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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
RECURSOS E PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
5º SEMESTRE – USF - CAMPUS ITATIBA
PROFESSOR GILBERTO MENDES SOBRINHO
AULA 2 – 12/02/2015
TEMA(S)
PRINCÍPIOS E REGRAS GERAIS DO SISTEMA RECURSAL
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO
EFEITOS DOS RECUROS
RECURSO ADESIVO
ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL
Preliminarmente, o conceito de recurso
O recurso como instrumento processual destinado a provocar, num mesmo processo, o reexame de um ato judicial pela instância judiciária superior (ou, excepcionalmente, pela mesma instância), visando a obter sua invalidação, modificação, reforma ou esclarecimento.
A reforma e modificação no caso de erro de julgamento.
A invalidação no caso de erro de procedimento.
O esclarecimento nos casos de omissão, obscuridade e contradição.
Preliminarmente, o conceito de princípio
O princípio como alicerce de um sistema jurídico. A influência do princípio da elaboração da norma. A influência do princípio da interpretação e aplicação da norma. Análise crítica. O emprego dos princípios e a segurança jurídica. 
1. PRINCÍPIOS E REGRAS GERAIS DOS RECURSOS
1.1. O princípio do duplo grau de jurisdição
Seu conceito. Sua previsão implícita na Constituição Federal. Sua decorrência do princípio do devido processo legal. Questões culturais brasileiras e a possibilidade de desvirtuamento do princípio.
1.2. O princípio da legalidade
Os recursos são taxativamente previstos em lei federal. A competência da União para legislar sobre processo (CF, 22, I). A impossibilidade de criação de recursos por analogia.
1.3. A regra da singularidade do recurso
Também conhecido como regra da unirrecorribilidade. Contra uma determinada decisão deve caber um único recurso. Sua falta de previsão expressa. Sua decorrência do sistema recursal. Exceções à regra. Cabimento simultâneo de recurso extraordinário e especial (CPC, 543). Cabimento de embargos de declaração e outros recursos.
1.4. A regra da fungibilidade recursal
Seu conceito como a possiblidade de recebimento de um recurso erroneamente interposto como se o recurso correto tivesse sido apresentado. Sua derivação do princípio da instrumentalidade das formas (CPC, 244). Requisitos para sua aplicação. Existência de dúvida sobre o recurso cabível. Inexistência de má-fé ou erro grosseiro. A má-fé e o prazo de interposição.
Precedentes:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CABIMENTO DE AGRAVO REGIMENTAL. 1. O Supremo Tribunal Federal assentou que não cabe agravo regimental contra acórdão do Plenário ou de Turma. 2. Impossibilidade de aplicação do princípio da fungibilidade recursal: erro grosseiro. 3. Agravo regimental não conhecido com a imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa”.
(STF, RE-AgR-AgR-AgR - AG.REG. NO AG.REG. NO AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO nº 588309, 1ª Turma, rel. Min. Carmem Lucia, j. 28.06.2011
"EMBARGOS DE NULIDADE E INFRINGENTES" - DECISÃO UNÂNIME DE TURMA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - CARÁTER LIMITATIVO DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 333 DO RISTF - ROL EXAUSTIVO - DESCABIMENTO, NA ESPÉCIE, DOS EMBARGOS DE NULIDADE E INFRINGENTES - RECURSO ABSOLUTAMENTE INADEQUADO - ERRO GROSSEIRO - FUNGIBILIDADE RECURSAL - INAPLICABILIDADE - CARACTERIZAÇÃO DE INTUITO PROCRASTINATÓRIO - ABUSO DO DIREITO DE RECORRER - MULTA - FUNÇÃO INIBITÓRIA - POSSIBILIDADE DE SUA IMPOSIÇÃO AO BENEFICIÁRIO DA GRATUIDADE - INCOGNOSCIBILIDADE DOS "EMBARGOS DE NULIDADE E INFRINGENTES", POR INADMISSÍVEIS, COM DETERMINAÇÃO DE DEVOLUÇÃO IMEDIATA DOS AUTOS RESPECTIVOS. - Não cabem embargos infringentes contra decisão unânime de Turma do Supremo Tribunal Federal que tenha sido proferida em causa diversa daquelas enunciadas, taxativamente, em rol exaustivo ("numerus clausus"), no art. 333 do RISTF. Precedentes. - A ocorrência de erro grosseiro evidente não justifica a aplicação do princípio da fungibilidade recursal. Precedentes. Doutrina. - O abuso do direito de recorrer - por qualificar-se como prática incompatível com a exigência de celeridade processual - constitui ato de litigância injustificável repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em que a parte, ainda que beneficiária da gratuidade, interpõe recurso com intuito evidentemente protelatório, hipótese em que se legitimará, ainda, a imposição de multa. A multa a que se refere o art. 18 do CPC - também incidente sobre o beneficiário da gratuidade - possui inquestionável função inibitória, eis que visa a impedir a procrastinação processual e a obstar o exercício abusivo do direito de recorrer. Precedentes.
(STF, AI-AgR-ED-EI - EMB.INFR. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 342393, 2ª Turma, rel. Min. Celso de Mello, j. 06.04.2010).
1.5. O princípio da voluntariedade na interposição dos recursos
A exigência de iniciativa da parte para a interposição do recurso. A liberdade da parte de delimitar o objeto do recurso (CPC, 505; NCPC, 915). A possibilidade de renúncia ao recurso (CPC, 502 e 503, NCPC, 912 e 913). As renúncias expressa e tácita. A possibilidade de desistência o recurso (CPC, 501; NCPC, 911). A desistência e o recurso adesivo (CPC, 500, III, NCPC, 910, parágrafo único, III). A desistência e o julgamento de recursos repetitivos (NCPC, 911, par. ún.).
1.6. A regra da substitutividade
Sua previsão no CPC, 512 e no NCPC, 921. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que tiver sido objeto do recurso. 
1.7. O princípio da proibição de reforma em prejuízo do recorrente
Sua decorrência do sistema. 
1.8. O princípio da formalidade
A necessidade de que o recurso seja interposto na forma e prazo previstos em lei. O descumprimento da forma e o não conhecimento do recurso. Hipóteses de incidência do princípio. Agravo (CPC, 525, I, NCPC, 930, 931, 932). A demonstração da repercussão geral no recurso extraordinário (CPC, 543-A, § 2º; NCPC, 950, § 2º). A demonstração do dissídio jurisprudencial no recurso especial (CPC, 541, par. ún.; NCPC, 944, § 1º). Impossibilidade de emenda à petição recursal. O princípio da formalidade e a falta de técnica profissional. Reflexões sobre as súmulas 283 e 284 do STF.
Súmula 284: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia.
Súmula 283: É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles.
2. OS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS
2.1. A decisão recorrível
São recorríveis os acórdãos, sentenças e decisões interlocutórias. A regra do CPC, 504, e do NCPC, 914.
2.2. A adequação do recurso
O recurso deve ser o adequado à impugnação da decisão. A incidência da regra da fungibilidade. 
2.3. A legitimação para recorrer
CPC, 499; NCPC, 909. Estão legitimados a recorrer: a parte, ativa ou passiva, vencida, o terceiro prejudicado e o Ministério Público. 
2.3.1. O recurso da parte
As partes ativas e passivas. 
O recurso pelos litisconsortes (CPC, 509; NCPC, 918).
2.3.2. O recurso do terceiro prejudicado
A necessidade de prejuízo jurídico. De acordo com o NCPC, “cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que seja titular” (909, par. ún.).
2.3.3. O recurso do Ministério Público
O Ministério Público pode recorrer nos processos em que é parte ou fiscal do cumprimento da lei (CPC, 499, § 2º; NCPC, 909)
2.4. O interesse de agir 
O recurso deve ser necessário e útil para afastar o dano provocado ao recorrente. O interesse de agir como decorrência da sucumbência. A sucumbência total e parcial. A aceitação expressa e tácita do julgado e a falta de interesse de agir. A sucumbência e os embargos de declaração.
2.5. A tempestividade
Os prazos de interposição dos recursos (CPC, 500; NCPC, 907, par. ún.). A contagem dos prazos (CPC, 506; NCPC, 916) A suspensão dos prazos (CPC, 507; NCPC, 917). A interrupçãodos prazos (CPC, 538; NCPC, 941).
2.6. A regularidade formal
Reportamos ao estudo do princípio da formalidade
2.7. O preparo
O preparo como o pagamento das custas processuais do recurso, as quais são fixadas no âmbito da Justiça Federal por lei federal e no âmbito das Justiças estaduais por leis dos respectivos Estados.
Salvo nos casos expressamente previstos em lei, o preparo é obrigatório (CPC, 511; NCPC, 920). A dispensa do preparo. O preparo e os beneficiários da gratuidade processual. A pena de deserção. 
3. O JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE E O DE MÉRITO DO RECURSO
3.1. O juízo de admissibilidade 
O juízo de admissibilidade como a análise dos pressupostos de admissibilidade do recurso. O juízo de admissibilidade positivo (presença dos pressupostos) e o conhecimento do recurso. O juízo de inadmissibilidade negativo (ausência de um ou mais pressupostos) e o não conhecimento do recurso.
O juízo de admissibilidade provisório pelo órgão jurisdicional prolator do julgado e definitivo pelo órgão competente para o julgamento do recurso (Tribunais, Turmas Recursais).
3.2. O juízo de mérito. 
O juízo que recai sobre os fundamentos materiais do recurso. O provimento e o não provimento do recurso
4. OS EFEITOS DOS RECURSOS
4.1. O efeito devolutivo
O recurso devolve ao órgão julgador o conhecimento da matéria impugnada. O efeito devolutivo como sendo da essência de todos os recursos. O efeito devolutivo e o recurso como óbice à formação da coisa julgada (CPC, 467).
4.2. O efeito suspensivo
O efeito suspensivo em ordem a impedir que o julgado recorrido produza efeitos concretos de natureza executória. O efeito suspensivo como comum aos julgados positivos. Principais recursos com efeito suspensivo: apelação, salvo as exceções do CPC, 520, e embargos infringentes. Principais recursos sem efeito suspensivo: agravos, recurso especial e recurso extraordinário. O excepcional efeito suspensivo no agravo (CPC, 527, III; NCPC, 933, I).
O efeito suspensivo e a questão da celeridade e efetividade do processo. Tendências modernas. O projeto de NCPC, 908: “os recursos, salvo disposição legal em sentido diverso, não impedem a eficácia da decisão”.
4.3. O efeito de retratação
Efeito pelo qual o prolator do julgado recorrido, comunicado da interposição do recurso, pode reformá-lo ou anulá-lo. O efeito de retratação no agravo (CPC, 526 e 529). O efeito de retratação na apelação de sentença de julgamento de lides repetitivas (CPC, 285-A, § 1º). O efeito de retratação no caso de apelação de sentença extintiva da ação pelo indeferimento da petição inicial (CPC, 296). 
5. O RECURSO ADESIVO
Sua previsão em caso de sucumbência recíproca. Sua disciplina. CPC, 520; NCPC, 910, parte final. 
6. A ANTECIPAÇÃO DA TUTELA RECURSAL
A possibilidade de o órgão julgador conceder ao recorrente o próprio bem objeto do recurso. Sua previsão no agravo: CPC, 527, III; NCPC, 933, I. A tutela antecipatória na apelação e nos recursos especial e extraordinário. 
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Tema para reflexão e dissertação de no máximo 2 páginas, a ser entregue na próxima aula:
Que técnicas deve empregar o advogado para que seus recursos sejam conhecidos?
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Tema da próxima Aula: Da apelação (CPC, 513 a 521; NCPC, 923 a 928).
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