do fluxo do comportamento – ou mais precisamente, da ação social – que as formas culturais encontram articulação. Elas encon- tram-na também, certamente, em várias espécies de artefatos e vários estados de consciência. Todavia, nestes casos o significado emerge do papel que desempenham no padrão de vida decorrente, não de quaisquer relações intrínsecas. (GEERTZ, 1989, p. 27). METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 125 Comportamento, em linhas gerais, representa todas as manifestações do ser humano referente aos seus semelhantes, a ele mesmo e ao mundo que o rodeia. Foi exatamente deste último que adquiriu todas as capacidades com- portamentais, através da inserção cultural.Todas as idiossincrasias, pensa- mentos e maneiras de comunicação e expressão constituem o comportamento. Analisando tais parâmetros, dentre outros, o pesquisador adquire condições de conhecer a cultura, porque estes são controlados, delimitados e mesmo sus- tentados por aquela. A cultura sustenta todas as expressões comportamentais humanas e lhes dá significação social. Mesmo a consciência faz parte deste universo de criação. Ela é a mônada individual implantada no cerne de cada um de nós responsável pela ação da cultura, externa e anterior a nós, em nosso interior. Mas Geertz afirma ainda que o importante. Igualmente, é a verificação do papel social desempenhado pelo comportamento. Parece haver aqui uma relação de importância que delimitou anteriormente referindo-se às estruturas de significação, comentadas anteriormente. Mas o que vai validar oficialmente uma descrição cultural? Sua profun- didade, veracidade, originalidade? Geertz não nos oferece uma resposta final, mas nos afirma que a coerência não deve possuir tal papel validador: Outra implicação é que a coerência não pode ser o principal teste de validade de uma descrição cultural. Os sistemas culturais tem que ter um grau mínimo de coerência, do contrário não os chamarí- amos sistemas, e através da observação vemos que normalmente eles tem muito mais do que isso. (...) A força de nossas interpreta- ções não pode repousar na rigidez com que ela se mantém ou na segurança com que são argumentadas. (GEERTZ, 1989, p. 28). A coerência faz parte dos padrões de análise que os pesquisadores geral- mente buscam em suas pesquisas. Ora, sem um grau de coerência mínimo, não se encontraria sentido nas manifestações culturais, nem em suas representações sociais, através das diversas modalidades comportamentais. Mas este parâmetro não pode ser utilizado como referencia única no que se refere à compreensão de uma cultura qualquer. Muitos de nossos comportamentos, julgamentos, decisões, obrigações e construções inconscientes carecem de algo coerente, o que não os descaracteriza como sociais e culturais. A coerência força uma rigidez empírica que pode direcionar a argumentação para algo quantitativo em demasia. O poder 126 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA das interpretações deve residir, também, na originalidade dos padrões de signi- ficação e essa originalidade muitas vezes se distancia de sistematizações mais objetivadas e coerentes de entendimento. Análise cultural é intrinsecamente incompleta e, o que é pior, quan- to mais profunda, menos completa. È uma ciência estranha, cujas afirmativas mais marcantes são as que tem base mais trêmula, na qual chegar a qualquer lugar com um assunto enfocado é intensifi- car a suspeita, a sua própria e a dos outros, de que vice não o está encarando de maneira correta. (GEERTZ, 1989, p. 39). 3. Considerações finais Interessante o paradoxo intrínseco à análise cultural: por mais comple- xa ou completa, mais original ou sistemática que seja sempre será incompleta. Quando se afirma com ar de autoridade e certeza absolutas, mais poderemos perceber erros, deformidades e mistificações. Parece que nunca se pode chegar à complexidade de uma cultura, apresentar as suas características mais intrínse- cas, seus pontos de vista mais subjetivos, suas nuances mais originais. Como se no momento mesmo em que o pesquisador desbrava um mundo completamente novo, suas conclusões não passassem de algo já de há muito tempo conhecido por todos e por isso mesmo, banal e sem importância. Será aqui o mito do escla- recimento presente, onde nada mais é novo sob o sol e tudo se apresenta como sendo cópia de algo já existente? Contradição de algo que seria ela mesma e outra diferente dela, idêntica e não idêntica. O positivismo seria o maior tabu da atualidade? Talvez. Referências GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Editora Guanabara: Rio de Ja- neiro, 1989. JAMES, Clifford. A Experiência Etnográfica. Editora UFRJ: Rio de Janeiro, 1998. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 127 ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Anotações: 128 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ___________________________________________________________ ___________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Anotações: Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r w w w .U ni AT EN EU .e du .b r Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha,Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Messejana, Fortaleza – CE CEP: 60871-170, Brasil Telefone (85) 3033.5199 Rua Coletor Antônio Gadelha, Nº 621 Telefone (85) 3033.5199 E-Book de METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA_2018.2 3ª edição