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Investigação Jurídica: Conceito e Natureza

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Investigação - Coop.
Investigativa
Aula 1 - Investigação
INTRODUÇÃO
O primeiro passo para entendermos como se coopera internacionalmente com uma investigação é entender o que é
investigar.
Nesta aula, conheceremos o conceito, a natureza e como funciona uma investigação. Em seguida, compreenderemos a
sistemática jurídica acerca da investigação policial no Brasil.
OBJETIVOS
Compreender o que é investigação e suas naturezas.
Identificar alguns meios de se investigar.
Examinar como a investigação se desenvolve no Brasil.
Investigar significa buscar algo.
Investigar é apurar.
Tentar entender fatos e coisas.
Pode-se dizer que investigar é sinônimo de pesquisar.
A investigação é um processo sistemático pelo qual se analisa determinada coisa ou situação, a fim de se chegar a
uma conclusão, colhendo elementos que servirão como base e argumento.
No Brasil, o vocábulo investigar nos remete à atividade policial. O termo investigação e seus derivados estão
intimamente ligados, por força do senso comum, à busca de um culpado e/ou elucidação de determinado delito.
Na verdade, investigar pode dizer respeito à atividade policial, em um de seus sentidos jurídicos, como examinaremos
nesta aula, que é o que nos interessa, mas também pode dizer respeito à toda forma de construção de conhecimento e
coleta de evidências e elementos de convicção. Assim, podemos dizer que investigar é pesquisar, podendo ser uma
investigação policial, científica, social etc.
Dentro do conceito de investigação, o que importa para o estudo da cooperação investigativa internacional é a
investigação no sentido jurídico.
Juridicamente falando, investigar é colher elementos com o escopo de apurar fatos e todas as suas circunstâncias e,
ao se chegar a uma conclusão acerca de determinado evento ou pessoa, obter elementos que justifiquem tal
conclusão e possam servir de base para fundamentar eventual providência que venha a ser tomada.
Fonte: ESB Professional/ YamabikaY / Shutterstock
Conceito Jurídico de Investigação
Fonte: Chodyra Mike / Shutterstock
Ao contrário do que influencia o senso comum, uma investigação não será necessariamente de natureza criminal. Uma
investigação pode ser Criminal, Cível ou Administrativa.
INVESTIGAÇÃO CÍVEL
A investigação cível ocorre, em regra, no bojo de um processo judicial cível. Tem por escopo
principal a elucidação de fatos de interesse da causa, ou, até mesmo, do objeto principal da
demanda judicial. Os exemplos mais comuns são os processos de investigação de
paternidade (art. 693 do Código de Processo Civil (//www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del3689Compilado.htm)) e os incidentes de argüição de falsidade (art. 430 do Código de
Processo Civil).
INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA
A investigação administrativa ocorre quando a administração pública instaura procedimento
administrativo com o objetivo de apurar fatos de seu interesse e eventualmente tomar a
medida administrativa cabível. É exemplo a instauração de um processo administrativo
disciplinar para apurar a conduta ilícita praticada por servidor e aplicar a pena administrativa
cabível.
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
A investigação criminal, a modalidade de investigação que nos interessa no estudo da
presente disciplina, ocorre sempre que existe a suposta prática de um determinado delito. A
investigação ocorre, em regra, por intermédio do Inquérito policial, como veremos.
A investigação criminal acontece, normalmente, pelo inquérito policial. Este é regulado pelo Código de Processo Penal
(Decreto-Lei 3689/41 (glossário)). Apesar disso, o inquérito é um procedimento administrativo, e não processo judicial.
Sua função principal é colher indícios mínimos de autoria e prova da materialidade de um delito.
O Inquérito Policial é presidido pelo Autoridade Policial, qual seja, o Delegado de Polícia, e apresenta as seguintes
características:
Investigação Criminal e Inquérito Policial
Fonte: Fer Gregory / Shutterstock
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm
INQUISITIVO
O inquérito policial é inquisitivo, o que significa que o exercício da ampla defesa e do
contraditório ocorrerá de maneira diferida. O investigado não será necessariamente
intimado de todos os atos.
SIGILOSO
O inquérito policial visa colher elementos para elucidar fatos e a autoria destes, portanto é
sigiloso, ressalvado o direito do investigado de tomar conhecimento de elementos já
documentados que não venham a prejudicar o andamento da investigação.
INDISPONÍVEL
O inquérito é indisponível na medida em que, uma vez instaurado, não pode ser arquivado
pela autoridade policial. Seu arquivamento somente será determinado pelo Juiz competente
à Requerimento do Ministério Público.
DISPENSÁVEL
O inquérito policial é o mecanismo oficial de investigação previsto no ordenamento jurídico.
Contudo, a investigação pode se dar por outras vias. Havendo elementos mínimos de
autoria e materialidade de um delito, o inquérito policial não se faz necessário.
INFORMATIVO
Ao final do inquérito policial, o Delegado de Polícia irá elaborar o relatório, que não vincula,
em primeira análise, o titular da ação penal. Dessa maneira, ainda que o inquérito conclua
pela existência de um delito e sua autoria, isso não necessariamente acarretará uma
persecução penal.
FERRAMENTAS DE INVESTIGAÇÃO
A investigação se desenvolve por meio de diversas ferramentas, diversos meios de se obter elementos de convicção.
Os também chamados meios de prova são os elementos que, colhidos em uma investigação, ajudam a levar a uma
conclusão e sustentá-la.
Existem diversos meios de se obter esses elementos de convicção, eis os mais comuns:
Com base no organograma anterior, explore as ferramentas citadas:
INQUIRIÇÃO
• Testemunhas
A inquirição de testemunhas é o principal mecanismo de colheita de provas. Geralmente, é o
ponto de partida de toda investigação e é a principal prova no Processo Penal.
Trata-se de uma narrativa dos fatos por pessoa que presenciou sua ocorrência (Testemunha
direta) ou que tenha tomado conhecimento destes por outro meio (Testemunha indireta).
A inquirição de testemunhas está prevista no Código de Processo Penal a partir do artigo
202. O Código determina que a inquirição será oral (ressalvadas às exceções para algumas
autoridades), bem como prevê as hipóteses em que as pessoas inquiridas serão
consideradas suspeitas, perdendo a qualidade de testemunhas e sendo ouvidas como
informantes, por terem interesse na incriminação ou não incriminação do réu ou
investigado.
• Investigado
Outro meio de investigação, esse mais raro, é a inquirição do investigado/acusado, previsto
a partir do art. 186 do Código de Processo Penal. Tal forma de investigação é menos
comum tendo em vista a garantia constitucional ao silêncio (art. 5º, inciso LXIII, CRFB
(//www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm)).
Além de meio de prova e investigação, a inquirição do investigado/réu também é meio de
defesa. Como já dissemos, a investigação tem por escopo elucidar fatos e colher elementos
que levem a uma conclusão. Assim, o investigado pode narrar os fatos apontando pontos e
levantando questões que venham a lhe beneficiar ao final da investigação. Cumpre destacar
que durante um processo judicial criminal, o réu sempre será o último a ser ouvido, sob pena
de nulidade, o que não se aplica no curso da investigação.
• Acareação
A acareação acontece, a critério da autoridade que procede a inquirição, quando dois
depoimentos são contraditórios, sejam depoimentos de dois investigados, de um
investigado e uma testemunha, ou duas testemunhas.
Consiste na inquirição dos depoentes contraditórios em conjunto a fim de esclarecer
eventual divergência.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
BUSCA E APREENSÃO
A Busca e Apreensão é o ato pelo qual a autoridade investigadora vai a determinado local
buscar elementos de convicção para elucidação dos fatos. Está regulada apartir do artigo
240 do Código de Processo Penal.
A Busca e apreensão pode ser determinada por autoridade judicial ou policial, respeitadas
as garantias constitucionais.
DOCUMENTOS
Documento é todo e qualquer elemento que tenha expressão de pensamento capaz de
auxiliar na elucidação de determinado fato. São exemplos de documentos cartas, fotos,
arquivos digitais (áudios, vídeos etc.).
PERÍCIA TÉCNICA
A perícia técnica consiste na análise de determinada coisa, pessoa, local ou situação por
alguém com conhecimento técnico para tanto. O condutor de uma investigação não possui
conhecimento técnico em todos os campos de conhecimento, portanto, muitas vezes ele
precisará de auxílio de um perito, que elaborará um laudo e prestará mais esclarecimentos.
• Corpo de Delito
O exame de corpo de delito nada mais é do que a análise dos vestígios de um delito. O
artigo 158 do Código de Processo Penal estabelece sua obrigatoriedade sempre que um
delito deixar vestígios. Ele pode ser direto, quando feito nos vestígios propriamente ditos, ou
indireto, quando os vestígios desaparecem e o exame é realizado com base em
testemunhas, documentos ou outros meios.
A expressão “Exame de corpo de delito” é comumente utilizada para se referir ao exame
médico realizado em pessoas que sofreram lesões que não levaram à morte (caso em que é
feito o exame de necropsia). Contudo, o exame de corpo de delito pode ser realizado
também em objetos.
É comum a realização de exame de corpo de delitos em armas, a fim de aferir sua
capacidade lesiva ou realização de exame para análise mais detalhadas de documentos,
tais como anotações aleatórias, ou até imagens de câmeras de segurança.
• Necropsia
A necropsia é o exame realizado por médico legista. Sua função é determinar a causa do
óbito de determinada pessoa. É de suma importância principalmente nas ditas mortes
suspeitas, espécie de morte em que não há uma razão aparente para a morte, a fim de saber
se de fato foi praticado algum delito.
• Papiloscópico
Outro meio de investigação é o exame papiloscópico, realizado por um papiloscopista. Esse
exame tem por finalidade identificar pessoas por meio do registro deixado pela impressão
digital.
• Exame de Local
O exame de local também é importante para investigações. Sua realização é comum em
casos de mortes violentas (mortes causadas por qualquer evento externo), a fim de se
constatar existência de conduta criminosa. Tal exame consiste na análise, por um perito, do
local em que pode ter ocorrido um delito, a fim de colher elementos que auxiliem na
compreensão dos fatos ocorridos no local.
ESCUTA TELEFÔNICA
A escuta telefônica, em sentido amplo, é a gravação de conversas telefônicas. Ela pode ser
uma gravação telefônica, que ocorre quando é feita por um dos interlocutores, pode ser uma
escuta telefônica, quando feita por terceiro com o conhecimento de um dos interlocutores, e
a interceptação telefônica, que é feita por terceiro sem o conhecimento dos interlocutores.
Merece especial atenção a interceptação telefônica, uma vez que a Constituição (Art. 5º,
inciso XII) garante o sigilo das comunicações telefônicas, podendo ocorrer a interceptação
apenas em casos especificados, nos termos da Lei 9.296/96
(//www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9296.htm), sendo necessária ordem judicial.
Imperioso destacar que o sigilo somente pode ser rompido quando se tratar de uma
investigação criminal, não podendo ocorrer nos casos de investigação cível ou
administrativa.
Destaca-se, ainda, que a interceptação deve ser indispensável para a conclusão da
investigação, sendo o único meio de se colher elementos essenciais à elucidação dos fatos.
Havendo outros meios de se obter elementos de convicção, a interceptação será ilegal.
QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO
Ao contrário das modalidades de escuta telefônica, a quebra de sigilo consiste tão somente
na obtenção de dados referentes às chamadas realizadas como, por exemplo, horário e
duração de determinada ligação ou as linhas com as quais se estabeleceu contato.
Diferente da interceptação telefônica, a quebra de sigilo telefônico independe de ordem
judicial, podendo ser determinada pela autoridade investigativa.
QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO E FISCAL
Nosso ordenamento jurídico resguarda também o sigilo bancário e fiscal dos indivíduos que,
normalmente, só podem ser quebrados com autorização judicial.
A quebra de sigilo bancário e fiscal é comum quando se investiga crimes tributários e contra
o sistema financeiro, e, também, podem ocorrer na investigação de outros delitos, desde que
haja justo motivo.
RECONSTITUIÇÃO DOS FATOS
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9296.htm
A reconstituição dos fatos é a encenação dos fatos feita pelos envolvidos, a fim de facilitar
o melhor entendimento dos fatos pela autoridade investigadora.
Nesse ponto cabe destacar que ninguém será obrigado a produzir provas contra si mesmo.
Desse modo, caso a reconstituição possa vir a prejudicar algum dos envolvidos, este pode
se negar a fazê-la.
EXERCÍCIOS
Questão 1: O Inquérito Policial é um dos principais mecanismos de investigação. Ao estudarmos suas características,
temos que ele é dispensável e indisponível. Diferencie essas duas características.
Resposta Correta
Questão 2: Entre os diversos meios de investigação temos alguns que estão submetidos à chamada reserva de
jurisdição, ou seja, somente podem ser utilizados precedidos de autorização judicial. São meios de investigação
sempre submetidos à Reserva de Jurisdição:
a) A Busca e Apreensão.
b) A Inquirição de testemunhas.
c) A interceptação telefônica.
d) A Escuta telefônica.
e) A realização de Exame de corpo de delito em pessoa.
Justificativa
Questão 3: Quem poderá determinar o arquivamento o Inquérito Policial?
a) A Autoridade Investigadora.
b) A Autoridade Policial.
c) O Promotor de Justiça.
d) O Juiz.
e) O Membro do Ministério Público.
Justificativa
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