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Aulas 01 á 05

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Tecnologia da Construção
Aula 1 – Atividades preliminares
INTRODUÇÃO
Ao visualizarmos uma obra da construção civil, identi�camos todas as instalações, equipamentos, máquinas e
materiais necessários para que aquela obra aconteça da forma mais adequada e e�ciente. Porém, não nos damos
conta das atividades que foram realizadas anteriormente para que aquele canteiro de obras fosse instalado e a obra
fosse iniciada.
A esse grupo de atividades necessárias para a implantação do canteiro de obras chamamos de atividades
preliminares. Lembramos ainda que essas atividades precisam ser executadas respeitando o cronograma e custos
estabelecidos, pois já fazem parte da execução da obra.
Falhas ou atrasos na execução desses serviços podem comprometer o cronograma e até a viabilidade do
empreendimento. Geralmente, as construtoras terceirizam esses serviços, sendo executados por empresas
especializadas que possuem técnicos experientes, máquinas e equipamentos apropriados.
Vamos conhecer mais sobre esses assuntos.
OBJETIVOS
Analisar o �uxograma das atividades consideradas preliminares e compreender a importância das atividades de
demolição e limpeza do terreno;
Reconhecer a importância das fases de levantamento topográ�co e sondagem para a identi�cação das
características do terreno;
Relatar os cuidados que se deve ter durante o serviço de movimentação de terra.
ETAPAS DE LEGALIZAÇÃO DO PROJETO
Fonte da Imagem: Shutterstock
Antes de começarmos a abordar as atividades preliminares, vamos pensar ainda na fase de projeto de uma
edi�cação.
Para que haja a autorização municipal para a construção de uma edi�cação, o projeto do empreendimento é
analisado pela secretaria municipal responsável.
Conforme pode ser visto na �gura, abaixo, após a aprovação desse projeto por parte da prefeitura, é solicitada a
licença para a construção da edi�cação e, no caso de já existir alguma construção no terreno, é necessário solicitar a
autorização para a demolição dessa edi�cação.
O alvará deve ser solicitado no órgão municipal junto com a licença da obra.
Esse é nosso ponto de partida.
Fluxograma das atividades preliminares
Toda obra de construção civil, em geral, tem como marco inicial a implantação do canteiro de obras. Porém, essa
implantação necessita de um planejamento que deve ser elaborado a partir das necessidades e características
especí�cas da obra e das condições do local.
A partir desses dois pontos (características da obra e condições do local) são identi�cadas as atividades necessárias
para que ocorra a implantação do canteiro de obras. A essas atividades dá-se o nome de atividades preliminares
(AZEVEDO, 2001).
A próxima �gura apresenta o �uxograma das atividades que chamamos de preliminares. Observe:
Atenção
, Repare que são atividades dependentes, ou seja, uma só pode iniciar após o término da predecessora. Observe também que
esse �uxograma está relacionado à execução das atividades, isto é, ele não leva em conta o período necessário para realizá-las
nem a data de início e �m, limitando-se a informar a sequência que as atividades devem ser iniciadas.
Estudaremos mais detalhadamente a seguir as atividades de demolição, limpeza, topogra�a, sondagem e movimento de terra.
DEMOLIÇÃO E LIMPEZA DO TERRENO
Fonte da Imagem: Shutterstock
O serviço de demolição é uma atividade que se torna necessária quando no terreno existem antigas construções ou
demolição de partes da edi�cação que não serão utilizadas no novo projeto de construção.
Está incluída nessa atividade a demolição de fundações, muros divisórios, redes de abastecimento, remoção e
transporte dos resíduos.
Importante lembrar que deve existir, antes do início do serviço de demolição, a regularização no órgão municipal
responsável.
Por se tratar de uma atividade perigosa com riscos de desabamento, muitos cuidados se devem ter com relação às
edi�cações vizinhas e com a segurança dos funcionários. Assim, é recomendado que a demolição ocorra, sempre
que possível, na ordem inversa à da construção, respeitando-se as características do edifício a se demolir.
Atenção
, Caso ocorra algum desabamento, a responsabilidade é da construtora ou da incorporadora (empreendedor).
NBR 5682 E NR 18
Com relação a essa atividade, existem duas normas que dispõem de regras para a sua execução:
NBR 5682 - Contratação, execução e supervisão de demolições (ABNT, 1977)
Apresenta algumas condições para a contratação e licenciamento de trabalhos de demolição, providências e
precauções a serem tomadas antes, durante e após os trabalhos e métodos de execução. Ela ainda destaca algumas
recomendações práticas, detalhes e informações técnicas para a demolição de vários tipos de estruturas.
A �gura, a seguir, apresenta a demolição de uma estrutura de concreto armado que segue uma das práticas
sugeridas na NBR 5682, que diz que um cabo de suporte precisa segurar a viga e o concreto deve ser cortado nas
extremidades, expondo a armação para seu corte.
Demolição de estrutura de concreto armado
Fonte: Marques (2016).
1
Toda a equipe deve trabalhar em um único pavimento;
2
Garantir a iluminação adequada de todo o local de trabalho;
3
Usar roupas adequadas (que não enrosquem) para a realização do trabalho;
4
Evitar acúmulo de carga (sobrecargas) em pontos localizados, principalmente em lajes de forros e telhados;
5
Escorregar em vez de arremessar materiais e peças demolidas;
6
Não demolir a peça em que está trabalhando;
7
Usar equipamentos de segurança, tais como botas, luvas e máscara;
8
Aspergir água periodicamente nos locais de trabalho para reduzir a quantidade de poeira.
Atenção
ç
, Como comentado anteriormente, além dos cuidados com o trabalhador, você precisa ter cuidados para evitar danos a
terceiros e às edi�cações vizinhas. Veja quais são:
• Antes de iniciar qualquer atividade no terreno, lembre-se de fotografar a área do entorno e, se possível, entre em contato com
os proprietários das edi�cações vizinhas para que seja feito um registro da situação dessas edi�cações.
• Outro ponto importante é o planejamento do que se fazer com os materiais que saem da demolição. As ações ligadas a
Gestão de Resíduos podem prever o reaproveitamento ou a reciclagem desses materiais.
• A limpeza do terreno, após o serviço de demolição, é importante para dar início às atividades de topogra�a e sondagem. Deve
ser retirada também a vegetação e a camada super�cial do solo (AZEVEDO, 2001).
LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO
Fonte da Imagem: Shutterstock
Após a limpeza do terreno, é iniciada a atividade de topogra�a que terá como resultado o levantamento
planialtimétrico.
A palavra topogra�a deriva das palavras gregas topos (lugar) e graphen (descrever), o que signi�ca a descrição exata
e minuciosa de um lugar. Ou seja, com o estudo da topogra�a, espera-se obter a representação grá�ca de um terreno
sobre uma superfície plana.
A realização simultânea de dois levantamentos (o planimétrico e o altimétrico) dá origem ao chamado levantamento
planialtimétrico.
Vamos entender como são esses levantamentos!
Planimétrico
É a determinação de pontos e feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de referência
através de suas coordenadas X e Y (representação bidimensional).
A �gura abaixo apresenta um exemplo de um levantamento planimétrico.
Levantamento planimétrico
Altimétrico
É a determinação de pontos e feições do terreno que, além de serem projetados sobre um plano horizontal de
referência, terão sua representação em relação a um plano de referência vertical ou de nível através de suas
coordenadas X, Y e Z (representação tridimensional).
A próxima �gura apresenta um exemplo de levantamento Altimétrico.
Levantamento altimétrico
Saiba mais
, A realização simultânea dos dois levantamentos dá origem ao chamado levantamento planialtimétrico.
De acordo com Azevedo (2001), no relatório do levantamento plano altimétrico, devem aparecer as seguintes
informações:
Em terreno muito acidentado, os
espaçamentos poderão ser maiores, na
ordem de 1,00m.
Em terrenosde pouco caimento (quase
plano), as curvas de nível deverão ser de
maior precisão, na ordem de 0,10m.
Para o projeto de escoamento das águas pluviais, o serviço topográ�co fornece, como resultado:
• As dimensões perimetrais;
• Os ângulos dos lados;
• A área; 
• A �xação RN (referencial de nível);
• As construções existentes; 
• As árvores; 
• As galerias de águas pluviais ou o esgoto;
• Os postes e seus respectivos números (mais próximos do lote);
• As ruas adjacentes;
• Uma planta de situação, com o aparecimento da via de maior importância ou qualquer obra de maior vulto (igreja,
ponte viaduto, etc.) do loteamento ou do bairro;
• A �xação da linha NS (eixo norte/sul).
SONDAGEM
Para termos uma certeza sobre o tipo de solo, suas características e nível de resistência, deverá ser realizada a etapa
de sondagem. Com o relatório de sondagem podemos saber:
Atenção
, Com essas informações, poderemos de�nir quais equipamentos serão utilizados na escavação e retirada do solo, além de dar
subsídios para o calculista determinar o tipo de fundação mais apropriada.
A NBR 8036 (ABNT, 1983) trata da programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações
de edifícios.
O número de sondagens a serem realizadas em um terreno, a sua localização em planta, bem como a profundidade a
ser explorada para o caso de Sondagem de Reconhecimento estão de�nidos nesta norma: 
• As sondagens devem ser de, no mínimo, uma para cada 200m² de área da projeção em planta do edifício, até
1200m² de área;
• Entre 1200m² e 2400m², deve-se fazer uma sondagem para cada 400m² que excederem de 1200m²;
• Acima de 2400m², o número de sondagens deve ser �xado de acordo com o plano particular da construção.
Atenção
, Em quaisquer circunstâncias, o número mínimo de sondagens deve ser (ABNT, 1983):
• Dois para área da projeção em planta do edifício até 200m²;
• Três para área entre 200m² e 400m².
A �gura a seguir apresenta um exemplo de locação dos pontos de sondagem. Observe a relação entre a área total e
os números de pontos de sondagem.
Exemplo de locação de sondagem
Atenção
, O tipo de sondagem a ser utilizada é escolhido em função do tamanho e das características da edi�cação que será
implantada, além das características do próprio terreno.
As sondagens comumente utilizadas na construção de edifícios são as Sondagens de Reconhecimento, que podem ser feitas
utilizando-se o Método de Percussão com Circulação de Água ou Standard Penetration Test (STP), sendo este o mais
amplamente usado, pois é um método rápido, econômico e aplicável à maioria dos solos (exceto pedregulho) (BARROS,
MELHADO, 2002).
Etapas do ensaio STP
Basicamente, as etapas do ensaio STP são (ABNT, 1983):
Etapa 1
Em cada ponto de sondagem, monta-se uma torre (tripé), com altura em torno de 5m e um
conjunto de roldanas e cordas, que auxiliará no manuseio da composição de hastes por força
manual.
A �gura apresenta o esquema de montagem do tripé.
Etapa 2
A amostra a zero metro é coletada e inicia-se a escavação com trado manual. Na base do
furo, apoia-se o amostrador padrão acoplado a hastes de perfuração.
Etapa 3
Marca-se na haste, com giz, um segmento de 45cm dividido em trechos iguais de 15cm.
Etapa 4
Ergue-se o martelo padronizado ou “peso batente” de 65kg até a altura de 75cm e deixa-se
cair em queda livre sobre a haste.
Etapa 5
Tal procedimento é repetido até que o amostrador penetre 45cm do solo.
A soma do número de golpes necessários para a penetração do amostrador nos últimos
30cm é o que dará o índice de resistência do solo na profundidade ensaiada (Nspt).
A �gura apresenta um amostrador e a amostra sendo retirada.
Nas operações subsequentes de perfuração, intercaladas às operações de amostragem, utiliza-se o trado cavadeira
ou o helicoidal até atingir o nível d’água ou até que o avanço seja inferior a 5cm após 10 minutos de operação.
Nesses casos, passa-se ao método de perfuração por circulação de água (lavagem), utilizando-se um trépano como
ferramenta de escavação, com bomba d’água motorizada para remoção do material.
O ensaio será interrompido quando já tiver atingido o critério técnico adequado para aquela obra ou atingir o
impenetrável.
As amostras coletadas a cada metro, chamadas testemunhos, são acondicionadas em recipientes, etiquetadas e
enviadas ao laboratório para análise tátil-visual por geólogo especializado.
As amostras extraídas recebem classi�cação quanto às granulometrias dominantes, cor, presença de minerais
especiais, restos vegetais e outras informações relevantes encontradas (AÇÃO ENGENHARIA, 2016).
Atenção
, É importante você saber que no relatório �nal deve constar a planta local da obra com a posição das sondagens e o per�l
individual de cada sondagem, indicando a resistência do solo a cada metro perfurado, o tipo e a espessura do material e a
posição do nível da água, quando encontrado durante a perfuração.
MOVIMENTAÇÃO DE TERRA
Ao ser necessário um movimento de terra é possível que se tenha uma das seguintes situações (BARROS; MELHADO,
2002):
Nos casos em que seja necessária a execução de aterros, deve-se tomar cuidado com a compactação do terreno.
Assim:
Tipos de movimento de terra
Conforme Azevedo (2001), movimento de terra é a parte da terraplenagem que está relacionada ao transporte de
terra do terreno.
O movimento de terra pode ser de quatro tipos:
MANUAL
Dizemos que o movimento de terra é manual quando é executado pelo homem através das ferramentas: pá, enxada e carrinho
de mão.
MOTORIZADO
Quando são usados para o transporte, caminhão ou basculante, sendo que o desmonte ou a escavação poderá ser feita
manualmente ou por máquinas.
MECANIZADO
Quando a escavação, carregamento e transporte é efetuado pela própria máquina. O movimento de terra mecanizado é
utilizado em obras industriais de desenvolvimento horizontal.
Á
HIDRÁULICO
Quando o veículo transportador de terra é a água. Por exemplo, dragagem.
Saiba mais
, A NBR que apresenta as diretrizes para a terraplanagem é a NBR 9732 - Projeto de terraplanagem - rodovias.
A contratação dos serviços de movimento de terra pode se dar por (BARROS, MELHADO, 2002):
Empreitada global
Quando contrata-se uma empresa especializada nesse tipo de serviço, que será remunerada
pelo todo, isto é, pelo conjunto total dos serviços (escavação e retirada do material).
Aluguel de equipamentos
Nesse tipo de contratação, paga-se a máquina de escavação por hora e os caminhões para a
retirada do solo, por viagem.
Empreitada por viagem
Nela, a remuneração pelo serviço é feita por caminhão retirado (volume retirado), estando o
aluguel da máquina incluso no preço da viagem.
Também nesse tipo de contrato deve-se tomar cuidado com os caminhões mal cheios,
havendo a necessidade de se registrar o número de viagens.
Comentário
, Observa-se que em quaisquer dos tipos de contratação o empreiteiro é responsável por providenciar um “bota-fora” para a
remoção do solo (BARROS, MELHADO, 2002).
Com relação à segurança, você deve lembrar de que há a necessidade de contenções sempre que a escavação
implicar em risco de perda de estabilidade do terreno para não abalar as edi�cações vizinhas.
Após o corte, é necessário planejar o transporte do resíduo. Assim, você deve �car atento ao tipo de solo com que
está lidando, pois, no movimento de terra, devemos considerar o empolamento.
Conforme Azevedo (2001), quando se move a terra do seu lugar natural, o seu volume aumenta. A proporção de
aumento de cada tipo de material pode ser estabelecida, consultando-se uma tabela de propriedade de materiais.
O empolamento ou aumento de volume é expresso, geralmente, por uma porcentagem do volume original.
Exemplo
, Por exemplo, se um aumento volumétrico de argila seca for de 40%, isso signi�ca que 1,00m3 de argila, no estado natural
(antes da escavação), encherá um espaço de 1,40m3 no estado solto (depois de escavado).
ATIVIDADE PROPOSTA
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Vamos realizar um estudo de caso:
Imagine que você é o engenheiro responsávelpela fase de atividades preliminares da obra de construção de um hotel
de grande porte. Nesse terreno, existe uma vegetação que será retirada e uma edi�cação que deverá ser demolida.
Elabore um plano de atividades preliminares que deve ser realizado antes da implantação de um canteiro de obras.
Resposta Correta
Você também poderá exercitar os conhecimentos que aprendeu através de uma lista de exercícios que preparamos.
Para acessar à lista, clique aqui (glossário).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon660/galeria/aula1/docs/A1_t9.pdf
Tecnologia da Construção
Aula 2 - Canteiro de obras
INTRODUÇÃO
Ao observarmos um canteiro de obras, percebemos que várias atividades ocorrem ao mesmo tempo, diferentes
pessoas circulam com diversos itinerários e vários materiais e equipamentos são utilizados. Porém, você já parou
para se perguntar como tudo isso é organizado em um canteiro? E sabia que, dependendo da organização, isso pode
in�uenciar no tempo de duração que se leva para realizar determinada atividade?
Por isso, a organização de um canteiro de obras tem grande in�uência na rotina das atividades que são realizadas
nele. A localização do depósito de materiais, a localização dos equipamentos e máquinas, qual distância que o
trabalhador percorre entre o depósito de material e o local de determinada atividade são alguns dos fatores que
interferem no tempo que se leva para realizar uma tarefa.
Além desses fatores técnicos, precisamos pensar na segurança e na saúde do trabalhador. Esse trabalhador passa a
maior parte do dia dentro da obra, por isso devem ser garantidas as condições básicas de higiene e segurança.
Então, veremos nesta aula, que, além de se pensar na logística para a realização das atividades desenvolvidas em
um canteiro, precisamos pensar nas condições para garantir a saúde do trabalhador.
OBJETIVOS
Analisar os elementos que compõem o canteiro de obras;
Identi�car os requisitos da NR 18 sobre condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção;
Reconhecer os fatores que in�uenciam a localização de cada componente do canteiro de obras.
DEFINIÇÃO DE MODELO DE CANTEIRO DE OBRAS
Para começarmos a falar sobre os elementos de um canteiro, vamos primeiro entender o que é um canteiro de obras
e a sua �nalidade.
Fonte da Imagem: Macrovector/Shutterstock
De acordo com a NBR 12284 (ABNT, 1991), canteiro de obras é:
“O conjunto de áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas
operacionais (glossário) e áreas de vivência (glossário).”
Já, de acordo com a NR 18 (BRASIL, 2016), é:
“Uma área de trabalho �xa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra.”
É fácil notar que essas duas de�nições se referem ao canteiro como local onde se desenvolvem operações de apoio à
execução de uma obra. Então, podemos entender que, como a obra está em constante transformação, o canteiro se
modi�ca à medida que avançam as fases da obra.
Fonte da Imagem: Aha-Soft/Shutterstock
Custos dos serviços de canteiro de obra
O custo das instalações provisórias é de�nido como custo direto e/ou indireto, conforme contrato de execução da
obra, podendo suas instalações serem terceirizadas ou não.
Agora, vamos ver sob outra perspectiva: se o canteiro está ali para dar apoio operacional à obra, precisamos pensar
na relação materiais x mão de obra x equipamentos x local de atividade.
Isso signi�ca que é necessário considerar o deslocamento que o trabalhador precisa fazer para pegar o material, ir
até algum equipamento ou ir até seu local de atividade.
Logística
Logo, precisamos pensar na logística, e, quando pensamos na logística, temos os seguintes objetivos:
Fatores da organização
A organização do canteiro depende também de alguns fatores como:
Tamanho do terreno e ocupação da edi�cação dentro do terreno, pois a localização dos elementos depende da
implantação da edi�cação nesse terreno.
Impedir a ociosidade de equipamentos e de mão de obra;
Diminuir os tempos de deslocamento;
Racionalizar as atividades ao impedir que operações semelhantes sejam realizadas em locais
espaçados;
Minimizar as interferências (materiais x mão de obra x local de execução da atividade).
Processos e métodos construtivos empregados na obra, pois, dependendo do processo construtivo, pode existir ou
não a necessidade de área de estoque, por exemplo.
Características dos materiais, já que a necessidade de depósitos cobertos ou não depende se o material usado é a
granel, ensacados ou perecíveis.
Prazo de execução, pois a frequência, o volume de fornecimentos de materiais e a quantidade de trabalhadores em
atividade ao mesmo tempo na obra também interferem na capacidade do canteiro.
Atenção
, É importante que exista um projeto especí�co para a implantação do canteiro de obras
cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local. Além disso,
precisamos lembrar que as atividades preliminares de demolições, limpeza e movimentos de terra já
devem ter sido concluídas antes da implantação do canteiro.
ELEMENTOS QUE COMPÕEM UM CANTEIRO DE OBRAS
Fonte da Imagem: Pressmaster/Shutterstock
Na fase de planejamento do canteiro é necessário observar que:
É importante você realizar um levantamento do que existe no terreno em relação às instalações de água, esgoto e
elétrica. É recomendado que se utilize as já existentes e que haja uma compatibilização com o projeto de�nitivo.
A instalação do tapume para cercar a obra e os portões de acesso para a segurança também são elementos que
precisam de atenção.
O portão de recebimento de materiais deve ter uma largura não menor que 4,40m, além da necessidade de se criar
um portão de acesso para pedestres. Já a instalação de tapume deve ser com altura da ordem de 2,50m.
Elementos do canteiro ligados à produção
Os elementos ligados à produção vão variar de acordo com o método construtivo adotado na obra. Se for uma obra
de estrutura metálica com lajes pré-fabricadas, por exemplo, não haverá necessidade de central de formas, central de
armação, nem central de argamassa, pois esses são elementos próprios para o sistema estrutural de concreto
armado. Além disso, é importante se ter um cuidado com interferências com outros �uxos de material para que não
haja acidentes.
Veja os elementos de um sistema estrutural de concreto armado:
Atenção!
, A central de armação deverá estar localizada nas proximidades do estoque de aço e ser facilmente
acessível quanto ao transporte vertical (AZEVEDO, 2001).
Elementos do canteiro de apoio à produção
Esses elementos de apoio à produção vão acompanhar a fase em que a obra se encontra. Ou seja, se estamos na
fase de fundação não há a necessidade de estoque de louças e metais que são materiais da fase de acabamento. Os
elementos são:
Estoque de conexões;
Estoque relativo ao elevador;
Estoque de esquadrias;
Estoque de tintas (local fechado);
Estoque de metais (local fechado);
Estoque de louças (local fechado);
Estoque de barras de aço;
Estoque de compensado para formas;
Almoxarifado de ferramentas;
Estoque de areia;
Estoque de brita (quando o concreto for produzido in loco);
Estoque de cimento em sacos;
Estoque de argamassa industrializada em sacos;
Estoque de tubos.
Saiba Mais
, Em relação à localização do estoque de areia, Azevedo (2001) nos diz que a areia precisa:, ,
Ficar próxima à betoneira de produção de argamassa;
Ficar próxima ao equipamento para transporte vertical;
Ficar próxima ao portão de materiais (se possível, acessível diretamente pelo basculamento do
caminhão);
Evitar contato direto com terreno;
Prover delimitação quanto às laterais;
Evitar carreamento pela chuva e contaminação com terra, entulho e outros materiais;
Impedir de ser estocada sobre laje para que não haja sobrecarga.
Elementos de apoio técnico administrativo
Os elementos são:
A �gura a seguir apresenta um exemplo de área administrativa, estoque de materiais e ferramentas.
Planta baixa das instalações provisórias: área administrativa e 
estoquede materiais e ferramentas – pavimento inferior.
Fonte: Fonte: Cesar et al (2016).
Fonte da Imagem: Blan-k/Shutterstock
 
 
Se a área disponível não for muito grande, esses escritórios podem ser reduzidos a um único, com as mesas
disponíveis para cada pro�ssional e o espaço para a reunião.
Outros elementos
Esses elementos são:
Entrada de água;
Entrada de luz;
Coleta de esgotos (se não for ligado à rede pública);
Portão de materiais;
Portão de pessoal;
Estande de vendas;
Área destinada a resíduos da construção (coleta e reuso).
Atenção!
, A área destinada a resíduos deverá estar próxima à saída.
Elementos da área de vivência
Os elementos são:
A seguir, veremos quais desses elementos da área de vivência, segundo a NR 18, são obrigatórios e quais são
opcionais.
REQUISITOS DA NR 18 SOBRE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE
TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Inicialmente, uma das mais importantes recomendações da NR 18 (BRASIL, 2016) é que a obra com 20 trabalhadores
(empregados e terceirizados) ou mais tenha, OBRIGATORIAMENTE, o Programa de Condições e Meio Ambiente de
Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT).
Fonte da Imagem: Naghiyev/Shutterstock
O PCMAT é um plano que estabelece condições e diretrizes de Segurança do Trabalho para obras e atividades
relativas à construção civil. A sua falta implicará nas penalidades previstas na legislação que poderão variar de
multa até a paralização das atividades do estabelecimento em questão.
Esse plano deve ser elaborado e executado por pro�ssional de segurança do trabalho legalmente habilitado e a
implementação é de responsabilidade do proprietário do estabelecimento e seus contratados.
Objetivos do PCMAT
Fonte da Imagem: Alexwhite/Shutterstock
• Garantir, por ações preventivas, a integridade física e a saúde do trabalhador da construção, funcionários
terceirizados, fornecedores, contratantes e visitantes;
• Estabelecer um Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho nos serviços relacionados à construção, através da
de�nição de atribuições e responsabilidades à equipe que irá administrar a obra.
Recomendações da NR 18 (BRASIL, 2016) para as áreas de vivência
Instalações sanitárias (obrigatórias em qualquer obra) são:
1 lavatório, 1 vaso, 1 mictório, para cada 20 operários;
1 chuveiro para cada 10 operários;
Local do vaso: área mínima de 1m²;
Local do chuveiro: área mínima de 0,80m²;
Pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando-se o que determina o Código de Obras do Município da obra;
Estarem situadas em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150m do
posto de trabalho aos gabinetes sanitários, mictórios e lavatórios;
Os chuveiros devem ser de metal ou plástico, individuais ou coletivos, dispondo de água quente.
Além disso, é obrigatório no alojamento o fornecimento de água potável, �ltrada e fresca, para os trabalhadores por
meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similiar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1
para cada grupo de 25 trabalhadores ou fração.
Pausa para um exercício de �xação!
Leia o enunciado e marque a opção correta:
Você está projetando as instalações sanitárias de uma obra com previsão para abrigar 90 trabalhadores.
Considerando as exigências da NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil, a
quantidade mínima de vasos sanitários é:
3
5
8
9
12
Justi�cativa
As demais instalações obrigatórias são:
galeria/aula2/img/img2_2b1.jpg
Ambulatório
Obrigatório se tiver 50 operários ou mais.
galeria/aula2/img/img2_2b2.jpg
Vestiário
• Armários individuais com cadeado;
• Bancos (largura mínima de 30cm);
• Ter pé-direito mínimo de 2,50m ou respeitando-se o que determina o Código De Obras do Município da
obra.
galeria/aula2/img/img2_2b3.jpg
Refeitório
É obrigatória a existência de local adequado para as refeições, que deve:
• Ter capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições e
com assentos em número su�ciente para atender os usuários;
• Ter lavatório instalado em suas proximidades ou no seu interior;
• Independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não da cozinha, deve haver local
exclusivo para o aquecimento das refeições.
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Área de lazer
É obrigatório quando houver alojamento.
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Alojamento
Obrigatório se houver trabalhadores alojados. Suas especi�cações são:
• Área de 3m² para cada conjunto cama/armário (circulação incluída);
• Cama de, no mínimo, 0,80 x 1,90m;
• Proibido “treliche”;
• Armários individuais (0,80m de altura x 0,50m de largura x 0,40m profundidade, ou 1,20m x 0,30m x
0,40m, respectivamente);
• Não estar situado em subsolo ou porão;
• A altura livre permitida entre uma cama e outra e entre a última e o teto é de, no mínimo, 1,20m.
A �gura a seguir apresenta um exemplo de uma área de vivência com vestiário, sanitário e refeitório. Observe o
dimensionamento.
Planta baixa das áreas de vivência: vestiários, sanitários e refeitório.
Fonte: Fonte: Cesar et al (2016).
Pausa para um exercício de �xação!
Leia o enunciado e marque a opção correta:
Você está planejando um canteiro de obras para a construção de um prédio comercial. A instalação OBRIGATÓRIA
em seu canteiro é:
Lavanderia
Área de lazer
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Lavanderia
É obrigatório quando houver alojamento. Ela deve:
• Ter cobertura;
• Ser dotada de tanques individuais ou coletivos em número adequado.
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Cozinha
É obrigatório somente se houver preparo de refeições na obra. Suas especi�cações são:
• Existência de pia;
• Instalações sanitárias para funcionários da cozinha, sem comunicação direta, mas próximo da
mesma;
• Equipamento de refrigeração.
Cozinha
Alojamento
Instalações sanitárias
Justi�cativa
Fonte da Imagem: LovePHY/Shutterstock
Contêineres
Existem muitas obras hoje em dia que fazem a opção por contêineres e a NR 18 (BRASIL, 2016) também apresenta
restrições para esse uso. Observe:
“Instalações móveis, inclusive contêineres, serão aceitas em áreas de vivência de canteiro de obras e frentes de
trabalho, desde que, cada módulo: 
a) possua área de ventilação natural, efetiva, de no mínimo 15% (quinze por cento) da área do piso, composta por, no
mínimo, duas aberturas adequadamente dispostas para permitir e�caz ventilação interna;
b) garanta condições de conforto térmico; 
c) possua pé-direito mínimo de 2,40m (dois metros e quarenta centímetros); 
d) garanta os demais requisitos mínimos de conforto e higiene estabelecidos nesta NR; 
e) possua proteção contra riscos de choque elétrico por contatos indiretos, além do aterramento elétrico.”
O quadro a seguir apresenta uma sugestão de área para os elementos do canteiro. Observe:
ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO DE OBRAS
O estudo do canteiro de obras tem uma relação direta com a qualidade e a produtividade no processo de trabalho,
pois grande parte das ações acontece no próprio canteiro.
Então, prever a localização de cada área, entre elas as de trabalho, as de estocagem e as de circulação, é uma ação
de planejamento que visa a qualidade e melhora do processo produtivo da obra.
Layout de um canteiro de obras
Os princípios que devem ser respeitados na elaboração do layout de um canteiro de obras são os mesmos do layout
industrial (BORBA, 1998 apud CESAR et al, 2016):
Integração de todos os elementos e fatores
Almoxarifados, entradas e saídas para operários distintos, para os clientes, disposição dos
equipamentos etc.
Mínima distância
O transporte nada produz, portanto deve ser minimizado e se possível eliminado.
Obediência do �uxo de operações
Evitar cruzamentos, retornos, interferências e congestionamentos.
Racionalização do espaço
Aproveitar as quatro dimensões (geométrica e temporal): subsolo, espaços superiores para
transportar, canalizações e depósitos pouco usados.
Satisfação e segurança do empregado
Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da moral do trabalhador
quanto a redução deriscos de acidentes.
Flexibilidade
Possibilidade de mudança dos equipamentos, quando evoluir ou modi�car a linha de
produtos (condições atuais e futuras).
Iniciando o canteiro
Como foi comentado anteriormente, na fase de planejamento do canteiro de obras, diversos elementos devem ser
listados para se dar inicio ao seu projeto.
A seguir, vamos listar e de�nir os elementos de um canteiro de acordo com Barros (2016):
1) Ligações de água, energia elétrica, esgoto e telefone, devendo ser solicitadas, junto às respectivas
concessionárias, as informações necessárias para o funcionamento.
 
2) Localização e dimensionamento, em função do volume da abra, de áreas para armazenamento de
materiais a granel (areia, brita etc.), quando for utilizado o material a granel.
 
3) Localização e dimensionamento, em função do efetivo máximo previsto para a obra, das áreas de
vivência, com as seguintes instalações:
• Vestiários;
• Alojamento (se houver);
• Local de refeições;
• Cozinha (quando for previsto o preparo de refeições); 
• Lavanderia (apenas se houver alojamento);
• Área de lazer (apenas se houver alojamento);
• Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores.
 
4) Localização e dimensionamento das centrais de: 
• Massa (betoneira);
• Minicentral de concreto, quando houver;
• Armação de ferro; 
• Serra circular;
• Armação de forma;
• Pré-montagem de Instalações;
• Soldagem e corte a quente etc.
 
5) Localização e dimensionamento dos equipamentos de transporte de materiais e pessoas: 
• Grua;
• Elevador de transporte de materiais;
• Elevador de passageiros.
 
6) Tapumes ou barreiras para impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços.
 
7) Veri�cação das diversas interferências com a comunidade e vice-versa.
 
8) Análise cronológica da instalação do canteiro e das atividades de máquinas e equipamentos �xos,
para determinar, com antecedência, sua disposição e construção.
 
9) Busca da implantação do canteiro em local que permaneça o maior tempo possível, pois
desmobilizações durante a obra causam muito transtorno. Propiciar ao conjunto produtivo opções e
facilidades de mudanças posteriores à implantação do projeto de layout.
A �gura a seguir apresenta um mapo�uxograma de transporte de materiais (argamassa, azulejo e piso cerâmico,
bloco de concreto, cimento, gesso, textura e tinta).
Quando visualizamos este estudo de �uxo de materiais, temos mais condições de identi�car algum erro ou �uxo
cruzado que inter�ra na produtividade, e, assim, podemos melhorar o layout.
Mapo�uxograma de transporte de materiais
Fonte: Fonte: Cesar et al (2016).
Fonte da Imagem: Shutterstock
Portanto, para se ter um canteiro e�ciente e que contribua para a qualidade e produtividade da obra, torna-se
necessário diminuir os deslocamentos dos trabalhadores no transporte de materiais, máquinas e equipamentos e
direcionar o �uxo de produção sempre no sentido do produto acabado.
Para isso, é necessário conhecer o sistema de recebimento, transporte e armazenamento de materiais e facilitar o
controle de seus estoques, impedindo o acúmulo desnecessário ou a falta de materiais.
Atenção!
, É importante que as empresas construtoras tenham a consciência das perdas relacionadas ao não
planejamento dos canteiros de obras e que a elaboração de um projeto de forma integrada com a
produção trará benefícios sociais, econômicos e ambientais para a sociedade (CESAR, 2016).
ATIVIDADE
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Com relação à organização do canteiro de obras, organize as atividades e materiais do canteiro a seguir:
ARMAÇÃO – AREIA - BRITA – BETONEIRA – FORMAS – ALMOXARIFADO -
CIMENTO - BANHEIRO/VESTIÁRIO - ESCRITÓRIO
Resposta Correta
Tecnologia da Construção
Aula 3 - Cuidados na etapa de escavação e
execução de taludes
INTRODUÇÃO
Ao se pensar em obras de execução de grandes empreendimentos, em áreas urbanas, devemos perceber que
escavações profundas, cortes verticais e aterros de grandes dimensões estão �cando mais evidentes e adquirindo
grande importância no processo. Tal fato se dá devido à escassez de áreas para construir.
Com relação aos taludes (glossário) e tipos de contenção, podemos dizer que a etapa de contenção aparece como
uma das mais críticas, principalmente porque, em função dos riscos que a movimentação de terra envolve, um erro
de dimensionamento, de projeto ou de execução pode ser fatal.
Além disso, com o surgimento de projetos mais complexos e cronogramas mais enxutos o segmento de contenção
precisou se adaptar, e dessas adaptações surgiram evoluções nas técnicas e equipamentos para atender a essa
demanda. De modo geral, as técnicas vêm sendo aprimoradas.
Vamos falar mais sobre esse assunto, nesta aula.
OBJETIVOS
Reconhecer os cuidados que devem existir durante as escavações;
Identi�car os principais tipos de taludes.
ESCAVAÇÕES E SEUS CUIDADOS COM O ENTORNO
Antes de iniciar uma escavação é importante conhecer o entorno em que se dará tal atividade. Para isso, os cuidados
devem ser planejados e acompanhados durante a execução.
A NBR 9061 (ABNT, 1985) a�rma que o controle das edi�cações vizinhas e da escavação deve obedecer a um plano
de acompanhamento através de inspeção e de instrumentação adequada ao tamanho da obra e das edi�cações
vizinhas, sendo dessa forma:
INSPEÇÃO
Tem por �nalidade observar qualquer evento cuja análise permite medidas preventivas ou considerações especiais
para a segurança da obra.
INSTRUMENTAÇÃO
Visa à medida direta de grandezas físicas necessárias à interpretação e previsão do desempenho das obras, com
referência aos critérios de segurança e econômicos adotados na fase de projeto. Nesse caso, aqui estão relacionados
os equipamentos necessários, o escoramento (glossário) que deve ser feito e a sinalização e o isolamento da área da
execução.
1 – VIABILIDADE
Permitir a previsão de custos e prazos das diversas alternativas.
2 - PROJETO BÁSICO
Detalhamento de forma a quanti�car os serviços necessários ao desenvolvimento do projeto executivo.
3 - PROJETO EXECUTIVO
De�ne claramente os diversos componentes da obra, incluindo memoriais descritivos, cálculos estruturais, desenhos,
especi�cações técnicas e executivas, planilhas de orçamento e cronogramas básicos.
4 - PROJETO “COMO EXECUTADO” (AS BUILT)
Compreende o acompanhamento sistemático da execução da obra, o reexame dos critérios de dimensionamento em
função de dados obtidos durante a execução e a elaboração de um relatório �nal, comentando a execução com as
di�culdades encontradas, sendo recomendada a complementação com fotogra�as.
Saiba mais!
, Vale lembrar que o grau de detalhamento do projeto varia de acordo com o tipo e a característica de cada obra.
Durante a execução da escavação, as cargas e os carregamentos no terreno podem variar, e a NBR 9061 (ABNT,
1985) classi�ca em cargas estáticas e cargas dinâmicas. Veja, a seguir, as características de cada uma.
Cargas estáticas
São elas:
Empuxo lateral do solo
(glossário)
Pressão hidrostática
Cargas provenientes de
construções próximas
Acúmulo de material
escavado na borda da
escavação
Atenção!
, Atenção para esse último tipo de carga, pois na hora da elaboração do plano você deverá de�nir onde essa terra retirada será
depositada. A NR 18 (ABNT, 2016) a�rma que os materiais retirados da escavação devem ser depositados a uma distância
superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude. A Figura 1 apresenta bem como seria essa relação., ,
, ,
Figura 1: Relação entre a distância do local do material
da escavação e a profundidade da escavação.
Cargas dinâmicas
São elas:
Atenção!
, É importante lembrar que o tráfego próximo da escavação deve ser desviado ou ter a velocidade reduzida, e para a segurança
dos envolvidos, os acessos de pessoal, veículos e equipamentos devem ter sinalização permanente, além de ser proibido o
acesso de pessoal não autorizado., , A Figura 2 apresenta uma sugestão de afastamentos da área de execução., ,
Então, conforme foi apresentado, sãomuitos os cuidados que devemos ter durante a escavação, e a NR 18 apresenta
ainda mais outras ações que podem garantir a segurança dos envolvidos na atividade, são elas:
Assim, muros, edi�cações vizinhas e todas as estruturas que possam ser afetadas pela escavação devem ser
escorados. A Figura 4 apresenta um exemplo de escoramento de vegetação próxima à área de escavação.
Durante toda a fase de execução e durante a existência da escavação, é indispensável ter-se no canteiro de obra um
arquivo contendo os seguintes documentos:
PRINCIPAIS TIPOS DE TALUDES
Podemos dizer que talude é uma superfície inclinada do solo que limita um platô. Os taludes também são chamados
de encostas e podem ser naturais ou construídos arti�cialmente pelo homem, como mostra a Figura 5.
Fonte: hanss / Shutterstock
Saiba mais!
, Os taludes de aterro devem ser menos inclinados do que os de corte.
A escolha para o tipo de contenção mais adequada depende do estudo detalhado de cada caso, das condições
especí�cas da obra e da região. Mas, lembramos que, cada vez mais, o estudo dos processos de estabilização de
taludes e suas formas de contenção tornam-se necessários, devido a desastrosas consequências que os
escorregamentos acarretam.
Então, vamos conhecer alguns tipos de contenção.
Estruturas de contenção com solo reforçado com geossintéticos.
Essa forma de contenção consiste no uso de mantas geotêxteis ou geogrelhas intercaladas com camadas de aterro
compactado, como pode ser visto na Figura 6.
Devemos reconhecer as propriedades mecânicas na hora da escolha do geossintético. Observamos que esse tipo de
material apresenta um custo menor quando comparado a outros tipos de materiais de contenção (TECHNE, 2016).
Cortina de concreto atirantada
Podemos de�nir que são muros de concreto armado, com espessuras entre 0,20m e 0,30m, contidos por tirantes
protendidos.
Em geral, são:
verticais ou subverticais;
com os tirantes distribuídos de maneira uniforme;
com espaçamentos que variam de acordo com a altura da contenção;
e os esforços atuantes (TECHNE, 2016).
Pode ser aplicado em qualquer situação geométrica, tipo de solo ou condição hidrológica.
A Figura 7 apresenta um corte e uma foto demonstrando os tirantes e a presença de canaletas para que a drenagem
seja direcionada a um descarte seguro.
Muro de arrimo de gabiões
Os muros de gabiões são constituídos por gaiolas metálicas preenchidas com pedras arrumadas manualmente e
construídas com �os de aço galvanizado em malha hexagonal com dupla torção.
As dimensões usuais dos gabiões são: comprimento de 2m e seção transversal quadrada com 1m de aresta
(TECHNE, 2016).
Esse tipo de contenção apresenta a vantagem de ser feito com rapidez, por possuir elevada permeabilidade e grande
�exibilidade aceitando deformações.
A Figura 8 apresenta um corte de um muro de gabião e a sua montagem.
Muro de arrimo rimbloco
Esse sistema utiliza peças pré-moldadas de concreto não armado, em forma de duplo "T", e chumbadores com cerca
de 3m de comprimento. Ou seja, é um muro articulado, formado por peças padronizadas e contido por chumbadores.
Esse sistema também apresenta um custo reduzido e �exibilidade.
Muro de concreto ciclópico
Trata-se de estrutura composta de concreto e agregados de grandes dimensões. A execução desse sistema consiste
no preenchimento de uma forma com concreto e blocos de rocha de dimensões variadas. Sua aplicação é
recomendada para taludes superiores a 3 metros de altura (TECHNE, 2016).
Esse tipo de concreto usa pedras de mão para aumentar seu volume e peso. Essas pedras podem variar de 10 a 30
centímetros. É um concreto de baixa resistência à tração, mas com boa resistência à compressão.
A execução do sistema de drenagem é feita com barbacã e dreno de areia, como mostra a Figura 10.
Cortina cravada
Esse tipo de contenção é formado por estacas ou per�s cravados no terreno, trabalhando à �exão e resistindo pelo
apoio da parte enterrada do per�l.
Podem ser obras contínuas, quando utilizamos as estacas pranchas ou as justapostas, como mostrado na Figura
11. Podem também ser obras descontínuas, onde as estacas ou os per�s metálicos são cravados a uma distância
um do outro.
O trecho entre eles é preenchido por pranchões de madeira ou placas de concreto armado (TECHNE, 2016).
Importante ressaltar que esse sistema costuma ser mais empregado em obras de contenção provisória. Observe na
Figura 11 o uso de barbacãs.
Paredes diafragma
Essas são cortinas de concreto armado moldadas no solo em painéis sucessivos. Costumam ser bastante
empregadas também com painéis pré-moldados. Em geral, as paredes diafragma possuem espessuras entre 0,40m e
1,20m e painéis de comprimento mínimo de 2,50 m (TECHNE, 2016).
Na Figura 12, pode ser observado o uso dessa parede em planta e em corte. Sua aplicação é indicada em casos de
execução de escavações profundas junto a edi�cações preexistentes.
Solo grampeado
Esse sistema consiste em uma tela metálica �xada por chumbadores e recoberta por concreto projetado. É
conhecido como solo grampeado ou soil nailing, após o reforço do maciço pela introdução de chumbadores (barras
de ferro), e é feito o recobrimento do talude com tela metálica �xada por pinçadores e aplicação de concreto
projetado com 7 a 10cm de espessura.
Utilizado há muito tempo em terrenos rochosos, o sistema foi aperfeiçoado com a introdução do concreto projetado
(TECHNE, 2016).
ATIVIDADE
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Elabore um plano para a escavação a ser realizada em uma obra, para instalar tubulação de saneamento, sabendo
que, para essa tarefa, deverá ser feita uma escavação de 50 metros de comprimento com 1 metro de largura e 2
metros de profundidade. Lembre-se de de�nir:
As ações de segurança;
As possíveis contenções;
Os equipamentos utilizados;
A de�nição do local para armazenamento da terra escavada.
Resposta Correta
Você também poderá exercitar os conhecimentos construídos através de uma lista de exercícios que preparamos.
Para acessar à lista de exercícios, clique aqui (glossário).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon660/galeria/aula3/docs/a03_t04.pdf
Tecnologia da Construção
Aula 4 - Tipos de fundações
INTRODUÇÃO
As fundações são elementos estruturais encarregados de transmitir ao terreno as cargas da estrutura. Portanto,
devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas pelos esforços solicitantes. E, para isso, devemos,
antes de iniciar o projeto de fundações, reconhecer o comportamento do terreno, analisar os dados da estrutura a
construir e identi�car as construções vizinhas.
Após reunir todas essas informações, poderemos dar inicio ao projeto de fundações. E então, nos depararmos com
qual tipo de fundação será mais adequada ao nosso projeto.
Em função disso, vamos distinguir na aula de hoje a classi�cação das fundações e seus principais tipos utilizados na
construção civil.
OBJETIVOS
Identi�car os principais tipos de fundações super�ciais;
Reconhecer os principais tipos de fundações profundas.
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
A)
As cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de terreno capazes de suportá-las sem rupturas;
B)
As deformações das camadas de solo, subjacentes às fundações, devem ser compatíveis com as da estrutura;
C)
A execução das fundações não deve causar danos à estrutura vizinha, como trincas por cravação de estacas ou
alteração no nível do lençol freático;
D)
Ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve apresentar também viabilidade econômica.
Fonte da Imagem: Verkhozina Ekaterina / Shutterstock
De acordo com a NBR 6122 (glossário) (ABNT, 2010), as fundações super�ciais são aquelas em que a carga é
transmitida ao terreno, predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da fundação, e na qual a
profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, é inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de
fundação e as sapatas corridas.Então agora vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma delas.
Sapatas
http://edificios.eng.br/NBR%206122-2010.pdf
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), é o elemento de fundação super�cial (glossário) de concreto armado,
dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo
emprego da armadura.
Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em planta normalmente quadrada, retangular ou
trapezoidal.
As �guras, a seguir, mostram exemplos de sapatas.
A Figura 1 apresenta uma sapata em corte com sua armação e uma sapata quadrada e retangular em planta.
A Figura 2 apresenta uma sapata isolada já concretada, onde pode ser observada a sua armação. Nesse tipo, o
centro de gravidade da sapata deve ser o mesmo que o centro de aplicação da ação do pilar.
Saiba mais
, De acordo com NBR 6122 (ABNT, 2010), a menor dimensão deve ser ≥ 60cm, sendo a relação entre os lados da sapata (L1/L2)
≤ 2,5.
Blocos
Elemento de fundação super�cial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de tração, nele produzidas,
possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura (ABNT, 2010).
Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em planta seção quadrada ou
retangular.
A �gura, a seguir, apresenta um exemplo de bloco escalonado, bloco com face vertical e um bloco já concretado.
Radier
Elemento de fundação super�cial que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos (por exemplo:
tanques, depósitos, silos etc.) (ABNT, 2010).
1
Faz-se o nivelamento do terreno.
2
Cavam-se as vigas baldrame onde se alinham as paredes estruturais, para servir também de gabarito e locação.
3
Coloca-se as tubulações de água, esgoto, energia e as formas das bordas niveladas na cota �nal.
4
Coloca-se uma camada de brita graduada e, em seguida, compacta-se.
5
Colocam-se as armaduras do vigamento em sentido horizontal e vertical do corpo do radier.
A �gura, a seguir, apresenta a etapa de escavação das vigas baldrame e a colocação das armaduras do vigamento.
Observe:
Atenção!
, Após a colocação da armação já podem ser feitos a concretagem, o desempenamento e o alisamento com polidora de piso.
As formas são retiradas depois da cura.
Sapatas associadas
Sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento, de
acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010).
A �gura, abaixo, apresenta um esquema de corte e elevação.
Vigas de fundação
Elemento de fundação super�cial comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no mesmo
alinhamento, de acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). Também conhecido como baldrame.
Seu formato pode ser retangular, moldadas no local (in loco), com a função de receber cargas das paredes e transferi-
las aos blocos de fundação, às brocas (um tipo de estaca de pequena profundidade) ou diretamente ao solo.
Atenção!
, É importante lembrar que o uso das vigas baldrame também proporciona travamento entre os blocos de fundação,
distribuindo os esforços laterais e restringindo parcialmente o giro em sua direção.
Esse tipo de viga também pode ser pré-moldada, reduzindo o tempo de execução na obra. Nestes casos, a escavação
é executada normalmente, e as vigas baldrame pré-moldadas são posicionadas nos locais onde devem ser �xadas.
Estas vigas prontas devem ter as pontas das barras aparentes, para permitir a soldagem e união da estrutura, como
mostra a �gura a seguir. A �xação das vigas é feita com a concretagem dos pontos de união das vigas, tornando
uma peça única rígida e solidária.
Sapatas corridas
Sapata sujeita à ação de uma carga distribuída linearmente ou de pilares ao longo de um mesmo alinhamento, de
acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010). Constituem uma solução economicamente muito viável quando o solo
apresenta a necessária capacidade de suporte em baixa profundidade.
Para diferenciar da sapata isolada retangular, a sapata corrida (glossário) é aquela com comprimento maior que
cinco vezes a largura (A > 5B), como mostra a �gura, a seguir.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Fonte da Imagem: Verkhozina Ekaterina / Shutterstock
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), fundações profundas são aquelas em que o elemento de fundação
transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de atrito do fuste)
ou por uma combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de
sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3,0m. Neste tipo de fundação incluem-se as estacas e os tubulões.
Saiba mais!
, Estacas são os elementos de fundação profunda executados inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em
qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas.
Os materiais empregados podem ser:
Vamos conhecer um pouco mais sobre as estacas.
Estacas de madeira
De acordo com a NBR 6122 (2010), são empregadas usualmente para obras provisórias. Se
forem usadas para obras permanentes devem ser protegidas contra ataque de fungos,
bactérias aeróbicas, entre outros.
Para a sua execução usa-se um martelo de queda livre, cuja relação entre o peso do martelo e
o peso da estaca deve ser a maior possível, respeitando a relação mínima de 1,0.
Diariamente deve ser preenchida uma �cha de controle para cada estaca, devendo conter
informações sobre a execução. A �gura, a seguir, apresenta uma área em que foi realizada a
cravação de estacas de madeira.
Estacas metálicas ou de aço
São elementos estruturais produzidos industrialmente, podendo ser constituído por per�s
laminados ou soldados, simples ou múltiplos, tubos de chapa dobrada ou calandrada, tubos
(com ou sem costura) e trilhos, isso por de�nição da NBR 6122 (ABNT, 2010).
A cravação dessas estacas pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. Para o
controle, a nega e o repique devem ser medidos em todas as estacas, atendendo-se as
condições de segurança. A �gura, a seguir, apresenta duas estacas metálicas de per�l e
cravadas.
Estacas pré-moldadas de concreto
Essas estacas podem ser de concreto armado ou protendido, com qualquer forma
geométrica da seção transversal. Precisa-se ter atenção, pois ela deve apresentar resistência
compatível com os esforços de projeto e decorrentes do transporte, manuseio, cravação e
eventuais solos agressivos NBR 6122 (ABNT, 2010). Sua cravação pode ser feita por
percussão, prensagem ou vibração.
Quando for executada com martelo de queda livre, o peso do martelo deve ser no mínimo
igual a 75% do peso total da estaca, entre outras observações feitas pela NBR 6122 (ABNT,
2010). Para seu controle tecnológico, o fabricante das estacas pré-moldadas deve
apresentar resultados de ensaios de resistência do concreto, nas várias idades, e, em cada
estaca, deve constar a data de sua moldagem. Essas estacas podem ser emendadas, desde
que resistam a todas as solicitações que nelas ocorram durante o manuseio, a cravação e a
utilização da estaca.
Lembramos que as estacas cravadas por percussão são aquelas em que a própria estaca ou
o molde são introduzidos no terreno através de golpes de martelo — de gravidade, de
explosão, de vapor ou ar comprimido. A vibração é um fator existente, neste tipo de estaca, e
deve-se levar em conta condições de vizinhança e peculiaridades do local.
Isso pode ser visto na �gura abaixo em que aparece esse processo de cravação de uma
estaca pré-moldada de concreto. O processo de cravação se inicia posicionando-se o bate-
estaca sobre o piquete indicador do centro da estaca a ser cravada.
Estaca Franki
É uma estaca concretada in loco. A estaca Franki é executada através da cravação de um
tubo, chamado tubo Franki, por meio de sucessivos golpes de um pilão, em uma bucha seca,
de pedra e areia aderida à ponta do tubo.
Quando se atinge a cota de apoio, deve-se fazer a expulsão dessa bucha, executando assim
a sua base alargada. Após isso, ocorre a instalação da armadura e execução do fuste de
concreto com a simultânea retirada do revestimento(tubo Franki).
Na �gura, abaixo, é possível observar as etapas de execução da estaca Franki. Observe a
cravação do tubo de revestimento, a expulsão da bucha, a instalação da armação e a
concretagem.
De acordo com a NBR 6122 (ABNT, 2010), devemos estar atentos na obtenção da nega. A
nega pode ser obtida por duas maneiras:
a) para dez golpes de 1,0 metro de altura de queda do pilão;
b) para um golpe de 5,0 metros de altura de queda do pilão.
Tubulões a céu aberto
Esse tipo de fundação profunda pode ser escavada manual ou mecanicamente, em que na
sua etapa �nal uma pessoa deverá descer para realizar o alargamento da base ou limpeza do
fundo quando não há base.
Nesse tipo de fundação, as cargas são transmitidas, essencialmente, pela base a um
substrato de maior resistência, podendo ser empregado acima ou abaixo do lençol freático.
A concretagem do tubulão deve ser feita imediatamente após a conclusão de sua escavação.
Ela é feita com o concreto simplesmente lançado da superfície, através de funil com
comprimento mínimo de 1,50 metros. Isso é o que é mostrado na �gura a seguir.
ATIVIDADE
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Imagine que você é o engenheiro civil responsável pela etapa da fundação de uma edi�cação. Sabendo que serão
executadas 12 estacas tipo Franki, elabore um roteiro de execução que esteja de acordo com a NBR 6122.
Resposta Correta
Você também poderá exercitar os conhecimentos construídos através de uma lista de exercícios que preparamos.
Para acessar à lista de exercícios, clique aqui (glossário).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon660/galeria/aula4/docs/a04_t04.pdf
Tecnologia da Construção
Aula 5 - Formas e armações
INTRODUÇÃO
Na construção civil brasileira, após o advento do concreto armado, muito se viu em desenvolvimento e
aprimoramento de técnicas construtivas. Mas, além da evolução do sistema construtivo em si e suas técnicas
executivas, os materiais de apoio também evoluíram para acompanhar tal crescimento. E isso aconteceu com o
sistema de formas para concreto armado.
Formas são estruturas provisórias, geralmente de madeira, destinadas a dar forma e suporte aos elementos de
concreto até a sua solidi�cação. Além da madeira, que pode ser reutilizada várias vezes, tem sido difundido,
ultimamente, o uso de formas metálicas e mistas, combinando elementos de madeira com peças metálicas,
plásticos, papelão e pré-moldados.
Nesta aula, veremos a importância que se tem na escolha do sistema de formas tanto no que se refere a prazo,
quanto no que se refere a qualidade do produto �nal.
OBJETIVOS
Reconhecer os cuidados na execução e escolha da forma, e os cuidados com a forma durante a concretagem,
conforme as normas reguladoras;
Identi�car os problemas patológicos que têm como causa as falhas no uso de formas.
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO TIPO DE FORMA
Fonte da Imagem: Vadim Ratnikov / Shutterstock
A Norma responsável pelos padrões de projeto de forma e escoramento para estruturas de concreto armado é a NBR
15696 (ABNT, 2009). E, antes de tudo, ela apresenta o sistema de formas como sendo estruturas provisórias que
servem para moldar o concreto fresco (glossário), resistindo a todas as ações provenientes das cargas variáveis
resultantes das pressões do lançamento do concreto fresco, até que o concreto se torne autoportante (ABNT, 2009).
As formas devem ser executadas de acordo com as dimensões indicadas no projeto e permitir a fácil retirada de seus
elementos sem que haja danos à peça concretada.
Existem dois fatores muito importantes que devem ser considerados desde o projeto do sistema de formas até sua
execução e uso. São eles:
1- Ter rigidez para assegurar o formato e as dimensões das peças da estrutura projetada. Essa característica é
importante para garantir a geometria da peça de concreto;
2- Ser su�cientemente estanque, de modo a evitar a perda de pasta de cimento, admitindo-se como limite o
surgimento do agregado miúdo da superfície do concreto. Essa garantia de que a peça está estanque é importante
para que não se perca a pasta de cimento e se obtenha o tipo de concreto esperado.
Atenção!
, Toda a montagem da estrutura de formas e escoramento deve ser executada mediante a utilização de um projeto especí�co
de formas e escoramentos. Além disso, no plano da obra deve constar a descrição do método a ser seguido para montar e
remover as estruturas auxiliares, devendo ser especi�cados os requisitos para manuseio, ajuste, contra�echa intencional,
desenforma e remoção (ABNT, 2009).
Podemos também dividir esse sistema de formas em duas partes:
Fonte da Imagem: Vadim Ratnikov / Shutterstock
Dentro desse plano de montagem e desmontagem de formas, torna-se importante estar especi�cado todo o sistema
de cimbramento. Esse sistema é uma estrutura de suporte provisória, composta por um conjunto de elementos que
apoiam as formas horizontais (vigas e lajes), suportando as cargas atuantes (peso próprio do concreto,
movimentação de operários e equipamentos etc.) e transmitindo-as ao piso ou ao pavimento inferior.
Exemplo
, Um exemplo de cimbramento pode ser visto na �gura a seguir. No caso, temos um sistema misto, pois as formas foram
feitas de madeira e o sistema de cimbramento é metálico., ,
Figura 1: Exemplo de cimbramento metálico.
Em geral, as formas são classi�cadas de acordo com o material e pela maneira com são utilizadas, levando em
conta o tipo de obra. Veja, a seguir, as possibilidades de uso das formas.
Quadro 1: Relação do tipo de forma e seu uso.
Fonte da Imagem: Vadim Ratnikov / Shutterstock
Observe que o tipo convencional de madeira, geralmente, é indicado para pequenas obras ou para a concretagem de
algum detalhe especí�co.
As moduladas podem ser de madeira ou mista. Quando se fala em mista é que se utiliza madeira com parte
metálica, e são indicadas para obras em que seja necessário concretar muitas peças iguais. E as trepantes e
deslizantes são indicadas para obras de grande porte como torres, barreiras e pontes.
Então, a seguir conheceremos melhor esses tipos de formas.
Formas convencionais
O que chamamos de convencionais são as formas de madeira. Há muitos anos utilizada na construção civil, esse
tipo de forma apresenta as seguintes vantagens:
Fonte da Imagem: 0beron / Shutterstock
A utilização de mão de obra de treinamento consideravelmente fácil (carpinteiro);
O uso de equipamentos e complementos pouco complexos e relativamente baratos (serras manuais e mecânicas,
furadeiras, martelos etc.);
Boa resistência a impactos e ao manuseio (transporte e armazenagem);
Ser de material reciclável e possível de ser reutilizado, e por apresentar características físicas e químicas condizentes
com o uso (mínima variação dimensional devido à temperatura, não tóxica etc.).
Desse modo, o que restringe o uso desse tipo de forma é o tipo de obra e as condições de uso. Vamos agora conhecer
alguns elementos que constituem esse sistema.
A �gura, a seguir, apresenta as formas de um pilar. Temos então o painel de madeira e o sistema de travamento
(representado pelas gravatas) também feito em madeira. A distância entre as gravatas deve ser entre 50cm a 80cm.
Figura 2: Exemplo de formas de madeira para pilar.
Formas metálicas
Nesse tipo de forma, são utilizadas chapas metálicas de diversas espessuras. A espessura da chapa vai depender da
dimensão do elemento a ser concretado e dos esforços que irão atender. Geralmente, esses painéis metálicos são
muito utilizados para a fabricação de elementos de concreto pré-moldado.
O que acontece é que, apesar de inicialmente exigirem um maior investimento, esse tipo de forma apresenta grande
vantagem com relação à durabilidade, podendo ser reutilizada inúmeras vezes.
A �gura, abaixo, apresenta o uso de formas metálicas para paredes de concreto autoadensável moldado in loco.
Figura 3: Formas metálicas. Fonte: Comunidade da construção (2016).
Formas trepantes
O uso de formas trepantes é indicado para a construção de estruturas de concreto de alturas elevadas, em que a
instalação de andaimespara a execução da obra é inviável ou onerosa demais. A concretagem in loco é feita em
etapas.
O avanço vertical acontece gradualmente, por meio de formas apoiadas em plataformas (glossário), as quais são
�xadas por parafusos ou barras embutidas aos trechos anteriormente concretados.
Veja, a seguir, um exemplo de concretagem com formas trepantes.
Figura 4: Exemplo de concretagem com formas trepantes.
Fonte: Portal dos equipamentos (2016).
CUIDADOS COM AS FORMAS DURANTE A CONCRETAGEM PARA SE
EVITAR PATOLOGIAS
1
As formas devem ser limpas;
2
As formas devem ser molhadas até a saturação para que não absorvam a água da mistura do concreto;
3
Veri�car a estanqueidade das formas.
Outro fato importante é a retirada das formas. Seguindo o plano de concretagem, a retirada também tem um prazo
mínimo, conforme o quadro a seguir (AZEVEDO, 2001):
Quadro 1: Plano de retirada das formas.
Fonte: Azevedo, 2001.
Fonte da Imagem: Vadim Ratnikov / Shutterstock
A desenforma antecipada apresenta alguns problemas:
Com relação à resistência do concreto, apresenta problemas pois este ainda não teria atingido o módulo de
elasticidade esperado. Nesses casos, acontece a deformação da peça.
Retirar o escoramento e a forma antes do prazo mínimo também acarreta na perda de água do concreto,
ocasionando porosidade.
O concreto mais poroso, causado pela perda de água, permite a entrada de agentes agressivos, favorecendo o
aparecimento da corrosão.
Atenção!
, A racionalização dos processos da construção civil visa à melhoria do desempenho do produto �nal, à redução da perda de
materiais e ao cumprimento do prazo, buscando uma obra limpa e de qualidade.
Com relação ao sistema de formas, a racionalização pode desenvolver melhorias no que diz respeito ao
desempenho. Podemos destacar três pontos importantes:
Estanqueidade
Frestas e aberturas nas formas podem ocasionar a perda da nata do concreto. Essa perda
ocasiona a porosidade. A porosidade, no concreto, possibilita a �xação de agentes
agressivos e um concreto com a resistência abaixo do esperado.
A estanqueidade é garantida com o travamento das peças, para que não permita folga,
abertura ou estufamento entre os componentes.
Geometria das formas
A forma é a única responsável pela geometria dos elementos estruturais. As frequentes
trincas, na estrutura ou na vedação, podem ser consequências da deformação ou mobilidade
excessiva da estrutura causada pela má utilização do sistema de forma.
Importante observar, na �gura abaixo, o travamento metálico feito no pilar. Ele previne a
deformação da geometria da peça.
Figura 5: formas de pilar.
Relação entre a forma e o concreto
Para tratar desta relação precisamos conhecer os desmoldantes, produtos que facilitam o
processo de desenforma do concreto. Quando aplicados, deixam uma �na camada oleosa
entre as formas e o concreto, impedindo a aderência entre ambos e facilitando a desenforma.
O uso adequado dos desmoldantes proporciona também o reaproveitamento das formas e
uma melhor aparência �nal ao concreto. A �gura, a seguir, apresenta a aplicação do
desmoldante, que é realizada diretamente sobre a forma e pode ser feita com pano, rolo de
pintura ou escovão.
Quando borrifado, o desmoldante cria uma película mais uniforme, permitindo melhor
controle do consumo e da espessura. Após a aplicação, recomenda-se uma hora de espera
antes do início da concretagem.
Figura 6: Aplicação de desmoldante.
Podemos dividir o uso dos desmoldantes em dois tipos:
Atenção
, É importante e necessário remover totalmente os resíduos de desmoldante que �cam aderidos ao concreto e outras
partículas que, com o tempo, depositam-se na superfície. Essa remoção pode ser feita:, ,
de maneira mecânica — jato de areia seca ou úmida, jato de água quente em alta pressão;
de maneira química — escovamento com água e detergente, o que requer lavagem posterior com água ou ar em alta pressão;
ou com o próprio apicoamento do concreto.
, , Nessa atividade, pode ser utilizado martelo de pregos ou pistola de agulhas, e requer posterior lavagem com água ou ar em
alta pressão. (TECHNE, 2016), , Outra boa prática de remoção consiste em escovar levemente a superfície de concreto com
uma escova de cerdas de aço.
ATIVIDADE
Chegou a hora de exercitar o que você aprendeu!
Imagine que você é responsável pela concretagem de um pavimento. Elabore um plano de formas e desenforma
desse pavimento.
Resposta Correta
Você também poderá exercitar os conhecimentos construídos através de uma lista de exercícios que preparamos.
Para acessar à lista de exercícios, clique aqui (glossário).
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon660/galeria/aula5/docs/a05_t04.pdf
 
 
Exercícios 
 
Questão 1: Na execução de trabalhos de concreto armado, deverão ser tomadas 
algumas precauções para que a estrutura não seja prejudicada no que diz respeito 
à sua resistência e aparência externa. Acerca dessas precauções, assinale a opção 
correta. 
 
a) As formas para concreto armado devem ser construídas de madeira ou 
compensado, de modo a não apresentar qualquer deformação durante o seu uso. 
b) As formas de madeira para concreto devem receber, antes do uso, uma mão de 
pintura à base de água, para evitar que absorvam a água da massa de concreto. 
c) Antes do lançamento do concreto, as formas devem estar perfeitamente secas e 
livres de qualquer tipo de sujeira ou poeira. 
d) Quando se deseja evitar a ligação de muros ou pilares já existentes com outros a 
ser construídos, a face de contato deverá ser recoberta com materiais como o 
papel, a graxa ou o feltro. 
 
Questão 2: Com relação à execução de formas para concreto armado, na 
construção civil, no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA. 
 
a) O uso de desmoldantes facilita a remoção das formas de concreto armado. 
b) O armazenamento das chapas de madeira compensada utilizadas como formas 
de concreto deve ser feito em local fechado. 
 c) Antes do lançamento do concreto, as formas de madeira devem ser molhadas 
até a saturação. 
 d) Os desmoldantes formam uma fina camada entre o concreto e a forma, 
propiciando uma boa aderência entre eles. 
 
 
 
 
 
Questão 3: Na execução da forma lateral da viga V1, serão utilizados painéis de 
0,50 m x 1,00 m, que consomem, cada um, 0,80 m2 de madeira para serem 
executados e estruturados. 
 
Considerando o uso desses painéis, o consumo de madeira, nessa atividade, será, 
em metros quadrados: 
a) 3,60 
b) 6,00 
c) 7,20 
d) 9,60 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito 
 
Questão 1: 
Resposta: a) 
 
Questão 2: 
Resposta: d) 
 
Questão 3: 
Resposta: d)

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