Apostila_Técnica coloração Gram

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TÉCNICAS DE COLORAÇÃO
EM BACTERIOLOGIA
CLÍNICA
APRESENTAÇÃO
Olá!
A análise de bactérias em microscópio óp�co de campo claro é uma etapa fundamental
na ro�na de bacteriologia clínica, para se iden�ficar e diferenciar espécies. Entretanto,
normalmente as bactérias aparecem incolores quando observadas no microscópio óp�co,
o que dificulta a observação. Por conta disso, diferentes protocolos de coloração foram
desenvolvidos para corar as bactérias e possibilitar que sua visualização em microscópio
tenha mais contraste. A técnica mais u�lizada é a coloração de Gram, baseada nas
diferenças de paredes celulares de dois grupos de bactérias: Gram-posi�vas e Gram-
nega�vas. Outra técnica muito u�lizada é a coloração de Ziehl-Neelsen, ideal para
iden�ficar bactérias álcool-acidorresistentes, as quais não se coram pela coloração de
Gram. Ainda, existem outras técnicas de coloração para iden�ficação de estruturas
celulares como cápsula, flagelo e endósporo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as caracterís�cas das bactérias Gram-
posi�vas e Gram-nega�vas e como elas são coradas pela coloração de Gram, as
propriedades das bactérias álcool-acidorresistentes e as técnicas de coloração u�lizadas
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para corar essas bactérias, além de outros métodos de colorações de uso na bacteriologia
clínica.
Bons estudos.
Ao �nal desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Caracterizar bactérias Gram-posi�vas e Gram-nega�vas.
Diferenciar propriedades celulares das bactérias álcool-acidorresistentes.
Listar as diferentes colorações de uso na bacteriologia clínica.
DESAFIO
No exame direto em microscópio de campo claro, é di�cil visualizar as bactérias, pois elas
aparecem incolores. Assim, é recomendada uma etapa prévia de coloração das bactérias,
para aumentar o contraste e facilitar a visualização. A coloração de Gram é a mais
u�lizada na bacteriologia clínica, porque, além de permi�r visualizar a morfologia e o
arranjo bacterianos, é usada para classificar as bactérias como Gram-posi�vas ou Gram-
nega�vas. Nessa técnica, são u�lizados os seguintes reagentes: corantes cristal de violeta
e safranina (ou fucsina), iodo (um mordente) e solução álcool-acetona.
Veja a seguinte situação:

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Sabendo que o exame do paciente é urgente, responda às seguintes perguntas:
a) Com os reagentes que você tem no laboratório, como procederia com a coloração da
lâmina?
b) O que seria possível observar no microscópio após a coloração que você realizou?
c) Seria possível classificar a bactéria como Gram-posi�va ou Gram-nega�va? Jus�fique.
INFOGRÁFICO
A coloração de Gram é a técnica mais u�lizada em bacteriologia clínica para se corar as
bactérias. Ela é uma técnica diferencial, já que dis�ngue dois grandes grupos de bactérias:
Gram-posi�vas e Gram-nega�vas. O princípio da técnica está relacionado com as
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diferenças estruturais observadas nas paredes celulares desses dois grupos e ao modo
como eles reagem com os diferentes reagentes u�lizados na coloração.
No Infográfico a seguir, você verá o passo a passo da coloração de Gram, a explicação do
princípio da técnica e as cores que as bactérias Gram-posi�vas e Gram-nega�vas adquirem
após essa coloração.
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CONTEÚDO DO LIVRO
Existem inúmeras espécies bacterianas, cada uma com caracterís�cas próprias que as
diferenciam das demais. A maioria das espécies pode ser classificadas como Gram-
posi�vas ou Gram-nega�vas. É importante que o microbiologista conheça as
propriedades de cada uma e saiba aplicar a técnica de coloração u�lizada para se
dis�nguir esses dois grupos, chamada de coloração de Gram. No entanto, existem
bactérias que não podem ser classificadas como Gram-posi�vas nem como Gram-
nega�vas, devido a par�cularidades em sua parede celular; nesse caso, é necessário
aplicar uma coloração adequada. A coloração de Gram também não é capaz de corar

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algumas estruturas bacterianas, o que torna necessário que o microbiologista aplique um
protocolo de coloração diferente, apropriado a tal situação.
Na obra Bacteriologia clínica, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo
Técnicas de coloração em bacteriologia clínica e conheça um pouco mais sobre como
caracterizar e diferenciar as bactérias Gram-posi�vas e Gram-nega�vas e dis�nguir as
propriedades das bactérias álcool-acidorresistentes. Neste capítulo, você vai conhecer,
ainda, diferentes métodos de colorações de uso na bacteriologia clínica.
Boa leitura.
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DICA DO PROFESSOR
O microscópio de campo escuro pode ser u�lizado em subs�tuição ao de campo claro,
quando os microrganismos não podem ser corados pelos métodos convencionais.
Nesta Dica do Professor, você verá a diferença entre os microscópios de campos claro e
escuro, a definição de exame direto e alguns exemplos prá�cos de bactérias analisadas
por exame direto no microscópio de campo escuro, sem que passem por etapa prévia de
coloração.
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
EXERCÍCIOS
1) As bactérias podem ser classificadas como Gram-posi�vas ou Gram-nega�vas, o que é
de grande importância no auxílio do diagnós�co laboratorial. Em relação às
caracterís�cas e às diferenças estruturais entre as bactérias Gram-posi�vas e Gram-
nega�vas, assinale a alterna�va correta:
a) As bactérias Gram-nega�vas apresentam porinas, que são proteínas de
membrana.
b) As bactérias Gram-nega�vas apresentam várias camadas de pep�doglicano.
c) As bactérias Gram-posi�vas apresentam uma membrana externa.
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d) Os lipopolissacarídeos (LPS) são endotoxinas encontradas nas bactérias Gram-
posi�vas.
e) Os ácidos teicoicos são fatores de virulência encontrados nas bactérias Gram-
nega�vas.
2) A coloração de Gram é uma técnica amplamente u�lizada em bacteriologia clínica
para classificar as bactérias como Gram-posi�vas ou Gram-nega�vas, por meio da
visualização em microscópio de campo claro. A respeito da técnica da coloração de
Gram, assinale a alterna�va correta:
a) As bactérias Gram-posi�vas coram-se de rosa/vermelho, enquanto as Gram-
nega�vas coram-se de azul/púrpura.
b) O iodo é u�lizado como descorante, que remove a coloração azul de algumas
bactérias.
c) Após a etapa de descoloração, as bactérias Gram-posi�vas eliminam o
complexo cristal violeta-iodo.
d) O cristal de violeta é um corante ácido que cora as células de azul/roxo-violeta
somente.
e) Para se corar as bactérias Gram-nega�vas, u�lizam-se os corantes safranina ou
fucsina.
3) As bactérias álcool-acidorresistentes apresentam propriedades celulares peculiares.
Assinale a alterna�va correta em relação às caracterís�cas das bactérias álcool-
acidorresistentes:
a) O ácido micólico é um lipídeo encontrado nas membranas celulares das
bactérias álcool-acidorresistentes.
b) O ácido teicoico é encontrado nas paredes celulares das bactérias álcool-
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acidorresistentes.
c) O cristal violeta consegue penetrar facilmente a parede celular das bactérias
álcool-acidorresistentes.
d) As bactérias álcool-acidorresistentes impregnadas com o corante carbol-fucsina
podem ser descoloradas pela adição de um álcool-ácido.
e) O ácido micólico impede que as bactérias álcool-acidorresistentes sejam
coradas pela coloração de Gram.
4) A coloração de Ziehl-Neelsen é umas das técnicas laboratoriais mais u�lizadas para a
iden�ficação de bacilos álcool-acidorresistentes (BAAR), como, por exemplo, a
Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose. Sobre a coloração de
Ziehl-Neelsen, assinale a alterna�va correta:
a) A coloração de Ziehl-Neelsen não é considerada uma técnica diferencial, uma
vez que não é possível diferenciar gêneros bacterianos.
b) A carbol-fucsina funciona como contracorante (coloração de contrast na
coloração de Ziehl-Neelsen.
c) A coloração de Ziehl-Neelsen não é a ideal para diferenciar as bactérias Gram-
posi�vas das Gram-nega�vas.
d) Após a etapa de descoloração com álcool-ácido, as bactérias álcool-
acidorresistentes tornam-se incolores, necessitando-se, então, corá-las com um
contracorante.
e) Na coloração de Ziehl-Neelsen, u�lizando-secarbol-fucsina e azul de me�leno,
as bactérias álcool-acidorresistentes coram-se de azul, enquanto outros
microrganismos não acidorresistentes coram-se de vermelho.
5) Existem diferentes protocolos de coloração de bactérias u�lizados na bacteriologia
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clínica, sendo alguns indicados para situações específicas, em que a coloração de Gram
não é indicada. A respeito das técnicas de coloração u�lizadas para visualização de
bactérias em microscópio óp�co, assinale a alterna�va correta:
a) A coloração nega�va, em que se u�liza a �nta da Índia ou nigrosina, é indicada
para se detectar a presença de flagelos.
b) A coloração de Kinyoun é u�lizada para detectar a presença de endósporo na
bactéria.
c) A técnica de Ziehl-Neelsen é u�lizada para detectar a presença de cápsula
bacteriana.
d) Para se visualizar a presença dos flagelos, pode-se aplicar uma técnica especial
em que se u�liza um mordente e o corante carbol-fucsina.
e) A coloração de Schaeffer-Fulton é u�lizada para diferenciar bactérias álcool-
acidorresistentes das não álcool-acidorresistentes.
NA PRÁTICA
Um dos principais obje�vos de um setor de microbiologia de um laboratório clínico é a
iden�ficação de espécies bacterianas con�das em amostras de pacientes. A observação
das bactérias em microscópio óp�co é uma etapa ro�neira, mas normalmente é
necessário que as bactérias sejam coradas previamente. O microbiologista deve conhecer
as técnicas de coloração mais adequadas para cada �po de bactéria.
Veja, a seguir, um caso clínico de suspeita de tuberculose, em que foi necessário realizar a
técnica de coloração de Ziehl-Neelsen para se observar bacilos álcool-acidorresistentes
na amostra.
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SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
 Bactérias Gram-nega�vas produtoras de β-lactamases
Uma par�cularidade das bactérias Gram-nega�vas é que algumas delas podem conter
enzimas β-lactamases no espaço periplásmico da parede celular, que conferem resistência
aos an�bió�cos β-lactâmicos. Este ar�go faz uma revisão sobre as bactérias Gram-
nega�vas produtoras de β-lactamases e explica o que são as bactérias ESBL e a
superbactéria KPC. Confira.
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
Entendendo os princípios da coloração de Gram
Para saber mais, assista a este vídeo, que explica os fundamentos da coloração de Gram,
mostrando em detalhes o que acontece com as bactérias em cada passo da técnica. 
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Tuberculose — Diagnós�co laboratorial — Baciloscopia
Neste vídeo, é explicado de forma muito detalhada como funciona o exame de
baciloscopia, que é realizado para o diagnós�co de tuberculose. Ele mostra a coleta de
escarro, o esfregaço, o passo a passo da coloração de Ziehl-Neelsen e a contagem de BAAR
no microscópio. Confira. 
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