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Finanças Corporativas - Nova Concursos - 2020tcdf

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FINANÇAS CORPORATIVAS
ÍNDICE
Valor do dinheiro no tempo. Fluxo de caixa. Desconto real e nominal ............................................................................................... 01
Métodos de análise de fluxos de caixa. Período de payback. Taxa interna de retorno. Valor presente líquido. Índice de 
lucratividade................................................................................................................................................................................................................ 03
Orçamento de capital. Conceitos. Custos irrecuperáveis. Custos de oportunidade. Capital de giro. Depreciação ........... 10
Relação entre risco e retorno esperado. Capital Asset Pricing Model (CAPM) ................................................................................ 15
Avaliação de projetos com risco. Custos de capital. Estimativa do custo do capital próprio com o CAPM. Custo do 
capital de terceiros. Custo médio ponderado de capital (CMPC). Avaliação de projetos com base no CMPC ................... 17
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VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO; FLUXO 
DE CAIXA; DESCONTO REAL E NOMINAL.
. Valor do dinheiro no tempo
Pode-se avaliar as decisões e valores no tempo para 
se obter retornos positivos nos fluxos de caixa da em-
presa tanto de valor futuro como de valor presente. Para 
isso, usam-se técnicas do valor do dinheiro no tempo 
para reconhecimento das oportunidades. Enquanto as 
alternativas podem ser avaliadas tanto pelo cálculo da 
capitalização para encontrar o valor futuro, como pela 
aplicação dos descontos para encontrar o valor presente. 
Na linha do tempo, ( uma reta horizontal) os administra-
dores financeiros se encontram no tempo zero quando 
iniciam o projeto, confiando que, quando inicia a toma-
da de decisão para encontrar o valor no tempo presen-
te, estarão definindo os valores do futuro. Pode-se usar 
tabelas financeiras, as quais fornecem vários fatores de 
juros do valor presente e valor futuro, calculadoras finan-
ceiras como a BA-35 ou outras similares e computado-
res, para chegar aos montantes reais. Com essas técnicas 
aplica-se eficientemente o valor tempo.
O valor futuro utiliza juros compostos para medir o 
valor futuro dos montantes e capitalizar os valores ini-
ciais, durante um período específico de tempo. Quando 
os juros são capitalizados, o principal inicial ou depósito 
feito em período, juntamente com os juros ganhos sobre 
ele, torna-se o principal inicial do período seguinte, e 
assim sucessivamente. Os juros tem diversas formas de 
serem calculados. Podem ser diários, semanais, mensais, 
trimestrais, semestrais, anuais ou contínuos. Se os cálcu-
los de juros forem diários, mais elevado fica o montante 
futuro, pois os juros acumulam-se e mais alta fica a taxa 
efetiva. O cálculo recomendável é o anual.
Uma anuidade é um tipo de fluxos de caixa anuais 
iguais ocorrendo no final do período. O valor futuro de 
uma anuidade ordinária pode ser encontrado usando-se 
o fator de juros do valor futuro para uma anuidade, o 
qual requer um ajuste, no caso de uma anuidade vencida. 
O valor presente representa o inverso do valor futu-
ro. Ao encontrarmos o valor presente de um montante 
futuro, determinamos qual o montante de dinheiro de 
hoje seria equivalente a um dado montante no futuro, 
considerando-se o fato de que podemos obter um de-
terminado retorno sobre os fundos atuais. 
Frequentemente é necessário encontrar o valor pre-
sente de uma série de fluxos de caixa. Para séries mistas, 
o valor presente individual deve ser encontrado e so-
mado. No caso de uma anuidade, o valor presente po-
derá ser encontrado usando-se o fator de juros do valor 
presente para uma anuidade. Para uma série mista com 
anuidade incluída, o valor presente da anuidade é encon-
trado e a seguir usado para substituir o fluxo de anuida-
des, e o valor presente da nova série é calculado. O valor 
presente de uma anuidade perpétua, é encontrada divi-
dindo-se 1 (um) pela taxa de desconto, resultado que 
passará a representar o fator de juros do valor presen-
te. Os depósitos anuais para acumular um determinado 
montante no futuro podem ser encontrados dando solu-
ção à equação do valor futuro de uma anuidade para um 
pagamento anual. Um empréstimo pode ser amortizado 
por meio de pagamentos anuais iguais e seus corres-
pondentes valores podem ser encontrados resolvendo a 
equação do valor presente de uma anuidade para um pa-
gamento anual. As taxas de juros ou crescimento podem 
ser estimadas encontrando-se a taxa de juros desconhe-
cida na equação do valor presente, tanto de um único 
montante como de uma anuidade.1
O tempo é sem sombra de dúvidas um fator direta-
mente proporcional ao valor do dinheiro. Assim, pode-
mos afirmar plenamente que quanto maior o período, 
maiores serão as influencias dos agentes externos, ou 
ainda, as influencias do macro-ambiente em relação ao 
poder de compra da moeda específica.
A inflação presente em toda e qualquer economia 
capitalista é um exemplo claro desta relação entre o 
tempo e o dinheiro, pois, prova que um montante de R$ 
1.000,00 em janeiro não possui o mesmo poder de com-
pra que um montante de R$ 1.000,00 em dezembro do 
mesmo ano.
Diante a uma situação como esta, qual seria a solução 
correta?
Em primeiro lugar, existe a necessidade de se consi-
derar um fator muito simples, o capital presente em um 
dado período e as taxas inflacionárias ocorridas neste 
intervalo.
Para exemplificar vamos supor que uma pessoa de-
seja comprar uma motocicleta no valor de R$ 12.000,00 
em dezembro do ano x1. Supondo que em janeiro deste 
mesmo ano ela tenha em mãos o valor correspondente ao 
valor total da motocicleta e não aplique este capital em um 
banco, neste período a inflação acumulada foi de 10%, qual 
o poder de compra do dinheiro em dezembro de x1?
Sabendo que a inflação reduz o poder de compra de 
uma moeda específica, cabe esclarecer que a inflação 
não reduz o montante do dinheiro, ou seja, em dezem-
bro o montante que é representado por capital corrigido 
por juros será os mesmos R$ 12.000,00 de janeiro, po-
rém, com poder de compra reduzido. Neste caso, com 
uma inflação no período de 10% a desvalorização do 
poder de compra do montante de R$ 12.000,00 seria de 
R$ 1.200,00, assim, em dezembro do mesmo ano o po-
der de compra seria correspondente ao valor de R$ R$ 
10.800,00.
Como calcular este valor?
Muito simples basta considerar duas variáveis, a taxa 
inflacionária do período e o capital, assim:
 Queda no poder de compra da moeda = 12.000,00 
–[12.000,00 x (1- 0,10)]
Queda no poder de compra da moeda = 12.000,00 
–[12.000,00 x 0,90]
Queda no poder de compra da moeda =12.000,00 - 
10.800,00.
Queda no poder de compra da moeda = 1.200,00
Existe ainda outra forma de compreensão para este 
fato. Considerando que a inflação significa aumento geral 
de preços, o valor da motocicleta acompanha os aumentos 
1 Fonte: www.geocities.ws
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de preços na economia, assim, se a inflação do período 
foi de 10% o preço corrigido para dezembro do ano x1 
será de R$ 13.200,00 permanecendo o consumidor com os 
mesmos R$ 12.000,00 por não ter aplicado o capital. As-
sim, existe ainda uma redução no poder de compra do 
dinheiro no valor de R$ 1.200,00 no período.2
Pode-se concluir então que um capital de R$ 12.000,00 
em janeiro do ano x1 submetido a uma inflação de 10% 
no período sofre uma desvalorização referente ao seu 
poder de compra no valor de R$ 1.200,00. Prova-se que 
o ambiente externo possui uma grande influencia sobre 
o valor do dinheiro no tempo, sendo ainda, um fator não 
controlável por empresários e pessoas físicas, ou seja, os 
impactos da economia acontecem a todo o momento, 
cabe cada um encontrar uma forma de proteger seu ca-
pital e minimizar os riscos de mercado.
1.1 FLUXO DE CAIXA
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) 
Indica quais foram as saídase entradas de dinheiro 
no caixa durante o período e o resultado desse fluxo.
Assim como a Demonstração de Resultados de Exer-
cícios, a DFC é uma demonstração dinâmica e deve ser 
incluída no balanço patrimonial.
APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO DE FLUXO DE CAIXA
Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de 
caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis 
tradicionalmente publicadas pelas empresas. Basicamen-
te, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em 
três grandes áreas:
I - Atividades Operacionais;
II - Atividades de Investimento;
III - Atividades de Financiamento.
As Atividades Operacionais são explicadas pelas re-
ceitas e gastos decorrentes da industrialização, comer-
cialização ou prestação de serviços da empresa. Estas 
atividades têm ligação com o capital circulante líquido 
da empresa.
As Atividades de Investimento são os gastos efetua-
dos no Realizável a Longo Prazo, em Investimentos, no 
Imobilizado ou no Intangível, bem como as entradas por 
venda dos ativos registrados nos referidos subgrupos de 
contas.
As Atividades de Financiamento são os recursos obti-
dos do Passivo Não Circulante e do Patrimônio Líquido. 
Devem ser incluídos aqui os empréstimos e financiamen-
tos de curto prazo. As saídas correspondem à amortiza-
ção destas dívidas e os valores pagos aos acionistas a 
título de dividendos, distribuição de lucros.
 DESCONTO REAL E NOMINAL
DESCONTO RACIONAL 
Aquele que equivale aos juros calculados sobre o va-
lor atual do título pelo prazo compreendido entre sua 
data da transação e seu vencimento. A equação básica 
para encontrar o desconto racional é a seguinte:
2 Por André Augusto Locatelli
D = VA x d x n
Onde: 
d = taxa de juros praticados na operação de desconto;
n = número de períodos.
CÁLCULO DO VALOR NOMINAL (VN) 
Fazendo uso da primeira equação básica de desconto 
que estudamos, temos:
D = VA x d x n
D = VN – VA
VN = VA + D
VN = VA + (VA x d x n)
Logo, chegamos a uma terceira fórmula:
VN = VA x (1 + d x n)
CÁLCULO DO VALOR ATUAL (VA) 
Fazendo uso dessa terceira expressão, chegamos à 
quarta equação de desconto:
VN = VA x 1 + d x n)
VA = 
DESCONTO COMERCIAL 
Aquele que representa os juros calculados sobre o 
Valor Nominal do título, à taxa dada, durante o prazo 
que decorre desde a data da operação de desconto até o 
vencimento do título. O cálculo básico para encontrar o 
desconto comercial é o seguinte: 
D = VN x d x n
Cálculo do Valor Atual (no desconto comercial) Utili-
zando a primeira expressão estudada e esta última, temos: 
D = VN - VA
Logo: 
VA = VN - D
Considerando o desconto comercial, chegamos à se-
guinte conclusão:
D = VN x d x n
VA = VN - (VN x d x n)
Colocando VN em evidência, por fim, chegamos à 
sexta equação
VA = VN x (1 - d x n)
DESCONTO BANCÁRIO 
O desconto bancário é o mesmo que o desconto 
comercial. É comum que os bancos imputem ao cliente 
uma tarifa administrativa que pode incidir sobre o Valor 
Nominal do título que está sendo descontado ou sobre o 
Valor Atual calculado. 
Para nossos cálculos, consideremos que h = tarifa 
bancária.
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MÉTODOS DE ANÁLISE DE FLUXOS DE CAI-
XA; PERÍODO DE PAYBACK; TAXA INTERNA 
DE RETORNO; VALOR PRESENTE LÍQUIDO; 
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE
A Demonstração dos Fluxos de Caixa fornece infor-
mações acerca das alterações no caixa e equivalentes de 
caixa da entidade para um período contábil, evidencian-
do separadamente as mudanças nas atividades operacio-
nais, nas atividades de investimento e nas atividades de 
financiamento.
 As informações sobre o fluxo de caixa de uma entida-
de são úteis para proporcionar aos usuários das demons-
trações contábeis uma base para avaliar a capacidade de 
a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como 
as necessidades da entidade de utilização desses fluxos 
de caixa. As decisões econômicas que são tomadas pelos 
usuários exigem avaliação da capacidade de a entidade 
gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como da época 
de sua ocorrência e do grau de certeza de sua geração.
Para efeitos de elaboração da DFC, os conceitos de 
Caixa e Equivalente Caixa são importantes, vejamos: 
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos 
bancários disponíveis.
Equivalentes de Caixa são aplicações financeiras de 
curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente con-
versíveis em montante conhecido de caixa e que estão 
sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
A entidade deve apresentar a Demonstração dos Flu-
xos de Caixa dividida em três grupos: Atividades Ope-
racionais, Atividades de Investimento e Atividades de 
Financiamento. 
Atividades Operacionais são as principais atividades 
geradoras de receita da entidade e outras atividades que 
não são de investimento e tampouco de financiamento.
Atividades de Investimentos são as referentes à aqui-
sição e à venda de ativos de longo prazo e de outros 
investimentos não incluídos nos equivalentes de caixa.
Atividades de Financiamento são aquelas que resul-
tam em mudanças no tamanho e na composição do ca-
pital próprio e no capital de terceiros da entidade. 
A entidade deve apresentar, na Demonstração dos 
Fluxos de Caixa, os seguintes itens:
Atividades operacionais são as principais atividades 
geradoras de receita da entidade. Portanto, os fluxos de 
caixa decorrentes das atividades operacionais geralmente 
derivam de transações e de outros eventos e condições 
que entram na apuração do resultado. Exemplos de fluxos 
de caixa que decorrem das atividades operacionais são: 
a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias 
e pela prestação de serviços; 
b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, 
honorários, comissões e outras receitas; 
c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercado-
rias e serviços; 
d) pagamentos de caixa a empregados e em conexão 
com a relação empregatícia; 
e) pagamentos ou restituição de tributos sobre o 
lucro, a menos que possam ser especificamente 
identificados com as atividades de financiamento 
ou de investimento; 
f) recebimentos e pagamentos de investimento, em-
préstimos e outros contratos mantidos com a fi-
nalidade de negociação, similares aos estoques 
adquiridos especificamente para revenda.
Obs.: Existem operações que transitam pelo resultado, 
como a venda de item do ativo imobilizado, que não são 
classificadas nas Atividades Operacionais, pois são fluxos 
de caixa provenientes de atividades de investimentos.
Atividades de investimentos são a aquisição ou alie-
nação de ativos de longo prazo e outros investimentos não 
incluídos em equivalentes de caixa. Exemplos de fluxos de 
caixa que decorrem das atividades de investimento são: 
a) pagamentos de caixa para aquisição de ativo imo-
bilizado (incluindo os ativos imobilizados constru-
ídos internamente), ativos intangíveis e outros ati-
vos de longo prazo;
b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ati-
vo imobilizado, intangível e outros ativos de longo 
prazo; 
c) pagamentos para aquisição de instrumentos de dí-
vida ou patrimoniais de outras entidades e partici-
pações societárias em empreendimentos controla-
dos em conjunto (exceto desembolsos referentes 
a títulos considerados como equivalentes de caixa 
ou mantidos para negociação ou venda); 
d) recebimentos de caixa resultantes da venda de 
instrumentos de dívida ou patrimoniais de outras 
entidades e participações societárias em empreen-
dimentos controlados em conjunto (exceto rece-
bimentos referentes a títulos considerados como 
equivalentes de caixa ou mantidos para negocia-
ção ou venda); 
e) adiantamentos de caixa e empréstimos concedidos 
a terceiros; 
f) recebimentos de caixa por liquidação de adianta-
mentos e amortização de empréstimos concedidos 
a terceiros; 
g) pagamentos de caixa por contratos futuros, contra-
tos atermo, contratos de opção e contratos de swap, 
exceto quando tais contratos forem mantidos para 
negociação ou venda, ou os pagamentos forem clas-
sificados como atividades de financiamento; 
h) recebimentos de caixa derivados de contratos 
futuros, contratos a termo, contratos de opção e 
contratos de swap, exceto quando tais contratos 
forem mantidos para negociação ou venda, ou os 
recebimentos forem classificados como atividades 
de financiamento.
Atividades de financiamento são as atividades que 
resultam das alterações no tamanho e na composição 
do patrimônio líquido e dos empréstimos da entidade. 
Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades 
de financiamento são: 
a) caixa recebido pela emissão de ações ou quotas ou 
outros instrumentos patrimoniais; 
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b) pagamentos de caixa a investidores para adquirir 
ou resgatar ações ou quotas da entidade; 
c) caixa recebido pela emissão de debêntures, em-
préstimos, títulos de dívida, hipotecas e outros 
empréstimos de curto e longo prazos; 
d) pagamentos para amortização de empréstimo;
e) pagamentos de caixa por um arrendatário para re-
dução do passivo relativo a arrendamento mercan-
til (leasing) financeiro.
A apresentação dos Fluxos de Caixa poderá ser dada 
mediante a utilização de dois modelos, método direto e 
indireto: 
O método indireto consiste na apresentação do re-
sultado ajustado pelos efeitos das transações que não 
envolvem caixa, quaisquer diferimentos ou outros ajus-
tes por competência sobre recebimentos ou pagamentos 
operacionais passados ou futuros, e itens de receita ou 
despesa associados com fluxos de caixa das atividades 
de investimento ou de financiamento; 
O método direto demonstra as principais classes de re-
cebimentos brutos de caixa e pagamentos brutos de caixa.
Modelos propostos de apresentação da Demons-
tração dos Fluxos de Caixa (Método Direto e Indireto)
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método 
Direto
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes
Pagamentos a fornecedores e empregados
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos rece-
bidos
Caixa líquido gerado pelas atividades operacio-
nais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido consumido pelas atividades de in-
vestimento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimo a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido consumido pelas atividades de fi-
nanciamento
Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do perío-
do
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período
Demonstração dos Fluxos de Caixa pelo Método 
Indireto
Fluxos de caixa das atividades operacionais
Lucro líquido antes do IR e CSLL
Ajustes por:
Depreciação
Perda cambial
Resultado de equivalência patrimonial
Despesas de juros
Aumento nas contas a receber de clientes e outros
Diminuição nos estoques
Diminuição nas contas a pagar – fornecedores
Caixa gerado pelas operações
Juros pagos
Imposto de renda e contribuição social pagos
Imposto de renda na fonte sobre dividendos rece-
bidos
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais
Fluxos de caixa das atividades de investimento
Compra de ativo imobilizado
Recebimento pela venda de equipamento
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Caixa líquido consumido pelas atividades de inves-
timento
Fluxos de caixa das atividades de financiamento
Recebimento pela emissão de ações
Recebimento por empréstimos a longo prazo
Pagamento de passivo por arrendamento
Dividendos pagos
Caixa líquido consumido pelas atividades de finan-
ciamento
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Aumento líquido de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do período
Caixa e equivalentes de caixa no fim do período
(modelo adaptado – NBC TG 03)
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
A Demonstração do Valor Adicionado representa um 
dos elementos componentes do Balanço Social e tem 
por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e 
sua distribuição, durante determinado período.
A Demonstração do Valor Adicionado obrigatoria-
mente deverá ser apresentada pelas sociedades anôni-
mas de capital aberto, sendo facultada sua elaboração e 
apresentação para as demais entidades.
A elaboração da DVA deverá evidenciar a distribuição 
da riqueza criada, no mínimo, da seguinte forma: 
a) pessoal e encargos; 
b) impostos, taxas e contribuições; 
c) juros e aluguéis; 
d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; 
e) lucros retidos/prejuízos do exercício.
Modelo sugerido de apresentação da Demonstra-
ção do Valor Adicionado
 Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS 
EM GERAL
Descrição X1 X0
1 - RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e 
serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ati-
vos próprios
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEI-
ROS (inclui os valores dos impostos - 
ICMS, IPI, PIS e COFINS)
2.1) Custos do produtos, das mercadorias e 
dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros 
e outros
2.3) Perda/Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E 
EXAUSTÃO
5 – VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRO-
DUZIDO PELA ENTIDADE (3- 4)
6 – VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM 
TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 – VALOR ADICIONADO TOTAL A DIS-
TRIBUIR (5 -6) 
8 – DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIO-
NADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S.
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municípios
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outros
8.4) Remuneração de capitais próprios
8.4.1 – Juros sobre o capital próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos/Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não-controladores 
nos lucros retidos (só p/ consolidação)
(Modelo adaptado NBC TG 09)
http://www.crcpr.org.br/new/content/down-
load/2011_demonstracoesContabeis.pdf
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FEDE-
RAL – SUPERIOR – CESPE – 2018) Previstas na Lei n.º 
6.404/1976, as demonstrações contábeis obrigatórias 
para sociedades anônimas incluem o balanço patrimonial 
(BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE). 
Acerca desses demonstrativos, julgue o item seguinte.
O BP apresenta as contas de resultado da entidade, cor-
respondentes a um exercício financeiro coincidente com 
o ano civil.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. A demonstração que apresenta con-
tas de resultado da entidade, correspondentes a um 
exercício financeiro coincidente com o ano civil é a DRE.
2. (EMAP – ANALISTA PORTUÁRIO – FINANCEIRA E 
AUDITORIA INTERNA – SUPERIOR – CESPE – 2018) 
Com relação à elaboração das principais demonstra-
ções contábeis previstas na normatização vigente, jul-
gue o item seguinte.
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Realce
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O pagamento de um empréstimo que inclua juros e 
amortização do principal pode ser classificado como 
transação que afeta o fluxo de caixa de atividades 
operacionais e de atividades de financiamento, simul-
taneamente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. De acordo com a CPC 03 (R2) – de-
monstração dos fluxos de caixa:
Uma única transação pode incluir fluxos de caixaclassificada em mais de uma atividade. Por exemplo, 
quando o desembolso de caixa para pagamento de 
empréstimo inclui tanto os juros como o principal, a 
parte dos juros pode ser classificada como atividade 
operacional, mas a parte do principal deve ser classifi-
cada como atividade de financiamento.
3. (EMAP – ANALISTA PORTUÁRIO – FINANCEIRA E 
AUDITORIA INTERNA – SUPERIOR – CESPE – 2018) 
Com relação à elaboração das principais demonstra-
ções contábeis previstas na normatização vigente, jul-
gue o item seguinte.
No ativo circulante, as contas a receber devem ser se-
gregadas em valores a receber de clientes comerciais 
e de partes relacionadas, por um lado, e pagamentos 
antecipados e outros valores, por outro lado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Lei 6.404/76, Art. 179. As contas 
serão classificadas do seguinte modo:
I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos 
realizáveis no curso do exercício social subseqüente e 
as aplicações de recursos em despesas do exercício 
seguinte;
4. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR 
– CESPE - 2012) A respeito dos registros contábeis das 
provisões, julgue o item abaixo.
As provisões retificadoras do ativo são constituídas de-
bitando-se uma conta de despesa e creditando-se uma 
conta patrimonial que represente a respectiva provisão.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. As provisões fazem parte da estima-
tiva que a empresa recorre para casos de perdas ou 
obrigações. A provisão retificadora diminui o valor da 
conta do bem ou direito que originou o lançamento 
em questão.
5. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR 
– CESPE - 2012) 
Determinada entidade apresentou os seguintes eventos 
no mês de abril de 2012.
I pagamento de R$ 4.200,00, no mês de abril de 2012, 
referentes a aluguel dos meses de abril e maio de 2012;
II consumo e pagamento de despesas, em abril de 2012, 
com serviços de limpeza e conservação, relativos ao mês 
de abril de 2012, no valor de R$ 1.800,00;
III recebimento, em abril de 2012, em dinheiro, por ser-
viços prestados no mês de março de 2012, no valor de 
R$ 3.600,00;
IV prestação de serviços, no mês de abril de 2012, para 
recebimento em maio de 2012, no valor de R$ 5.700,00.
À luz do regime de caixa e do regime de competência, 
julgue os itens seguintes, relativos à apuração de resul-
tado do mês de abril de 2012 da entidade considerada.
Na apuração do resultado do mês de abril de 2012, não 
se consideram, tanto no regime de caixa quanto no de 
competência, os eventos III e IV, os quais repercutem na 
apuração do resultado, respectivamente, dos meses de 
março e maio.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Esses lançamentos não poderiam in-
fluenciar a apuração do resultado, pois, servem apenas para 
registrar a movimentação das contas do Ativo e Passivo.
6. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR 
– CESPE – 2012)
Considerando que os dados acima, em reais, correspon-
dem ao encerramento do primeiro exercício financeiro 
de determinada entidade, julgue os itens consecutivos, 
acerca da composição do balanço patrimonial e da de-
monstração do resultado do exercício dessa entidade.
A demonstração do resultado do exercício apresentou 
prejuízo de R$ 11.000,00.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. O resultado apresentado foi um lu-
cro de R$ 9.000,00.
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7. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR 
– CESPE - 2009) Suponha que o saldo da conta de resul-
tado do exercício, antes do cálculo do imposto de renda 
devido, seja positivo em R$ 1,5 milhão e o valor desse 
imposto, de R$ 2 milhões.
Nesse caso, o fato estará adequadamente representado 
pelo seguinte lançamento em reais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. Nesse caso, D = Reserva de lucros 
R$ 500.000, C = Lucros acumulados R$ 1.500.000. Não 
haverá lançamento para provisão de IR.
8. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR 
– CESPE – 2009)
Com base nas informações apresentadas na tabela aci-
ma, referentes a uma empresa prestadora de serviços, 
julgue o item seguinte.
As informações mostram que o lucro bruto da empresa 
foi de R$ 226.000,00.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. O lucro bruto foi R$ 239.000. Do 
valor de R$ 480.000 (receita de serviços), apenas R$ 
18.000 (propaganda) e R$ 13.000 (descontos financei-
ros), não fazem parte do cálculo.
9. (DFP – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR – 
CESPE – 2009) O fato contábil registrado no lançamento 
de 4.ª fórmula abaixo pode ser entendido como recebi-
mento por uma venda a prazo, após o vencimento da 
obrigação, e concessão de abatimento por problemas 
com a mercadoria ou sua entrega.
Resposta: Certo. O valor total foi pago com juros, po-
rém, ainda após o vencimento, o cliente obteve des-
conto referente problemas com a logística da entrega.
10. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR 
– CESPE – 2009) De acordo com a doutrina e a legislação 
contábeis, a prescrição de uma dívida e o perecimento de 
um direito correspondem, respectivamente, a uma reali-
zação de receita e à incorrência de uma despesa.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. Quando uma dívida prescreve, deixa 
de existir uma obrigação no passivo sem que o ativo 
seja reduzido. Caso ocorra um perecimento, um ativo 
diminui, porém, não há alteração no passivo.
11. (DPF – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – SUPERIOR – 
CESPE - 2014) Com relação à natureza do patrimônio e aos 
mecanismos para o seu controle, julgue os itens a seguir. 
 No momento da apropriação mensal de um seguro con-
tratado para doze meses, o crédito deverá ser feito na 
conta bancos ou na conta caixa. 
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. O lançamento, no momento da 
contratação, será:
D – Seguros a apropriar (ativo circulante)
C – Caixa ou bancos (ativo circulante)
Posteriormente, mês a mês, lançaremos:
D – Despesa de seguros (resultado)
C – Seguros a apropriar (ativo circulante)
12. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FE-
DERAL – SUPERIOR – CESPE – 2018) Previstas na Lei 
n.º 6.404/1976, as demonstrações contábeis obrigatórias 
para sociedades anônimas incluem o balanço patrimonial 
(BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE). 
Acerca desses demonstrativos, julgue o item seguinte.
A estrutura da DRE é delineada a partir da apresentação 
das receitas brutas, que, deduzidas de impostos, inclusi-
ve de imposto de renda, determinam o lucro operacional 
da entidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Errado. De acordo com a Lei 6.404: SE-
ÇÃO V - Demonstração do Resultado do Exercício
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício 
discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções 
das vendas, os abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das 
mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financei-
ras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e admi-
nistrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas 
e as outras despesas;
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a 
Renda e a provisão para o imposto.
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13. (POLÍCIA FEDERAL – ESCRIVÃO DE POLÍCIA FE-
DERAL – SUPERIOR – CESPE – 2018) Previstas na Lei 
n.º 6.404/1976, as demonstrações contábeis obrigatórias 
para sociedades anônimas incluem o balanço patrimonial 
(BP) e a demonstração do resultado do exercício (DRE). 
Acerca desses demonstrativos, julgue o item seguinte.
O BP permite ao usuário da informação a análise da situ-
ação financeira da companhia em dado momento.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. O Balanço Patrimonial reflete a posi-
ção financeira em determinado momento (geralmen-
te, no fim do ano) de uma empresa.Valor Presente Líquido (VPL) e Índice de Lucrati-
vidade (IL)
Pelo método doVPL, os fluxos de caixa do projeto são 
convertidos ao valor presente (momento inicialt0) por 
meio da aplicação de uma taxa de desconto determina-
da que pode corresponder ao custo de capital da em-
presa ou à taxa mínima de atratividade (TMA) aceitável 
em face do risco envolvido. Embora qualquer período da 
vida útil do projeto possa ser escolhido para avaliação 
dos resultados, o momento inicialt0é geralmente adota-
do para este propósito, pois é no momento presente que 
há mais condições dos gestores de avaliarem os valores 
monetários resultantes da aplicação do método. Seriam 
aceitos todos os projetos que apresentassemVPLpositi-
vo. As premissas doVPLsão: (i) conhecimento do custo de 
capital ou daTMApara os projetos avaliados; e (ii) defini-
ção das vidas úteis dos projetos.
As principais desvantagens da aplicação doVPLsão: 
(i) definição e confiabilidade daTMAe dos fluxos de caixa 
futuros do projeto, que nem sempre é uma tarefa sim-
ples; (ii) simplificação da realidade pela suposição que 
todas as entradas e saídas do fluxo de caixa são aplica-
dos à mesmaTMA; (iii) o resultado do método é um valor 
absoluto expresso em termos monetários, acarretando 
numa perda de referência do desembolso inicial inves-
tido no projeto; e (iv) é considerado inadequado para 
comparações de projetos mutuamente excludentes com 
vidas úteis desiguais, sendo mais apropriado para proje-
tos independentes (CASAROTTO FILHO; KOPITTKE, 2010; 
HIRSCHFELD, 2009). A Fórmula geral do métodoVPLé ex-
pressa a seguir (Equação 1).
em que:i= custo de capital ou taxa mínima de atra-
tividade (TMA);Pj= fluxo de caixa líquido na dataj;DI= 
desembolso inicial ou investimento inicial;N= nº de pe-
ríodos.
Quando o método doVPLé aplicado a projetos de dife-
rentes grandezas, ele dá como resultado valores absolutos, 
dificultando sua classificação em função dos seus retornos.
O índice de lucratividade (IL) ou de rentabilidade foi 
criado para permitir a classificação de projetos em função 
do retorno. O resultado do Valor Presente do fluxo é divi-
dido pelo seu respectivo desembolso inicial, propiciando 
um valor relativo comparável com diferentes projetos de 
diferentes vidas úteis. A fórmula geral do método é mos-
trada a seguir (Equação 2).
UmIL= 1 representa a obtenção da taxa mínima de 
retorno exigida durante o período de vida útil do proje-
to. O excesso em relação aIL= 1 (ex: 1,03 – 1 = 0,03) re-
presenta o retorno total obtido além do mínimo exigido. 
Seriam aceitos os projetos comIL> 1.
As principais desvantagens do método são: (i) defini-
ção e confiabilidade daTMAe dos fluxos de caixa futuros 
do projeto; (ii) simplificação da realidade pela suposição 
de que todas as entradas e saídas do fluxo de caixa são 
aplicadas à mesmaTMAe (iii) para projetos mutuamente 
excludentes, não há garantias de que os projetos com 
maiorILsejam os melhores (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 
2002).
Conforme Ross, Westerfield e Jaffe (2002), em situa-
ções de racionamento de capital em um único período, 
os projetos devem ser classificados de acordo com oI-
Lao invés doVPL. Portanto, o método doILpossui espe-
cial emprego na ordenação de projetos em situações de 
restrição de capital por maximizar a eficiência da renta-
bilidade do projeto por unidade monetária investida (SA-
MANEZ, 2009).
Taxa Interna de Retorno (TIR) e Taxa Interna de Retorno 
Modificada (MTIR)
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de desconto 
(i) que iguala o valor presente das entradas líquidas de 
caixa ao valor presente dos desembolsos relativos ao in-
vestimento. A denominação de taxa interna é oriunda do 
fato de que o valor é calculado, exclusivamente, em fun-
ção dos fluxos de caixa do projeto e independe dos juros 
de mercado. ATIRdeve ser comparada a uma taxa mínima 
estipulada, por exemplo, ao custo de capital da empre-
sa ou aTMA. Se aTIRfor maior ou igual à taxa mínima, o 
projeto poderá ser aprovado. Se aTIRfor inferior à taxa 
mínima, o projeto deve ser rejeitado. A expressão geral 
de formação daTIRé apresentada a seguir (Equação 3).
Ao longo do tempo, os gestores empresariais de-
monstraram simpatia e preferência por este método, pois 
ele resume a avaliação do projeto a um percentual que 
pode ser comparado aos outros analisados. No entanto, 
há vários problemas de ordem operacional e conceitual 
inerentes a sua aplicação como:
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• Alguns fluxos de caixa não têmTIR
ATIRé a taxa que torna nulo o valor presente líquido 
(VPL) do fluxo de caixa. Como o fluxo de caixa pode ter-
nperíodos de apuração, a expressão matemática daTIR-
recai na solução de uma equação matemática de grau-
nou de um polinômio de grauncomnpossíveis raízes.
• Fluxos de caixa com múltiplas raízes
É uma possibilidade inerente a uma equação de graun.
• Fluxos de caixa de projetos mutuamente excludentes
Geralmente, oVPLe aTIRapontam para a mesma deci-
são de aceitar ou rejeitar um projeto, quando estes são 
independentes. Entretanto, quando analisados projetos 
mutuamente excludentes, especialmente de desembol-
sos iniciais diferentes, a seleção pelaTIRpode levar a de-
cisões inconsistentes.
• Reaplicação do investimento
O método pressupõe que todo o fluxo de caixa gera-
do é aplicado àTIR. Esta suposição é de difícil aceitação, 
principalmente em projetos que apuram valores deTIR-
muito acima das taxas praticadas pelo mercado.
A taxa interna de retorno modificada (MTIR) foi con-
cebida para corrigir os problemas de raízes múltiplas ou 
inexistentes e da taxa de reaplicação do investimento da-
TIR. Os fluxos de caixa são levados ao valor futuro pelo 
custo de capital ou pelaTMA. O valor futuro final é com-
parado ao desembolso inicial para determinação da taxa 
de equilíbrio (MTIR). Em termos práticos, aMTIRoferece 
valores inferiores e mais realistas do que aTIR. A fórmula 
geral de formação daMTIRé expressa a seguir (Equação 4).
Payback(PB) ePaybackDescontado (PBD)
O método doPaybacké considerado como o primei-
ro método formal utilizado para avaliar projetos de or-
çamento de capital (BRIGHAM; GAPENSKI; EHRHARDT, 
2001). Ele tem origem numa concepção simples que de-
termina o tempo necessário ou o prazo de retorno para 
recuperar os recursos investidos (DI) em um período. O 
cálculo do prazo de retorno é feito da seguinte forma: (i) 
se as entradas líquidas de caixa forem constantes, basta-
rá dividir o investimento inicial (DI) pelas entradas anuais 
de caixa; ou (ii) se as entradas líquidas forem diferentes, 
elas deverão ser acumuladas até recuperar o valor inves-
tido, apurando-se o prazo de retorno.
De forma geral, seriam aceitos todos os projetos que 
apresentassem umpaybackinferior a um prazo limite e 
arbitrário estabelecido pela empresa. As principais des-
vantagens apresentadas pelo método são: (i) não re-
conhece as entradas de caixa previstas para ocorrerem 
após a recuperação do investimento, ou seja, depois do 
prazo máximo estabelecido; (ii) não avalia adequada-
mente o valor do dinheiro no tempo; e (iii) é influenciado 
pela distribuição dos fluxos de caixa dentro do período 
depayback, ou seja, o método privilegia os projetos cujas 
entradas maiores aconteçam mais cedo, mas que não 
são, necessariamente, os de melhor rentabilidade.
Com o intuito de corrigir as falhas do método de-
paybacktradicional, criou-se uma variante denominada 
depaybackdescontado (PBD). Este método determina o 
tempo necessário para recuperar os recursos investidos 
em um período, considerando os fluxos de caixa des-
contados. OPBDcorrige o fato de opaybackclássico des-
considerar o valor do dinheiro no tempo. Entretanto, ele 
possui a mesma deficiência de desconsiderar as entradas 
de caixa previstas para ocorrerem depois da recuperação 
do investimento. A fórmula geral doPBDé apresentada a 
seguir(Equação 5).
Apesar das limitações expostas pelos métodos doPBe 
doPBD, eles são usados em muitas decisões de investi-
mento que compreendem, especialmente, curtos espa-
ços de tempo ou que envolvem montantes de pequeno 
porte (HIRSCHFELD, 2009; ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 
2002). Por refletirem a velocidade de recuperação do ca-
pital investido, eles também são considerados como me-
didas de liquidez. Devido a sua simplicidade, os métodos 
dePBePBDsão usados de forma complementar ou como 
filtros na tomada de numerosas decisões de investimen-
to (BREALEY; MYERS; ALLEN, 2008; ROSS; WESTERFIELD; 
JAFFE, 2002).
Os métodos apresentados são os mais destacados na 
literatura e amplamente usados no ambiente empresarial. 
Academicamente, há uma preferência pelo método do-
VPL, entretanto as mesmas fontes reforçam que, diante 
do racionamento de capital, o método doILé o mais reco-
mendado. O critério daTIRou daMTIRnão é recomendado 
para hierarquizar projetos em situações de restrição de 
capital. ATabela 1resume as recomendações de métodos 
de análise de investimentos conforme as naturezas e as 
características dos projetos avaliados. As recomendações 
não impedem a aplicação dos demais métodos.
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ORÇAMENTO DE CAPITAL; CONCEITOS; 
CUSTOS IRRECUPERÁVEIS; CUSTOS DE 
OPORTUNIDADE; CAPITAL DE GIRO; 
DEPRECIAÇÃO
Orçamento de capital
As decisões de investimento de longo prazo, pela sua 
relevância, exigem a adoção de métodos sofisticados de 
análise dos projetos. Para isso, o processo de orçamento 
de capital contribui significativamente.
Decisões de investimento de longo prazo envolvem 
a avaliação e seleção de propostas de investimento de 
recursos financeiros por prazo superior a um ano, com 
o objetivo de propiciar retorno aos proprietários desse 
capital.
Os investimentos de capital são estratégicos, pois 
quando falham costumam causar grandes prejuízos e 
são de difícil reversibilidade. Englobam a análise e ava-
liação de aspectos relevantes, tais como: a estratégia 
global da empresa, o método de avaliação, a barganha 
risco versus retorno, a dinâmica do mundo dos negócios 
e tantos outros.
Orçamento de capital é a seleção dos projetos apro-
vados e a quantificação dos recursos a serem alocados.
É preciso estabelecer critérios que permitam fazer uma 
alocação de recursos capaz de assegurar a maximização 
da riqueza do acionista. Se as empresas não forem com-
petentes nesse sentido, ao invés de reterem recursos para 
investimentos internos, deverão distribuir os recursos aos 
acionistas, por meio de dividendos. O orçamento de capi-
tal é um instrumento valioso para ajudá-las nessa tarefa.
O orçamento de capital procura atender objetivos 
empresariais estratégicos, os quais são fundamentais na 
determinação do sucesso ou fracasso do negócio:
- Maximizar a riqueza do acionista mediante investi-
mentos nos projetos mais rentáveis.
- Criar sinergia entre os diversos projetos.
- Substituir ativos obsoletos, desgastados e 
antieconômicos.
- Proteger o mercado.
- Conhecer e dominar novas tecnologias.
- Dominar novos mercados.
- Inibir concorrentes.
- Aproveitar recursos existentes e potencial de crédito.
- Reduzir custos e deficiências.
- Aproveitar novas oportunidades, mudar o ritmo dos 
gastos e utilizar ativos de terceiros.
Por outro lado, sabemos que o orçamento de capi-
tal exige a criteriosa elaboração de propostas de inves-
timentos envolvendo um complexo sistema de obtenção 
e análise de amplas e variadas informações. 
Destacamos a importância da elaboração de projetos 
de viabilidade econômico-financeira, contemplando ba-
sicamente as seguintes partes:
- Análise de mercado – definição do produto a ser pro-
duzido, quantidade, preço a ser praticado, produtos 
concorrentes, possíveis entrantes, possíveis produtos 
substitutos e canibalismo dos produtos existentes.
- Localização física – local de implantação, tamanho 
do projeto, distância dos centros fornecedores de 
matérias-primas, acesso a portos, aeroportos e ro-
dovias, telecomunicações e mercado consumidor.
- Análise de suprimentos – determinação detalhada 
dos fornecedores de matéria-prima e insumos, 
mão de obra, energia, água, telecomunicações, 
transportes e logística.
- Análise de custos – cálculo dos custos dos equipa-
mentos, máquinas, ferramentas, acessórios, trans-
portes, montagem, construção civil, jardinagem, 
prédios, depósitos, laboratórios.
- Detalhamento dos custos fabris: matéria-prima, mão 
de obra, gastos gerais de fabricação e das despe-
sas operacionais etc. Cálculo do ponto de equilí-
brio, das margens de contribuição, simulação de 
custeios e alavancagem operacional.
- Análise da carga tributária – planejamento tributário 
abrangendo COFINS, ICMS, ISS, IPI, IR, ISS, IPVA, 
IPTU e encargos trabalhistas. Nesse item é muito 
importante aprovei tar incentivos proporcionados 
por estados e municípios.
- Análise de preços – estudo dos preços praticados 
por fabricantes concorrentes do mesmo produto 
ou de produtos similares, comparação entre pre-
ços que o mercado aceita e custos dos produtos 
fabricados, prazo médio de recebimento, política 
de desconto, prazo médio de rotação de estoques.
- Análise de financiamento – determinação das ori-
gens e aplicações de recursos, avaliação das con-
sequências na estrutura de capital, seleção das 
fontes de fi nanciamento, taxas de juros, prazos de 
carência e de amortização.
- Elaboração do fluxo de caixa livre do projeto – deter-
minação das entradas e saídas de caixa, por perío-
do. Nesse item é importante trabalhar com simula-
ção considerando o risco do projeto.
- Determinação do custo de capital – cálculo do custo 
de capital com a adoção do novo projeto.
Fases da análise de investimentos
Fases de um Investimento de Capital:
- Determinação do custo do projeto.
- Estimação do fluxo de caixa do projeto e do valor 
residual do investimento.
- Consideração do risco dos fluxos de caixa.
- Determinação da taxa de desconto em função do 
custo do capital e do risco.
- Cálculo do valor presente do ativo.
- Comparação do valor presente das entradas com o 
das saídas – maior aceita, menor rejeita o projeto.
- Mudanças no ritmo e no momento do investimento 
conforme as contingências.
Classificação dos projetos
Existem vários motivos que determinam a implanta-
ção ou não de certos projetos e que implicam numa pri-
meira classificação para efeito de análise:
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- Projetos de manutenção, substituição ou redução 
de custos – são aqueles que envolvem reposição, 
atualização tecnológica ou redução de custos. 
Normalmente, dizem respeito a novas máquinas, 
equipamentos, computadores, softwares ou equi-
valentes, com a função de atualização e inovação 
tecnológica para melhoria da eficiência. Nesses 
projetos, surgem questões como: essa operação 
deve ser continuada? Devemos mudar a tecnolo-
gia? Exemplo: a avaliação de três projetos alterna-
tivos de modernização do sistema de transporte 
interno para substituição do atual que está se tor-
nando antieconômico.
- Projetos de expansão da capacidade – envolvem 
a compra de novas instalações, máquinas, equi-
pamentos ou equivalentes, com a finalidade de 
aumentar produção, expandir vendas, aumentar 
a participação no mercado, expandir área geográ-
fica. São projetos mais complexos e que exigem 
análises detalhadas e são decididos pela alta admi-
nistração. Exemplo: a Suzuki Máquinas de Lavar, de 
Colombo-PR, está avaliando a implantação de uma 
nova unidade industrial no município de Caxias do 
Sul-RS, com o objetivo de dobrar sua produção.
- Projetos de lançamento de novos produtos – en-
volvem a ampliação da linhade produto da em-
presa. Exemplo: a decisão da Volkswagen em pro-
duzir na fábrica de São José dos Pinhais-PR o carro 
mundial, servindo essa unidade como base para 
exportação para toda a América Latina e Ásia. São 
projetos altamente estratégicos, que exigem a de-
cisão da alta administração da empresa e sofistica-
das análises.
- Projetos de segurança ou ambientais – ocorrem 
por determinações governamentais, acordos sin-
dicais, cláusulas de contratos de seguros ou por 
política da empresa. Normalmente, abrangem 
projetos de tratamento e descarte de materiais 
tóxicos, inspeção e processos, restauração de ter-
ras, manutenção de equipamento para combate à 
poluição, testes para detectar contaminantes e ou-
tros. Exemplo: a Votorantim Cimentos investe num 
novo filtro para reduzir poluição em uma de suas 
unidades.
- Projetos de pesquisa e desenvolvimento – são de-
terminados pela própria administração da empre-
sa na busca de vantagens competitivas. Exemplo: 
a Embraer desenvolve um projeto para construção 
de um novo avião.
Além dos projetos classificados anteriormente, exis-
tem outros que não se classificam adequadamente em 
nenhuma dessas categorias. Exemplos: centros adminis-
trativos, aviões executivos, estacionamentos.
O processo de orçamento de Capital
O processo de orçamento de capital é muito rico e 
complexo, e sua correta utilização depende da visão dos 
dirigentes da empresa e da forma como ele é incentivado 
e apoiado. Consiste em cinco fases:
1. Geração de propostas – A geração das propos-
tas de investimentos geralmente ocorre na própria 
empresa. Normalmente, as pessoas da área comer-
cial, que têm forte relacionamento com os clientes 
e com o mercado, trazem as ideias sobre novos 
produtos, novas tecnologias e novos sistemas. Vi-
sitas a feiras de negócios podem gerar uma série 
de novas ideias que se converterão em projetos. As 
empresas precisam desse flUxo constante de novas 
ideias para se desenvolverem. Muitas estimulam e 
premiam ideias inovadoras. Alguns exemplos: Boti-
cário, Natura, 3M, General Electric e Microsoft.
2. Determinação das alternativas viáveis – Após a 
geração de propostas, são definidas as alternativas 
viáveis a serem analisadas, segundo as estratégias 
globais da empresa. Qualquer decisão a ser toma-
da implica na escolha entre duas ou mais alterna-
tivas viáveis, tendo sido considerados os aspec-
tos econômicos, tecnológicos, ambientais, éticos 
etc. Nesta etapa, é gerado um relatório sintético, 
normalmente chamado de análise de viabilidade 
econômica e financeira, recomendando ou desa-
conselhando a aprovação do projeto. Na compara-
ção dos diferentes projetos, são utilizados diversos 
métodos de avaliação. 
Os métodos mais usuais de avaliação de investimen-
tos utilizados na 2ª etapa do processo de elaboração do 
orçamento de capital são:
•	 Payback simples: período de tempo necessário 
para que o investimento seja recuperado, ou seja, 
que as entradas de caixa se igualem ao valor do in-
vestimento (saídas de capital). O ideal são projetos 
que exijam menor tempo visto que quanto maior o 
horizonte temporal, maior o risco. Tal método não 
considera o valor do dinheiro no tempo e não in-
dica a criação de valor, mas serve como medida 
de risco.
•	 Payback descontado: período de tempo necessário 
para recuperar o investimento avaliando-se os flu-
xos de caixa descontados, ou seja, considerando o 
valor do dinheiro no tempo. Aqui também, quanto 
menor o tempo, melhor. Apesar de considerar o 
valor do dinheiro no tempo, também não demons-
tra a criação de valor, apenas serve como medida 
de risco.
•	 Valor Presente Líquido (VPL): corresponde ao valor 
presente do fluxo de caixa líquido do projeto, des-
contado à Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Tal 
método demonstra a criação de valor de cada in-
vestimento trazida a valor presente, logo, se o VPL 
for positivo, o projeto cria valor (quanto maior o 
VPL, melhor).
•	 Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa que iguala as 
entradas de caixa ao valor investido, ou seja, aque-
la que zera o VPL. Se a TIR for maior que a TMA, o 
projeto cria valor, logo é atrativo.
3. Tomada de decisão – Implica no comprometi-
mento de recursos para o projeto. As decisões 
de investimento baseiam-se em previsões sobre 
o futuro, e como essas previsões podem não se 
confirmar, é fundamental que os analistas consi-
derem as consequências de desvios. Uma maneira 
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de reduzir riscos é trabalhar com diferentes cená-
rios, aplicando probabilidades aos fluxos de caixa. 
Outra é adicionar uma taxa de risco ao custo de 
capital, conforme o risco de cada projeto. Alguns 
projetos podem apresentar vantagens reais, mas 
difíceis de quantificar, como conforto, conveniên-
cia, qualidade e imagem, por exemplo. Mesmo que 
não haja vantagens econômicas imediatas, pode 
haver vantagens estratégicas que façam com que 
um projeto seja atraente, como a criação de novas 
oportunidades de negócio ou penetração em no-
vos mercados.
4. Implantação – Após sua aprovação, vem uma das 
fases críticas de qualquer projeto: a implantação. 
Esse momento exige gestão de projetos que será 
mais ou menos complexa dependendo da nature-
za e do porte do projeto. Recomendamos àqueles 
que tiverem interesse no aprofundamento desse 
tema que consultem a bibliografia indicada no fi-
nal do capítulo.
5. Avaliação de desempenho – As empresas têm 
procedimentos formais para avaliar o desempenho 
de seus investimentos. Normalmente essa avalia-
ção abrange: controle dos projetos em implan-
tação; avaliação a posteriori dos investimentos, 
sendo o momento mais comum para isso um ano 
após a implantação, e avaliação do desempenho 
operacional. O objetivo desta fase é assegurar que 
as premissas que o recomendaram sejam efetiva-
das e até ultrapassadas. Um exemplo típico dessa 
avaliação é o da Volvo, que possui um chamado 
white book (livro branco) para registrar toda a his-
tória de seus projetos, usando suas experiências 
passadas e atuais em novos projetos.
Suporte do orçamento de capital
Como o orçamento de capital é um processo-chave 
na tomada de decisão de investimento de longo prazo, 
as empresas desenvolvem um sistema de informações 
que lhes dê sustentação na coleta, análise e avaliação de:
- Informações sobre a vida econômica do projeto.
- Custo de capital e taxa de retorno exigida.
- Entradas e saídas de caixa do projeto.
- Possíveis respostas dos concorrentes ao projeto.
- Possíveis implicações do projeto para o planejamen-
to estratégico da empresa.
Esse sistema deverá permitir a consistência no es-
tabelecimento das premissas que sustentarão as ava-
liações. Essas premissas são, por exemplo: crescimento 
das vendas, comportamento dos custos, comportamento 
dos gastos gerais, estrutura tributária, projetos em anda-
mento e encargos trabalhistas. Uma premissa fundamen-
tal e que costuma ser muito controversa é a do custo de 
capital.
Os fluxos de caixa – e não qualquer outra medida, con-
tábil ou econômica – constituem-se na informação mais 
relevante para o processo de análise de investimento.
Existe uma corrente de teóricos e práticos do orça-
mento de capital que defende a adoção de critérios não 
quantitativos na análise de projetos.3
3 Fonte: www.professordiniz.com/www.investorcp.com
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (COSEAC/2019 – UFF) O orçamento de capital é o 
processo de análise de investimentos potenciais em ati-
vos permanentes. Em relação às técnicas que são usadas 
na análise de orçamento de capital, avalie se são verda-
deiras (V) ou falsas (F) as afirmativas a seguir.
I O método de payback descontado é similar ao método 
comum de payback, exceto pelo fato de que ele descon-
ta os fluxos de caixa ao custo de capital de terceiros do 
projeto.
II Um projeto deve ser aceito se a sua TIR for maior do 
queo custo de capital.
III O verdadeiro valor de um projeto pode ser maior que 
o VPL baseado em sua vida física se ele puder ser termi-
nado no final de sua vida econômica.
As afirmativas I, II e III são, respectivamente:
a) F, V e V.
b) F, V e F.
c) V, V e V.
d) F, F e V.
e) V, V e F.
Resposta: Letra A. Não são similares. O Payback sim-
ples não considera o valor do dinheiro no tempo e não 
indica a criação de valor, mas serve como medida de 
risco, enquanto o Payback descontado considera o valor 
do dinheiro no tempo.
 CUSTOS IRRECUPERÁVEIS
Custo irrecuperável é aquela aplicação de recursos rea-
lizada no passado, esperando benefícios como retorno, 
porém, que não aconteceram.
São considerados custos do passado, não podem ser re-
cuperados e transformados em dinheiro, pois não haverá 
alteração, uma vez que suas despesas já foram, inclusive 
quitadas. 
 CUSTOS DE OPORTUNIDADE
É o benefício perdido por causa de uma escolha. Ao pre-
ferir uma alternativa, as demais não são escolhidas.
Em algum momento todos já se depararam com uma 
questão importante a decidir; por exemplo, usar os re-
cursos disponíveis para investir ou viajar? Decisões como 
esta exigem planejamento e discernimento, ainda mais 
quando há dinheiro envolvido na situação.
Para um investidor esse conceito é muito importante, po-
rém, existem para decisões financeiras, indicadores con-
fiáveis que servem de parâmetro para determinar uma 
boa escolha financeira. Podemos medir o custo de opor-
tunidade financeiro, através dos juros. No Brasil, os juros 
mais comuns são a Selic e o CDI.
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Definição de Capital de Giro 
Uma vez caracterizado, podemos definir capital de 
giro como o montante de recursos necessários para o 
funcionamento da empresa. 
Embora seja uma definição bastante simples, ela ex-
plicita claramente a destinação que se dá a essa porção 
do capital, em contraposição à outra porção, destinada à 
instalação da empresa. 
Capital fixo - montante de recursos necessários à ins-
talação da empresa; 
Capital de giro - montante de recursos necessários ao 
funcionamento da empresa.
Conforme o próprio nome indica, o capital de giro 
está relacionado com todas as contas financeiras que gi-
ram ou movimentam o dia a dia da empresa.
Se o capital de giro está relacionado com as contas 
financeiras que giram ou movimentam o dia a dia da em-
presa, podemos concluir que:
- Toda empresa que vende a prazo precisa de recur-
sos para financiar seus clientes;
- Toda empresa que mantém estoque de matéria-
-prima ou de mercadorias precisa de recursos para 
financiá-lo;
- Quando a empresa compra a prazo (matéria-prima 
ou mercadorias) significa que os fornecedores fi-
nanciam parte ou todo o estoque;
- Quando a empresa tem prazos para pagar as des-
pesas (impostos, energia, salários e outros gastos) 
significa que parte ou o total dessas despesas é 
financiada pelos fornecedores de serviços.
A interpretação das situações acima nos leva a deter-
minar em quais contas a empresa precisa aplicar recursos 
e de que contas a empresa obtém recursos para financiar 
o capital de giro.
Um conceito importante para entendimento do capi-
tal de giro está relacionado à necessidade desse dinhei-
ro. Essa necessidade indica o montante de recursos que 
a empresa precisa para financiar suas operações, ou seja, 
o valor dos recursos que a empresa precisa para que seus 
compromissos sejam pagos nos prazos de vencimento.
A necessidade de capital de giro representa a dife-
rença entre o montante de recursos aplicados (I) menos 
o total dos recursos que a empresa consegue para finan-
ciar o capital de giro (II)
Fonte: www.sebrae.com.br
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE T 16 
– NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE APLI-
CADAS AO SETOR PÚBLICO T 16.9 – DEPRECIAÇÃO, 
AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
Disposições gerais 
1. Esta Norma estabelece critérios e procedimentos 
para o registro contábil da depreciação, da amorti-
zação e da exaustão.
 Definições 
Para efeito desta Norma, entende-se por: 
Amortização: a redução do valor aplicado na aquisi-
ção de direitos de propriedade e quaisquer outros, in-
clusive ativos intangíveis, com existência ou exercício de 
duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização 
por prazo legal ou contratualmente limitado.
 Depreciação: a redução do valor dos bens tangíveis 
pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da 
natureza ou obsolescência. 
Exaustão: a redução do valor, decorrente da explora-
ção, dos recursos minerais, florestais e outros recursos 
naturais esgotáveis. 
Valor bruto contábil: o valor do bem registrado na 
contabilidade, em uma determinada data, sem a dedu-
ção da correspondente depreciação, amortização ou 
exaustão acumulada. 
Valor depreciável, amortizável e exaurível: o valor ori-
ginal de um ativo deduzido do seu valor residual.
 Valor líquido contábil: o valor do bem registrado na 
Contabilidade, em determinada data, deduzido da corres-
pondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada. 
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Valor residual: o montante líquido que a entidade espera, 
com razoável segurança, obter por um ativo no fim de 
sua vida útil econômica, deduzidos os gastos esperados 
para sua alienação. 
Vida útil econômica: o período de tempo definido ou 
estimado tecnicamente, durante o qual se espera obter 
fluxos de benefícios futuros de um ativo.
Critérios de mensuração e reconhecimento
Para o registro da depreciação, amortização e exaus-
tão devem ser observados os seguintes aspectos: 
(a) obrigatoriedade do seu reconhecimento; 
(b) valor da parcela que deve ser reconhecida no re-
sultado como decréscimo patrimonial, e, no balan-
ço patrimonial, representada em conta redutora do 
respectivo ativo; 
(c) circunstâncias que podem influenciar seu registro.
 4. O valor depreciado, amortizado ou exaurido, apu-
rado mensalmente, deve ser reconhecido nas con-
tas de resultado do exercício. 
5. O valor residual e a vida útil econômica de um ati-
vo devem ser revisados, pelo menos, no final de 
cada exercício. Quando as expectativas diferirem 
das estimativas anteriores, as alterações devem ser 
efetuadas. 
6. A depreciação, a amortização e a exaustão devem 
ser reconhecidas até que o valor líquido contábil 
do ativo seja igual ao valor residual.
 7. A depreciação, a amortização ou a exaustão de um 
ativo começa quando o item estiver em condições 
de uso.
 8. A depreciação e a amortização não cessam quando 
o ativo torna-se obsoleto ou é retirado tempora-
riamente de operação.
9. Os seguintes fatores devem ser considerados ao se 
estimar a vida útil econômica de um ativo: 
(a) a capacidade de geração de benefícios futuros; 
(b) o desgaste físico decorrente de fatores operacio-
nais ou não; 
(c) a obsolescência tecnológica;
 (d) os limites legais ou contratuais sobre o uso ou a 
exploração do ativo. 
10. A vida útil econômica deve ser definida com base 
em parâmetros e índices admitidos em norma ou 
laudo técnico específico. 
11. Nos casos de bens reavaliados, a depreciação, a 
amortização ou a exaustão devem ser calculadas e 
registradas sobre o novo valor, considerada a vida 
útil econômica indicada em laudo técnico específico. 
12. Não estão sujeitos ao regime de depreciação:
(a) bens móveis de natureza cultural, tais como obras 
de artes, antiguidades, documentos, bens com 
interesse histórico, bens integrados em coleções, 
entre outros; (b) bens de uso comum que absorve-
ram ou absorvem recursos públicos, considerados 
tecnicamente, de vida útil indeterminada; 
(c) animais que se destinam à exposição e à preservação; 
(d) terrenos rurais e urbanos.
Métodos de depreciação, amortização e exaustão
13. Os métodos de depreciação,amortização e exaus-
tão devem ser compatíveis com a vida útil econô-
mica do ativo e aplicados uniformemente. 
14. Sem prejuízo da utilização de outros métodos de 
cálculo dos encargos de depreciação, podem ser 
adotados: 
 (a) o método das quotas constantes; 
(b) o método das somas dos dígitos; 
(c) o método das unidades produzidas.
 15. A depreciação de bens imóveis deve ser calculada 
com base, exclusivamente, no custo de construção, 
deduzido o valor dos terrenos
Divulgação da depreciação, da amortização e da 
exaustão
 16. As demonstrações contábeis devem divulgar, para 
cada classe de imobilizado, em nota explicativa: 
(a) o método utilizado, a vida útil econômica e a taxa 
utilizada; 
(b) o valor contábil bruto e a depreciação, a amorti-
zação e a exaustão acumuladas no início e no fim 
do período; 
(c) as mudanças nas estimativas em relação a valores re-
siduais, vida útil econômica, método e taxa utilizados.
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RELAÇÃO ENTRE RISCO E RETORNO ES-
PERADO;CAPITAL ASSET PRICING MODEL 
(CAPM)
RELAÇÃO ENTRE RISCO E RETORNO ESPERADO;
O dinheiro ganho através de um investimento é cha-
mado de retorno. É expresso em termos percentuais re-
ferente ao montante inicial investido. Vejamos o exemplo 
da aquisição de um imóvel no momento de aquecimento 
do mercado de imóveis, pela quantia de R$ 200.000,00. 
Se vender por R$ 220.000,00, terá um retorno de 10%. 
Porem, para todos os investimentos envolvem um 
certo grau de incerteza. No momento do venda, o valor 
do imóvel poderá não ter valorizado tanto quanto se es-
perava, ou inclusive ter desvalorizado, por causa da inter-
dição de obras na via principal mais próxima; deixando a 
compra inviável.
A probabilidade de seu investimento não gerar retor-
nos previstos é chamada de risco. Em geral, para obter 
retornos potencialmente superiores, haverá necessidade 
de riscos maiores serem assumidos.
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um mode-
lo que mostra o retorno que um investidor aceitaria por 
investir em uma empresa. Trata de uma maneira de en-
contrar uma taxa de retorno exigido que leva em conta 
o risco sistemático (não diversificável ou risco de merca-
do), por meio do coeficiente Beta. Para entender o que é 
CAPM acompanhe este texto, pois todos estes conceitos 
ficarão mais claros!
O CAPM e o custo de capital da empresa
O CAPM (Capital Asset Pricing Model), como o nome 
fala, é um modelo de apreçamento de ativos. Mas o que 
isso significa? Significa que o CAPM pode ser utilizado 
para estimar o custo do capital próprio de uma empresa.
Uma vez que o custo de capital de uma empresa é 
composto por uma parcela de capital de terceiros e outra 
de capital próprio, o CAPM entra no sentido de estimar 
o custo do capital próprio, ou seja, o retorno que os 
acionistas esperam obter por terem injetado dinheiro 
na companhia.
Risco e retorno e o CAPM
O modelo CAPM é derivado da conhecida Teoria do 
Portfólio, de Harry Markowitz, e busca trazer respostas mais 
efetivas quanto ao risco e retorno na avaliação de ativos.
O risco diversificável e o não diversificável no mo-
delo CAPM
Quando se fala em gestão dos riscos envolvidos em 
um projeto de investimentos, é preciso considerar que há 
dois grandes tipos de riscos:
(i) risco não diversificável: aquele que o gestor não 
possui controle, como aspectos climáticos, incerte-
za no cenário político, oscilações da inflação ou da 
taxa básica de juros; e
(ii) risco diversificável: aquele risco que o investidor 
pode sim reduzir, com base no conhecimento, em 
estratégias, entre outros, por meio da diversificação.
O risco não diversificável é também conhecido por 
risco sistêmico ou sistemático, pois contempla aspectos 
inerentes a todo o sistema que envolve a precificação de 
um determinado ativo.
Podemos dizer que o modelo CAPM permite deter-
minar o retorno esperado de um ativo levando em consi-
deração o seu risco sistemático (ou não diversificável). 
Ou seja, há uma maneira, conforme o modelo, de men-
surar o risco que não é eliminado por meio de estratégias 
de diversificação.
Quais são as premissas do CAPM?
•	 Os investidores são racionais e procuram maxi-
mizar sua utilidade econômica. Cada indivíduo se preo-
cupa apenas com o retorno esperado e o risco de um 
determinado ativo;
- Os investidores existem em grande número e se 
comportam de forma competitiva. Um único inves-
tidor não pode provocar variações nos preços;
- O horizonte de tempo considerado nas expectativas 
de todos os investidores é o mesmo;
- Todos os investidores possuem o mesmo nível de 
acesso a todos os ativos;
- Não existem taxas, corretagens ou outros custos de 
transação;
- Todos os investidores possuem as mesmas crenças 
sobre as oportunidades de investimento, ou seja, 
possuem expectativas homogêneas;
- Os investidores podem emprestar e tomar empres-
tado montantes ilimitados de recursos à taxa li-
vre de risco;
- Os investidores podem vender a descoberto qual-
quer ativo, bem como reter qualquer fração de 
uma determinada ação.
Cálculo do CAPM
O modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model) já é 
conhecido e bastante difundido na literatura de finanças, 
apesar de apresentar algumas limitações, conforme des-
crito em Fama e French (2004). O CAPM possui variações, 
no entanto a versão inicial foi proposta por Sharpe e Lint-
ner e é dado pela seguinte equação:
E(Ri)=Rf+βim[E(Rm)–Rf],
sendo que:
- E(Ri) representa o retorno esperado de um certo ati-
vo ou portfólio. Significa que o retorno esperado 
de um ativo será a taxa livre de risco (Rf ) mais o 
prêmio; por unidade de risco [E(Rm)–Rf], medido 
pelo β;
- Rf é a taxa de juros livre de risco;
- βim é o coeficiente beta, que representa a sensi-
bilidade dos retornos do ativo em relação aos do 
mercado, ou também:βim=Cov(Ri,Rm)Var(Rm);
- E(Rm) é o retorno esperado do mercado;
- E(Rm)−Rf é por vezes chamado de ”prêmio de mer-
cado” ou ”prêmio de risco”, e representa a diferen-
ça entre a taxa de retorno esperada do mercado e 
a taxa de retorno livre de riscos.
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Características do Beta do CAPM
BETA RISCO ATIVO O QUE OCORRE?
Menor 
que 0
Menor que o 
ativo livre de 
risco
Livre de 
risco
É um caso raro, mas o risco é inferior ao ativo livre de risco, 
pode ser investimento em ouro ou em outra moeda, por 
exemplo. Veja mais.
0 Não há
Livre de 
risco
Quando o beta é zero significa que o retorno esperado será 
igual ao ativo livre de risco
Menor 
que 1 Baixo Defensivo
O ativo gera retorno abaixo do mercado, mas é menos arris-
cado
Igual 
a 1 Médio Mercado O retorno é igual ao retorno do mercado
Maior 
que 1 Alto Agressivo O ativo gera retorno acima do mercado e é mais arriscado
Leia também:
- O que é custo de capital de uma empresa?
- O que é estrutura de capital de uma empresa?
Simulação: CAPM de ações do Brasil
Faça a simulação a seguir para calcular o CAPM da ação do mercado brasileiro que você deseja. Escolha o período 
para ser considerado no cálculo do CAPM; defina o código (ticker) da ação – o mesmo código de negociação em bolsa, 
por exemplo: PETR4 para Petrobrás, ABEV3 para AmBev, e assim por diante.
Como resultado, veja as estatísticas como beta e desvio-padrão, e também o retorno esperado, calculado pelo 
CAPM.
Aplicação do CAPM com regressão linear
Depois de ter entendido o que é CAPM, vale comentar outras aplicações que surgiram com o tempo.
Alguns anos depois dos trabalhos de Sharpe (1964) e Lintner (1965), Jensen (1968) visualizou a possibilidade de 
realizar uma regressão de série temporal utilizando o CAPM.
Esta regressão incluiu o chamado “alfa de Jensen”, representado pelo termo de intercepto, ou seja, a constante do 
modelo de regressão linear simples. A constante, apesar de sua simplicidade,desempenha um importante papel na 
comparação de opções de investimentos, pois é o alfa que mede o retorno anormal de um ativo ou carteira em relação 
ao seu benchmark.
Sendo assim, o CAPM no formato de regressão de série temporal pode ser expresso por:
(Ri,t–Rf,t)=α+β(Rm,t–Rf,t)+ϵt.
A Equação acima é conhecida como a reta característica e é demonstrada pela figura a seguir:
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O intercepto da regressão linear, denominado de alpha, indica o retorno em excesso (ou retorno anormal), que 
mostra o ativo em análise desempenhou melhor que o mercado.
A figura acima serve mais para fins didáticos, mas na prática o alpha poderá ser negativo ou nulo. Além disso, por 
estarmos falando de renda variável, dificilmente os pontos do gráfico de dispersão ficarão apenas no campo positivo.
A próxima figura demonstra uma situação real da reta característica, na qual o eixo X é representado pelos re-
tornos do IBOVESPA e o eixo Y pelos retornos de uma carteira composta por ativos de médio de valor de mercado 
durante o período de janeiro de 2007 até dezembro de 2013. A periodicidade dos dados é semanal e a taxa livre de 
risco utilizada neste exemplo foi o CDI:
Fonte: http://www.wrprates.com/o-que-e-capm-capital-asset-pricing-model/
AVALIAÇÃO DE PROJETOS COM RISCO ; CUSTOS DE CAPITAL ; ESTIMATIVA DO CUSTO DO 
CAPITAL PRÓPRIO COM O CAPM ; CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS ; CUSTO MÉDIO 
PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) ; AVALIAÇÃO DE PROJETOS COM BASE NO CMPC
AVALIAÇÃO DE PROJETOS COM RISCO
Avaliação de riscos é o processo de identificação, análise e resposta a fatores de risco ao longo da vida de um pro-
jeto, no melhor interesse de seus objetivos. A gestão adequada dos riscos implica no controle proativo de eventuais 
acontecimentos futuros.
O principal objetivo da avaliação de riscos é verificar as incertezas de forma a tomar a melhor decisão possível. 
De certa forma, toda gestão de risco e toda tomada de decisão lida com esta situação, e os seus benefícios dão as 
melhores decisões, menos surpresa, melhora no planejamento, na performance e na efetividade, além da melhora no 
relacionamento com as partes interessadas. Esse processo, incluem os seguintes pontos:
Planejar o gerenciamento dos riscos: processo de definição de como conduzir as atividades de gerenciamento dos 
risco de um projeto;
Identificar os Riscos: processo de determinação dos riscos que podem afetar o projeto e de documentação de suas 
características;
Realizar a Análise Qualitativa dos Riscos: processo de priorização dos riscos para análise ou adicional através da 
avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e impacto;
Realizar a Análise Quantitativa dos Riscos: processo de analisar numericamente o efeito dos riscos identificados, nos 
objetivos gerais do projeto;
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Planejar as Respostas aos Riscos: processo de desen-
volvimento de opções e ações para aumentar as oportu-
nidades e reduzir as ameaças ao projeto;
Monitorar e Controlar os Riscos: processo de imple-
mentação dos planos de respostas aos riscos, acompa-
nhamento dos riscos identificados, monitoramento dos 
riscos residuais, identificação de novos riscos e avaliação 
da eficácia dos processos de tratamento dos riscos du-
rante todo o projeto.
É recomendado que os riscos sejam gerenciados das 
seguintes formas:
Mitigação de Riscos: implementação de controles 
que protejam contra riscos, como por exemplo, imple-
mentação de um firewall de segurança;
Transferência de Riscos: compartilhar ricos com par-
ceiros ou contratar seguro apropriado;
Aceitação de Riscos: confirmação e monitoração de 
riscos, e ter um plano de resposta ao risco pronto;
Evitando Riscos: adotar uma opção diferente que evi-
te completamente o risco.
E com todas estas recomendações de melhores prá-
ticas no tratamento de riscos ainda é possível presenciar 
situações totalmente evitáveis, como a desativação de 
servidores sem prever a super utilização de outros recur-
sos, utilização de Bloco de Notas como contingência de 
uma outra ferramenta e também ignorar o parecer de es-
pecialistas gerando retrabalho e desperdício de recursos, 
atitudes tomadas por pessoas experientes e conhecedo-
ras das boas práticas, outros menosprezam opiniões de 
membros da equipe, considerando opiniões pessimistas 
deixando estes colaboradores em situação vexatória pe-
rante o restante da equipe além de desmotivar e frustrar 
toda a equipe.
E para que todos estejam prontos para agir e todo 
o plano de ação seja de conhecimento da equipe, a co-
municação no projeto é um ponto importantíssimo, que 
também tem reflexo no resultado do projeto, no envolvi-
mento e motivação de toda a equipe
CUSTOS DE CAPITAL
As pessoas e também as empresas vivem cercadas de 
taxa, juros, etc.; são os custos do capital.
O custo de capital pode ser representado pela taxa 
de juros que as empresas usam para calcular, compon-
do ou decompondo o valor do dinheiro no tempo. Por 
exemplo, o crédito tomado junto aos bancos tem o custo 
dos juros.
O dinheiro que está parado sem remuneração tam-
bém tende a se desvalorizar com o tempo, perdendo seu 
valor de compra pela inflação, que aumenta os preços e 
faz com que seu os preços dos produtos de seu consumo 
aumentem.
Mesmo o capital próprio da empresa terá um cus-
to, que surtira efeito em suas operações, ou seja, sempre 
afeta ou afetará a lucratividade do negócio. Os proprie-
tários, terceiros, investidores ao aplicarem seus recursos 
em uma determinada empresa, sempre exigirão retorno 
pelo investimento realizado, pelo capital emprestado.
 ESTIMATIVA DO CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO 
COM O CAPM
O custo do capital próprio é mais difícil de ser cal-
culado, pois não existe um contrato formal de re-
muneração com o acionista (como ocorre com o ca-
pital de terceiros). Deste modo, existe uma grande 
subjetividade na definição do custo do capital próprio. 
O método mais utilizado para definir o custo do capital 
próprio é o CAPM adaptado. O CAPM é um modelo de 
precificação de ativo que determina o retorno de um in-
vestimento (ação, título ou carteira) através da seguinte 
fórmula:
Ke = Rf + (RM - Rf) Beta
Sendo:
Rf = retorno do título sem risco projetado
Rm = retorno do mercado projetado
Beta = medida de risco do investimento em relação 
ao mercado (projetada).
Podemos calcular o custo do capital próprio de uma 
empresa brasileira utilizando os 
seguintes parâmetros:
Rf = retorno do título do governo, como o CDI; 
Rm = retorno do mercado, como o Ibovespa, índice da 
bolsa de valores de São Paulo;
Beta = obtido com empresas especializadas (mas 
que pode ser calculado pelo analista para empresas com 
ações negociadas em bolsa de valores)
Uma outra forma de obter o valor do Ke é utilizar da-
dos do mercado mundial. Neste caso, o Rf seria o retorno 
do título do governo norte-americano; Rm = retorno do 
mercado de Nova Iorque; Beta = obtido em relação ao 
mercado estrangeiro, facilmente disponibilizado nos sí-
tios da Yahoo ou Google, entre outros, para as empresas 
brasileiras com ADRs. Com estes valores, deve-se lem-
brar que o risco do país já estará 
incorporando ao cálculo.
Para empresas sem informações (empresas sem ações 
negociadas em bolsa, por exemplo) podem ser utilizados 
valores aproximados de empresas com características si-
milares, adicionando um prêmio por eventuais riscos.
 CUSTO DO CAPITAL DE TERCEIROS
O custo do capital de terceiros representa a remunera-
ção que a entidade paga para a instituição financeira nos 
empréstimos obtidos (capitais onerosos de terceiros não 
devem ser deduzidos do valor do ativo circulante, para 
obter a necessidade de financiamento do capital de giro).
Na teoria é simples obter o custo do capital de 
terceiros. Na prática, nem tanto. Por duas razões: 
Benefício da dívida - A contratação de empréstimos pode 
trazer diversos benefícios para a empresa. O mais usual 
decorre do fato de

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