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Gestão Atuarial 9

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04/10/2020 Disciplina Portal
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Gestão atuarial
Aula 9: Principais normas contábeis aplicadas
às entidades seguradoras
INTRODUÇÃO
Nesta aula, você entenderá o papel das Provisões Técnicas nas seguradoras, entidades de previdência privada aberta ou
fechada, empresas de capitalização e seus objetivos.
Para isto, estudaremos o seu conceito, a sua importância, e como a Circular nº517/2015 da SUSEP descreve as suas
formas de cálculo.
OBJETIVOS
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Reconhecer o que é uma Provisão Técnica e a sua importância para gestão de seguradoras, entidades de previdência
privada aberta ou fechada, empresas de capitalização.
Distinguir os tipos de Provisões Técnicas conforme Circular Nº517 da SUSEP.
Analisar os procedimentos para cálculo das Provisões Técnicas e limites operacionais.
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Conceito de Provisões Técnicas
São valores constituídos pelas entidades cujo produto é o risco. Tais empresas podem ser:
As Provisões Técnicas correspondem a diversos compromissos �nanceiros futuros destas entidades para com seus
clientes/participantes.
Os valores de Provisões Técnicas são alocados, portanto, no passivo e formados pelo excesso de valores pagos pelos
clientes em relação aos riscos/custos assumidos pelas empresas.
Esses compromissos futuros podem corresponder a valores já conhecidos, ou como acontece na maioria das vezes,
corresponder a estimativas. Dessa forma, o cálculo das Provisões Técnicas deve ser feito necessariamente por um
atuário, pro�ssional que estabelece os limites de segurança na gestão de riscos a partir do uso das teorias �nanceiras e
das probabilidades.
Atenção
, As Provisões Técnicas se diferenciam em diversos aspectos, gerando, assim, os tipos que serão abordados nesta aula., , As
Provisões Técnicas possuem nomes diversos, dependendo do segmento de risco a que pertencem (seguros, previdência privada
aberta, previdência privada fechada ou capitalização).
Importância das Provisões Técnicas
As Provisões Técnicas representam um instrumento fundamental na gestão de uma empresa que assume riscos:
Se estiverem superdimensionadas elas comprometem a distribuição de lucros da empresa.
Se subdimensionadas, elas podem conduzir à insolvência da empresa.
Seguradoras
Entidades de previdência privada aberta ou fechada
Empresas de
capitalização etc
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As Provisões Técnicas são importantes também na
determinação do volume de impostos pagos pela empresa
ou serem por ela provisionados ou recuperados no futuro,
pois in�uenciam diretamente no resultado bruto servindo de
base para tributação.
Em processos de fusões e aquisições o dimensionamento das Provisões Técnicas assume importância fundamental na
avaliação da empresa, já que representam o maior passivo dos tipos de empresas que estamos estudando.
No gerenciamento da carteira, o dimensionamento das Provisões Técnicas assume, também, papel fundamental, pois os
diversos indicadores de gestão de uma empresa devem ser calculados a partir da alocação correta das Provisões
Técnicas nos diversos componentes de cálculo desses indicadores.
Provisões Técnicas conforme Circular Nº 517
da SUSEP
Para cada Provisão Técnica, as supervisionadas deverão manter nota técnica atuarial, assinada pelo atuário técnico
responsável, à disposição da Susep, com o detalhamento da metodologia de cálculo utilizada.
No que se refere à nota técnica atuarial com a metodologia de cálculo deverá ser entregue à Susep no prazo máximo de
5 dias úteis contados da data de recebimento da solicitação.
A Susep poderá, a qualquer tempo, conforme se faça necessário, em cada caso concreto, determinar às
supervisionadas a utilização de método especí�co para o cálculo da Provisão Técnica.
As supervisionadas poderão encaminhar à Susep solicitação para o uso de método próprio, cuja aplicação depende de
prévia autorização da Susep.
A constituição de Outras Provisões Técnicas (OPT) somente poderá ser admitida mediante prévia autorização da
Susep, devendo estar prevista em nota técnica atuarial assinada pelo atuário responsável.
Consideram-se os prêmios ou as contribuições do segurado para seguradora e os sinistros: os eventos previstos e os
cobertos no contrato ou no plano.
Segundo artigo 6, da Circular 517/2015 da SUSEP, para garantia de suas operações, as
seguradoras e EAPC deverão, observado o Anexo I, constituir, mensalmente, as seguintes
provisões técnicas, quando necessárias: 
Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG);
Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL);






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Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados (IBNR);
Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (PMBAC);
Provisão Matemática de Benefícios Concedidos (PMBC);
Provisão Complementar de Cobertura (PCC);
Provisão de Despesas Relacionadas (PDR);
Provisão de Excedentes Técnicos (PET);
Provisão de Excedentes Financeiros (PEF); e
Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (PVR).
Dica
, Pesquise:, , Circular nº 517/2015 da SUSEP e conheça as provisões e sua forma de cálculo. Disponível em: <https://goo.gl/CgjD5p
(https://goo.gl/CgjD5p)>. Acesso em 04 dez. 2017.
Provisões de Prêmios Não Ganhos (PPNG)
Segundo o artigo 7.º, da Circular 517/2015, a PPNG deverá ser constituída para a cobertura dos valores a pagar relativos a
sinistros e despesas a ocorrer, ao longo dos prazos a decorrer, referentes aos riscos assumidos na data-base de cálculo,
obedecidos os seguintes critérios:
I. o cálculo da provisão deverá considerar a parcela de prêmios não ganhos na data de sua apuração, sendo formada
pelo valor resultante da fórmula abaixo, em cada ramo ou plano, por meio de cálculos individuais por cobertura
contratada; 
Cálculo da PPNG
PPNG = Base de Cálculo x (Período de Vigência a Decorrer/ Prazo de Vigência do Risco)
II. a base de cálculo corresponde ao valor do prêmio comercial, em moeda nacional, incluindo as operações de
cosseguro aceito, bruto das operações de resseguro e líquido das operações de cosseguro cedido e da parcela do
prêmio de�nida como receita destinada a recuperação dos custos iniciais de contratação;
III. no período entre a emissão e o início de vigência do risco, o cálculo da provisão deverá ser efetuado considerando
o período de vigência a decorrer igual ao prazo de vigência do risco;
IV. após a emissão e o início de vigência do risco, a provisão deverá ser calculada pro rata die, considerando, para a
obtenção do período de vigência a decorrer, a data-base de cálculo da provisão e a data de �m de vigência do
risco;
V. a provisão deverá contemplar ajustes para variação cambial; e
VI. o cálculo da provisão deverá contemplar estimativa para os riscos vigentes e não emitidos (PPNG-RVNE);
A constituição da provisão não abrange os planos ou produtos estruturados no regime �nanceiro de capitalização.
https://goo.gl/CgjD5p
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Provisões de Sinistros (PS)
A PSL deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados a liquidar relativos a pagamentos únicos e rendas
vencidas, de sinistros avisados até a data-base de cálculo, incluindo as operações de cosseguro aceito, brutos das
operações de resseguro e líquidos das operações de cosseguro cedido, obedecidos os seguintes critérios:
I. a provisão abrange os valores relativos a indenizações,pecúlios e rendas vencidas, incluindo atualizações
monetárias, juros, variações cambiais e multas contratuais, além dos montantes estimados referentes às ações
judiciais e os resultantes de sentença transitada em julgado;
II. os valores esperados a liquidar referentes às ações judiciais para pagamentos de rendas a vencer que excederem
os valores concedidos deverão ser contemplados no cálculo da PSL, enquanto não houver sentença transitada em
julgado, quando então deverão ser consideradas na PMBC;
III. a provisão deverá contemplar, quando necessário, os ajustes de IBNER (Sinistros Ocorridos e Não Su�cientemente
Avisados) para o desenvolvimento agregado dos sinistros avisados e ainda não pagos, cujos valores poderão ser
alterados ao longo do processo até a sua liquidação �nal; e
IV. a expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos deverá ser apurada com base em metodologia de�nida em
nota técnica atuarial e registrada como ajuste de salvados e ressarcidos na PSL;
V. os montantes de salvados ativados contabilmente não poderão ser considerados como expectativa de
recebimento de salvados e ressarcidos; e
VI. para �ns de ajuste de salvados e ressarcidos na PSL, deverá ser considerada, no cálculo da expectativa de
recebimento de salvados e ressarcimentos, apenas a estimativa de recuperação relacionada a sinistros avisados e
ainda não liquidados.
A metodologia a ser desenvolvida para o cálculo da provisão deverá considerar a data de aviso do sinistro como sendo a
data do efetivo registro no sistema por parte da seguradora ou entidade aberta de previdência complementar.
Os valores relativos a sinistros avisados à seguradora ou EAPC deverão ser registrados brutos das expectativas de
recebimento de salvados e ressarcidos.
O ajuste de salvados e ressarcidos na PSL poderá ser utilizado somente quando a seguradora ou a EAPC dispuser de
base de dados su�ciente para permitir a análise da consistência dos montantes registrados.
O fato gerador da baixa da provisão, decorrente de pagamento,
se caracteriza quando:
Da liquidação �nanceira.
Do recebimento do comprovante de pagamento da indenização, pecúlio ou renda vencida.
Conforme os demais casos previstos em lei.
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A Provisão de IBNR deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados a liquidar relativos a sinistros ocorridos
e não avisados até a data-base de cálculo, incluindo as operações de cosseguro aceito, brutos das operações de
resseguro e líquidos das operações de cosseguro cedido, obedecidos os seguintes critérios:
I. a provisão deverá contemplar estimativa para os valores relativos a indenizações, pecúlios e rendas, incluindo as
estimativas para o desenvolvimento agregado dos sinistros ocorridos e não avisados, e considerando os
montantes referentes às ações judiciais e os resultantes de sentença transitada em julgado;
II. a expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos deverá ser apurada com base em metodologia de�nida em
nota técnica atuarial e registrada como ajuste de salvados e ressarcidos na provisão de IBNR;
III. os montantes de salvados ativados contabilmente não poderão ser considerados como expectativa de
recebimento de salvados e ressarcidos; e
IV. para �ns de ajuste de salvados e ressarcidos na provisão de IBNR, deverá ser considerada, no cálculo da
expectativa de recebimento de salvados e ressarcidos, apenas a estimativa de recuperação relacionada a sinistros
ocorridos e não avisados;
A metodologia a ser desenvolvida para o cálculo da provisão deverá considerar a data de aviso do sinistro como sendo a
data do efetivo registro no sistema por parte da seguradora ou EAPC.
O ajuste de salvados e ressarcidos na provisão de IBNR poderá ser utilizado somente quando a seguradora ou EAPC
dispuser de base de dados su�ciente para permitir a análise da consistência dos montantes registrados.
Provisões Matemáticas
A PMBAC deverá ser constituída, enquanto não ocorrido o evento gerador do benefício, para a cobertura dos
compromissos assumidos com os participantes ou segurados, sendo calculada conforme metodologia aprovada na nota
técnica atuarial do plano ou produto.
A provisão deverá ser constituída para a cobertura de benefícios decorrentes de planos ou produtos estruturados no
regime �nanceiro de capitalização.
A PMBC deverá ser constituída depois de ocorrido o evento gerador do benefício, para a cobertura dos compromissos
assumidos com os participantes ou segurados, sendo calculada conforme metodologia aprovada na nota técnica atuarial
do plano ou produto.
A provisão abrange apenas as rendas a vencer, e deverá ser constituída para a cobertura de benefícios decorrentes de
planos ou produtos estruturados no regime �nanceiro de capitalização ou no regime �nanceiro de repartição de capitais
de cobertura.
Os valores relativos a rendas vencidas e não pagas constantes da PMBC deverá ser baixados desta e incluídos na PSL.
Das Demais Provisões
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A PCC deverá ser constituída, quando for constatada insu�ciência nas provisões técnicas, conforme valor apurado no
Teste de Adequação de Passivos (TAP), de acordo com as determinações especi�cadas.
A PDR deverá ser constituída para a cobertura dos valores esperados relativos a despesas relacionadas a sinistros.
Nos planos estruturados no regime �nanceiro de capitalização, a provisão deverá abranger todas as despesas
relacionadas à liquidação de indenizações ou benefícios, em função de sinistros ocorridos e a ocorrer.
Nos planos estruturados no regime �nanceiro de repartição simples e repartição de capitais de cobertura, a provisão
deverá abranger todas as despesas relacionadas à liquidação de indenizações ou benefícios, em função de sinistros
ocorridos, avisados ou não.
Considerar-se-ão resgates a regularizar aqueles solicitados e por qualquer motivo ainda não pagos, bem como os valores
correspondentes a resgate cujo direito não tenha sido exercido nos casos de cancelamento do contrato do participante.
Teste de Adequação de Passivos (TAP)
Com objetivo de regular o Teste de Adequação de Passivos (TAP), a SUSEP publicou a Circular nº 410/2010 (revogada
posteriormente pela Circular nº 457/2012), instituindo referido teste para elaboração das demonstrações �nanceiras e
de�niu regras e procedimentos para sua realização.
De acordo a com Circular, o TAP tem por objetivo veri�car se as Provisões Técnicas constituídas pelas seguradoras,
deduzidas das despesas de comercialização diferidas e dos ativos intangíveis relacionados, são su�cientes para suportar
o valor presente líquido dos �uxos de caixa futuros de seus contratos de seguros (Estimativa Corrente) descontados pela
Estrutura a Termos da Taxa de Juros Livre de risco (ETTJ).
Havendo insu�ciência de provisões, esta deve ser
reconhecida imediatamente.
As seguradoras, EAPC e os resseguradores locais deverão elaborar o Teste de Adequação de Passivos (TAP) para avaliar
as obrigações decorrentes dos seus contratos e certi�cados, utilizando métodos estatísticos e atuariais com base em
considerações realistas.
PDF
, Clique (galeria/aula9/docs/tap.pdf) para se aprofundar mais sobre o TAP.
A PET deverá ser constituída para garantir os valores destinados à distribuição de excedentes decorrentes de
superávit técnicos na operacionalização de seus contratos, caso haja sua previsão contratual.
A PEF deverá ser constituída para garantir os valores destinados à distribuição de excedentes �nanceiros,
conforme regulamentação em vigor, caso haja sua previsão contratual.
A PVR abrange os valores referentes aos resgates a regularizar, às devoluções de prêmios ou fundos, às
portabilidades solicitadas e, por qualquer motivo, ainda não transferidas para a seguradora ou EAPC receptora e
aos prêmios recebidos e não cotizados.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon258/galeria/aula9/docs/tap.pdf04/10/2020 Disciplina Portal
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Ativos Redutores da Necessidade de
Cobertura das Provisões Técnicas
Poderão ser oferecidos como redutores da necessidade de cobertura das provisões técnicas por ativos garantidores:
Os ativos oferecidos como redutores da necessidade de
cobertura das provisões técnicas não poderão ser
oferecidos em garantia de outras operações.
Ativos de Resseguro Redutores e Ativos de
Retrocessão Redutores
As seguradoras, as EAPC e os resseguradores locais poderão deduzir da necessidade de cobertura das suas provisões
técnicas por ativos garantidores os valores de ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores.
A Circular nº 517/2015 da SUSEP apresenta que para efeitos, considerar-se-ão:
I. cedente: aquele que transfere parte do risco assumido;
II. cessionário: aquele que assume parte do risco transferido;
III. contraparte: a cessionária em um contrato de resseguro ou retrocessão;
IV. ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores: os créditos com a contraparte que poderão ser
deduzidos da necessidade de
V. cobertura das provisões técnicas por ativos garantidores;
VI. prêmios de resseguro: a parcela dos montantes de prêmios estabelecidos nos contratos de cessão relacionada às
operações de seguro que já tenham gerado constituição de provisões técnicas para a seguradora ou EAPC; e
I. direitos creditórios;
II. ativos de resseguro redutores e ativos de retrocessão redutores;
III. depósitos judiciais redutores;
IV. custos de aquisição diferidos redutores.
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VII. prêmios de retrocessão: a parcela dos montantes de prêmios estabelecidos nos contratos de cessão relacionada
às operações de resseguro que já tenham gerado constituição de provisões técnicas para o ressegurador local.
Caracteriza-se como ativo de resseguro redutor e ativo de retrocessão redutor:
I. o valor, respectivamente, dos prêmios de resseguro diferidos e dos prêmios de retrocessão diferidos diretamente
relacionados às provisões técnicas da cedente, líquidos de montantes pendentes de pagamento à contraparte,
vencidos e a vencer;
II. o valor esperado dos �uxos de caixa de sinistros e benefícios ocorridos e ainda não pagos pela cedente,
decorrentes do cumprimento, respectivamente, dos contratos de resseguro e dos contratos de retrocessão; e
III. o valor da parcela da insu�ciência das provisões técnicas, apurada no TAP, de responsabilidade das contrapartes.
Limite de Retenção (LR)
A exposição ao risco é um fator de suma importância para análise do seguro, haja vista ser por meio da análise de
probabilidade e de ocorrência de sinistro a mensuração de determinado custo do seguro.
De acordo com Souza (2007), os limites operacionais (a capacidade de absorção de risco) vêm a ser estabelecidos
conforme seu valor de patrimônio líquido ajustado (PLA), isto é, capital social e reservas, livres de quaisquer ônus.
Segundo Silva (2005), o limite de retenção é o valor máximo permitido de responsabilidade que a Sociedade Seguradora
poderá reter, em cada risco isolado, esse valor será determinado com base no valor do respectivo ativo líquido.
Souza (2007) a�rma que as companhias de seguro precisam �xar os seus limites técnicos e estabelecer segundo ramos,
haja vista a situação econômico-�nanceira da sociedade e as condições técnicas de suas carteiras em cada modalidade
de seguro.
Por conta disso, o excedente técnico, ou seja, o risco que a seguradora não tem condições de reter, deverá se transferido a
outra seguradora por meio de cosseguro ou ao IRB por intermédio do resseguro.
Patrimônio Líquido Ajustado
O ajuste serve como instrumento de proteção para as seguradoras, além de restringir o valor máximo de responsabilidade
que as cias podem reter em cada risco isolado.
Conforme Resolução CNSP no 85 (2002), serão ajustados por meio de adições ou deduções, ativos que possam trazer
dúvida sobre os benefícios futuros para a seguradora, não apresentem claro valor de realização ou que dependam de
eventos futuros e incertos para sua realização, além de passivos já conhecidos e não registrados.
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Mecanismos de Pulverização do Risco
De acordo com Funenseg (2006) a técnica das operações de seguros fundamentam-se em vários princípios, dentre os
quais se destaca o princípio da distribuição das responsabilidades decorrentes dos negócios segurados.
Na sequência, serão apresentados três instrumentos:
Cosseguro
Conforme Souza (2007), é a operação na qual se reparte um determinado risco entre duas ou
mais seguradoras. Sendo que cada seguradora se responsabiliza pela quota-parte assumida
em relação ao prêmio recebido.
Resseguro
Segundo Funenseg (2007), operação pela qual o segurador com intuito de diminuir sua
responsabilidade na aceitação do risco, cede uma parcela do prêmio e do risco.
Retrocessão
De acordo com Souza (2007), é a operação em que o ressegurador transfere parte da
responsabilidade a outros resseguradores. Em suma é o resseguro do resseguro.
Margem de Solvência
Segundo Costa (2005, p. 34), “solvência é a capacidade da entidade de cumprir com os riscos assumidos”.
Determinação da Margem de Solvência
Com a inserção da SUSEP no International Association of Insurance Supervisors (IAIS), �ca muito evidente a preocupação
em adotar as medidas já utilizadas por todo o mundo, no sentido de estabelecer um nível de controle ou uma série de
controle, para as seguradoras se salvaguardarem frente a possíveis perdas excessivas, que possam gerar a incapacidade
de uma seguradora de cumprir com as suas obrigações.
Para efeito de cálculo de margem de solvência, a SUSEP determina que as sociedades seguradoras devam computar as
operações de todos os ramos, com exceção de vida individual e previdência privada.
Para se calcular a margem de solvência para a data base de dezembro, deve-se adotar o seguinte procedimento:
1 Multiplicar o valor dos somatórios dos prêmios retidos de janeiro a dezembro de cada ano por 0,20.
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2 Multiplicar o somatório dos sinistros retidos dos últimos 36 meses por 0,33, e dividir o resultado por três.
3 O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a Margem de Solvência da SociedadeSeguradora.
Para se calcular a margem de solvência para a data base de junho, deve-se adotar o seguinte procedimento:
Multiplicar por 0,20 o valor do somatório dos prêmios retidos de janeiro a junho do exercício corrente e de julho a
dezembro do exercício anterior;
Efetuar o somatório dos sinistros retidos de janeiro a junho do exercício corrente, os sinistros retidos de dois exercícios
anteriores e, dos sinistros retidos de julho a dezembro do 3º ano anterior. Multiplicar o resultado por 0,33 e dividir por 3;
O maior entre os valores encontrados nos itens 1 e 2 será a margem de solvência da sociedade seguradora.
ATIVIDADES
Questão 1. (CFC – Exame de Su�ciência-2016) As seguradoras deverão elaborar o Teste de Adequação de Passivos (TAP)
para avaliar as obrigações decorrentes dos seus contratos, utilizando critérios estatísticos e atuariais com base em
considerações realistas. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta.
a) A insu�ciência no Teste de Avaliação de Passivos (TAP) deverá ser reconhecido na Provisão de Despesas Relacionadas (PDR).
b) A atualização mensal do Teste de Avaliação de Passivos (TAP) entre as datas-bases de apuração é obrigatória, devendo ser
informado o critério técnico utilizado no estudo atuarial.
c) Atualização mensal do Teste de Avaliação de Passivos (TAP) entre asdatas-bases de operação obedece a critérios de�nidos
pela Susep.
d) Espera-se que os critérios utilizados pela sociedade supervisionada no Teste de Avaliação de Passivos (TAP) estejam
relacionados com os valores de provisões técnicas que tenham apresentado insu�ciência no último teste realizado.
Justi�cativa
Questão 2: (CFC – Exame de Su�ciência-2017) Em relação ao Plano de Regularização de Solvência (PRS), julgue os itens
abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta.
O PRS deverá ser apresentado pela supervisionada, sempre que for apurada insu�ciência do Patrimônio Líquido Ajustado
(PLA) e o Capital Mínimo Requerido (CMR).
O prazo máximo para a apresentação do PRS à Susep é de 45 dias a contar da data da constatação da insu�ciência do
PLA em relação ao CMR.
O PRS deverá ser submetido à aprovação pela diretoria e, se houver, pelo conselho de administração ou conselho
deliberativo da supervisionada, bem como sujeitar-se-á a deliberação da Diretoria de Supervisão de Solvência da Susep.
O PRS deverá identi�car os fatores que contribuíram para a insu�ciência do PLA em relação ao CMR.
O PRS será objeto de avaliação dos auditores independentes os quais deverão emitir relatório circunstanciado sobre a
adequação das propostas de ações corretivas a serem adotadas pela supervisionada, conforme previsto na
Regulamentação da Susep.
Assinale a sequência correta:
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a) V, F, V, V, F.
b) V, F, V, F, V.
c) F, V, V, F, F.
d) F, F, V, V, F.
Justi�cativa
Questão 3: (CFC – Exame de Su�ciência-2017) As supervisionadas deverão constituir, mensalmente, as provisões
técnicas previstas, quando necessárias. No caso dos Resseguradores Locais, a Provisão para Prêmios não Ganhos
(PPNG) deve:
a) ser constituída para cobertura dos valores a pagar relativos a sinistros e despesas incorridos.
b) ser calculada líquida das operações de retrocessão.
c) contemplar ajustes para variação cambial.
d) contemplar estimativa para os contratos emitidos vigentes.
Justi�cativa
Questão 4: (CFC – Exame de Su�ciência-2017) As operações de transferência de carteira de capitalização, previdência
complementar aberta, resseguros e seguros deverão ser registradas de acordo com os critérios estabelecidos pela
regulamentação da Susep.
Com relação aos critérios aplicáveis à cessionária, julgue os itens abaixo, relativos aos critérios aplicáveis à cessionária,
como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção correta.
O valor recebido que exceda o saldo da Provisão de Prêmios não Ganhos (PPNG) deverá ser considerado como prêmio de
seguro, registrado em subconta especí�ca como complemento de provisão e apropriado ao resultado durante o prazo
restante do período de vigência das apólices.
O valor recebido que exceda o saldo da PPNG deverá ser considerado como prêmio de seguro, registrado em subconta
especí�ca como complemento de provisão e apropriado ao resultado do exercício na data de operação.
Caso o valor recebido da cedente seja inferior ao saldo da PPNG, a correspondente diferença deverá ser registrada no
Ativo Circulante, em subconta distinta, no grupo de Custos de Aquisição Diferidos, e apropriada ao resultado durante o
prazo restante do período de vigência das apólices.
Todos os direitos e obrigações recebidos em função da aquisição da carteira deverão ser registrados em contas próprias.
A cessionária deverá obter junto a cedente todos os dados históricos relacionados às operações recebidas em
transferência, necessários aos eventuais cálculos de provisões técnicas.
Assinale a sequência correta:
a) F, F, V, V, V.
b) F, V, F, V, V.
c) V, F, V, V, V.
d) F, F, F, V, V.
Justi�cativa
Questão 5: (CFC – Exame de Su�ciência-2017) A Provisão Matemática para Capitalização (PMC) é uma provisão técnica
que deverá ser constituída pelas sociedades de capitalização. Julgue as opções abaixo e, em seguida, assinale a opção
correta.
04/10/2020 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=4844233D2A4EB7F19DC3C07A067D5F665AFB91C453DDA5ED2324A2678C07… 14/15
A PMC deverá ser constituída enquanto não ocorrido o evento gerador de resgate do título.
A PMC abrange a parcela dos valores arrecadados para capitalização, devendo ser calculada para cada título que estiver
em vigor ou suspenso durante o prazo previsto em nota técnica atuarial.
O fato gerador da constituição da PMC será a emissão do título, quando se tratar de título de capitalização por meio de
pagamento único ou quando se tratar da primeira parcela de título de capitalização contratado por meio de pagamentos
mensais ou periódicos.
O fato gerador da constituição da PMC será a informação quanto ao pagamento por parte do subscritor, em relação às
demais parcelas após a primeira.
O fato gerador da constituição da PMC é o mesmo fato gerador da contabilização das receitas das operações de
capitalização de�nido pelas normas contábeis.
Estão certos apenas os itens:
a) I, III e IV.
b) I e V.
c) I, II e V.
d) I, II, III e IV.
Justi�cativa
Questão 6. Em relação ao cálculo dos Capitais de Riscos e as Respectivas Transferências destes Riscos nas
Transformações Societárias, julgue os itens abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida, assinale a opção
correta.
Para a supervisionada que incorporar outra supervisionada ou for criada a partir de fusão entre supervisionadas, as
parcelas do capital de risco cujos cálculos dependem de informações de períodos anteriores à combinação de negócios
serão calculadas, considerando-se a agregação dos históricos individuais de cada uma das supervisionadas que se
combinaram.
Para a supervisionada que transferir ou receber operações de outra supervisionada através de cisão ou de transferência
de carteira, as parcelas do capital de risco cujos cálculos dependem de informações de períodos anteriores à
transferência/cisão serão calculadas considerando-se o histórico de operações das carteiras transferidas/cindidas.
Para a supervisionada que se transformar de seguradora em EAPC, ou vice-versa, as parcelas do capital de risco cujos
cálculos dependem de informações de períodos anteriores à transformação serão calculadas, considerando-se o histórico
de operações da supervisionada que lhe deu origem.
A supervisionada que receber carteira, incorporar outra supervisionada ou parcela cindida de supervisionada ou for criada
por meio de fusão ou cisão deverá, até o dia 10 do mês seguinte ao da conclusão da operação, protocolar expediente na
Susep comunicando o fato à Coordenação-Geral de Monitoramento de Solvência (CGSOA).
A sequência correta é:
a) V, V, V, F.
b) F, V, V, F.
c) V, V, F, F.
d) V, V, V, V.
Justi�cativa
04/10/2020 Disciplina Portal
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