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Aula 10 - Crimes Envolvendo a Atividade do Setor de Compliance - Integridade

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Disciplina: Investigação, Compliance e Lei Anticorrupção
Aula 10: Crimes Envolvendo a Atividade do Setor de Compliance/
Integridade
Apresentação
Nesta aula, falaremos sobre os crimes com que o setor de Compliance pode se
deparar no desempenho de suas atividades. Alguns deles têm como autores os
agentes que trabalham no próprio setor. Outros, contudo, são cometidos por
terceiros, mas interferem nas conclusões das atividades investigatórias. Alguns dos
crimes a serem estudados, por exemplo, são o falso testemunho, falsa perícia,
autoacusação falsa e a denunciação caluniosa.
Desta forma, o objetivo desta aula é familiarizar você com as condutas que possam
caracterizar crimes durante uma investigação, processo ou atividade pericial,
alertando sobre como proceder diante de tais situações. Você deve ter em mente que
uma perícia ou investigação de tais crimes pode levar a conclusões equivocadas e, o
pior, acusar pessoas inocentes.
Objetivos
Identificar os crimes previstos no Código Penal, assim como os previstos na
legislação especial.
Denunciação caluniosa
A denunciação caluniosa visa impedir que se movimente a máquina pública
investigativa e/ou judicial desnecessariamente. Além disso, ao investigado,
uma eventual acusação falsa pode gerar um inquérito ou mesmo um processo
que vai prejudicar a sua imagem e honra.
Imagine o prejuízo para uma empresa em ter uma investigação com fulcro na
Lei Anticorrupção baseada em um fato falso? Veja que este tipo penal não se
refere apenas ao processo criminal ou investigação em inquérito policial. As
investigações administrativas, nas quais consta o Processo Administrativo de
Responsabilização – PAR, também estão incluídas.
Veja que a denunciação caluniosa também requer que a imputação do crime
provoque a instauração de investigação policial, de processo judicial, de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa. Se a imputação do crime não chegar a gerar a instauração de
um desses procedimentos (houve a comunicação, mas a autoridade decidiu
não instaurar o PAR), teremos uma tentativa.
Veja a definição e a pena para denunciação caluniosa de acordo com o Código
Penal, em seu decreto 2.848.

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação
policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-
lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de
dois a oito anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente
se serve de anonimato ou de nome suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é
de prática de contravenção. 
Comunicação falsa de crime
Este crime é parecido com a denunciação caluniosa, porque ambos se referem
ao uso indevido das autoridades públicas. Contudo, elas se diferem
principalmente porque há a imputação de crime a determinada pessoa/
empresa na denunciação caluniosa, enquanto há apenas comunicação do
crime no Art. 340 do Código Penal, como pode ser visto a seguir.

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade,
comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de
contravenção que sabe não se ter verificado: Pena -
detenção, de um a seis meses, ou multa.
Na comunicação falsa de crime, também não há a necessidade de instauração
de procedimento investigativo, bastando apenas haver a ação da autoridade
em sentido amplo (diligências, por exemplo). No momento em que a
autoridade atua (toma alguma providência mandando agentes verificarem as
informações, por exemplo), o crime se consuma.
Autoacusação falsa
A falsa autoacusação é uma limitação à ampla defesa e ao contraditório. Em
nosso ordenamento, o réu pode mentir, negar a autoria, invocar excludentes
de ilicitudes falsas, dentre outras, mas não pode se autoacusar de um crime
que não praticou.
Não se reconhece tal hipótese como exercício do direito de defesa. Essa
autoacusação falsa, contudo, só será crime se for cometida perante uma
autoridade, a qual deve ser entendida como aquela que tenha atribuição para
apurar crimes, como um policial, juiz, membro do Ministério Público etc. Se
feita perante um amigo, ela é atípica. Essa acusação não precisa ser pessoal,
podendo ser por escrito, por exemplo.
Veja a definição e a pena para autoacusação falsa de acordo com o Código
Penal, em seu decreto 2.848.

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime
inexistente ou praticado por outrem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
Falso testemunho ou falsa perícia
Neste tipo penal, somente algumas pessoas podem cometê-lo.
Doutrinariamente, é chamado de crime de mão própria, já que apenas
determinadas pessoas estão aptas a praticá-lo.
Por exemplo: uma pessoa que não é perita está inabilitada a emitir laudos, de
maneira que, se alguém assinar em seu lugar um laudo falso, estará
cometendo o crime de falsidade (Art. 298). No presente tipo, apenas
testemunhas ou peritos são sujeitos ativos.

Art. 342 - Fazer afirmação falsa ou negar ou calar a
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor
ou intérprete em processo judicial, ou administrativo,
inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)> 
 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) 
 
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se
o crime é praticado mediante suborno ou se cometido
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito
em processo penal, ou em processo civil em que for
parte entidade da administração pública direta ou
indireta. (Redação dada pela Lei nº 10.268, de
28.8.2001) 
 
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
retrata ou declara a verdade. (Redação dada pela Lei nº
10.268, de 28.8.2001)
Neste tipo penal, somente algumas pessoas podem cometê-lo.
Doutrinariamente, é chamado de crime de mão própria, já que apenas
determinadas pessoas estão aptas a praticá-lo.
Por exemplo: uma pessoa que não é perita está inabilitada a emitir laudos, de
maneira que, se alguém assinar em seu lugar um laudo falso, estará
cometendo o crime de falsidade (Art. 298). No presente tipo, apenas
testemunhas ou peritos são sujeitos ativos.
Admite-se coautoria ou participação?
No caso, por serem crimes de mão própria, não se admite coautoria.
Contudo, admite-se participação. Por exemplo: um advogado que incita
uma testemunha a mentir em juízo.
As testemunhas descompromissadas podem cometer
este crime?
De acordo com o Art. 208 do Código de Processo Penal, algumas
testemunhas são isentas de dizer a verdade: Art. 208. Não se deferirá o
compromisso a que alude o Art. 203 aos doentes e deficientes mentais
e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o
Art. 206 .
Art. 203 
Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a
verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua
idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
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2
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file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/invest__compliance_lei_anticorrupcao__GON951/aula10.html
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Art. 206 
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em
linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho
adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se
ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
O Art. 203 se refere exatamente ao compromisso de dizer verdade, o que é
dispensado para algumas testemunhas. Neste caso, mentindo emjuízo, não
comete crime, tendo em vista a autorização legal.
Os meios de se praticar o falso testemunho ou falsa perícia são em geral a
manifestação verbal ou escrita. Contudo, também pratica o crime quem se
cala. Ou seja, o silêncio também é considerado uma figura típica.
A mentira deve ser sobre fato relevante ao processo, de maneira que possa
influenciar na conclusão do juiz ou autoridade. Uma declaração falsa sobre
algo secundário (se estava nublado ou não, por exemplo) é em princípio
irrelevante e, por carecer de potencial lesivo à administração da justiça, é
atípico.
É importante destacar que a consumação se dá com a declaração ou entrega
do laudo à autoridade ou juiz (veja que não é exatamente no momento em
que assina o laudo). O fato de causar algum prejuízo não é requisito para a
consumação do delito.
Portanto, um laudo com declaração falsa com o intuito de inocentar alguém
terá a sua consumação independentemente da absolvição ou condenação do
beneficiado. Isto ocorre porque estamos diante de um crime formal.
Corrupção ativa de testemunha
Este tipo não possui muita controvérsia e é de fácil compreensão. Para a sua
consumação, basta dar, oferecer ou prometer o dinheiro/ vantagem, não
importando se houve ou não aceitação.
Trata-se de um crime formal; ou seja, não requer um resultado para que seja
consumado. Desta forma, a “afirmação falsa, negar ou calar a verdade em
depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação” a que se refere o
tipo não precisa acontecer para a sua consumação.
2
Por último, o parágrafo único traz uma causa de aumento de pena quando a
conduta ocorrer em processo penal ou quando a Administração Pública direta
ou indireta (autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou
empresas públicas) forem parte em processo de natureza cível.

Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou
qualquer outra vantagem a testemunha, perito,
contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia,
cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a
um terço, se o crime é cometido com o fim de obter
prova destinada a produzir efeito em processo penal ou
em processo civil em que for parte entidade da
administração pública direta ou indireta.
Coação no curso do processo
O presente tipo não é aplicado apenas ao processo judicial, mas também ao
administrativo e arbitral. Nos processos administrativos (tais como o Processo
Administrativo de Responsabilização – PAR), é possível a ocorrência dessa
figura típica.
A pessoa contra quem a violência ou grave ameaça é praticada pode ser
desde o juiz até a testemunha, perito ou funcionário do órgão de fiscalização
(CGU, por exemplo) responsável pelo andamento do processo. Por fim, veja
que o próprio tipo prevê o concurso material do Art. 344 com o crime
resultante da violência (lesão corporal).

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o
fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra
autoridade, parte ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial,
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da
pena correspondente à violência.
Fraude processual
Inovar significa introduzir uma novidade. Portanto, neste crime, o agente deve
introduzir circunstâncias afetas ao estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. Essa inovação deve ser
relevante e deve ser apta a enganar. Uma inovação que não leve a conclusão
alguma ou irrelevante conduzirá à atipicidade. Um exemplo deste crime seria
a alteração do balancete da empresa com o fim de criar determinada
transação e, então, enganar as autoridades responsáveis pelo PAR.
Note que, caso um funcionário venha a cometer o presente delito, você, na
condição de integrante de um programa de Compliance, pode auxiliar as
autoridades do PAR na averiguação deste problema e, assim, fazer com que a
empresa se beneficie das vantagens previstas na Lei Anticorrupção.

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de
coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz
ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir
efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as
penas aplicam-se em dobro.
O acusado pode ser autor deste crime?
Prevalece que não, pois ao réu é admitido o amplo direito de defesa. Esta
hipótese seria a modificação das características de uma arma ou a arrumação
da casa para dificultar o trabalho do perito. Portanto, este crime se destina
somente àquele que não é réu.
Exploração de prestígio
Na exploração de prestígio, alguém solicita dinheiro ou qualquer vantagem
para influir, mas isso não significa que ele tenha alguma autoridade no
processo. Daí o crime se consumar apenas com a solicitação ou recebimento
da vantagem/ dinheiro, não necessitando que realmente se opere a influência
prometida.
Cabe destacar que a exploração de prestígio se distingue do tráfico de
influência . Neste último, o agente influi em ato praticado por qualquer
funcionário público.
Na exploração de prestígio, entretanto, influi-se no ato praticado apenas por
juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha. Apenas para esclarecimento, por órgão do
Ministério Público, entende-se ser o promotor ou procurador de justiça.
Cuidado para não confundir os crimes!

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado,
órgão do Ministério Público, funcionário de justiça,
perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço,
se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou
utilidade também se destina a qualquer das pessoas
referidas neste artigo.
Lei de Interceptação Telefônica
Segundo a Lei de Interceptação Telefônica, somente o juiz pode autorizar a
interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática.
Qualquer interceptação feita sem a autorização judicial configura prova obtida
por meio ilícito e, consequentemente, deve ser anulada e desconsiderada pelo
juiz. E essa proteção decorre de previsão constitucional, na medida em que se
trata de uma invasão à privacidade das pessoas .
Daí o rigor em apenas ser possível essa invasão quando houver autorização
judicial e apenas no bojo de um processo criminal (não é possível a
autorização em um processo cível, por exemplo).
Invasão à privacidade das pessoas 
Art. 5º, XII da CR/88: “é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.”

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
comunicações telefônicas, de informática ou
telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem
autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei. 
 
Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
3
3
file:///C:/_Temp%20Est%C3%A1cio/2018-2/invest__compliance_lei_anticorrupcao__GON951/aula10.html
Uma interceptação realizada por um agente sem
autorização judicial ou com objetivos não autorizados em
lei configura o tipo aqui estudado. Os objetivos previstos
em lei são aqueles pertinentes à investigação de crimes.
Portanto, uma interceptação para um processo de
investigação de paternidade não está abarcado pela
legislação como uma hipótese autorizativa.
Por comunicações de informática ou telemática, entendem-se aquelas feitas
via meios informáticos, como o computador, bem comomeios telemáticos,
que consistem na comunicação à distância de um ou mais conjuntos de
serviços informáticos por meio de uma rede de telecomunicações.
A interceptação mencionada neste tipo não inclui captação ambiental de sinais
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos. Ou seja, a escuta ou gravação
ambiental feita em um restaurante sem autorização judicial não configura o
presente crime, embora se caracterize como prova ilícita e imprestável ao
processo. As diferenças entre elas serão mais bem trabalhadas no módulo
“Investigação - Interceptação Telefônica”, ocasião em que será explicado
como se operam na prática.
Atividade
1. (2010 - FCC - Analista do Judiciário - TRE-AL) Sobre a denunciação
caluniosa, é correto afirmar:
 a) A pena é diminuída da metade, se a imputação é de prática de
crime de menor potencial ofensivo.
 b) Consiste em provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a
ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado.
 c) As penas aumentam de um sexto a um terço se, em razão da
denunciação falsa, a pessoa injustamente acusada vem a ser condenada
por sentença transitada em julgado.
 d) O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo que
tramita contra a pessoa injustamente acusada, o agente se retrata ou
declara a verdade.
 e) A pena é aumentada da sexta parte, se o agente se serve de
anonimato.
2. (2012 - FCC TRE-PR) O crime de comunicação falsa de crime ou
contravenção:
 a) Não admite a forma culposa.
 b) Não pode ser praticado por funcionário público no exercício de suas
funções.
 c) Exige a formalização da falsa comunicação através de documento
escrito.
 d) Só ocorre se a comunicação tiver sido dirigida a autoridade policial.
 e) Só se consuma quando tiver sido instaurado inquérito policial a
respeito.
3. Qual a diferença entre tráfico de influência e exploração de prestígio?
4. (2004-ESAF CGU) "F", com 19 anos de idade, dirigindo um automóvel
em excesso de velocidade, atropelou um pedestre que, em razão dos
ferimentos, veio a falecer. Seu pai, "G", em atitude altruísta, assume a
autoria do crime. "G" teria, em tese, praticado o crime de:
 a) Autoacusação falsa.
 b) Denunciação caluniosa.
 c) Comunicação falsa de crime.
 d) Calúnia.
 e) Favorecimento pessoal.
5. (2013 - FCC TCE-SP) O crime de coação no curso do processo:
 a) Não se caracteriza quando da violência empregada contra a
testemunha para forçá-la a não dizer a verdade não resultaram lesões
corporais.
 b) Só pode ser praticado pelas partes, jamais por estranhos à relação
processual ou pelo advogado de qualquer delas.
 c) Exige apenas o dolo genérico, sendo desnecessária a finalidade de
favorecer interesse próprio ou alheio.
 d) Não se caracteriza quando o autor do delito ameaça de morte o
escrivão de polícia no curso do inquérito policial, com o fim de impedir o
seu indiciamento.
 e) Consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça, pouco
importando se o agente conseguiu ou não a abstenção ou omissão da
vítima em declarar ou apurar a verdade.
6. Qual a diferença entre tráfico de influência e exploração de prestígio?
Notas
INSERIR TÍTULO AQUI
INSERIR TEXTO AQUI
Referências
GRECO, Rogerio. Código Penal comentado. Rio de Janeiro: Impetus, 2016.
1
NUCI, Guilherme de Souza. Código Penal anotado. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006.
Próximos Passos
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para-identificar-um-mentiroso/ > .
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