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Nome: Ana Laura Zucoloto Oliveira; Turma: 4° MIM; Professora Orientadora: Marcia Rezende de Oliveira; Disciplina: Filosofia IV; Curso: Técnico em Mecânica Integrado ao Ensino Médio; Durante o ano de 2020 foi estudado o conceito e a estrutura de uma ideologia e foi sugerido um trabalho de analise de ideologia para os alunos, onde os mesmos deveriam analisar uma reportagem de um jornal de grande circulação, no caso do presente trabalho foi escolhido O Estadão, e apresentasse os aspectos que demonstrem a ideologia acometida. Para efeito de melhor percepção das ideologias presentes irão ser comparadas duas reportagens, ambas falando sobre as vacinas de prevenção de contaminação por Sars-Cov-2, vírus responsável pela transmissão da doença Covid 19. As reportagens tratam de duas vacinas que estão sendo testadas em território brasileiro: a vacina desenvolvida pela universidade inglesa de Oxford e a vacina desenvolvida pela nação Chinesa. Ambas as reportagens foram produzidas pelo jornal Estadão e tratam de forma completamente diferentes as duas vacinas, mesmo que elas se encontrassem na mesma fase de teste. A primeira coisa que se analisa no titulo é a confiabilidade passada para ambas as vacinas. A vacina de Oxford tem uma afirmação incisiva de confiabilidade, sendo afirmado que ela é segura e induz resposta imunológica, não há nenhum indicio de duvida em tal afirmação. Avaliando agora a vacina chinesa encontramos sinais de duvidas, sendo utilizadas aspas que põem a prova a confiabilidade das informações apresentadas, entrando em méritos ortográficos as aspas nessa situação se enquadra com uso irônico, satirizando o produto apresentado. Outra questão a se analisar são a data e horário de publicação das matérias em conjunto com os textos logo abaixo do titulo. Enquanto na vacina de Oxford é afirmado apenas que não houve efeitos colaterais graves e que houve resposta imune, na matéria sobre a vacina chinesa o texto cita apenas que a vacina europeia também foi anunciada naquele mesmo dia (20/07/2020), sem mais informações. As matérias possuem apenas 1 hora e 24 minutos de diferença, demonstrando que não houve tanto tempo assim entre o anuncio de sucesso entre as vacinas, ainda sim o texto dá ideia de que a vacina europeia estava a frente da vacina asiática, demonstrando assim nos primeiros printscreens o eurocentrismo e a xenofobia. Ao longo da reportagem chinesa foi citada diversas vezes trechos indicando o sucesso da vacina de Oxford. A próxima analise realizada será das imagens utilizadas pelo jornal nas entrevistas. Como sabemos as imagens também são textos, a escolha delas é fundamental para a construção do pensamento do leitor, e elas podem trazer um impacto tanto positivo quanto negativo para o leitor. Em vermelho temos a imagem apresentada na reportagem sobre a vacina chinesa, enquanto em amarelo temos a imagem apresentada para a vacina britânica. A iluminação é fundamental para a interpretação da imagem de acordo com o que se mostra, geralmente quando imaginamos um laboratório sério desenvolvendo uma vacina importante vem a nossa mente um local limpo, claro e organizado, como apresentado na imagem da reportagem que trata da vacina europeia. Na imagem da vacina oriental temos uma imagem escura que, além de não trazer a confiabilidade de um laboratório bem iluminado, também não passa segurança, já que em locais confiáveis para se aplicar uma vacina você sempre irá se deparar com um ambiente de boa iluminação, do contrário vem a mente uma ideia de algo clandestino ou hollywoodiano referenciando algum cientista maluco. Vemos inclusive o efeito da luz no cinema, geralmente quanto mais tenso e assustador a cena tem a intenção de ser mais escura será sua fotografia, e vice versa. A forma como a fase 3 do estudo é abordada também difere entre matérias, enquanto em uma é colocada a prova a eficácia da vacina por não ter resultados da nova fase e não se há detalhes sobre o tratamento preventivo desenvolvido pela empresa chinesa, encontramos uma rica quantidade de informações sobre a vacina inglesa, e em nenhum momento ocorreu de sua eficácia ser questionada, como vem acontecendo com a vacina chinesa desde o titulo. A diferença quantitativa de informações se expressa também no tamanho das matérias, enquanto a chinesa coube em 4 imagens foram necessárias 15 para acomodar a matéria da vacina inglesa, onde haviam informações inclusive de quantas doses os cientistas acreditam que será necessário tomar da vacina britânica e o tempo em que ela poderia ser aprovada para distribuição em massa. Com os dados apresentados podemos ver que, apesar de estarem na mesma fase na mesma data, houve um grande favorecimento para o tratamento britânico, o que não é algo natural, tal valorização vem do eurocentrismo praticado por anos e anos como algo que é melhor, o que podemos ver ao colocarem em questão a eficácia da vacina chinesa e a super valorização da vacina britanica, temos então a naturalização. A cultura inglesa é super valorizada assim como tudo que é produzido por ela, a ponto de no Brasil, um dos países membros do BRICS, prefere supervalorizar um produto europeu que equivale a um produto chinês, sendo outra nação emergente. Vemos como isso é marcado em todos os preconceitos construidos em cima de produtos da nação asiática que acabou se estendendo a vacina, onde o preconceito de que se é europeu é de qualidade prevalesceu nas reportagens citadas, temos então a universalização pois esses seriam valores criados pela europa antes mesmo do sec XVI. Apesar de todas as vezes em que foi questionada a qualidade durante a reportagem não havia provas de menor eficacia apontadas, algo concreto demonstrando ser de qualidade inferior, por tanto temos uma lacuna e abstração. Por fim, apesar de parecer que os produtos chineses são ruins e que por isso ninguem deseja os consumir isso não passa de puro pré conceito. Por vivermos em uma sociedade eurocentrica tudo aquilo que venha de outro continente (com exceção da américa anglosaxônica) vem com a ideia de inferior (inclusive os produtos brasileiros), e com isso acabamos cometendo uma inversão onde acreditamos que o produto é de qualidade inferior e que por isso não desejamos o consumir, quando não passa de uma construção secular que nos impede de usufruir e com isso.
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