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MATERIAIS DE ACABAMENTOS - RESUMO 1

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A materialização de uma obra ou de um espaço contempla inúmeras fases e processos até a finalização do objeto construído. Antes de entendermos a função e o comportamento dos materiais de acabamento, é necessário conhecer quais são algumas opções de suportes estruturais e elementos construtivos para o recebimento de materiais de acabamento em design de interiores.
Devem ser considerados aspectos de logística (produção, transporte, montagem da estrutura e equipamentos requeridos), gerenciamento e planejamento da obra
Sistema Construtivo em Concreto
xAs estruturas em concreto são formadas a partir da combinação de elementos estruturais, pilares, lajes e vigas. É um método construtivo amplamente utilizado no projeto de edificações em obras habitacionais, industriais, comerciais e de infraestrutura, pode ser moldado in loco ou pré-fabricado.
As estruturas em concreto apresentam grande durabilidade e resistência aos esforços mecânicos. Os materiais de vedação mais utilizados nesse sistema construtivo são os blocos cerâmicos e blocos de concreto.
Sistema Construtivo em Aço
Empregadas nos mais diversos tipos de obras e empreendimentos, as estruturas em aço atendem diferentes tipologias da construção civil assim como obras viárias. São também utilizadas em coberturas, fachadas, vedações e pisos. Por ser um material versátil e flexível, a utilização desse sistema apresenta algumas vantagens. Sua alta resistência mecânica permite vencer grandes vãos, apresenta menor peso próprio reduzindo a carga nas fundações, e apresenta dimensões de peças reduzidas, o que confere um aumento da área útil construída.
A fabricação e montagem desse tipo de estrutura obedecem a rigorosas especificações, o que reduz o tempo de execução assim como reduz o desperdício de materiais. As ligações são os detalhes construtivos que conectam as estruturas de aço com os demais elementos construtivos. É de extrema importância a compatibilização da estrutura e seus elementos complementares como as instalações e vedações, responsáveis pela estanqueidades e estética de um projeto. A estrutura metálica aceita uma grande variedade de materiais de fechamento como alvenaria, painéis pré-fabricados, painéis metálicos, dentre outros.
Sistema Construtivo em Light Steel Framing
Sistema estruturado por perfis de aço galvanizado formados a frio, o light steel framing é indicado para diversas tipologias de obras, assim como para ampliações de obras existentes e retrofit. Segundo o Manual da Construção Industrializada (ABDI, 2015), esse sistema tem como vantagens a facilidade de montagem, precisão nas dimensões dos componentes, apresenta a durabilidade e resistência do aço, rapidez da construção e redução de recursos naturais e desperdício uma vez que o sistema de construção é realizado a seco. A região de implantação do projeto deve ser considerada para correto dimensionamento e proteção dos perfis. Áreas litorâneas, por exemplo, exigem maior cuidado na galvanização para proteção contra a corrosão.
A adoção do steel frame permite ainda grande flexibilidade no projeto de arquitetura, e o sistema é compatível com uma grande variedade de materiais de fechamento, como chapas de gesso acartonado, placas cimentícias e OSB, a depender se a vedação é interna ou externa.
Sistema Construtivo em Wood Frame
A característica mais relevante desse sistema é a utilização da madeira como matéria-prima, que apresenta características físicas e mecânicas que a qualificam como material durável e versátil. O wood frame é um sistema construtivo composto de painéis estruturais de madeira para a montagem de edificações.
Os materiais de fechamento podem variar entre chapas OSB, chapas de madeira, placa cimentícia e gesso acartonado a depender se a vedação é interna ou externa. Por ser considerado um sistema construtivo seco, e utilizar a madeira – que deve preferencialmente ser proveniente de reflorestamento com manejo ambiental –, esse sistema é considerado altamente eficiente pelo baixo consumo e geração de resíduos
Elementos Construtivos
Os componentes de estrutura, arquitetura e vedações, como pisos, paredes e tetos, compõem os espaços internos das edificações. Ching (2013) afirma que esses elementos estabelecem um padrão para os ambientes internos, pois constroem a forma da edificação. Em linhas gerais, esses elementos são usados como bases para o desenvolvimento do projeto de interiores, podem ser modificados de modo a atender funcionalmente e esteticamente as necessidades funcionais de um ambiente.
Piso
O sistema de piso pode ser definido como um sistema horizontal ou inclinado composto por um conjunto parcial ou total de camadas destinado a cumprir a função de estrutura, vedação e tráfego (ABNT, 2013b). O sistema de piso funciona como uma base de apoio que sustenta atividades internas, móveis, equipamentos, e cargas variáveis, e deve ser estruturado para suportar com segurança as cargas resultantes (CHING, 2013). Algumas qualidades gerais devem ser observadas na escolha de acabamento de pisos como a resistência ao desgaste e abrasão, inalterabilidade de cor, textura, facilidade de conservação e manutenção.
Após a execução das camadas de um sistema de piso, para o início dos serviços de acabamento, devemos considerar alguns casos. De preferência, as vedações devem estar concluídas e as instalações elétricas e hidráulicas do piso, em especial os ralos, colunas e prumadas, devem estar executadas e testadas. A base deve estar limpa, totalmente livre de restos de argamassa, terra, pedras ou qualquer outro material aderido
Parede
As paredes são elementos de vedação que podem atuar com função estrutural ou como fechamento. São partes da edificação que limitam verticalmente seus ambientes como as paredes de fachadas ou divisórias internas. As vedações atuam sustentando cargas de pisos, tetos e coberturas e devem apresentar nível de segurança, limitando os deslocamentos, fissuras e falhas a valores aceitáveis e considerando ações passíveis de ocorrerem durante a vida útil do sistema (ABNT, 2013c).
Além de delimitarem os espaços, as paredes controlam a passagem de ar, calor, umidade, luz e som. Atuam no isolamento térmico e acústico, e seu desempenho varia de acordo com a especificação de material, dimensão, espessura e aberturas.
A demarcação dos sistemas de vedação deve ser realizada sobre o piso, criteriosamente nivelada, obedecer a espessuras, medidas e alinhamentos indicados no projeto de arquitetura e estrutura, de maneira a deixar livre vãos de esquadrias que se apoiam no piso, vãos de prumadas e shafts de tubulação, entre outros (YAZIGI, 2009).
Segundo Azeredo (1997), antes de se iniciar qualquer serviço de acabamento, devem ser testadas as canalizações de instalações hidrossanitárias, à pressão recomendada para cada caso. As superfícies devem ser limpas, de modo a melhorar a fixação de acabamentos e revestimentos.
As paredes podem ser compostas de diversos materiais que garantam resistência e durabilidade, dos quais listamos alguns exemplos a seguir:
· pedras naturais;
· alvenaria em blocos maciços cerâmicos;
· alvenaria em blocos cerâmicos vazados;
· alvenaria de blocos de concreto simples;
· concreto celular;
· gesso acartonado (drywall);
· placas cimentícias, dentre outros.
Paredes de montantes leves e painéis de vedação como gesso acartonado apresentam grande versatilidade e são usualmente mais utilizadas em divisórias internas, sem função estrutural. Quando usados em ambientes expostos à umidade devem receber tratamento especial.
Essas paredes são estruturadas por montantes de chapa dobradas de aço galvanizado. Em geral, a estrutura é revestida em ambas as faces com os painéis, o espaço entre os montantes pode ser preenchido com materiais isolantes que garantam melhor desempenho térmico e acústico, e ainda permitem embutir as instalações elétricas e hidráulicas. Os painéis de vedação podem servir como acabamento, porém, é comum que recebam outras camadas de acabamento como pintura, revestimentos, entre outros.
Ching (2013) aponta que paredes de alvenariade blocos de concreto ou blocos cerâmicos apresentam menor capacidade de alteração e são geralmente mais grossas que as paredes de montantes leves, pois “dependem de sua massa para resistência e estabilidade” (CHING, 2013, p. 155). Segundo Yazigi (2009), antes do recebimento de materiais de acabamento, a alvenaria deve estar concluída, e peitoris, caixilhos e batentes devem estar fixados. As superfícies devem receber chapisco de cimento e areia e, posteriormente, revestimento de argamassa constituída por uma camada única de argamassa industrializada ou pelas camadas superpostas e uniformes de emboço e reboco.
Teto e Forro
O teto como elemento construtivo configura-se pela composição das faces inferiores de estruturas e cobertura. O material do teto pode estar diretamente fixado na estrutura, como é o caso das lajes de concreto ou estruturas metálicas e, muitas vezes, pode ser deixado à vista, sem a utilização de forro.
Ching (2013, p. 164) afirma que o “teto desempenha papel visual importante na configuração do espaço interno e na limitação de suas dimensões verticais”. O teto pode ser composto de superfícies lisas e planas, retas ou inclinadas, podendo ou não expressar o padrão estrutural do projeto ou de sua cobertura. Dependendo de seu material de composição, pode receber diferentes opções de materiais de acabamento, sendo os mais usuais a pintura e a utilização de forros.
A utilização de forros permite o rebaixamento de parte do teto, podendo assumir diversos formatos. De maneira funcional, os forros podem esconder elementos estruturais, tubulações e fiação. A escolha do material do forro deve levar em consideração o uso do espaço, sendo exemplos mais comuns o forro de madeira, forro de gesso, forro mineral e forro metálico.
Portas e Janelas
As portas e janelas são elementos essenciais na composição de uma espaço. Responsáveis pelo acesso e aberturas de luz e ventilação, possuem influência direta no conforto ambiental do ambiente. De acordo com a função e uso do espaço, inúmeros modelos e dimensões podem ser especificados.  
As portas e janelas podem apresentar uma ou mais unidades de folha, e possibilitam diferentes tipos de abertura como de abrir, correr, pivotante, entre outros. Os materiais mais utilizados são o ferro, alumínio, pvc, madeira e vidro. Os materiais de acabamento variam entre pintura, laqueamento, verniz ou seladora, laminados e chapas de ferro ou alumínio
Escadas e Rampas
Escadas e rampas são elementos construtivos de circulação vertical de um projeto. Seu posicionamento e dimensionamento influenciam diretamente a composição de ambientes internos. A execução de escadas e rampas pode ser realizada com diferentes materiais e soluções projetuais. É importante destacar que para projetos de escadas e rampas, dimensionamento e especificação de materiais de acabamento, é necessário consultar a NBR 9050/2015 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos) e a NBR 9077/2001 (Saída de emergência em edifícios).
Especificação de Materiais de Acabamento
No desenvolvimento de um projeto de interiores, as ideias e premissas do projetista são desenvolvidas graficamente e criam uma relação entre o conceito e a realização concreta do objeto. A definição dos materiais, acabamentos, revestimentos e outros elementos permitem explorar conceitualmente todos os objetivos do espaço idealizado. Dessa maneira, a escolha de cada elemento implica, mais que uma solução técnica, na qualidade/materialização do ambiente construído.
A prática de especificação de materiais de acabamento no projeto de design de interiores é um dos exercícios mais importantes para a composição projetual. Um projeto bem executado depende da durabilidade e da solidez de escolhas bem realizadas pelos profissionais.
Conforme nos aponta Gurgel (2005, p. 114), “a escolha apropriada dos materiais é, com certeza, uma das mais importantes etapas de um projeto”. A autora indica que a repetição de soluções leva a resultados semelhantes e pouco inovadores, e que a pesquisa e conhecimento de novos materiais enriquecem o repertório e fazem diferença no exercício projetual. Nesse sentido, ela enfatiza:
Fatores climáticos, culturais e modismos exercem grande influência na escolha de um determinado material, embora, muitas vezes, seu apelo visual não corresponda às suas características funcionais, práticas e tampouco ao seu custo. Portanto, cabe ao profissional estabelecer corretamente a relação custo-benefício, bem como priorizar os pontos importantes e relevar os não fundamentais do contexto projetual, culminando assim numa escolha mais adequada (GURGEL, 2005, p. 115).
A autora sugere, ainda, que um material deve ser avaliado em relação aos seguintes pontos:
Adequação à utilização:
prioritariamente deve se analisar se o material supre as necessidades funcionais do ambiente, e se é adequado às atividades e funções desenvolvidas. Devem ser considerados a durabilidade, resistência, manutenção, propriedades de conforto térmico e acústico e grau de segurança do material.
Contribuição estética:
a escolha de um material para a composição do projeto deve levar em consideração as dimensões e formas, as texturas e cores, padronagens e acabamentos. O conceito e a filosofia do projeto devem indicar quais requisitos são prioritários e quais podem ser eventualmente substituídos.
Custo:
é necessário analisar entre todas as opções do mercado, itens que se adaptam ao projeto, garantem bom desempenho e grau de satisfação ao projeto final.
Ching (2013) define que os materiais de acabamento podem ser parte integral dos elementos de arquitetura, mas também podem ser acrescentados como uma camada adicional a paredes, tetos e pisos, e desempenham um papel significativo na criação de um espaço interno. Para especificação de materiais de acabamento, o autor nos aponta alguns critérios indicados a seguir (CHING, 2013):
Critérios funcionais:
segurança, saúde, conforto, durabilidade, facilidade de limpeza, manutenção e reparo, resistência ao fogo e propriedades acústicas.
Critérios estéticos:
padrão, textura e cor.
Critérios econômicos:
custos de aquisição e instalação, avaliação do ciclo de vida dos materiais e produtos, avaliação dos impactos da aquisição da matéria-prima e sua vida útil.
Brown (2014) nos apresenta que ao considerar o uso de determinados materiais no projeto, o designer de interiores deve se envolver com o cliente, o programa de necessidades e o sítio. Segundo a autora a partir do programa de necessidades e diálogo com o cliente, o processo de projeto pode ser analisado e aprimorado.
É pouco provável que o programa de necessidades final fará referência específica aos materiais, mas ele estabelecerá parâmetros que influenciarão a seleção destes, e que podem incluir imagens ou marcas; preços, padrões de qualidade ou características; emoções que serão desejadas; ou mesmo exigências funcionais, sensoriais, técnicas ou de sustentabilidade (BROWN, 2014, p. 30).
O contexto é outro fator relevante a ser considerado. Se o projeto de design de interiores será inserido em uma edificação preexistente, os materiais que já compõem o espaço devem ser analisados. Edificações novas, em construção ou instalações temporárias podem apresentar grandes possibilidades de intervenção. A localização e o contexto físico do projeto (urbano ou rural), condições climáticas (quente, frio, árido, úmido) podem influenciar os tipos de materiais com o qual os conceitos de projeto são desenvolvidos (BROWN, 2014).
A tipologia da obra, o local de uso e as atividades do ambiente são condicionantes fundamentais na especificação de materiais. Deve-se observar se o espaço é público ou privado, se o uso é residencial, comercial, industrial, ou outros específicos como laboratórios e hospitais, e se o ambiente possui área úmida ou molhada, ou é afetado por outros fatores variáveis.
É importante destacar que, ao especificar materiais de acabamento, é função do profissional buscar o atendimento e adequação às normas técnicas vigentes, assim como avaliar as informaçõestécnicas dos catálogos e manuais dos fabricantes e fornecedores, bem como demais fontes disponíveis.
Os programas de qualidade e as normas técnicas atuam como importantes instrumentos para o desenvolvimento tecnológico da qualidade na produção dos materiais de construção (SOUZA, 2004). A ABNT define que a normatização representa uma atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto. No Brasil, o reconhecimento de um produto em relação ao atendimento de uma norma técnica é realizado pela certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Dentro do contexto de normas e regulamentações, destaca-se um documento normativo importante, que vigora desde 2013, na avaliação de desempenho dos sistemas construtivos, e que representou uma mudança relevante no cenário da construção civil nacional. O conjunto normativo NBR 15.575: edificações habitacionais: desempenho indica requisitos de desempenho, critérios de desempenho e métodos de avaliação organizados em seis partes, abrangendo sistemas estruturais, de pisos, de vedações, de coberturas e hidrossanitários.
Dessa forma, podemos concluir que na especificação de materiais, é necessária a maior exatidão possível. É essencial que se verifiquem todos os dados técnicos, propriedades e requisitos de desempenho do material desejado. É sempre conveniente consultar os catálogos de materiais, normas técnicas vigentes e demais leis ou normativos que podem indicar restrições. Dessa forma, minimizam-se os possíveis erros de projeto e execução, e aumentam as garantias de desempenho.
Materiais: Propriedades e Tipos
Os materiais de acabamento, e mais genericamente, os materiais de construção civil têm passado por grandes processos de evolução ao longo dos anos. Alguns se tornaram mais populares e difundidos que outros, assim como novas exigências e padrões construtivos implicaram o desenvolvimento constante da indústria de materiais. Os materiais se caracterizam, são identificados e se diferenciam pelas suas propriedades. Bauer (2019) define as propriedades gerais dos materiais, das quais listamos algumas a seguir:
· extensão: propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no espaço;
· massa específica: a relação entre a massa de um corpo e seu volume;
· peso específico: a relação entre o peso de um corpo e seu volume;
· porosidade: propriedade que tem a matéria de não ser contínua, havendo espaço entre as massas;
· compacidade: relação entre o volume de sólidos e o volume total, dado em porcentagem;
· absorção: propriedade dos materiais de absorver e reter um fluido, especialmente a água;
· permeabilidade: propriedade dos materiais de permitir a passagem de gases ou líquidos, em particular a água;
· corrosão: perda de parte do material como resultado de reações deste com o meio;
· dureza: capacidade dos materiais de resistência a uma deformação permanente;
· tenacidade: propriedade dos materiais de resistir ao rompimento por choque ou percussão;
· plasticidade: capacidade que os materiais têm de serem moldados sem, no entanto, se romperem;
· durabilidade: capacidade que os materiais têm de permanecerem inalterados com o tempo;
· desgaste: perda de qualidade ou de dimensões como resultado do uso contínuo;
· resistência ao congelamento: capacidade do material em não se deteriorar sob a ação de degelo sucessivos ou de congelamento;
· resistência ao fogo: propriedade do material em não ser destruído pelo fogo. Podem ser classificados como incombustíveis, fracamente combustíveis e combustíveis;
· resistência ao calor: capacidade dos materiais de resistir à ação prolongada de altas temperaturas sem deformação;
· resistência mecânica: propriedade dos materiais em resistir à ação das solicitações.
Bauer (2019) pontua, ainda, que é básico, para o projetista e construtor, o conhecimento das propriedades de cada material para aplicá-lo na prática de forma mais eficaz. A concorrência entre materiais em relação a suas propriedades também acontece de maneira evolutiva. Como aponta Smith (2012), um fator que leva à substituição de materiais é o desenvolvimento de outros, novos, com propriedades específicas para determinadas aplicações, como é o caso de materiais desenvolvidos para atendimento de requisitos acústicos ou térmicos para a aplicação em locais que demandam essas exigências de desempenho.
Como nos descreve Brown (2014), os materiais podem ser agrupados a partir de diversas abordagens, veja no infográfico a seguir:
I. de acordo com seus componentes: naturais, sintéticos, compostos, etc.
II. de acordo com suas aplicações e usos: paredes, pisos, teto, etc.
III. de acordo com seus materiais: cerâmica, vidro, metal, madeira, etc.
IV.  de acordo com suas sua aparência e por meio dos sentidos: translúcido, opaco, macio etc.
Vamos, agora, apresentar alguns dos diferentes tipos de  materiais disponíveis para o design de interiores com uma breve descrição.
· Cerâmica: material que pode ser moldado a diferentes formatos, queimado a alta temperatura, e possibilita a criação de componentes diversos como blocos, azulejos, pisos e aparelhos sanitários. Em geral, resistem à umidade e altas temperaturas e podem ser texturizados, lisos, pigmentados, entre outras possibilidades estéticas.
· Polímeros: materiais de procedência natural (borracha, celulose, goma-laca) sintética ou semissintética (propileno, nylon, silicone). Podem ser moldados por diferentes técnicas e procedimentos e são empregados para a criação de uma grande variedade de produtos utilizados no design de interiores, como revestimentos, chapas e pisos plásticos (BROWN, 2014).
· Pedras: as pedras em geral (granito, mármore, basalto etc.) são materiais naturais, duráveis e de alta resistência, que podem ser empregados em diversas finalidades e cortados em diferentes tamanhos e formatos. Segundo Brown (2014), as propriedades funcionais das pedras variam bastante e estão disponíveis em inúmeras cores e acabamentos.
· Metais: são materiais fortes e dúcteis e apresentam propriedades mecânicas variadas de acordo com sua composição. Podem adquirir vários formatos por meio de diferentes processos e são amplamente utilizados em produtos, revestimentos e outras aplicações no design de interiores devido a sua grande funcionalidade.
· Madeira: a madeira se configura como um dos produtos mais utilizados no mercado de produtos e acabamentos de design de interiores. Apresenta diferentes opções de cores e texturas e pode ser aplicada em diferentes soluções projetuais.
Existem, ainda, outros componentes e matérias-primas de materiais de acabamento frequentemente usados nos projetos de interiores como as fibras orgânicas (bambu, cortiça, algodão, lã, seda), os produtos de origem animal (couro, marfim) e os compostos (epóxi, fibra de vidro), entre outros (BROWN, 2014).
Revestimentos Cerâmicos, Azulejos e Porcelanatos
Os acabamentos cerâmicos podem ser definidos como placas compostas, principalmente, de argila e outros materiais inorgânicos que sofrem um processo de queima controlada e são incombustíveis. Esses materiais são utilizados para revestimentos de pisos e paredes (ANFACER, 2016).
As placas cerâmicas integram o sistema de revestimento cerâmico, composto do conjunto formado pelas placas cerâmicas, pela argamassa de assentamento e do rejunte (ABNT, 1997a). Os azulejos são peças cerâmicas de revestimento vidradas em uma das faces. São fabricados em grande variedade de cores e dimensões, com superfícies brilhantes ou acetinadas e padrões lisos ou com relevo.
As placas cerâmicas são classificadas, de acordo com as normas técnicas vigentes, quanto a vários critérios. Quanto ao seu processo de fabricação podem ser conformadas por extrusão, prensagem ou outros processos. Podem receber acabamento esmaltado ou não, o que influencia na sua função impermeabilizante. As placas são classificadas quanto à sua absorção de água, divididos em cinco grupos de absorção que variamde 0% a valores superiores de 10%. Os valores de absorção de água estão relacionados com a porosidade e densificação do material, e são fundamentais para a determinação de seu local de uso (ANFACER, 2016).
A resistência à abrasão é outro critério importante na especificação de peças cerâmicas, e representa a oposição ao desgaste superficial das placas. Aplicadas às placas cerâmicas esmaltadas, apresentam uma classificação conhecida como escala PEI e são exclusivas para o sistema de piso. A classificação PEI possui uma escala entre 0 e 5, e descreve a resistência do desgaste superficial do esmalte da placa cerâmica. São classificados ainda pelas normas técnicas critérios de resistência ao manchamento, resistência ao ataque de agentes químicos e aspecto superficial (ABNT,1997b).
As placas cerâmicas podem ser utilizadas basicamente em pisos ou paredes, e o local de aplicação é determinante para a especificação do material, por isso a verificação de propriedades específicas é fundamental.
A especificação desse material deve considerar também as exigências de uso do local e das condições de exposição (ANFACER, 2016). Apresentam diversas cores, texturas, formas e tamanhos. Os acabamentos superficiais variam entre polido e natural. Enquanto os materiais naturais apresentam superfície fosca ou acetinada, os materiais polidos se caracterizam por superfície mais lisa, com brilho e possivelmente escorregadia. O acabamento de borda pode ser tradicional, com bordas levemente arredondadas e juntas de assentamento maiores, ou retificado, com bordas retas, juntas mais finas e significativa economia de material.
Os revestimentos em porcelanato consistem em placas compostas em grande parte por minerais rochosos nobres, queimados em alta temperaturas. O porcelanato se caracteriza por ser um revestimento cerâmico mais impermeável, com baixo nível de absorção de umidade e alta resistência mecânica. Os porcelanatos podem ser divididos em duas categorias: o porcelanato técnico e o esmaltado.
O porcelanato técnico não apresenta finalização com esmalte. São indicados para áreas de tráfego intenso, por serem mais resistentes. O porcelanato esmaltado recebe uma camada de esmalte, dessa maneira o índice PEI é aplicado para sua classificação. O acabamento de borda pode ser convencional ou retificado e seu acabamento de superfície pode ser polido ou natural.
O assentamento dos revestimentos cerâmicos é realizado com argamassa de assentamento, e após a fixação das peças é realizada a aplicação da argamassa de rejuntamento. Para o assentamento, a argamassa de assentamento ou argamassa colante a ser utilizada depende do local a ser revestido, das dimensões do revestimento e da absorção de água da placa cerâmica. A escolha da argamassa de assentamento deve ser a que melhor se adapta ao uso do revestimento, de acordo com as especificações dos fabricantes.
Os tipos de argamassa de rejuntamento mais utilizados são o cimentício, o epóxi e o acrílico. O rejunte cimentício é composto por areia e cimento, porém absorve mais sujeiras e manchas. Os rejuntes epóxi e acrílico possuem resistência a manchas e mofo, e apresentam maior facilidade de limpeza e manutenção. A opção escolhida deve seguir as orientações e recomendações dos fabricantes e fornecedores de acordo com o uso (DOWNLOADS..., 2018).
 A seguir, estão algumas normas sobre materiais de revestimento para a utilização no desenvolvimento e especificação de projeto:
1.   ABNT NBR 13816/1997: Placas cerâmicas para revestimento – Terminologia;  
2.   ABNT NBR 13817/1997: Placas cerâmicas para revestimento – Classificação;
3.   ABNT NBR 15463/2013: Placas cerâmicas para revestimento – Porcelanato;
4. ABNT NBR 14081-1/2012: Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas - Requisitos.
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