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Geoplolitica da Europa

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Índice
Introdução	1
Análise Geopolítica da Europa	3
A revolução Industrial e expansionismo colonial Europeu	4
A 1ª guerra Mundial e as transformações do mapa político da Europa	5
O Eixo Roma-Berlim e a II Guerra Mundial	6
O Papel Das Instituições Internacionais- a criação da ONU	8
A Segunda Ordem Mundial e Queda do Muro de Berlim	9
A nova ordem Mundial Internacional	11
Integração Económica- A criação da União Europeia	12
Guerras e Conflitos Ético- religiosos nacionais na Europa	13
Desintegração da iugoslávia	15
Factor recursos naturais Europeus	15
A Geopolítica da Europa nos dias actuais	16
Conclusão	18
Referências Bibliográficas	18
 
Introdução 
A Europa ao longo dos anos foi um continente que sofreu dramáticas mudanças. As grandes paisagens históricas reflectiram o passado de pessoas e ideias que tinham uma verdadeira preocupação na modernização do mundo: todas essas razões formaram a essência de um continente politicamente e economicamente fragmentado. Uma nova Era de revolução foi despertada na Europa: A destruição e reconstrução de uma velha ordem, o outro com a construção de algo inteiramente novo. 
“A União Europeia, desde o seu modesto começo em 1957, tornou-se uma instituição poderosa desafiadora de uma estrutura estabelecida de Estado-nação, características de uma Europa histórica e uma imagem internacional do continente como continente poderoso economicamente mas desesperadamente fragmentado.” (McDonald, 2009, p. 3)
Os primeiros anos do século XXI foram críticos para a União e a Europa tomou medidas decisivas para atingir um grau de integração que lhe permitiam recapturar a sua posição histórica como o motor da economia mundial e o árbitro de ordem política. 
A partir destes dois grandes acontecimentos e da sua interacção, houve um certo fluxo de alterações significativas nas realidades e ideias dos europeus.
É nexte contexto, que o presente trabalho de pesquisa com o tema: Análise Geopolitica da Europa, tem como objectivo Geral: Analisar os factores geopoliticos da Europa. Por conseguinte, , tem como objectivos específicos: Identificar as principais transformações geopolíticas da Europa; Apontar os factores geopolíticos da Europa; Comparar os factores geopolíticos nas diferentes ordens mundiais.
A pesquisa torna-se relevante na medida em que nos permite reunir bases para a sustentação e analogia das acções políticas da Europa actual, e do mundo, entendendo as implicações da conjuntura internacional para o nosso país. Esta produção científica apoiou-se de obras de Adriano Moreira, Carlos Manuel M. Dias, António M. Bessa, entre outros artigos bibliográficos relacionados. 
No que respeita a estrutura, o trabalho esta divido em três partes: A introdução onde faz-se a apresentação do tema, dos objectivos e a justificativa; A seguir no primeiro capítulo, encontramos a contextualização do tema. A segunda parte é o desenvolvimento, que inclui a fundamentação teórica do tema, e por último a conclusão e referências bibliográficas e por último a terceira parte respeitante a conclusão da pesquisa e as respectivas referências bibliográficas. 
Análise Geopolítica da Europa
Generalidades
A europa é por convenção, um dos seis continentes do mundo. Compreendendo a península ocidental da Eurásia, a Europa geralmente divide-se da Asia a leste pela divisória de águas dos montes Urais, o rio Ural, o mar Cáspio, o Cáucaso, e o mar Negro a sudeste. A Europa é limitada pelo oceano Glacial Árctico e outros corpos de água no norte, pelo oceano Atlântico a oeste, pelo mar Mediterrâneo ao sul, e pelo mar Negro e por vias navegáveis interligadas ao sudeste. No entanto, as fronteiras para a Europa, um conceito que remonta à Antiguidade clássica, são um tanto arbitrárias, visto que o termo "Europa" pode referir-se a uma distinção cultural e política ou geográfica.
A Europa é o segundo menor continente em superfície do mundo, cobrindo cerca de 10.180 000 km² ou 2% da superfície da Terra e cerca de 6,8% da área acima do nível do mar. Dos cerca de 50 países da Europa, a Rússia é o maior tanto em área quanto em população (sendo que a Rússia se estende por dois continentes, a Europa e a Ásia) e o Vaticano é o menor. A Europa é o quarto continente mais populoso do mundo, após a Ásia, a África e a América, com 740 milhões de habitantes em 2015, cerca de 11% da população mundial naquele ano, isto é, a cada 100 pessoas no mundo neste período, 11 viviam no continente. No entanto, de acordo com a Organização das Nações Unidas (estimativa média), o peso europeu pode cair para cerca de 7% em 2050. Em 1900, por exemplo, a população europeia representava 25% da população mundial (ou seja, a cada 4 habitantes do mundo naquele ano, 1 vivia dentro dos limites do continente).
A Europa, nomeadamente a Grécia Antiga, é considerada o berço da cultura ocidental. Tendo desempenhado um papel preponderante na cena mundial a partir do século XVI, especialmente após o início do colonialismo.
Entre os séculos XVI e XX, as nações europeias controlaram em vários momentos as Américas, a maior parte da África, a Oceânia e grande parte da Ásia. Ambas as guerras mundiais foram em grande parte centradas na Europa, sendo considerado como o principal factor para um declínio do domínio da Europa Ocidental na política e economia mundial a partir de meados do século XX, com os Estados Unidos e a União Soviética ganhando maior protagonismo. Durante a Guerra Fria, a Europa estava dividida politicamente ao longo da Cortina de Ferro entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte, a oeste, e o Pacto de Varsóvia, a leste. A vontade de evitar outra guerra acelerou o processo de integração europeia e levou à formação do Conselho Europeu e da União Europeia na Europa Ocidental, os quais, desde a queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética em 1991, têm vindo a expandir-se para o leste. A moeda da maior parte dos países da União Europeia, o Euro, é mais comummente usada por europeus. 
A revolução Industrial e expansionismo colonial Europeu (a primeira ordem Mundial)
No final da segunda metade do séc. XIX e nos inícios do séc. XX assistiu-se a um acelerado processo de industrialização e a um grande desenvolvimento da economia capitalista. Estes factos reflectiram-se na política internacional europeia e além-mar; com efeito, reflectiu-se na emergência de novas potências industrializadas na Europa, na América e no Extremo Oriente ou seja na Alemanha, na França, na Bélgica, nos EUA e no Japão respectivamente. Por exemplo, nos primeiros anos do século XX, a Alemanha e o Japão desenvolveram a sua industrialização a ponto de se tornarem altamente competitivos nos mercados internacionais, e, desta forma, passarem a ocupar lugar de destaque entre as grandes potências imperialistas do Mundo. Rodrigues (2007, p.30) 
Desta forma, como resultado da Revolução Industrial, vários países da Europa Ocidental enveredaram por uma política expansionista e de concorrência sem precedentes justificada pela crescente necessidade de importação de matérias-primas e a manutenção de novos mercados. Neste processo imperialista alguns países como Alemanha e a Itália ficaram em desvantagem, especificamente na partilha da Ásia e da África.
Portanto, como referido anteriormente, estes aspectos provocaram uma concorrência desenfreada entre as potências capitalistas europeias que se degladiavam entre si pela ocupação do chamado "espaço vital" e dos chamados "espaços brancos do planeta" criando focos de tensão no panorama internacional. 
Em suma, pode-se concluir que o imperialismo foi de certa forma um dos principais factores da I Guerra Mundial. 
Figura 1: Europa entre 1914 a 1918, fonte Atlas Geopolítico 1996.
A 1ª guerra Mundial e as transformações do mapa político da Europa
“Os limites entre os países da Europa são o resultado de duas guerras mundiais, conflitos e tratados. As nações mais poderosas da Europa percorreram uma trajectória marcada por disputas de territórios nos últimos 150 anos.” Prf. Helbert Galeno
A primeira guerra estende-se de 1914 a 1918, período em queterritórios europeus, africanos e asiáticos tornam-se campos de batalha.
De um lado a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, o Império Austro-Húngaro e a Itália; e A Tríplice Entende, formada pela Inglaterra, França e Rússia.
 No dia 28 de Junho de 1914 com o assassinado, em Sarajevo, capital da Bósnia, o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando; a Áustria declara guerra à Sérvia, que recebe o apoio da Rússia; a Áustria recebe apoio da Alemanha, que declara guerra a França; o incêndio se alastrou desencadeando o choque entre a Tríplice Aliança e a Tríplice Entende.
O que seria uma guerra rápida, durou quatro anos. Em 1917, os alemães iniciam a guerra submarina, atacando navios americanos. Os Estados Unidos entram na guerra aliados à Tríplice Entende, alterando, assim, o equilíbrio europeu. A Rússia sai da guerra por não ter condições de prosseguir contra a Alemanha; em 1918 a guerra termina; os alemães assinam a rendição e vários tratados de paz são assinados; o mais importante foi o Tratado de Versalhes que preconizava algumas cláusulas territoriais, militares e económicas obrigando a Alemanha a pagar pesadas indemnizações, determina o desmembramento de seu império colonial e a perda de territórios no continente europeu como é o caso do reconhecimento da independência da Checoslováquia e da Polónia.
A guerra trouxe novas transformações no mapa político da Europa como pode ser visualizado na ilustração abaixo. Surgem novos países; outros conseguem independência como a Hungria e a Polónia; no Oriente Médio o Império Turco passou a ser protegido pela Inglaterra e França. https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/26/primeira-guerra
Terminada a guerra, a Europa não conseguiu a paz duradoura para ela e para o mundo.
O Eixo Roma-Berlim e a II Guerra Mundial
(Schmitt, 1952, p.74). “Toda a mudança ou grande variação da imagem da terra está unida a mudanças políticas universais, a uma distribuição de globos, a uma nova conquista de territórios”. 
E por ai, surge uma nova guerra que trouxe também inúmeras transformações no mapa político da Europa. 
A Segunda Guerra Mundial veio como um desdobramento da Primeira. Como a Alemanha tinha dificuldades de reencontrar o caminho do desenvolvimento económico e a paz social, levou a população a uma insatisfação, devido à instabilidade e esta é envolvida por líderes exaltados e com soluções extremistas.
Objectivando a expansão territorial, o governo Fascista italiano se juntou ao governo Nazista alemão formando a união conhecida como Eixo Berlim-Roma, que preocupou as demais nações pelas sucessivas invasões territoriais.
Na Asia o Japão encontrou dificuldades em sua política expansionista frente as intervenções dos países europeus, facto que o aproximou da Alemanha surgindo então, o Eixo Roma-Berlim-Tóquio.
Um conflito desta magnitude não começa sem importantes motivos. Podemos afirmar que vários motivos influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente espalhou-se pela África e Asia.
Um dos mais importantes motivos foi o surgimento na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes objectivos militares e expansionistas. Na Alemanha o Nazismo liderado por Hitler quebrando o Tratado de Versalhes, e reconquistando os territórios perdidos na 1ª guerra mundial. Na Itália o Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini que se tornou Duque da Itália com poderes sem Limites. Nota-se claramente que o factor ideologias agitou o mundo Europeu.
Enquanto a França e a Inglaterra consideravam o movimento Socialista da URSS como grande inimigo do Capitalismo ocidental, Hitler montava estratégias de ocupação. Em 1938, a Áustria foi anexada a Alemanha, em Março de 1939 a Thecoslovaquia. Com a invasão do território polonês em Setembro, a Inglaterra declarou guerra a Alemanha, iniciando o Segundo conflito mundial.
Quase toda a Europa se curva à autoridade de Hitler. O norte da África cai em poder da Alemanha com o apoio da Itália; o Egipto fica ameaçado; os ingleses perdem todo o norte da África. A Alemanha consegue manter os territórios ocupados até 1942, mas já começa a enfrentar resistências. Os aliados tomam o norte da África e iniciam a invasão da Europa.
Hitler joga com a sua sorte, rompe o tratado e investe contra a Rússia; a derrota começa a ser desenhada no inverno contra a ofensiva soviética; a retirada alemã tornou-se irreversível; nos últimos meses de guerra as forças soviéticas expulsaram os alemães de todo o Leste Europeu enquanto os norte-americanos e britânicos tinham dificuldades para transpor o rio Reno.
Os aliados entram em Berlim; Hitler suicida-se; os alemães se rendem Incondicionalmente em 1945; o governo dos Estados Unidos deu um ultimato ao Japão exigindo a sua rendição; o Japão resiste e rejeita o ultimato; os Estados Unidos tomam uma das decisões mas discutidas no século XX, através do presidente Truman e que apressam seu término, lançando duas bombas atómicas, uma sobre “Hiroshima”, de urânio; e a outra de plutónio, em Nagasaki. Diante da destruição, os japoneses assinaram a rendição. De 1945 a 1952, o território japonês permaneceu sob a ocupação americana.
Terminada a guerra, os países europeus estavam falidos, suas cidades destruídas e a produção industrial e agrícola totalmente desorganizada. Após a Segunda Guerra Mundial, a lista das grandes potências não era a mesma. Oficialmente, as grandes potências mundiais eram cinco: Estados Unidos, União Soviética, Inglaterra, França e China.
 
 Figura 2: Fonte: Geografia. Elian Alabi Lucci. 1997. p.31.
Neste período, surgem vários tratados propondo a desmilitarização e divisão da Alemanha, ficando mais tarde uma Alemanha dividida: A RFA (República federal alemã) - Sector Americano do bloco Capitalista e RDA (República Democrática alemã) - sector soviético do bloco socialista.
O Papel Das Instituições Internacionais- a criação da ONU
Os Estados Unidos e a União Soviética preparam-se para organizar o mundo sob suas hegemonias, mas formando dois mundos antagónicos. Ao lado da solidariedade, começam a surgir as primeiras divergências e hostilidades entre os países que se aliaram para derrotar as forças do “Eixo” (Alemanha, Japão e Itália).
As divergências se exprimem por dois factos de iniciativas das nações aliadas:
· A criação da Organização das Nações Unidas - ONU;
· O julgamento em tribunal de chefes nazistas, considerados criminosos de guerra.
A Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu com a Conferência de São Francisco, em 1945, em substituição à Liga das Nações, criada após a Primeira Guerra, quando 51 nações assinaram a Carta das Nações Unidas.
A URSS preocupava-se em expandir o sistema socialista para outros países com o objectivo de garantir novas conquistas internas; por outro lado, os EUA preocupavam-se em manter seus mercados compradores e o sistema capitalista mundial que lideravam. Outro meio que os EUA encontraram para deter na Europa a expansão do socialismo, foi aprovar um plano de recuperação da economia europeia - o Plano Marshall. Para administrar e distribuir a ajuda, foi criada a Organização Europeia de Cooperação Desenvolvimento económico (OECE) e que mais tarde passou a se chamar Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Como os soviéticos não aceitaram o Plano Marshall, tiveram que elaborar para o bloco oriental, um sistema de cooperação económica que integrasse todo os países comunistas
Sob sua liderança o COMECON (Conselho de Assistência Económica Mútua). Ao mesmo tempo em que se organizam em tornos dos planos económicos, também se fortalecem as cooperações militares. Do lado Ocidental criam um sistema geral de alianças defensivas no oeste europeu a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). No lado leste, a União Soviética e seus aliadosprocuram fazer um tratado que fosse equivalente à OTAN, conhecido como o Pacto de Varsóvia (Assistência Mútua da Europa Oriental). A ONU, na realidade, vem ficando desprestigiada desde o período da Guerra Fria.
Nesse período, todas as decisões que tomava contrariava os interesses das duas superpotências. Quem se sentia prejudicada, vetava a resolução tomada pelo órgão. E, nos últimos tempos, esse desprestígio vem fazendo com que ela deixe de cumprir as suas principais missões. Em razão disso, os Estados Unidos vêm tomando as decisões sozinho, contrariando qualquer posição tomada pela entidade e isso vem reduzindo ainda mais o prestígio e a legitimidade da ONU.
A Segunda Ordem Mundial e Queda do Muro de Berlim
Os anos que se seguem após a Segunda Guerra Mundial são marcados pela divisão do mundo em dois blocos contrários e hostis. De um lado os Estados Unidos, liderando o bloco de países, com o modo de produção capitalista e, do outro lado, a União Soviética, liderando os países com o modo de produção socialista dando origem à bipolarização do mundo. A Europa, era a referência para essa divisão e a linha que limitava os sistemas foi chamada de cortina de ferro, que dividia a Alemanha em Ocidental (capitalista) e Alemanha Oriental (socialista) pelo Muro de Berlim. Era o conflito Leste X Oeste (ver ilustração seguinte).
 
 Figura 3: Fonte: Geografia. Série Parâmetros de Eustáquio de Sene 2002, p.219
Este período ficou conhecido como Guerra fria pois se constituía como uma guerra não-declarada.
A Guerra Fria é o período em que a ordem mundial foi mantida pela tensão entre duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética, que procuravam expandir suas áreas de influência nas diferentes regiões do planeta. É por isto que podemos dizer que o período da Guerra Fria apresentava uma ordem mundial bipolar. (UNESP 2012, p.35)
 
 Figura 4: O mundo bipolar: 1945 a 1991. Fonte: (UNESP 2012, p.35)
Este período foi caracterizado por uma corrida armamentista e a competição pela tecnologia espacial entre EUA e a União Soviética. As duas potências procuravam produzir cada vez mais armamentos de destruição em massa, como forma de ameaçar e intimidar o inimigo. 
A guerra fria não foi uma guerra propriamente dita, mas uma guerra de carácter tecnológico, ideológico e cultural. Nesse sentido, pode-se reflectir que a Guerra Fria não deflagrou em conflito mundial porque impôs uma nova forma de paz: a paz do medo.
Os países que adoptaram o regime socialista obtiveram grandes conquistas na área social, mas, em termos de produção económica, permaneceram muito atrás dos países capitalistas. Os investimentos em infra-estrutura e em indústria de base permitiram grande crescimento económico, mas as estruturas burocráticas, o excessivo controlo do Estado, o regime de partido único, os privilégios da classe dirigente, a corrupção, a falta de motivação, a anulação da liberdade individual dos cidadãos comuns e a falta de perspectiva colectiva limitaram o desenvolvimento. A partir da década de 80, diversos protestos e contestações fizeram mudar as estruturas organizacionais. Teve início uma onda de reformas políticas, sociais e económicas, na tentativa de superar o atraso económico e tecnológico socialista.
No período de transição, o processo de desestatização e de liberação económica, dá origem a sérios problemas como: inflação, recessão, desemprego e crescimento da marginalidade e criminalidade. Tudo isso contribuiu para o colapso do socialismo.
Por outro lado, assinalou a decadência geopolítica da Europa dentro e fora do continente com a repartição em zonas de influências, e fora com a descolonização de áreas coloniais da Ásia e da África. A Guerra Fria estendeu-se até a queda do Muro de Berlim em 1989; a reunificação da Alemanha em 1990; a dissolução do Pacto de Varsóvia em 1991; e a dissolução do Império soviético em 1991. Com a desintegração geopolítica e territorial da URSS e a queda do Muro de Berlim, teve fim a Guerra Fria e o sistema bipolar que imperou no mundo por quase cinquenta anos.
 
 Figura 5:Fonte: Geografia. Elian Alabi Lucci, 1997. p.49
A nova ordem Mundial Internacional
A actual ordem internacional, nascida com a ruína da bipolaridade, que foi o mundo da Guerra Fria e das duas superpotências, que existiu de 1945 até 1989, ainda existem inúmeras controvérsias e costuma ser definida ora como multipolar (por alguns, provavelmente a maioria dos especialistas), ora como monopolar (por outros) ou ainda como uni-multipolar (por HUNTINGTON). (Geografia política)
Aqueles que advogam a mono ou unipolaridade argumentam que existe uma única superpotência militar - os Estados Unidos, e que a sua hegemonia planetária é incontestável após o final da União Soviética. E aqueles que defendem a ideia de uma multipolaridade não enfatizam tanto o poderio militar e, sim, o económico, que consideram como o mais importante nos dias atuais. Eles sustentam que a União Europeia já é uma potência económica tão ou até mais importante que os EUA, que continua a se expandir e que tanto o Japão quanto a China, considerada a economia que mais cresce no mundo desde os anos 1990, também são economias importantíssimas a nível planetário. Além disso, a Rússia ainda é uma superpotência militar, apesar de sua economia fragilizada; a China vem modernizando rapidamente o seu poderio militar; e as forças armadas da Europa, em especial as da Alemanha, França, Itália e Reino Unido, tendem a se unificar com o desenrolar da integração continental. 
A nova ordem mundial foi deflagrada pelas disparidades tecnológica e económica entre o mundo capitalista e socialista durante a Guerra Fria.
A queda do Muro de Berlim, para alguns autores, é o marco inicial da nova ordem, por que não só pôs abaixo um marco de divisão material, como também rompeu com o maior símbolo da Guerra Fria: a bipolaridade ideológica.
Integração Económica- A criação da União Europeia
Com o crescimento do mercado pós-Segunda Guerra Mundial, vários países começaram a se unir formando grandes organizações geopolíticas e económicas constituindo blocos económicos regionais de diversos tipos de integração: as zonas de livre comércio (redução ou eliminação das tarifas alfandegárias); as uniões aduaneiras (abertura de mercados internos entre os países membros com o mercado externo); e o mercado comum (livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capitais).
Diante da fragilidade de concorrer com os Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial os países europeus começaram a formar uma série de alianças, com o objectivo de reestruturar, fortalecer e garantir a competitividade de suas economias. Várias associações económicas foram sendo criadas na Europa: 
· BENELUX (1944) - formado pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo, formaram um único mercado integrando a economia;
· A CECA (1952) – formada por seis países europeus, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Alemanha e Itália. A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, tinha como objectivo estabelecer um mercado siderúrgico comum, restruturando e acelerando o desenvolvimento da indústria de base.
· A CEE (1957) – os países membros da CECA ampliaram seus objetivos e criaram uma aliança económica mais eficiente, a Comunidade Económica Europeia;
E por fim, em substituição a CEE, foi criada a UE (União Europeia) a maior comunidade económica do mundo. A última etapa da integração foi colocada em prática em 2002 com a implantação da moeda única – o Euro. A Dinamarca, a Suécia e o Reino Unido não aderiram à união monetária.
Guerras e Conflitos Ético- religiosos nacionais na Europa
A questão da etnia, religião e ideologias enquadram-se no reino do factor geopolítico Humano, e a Europa como em vários continentes do mundo não escapou dos conflitos entre etnias, diferenças de ideologias e religiões.
Para (Dougherty & Pfaltzgraff, Jr , 2003, p.228) O fim da guerra Fria conduziu a esforços adicionais para pensar as divisões geopolíticas, ou linhas de ruptura, que constituem a base de futuros conflitos:“Em lugar da rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética e as linhas de ruptura que diferenciavam o ocidente do Bloco soviético mas Também do Terceiro Mundo constituído pelos estados menos desenvolvidos, para Samuel P.Huntington sugere que serão a cultura e a civilização a definir os futuros conflitos”. 
Com o fim da Guerra Fria, com a marginalização económica e a intensa migração, o mundo ficou imprevisível. O rompimento com o lugar de origem, os laços familiares e de amizade, enfim, com a cultura, tendem a acentuar o nacionalismo. A integração ao novo lugar, é sempre mais difícil devido às diferenças culturais, costumes, hábitos, despertando muitas vezes, sentimentos hostis em relação aos imigrantes. 
O processo de descolonização da África e da Ásia, a desintegração da URSS, o fim do comunismo no Leste Europeu, por exemplo, deram lugar a uma série de conflitos étnicos, tribais e religiosos que sacudiu o mundo. Essa atitude leva muitas vezes a guerras e conflitos entre Estados-nações, guerras civis, territorial e até movimentos separatistas, que, geralmente, estão associados a questões nacionalistas, com autodeterminação de uma nação, controle de um território e até a constituição de um Novo Estado. Como os conflitos são fenómenos que têm causais diversas e muitas vezes sobrepostas, citaremos alguns de maior expressão no mundo actualmente. 
 
 1. O conflito Basco
Figura 6: O conflito Basco
O país Basco se localiza no norte da Espanha e sudoeste da França, mas a maior parte de seu território continua fazendo parte do território espanhol. Os bascos constituem-se um povo com língua de origem desconhecida e cultura tradicional, que vem desafiando o governo espanhol para obter a sua independência. Ganhou status de região autónoma em 1975, mas só a independência satisfaria os bascos. Na região basca atua o ETA (Pátria Basca e Liberdade), um dos movimentos separatistas mais violentos do mundo, os próprios bascos hoje apoiam cada vez menos o ETA, ou pelo menos, os seus métodos terroristas.
2. Conflito na Irlanda do Norte
Figura 7: Conflitos e Protestantes no ULSTER
No Reino Unido, a Escócia e o País de Gales, embora não obtendo a separação, conseguiram maior autonomia em relação ao governo central inglês. Ocupando ilhas separadas, ingleses e irlandeses formaram um só país – o Reino Unido.
A parte norte da ilha (Ulster ou Irlanda do Norte), continuou pertencendo ao Reino Unido e o Eire ou Estado Livre da Irlanda ao sul, transformou-se em república em 1949 através do Sinn Fein, partido católico e o seu braço direito foi o IRA. (Exército Republicano Irlandês). Na Irlanda, o IRA luta até hoje pela formação de uma única Irlanda, dividida entre católicos (irlandeses) na Irlanda do Norte e protestantes (ingleses) no Eire.
 Desintegração da Jugoslávia
Figura 8: Desmembramento da antiga Jugoslávia 
A Península Balcânica localiza-se no Sul da Europa. È uma região marcada pela presença de uma imensa cadeia de montanha do período terciário, onde vivem povos com imensa diversidade étnica, o que gera inúmeros conflitos. Durante a Segunda Guerra os nazistas ocuparam esse país e instaurou o regime socialista, criando a Federação da Iugoslávia, composta por seis repúblicas (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Montenegro, Bósnia-Herzegovina e Macedônia) e duas regiões (Voivodina e Kosovo). Os conflitos étnicos levaram à sua desintegração, surgindo cinco novos Estados: Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia e Jugoslávia, reduzida à Sérvia e Montenegro.
Factor recursos naturais Europeus 
A existência ou não de recursos naturais tem um papel determinante no valor de determinado espaço territorial e no poder do actor que ai exerça soberania. Por outro lado, à existência tem de ser associada as capacidades de exploração e de transformação das diferentes matérias-primas (conjugação com disponibilidade de mão-de-obra, de tecnologia de diferentes equipamentos), assim como a disponibilidade de mercado interno e externo. (Dias, 2005, p.245)
A maioria dos países europeus foram, pelo menos, modestamente, dotados de uma variedade de recursos minerais, mas uma longa história de crescimento económico e consumo/utilização de recursos fez com que nos tempos modernos, o continente se tenha tornado um grande importador de tais facilidades. A discussão dos recursos europeus e a sua utilização podem ser normalmente divididos em duas partes: energia e fontes de combustível e minerais metálicos e não metálicos.
À medida que o aumento da procura dos recursos minerais desigualmente distribuídos se tornou mais intensa na Europa a seguir à Revolução Industrial e a incapacidade das fronteiras nacionais garantirem uma justa distribuição, destas vantagens se tornou visível, o controlo dos minerais solicitados tornou-se um aspecto importante da política em muitos estados europeus.
O resultado foi um aumento de tensão extra numa era já fortemente nacionalista. A distribuição desigual dos recursos foi claramente um factor que contribuiu para as pressões políticas e ao completo estado de guerra que caracterizou a Europa até 1945.
A parte do continente junto ao Mar do Norte incluindo o norte de França, Bélgica, Luxemburgo, a Holanda e a Alemanha Ocidental é uma lição objectiva de resultados positivos e negativos da distribuição irregular dos recursos minerais vitais. 
Não obstante algumas fronteiras nacionais nesta região como as da Bélgica datam unicamente do início do século 19, outras como as de Luxemburgo recuam ao tempo dos primeiros reis francos. De forma geral, as fronteiras estavam bem limitadas antes que o crescente interesse nos minerais conduzisse a uma sistemática investigação geológica da sua localização. Logo que a importância dos recursos do carvão e do minério de ferro se tornaram claras durante a expansão da Revolução Industrial através do continente no inicio do século 19, aumentaram as tensões e a competição entre estas velhas fronteiras, conduzindo em alguns casos a lutas desastrosas, quando os diversos países procuraram manipular os seus destinos e assegurar o sucesso controlando os recursos.
A Geopolítica da Europa nos dias actuais
A geopolítica da Europa actual não foge a dos tempos passados, uma vez que os factores: interesses, etnias, ideologias e religião são ainda permanentes causa de disputa entre entidades politicas, isto é, entre núcleos das classes politicas dos Estados, que se relacionam dificilmente quando o assunto é território, riquezas disponíveis, vantagens de poder , mas também causas de confronto entre populações dentro do mesmo Estado.
Actualmente na união europeia verifica-se uma luta constante de interesses económicos, a luta para aumentar o seu grau de influência na política externa.
“A política externa dos estados é, na concepção dos clássicos realistas, uma luta pelo poder, mas nas palavras de Northedge (1974), como vimos, é e prosaicamente o uso da influencia política para induzir os Estados a exercer o seu poder num sentido desejado” (Dias & Bessa, 2005, p.115)
Verifica-se uma corrida para manter as linhas de abastecimentos de matérias –primas, a defesa e expansão de mercados, a protecção do mercado interno, o enfrentar das tentativas de controlo económico dos EUA, a defesa da moeda e do investimento exterior. Estes países buscam aumentar a sua esfera de influência, garantir o seu eventual poderio, garantir alavancas à partir das quais possa exercer pressões ou conformar comportamentos, de acordo com a sua posição geopolítica. 
Em suma, podemos afirmar que os desafios da Uniao Europeia e porquê não do mundo que se levantam na actualidade são:
· A luta pelo controle dos recursos energéticos (petróleo) gera, por um lado tensões internacionais e por outro a procura de fontes alternativas de energia (nuclear e biodiversificada)
· A gestão controversa do meio ambiente em virtude do desastre ambiental que houve em grande parte da Europa Oriental, tornou-se como principal nome do progresso económico, tendo sido exposto, tornando-se uma preocupação de prioridade máxima para todo o continentee das organizações internacionais e para as suas unidades de políticas locais e até mesmo para seus cidadãos individuais.
· Desigualdade entre os países tecnologica e industrialmente desenvolvidos e os "ditos" países em desenvolvimento;
· Crescente problema do desemprego e as escassas soluções para o efeito aumentam, o fosso entre os ricos e os pobres galvanizam as constantes migrações populacionais intra e internacionais em busca de melhores condições de vida e são a causa de várias tensões sociais.
Conclusão 
Um dos factores permanentes de conflitualidade na Europa como no resto do mundo, é o espaço, ou seja o factor físico, território. E compreendem-se as razões que o tornam perfeitamente disputável e nos olhos de todos os Estados uma vez que o mesmo é escasso frente ao crescente número de populações ano após ano, tem inúmeras vantagens de matérias-primas, valor inicial mítico que infelizmente é o que todos andam a procura. Isso Justifica a afirmação de Barnett que nas sociedades actuais o território desempenha funções fundamentais que nos remete a concluir que grande parte da conflitualidade intra-específica provém de disputas de fronteira.
Apesar do facto geográfico uma das grandes causas de conflitualidade, não podemos nos equivocar a concluir que no futuro continuará a ser o principal factor, uma vez que o factor humano vem nos mostrando ao contrário em vários aspectos. Hoje verifica-se que a questão cultura, etnia, ideologia causa aquilo que chamamos de choque de civilizações, causado pela diferenciação de culturas e em razão da crescente emigração que vem aumentando a cada ano.
São vários os motivos pelo qual concluímos que por causa do desenvolvimento tecnológico e da vontade crescente de conhecer e inventar do homem Europeu origina um outro campo de conflitualidade, como a questão que hoje é bastante discutida na União Europeia como em todo canto do mundo, a questão dos factores ambientais.
Em razão da Globalização e da recente ordem mundial a união Europeia e porquê não o mundo, esta numa fase de integração económica e internacional dos países em desenvolvimento. Ou seja a ocupação deixou de ser de carácter físico mas sim de carácter ideológico, económico e cultural, sobre tudo nos países em vias desenvolvimento.
Referencias Bibliográficas
Mcdonald, J (2009). O cenário europeu: Uma perspectiva Geográfica. Porto, Portugal
Dias, C (2005). Geopolítica: Teorização clássica e ensinamentos. Lisboa, Portugal: Prefácio edição de livros e revistas, Lda.
Bessa, A & Dias, C (2007). O salto do Tigre- Geopolítica Aplicada. Lisboa, Portugal: Prefácio editora.
Dougherty, J & Pfaltzgraff, R (2003). Relações internacionais- As teorias em confronto. Lisboa, Portugal: Gradiva – Publicações Lda.
Moreira, A (1997). Teoria das Relações Internacionais (2ª ed.). Coimbra, Portugal: Livraria Almedina.
Faculdade de Tecnologia e ciência- Ensino a distância. Geografia Política. Brasil: SOMESB
Universidade Estadual Paulista (2012). Formação docente: Ordem geopolítica Mundial- actores e escalas de acção. São Paulo, Brasil: UNESP
Rodrigues (2007). Manual de História. Maputo, Moçambique: CPEAES
https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2014/07/26/primeira-guerra
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