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Crédito Público: Conceito e Classificação

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Direito Financeiro Aplicado
Aula 7 - Crédito Público
INTRODUÇÃO
A palavra crédito tem origem do latim creditum, que por sua vez advém de credere, cujo significado é confiança. Portanto,
crédito é confiança.
Caracterizam os elementos do crédito: a confiança e o prazo.
A confiança que o credor deposita na pessoa a quem concede o crédito de que a mesma lhe restituirá o capital.
O prazo significa a troca de um valor presente por um valor futuro.
A Constituição Federal de 1988 constitui rígidos princípios e normas acerca da dívida pública. É preciso destacar que, em
primeiro plano, a constituição defere (aprova, autoriza) à União a competência para estabelecer normas gerais sobre o
Direito Financeiro (artigo. 24, I, e §1º).
Na ausência de normas gerais da União, os Estados exercem a competência supletiva nessa matéria (§ 2º do artigo 24 da
CF).
O princípio da legalidade preside os empréstimos públicos. É elementarmente sabido que o Executivo não pode prescindir
da autorização legislativa para efetuar qualquer tipo de operação creditícia.
Com referência ao descumprimento das obrigações decorrentes do crédito público, a carta Magna prevê a intervenção da
União nos estados para “reorganizar as finanças da unidade da federação que suspender o pagamento da dívida fundada
por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior”. (artigo 34, V, a)
OBJETIVOS
Desenvolver as questões referentes ao conceito do crédito público.
Analisar, a partir dos conceitos, a classificação do crédito público.
Compreender a necessidade do empréstimo público e sua regulamentação.
O que é Crédito Público?
O crédito público tem como palavra chave a confiança de que goza o governo para contrair empréstimos de pessoas
físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras.
Caracteriza-se por ser um dos meios de que se utiliza o Estado visando obter recursos para cobrir as despesas sob sua
responsabilidade.
Com a evolução do nosso sistema político, mais e mais se foi estendendo a disciplina de nível constitucional do crédito
público. O conjunto dos princípios e das regras voltados para este objeto forma o que se poderia designar por sistema
constitucional financeiro, ou conjunto harmônico de normas constitucionais, voltadas à disciplina da atividade financeira
pública:
O crédito público diferencia das “receitas”, porque o valor não adere de forma definitiva no patrimônio público. Trata-se de
um “ingresso”, que apenas entra no ativo de forma provisória nos cofres públicos, pois possui um desdobramento
imediato no passivo do Estado, mais juros.
Também se difere dos tributos, porque não são compulsórios: os particulares entregam o seu dinheiro ao Estado, a título
de empréstimo, por espontânea vontade.
De quem é a competência para celebrar o crédito público?
O Poder Executivo depende de autorização do Poder Legislativo, por meio de lei.
São cinco os critérios de classificação do Crédito Público:
galeria/aula7/img/img03a.jpg
Princípio da legalidade
Faz previsão que os empréstimos públicos deverão ser regulados por lei específica legislada pelo
Congresso Nacional e tais empréstimos somente poderão ser efetuados em conformidade com tal lei.
galeria/aula7/img/img03b.jpg
Princípio da transparência
Obriga a inclusão, no orçamento, de todos os empréstimos.
galeria/aula7/img/img03c.jpg
Princípio da seriedade
É a irretratabilidade da promessa de restituição do empréstimo.
Quanto à forma
O crédito público pode ser voluntário, semi-
obrigatório e obrigatório.
Quanto à origem
O crédito público pode ser interno e externo.
Quanto ao momento do resgate
O crédito público pode ser de curto prazo, de longo
prazo ou perpétuo.
Quanto ao prazo do resgate
A dívida pública pode ser fundada ou flutuante.
Quanto ao critério constitucional
O crédito público pode ser denominado de ARO
(crédito por antecipação de receita).
     
1) Quanto à forma, os créditos públicos podem ser:
     
2) Quanto à origem, o crédito público pode ser:
Voluntários
Os empréstimos públicos são realizados a partir do acordo de vontades entre o Poder Público e o
particular. Não há qualquer coação por parte do Estado e, por isso, há a devolução do valor emprestado,
acrescidos dos juros e correções nos prazos avençados.
Semiobrigatórios/patrióticos
Em situações especiais (em tempo de guerra, por exemplo), o Estado, de forma indireta, utiliza-se da
coação para a subscrição do crédito.
Obrigatórios/forçados
Estão fundamentados no poder de império do Estado. Os cidadãos são coagidos a subscrever o crédito.
Há muita discussão quanto a sua natureza jurídica, pois alguns autores consideram uma forma de
tributação (imposto-empréstimo).
Interno Externo
Quando o empréstimo for obtido
dentro do Brasil,
independentemente se quem
estiver emprestado for brasileiro
ou estrangeiro. Nesse caso, o
pagamento deverá ser realizado
em moeda nacional.
Quando o empréstimo for
obtido no exterior. Os
encargos podem ser pagos
em moeda estrangeira ou
em ouro. Ele é regido por
norma de Direito
Internacional Público.
Esta é uma classificação muito importante, pois indicará a qual regime jurídico a operação se submete (de Direito
Internacional Público ou de Direito Interno) e o endividamento externo apresenta mais dificuldades de resgate do que o
interno.
No entanto, não há consenso quanto ao critério diferenciador. Acima, foi utilizado o critério “local de celebração”, mas há
autores que utilizam o de “nacionalidade da moeda” e “qualidade dos contratantes”.
     
3) Quanto ao momento do resgate:
De curto prazo
A operação é realizada para satisfazer necessidades imediatas do Estado e o adimplemento
ocorrerá dentro do mesmo exercício financeiro (operação de crédito por antecipação de
receita, CF/88).
Conforme a Constituição Federal, são chamados de operações de crédito por “Antecipação de
Receita Orçamentária” (AROs), devendo ser pagas até o trigésimo dia do exercício financeiro
seguinte.
O artigo 38, da Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelece os critérios para a expedição dos
AROs, as proibições, bem como o seu procedimento.
ATENÇÃO!
A leitura desse artigo é indispensável para a compreensão do instituto.
De longo prazo
Sempre que for resgatável em período superior a um exercício financeiro.
Perpétuos
Quando não há previsão da devolução do valor emprestado, mas tão somente, dos juros e das
correções dele inerente (ocorre somente o pagamento dos juros e correções).
     
4) Quanto ao prazo de resgate, a dívida pública pode ser:
Fundada Flutuante
É a dívida de médio e longo
prazo, destinada a financiar
investimentos rentáveis e
duráveis.
É chamada assim porque
oscila rapidamente, já que é
decorrente de empréstimo a
curto prazo.
  Não é possível afirmar com precisão quando se deu o início dos empréstimos públicos. Há indícios de que já
eram realizados até mesmo na Antiguidade e na Idade Média;
  Diferentemente dos dias atuais, em que tais dívidas são voltadas ao atendimento das necessidades públicas,
os empréstimos visavam à satisfação pessoal do governante, que era confundido com o próprio Estado;
  A principal fonte de dívidas públicas era o financiamento das guerras. Desta forma, os empréstimos eram
obrigações pessoais dos governantes, não eram transmitidas ao Estado e tampouco aos seus herdeiros, aos quais era
facultativa a obrigação de pagar;
  A insegurança gerada pelo inadimplemento no caso de morte fez com que os empréstimos não fossem muito
praticados em tais períodos, e quando praticados, os juros eram muito altos.
Acerca do descumprimento das obrigações decorrentes do crédito público, a Constituição disciplina a intervenção da
União nos estados e Distrito federal para:
...reorganizar as finanças da unidade da federação que suspender o pagamento da dívida
fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior.
Do mesmo modo, o artigo 35, I, prevê que o Estado intervirá no município quando:
Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada.
EXERCÍCIOS
1. Em relação à operaçãode crédito por antecipação de receita (ARO), e tendo em vista a legislação em vigor,
especialmente a LC nº 101/00, é correto afirmar que:
Poderá ser realizada em qualquer momento após o início do exercício.
Poderá ser liquidada a qualquer momento, desde que até novembro de cada ano.
Poderá ser paga em moeda estrangeira, desde que autorizada pelo Presidente da República.
Estará proibida no último ano de mandato de prefeito ou governador.
Só poderá ser realizada com o Banco Central do Brasil.
Justificativa
2. O que é definido na lei como crédito público?
Resposta Correta
3. Como é classificado o crédito público quanto ao poder de império do Estado?
Resposta Correta
Qual a interferência dos princípios básicos da ética e da moral na realização de empréstimos públicos?
Os empréstimos públicos devem ser regulados pelos princípios básicos da ética e da moral com o propósito de
estabelecer os parâmetros fundamentais para uma boa administração pública à luz de leis ordinárias disciplinadoras de
tais empréstimos.
Encontraremos também princípios constitucionais de direta aplicação ao Direito Financeiro, aos quais se deve subordinar
o crédito público.
O regime do crédito público deve ser norteado por esses princípios, que atuam de modo decisivo, no sentido de
dominarem pontualmente a disciplina de todos os institutos do Direito Financeiro.
Além dos princípios fundamentais do Direito Financeiro, a Carta Magna estabeleceu diversas normas, que devem ser
interpretadas em absoluta harmonia com eles, já que, em sua maioria, são expressão legislada de seu conteúdo, ou
situações advindas de suas implicações.
Os princípios constitucionais dos quais falamos que se relacionam com o crédito público são aqueles presentes no caput
(enunciado) do artigo 37 da Constituição Federal. Vejamos a principal aplicação de cada um deles:
O princípio da legalidade
Deve ser respeitado no que se refere às normas gerais sobre dívida pública externa e interna,
sobre a permissão de garantias pelas entidades públicas e sobre a expedição e o resgate de
títulos da divida pública, conforme tratado pelo artigo 163, II, III, IV da Constituição Federal de
1988.
Esse princípio exige também que a origem dos créditos públicos deverá ser regulamentada por
leis específicas e que estes somente poderão ser realizados nos moldes previstos por tais leis.
O princípio da legalidade tem como objetivo o equilíbrio orçamentário, dependente da
contenção dos empréstimos públicos, ou seja, toda a proibição de operações de créditos que
excedam a somatória das despesas de capital, ressalvadas aquelas permitidas pela
Constituição (Art. 167, III).
O princípio da impessoalidade
Refere-se à Administração Pública ter que observar os critérios objetivos no momento de suas
decisões, isto é, o gestor público deve sempre agir com impessoalidade, principalmente no
momento de contratar empréstimos.
O princípio da moralidade
Exige do servidor a moralidade, uma vez que ele possui a tarefa de exercer funções públicas,
em especial as de responsabilidade pela arrecadação ou desprendimento das verbas.
O princípio da publicidade
Diz respeito à divulgação dos atos emanados da Administração Pública, para que todos
tenham conhecimento das ações do Estado.
O princípio da eficiência
Traduzido pelo equacionamento das receitas e despesas públicas, aumentando tanto a base
de arrecadação como o volume das soluções implementadas. É o controle fiscal, com mais
eficiência, para minimizar gastos e maximizar resultados, com o melhor aproveitamento do
crédito público disponível.
O princípio da transparência
Faz com que sejam incluídos no orçamento público todos os empréstimos, até mesmo
aqueles por antecipação de receitas previsto no artigo 165, § 8º da Constituição Federal.
O princípio da seriedade ou da irretratabilidade
Trata da promessa de restituição do empréstimo, isto é, significa a gravidade do
comprometimento do Estado e que este deverá honrar o compromisso estabelecido com o
credor do crédito público.
Cabem ao tema também outros princípios, tais como:
Equilíbrio orçamentário
Transparência
LEITURA
, ART. 52, V, CF. Compete privativamente ao Senado Federal:, , V- autorizar operações externas de
natureza financeira, de interesse da União, dos estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos
municípios., , Art. 164 - A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo
banco central., , § 1º - É vedado ao Banco Central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao
Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira., , § 2º - O Banco
Central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a
oferta de moeda ou a taxa de juros., , § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no
Banco Central; as dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e dos órgãos ou entidades do Poder
Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei., , BRASIL. Lei complementar 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal.
Constituição Federal, artigo 34, V, alínea “a”.
Constituição Federal, artigo 35, I.
Constituição Federal, artigo 52, VI-VIII.
Constituição Federal, artigo 165, §8º.
Constituição Federal, artigo 167, IV.
Lei Complementar 101/2000, artigo 38.
EXERCÍCIO
4. A função de fiscalizar atribuída a __________ é exercida pelo __________, que tem essa competência amparada pelo
artigo 32 da Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelecendo que tal órgão verificará o cumprimento dos limites e
condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação.
Atividade financeira/Tribunal de contas.
Receita pública/Município.
União/Ministério da Fazenda.
Despesa pública/Distrito Federal.
Economia/Ministério do planejamento.
Justificativa
ATIVIDADE PROPOSTA
5. É legitima a atitude do administrador que contrata uma operação de crédito em nome do poder público? Justifique.
Seriedade ou irretratabilidade da promessa de restituição do empréstimo
Equidade entre gerações
Resposta Correta
Glossário

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