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Elementos de Máquinas Teoria das Falhas Estáticas Elementos de Máquinas Introdução sua resistência” 1. Porque as peças falham? Resp.: “peças falham porque suas tensões superaram sua resistência” Resp.: “depende” 2. Que tipo de tensão causa a falha: Tração? Compressão? Cisalhamento? Resp.: “depende” 3. Depende do material e sua resistência, do carregamento e da presença de trincas. Elementos de Máquinas Introdução FALHAS Engenheiros de projeto e ao desenvolvimento de estruturas e componentes de máquinas devem estabelecer um limite superior para o estado de tensão que defina a falha do material. O que queremos dizer com falha? • Uma peça pode falhar se suas deformações e distorções forem grandes o suficiente para que não funcione adequadamente. • Uma peça pode falhar também sofrendo ruptura e separando-se. • Ambas as condições são falhas, mas os mecanismos que as causam são muito diferentes. Elementos de Máquinas Introdução FALHAS • Material dúctil: geralmente a falha será especificada pelo início do escoamento; • Material frágil: a falha será especificada pela fratura. • A "teoria'' por trás das diversas teorias clássicas de falha é que “qualquer fenômeno responsável pela falha do material no ensaio de tração padronizado será também responsável pela falha sob todas as demais condições de carregamento estático”. Juvinall [1] Elementos de Máquinas Introdução Materialização do estudo de falhas em materiais – Fase I Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS esforços” 1. Onde ocorrem as falhas? Resp.: “em componentes sujeitos a esforços” do material. 2. Que elementos resistem a estas falhas? Resp.: A coesão da estrutura cristalina interna do material. esforço 3. A resistência é avaliada na sua seção transversal em um corte realizado no material sujeito ao esforço Esforços – Viga suportada por reações 𝑅 𝑒 𝑅 e carregada por forças concentradas 𝐹 , 𝐹 𝑒 𝐹 Diagrama de corpo livre de uma viga simplesmente apoiada (a) Viga cortada em 𝑥 = 𝑥 , removida como um corpo livre: força de cisalhamento interna V e momento fletor M reagem sobre a superfície de corte para garantir o equilíbrio (b) Materialização do estudo de falhas em materiais – Fase II Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Tensões e Deformações – separando a superfície interna em (b), força e momento se manifestam na como distribuição de forças ao longo de toda a área transversal. Distribuição de forças em um ponto da superfície terá: componente na direção normal (𝜎) e tangencial (𝜏) Diagrama de corpo livre de uma viga simplesmente apoiada (a) Viga cortada em 𝑥 = 𝑥 , removida como um corpo livre: força de cisalhamento interna V e momento fletor M reagem sobre a superfície de corte para garantir o equilíbrio (b) −𝜎 +𝜎 𝐿𝑖𝑛𝑓ℎ𝑎 𝑁𝑒𝑢𝑡𝑟𝑎 𝜌 − 𝑟𝑎𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 V Seção Transversal viga cortada em 𝑥 = 𝑥 𝜏 á = 3𝑉 2𝐴 𝜎 = 𝑀 𝑐 𝐼 c Componentes cartesianas de Tensão – são estabelecidas definindo-se três superfícies mutuamente ortogonais em um elemento dentro do corpo sendo 𝜎 a tensão normal na direção 𝑥. Tensão de cisalhamento resultante que atua na superfície 𝜏 , pode ser decomposta nas componentes nas direções 𝑦 e 𝑧, 𝜏 e 𝜏 , ver figura F1. Estado triplo de tensão é mostrado na figura e definido por nove componentes de tensão, 𝜎 , 𝜎 , 𝜎 , 𝜏 , 𝜏 , 𝜏 , 𝜏 , 𝜏 𝑒 𝜏 . Para o equilíbrio temos: 𝜏 = 𝜏 ; 𝜏 = 𝜏 ; 𝜏 = 𝜏 . Estado duplo de tensão ou estado plano em que a normal à superfície livre de tensões é a direção 𝑧, tal que 𝜎 = 𝜏 = 𝜏 = 0, ver figura F2. Materialização do estudo de falhas em materiais – Fase III Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS F2: (a) figura tridimensional; F1: Componentes de tensão na superfície normal à direção 𝑥 (b): Tensão plana, componentes de cisalhamento transversal (𝜏) de igual magnitude. Elementos de Máquinas Introdução planos de deslizamento Elemento do material tirado de um corpo de prova para um ensaio de tração submetido ao limite de escoamento Tensão de cisalhamento máxima é determinada a partir do círculo de Mohr. Esses planos coincidem com as direções das linhas de Lüder, indicam que a ruptura ocorre por cisalhamento. Tensão de cisalhamento atua no planos a 45º a partir dos planos de tensão principal Hipóteses simplificadoras do modelo Elementos de Máquinas Introdução Simplificar os modelos aplicados aos métodos de cálculo: assumir algumas hipóteses a respeito do material assume-se que seja: • Isotrópico, em outras palavras, apresentam as mesmas propriedades mecânicas em todas as direções de solicitação; • Durante o processo ocorre um pequeno aumento de volume devido ao aumento da densidade de discordâncias; ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas Material deformado por carregamento externo tende a armazenar energia internamente em todo o seu volume. O deslizamento é causado pela tensão de cisalhamento e é acompanhado pela distorção na forma da peça. A energia acumula da na peça devido a essa distorção é um indicador da magnitude da tensão de cisalhamento presente. Critério de falha baseado nas distorções provocadas pela energia de deformação. ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas Mecanismo de deformação devido ao desliza mento relativo dos átomos do material dentro da sua estrutura cristalina. Figura 1: Deformação plástica produzida pela movimentação de uma discordância em cunha ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas Mecanismo de deformação devido ao desliza mento relativo dos átomos do material dentro da sua estrutura cristalina. Figura 2: Formação de um degrau na superfície de um metal pela movimentação de (a) uma discordância em cunha e (b) uma discordância em hélice. ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas • qualquer material elástico sujeito a um determinado estado de tensões sofre uma (pequena) variação de forma, de volume ou ambas. • energia necessária para produzir essa variação é armazenada no material na forma de energia elástica. • foi verificado que os materiais empregados em engenharia podem suportar grandes pressões hidrostáticas: condição em que 𝜎 = 𝜎 = 𝜎 , gerando uma grande compressão, sem danos. postulado: um determinado material tem uma capacidade limitada de absorver energia de distorção (variação apenas de forma), e ao ser submetido a uma quantidade maior do que esse limite ele escoa (inicia deformação plástica). ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas Para desenvolver a teoria, observe, na Figura 3(a), a unidade de volume sujeita a um estado de tensão tridimensional qualquer representado pelas tensões 𝜎 , 𝜎 𝑒 𝜎 ; Estado de tensão em (b) componente hidrostático e (c) componente distorcional. Figura 3 – (a) Elemento com tensões triaxiais passando por mudança de volume e distorção angular (b) Elemento sob tensão hidrostática passando somente por mudança de volume, (c) Elemento tendo somente distorção angular, sem mudança de volume ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas COMPONENTES DA ENERGIA DE DEFORMAÇÃO Carga que produz energia como mostra: Dois componentes 𝑈 Energia de distorção 𝑈 Carregamento hidrostático Expressão de cada uma das tensões principais em termos de uma componente hidrostática. (2) Somando as três tensões principais de (2) e isolando 𝜎 , vem. (3) (1) Aplicando a lei de Hooke, obtem-se a expressãoda energia de deformação: Como U = 𝑈 + 𝑈 → 𝑈 = 𝑈 − 𝑈 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝜎 = 𝜎 ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas Uma mudança volumétrica sem distorção, os termos dentro dos parênteses (distorção) na expressão (3) são desconsiderados, desta forma, a expressão (3), isolando 𝜎 , será: Expressão da parcela da energia de deformação associada à mudança hidrostática do volume Uh : • Aplicando a lei de Hook e substituindo 𝜎 , isolado em (4), na expressão da energia Uh , tem-se: (4) (5) Simplificando a equação (5) e reescrevendo vem: (6) Substituindo 𝜎 obtida na equação (4) na expressão (6) teremos: 𝑈 = (7) ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas (8) Energia de distorção por unidade de volume resultante da expressão (8): ENERGIA DE DISTORÇÃO Como 𝑈 = 𝑈 − 𝑈 , substituindo-se as expressões obtidas da energias de distorção e hidráulica, vem: 𝑈 = − 𝑈 = 1 + 3𝐸 𝜎 + 𝜎 + 𝜎 − 𝜎 𝜎 − 𝜎 𝜎 − 𝜎 𝜎 (9) Comparar a expressão (9) de energia de distorção por unidade de volume com a energia de distorção por unidade de volume presente em um corpo de prova em um ensaio de tração (principal fonte de informação sobre a resistência do material). Tensão de falha de interesse 𝜎 (𝑆 ) ELEMENTOS DE MÁQUINASFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da Máxima Energia de Distorção de von Mises-Hencky Elementos de Máquinas Expressão que se aplica ao estado triplo de tensão: ENERGIA DE DISTORÇÃO Teste de tração estado uniaxial de tensões, portanto, 𝜎 = 𝜎 (𝑆 ) e 𝜎 = 𝜎 = 0, substituindo estes valores na expressão (9), vem: (10) Expressão para o critério de falha no estado duplo de tensão onde 𝜎 = 0: Critério de falha obtido igualando a expressão geral (9) à expressão específica da falha para obter: 1 + 3𝐸 𝑆 = 1 + 3𝐸 𝜎 + 𝜎 + 𝜎 − 𝜎 𝜎 − 𝜎 𝜎 − 𝜎 𝜎 𝑺𝒚 = 𝝈𝟏 𝟐 + 𝝈𝟐 𝟐 + 𝝈𝟑 𝟐 − 𝝈𝟏𝝈𝟐 − 𝝈𝟐𝝈𝟑 − 𝝈𝟏𝝈𝟑 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Energia de distorção para o estado duplo de tensão Figura 4 – interior da elipse define a região de combinação de tensões biaxiais segura contra o escoamento sob carregamento estático no caso 2D normalizada para a tensão de escoamento do material. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Energia de distorção no caso tridimensional Figura 5 – Local tridimensional de falha para a teoria da energia de distorção. TENSÃO EQUIVALENTE DE VON MISES Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS • conveniente, em situações envolvendo tensões combinadas normal e de cisalhamento no mesmo ponto 𝜎 usada para usada para representar a combinação de tensões. • tensão equivalente de von Mises σ' é definida como a tensão de tração uniaxial que criaria a mesma energia de distorção que é criada pela combinação atual das tensões aplicadas. • permite tratar casos de tensão multiaxial combinada a tensões de cisalhamento como se fossem devidos a um carregamento de tração pura. • Para o estado plano de tensão: Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS • Para efeito de projeto inclui-se o coeficiente de segurança Equação do estado tridimensional de tensões, Equação do estado duplo de tensões: CISALHAMENTO PURO • Círculo de Mohr para torçãopura: 𝜎 = 𝜎 = 0 𝜏 = 𝑇𝑐 𝐽 𝜎 = 𝜎 = 𝑇𝑐 𝐽 ; 𝜏 = 0 𝜎 = 𝜎 = 𝜏 TENSÃO EQUIVALENTE DE VON MISES Como 𝜎 = 𝜎 = 𝜏 devido à torção pura, localizado na linha reta a partir da origem da elipse da figura 7 a partir de uma origem a −45°. Valores absolutos de acordo com o critério de falha para o estado duplo de tensão: 𝑆 = 𝜎 + 𝜎 𝜎 + 𝜎 = 3𝜎 = 3𝜏 á 𝜎 = 𝑆 3 = 0,577𝑆 = 𝜏 á (𝐼) • A relação (I) acima define a tensão de cisalhamento no escoamento Sys de qualquer material dúctil como uma fração da tensão normal de escoamento Sy determinada no teste de tração. 𝑺𝒚𝒔 = 𝟎, 𝟓𝟕𝟕𝑺𝒚 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS TENSÃO EQUIVALENTE DE VON MISES TENSÃO EQUIVALENTE DE VON MISES Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Valores absolutos de 𝜎 𝑒 𝜎 nos pontos A e B são encontrados segundo as equações: CISALHAMENTO PURO Figura 7 – Elipse da energia de distorção no caso 2D normalizada para a tensão de escoamento do material. −45° 𝑆 :Tensão de cisalhamento no escoamento do material dúctil. 𝑆 : Tensão normal de escoamento determinada no teste de tração. Baseado nos experimentos e na teoria da energia de distorção. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS A falha nos casos de materiais dúcteis submetidos a carregamentos estáticos de tração se deve à tensão de cisalhamento. A teoria da tensão máxima de cisalhamento de Tresca Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS A falha ocorre quando a tensão máxima de cisalhamento em uma região excede a tensão máxima de cisalhamento de um corpo de prova sob tração em escoamento (metade da tensão normal de escoamento). A tensão de cisalhamento no escoamento de um material dúctil é: A teoria da tensão máxima de cisalhamento de Tresca Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS A tensão de cisalhamento no escoamento de um material dúctil é: Figura 8 – hexágono 2D da teoria da tensão de cisalhamento inscrito na elipse da energia de distorção. Teoria mais conservadora que a teoria da distorção A teoria da tensão máxima de cisalhamento de Tresca Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Coeficiente de segurança para a teoria da tensão máxima de cisalhamento: Figura 9 – local de falha tridimensional pela teoria da energia de distorção e pela teoria da tensão máxima de cisalhamento. EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Determine os coeficientes de segurança para o suporte do tirante mostrado na Figura abaixo, baseado tanto na teoria da energia de distorção como na teoria da máxima tensão de cisalhamento, e compare-os. Dados: O material é alumínio 2024-T4 com tensão de escoamento de 47.000 psi. O comprimento da haste é l = 6 in e do braço a=8 in. O diâmetro externo da haste é d = 1,5 in. A força é F=1000 lb. Hipóteses: O carregamento é estático e o conjunto está a temperatura ambiente. Considere o cisalhamento devido à força cortante, assim como outras tensões. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Solução: I. A haste é solicitada tanto à flexão (como uma viga engastada) como à torção, uma situação que envolve tensões combinadas normal e de cisalhamento. II. Avaliar o fenômeno físico, como mostra a figura (a), quanto aos pontos de interesse para cálculo de tensões. III. Elaborar o diagrama de esforços solicitantes, calcular os valores máximos de momento e força cortante. IV. Calcular as tensões de cisalhamento máximas e as tensões principais da combinação de tensões aplicadas. V. Calcular a tensão equivalente de Von Mises e o coeficiente de segurança. VI. Calcular coeficiente de segurança usando a teoria da máxima tensão de cisalhamento e compará-las. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Solução: Dados: 𝜎 = ; 𝜏 = ; 𝐼 = ; 𝐽 = ; 𝜏 á = 𝜎 − 𝜎 2 + 𝜏 ; 𝜎 á / = 𝜎 , = 𝜎 + 𝜎 2 ± 𝜏 á 𝜎 = 𝜎 − 𝜎 𝜎 + 𝜎 ; 𝑁 = 𝑆 𝜏 á ; 𝑆 = 0,577𝑆 ; 𝑆 = 0,50𝑆 III. Diagrama dos esforços solicitantes. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Solução: I. Calcular as tensões de cisalhamento máximas e as tensões principais da combinação de tensões aplicadas. Cálculo dos momentos de inércia: 𝐼 = ( , ) = 0,249𝑖𝑛 ; 𝐽 = , = 0,497𝑖𝑛 Momento fletor máximo: 6.000lb.in Tensão normal em relação ao eixo x: 𝜎 = → 𝜎 = . ( , ) , → 𝜎 = 18.072𝑝𝑠𝑖 (𝑙𝑏 𝑖𝑛 )⁄ Tensão de cisalhamento no eixo x: 𝜏 = → 𝜏 = . ( , ) , → 𝜏 = 12.072𝑝𝑠𝑖 (𝑙𝑏 𝑖𝑛 )⁄ • Cálculo das tensões principais: 𝜏 á = + 𝜏 → 𝜏 á = . + 12.072 𝜏 á = 15,079𝑝𝑠𝑖 Elementos de MáquinasFALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Solução: • Cálculo das tensões principais: • 𝜎 á / = 𝜎 / = ± 𝜏 á • 𝜎 á = 𝜎 = . + 15.079𝑝𝑠𝑖 → 𝜎 = 24.115𝑝𝑠𝑖 • 𝜎 = 𝜎 = . − 15.079𝑝𝑠𝑖 → 𝜎 = −6.043𝑝𝑠𝑖 V. Calcular a tensão equivalente de Von Mises para tensões combinadas. 𝜎 = 𝜎 − 𝜎 𝜎 + 𝜎 → 𝜎 = 24115 − 24115(−6043) + (−6043) → 𝜎 = 27.636𝑝𝑠𝑖 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Solução: • A máxima tensão de cisalhamento, na flexão, em uma viga maciça, com seção transversal circular é, na linha neutra: 𝜏 á = 4𝑉 3𝐴 → 𝜏 á = 4.1000𝑙𝑏𝑓 3 𝜋(1,5𝑖𝑛) 4 → 𝜏 á = 755𝑝𝑠𝑖 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS • Tensão de cisalhamento total no ponto B: soma algébrica do cisalhamento devido à força cortante e o cisalhamento devido à torção, que atuam no mesmo plano e sentido do elemento infinitesimal como mostrado na figura (c) ao lado: 𝜏 á = 𝜏 ã + 𝜏 çã → 𝜏 á = 12.072𝑝𝑠𝑖 + 755𝑝𝑠𝑖 → 𝜏 á = 12.827𝑝𝑠𝑖 EXEMPLO 1 (5-1 do Norton) Solução: VI. Calcular coeficiente de segurança usando a energia de distorção para cisalhamento puro e a teoria da máxima tensão de cisalhamento e compará-las. • Coeficiente de segurança da teoria da energia de distorção para cisalhamento puro: 𝑁 = 𝑆 𝜏 á → 𝑁 = 0,577𝑆 𝜏 á → 𝑁 = 0,577(47.000𝑝𝑠𝑖) 12.827𝑝𝑠𝑖 → 𝑵 = 𝟐, 𝟏 • Coeficiente de segurança teoria da máxima tensão de cisalhamento: 𝑁 = 𝑆 𝜏 á → 𝑁 = 0,5𝑆 𝜏 á → 𝑁 = 0,5(47.000𝑝𝑠𝑖) 12.827𝑝𝑠𝑖 → 𝑵 = 𝟏, 𝟖 V. Coeficiente de segurança N para que o estado de tensões esteja dentro da elipse de falha por tensões. 𝑁 = 𝑆 𝜎 → 𝑁 = 47.000𝑝𝑠𝑖 27.636𝑝𝑠𝑖 → 𝑵 = 𝟏, 𝟕 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Exercício 1 A viga mostrada na figura abaixo foi construída de um material com Sy = 150MPa. Determinar a largura b da viga, sabendo-se que L = 1,5m, h=0,35m, P=100.000N, segurança N=1,7, para que o estado de tensões esteja dentro da elipse de falha por tensões. Dados: 𝑀 = 𝑃. 𝐿; 𝜎 = ; 𝐼 = ; 𝑁 =; ; 𝜏 = Projeto: teoria da energia de distorção, logo: 𝑁 = 0,577𝑆 𝜏 á Solução: I. Elaborar o diagrama de esforços encontrando o valor do momento fletor máximo (para carregamentos mais complexos) II. Encontrar a largura pela teoria de energia de distorção devido à força cortante. III. Cálculo da largura b da viga pelo momento fletor máximo. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Exercício 1 Solução: II. Encontrar a largura pela teoria da energia de distorção devido à força cortante. 𝜏 á = 𝜏 = 3𝑉 2𝐴 → 𝜏 á = 3𝑉 2𝑏ℎ , mas: 𝑁 = 0,577𝑆 𝜏 á ∴ 3𝑉 2𝑏ℎ = 0,577𝑆 𝑁 → 𝑏 = 3𝑉𝑁 0,577𝑆 2ℎ 𝑏 = 3𝑉𝑁 0,577𝑆 2ℎ 𝑏 = 3(100.000𝑁)(1,7) 0,577 150. 10 𝑁 𝑚⁄ 2(0,35𝑚) 𝑏 = 8,4𝑚𝑚 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Segmento de uma viga sob flexão e força cortante – detalhe em torno do ponto A Exercício 1 Solução: III. Cálculo da largura b da viga pelo momento fletor máximo. 𝜎 = 𝑀𝑐 𝐼 → 𝜎 = 𝑃. 𝐿. ℎ 2 𝑏ℎ 12 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝜎 = 𝑆 𝑁 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜: 𝑆 𝑁 = 𝑃. 𝐿. ℎ 2 𝑏ℎ 12 ∴ 𝑏 = 6 𝑃. 𝐿. 𝑁 ℎ . 𝑆 → 𝑏 = 6 (100.000𝑁)(1,5𝑚)(1,7) (0,35𝑚) 150. 10 𝑁 𝑚⁄ → 𝒃 = 𝟖𝟑, 𝟐𝟔𝒎𝒎 Conclusão: 𝒃 ≥ 𝟖𝟑, 𝟐𝟔𝒎𝒎 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS • Razão: a combinação de tensões em qualquer elemento particular dentro da seção transversal raramente origina um estado de tensão pior que aquele existente nas fibras externas. • Regra prática: tensão de cisalhamento devido à força cortante em uma viga será suficientemente pequena a ponto de poder ser ignorada se a razão comprimento-altura da viga for igual ou superior a 10. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS DÚCTEIS Teoria da máxima tensão normal • a falha ocorrerá quando a tensão normal em uma peça atingir algum limite de resistência normal, como tensão normal de escoamento ou tensão normal de ruptura. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS A teoria da máxima tensão normal – incorreta para materiais dúcteis no 2° e no 4° quadrantes. • No primeiro e no terceiro quadrantes, a envoltória da teoria da máxima tensão normal coincide com a da teoria da tensão máxima de cisalhamento. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS • A falha ou resistência de materiais frágeis apresenta deformação verdadeira na fratura de 0,05 ou menos. • Materiais normalmente dúcteis podem desenvolver uma fratura frágil ou trinca, se usados abaixo da temperatura de transição. • Uma ferramenta de aço totalmente encruado, podem ser frágeis, tendem a ter resistência à compressão igual a sua resistência à tração → materiais uniformes • Muitos materiais fundidos, como o ferro fundido cinzento, são frágeis, mas têm sua resistência à compressão muito maior que sua resistência à tração → materiais não uniformes 1 -28 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Um corpo de prova para ensaio de tração, material dúctil, aço doce, antes e depois da ruptura. plano de falha está a 45° da tensão de tração aplicada, indicando que uma falha de cisalhamento ocorreu Círculo de Mohr para tensão de tração unidirecional. A falha de um componente de máquina sujeito a uma carga axial pode ser prevista por um simples ensaio de tração. A falha de um componente de máquina sujeito a uma carga axial pode ser prevista por um simples ensaio de tração. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS plano de falha é normal à tensão de tração aplicada, indicando que uma falha de tração ocorreu. Corpo de prova para ensaio de tração, material frágil, ferro fundido antes e depois da ruptura. Círculo de Mohr para tensão de tração unidirecional. 1 -28 Corpo de prova sujeito a torção: a resistência à quebra na torção é chamada de resistência ao cisalhamento ou tensão limite de ruptura no cisalhamento puro. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Corpos de prova para torção antes e apos falha: (a) aço dúctil (b) ferro fundido frágil. ferro fundido frágil falha em uma forma espiral ao longo de planos inclinados de 45° do eixo da peça. O corpo de prova de aço dúctil falha em um plano normal ao eixo do torque aplicado, pois materiais dúcteis são mais fracos sob cisalhamento. Círculo de Mohr para torção pura Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Graficamente → Círculos de Mohr para testes de tração e compressão, mostrando as envoltórias de falha em vermelho. materiais não uniformes: 𝜎 𝑆 > 𝜎 𝑆 . materiais uniformes: 𝜎 𝑆 = −𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 = −𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEISGraficamente → Duas representações gráficas da teoria da tensão normal máxima. O circulo de Mohr principal deve situar-se entre esses limites para evitar a falha 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆𝜎 𝑆 0 𝜎 𝜎 Gráfico 𝜎 − 𝜎 para tensões bidimensionais (isto é. quando 𝜎 = 0) o ponto de coordenadas (𝜎 , 𝜎 ) deve situar-se no interior da área sombreada para evitar a falha FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEISTeoria da tensão normal máxima (MNS) Algebricamente podemos considerar dois conjuntos de equações para linhas de carregamento, em que 𝜎 > 𝜎 , como 𝑁 = , no campo de ação de carregamento: 1º e 2º quadrantes e; 𝜎 𝜎 ≤ 𝜎 𝜎 𝑁 = − , no campo de ação de carregamento: 2º e 3º quadrantes e; 𝜎 𝜎 > 𝜎 𝜎 FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆𝜎 𝑆 0 𝜎 𝜎 1 -28 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝜎 𝜎 𝑆𝜎 𝑆 0 Gráfico 𝜎 − 𝜎 para tensões bidimensionais (isto é. quando 𝜎 = 0) o ponto de coordenadas (𝜎 , 𝜎 ) deve situar-se no interior da área sombreada para evitar a falha O circulo de Mohr principal deve situar-se entre esses limites para evitar a falha 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 Teoria de Coulomb-Mohr para materiais frágeis Essa teoria foi recomendada para materiais frágeis, para os quais a resistência à compressão é bemsuperior à resistência à tração. 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝜎 𝜎 𝑆𝜎 𝑆 0 Teoria de Coulomb-Mohr para materiais frágeis (BCM) Algebricamente podemos considerar três conjuntos de equações para linhas de carregamento, em que 𝜎 ≥ 𝜎 , no campo de ação de carregamento: 1º quadrante (𝜎 ≥ 𝜎 ≥ 0); 𝜎 = ; − = , no campo de ação de carregamento: 2º quadrante (0 ≥ 𝜎 ≥ 𝜎 ), e; 𝜎 ≥ −𝜎 , no campo de ação de carregamento: 3º quadrante (0 ≥ 𝜎 ≥ 𝜎 ) e 𝜎 = 0. Incorporando o coeficiente de segurança: 𝜎 = − Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Para cisalhamento puro: 𝜎 = −𝜎 = 𝜏𝐴, resistência torcional ocorre quando 𝜏 á = 𝑆 , logo: 𝑆 = e 𝑁 = 𝑆 𝜏 á 𝜎 𝑆 𝜎 𝑆 𝜎 𝜎 𝜎 𝑆𝜎 𝑆 0 Teoria de Coulomb-Mohr modificada (MM) Algebricamente podemos considerar três conjuntos de equações para linhas de carregamento, em que 𝜎 ≥ 𝜎 , no campo de ação de carregamento: 1º quadrante 𝜎 ≥ 𝜎 ≥ 0 → 𝜎 = ; no campo de ação de carregamento: 2º quadrante 0 ≥ 𝜎 ≥ 𝜎 𝑒 ≤ 1 → 𝜎 = ; 0 ≥ 𝜎 ≥ 𝜎 𝑒 𝜎 𝜎 > 1 → 𝜎 − 𝜎 𝜎 𝜎 𝜎 − 𝜎 𝜎 = 1 𝑁 𝜎 ≥ −𝜎 , no campo de ação de carregamento: 3º quadrante (0 ≥ 𝜎 ≥ 𝜎 ) e 𝜎 = 0. Incorporando o coeficiente de segurança: 𝜎 = − Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Exemplo 1 Um eixo com diâmetro de 25 mm é estaticamente torcido até 230 Nm. Ele é feito de alumínio 195-T6 fundido com uma resistência ao escoamento em tração de 160 MPa e uma resistência ao escoamento em compressão de 170 MPa. Ademais, é usinado ao diâmetro final. Estime o fator de segurança desse eixo. Dados: 𝜏 á = ; 𝐽 = ; 𝑆 = ; 𝑁 = á Solução: • Cálculo do coeficiente de segurança: encontrar os valor da tensão máxima de cisalhamento e comparar com o limite de resistência do material. 1. Cálculo da tensão máxima de cisalhamento 𝜏 á = 𝑇 𝑑 2 𝐽 → 𝜏 á = 𝑇 𝑑 2 𝜋𝑑 32 → 𝜏 á = 16𝑇 𝜋𝑑 → 𝜏 á = 16(230𝑁𝑚) 𝜋(0,025𝑚) → 𝜏 á = 75𝑀𝑃𝑎 2. Cálculo da resistência de escoamento do material 𝑆 = 𝑆 𝑆 𝑆 + 𝑆 → 𝑆 = 160𝑀𝑃𝑎 . (170𝑀𝑃𝑎) 160𝑀𝑃𝑎 + (170𝑀𝑃𝑎) → 𝑆 = 82,4𝑀𝑃𝑎 Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS Exemplo 1 Um eixo com diâmetro de 25 mm é estaticamente torcido até 230 Nm. Ele é feito de alumínio 195-T6 fundido com uma resistência ao escoamento em tração de 160 MPa e uma resistência ao escoamento em compressão de 170 MPa. Ademais, é usinado ao diâmetro final. Estime o fator de segurança desse eixo. Dados: 𝜏 á = ; 𝐽 = ; 𝑆 = ; 𝑁 = á Solução: • Cálculo do coeficiente de segurança: 𝑁 = 82,4𝑀𝑃𝑎 75𝑀𝑃𝑎 → 𝑵 = 𝟏, 𝟏𝟎 Exercício. Um ferro fundido ASTM possui resistências mínimas ao escoamento de 210 MPA sob tração e 700MPa sob compressão. Encontre os fatores de segurança utilizando as teorias BCM e MM para o seguinte estado de tensão em que 𝜎 = 140𝑀𝑃𝑎 𝑒 𝜎 = 42𝑀𝑃𝑎. Estado duplo de tensão cuja representação do elemento estudado está na figura abaixo. Elementos de Máquinas FALHA EM MATERIAIS FRÁGEIS 𝜎 =? , 𝜎 =? 𝜎 , = 𝜎 + 𝜎 2 ± 𝜎 − 𝜎 2 + 𝜏 𝜎 , = 140 + 42 2 ± 140 − 42 2 + 0 → 𝜎 , = 91 ± 49 Solução: 𝜏 = 0 ∴ 𝜎 = 140𝑀𝑃𝑎; 𝜎 = 42𝑀𝑃𝑎, 𝜎 ≥ 𝜎 ≥ 0 teoria BCM:𝜎 = → 140 = → 𝑁 = → 𝑵 = 𝟏, 𝟓 teoria MM:𝜎 = → 140 = → 𝑁 = → 𝑵 = 𝟏, 𝟓 1 -44 Elementos de Máquinas Referências Bibliográficas Shigley J o s e p h E . , Mischke Charles R., Budynas Richard G., PROJETO DE ENGENHARIA MECÂNICA. Bookman Ed. LTDA, 7ª ed., Porto Alegre, 2008, 960p. Norton Robert L., PROJETO DE MÁQUINAS – Uma abordagem Integrada. Ed., Bookman Ed. LTDA, 4ª ed., Porto Alegre, 2013, 1055p. Juvinall Robert C., Marshek Kut M.,PROJETO DE COMPONENTES DE MÁQUINAS. LTC, 4ª ed., Rio de Janeiro, 2008, 518p.
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