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MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL Mananciais de Água Manancial de abastecimento público é a fonte de água doce superficial ou subterrânea utilizada para consumo humano ou desenvolvimento de atividades econômicas. As áreas contendo os mananciais devem ser alvo de atenção específica, contemplando aspectos legais e gerenciais. O aumento da demanda por água é consequência direta do crescimento populacional e da ampliação dos níveis de consumo per capita, e tais fatores aumentam a pressão sobre os mananciais de abastecimento. Entre as situações que causam degradação das áreas de mananciais, podem ser destacadas: ocupação desordenada do solo, em especial áreas vulneráveis como as APP; práticas inadequadas de uso do solo e da água; falta de infraestrutura de saneamento (precariedade nos sistemas de esgotamento sanitário, manejo de águas pluviais e resíduos sólidos); superexploração dos recursos hídricos; remoção da cobertura vegetal; erosão e assoreamento de rios e córregos; e atividades industriais que se desenvolvem descumprindo a legislação ambiental. A manutenção desse quadro resulta na baixa qualidade da água distribuída, expondo uma parcela significativa da população a doenças. Atualmente, esses problemas são amenizados pela aplicação de recursos de tratamento da água, ou investimentos em sistemas cada vez mais complexos de adução, em busca de novos mananciais. A disponibilidade de água, tanto em quantidade como em qualidade, é um dos principais fatores limitantes ao desenvolvimento das cidades. Para a manutenção sustentável do recurso água, é necessário o desenvolvimento de instrumentos gerenciais de proteção, planejamento e utilização, adequando o planejamento urbano à vocação natural do sistema hídrico. As bacias que contêm mananciais de abastecimento devem receber tratamento especial e diferenciado, pois a qualidade da água bruta depende da forma pela qual os demais trechos da bacia são manejados. É nesse contexto que a SRHU, dentro das suas competências institucionais, vem trabalhando na formulação de ações que visem a minimização de impactos sobre os mananciais de abastecimento com foco nas áreas densamente urbanizadas; promovam a articulação institucional e legal entre União, estados e municípios na gestão das águas; e aprimorem a gestão ambiental urbana, contemplando especialmente a capacitação de gestores públicos nessa temática. Impactos ambientais em sistemas de tratamento de água - SiTAs – a necessidade de melhoria da gestão de pessoas Os sistemas de tratamento de água (SiTAs), como toda indústria, geram resíduos no seu processo produtivo. Nos SiTAs esses resíduos são provenientes da descarga e limpeza de decantadores e lavagem de filtros, os quais, no Brasil, são comumente lançados em corpos de água como disposição final, ocasionando impactos ambientais. Essa prática torna necessária a implantação de programas e desenvolvimento de atividades para minimizar esses impactos. O SiTA é constituído pelo manancial, dispositivos de captação e adução, Estação de Tratamento de Água (ETA), laboratórios de análises físico-químicas e biológicas, e por todos os funcionários que atuam nas etapas intrínsecas do tratamento. Os problemas ambientais ocasionados pelos sistemas de tratamento de água, segundo Cordeiro (2001), relacionam-se ao lodo de decantadores que é classificado como resíduo sólido de acordo com a NBR 10.004/2004, possibilidade de transgressão da Lei 6.938/1981 quando esses resíduos são lançados em corpos de água e as perdas decorrentes da limpeza de filtros, que pode atingir valores acima de 4% do total de água tratada, estando em desacordo com os aspectos gerenciais e preceitos conceituais estabelecidos pela ISO 14000. Ressalta-se a importância dos gestores das estações de tratamento de água se mostrarem atentos aos processos de produção e disposição dos resíduos de decantadores, pois com atitudes inadequadas podem ser penalizados pela Lei de Crimes Ambientais (Lei n9.605/1998). Além desses fatores, é importante salientar que o lançamento da água de lavagem de filtros deve atender aos padrões preconizados pela Resolução CONAMA n°. 357/2005. WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL A produção de resíduos nos SiTAs está diretamente relacionada às características da água bruta, produtos químicos utilizados, sistema de tratamento empregado e método para remoção desses resíduos (Cordeiro, 1993). Diante disso, a redução dos impactos ambientais pode ser obtida por meio da implantação de ações de gerenciamento desses fatores direcionada a conservação dos mananciais, forma de aquisição, controle de qualidade e dosagem produtos químicos, procedimentos de limpeza de decantadores e filtros e implantação de tratamento dos resíduos. A atuação de funcionários nessas atividades é imprescindível, para tanto, é necessário o desenvolvimento de gestão de pessoas eficiente, capacitando esses trabalhadores para atuarem na redução da geração de resíduos e no tratamento e disposição adequada dos mesmos. Desta forma, esse trabalho tem como objetivos analisar a gestão de pessoas em seis sistemas de tratamento de água de cidades médias do Estado de São Paulo, Brasil, no âmbito da redução de impactos ambientais ocasionados pelos resíduos do tratamento; e propor um programa de gestão simplificada de pessoas para os SiTAs analisados que possa contribuir para minimizar a produção de resíduos e os impactos ambientais. Metodologia Os seis SiTAs analisados foram selecionados visando a diversidade de administração, desta forma, constituem objeto de estudo quatro sistemas gerenciados por autarquia municipal, um por empresa privada e um por concessão estadual. Os municípios em que se localizam esses sistemas apresentam entre 200.000 e 400.000 habitantes. Por meio de entrevistas junto a gestores, operadores de tratamento de água e demais funcionários dos sistemas foi possível coletar dados referentes ao desenvolvimento de programas de conservação de mananciais; forma de aquisição, controle e dosagem de produtos químicos e capacitação de funcionários direcionada a redução de impactos ambientais ocasionados pelos resíduos. Também foram aplicados questionários aos operadores de tratamento com o objetivo de verificar nível de escolaridade e avaliar procedimentos realizados por eles para dosagem de produtos químicos e limpeza de decantadores e filtros, bem como a uniformidade dessas atividades entre funcionários do mesmo sistema. Ainda, foram desenvolvidas visitas técnicas aos SiTAs que permitiram avaliar as condições dos mananciais quanto a presença de mata ciliar, assoreamento, poluição; instalações da ETA; desenvolvimento de atividades pelos operadores e existência e tipologia de tratamento de resíduos. Os dados obtidos foram sistematizados, analisados e permitiram obter um diagnóstico da gestão de pessoas desenvolvida nos SiTAs para redução dos impactos ambientais ocasionados pelos resíduos do tratamento, e propor um programa simplificado de gestão de pessoas que possa contribuir com esse objetivo. Resultados e Discussão Programa de conservação de mananciais Os mananciais dos sistemas analisados encontram-se bastante degradados, com reduzida mata ciliar, assoreamento e poluição por efluentes sanitários, como pode ser verificado na Figura 1. (a) (b) (c) Figura 1. (a) Ausência de mata ciliar, (b) assoreamento, (c) poluição por efluentes sanitários. WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL As condições de conservação são agravadas pela proximidade dos corpos de água a áreas agrícolas, pastagens, rodovias de elevado tráfego de veículos e áreas densamente urbanizadas. Assim, com o objetivo de melhorar a qualidade da água bruta todos os SiTAs analisados desenvolvem programas e atividades direcionadasa conservação dos mananciais, e também há participação dos sistemas nos Comitês de Bacias, de acordo com a região em que estão localizados. Os programas estão direcionados a reflorestamentos nos SiTAs A, B e D. O SiTA E não realiza essa atividade, mas conscientiza a população sobre sua importância. Atividades de educação ambiental direcionadas a redução da degradação são realizadas nos municípios em que estão inseridos os SiTAs A, D e E. Todos os sistemas efetuam periodicamente análises laboratoriais de monitoramento da água dos mananciais, conforme preconizado pela Portaria n°. 518/2004. Ressalta-se que o SiTA C realiza um programa de despoluição dos córregos afluentes dos mananciais e também participa de associação específica que desenvolve diversas ações que visam a conservação de mananciais. Aquisição, Controle De Qualidade E Dosagem De Produtos Químicos Dentre as possibilidades de aquisição dos produtos químicos realizada pelos sistemas encontram-se o pregão presencial ou eletrônico, licitação e compra direta. O controle de qualidade é desenvolvido por meio de amostragem e análises laboratoriais, verificação de peso e densidade, conforme o produto. Apenas no SiTA E inexiste procedimentos que assegurem a qualidade dos produtos químicos adquiridos. Todos os SiTAs executam a dosagem de algum produto químico manualmente, o que reduz a precisão dessa operação, podendo contribuir para aumento na geração de resíduos. Os procedimentos desenvolvidos pelos operadores de tratamento para dosagem de produtos químicos podem ser verificados na Figura 2. Sendo que: I - pela experiência altera a quantidade de produtos químicos; II - aguarda a análise dos parâmetros pelo laboratório e então dosa os produtos químicos de acordo com a experiência; III - aguarda a análise dos parâmetros pelo laboratório e então dosa os produtos químicos utilizando uma tabela; IV - coleta a água conforme experiência, realiza as análises necessárias e somente então dosa os produtos químicos também pela experiência; V - coleta a água por normas/instruções de trabalho, realiza as análises necessárias e somente então dosa os produtos químicos utilizando uma tabela. Figura 2. Procedimentos de dosagem executados pelos operadores entrevistados. Conforme Figura 2, apesar de aproximadamente 60% dos operadores do SiTA E realizarem os procedimentos de dosagem adequadamente, esse sistema apresenta a maior divergência nessa atividade entre seus funcionários, o que pode contribuir para maior geração de resíduos, bem como comprometer a qualidade da água tratada. Essa ausência de uniformidade pode associar-se a gestão de pessoas desenvolvida e inexistência de procedimentos operacionais para executarem essas operações. Nos SiTAs C, D, E e principalmente no SiTA F em que os todos os operadores executam as operações pelo empirismo, é fundamental a conscientização da importância das atividades que WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL desenvolvem e capacitação para realizar análises laboratoriais e dosagens de produtos químicos adequadamente. Limpeza de Dispositivos Os critérios empregados para limpeza de decantadores e filtros podem relacionar-se à preparação de gestores responsáveis pelo tratamento e de técnicos e operadores que realizam essas atividades. Nos SiTAs B, C e F para limpeza de decantadores são verificadas condições visuais e no SiTA E são observados o tempo de operação e níveis de água, como também no SiTA D (ETA 1), o que pode elevar a quantidade de água descartada de forma desnecessária e o volume de resíduo líquido gerado. Há descarga diária de decantadores apenas nos SiTAs A e D e automatização da operação de limpeza no SiTA A. São utilizados procedimentos operacionais nos SiTAs B, C e F. A periodicidade de limpeza nos sistemas encontra-se entre 15 e 180 dias. Os procedimentos e critérios para limpeza dos decantadores adotados pelos operadores entrevistados nos sistemas podem ser verificados na Figura 3. Sendo que: I - Realização de análises laboratoriais para verificação da turbidez da água decantada; II - Abertura de válvulas para retirada de toda a água do decantador; III - Remoção do lodo com mangueiras de água; IV - Abertura de válvulas para estabelecimento do nível de água do decantador; V - Acionamento de mesas de comando diariamente (descarga contínua). Figura 3. Procedimentos e critérios de limpeza dos decantadores, segundo operadores entrevistados. Ressalta-se que há incoerência nos valores de turbidez adotados pelos operadores do mesmo sistema como critério de limpeza dos decantadores nos SiTAs A e D. Nos SiTAs E (ETA 1) e F adota-se o critério temporal para lavagem dos filtros, já nos demais SiTAs são realizadas análises de turbidez da água filtrada. Desta forma, o volume de resíduo líquido pode ser maior nos SiTAs E e F e também nos SiTAs D (ETA 1), que empregam somente água para a limpeza dos filtros, e menor nos demais SiTAs que utilizam ar associado. Essa operação é automatizada apenas nos SiTAs A e D (ETA 3) e emprega-se procedimentos operacionais nos SiTAs B, C, D e F. O tempo desprendido na operação encontra-se entre 5 e 30 minutos e a periodicidade é de 3 a 56 horas. O procedimento para limpeza dos filtros é realizado segundo operadores entrevistados conforme Figura 4. Sendo que: I- realiza análises de turbidez do efluente e lava o filtro que apresentar o maior valor, utilizando instruções/procedimentos operacionais de trabalho; II - realiza análises de turbidez do efluente e lava o filtro que apresentar o maior valor, conforme a experiência de WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL trabalho; III - verifica o nível dos filtros e utiliza instruções/procedimentos operacionais de trabalho para efetuar a limpeza; IV - verifica o nível dos filtros e efetua a limpeza conforme a experiência de trabalho; V- visualmente verifica a necessidade da limpeza e realiza o procedimento conforme a experiência de trabalho. Figura 4. Procedimentos de limpeza dos filtros, segundo operadores entrevistados. Ressalta-se que os operadores do SiTA F desenvolvem o processo de limpeza pelo empirismo, mesmo sendo elaborado procedimento operacional recentemente. Nos SiTAs A, B, D apesar dos operadores adotarem o critério da turbidez da água filtrada para limpeza dos filtros, não há consenso de um valor para esse parâmetro entre funcionários do mesmo sistema. O tempo despendido pelos operadores para limpeza dos filtros é o mesmo apenas no SiTA F, entretanto, esse é superior a vinte minutos, o que talvez seja além do necessário para permitir a expansão adequada do meio filtrante. Nos demais sistemas o tempo varia entre 1 a mais de 20 minutos. A divergência do tempo de limpeza dos filtros adotado pelos operadores do mesmo SiTA também pode elevar a quantidade de água empregada e volume de resíduo gerado. Desta forma, verifica-se que essas ações podem associar-se a ausência de preparo dos operadores e técnicos responsáveis pelas operações, mas principalmente pela insuficiência de capacitação do responsável pelo tratamento para controle adequado dos dispositivos e estabelecimento de procedimentos operacionais e critérios de limpeza. Tratamento de Resíduos Apenas os SiTAs B e E (ETA 2) apresentam tratamento para os resíduos gerados nas limpezas de decantadores e filtros. Os SiTAs A (ETA 1) e D (ETA 3) dispõem de infra-estrutura para realizar o tratamento, entretanto, aindanão encontram-se em operação. Os demais SiTAs lançam esses resíduo em corpos de água sem qualquer tipo de tratamento, como pode ser verificado na Figura 5. Figura 5. Lançamento de lodo dos decantadores do SiTA F em corpo de água. No SiTA A os resíduos serão tratados na Estação de Tratamento de Esgotos, assim como já ocorre no SiTA B, no qual também há recirculação da água de lavagem dos filtros. O SiTA D (ETA 3) dispõe de Estação de Tratamento de Lodos (ETL). No SiTA E (ETA 2) o tratamento é realizado também pela recirculação da água de lavagem de filtros e disposição dos resíduos em lagoas de sedimentação e de lodo. O tratamento desenvolvido em cada sistema pode associar-se à preparação e percepção dos gestores quanto à importância dessa ação para reduzir os impactos ao meio ambiente decorrentes da atividade de produção de água tratada. Capacitação de Funcionários Os sistemas analisados desenvolvem, dentre diversas atividades, cursos, treinamentos e incentivo a participação de eventos que podem contribuir, mesmo que indiretamente, com a capacitação dos funcionários para minimizar os impactos ambientais decorrentes dos resíduos gerados no tratamento. Alguns cursos e treinamentos dos quais os funcionários dos SiTAs analisados participaram entre os anos de 2003 e 2009 foram: cursos de meio ambiente, ciência das águas, monitoramento ambiental WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL de parâmetros físico-químicos em amostras do manancial, coleta e preservação de amostras de água, tratamento de água, operação do sistema de tratamento de água; manipulação, cálculo e dosagem de produtos químicos manualmente e automatizada, ensaio de “jar-teste” e outras análises laboratoriais, interpretação de parâmetros da água, treinamento em equipamentos, controle de qualidade, operação de software para tratamento de água e avaliação de desempenho de ETAs. Além desses cursos e treinamentos, no mesmo período os funcionários realizaram visitas técnicas a outros sistemas de tratamento de água e participaram de eventos correlatos as áreas de saneamento e tratamento de água. Apenas o SiTA D desenvolve preparação de funcionários para atuar no tratamento de resíduos, que é direcionada a participação em seminários e treinamentos externos e internos relacionados à operação da ETL. A gestão de pessoas para reduzir os impactos ambientais nos SiTAs deve abarcar todos os procedimentos desenvolvidos desde o manancial a obtenção de água tratada, visando minimizar os resíduos produzidos, tratamento e disposição dos mesmos. Para tanto, os funcionários necessitam ser conscientizados e sensibilizados quanto à importância das atividades que desenvolvem, conhecer os mananciais e os problemas existentes, serem preparados para atuar e desenvolver programas de reflorestamento, monitoramento da qualidade da água bruta, emergências, bem como planos de conservação. Quanto à aquisição de produtos químicos, os funcionários devem ser capacitados para especificar corretamente procedimentos que assegurem a qualidade dos mesmos. A dosagem uniforme de produtos químicos pode ser desenvolvida por meio do treinamento de operadores, tanto para atuação manual, quanto na operação de software nos sistemas informatizados ou tratamento automatizado. A elaboração de procedimentos operacionais também possibilita maior uniformidade na dosagem dos produtos. Os procedimentos operacionais também podem ser elaborados para garantir a homogeneidade das atividades de limpeza de decantadores e filtros, minimizando o volume de resíduo gerado, bem como a quantidade de água empregada nas operações. A otimização dessa atividade por meio da adição de ar e a automatização do processo também podem reduzir o volume de resíduos líquidos gerados. A capacitação de funcionários para atuar no tratamento e disposição de resíduos é fundamental para reduzir os impactos ambientais. Devido a relevância da capacitação, o governo federal brasileiro empreende um programa constituído pela Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental (ReCESA), o qual pode contribuir com a preparação dos funcionários para atuar em todos os sistemas de saneamento. Ressalta-se que além dessas ações é importante avaliar o nível de escolaridade dos funcionários dos sistemas, visando elaborar programas de capacitação condizentes com a formação dessas pessoas. A escolaridade dos funcionários dos SiTAs analisados pode ser observada na Figura 6. Figura 6. Nível de escolaridade dos funcionários dos SiTAs analisados. WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL Diante das necessidades e avaliações realizadas nos SiTAs, foi possível propor um programa simplificado de gestão de pessoas para esses sistemas que possam minimizar os impactos ambientais decorrentes dos resíduos de tratamento, conforme Figura 7. A avaliação dos resultados do programa de gestão de pessoas propicia a formação de um processo cíclico que visa à melhoria contínua dos funcionários e do sistema de tratamento de água, podendo minimizar os impactos ambientais ocasionados pelos resíduos. Conclusões Em nenhum dos SiTAs analisados foi encontrada gestão de pessoas especifica que possibilite a redução efetiva dos impactos ambientais, visto que ainda há problemas que já deveriam apresentar- se solucionados, como a existência de funcionários com baixo nível de escolaridade, dificultando execução de operações intrínsecas ao tratamento e atividades de capacitação. A capacitação das pessoas desenvolvida pelos sistemas, podem ser deficientes, o que pode ser confirmada pela divergência de procedimentos desenvolvidos por funcionários do mesmo SiTA para dosagem de produtos químicos, limpeza de decantadores e filtros. Apenas 33% dos sistemas analisados tratam os resíduos, o que pode associar-se a ausência de percepção de gestores quanto à importância da gestão adequada de funcionários para minimizar a geração de resíduos, bem como a implantação de tratamento e disposição final dos mesmos. Desta forma, o programa de gestão de pessoas proposto pode auxiliar os gestores dos sistemas na implantação de ações que contribuam com a redução de impactos ambientais decorrentes da atividade de obtenção de água tratada. O que são mananciais? Mananciais são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser usadas para o abastecimento público. Isso inclui, por exemplo, rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Para cumprir sua função, um manancial precisa de cuidados especiais, garantidos nas chamadas leis estaduais de proteção a mananciais. Nessas regras, o ponto principal é evitar a poluição das águas, coisa muito difícil de se conseguir em um país como o Brasil. Por aqui, a expansão das grandes cidades aconteceu de forma superbagunçada, comprometendo as fontes d’ água próximas às metrópoles. O exemplo mais conhecido – e triste – é o do rio Tietê, que corta a capital de São Paulo e boa parte do interior. Em tese, o mais famoso rio paulista poderia ser um manancial para milhões de habitantes, mas quase 100 anos de poluição acabaram transformando o rio em um enorme esgoto a céu aberto. Para piorar as coisas para os paulistanos, outras importantes reservas de água estão ficando comprometidas. A partir da década de 70, a cidade começou a se expandir em direção à represa de Guarapiranga, com milhares de ocupações clandestinas que despejam esgoto no manancialsem nenhum tratamento. “Hoje, não é viável remover as pessoas de lá. WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL A melhor saída é coletar o esgoto e tratá-lo para diminuir a poluição”, afirma o sociólogo Ricardo Araújo, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Infelizmente, São Paulo não é o único lugar do Brasil onde os mananciais estão em perigo. No quadro ao lado, contamos um pouco mais sobre o drama da represa de Guarapiranga e mais quatro casos de desrespeito às fontes de água em outras metrópoles. CONHEÇA OS PRINCIPAIS MANANCIAIS DE ÁGUA DOCE DO BRASIL Existe muita água em nosso planeta, porém, uma pequena porcentagem se trata de água doce e dessa, uma porcentagem menor é de água que pode ser utilizada para o consumo humano. As águas que o ser humano pode consumir estão armazenadas em grandes “estoques” que são os mananciais de água doce. Entenda o que são esses mananciais e conheça alguns que encontramos em risco no Brasil. O QUE SÃO MANANCIAIS? Um manancial é toda fonte de água que pode ser utilizada para o abastecimento público. O manancial pode ser superficial ou se tratar de águas subterrâneas e são considerados mananciais os lençóis freáticos, aquíferos, rios, represas e lagos. Porém, para que o manancial possa ser utilizado para extração de água para consumo, é essencial proteger essa fonte, tanto da extinção como da poluição e contaminação. Alguns mananciais brasileiros de água doce já se encontram contaminados, como no caso do rio Tietê, e para que se possa novamente usufruir desses mananciais é preciso um trabalho intenso de limpeza e revitalização dos mesmos. Além do fator poluição que ameaça os mananciais, os mesmos são ameaçados, também, pela degradação do meio ambiente. As agressões à natureza, como o desmatamento e a extinção de nascentes, são fatores que comprometem a sobrevivência de mananciais e por isso existem leis que protegem essas águas para que as mesmas possam ser preservadas e o recurso não falte hoje nem amanhã. DOIS PRINCIPAIS MANANCIAIS DO BRASIL O Brasil é um território rico em água doce, porém, conserva muito mal os seus mananciais. A busca por lucro e a intensa exploração da natureza faz com que no Brasil rios e lagos sejam extremante agredidos pela ação humana, inconsequente e predatória. Mas, apesar disso o Brasil continua tendo reservatórios imensos de água, que exigem cuidado e proteção para não virem a desaparecer. Atualmente o território brasileiro conta com dois grandes mananciais de água que se destacam, o Rio Amazonas e o rio Paraná. Rio Amazonas – ele nasce no Lago Mismi, no Peru. Possui mais de mil afluentes e por isso é essencial manter os rios menores e nascentes, pois são eles que dão o grande volume a este gigantesco manancial. Há um imenso debate sobre se o maior rio do mundo é ele ou o Rio Nilo. Em 2007 o IBGE concluiu que o Amazonas tem 6992,06 km de comprimento e o Nilo 6852 km, sendo assim, o Amazonas seria o maior. No entanto, estudos efetuados em 2009 no Nilo apontam que seu comprimento é de 7088 km. De qualquer maneira, o Amazonas é de longe o rio mais caudaloso do mundo, com um volume de água cerca de 60 vezes o do Rio Nilo. WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL Rio Paraná – é o segundo maior rio sul-americano. Nasce na confluência de dois importantes rios brasileiros: o rio Grande e o rio Paranaíba, entre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Há controvérsia sobre sua origem: se o rio é a continuação do rio Paranaíba ou a continuação do rio Grande, que nascem em Minas Gerais. Foi nas águas do rio Paraná que a Usina de Itaipu foi construída. A Itaipu é uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo e por isso, o rio Paraná se trata de um rio importante para a América do Sul, em especial para o Brasil e o Paraguai. CRESCIMENTO DESORDENANDO E MANANCIAIS EM RISCO Além das agressões à natureza, um grande problema que se enfrenta na preservação dos mananciais brasileiros é o crescimento desordenado das cidades. Quando as cidades crescem sem o devido controle, há o despejo de resíduos e esgoto nos rios, assim como de rejeitos industriais e lixo. Com tudo isso, os mananciais nas grandes cidades acabam poluídos e impróprios para a extração de água. O tempo para recuperação de um manancial e o valor gasto com esse trabalho geram um grande impacto para a economia, sendo assim, as políticas de preservação são mais eficientes do que tentar corrigir os erros. Mananciais Os mananciais são todas as fontes de água, as quais podem ser superficiais ou subterrâneas, e tem uma grande importância, pois podem ser muito utilizadas no processo de abastecimento público. Incluem diversas fontes de água, como os lagos, rios, represas, entre outros. Assim como todas as fontes naturais, os mananciais também necessitam de cuidados especiais, e esses cuidados são garantidos nas leis de proteção aos mananciais. Foto: Don Pablo / Shutterstock.com O principal ponto é evitar a poluição das águas dos mananciais, aplicando punições aos poluidores. O rápido crescimento das cidades fez com que as águas fossem ficando poluídas, pois a população se descuidou cada vez mais, e poucas atitudes são tomadas quanto a isso. Na cidade de São Paulo, podemos constatar isso, como nos casos dos rios mais conhecidos (Tietê, Pinheiros e Tamanduateí), que estão visivelmente poluídos com lixos que são jogados diariamente nas suas águas. O rio Tietê, por exemplo, encontra-se poluído há mais de 100 anos, e seria um importante manancial para a população. O tratamento adequado do esgoto seria um forte aliado na despoluição dos rios da capital, que são muito importantes para a nossa sobrevivência e para a economia. Alguns exemplos de reservatórios que se encontram em situações de risco: Represa de Guarapiranga (São Paulo – SP); Rio Guandu (Rio de Janeiro – RJ); Bacia do Rio Piracicaba (interior do estado de São Paulo). No caso da Represa de Guarapiranga, esta encontra-se poluída devido aos loteamentos irregulares e a construção de favelas. O número de habitantes na região da represa aumenta cada vez mais. Com a poluição das águas, o custo de tratamento aumenta significativamente, causando diversos prejuízos à população. Água Doce WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL O que é, principais fontes de água doce, consumo, importância, características, resumo, água e meio ambiente O que é É um tipo de água, encontrada na natureza, em que não ocorre a presença de sal. É a água própria para o consumo (desde que seja tratada) dos seres humanos e animais. A água doce é também utilizada na agricultura. Apenas cerca de 2,5% da água encontrada em nosso planeta é doce. Principais fontes de água doce: - Rios e lagos: por se tratar de fontes superficiais, são de fácil acesso e disponíveis para o consumo. Porém, a poluição destas fontes hídricas tem se tornado um grande problema ambiental nos dias de hoje. - Águas subterrâneas: são aquelas encontradas em lençóis freáticos, minas de águas subterrâneas e aquíferos. São extraídas do subsolo através, principalmente, de poços artesianos. - Geleiras: cerca de 70% da água doce do planeta Terra encontra-se em estado de gelo e,portanto, de difícil exploração e uso. Consumo e problemas Com o crescimento da população mundial, a água doce tem se tornado cada vez mais escassa. O uso em excesso, o desperdício e a poluição das águas são os principais problemas relacionados à agua doce na atualidade. Por se tratar de um recurso mineral precioso e escasso, a sociedade deve se conscientizar de que, para não faltar água num futuro próximo, é necessário evitar desperdícios, usar de forma racional e não poluir os rios, lagos e mananciais. Fontes de água: como utilizá-las, onde posicioná-las e seus benefícios Utilizar fontes de água na decoração de um espaço não é algo incomum ou muito recente. Elas sempre estiveram presentes, principalmente em escritórios e jardins, mas raramente são lembrados como uma fonte de energia e positividade para a sua casa. Contudo, o som da água e o seu poder natural possuem uma ação ainda maior e que deve ser aproveitada para relaxar e harmonizar o seu espaço. As fontes de água podem ser aplicadas no Feng Shui, principalmente na sala da sua casa ou no escritório para também atrair riqueza para o espaço. Riqueza essa que deve ser considerada em todos os graus. Podemos atrair muitas riquezas para as nossas vidas. Nós precisamos apenas saber quais as melhores fontes onde elas se encontram. A água é naturalmente poderosa e cheia de energia. Use-a em seu espaço com sabedoria e veja a prosperidade aumentado bastante em sua vida e em seu ambiente. Como escolher a melhor fonte de água Independentemente do motivo que levará você a utilizar uma fonte de água em casa, é preciso também pensar na decoração do espaço. Pense que, o objetivo do Feng Shui é harmonizar o local como um todo e não apenas colocar uma energia solta na sua sala ou no seu escritório. No final das contas, a fonte de água não exercerá o poder que tem e pode porque o espaço está mal estruturado e organizado. Então escolha uma fonte no tamanho ideal para sua casa ou escritório. As fontes menores são bem mais fáceis de encaixar em qualquer cantinho da sala, do quarto ou do ambiente de trabalho. Caso escolha uma fonte maior, tenha certeza que terá estrutura para que ela orne perfeitamente com o espaço. WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10 MANANCIAIS DE ÁGUA COM MENOR IMPACTO AMBIENTAL Qualquer modelo de fonte de água serve para seu espaço? Não! É preciso atenção na hora de comprá-la. Lembre-se que o material que serve como base da sua fonte de água possui uma função fundamental na natureza. Geralmente são utilizados minerais, madeira e algumas pedras de valor energético muito forte e você precisa lembrar do que deseja com a sua fonte para que ele atraia o tipo de energia e importante necessária para o espaço. De uma maneira geral, opte por fontes com base de água e metal. A cor cinza escuro também ajuda a potencializar a intenção da sua peça. Outras duas características importantes para a sua fonte é o formato ser preferencialmente redondo e a água estar em movimento. Porque as fontes são importantes para o Feng Shui de um ambiente? A fonte atua como um direcionador de energia. É por isso que, de acordo com o Ba-Guá, ela deve ficar na entrada da sua casa. Dessa forma, a fonte de água leva todas as energias necessárias para dentro do imóvel elevando ainda mais a prosperidade e a riqueza em amplidão para o espaço e todos que vivem naquela casa. É importante que você utilize o seu Ba-guá para posicionar corretamente a sua fonte de água para a área que deseja atrair boas energias. Somente assim ela atuará positivamente em seu lar. Deixe sempre a queda d’água para dentro do ambiente de forma que ela filtre melhor sua energia. A água é um elemento poderoso para renovar as energias de um local! _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
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