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Mulher de lá pra cá

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Claretiano – Centro Universitário
Licenciatura em Pedagogia
Raquel Leticia da Silva – 8026157
Fundamentos e Métodos do Ensino de Artes
São Paulo
2020
Mulher: de lá para cá.
Durante toda a história da humanidade, a mulher sempre foi considerada uma propriedade do homem, seja ele o pai ou o marido. A mulher sempre esteve submissa ao homem, sem voz ativa e fadada ao anonimato. A condição de submissão da mulher era imposta pela sociedade e até mesmo pela igreja, aquelas mulheres que não se conformavam com essa condição, foram perseguidas e assassinadas. 
Na arte a mulher era retradada de maneira idealizada as quais representavam padrões que as mulheres deveriam seguir, como forma até de controlar seu comportamento e sua sexualidade. A arte ocidental confirmou a figura da mulher como submissa e passiva, sobre isso:
Não por acaso, a mulher constituiu o motivo principal do nu como gênero na pintura a óleo europeia, mesmo quando o tema ilustrado fosse uma alegoria ou uma história mítica. Assim, as figurações do nu feminino reforçavam o status dominador do homem na ordem social vigente, enquanto a mulher permanecia inerte, devendo ser dominada, subjugada ou idealizada pelo poder físico, social e econômico da potência masculina. (BARRETO, 2013, p. 3).
Sobre as esculturas A Vênus de Willendorf e A Vênus de Hohle Fels, não há como afirmar o que se pretendia na época com tais esculturas. Há interpretações de que seriam representações de fertilidade, grande inteligência e astúcia feminina. Há ainda, interpretações de que tais esculturas tenham suas origens voltadas a religiosidade ou como objetos para que ajudassem as meninas a arte de se tornar mulher. Porém, há pesquisadores que não descartem o uso do objeto para fins pornográficos, segundo Margolis:
As estatuetas poderiam também ser nada mais do que pornografia primitiva, as garotas da capa em três dimensões para que os homens longe das mulheres se masturbassem; afinal de contas, porque os homens paleolíticos em viagens de caça seriam diferentes de seus sucessores modernos em viagens de negócios, masturbando-se em quartos de hotel? Assim, as estatuetas seriam deusas reverenciadas ou garotas atraentes e comuns? Adivinhar o motivo delas tem sido o objetivo de gerações de acadêmicos. (MARGOLIS, 2006, p.90).
Diante dessa observação, vemos que a mulher vem enfrentando desde tempo pré-histórico a objetificação e a sexualização do corpo feminino. Até os dias atuais, as mulheres enfrentam dificuldade quanto à erotização do corpo feminino, e na arte há movimentos que buscam incluir artistas femininas em exposições e museus, a luta pela não sexualização do corpo feminino. 
Hoje as mulheres já conquistaram diversos direitos, como o direito ao voto, a liberdade de expressão, aqui em nosso país a escolha ou não de se casar, mas ainda há muita luta pela frente. O machismo está enraizado em nossa cultura, e as mulheres continuam numa luta constante em busca da equidade de gêneros.
Por isso o feminismo, um movimento emancipatório, é tão importante na vida das mulheres, é claro que nem todas concordam ou aceitam o movimento, mas é importante frisar que “sempre que as mulheres – individual ou coletivamente – criticaram o destino injusto e muitas vezes amargo que o patriarcado lhes impôs e reivindicaram seus direitos por uma vida mais justa estamos diante de uma ação feminista” (GARCIA, 2015, p. 12).
Atualmente, as mulheres acumulam duplas, triplas jornadas, conciliando o trabalho fora com o trabalho de dentro de casa e ainda, aquelas que são mães, cuidam de seus filhos, muitas vezes sem ajuda do companheiro ou família que apoie, segundo Garcia: 
Um exemplo: nas sociedades ocidentais contemporâneas, as mulheres conseguiram o direito à educação e ao trabalho remunerado, mas a maioria daquelas que trabalham fora de casa, tanto as assalariadas quanto as autônomas, continua encarregada do trabalho doméstico e do cuidado com os filhos. É a dupla jornada ou a dupla presença.
Referências
BARRETO, Nayara Matos. Do nascimento de Vênus à arte feminista após 1968: um percurso histórico das representações visuais do corpo feminino. Disponível em: http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historia-da-midia-audiovisual-e-visual/do-nascimento-de-venus-a-arte-feminista-apos-1968-um-percurso-historico-das-representacoes-visuais-do-corpo-feminino. Acesso em 10/05/2020.
Garcia, Carla Cristina. Breve história do feminismo. São Paulo: Claridade, 2015.
 
MARGOLIS, J. A História Íntima do Orgasmo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

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