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apostila módulo 7

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DIREITO ADMINISTRATIVO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barbacena/MG 
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Índice 
 
 
1. LICITAÇÕES ........................................................................................................... 3 
1.1 Princípios da Licitação ....................................................................................... 5 
1.1.1 Procedimento formal — formalismo ............................................................ 5 
1.1.2 Publicidade .................................................................................................. 5 
1.1.3 Igualdade .................................................................................................... 6 
1.1.4 Sigilo na Apresentação das Propostas ........................................................ 7 
1.1.5 Julgamento Objetivo .................................................................................... 7 
1.1.6 Vinculação ao Edital/Instrumento Convocatório .......................................... 7 
1.1.7 Adjudicação Compulsória ao Vencedor ...................................................... 8 
1.2 Competência Legislativa .................................................................................... 9 
1.3 Características ................................................................................................... 9 
1.4 Objeto da Licitação .......................................................................................... 11 
1.5 Definições ........................................................................................................ 12 
1.6 Obras e Serviços ............................................................................................. 15 
1.7 Compras .......................................................................................................... 18 
1.8 Alienações ....................................................................................................... 19 
1.9 Modalidades .................................................................................................... 21 
1.9.1 Concorrência ............................................................................................. 22 
1.9.2 Tomada de Preços .................................................................................... 25 
1.9.3 Convite ...................................................................................................... 26 
1.9.4 Concurso ................................................................................................... 27 
1.9.5 Leilão ......................................................................................................... 29 
1.10 Da Escolha da Modalidade ............................................................................ 30 
1.11 Procedimentos ............................................................................................... 31 
1.11.1 Edital ....................................................................................................... 33 
1.11.2 Habilitação .............................................................................................. 35 
1.11.3 Classificação ........................................................................................... 40 
1.11.4 Julgamento .............................................................................................. 41 
1.11.5 Homologação e Adjudcação ................................................................... 45 
1.12 Dispensa de Licitação .................................................................................... 45 
1.13 Inexigibilidade de Licitação ............................................................................ 48 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. LICITAÇÕES 
 
Licitação é o processo administrativo utilizado pela Administração Pública e 
pelas demais pessoas indicadas pela lei com o objetivo de selecionar a melhor 
proposta, por meio de critérios objetivos e impessoais, para celebração de contratos. 
O art. 3.º da Lei 8.666/1993 elenca os objetivos da licitação, quais sejam: a) garantir 
a observância do princípio constitucional da isonomia, b) selecionar a proposta mais 
vantajosa para a Administração e c) promover o desenvolvimento nacional 
sustentável. A licitação é uma regra constitucional (art. 37, XXI, da CF/88) que deve 
ser seguida para formalização de contratos pela Administração Pública. Trata-se, 
destarte, de procedimento administrativo instrumental, pois serve como instrumento 
necessário para o alcance de uma finalidade: a contratação pública. (Oliveira, 2015, 
p. 26). 
 
CF/88 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, 
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação 
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com 
cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as 
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá 
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia 
do cumprimento das obrigações. (Regulamento) 
 
Aproveitando, parcialmente, o conceito de José Roberto Dromi (1972:92), 
pode-se definir a licitação como o procedimento administrativo pelo qual um ente 
público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se 
sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de 
formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente 
para a celebração de contrato. Ao falar-se em procedimento administrativo está-se 
fazendo referência a uma série de atos preparatórios do ato final objetivado pela 
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Administração. A licitação é um procedimento integrado por atos e fatos da 
Administração e atos e fatos do licitante, todos contribuindo para formar a vontade 
contratual. Por parte da Administração, o edital ou convite, o recebimento das 
propostas, a habilitação, a classificação, a adjudicação, além de outros atos 
intermediários ou posteriores, como o julgamento de recursos interpostos pelos 
interessados, a revogação, a anulação, os projetos, as publicações, anúncios, atas 
etc. Por parte do particular, a retirada do edital, a proposta, a desistência, a 
prestação de garantia, a apresentação de recursos, as impugnações. (Pietro, 2012, 
p. 212). 
A Lei Nº 8.666, de 21 de junho de 1993 estabelece normas gerais sobre 
licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Subordinam-se ao regime desta Lei, 
além dos órgãos da administraçãodireta, os fundos especiais, as autarquias, as 
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e 
demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios. 
As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, 
concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas 
com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as 
hipóteses previstas na Lei. Nesse sentido considera-se contrato todo e qualquer 
ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que 
haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de 
obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. 
 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da 
isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção 
do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita 
conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da 
moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação 
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.666-1993?OpenDocument
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1.1 Princípios da Licitação 
 
A Lei n. 8.666/93 enumera os princípios incidentes no procedimento 
licitatório: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade 
administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo, além 
de outros que lhe são correlatos. A doutrina, sem unanimidade, enumera outros: 
competitividade, padronização, ampla defesa. Há, porém, aceitação majoritária dos 
seguintes princípios: a) Procedimento formal — formalismo; b) Publicidade; c) 
Igualdade; d) Sigilo na apresentação das propostas; e) Julgamento objetivo; f) 
Vinculação ao edital; g) Adjudicação compulsória ao vencedor. (Rosa, 2011, p. 
22/23). 
 
1.1.1 Procedimento formal — formalismo 
 
O princípio do procedimento formal é o que impõe a vinculação da licitação 
às prescrições legais que a regem em todos os seus atos e fases. Essas prescrições 
decorrem não só da lei mas, também, do regulamento, do caderno de obrigações e 
até do próprio edital ou convite, que complementa as normas superiores, tendo em 
vista a licitação a que se refere (Lei 8.666/93, art. 4.º). Procedimento formal, 
entretanto, não se confunde com "formalismo", que se caracteriza por exigências 
inúteis e desnecessárias. Por isso mesmo, não se anula o procedimento diante de 
meras omissões ou irregularidades formais na documentação ou nas propostas 
desde que, por sua irrelevância, não causem prejuízo à Administração ou aos 
licitantes. A regra é a dominante nos processos judiciais: não se decreta a nulidade 
onde não houver dano para qualquer das partes - pas de nullité sans grief, como 
dizem os franceses. (Meirelles, 1998, p. 156). 
 
1.1.2 Publicidade 
 
O princípio da publicidade dos atos do procedimento licitatório, a par de se 
encontrar expresso no caput do art. 3º da Lei 8.666/93, está explicitado no § 3º do 
mesmo artigo, consoante o qual a licitação não será sigilosa, sendo públicos e 
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acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das 
propostas, até a respectiva abertura. O objetivo evidente do princípio da publicidade, 
no que respeita às licitações, é permitir o acompanhamento e controle do 
procedimento não só pelos participantes como também, quiçá principalmente, pelos 
administrados em geral. Estes podem sustar ou impugnar quaisquer atos lesivos à 
moralidade administrativa ou ao patrimônio público, representar contra ilegalidades 
ou desvios de poder etc. O art. 4° da Lei expressamente assegura a qualquer 
cidadão o direito de acompanhar o desenvolvimento do certame, direito esse que, 
evidentemente, inclui a fiscalização de sua lisura. Os instrumentos à disposição são 
inúmeros, bastando mencionarmos a ação popular (CF, art. 5º, LXXIII), o direito de 
petição (CF, art. 5º, XXXIV, "a") e até mesmo, quando cabível, o mandado de 
segurança (CF, art. 5º, LXIX) ou o habeas data (CF, art. 5º, LXXII). O princípio da 
publicidade impõe, ainda, que os motivos determinantes das decisões proferidas em 
qualquer etapa do procedimento sejam declarados. Decisões em que fossem 
omitidos os motivos impossibilitariam o efetivo controle do procedimento pelos 
participantes e pelos cidadãos em geral. (Alexandre e Paulo, 2008, p. 527). 
 
1.1.3 Igualdade 
 
O outro fundamento da licitação foi a necessidade de proporcionar igualdade 
de oportunidades a todos quantos se interessam em contratar com a Administração, 
fornecendo seus serviços e bens (o que é mais comum), ou àqueles que desejam 
apresentar projetos de natureza técnica, científica ou artística. A se permitir a livre 
escolha de determinados fornecedores pelo administrador, estariam alijados todos 
os demais, o que seria de se lamentar, tendo em vista que, em numerosas ocasiões, 
poderiam eles apresentar à Administração melhores condições de contratação. 
Cumpre, assim, permitir a competitividade entre os interessados, essencial ao 
próprio instituto da licitação. Como é evidente, esse fundamento se agrega à noção 
que envolve os princípios da igualdade e da impessoalidade, de obrigatória 
observância por todos aqueles que integrem os quadros da Administração. 
(Carvalho Filho, 2014, p. 244). 
 
 
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1.1.4 Sigilo na Apresentação das Propostas 
 
O sigilo é obrigatório e o conteúdo das propostas somente pode ser 
conhecido após a formal abertura dos envelopes. Devassar o conteúdo de proposta 
apresentada corresponde a crime (Lei n. 8.666/93, art. 94) e à prática de ato de 
improbidade administrativa (Lei n. 8.429/92, art. 10, VIII). O princípio assegura a 
competitividade do certame (princípio correlato) e a observância da igualdade entre 
os licitantes. De fato, ponto cardeal da licitação é a não ocorrência de fraude que 
permita a um licitante conhecer antecipadamente a proposta apresentada por outro 
concorrente. Por isso, exige-se a apresentação de propostas em envelopes lacrados 
e somente abertos em sessão pública (Lei n. 8.666/93, art. 43, § 1º). Interessa notar 
que o tratamento privilegiado que deve ser deferido para as microempresas e 
empresas de pequeno porte (que podem alterar as suas propostas para reduzir o 
valor) não viola o sigilo, porquanto a modificação somente é operada depois de 
conhecidas todas as propostas apresentadas. (Rosa, 2011, p. 22). 
 
1.1.5 Julgamento Objetivo 
 
Obriga a Administração Pública, por meio do órgão encarregado de 
promover a licitação (Comissão de Licitação), a proferir decisões objetivas e de 
acordo com as regras estabelecidas pela legislação e pelo edital da licitação, 
impossibilitando qualquer tipo de análise subjetiva e/ou pessoal por parte dos 
responsáveis pela condução do processo licitatório, afigura-se como um 
desdobramento do princípio da impessoalidade, no âmbito do processo de licitação. 
Assim, conforme o art. 45 da Lei de Licitações, o julgamento das propostas será 
objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo 
em conformidade com os tipos de licitação,os critérios previamente estabelecidos 
no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de 
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. 
 
 1.1.6 Vinculação ao Edital/Instrumento Convocatório 
 
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 O instrumento de convocação é, em regra, o edital, exceto no convite, em 
que a lei define a convocação mediante carta convite que se trata de um instrumento 
convocatório simplificado. O edital é a "lei" interna da licitação, e deve definir tudo o 
que for importante para o certame, vinculando os licitantes e a Administração 
Pública à sua observância. O edital é ato administrativo, submisso à lei, devendo 
estar formulado de acordo com a as disposições legais. A elaboração do edital pela 
Administração pública é livre, havendo discricionariedade na sua elaboração, na 
busca de satisfazer os interesses da coletividade, todavia, após a sua publicação, a 
Administração fica vinculada àquilo que foi publicado. Com efeito, a 
discricionariedade administrativa se encerra no momento da elaboração do edital e, 
uma vez publicado o mesmo, seu cumprimento é imperativo. (Matheus Carvalho, 
2015). 
 
1.1.7 Adjudicação Compulsória ao Vencedor 
 
Com relação ao princípio da adjudicação compulsória, significa, segundo 
Hely Lopes Meirelles (1989:244), que a Administração não pode, concluído o 
procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o vencedor. “A 
adjudicação ao vencedor é obrigatória, salvo se este desistir expressamente do 
contrato ou o não firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. A 
compulsoriedade veda também que se abra nova licitação enquanto válida a 
adjudicação anterior”. Adverte ele, no entanto, que “o direito do vencedor limita-se à 
adjudicação, ou seja, à atribuição a ele do objeto da licitação, e não ao contrato 
imediato. E assim é porque a Administração pode, licitamente, revogar ou anular o 
procedimento ou, ainda, adiar o contrato, quando ocorram motivos para essas 
condutas. O que não se lhe permite é contratar com outrem, enquanto válida a 
adjudicação, nem revogar o procedimento ou protelar indefinidamente a adjudicação 
ou a assinatura do contrato sem justa causa”. Em verdade, a expressão 
“adjudicação compulsória” é equívoca, porque pode dar a idéia de que, uma vez 
concluído o julgamento, a Administração está obrigada a adjudicar; isto não ocorre, 
porque a revogação motivada pode ocorrer em qualquer fase da licitação. Tem-se 
que entender o princípio no sentido de que, se a Administração levar o procedimento 
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a seu termo, a adjudicação só pode ser feita ao vencedor; não há um direito 
subjetivo à adjudicação quando a Administração opta pela revogação do 
procedimento. (Pietro, 2012, p. 220). 
 
1.2 Competência Legislativa 
 
A competência para legislar sobre normas gerais de licitações e contratos 
está definida no art. 22 da CF/88. 
 
CF/88 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, 
para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos 
termos do art. 173, § 1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
19, de 1998) 
 
Na forma do art. 22, XXVII, da CF/88, compete à União legislar sobre 
normas gerais de licitações e contratos. É importante frisar que o texto constitucional 
estabeleceu a competência privativa apenas em relação às normas gerais, razão 
pela qual é possível concluir que todos os Entes Federados podem legislar sobre 
normas específicas. Desta forma, em relação à competência legislativa, é possível 
estabelecer a seguinte regra: União: competência privativa para elaborar normas 
gerais (nacionais), aplicáveis a todos os Entes Federados. União, Estados, DF e 
Municípios: competência autônoma para elaboração de normas específicas 
(federais, estaduais, distritais e municipais), com o objetivo de atenderem as 
peculiaridades socioeconômicas, respeitadas as normas gerais. (Oliveira, 2015, p. 
27). 
 
1.3 Características 
 
É vedado aos agentes públicos admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de 
convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o 
seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e 
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estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou 
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante 
para o específico objeto do contrato, bem como, estabelecer tratamento diferenciado 
de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre 
empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade 
e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências 
internacionais. 
Entretanto, havendo igualdade de condições, como critério de desempate, 
será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços, produzidos no 
País, produzidos ou prestados por empresas brasileiras. Produzidos ou prestados 
por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no 
País. Produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de 
reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da 
Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na 
legislação. 
Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência 
para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas 
técnicas brasileiras; e bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que 
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com 
deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de 
acessibilidade previstas na legislação. 
Esta margem de preferência será estabelecida com base em estudos 
revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em 
consideração: geração de emprego e renda; efeito na arrecadação de tributos 
federais, estaduais e municipais; desenvolvimento e inovação tecnológica realizados 
no País; custo adicional dos produtos e serviços; e em suas revisões, análise 
retrospectiva de resultados. Para os produtos manufaturados e serviços nacionais 
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá 
ser estabelecido margem de preferência adicional. 
As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo 
de serviços, a que se serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a 
soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço 
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. 
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Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, 
mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado 
promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou 
daqueles por ela indicadosa partir de processo isonômico, medidas de 
compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas 
de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder 
Executivo federal. 
Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao 
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, 
considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser 
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País. 
Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos públicos têm 
direito à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo 
qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de 
modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. 
Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como 
expressão monetária a moeda corrente nacional, devendo cada unidade da 
Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, 
locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte 
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas 
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e 
mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada. 
 
1.4 Objeto da Licitação 
 
O objeto da licitação é o conteúdo do futuro contrato que será celebrado pela 
Administração Pública. Os arts. 1.º e 2.º da Lei 8.666/1993 enumeram os objetos da 
licitação e do contrato administrativo, a saber: obras, serviços, inclusive de 
publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da 
Administração Pública. É importante notar, todavia, que o rol é exemplificativo, pois 
a regra constitucional da licitação se impõe para todo e qualquer contrato 
administrativo, independentemente do objeto (art. 37, XXI, da CRFB), salvo as 
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hipóteses de contratação direta. É fundamental que o instrumento convocatório 
(edital ou carta convite) descreva o objeto da licitação de forma “sucinta e clara” (art. 
40, I, da Lei 8.666/1993). (Oliveira, 2005, p. 32). 
Por objeto da licitação compreende-se o objeto do futuro contratado, ou seja, 
o que pretende a Administração Pública contratar. Podem ser: obras, serviços, 
inclusive de publicidade, compras, alienações, locações, concessões e permissões 
(Lei n. 8.666/93, art. 1º). A indicação e a definição precisa do objeto constituem 
pressuposto de validade ou condição de legitimidade da licitação. Em regra, não se 
admite a divisão ou fracionamento do objeto, sendo ele uno e indivisível. Há 
situações, porém, em que a divisão é tecnicamente sustentável ou há carência de 
recursos, admitindo-se o fracionamento, que sempre deverá ser justificado pela 
autoridade administrativa para o processo licitatório. Em qualquer caso, porém, não 
é admissível a divisão do objeto como meio de permitir a realização de licitação em 
modalidade diversa daquela que seria obrigatória se o todo fosse licitado ou para 
justificar eventual dispensa em razão do valor. Eventual fracionamento não pode 
determinar a modificação da modalidade obrigatória caso ocorresse uma só 
contratação. Assim, na execução de obras, serviços e compras divididas em 
parcelas, tantas quantas forem comprovadamente necessárias, deve ser preservada 
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação (Lei n. 8.666/93, art. 
23, §§ 1º e 2º). As compras, quando possível, devem ser contratadas pelo sistema 
de registro de preços (Lei n. 8.666/93, art. 15, II), realizado por concorrência, 
abrigando os preços de bens e de serviços e devendo ser observado nas 
contratações futuras. (Rosa, 2011, p. 24). 
 
1.5 Definições 
 
A Partir de seu art. 6º a Lei 8.666/93 estabelece as definições dos institutos 
e elementos correlatos dos objetos a serem licitados, considerando: 
a) Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, 
realizada por execução direta ou indireta. 
b) Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de 
interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, 
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montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, 
locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais. 
c) Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma 
só vez ou parceladamente. 
d) Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros. 
e) Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das 
obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos. 
f) Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, 
pelos próprios meios. 
g) Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob 
qualquer dos seguintes regimes: empreitada por preço global - quando se contrata a 
execução da obra ou do serviço por preço certo e total; empreitada por preço 
unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de 
unidades determinadas; tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos 
trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; empreitada 
integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, 
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob 
inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em 
condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para 
sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as 
características adequadas às finalidades para que foi contratada. 
h) Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com 
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de 
obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos 
estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado 
tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação 
do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo 
conter os seguintes elementos: desenvolvimento da solução escolhida de forma a 
fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com 
clareza; soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de 
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases 
de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; 
identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a 
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incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores 
resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua 
execução; informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos 
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem 
frustrar o caráter competitivo para a sua execução; subsídios para montagem do 
plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a 
estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em 
cada caso; orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados. 
i) ProjetoExecutivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à 
execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 
j) Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades 
com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder público e das 
fundações por ele instituídas ou mantidas. 
k) Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a 
Administração Pública opera e atua concretamente. 
l) Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, 
sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, o que for definido nas respectivas leis. 
m) Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual. 
n) Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a 
Administração Pública. 
o) Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração 
com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos 
relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes. 
p) Produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos 
no território nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras 
de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal. 
q) Serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições 
estabelecidas pelo Poder Executivo federal. 
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r) Sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens 
e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade 
provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um 
dos seguintes requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, 
confiabilidade, segurança e confidencialidade. 
s) Produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços e 
obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica, 
desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto 
de pesquisa aprovado pela instituição contratante. 
 
1.6 Obras e Serviços 
 
A definição de “obra” consta do inciso I do art. 6.º da Lei 8.666/1993 que 
prevê: “Obra – toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, 
realizada por execução direta ou indireta” (ex.: construção de uma escola). Existem, 
no entanto, determinadas situações de difícil distinção entre obra e serviço de 
engenharia, especialmente pela insuficiência das definições constantes da 
legislação. A reforma de um imóvel, por exemplo, que envolve demolição, seria uma 
obra ou serviço? Não há resposta definitiva, uma vez que o art. 6.º, I, da Lei 
8.666/1993, na definição de “obra”, utiliza o vocábulo “reforma” e, em seguida, na 
definição de “serviço” constante do art. 6.º, II, da Lei 8.666/1993, menciona a 
expressão “demolição”. Alguns critérios são sugeridos pela doutrina para distinção 
entre obra e serviço, tais como: a) na contratação de uma obra prepondera o 
resultado, consistente na criação ou modificação de um bem corpóreo (obrigação de 
resultado), e na contratação do serviço predomina a atividade humana, que produz 
utilidades para a Administração (obrigação de meio); b) enquanto na obra, 
normalmente, o custo do material é superior ao da mão de obra, nos serviços a 
lógica é inversa. (Oliveira, 2015, p. 32). 
As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços 
obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: projeto 
básico; projeto executivo; execução das obras e serviços. A execução de cada etapa 
será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade 
16 
 
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competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto 
executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das 
obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração. 
As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: houver 
projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos 
interessados em participar do processo licitatório; existir orçamento detalhado em 
planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; houver 
previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações 
decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em 
curso, de acordo com o respectivo cronograma; o produto dela esperado estiver 
contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da 
Constituição Federal, quando for o caso. 
 
CF/88 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma 
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública 
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as 
relativas aos programas de duração continuada. 
§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades 
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o 
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária 
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a 
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de 
cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. 
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta 
Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e 
apreciados pelo Congresso Nacional. 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos 
e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou 
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os 
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo 
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de 
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, 
tributária e creditícia. 
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados 
com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades 
inter-regionais, segundo critério populacional. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art165
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§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da 
receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização 
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de 
crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
§ 9º Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre o exercício financeiro,a vigência, os prazos, a elaboração e 
a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei 
orçamentária anual; 
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração 
direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de 
fundos. 
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de 
procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e 
técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de 
caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do art. 
166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
 
É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros 
para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de 
empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos termos 
da legislação específica. 
É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de 
materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não 
correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo. 
É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem 
similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos 
casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais 
materiais e serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e 
discriminado no ato convocatório. 
Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos 
das obras e preços unitários de determinada obra executada. 
É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de 
suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo 
insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em 
despacho circunstanciado da autoridade competente. 
Caso as sobreditas vedações sejam desrespeitadas, os respectivos atos e 
contratos serão nulos, devendo ser apurada a responsabilidade de quem lhes tenha 
dado causa (art. 7.º, § 6.º, da Lei 8.666/1993). Além das mencionadas vedações, a 
legislação estabelece impedimentos para participação, direta ou indireta, da licitação 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
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ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários 
(art. 9.º da Lei 8.666/1993): a) o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física 
ou jurídica; b) empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração 
do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, 
acionista ou detentor de mais de 5% do capital com direito a voto ou controlador, 
responsável técnico ou subcontratado; e c) servidor ou dirigente de órgão ou 
entidade contratante ou responsável pela licitação. Em relação às vedações contidas 
nas alíneas “a” e “b”, a legislação permite a participação do autor do projeto ou da 
empresa na licitação de obra ou serviço, bem como na sua execução, como 
consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, 
exclusivamente a serviço da Administração interessada (art. 9.º, § 1.º, da Lei 
8.666/1993). Ressalte-se que os impedimentos acima mencionados não afastam a 
possibilidade de licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração 
de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado 
pela Administração (art. 9.º, § 2.º, da Lei 8.666/1993). (Oliveira, 2015, p. 35). 
 
1.7 Compras 
 
Estabelece a Lei 8.666/93 que nenhuma compra será feita sem a adequada 
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu 
pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado 
causa. 
As compras, sempre que possível, deverão ser processadas através de 
sistema de registro de preços; submeter-se às condições de aquisição e pagamento 
semelhantes às do setor privado; ser subdivididas em tantas parcelas quantas 
necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando 
economicidade; balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e 
entidades da Administração Pública e atender ao princípio da padronização, que 
imponha compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, 
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantias 
oferecidas. 
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O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado. Os 
preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da 
Administração, na imprensa oficial. O sistema de registro de preços será 
regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, devendo 
a seleção ser feita mediante concorrência e haver a estipulação prévia do sistema 
de controle e atualização dos preços registrados. A validade do registro não será 
superior a um ano. 
A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as 
contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros 
meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao 
beneficiário do registro preferência em igualdade de condições. O sistema de 
controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser 
informatizado. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do 
quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado. 
Nas compras deverão ser observadas: a especificação completa do bem a 
ser adquirido sem indicação de marca; a definição das unidades e das quantidades 
a serem adquiridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa 
será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de 
estimação; as condições de guarda e armazenamento que não permitam a 
deterioração do material. 
Deverá ser dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial 
ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras 
feitas pela Administração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do 
bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o 
valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com 
dispensa e inexigibilidade de licitação. 
 
1.8 Alienações 
 
A alienação de bens da Administração Pública está subordinada à existência 
de interesse público devidamente justificado e deverá ser precedida de avaliação. 
20 
 
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Quando os bens forem imóveis, dependerá de autorização legislativa para 
órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para 
todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de 
licitação na modalidade de concorrência. Haverá a dispensada da licitação no casos: 
dação em pagamento; doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou 
entidade da administração pública, permuta, por outro imóvel destinado ao 
atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de 
instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja 
compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; investidura; venda a 
outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de 
governo; alienação gratuita ou onerosa, aforamento,concessão de direito real de 
uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, 
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de 
regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da 
administração pública; alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de 
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial 
de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e 
inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social 
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; alienação e 
concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da 
União na Amazônia Legal onde incidam ocupações até o limite de 15 (quinze) 
módulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização 
fundiária, atendidos os requisitos legais. 
Quando os bens forem móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, 
que poderá se dispensada em caso de doação, permitida exclusivamente para fins e 
uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-
econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; de permuta, 
permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; de 
venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação 
específica; de venda de títulos, na forma da legislação pertinente; de venda de bens 
produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, 
em virtude de suas finalidades; de venda de materiais e equipamentos para outros 
21 
 
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órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem 
deles dispõe. 
 
1.9 Modalidades 
 
Modalidades licitatórias são os diferentes ritos previstos na legislação para o 
processamento da licitação. O art. 22 da Lei n. 8.666/93 menciona cinco 
modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. A Lei n. 
9.472/97 prevê a utilização da consulta exclusivamente para o âmbito da Agência 
Nacional de Telecomunicações – Anatel (art. 55). E a Lei n. 10.520/2002 disciplina 
outra modalidade licitatória existente no direito positivo brasileiro: o pregão. 
Atualmente, portanto, são sete as modalidades licitatórias: a) concorrência (Lei n. 
8.666/93); b) tomada de preços (Lei n. 8.666/93); c) convite (Lei n. 8.666/93); d) 
concurso (Lei n. 8.666/93); e) leilão (Lei n. 8.666/93); f) consulta (Lei n. 9.472/97); g) 
pregão (Lei n. 10.520/2002). (Mazza, 2014, p. 443). 
 
Lei 8.666/95 
(...) 
Art. 22. São modalidades de licitação: 
I - concorrência; 
II - tomada de preços; 
III - convite; 
IV - concurso; 
V - leilão. 
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os 
requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu 
objeto. 
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas 
para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas, observada a necessária qualificação. 
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo 
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em 
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em 
local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos 
demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem 
seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da 
apresentação das propostas. 
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a 
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios 
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência 
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
22 
 
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§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a 
venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens 
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior 
ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) 
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 
(três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto 
idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um 
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas 
licitações. 
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos 
convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes 
exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente 
justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. 
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a 
combinação das referidas neste artigo. 
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a administração somente 
poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 
27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, 
nos termos do edital. 
 
As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição 
interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado. 
 Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas 
de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição 
interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: I -
 no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade 
da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas 
parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições 
federais; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, 
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública 
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; III - em jornal diário de grande 
circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou 
na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou 
alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, 
utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. 
O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados 
poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação. 
 
1.9.1 Concorrência 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8883.htm#art1
23 
 
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No § 1º do art. 22, a Lei nº 8.666/1993 genericamente afirma que 
"concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase 
inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto". A concorrência é a 
mais complexa das modalidades de licitação. Presta-se à contratação de obras, 
serviços, compras, de qualquer valor. Além disso, é a modalidade exigida para a 
celebração de contratos de concessão de serviços públicos(sempre), para os 
contratos de parcerias público-privadas (que são espécie do gênero "concessões"), 
para a compra de imóveis e a alienação de imóveis públicos (regra geral), para a 
concessão de direito real de uso (regra geral) e para as licitações internacionais 
(regra geral). Seja qual for o valor do contrato que a Administração pretenda firmar, 
a concorrência, em tese, pode ser utilizada. (Alexandrino e Paulo, 2008, p. 570). 
Exatamente porque os recursos financeiros a serem empregados pela 
Administração são mais elevados, essa modalidade é a que apresenta, em seu 
procedimento, maior rigor formal e exige mais ampla divulgação. Por isso, dela 
podem participar quaisquer interessados que demonstrem possuir os requisitos 
mínimos de qualificação fixados no edital (art. 22, I e § 1 º, do Estatuto). No entanto, 
a lei exige a concorrência em algumas situações em que não se considera o valor, 
mas a natureza do contrato a ser celebrado. É o caso em que a Administração 
pretende adquirir ou alienar bens imóveis; quando o certame tem cunho 
internacional; e quando pretende celebrar contrato de concessão de direito real de 
uso. A Lei nº 11.284, de 2.3.2006, que dispõe sobre a gestão de florestas públicas, 
também exigiu a modalidade de concorrência para a contratação de concessões 
florestais (art. 1 3 , § 1 º). (Carvalho Filho, 2014, p. 277). 
É a modalidade de licitação obrigatória para a contratação de obras e 
serviços de engenharia cujos valores sejam superiores a R$ 1.500.000,00, bem 
como para a contratação de compras e de outros serviços (que não os de 
engenharia) cujos valores sejam superiores a R$ 650.000,00, conforme disposto no 
art. 23 da Lei de Licitações. Podem participar da concorrência quaisquer 
interessados que, na fase de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos 
mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. (Gomes, 
2012, p. 62). 
Sobre a modalidade de Concorrência leciona Meirelles (2008, p. 274/275): 
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Os requisitos peculiares da concorrência são a universalidade, a ampla 
publicidade, a habilitação preliminar e o julgamento por Comissão. Admite a 
participação internacional de concorrentes, o consórcio de firmas e a pré-
qualificação dos licitantes (arts. 42, 33 e 114, respectivamente). 
Universalidade: é a possibilidade que se oferece à participação de 
quaisquer interessados na concorrência, independentemente de registro 
cadastral na Administração que a realiza ou em qualquer outro órgão 
público. A lei nacional é clara no conceituar a concorrência como a 
modalidade de licitação em que se admite a participação de qualquer 
licitante através de convocação da maior amplitude, diversificando-a da 
tomada de preços, restrita aos interessados previamente cadastrados, 
observada a necessária habilitação. Ampla publicidade: a ampla publicidade 
da convocação para a concorrência é requisito essencial, por relacionar-se 
com o princípio da universalidade. O que a lei exige é a divulgação da 
abertura da concorrência com a maior amplitude possível e desejável, tendo 
em vista o vulto e a complexidade do seu objeto. Para tanto, a 
Administração poderá usar de todos os meios de informação ao seu alcance 
para essa divulgação, por tantas vezes quantas julgar necessárias. O que 
não se lhe permite é desatender ao mínimo de publicidade, consistente na 
convocação dos interessados pela imprensa oficial e particular, nem 
sonegar o edital e seus anexos aos interessados. Se o fizer, a 
Administração exporá o procedimento licitatório e o contrato subseqüente a 
invalidação. Habilitação preliminar: a habilitação preliminar, na 
concorrência, constitui fase inicial do procedimento licitatório, realizada após 
sua abertura, enquanto na tomada de preços e no convite é anterior. 
Julgamento por Comissão: por outro lado, o julgamento dos requisitos 
pessoais dos interessados, sob o aspecto da capacidade jurídica, da 
regularidade fiscal, da qualificação técnica e da idoneidade econômico-
financeira, compete sempre a uma Comissão de pelo menos três membros, 
que pode ser a mesma que irá julgar as propostas, como ocorre 
comumente. Nada impede, entretanto, a designação de Comissão Especial 
para essa fase ou que a habilitação seja deferida à Comissão Julgadora do 
Registro Cadastral, como veremos a seguir. A Comissão de Julgamento é 
necessária em qualquer tipo de concorrência, formada, no mínimo, por três 
membros. Essa Comissão deve ser integrada, ao menos, por dois 
servidores qualificados da entidade licitante, podendo o terceiro ser 
estranho à Administração. Pode também ser composta por membros dos 
colegiados dirigentes das autarquias e entidades paraestatais, sendo 
recomendável a constituição mista. Pode ser permanente, para o 
julgamento de todas as concorrências da repartição, ou especial para cada 
caso. 
 
Em razão da natureza do objeto, independe do valor do negócio, a 
concorrência se faz obrigatória na celebração de determinados contratos. São 
situações em que o texto legislativo confere importância ao objeto do contrato, 
tornando obrigatória a utilização da modalidade concorrência: a) Alienação ou 
aquisição de imóveis: Quando a administração pública adquire ou aliena imóveis. 
Estas contratações dependem de prévia licitação, sempre na modalidade 
concorrência, não sendo, aí, relevante o valor do contrato. Portanto, o valor de 
avaliação do imóvel, nestes casos, não é relevante para a definição da modalidade 
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de licitação. b) Contrato de concessão de serviço público: no que tange às 
concessões, a concorrência é modalidade obrigatória. Na concessão de serviço 
público, regulamentada pela Lei 8987/95, a administração pública contrata 
determinada empresa que será responsável pela prestação de um determinado 
serviço público e será remunerada pelo usuário do serviço. Nesses casos, o art. 2°, 
II da lei 8987/95 exige a utilização da modalidade concorrência independentemente 
do valor do contrato a ser celebrado. O contrato de concessão pode ser precedido 
de obra ou não e será analisada em capítulo específico. (Matheus Carvalho, 2015, p. 
444). 
 
1.9.2 Tomada de Preços 
 
A tomada de preços é a modalidade de licitação exigida para contratações 
de médio vulto econômico, assim definido no art. 23, I, “b”, e II, “b”, da Lei 
8.666/1993: a) obras e serviços de engenharia: valor até R$ 1.500.000,00; e b) 
compras e demais serviços: valor até R$ 650.000,00. No caso de consórcios 
públicos, aplicar-se-á o dobro desses valores quando formado por até três entes da 
Federação, e o triplo, quando formado por maior número (art. 23, § 8.º, da Lei 
8.666/1993). A participação no certame é admitida aos interessados já cadastrados. 
As características básicas do registro cadastral podem ser assim enumeradas: a) 
deve ser atualizado, no mínimo, anualmente e deverá estar permanentemente 
aberto aos interessados (art. 34, § 1.º, da Lei de Licitações); b) é facultado às 
unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou 
entidades da Administração Pública (art. 34, § 2.º); c) os inscritos serão classificados 
por categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, 
segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da 
documentação relacionada nos arts. 30 e 31 da Lei de Licitações (art. 36); d) os 
cadastrados receberão certificado de cadastramento (Certificado de Registro 
Cadastral), renovável sempre que atualizarem o registro (art. 36, § 1.º). O 
cadastramento prévio correspondeà fase de habilitação. Os interessados (ainda não 
são licitantes), antes de aberto o certame, apresentam os documentos de habilitação 
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para serem cadastrados perante determinado órgão ou entidade administrativa. 
Posteriormente, quando a Administração iniciar a tomada de preços, será 
desnecessária a fase específica de habilitação, tornando o procedimento mais 
célere. (Oliveira, 2015, p. 75). 
A pessoa cadastrada recebe um “certificado de registro cadastral”, com 
validade de um ano, no máximo, e do qual consta a categoria em que se inclui, 
tendo em vista sua especialização, segundo a qualificação técnica e econômica 
avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos artigos 30 
(qualificação técnica) e 31 (qualificação econômico-financeira). Para os participantes 
que apresentem esse certificado na tomada de preços, a habilitação é prévia, 
porque feita no momento da inscrição no registro cadastral, perante comissão 
permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 
(dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos 
órgãos da Administração responsáveis pela licitação (art. 51), com mandato de um 
ano, vedada a recondução (art. 51, § 4º); no caso de obras, serviços ou aquisição de 
equipamentos, a comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro 
cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais 
legalmente habilitados (art. 51, § 2º). (Pietro, 2012, p. 231). 
 
1.9.3 Convite 
 
A modalidade mais simples é denominada “convite”, destinando-se às 
contratações de menor valor. Três interessados, registrados ou não na repartição 
licitante, pelo convite (que substitui o edital) são chamados a apresentar suas 
propostas no prazo de cinco dias úteis. A divulgação é relativa, porquanto se exige 
apenas a afixação no “local apropriado” (na própria repartição, quadro de avisos). 
Qualquer interessado poderá participar, desde que vinte e quatro horas antes da 
data final (apresentação das propostas) manifeste seu interesse. Se o procedimento 
se repetir para o mesmo objeto ou assemelhado, a licitante deverá convidar, no 
mínimo, mais um cadastrado e não convidado nos anteriores. O número de três 
convidados é mínimo, podendo optar-se por convidar número superior de 
cadastrados. O julgamento tanto poderá ser realizado por comissão como por 
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servidor único. A ordem de serviço ou a nota de empenho podem substituir o 
instrumento do contrato, dando início à execução do que foi pactuado. (Rosa, 2011, 
p. 42). 
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu 
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três 
pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do 
instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente 
especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até vinte e 
quatro horas da apresentação das propostas (art. 22, § 3º, da Lei n. 8.666/93). O 
convite é utilizado para objetos de pequeno vulto econômico: até R$ 150.000,00 
(cento e cinquenta mil reais), para obras e serviços de engenharia, e até R$ 
80.000,00 (oitenta mil reais), para os demais objetos. No convite, não existe edital. O 
instrumento convocatório dessa modalidade de licitação é denominado carta-convite. 
O intervalo mínimo entre a expedição da carta-convite e a entrega de envelopes é 
de cinco dias úteis. (Mazza, 2014, p. 446). 
O convite é a modalidade de licitação utilizada para as contratações de 
menor valor, sendo, por isso, mais simples em seu procedimento. Por isso, o art. 51, 
da Lei prevê que "no caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, 
nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal 
disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela 
autoridade competente". É possível que a carta-convite, excepcionalmente, seja 
enviada a menos de três interessados, desde que por limitações do mercado ou 
manifesto desinteresse dos convidados, seja impossível a obtenção do número 
mínimo de licitantes. Estas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no 
processo, sob pena de repetição do convite (art. 22, § 7ª). Na hipótese contrária, ou 
seja, de existirem mais de três possíveis interessados numa praça, a cada novo 
convite realizado para objeto idêntico ou assemelhado é obrigatório o convite a, no 
mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas 
últimas licitações (art. 22, § 6º). (Alexandrino e Paulo, 2008, p. 547). 
 
1.9.4 Concurso 
 
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O concurso, previsto no art. 22, § 4º, do Estatuto, é a modalidade de 
licitação que visa à escolha de trabalho técnico, artístico ou científico. Trata-se, pois, 
de aferição de caráter eminentemente intelectual. Quando faz um concurso, a 
Administração não pretende contratar com ninguém, ao menos em princípio. Quer 
apenas selecionar um projeto de cunho intelectual e a seu autor conceder um 
prêmio ou determinada remuneração. Com o cumprimento desse ônus pela 
Administração, a licitação fica encerrada. O prêmio ou a remuneração, no entanto, 
só poderão ser pagos se o autor do projeto ceder à Administração os direitos 
patrimoniais a ele relativos e a ela permitir a utilização, de acordo com sua 
conveniência, na forma do que estabelecer o regulamento ou o ajuste para a 
elaboração deste. 135 Se o projeto se referir à obra imaterial de cunho tecnológico, 
não passível de privilégio, a cessão dos direitos abrangerá o fornecimento de todos 
os dados, documentos e elementos informativos referentes à tecnologia de 
concepção, desenvolvimento, aplicação da obra e fixação em suporte físico de 
qualquer natureza. Como se trata de seleção de projeto intelectual, cumpre que a 
comissão que dirige a licitação seja bastante criteriosa e apta intelectualmente, uma 
vez que não é difícil perceber que, em face do inevitável subjetivismo seletivo, pode 
ser facilitado eventual desvio de finalidade. (Carvalho Filho, 2014, p. 282). 
O concurso deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos 
interessados no local indicado no edital, e referido regulamento, conforme previsto 
no art. 52, § 1º, I, II e III, da Lei de Licitações, deverá indicar: a) a qualificação 
exigida dos participantes; b) as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; c) 
as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos. Em se 
tratando de projeto, entretanto, o vencedor deverá autorizar a Administração Pública 
a executá-lo, quando esta julgar oportuno e conveniente. Conforme o disposto no 
art. 111, caput, da Lei de Licitações, a Administração Pública somente poderá 
contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde 
que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administração Pública 
possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste 
para sua elaboração. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter 
tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento 
de todos os dados, documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia 
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de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e 
aplicação da obra. (Gomes, 2012, p. 63). 
 
1.9.5 Leilão 
 
Leilão é espécie de licitação utilizável na venda de bens móveis e 
semoventes (arts. 22, § 5.°, e 53) e, em casos especiais, também de imóveis (art. 
19, III). A Administração poderá valer-se de dois tipos de leilão: o comum, privativo 
de leiloeiro oficial, onde houver; e o administrativo propriamente dito. O leilão comum 
é regido pela legislação federal pertinente, mas as condições de sua realização 
poderão ser estabelecidas pela Administração interessada; o leilão administrativo é 
o instituído para a venda de mercadorias apreendidas como contrabando, ou 
abandonadas nas alfândegas, nos armazéns ferroviário ou nas repartições públicas 
em geral, observadas as normas regulamentares da Administração interessada. No 
leilão não se torna necessária qualquer habilitação prévia do licitaste, em face das 
características acima apontadas. O essencial é que os bens a serem leiloados sejam 
previamente avaliados e postos à disposição dos interessados para exame e que o 
leilão seja precedido de ampla publicidade, mediante edital que indique seu objeto e 
o local, dia e hora em que será apregoado, para atrair o maior número de licitantes e 
evitar favoritismo na arrematação. (Meirelles, 2008, p. 282). 
Esta modalidade licitatória serve para alienação de bens pelo poder público 
àquele que ofertar o maior preço igual ou superior ao valor da avaliação. O leilão 
pode ser feito para alienar bens imóveis que tenham sido adquiridos por decisão 
judicial ou dação em pagamento (todos os outros deverão ser alienados mediante 
concorrência, obrigatoriamente). Também, é modalidade licitatória para alienação de 
bens móveis inservíveis, apreendidos e penhorados pelo poder público. Por fim, 
pode ser utilizada licitação na modalidade leilão para venda de bens móveis 
componentes do acervo da Administração Pública, previamente desafetados, desde 
que, analisados de forma isolada ou global, não ultrapassem o montante de R$ 
650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), quando então será necessária a 
utilização de concorrência pública, em razão do valor. 
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1.10 Da Escolha da Modalidade 
 
Estabelece o art. 23 da Lei 8.666/93 que as modalidades de licitação serão 
determinadas tendo em vista o valor estimado da contratação em função dos 
seguintes limites: 
I - para obras e serviços de engenharia: 
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); 
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil 
reais); 
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil 
reais); 
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: 
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); 
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil 
reais); 
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil 
reais). 
 
As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas 
em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, 
procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos 
disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia 
de escala. 
Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas, a 
cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder 
licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto em 
licitação. 
Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada 
de preços e, em qualquer caso, a concorrência. É vedada a utilização da modalidade 
"convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma 
obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo 
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local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o 
somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou 
"concorrência", respectivamente, exceto para as parcelas de natureza específica que 
possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela 
do executor da obra ou serviço. 
Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para 
o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada 
na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo o edital fixar 
quantitativo mínimo para preservar a economia de escala. 
No caso de consórcios públicos poderá ser aplicado valores em dobro dos 
valores aqui mencionados quando formado por até 3 (três) entes da Federação, ou 
em triplo, quando formado por maior número. 
 
1.11 Procedimentos 
 
A licitação é realizada por meio de procedimento administrativo, com a 
sucessão de atos ou a prática conjunta de atos tendentes a permitir a melhor 
contratação almejada pela Administração. Compreende duas fases: interna e 
externa. A fase interna tem início com a abertura do procedimento, caracterização 
da necessidade de contratar, definição precisa do objeto a ser contratado, reserva 
de recursos orçamentários, dentre outros. A Lei n. 8.666/93 prescreve, por exemplo, 
a necessidade, nas contratações de obras e serviços, de “projeto básico aprovado 
pela autoridade competente”, a existência de “orçamento detalhado” em planilhas, a 
“previsão de recursos orçamentários” e, quando o caso, a contemplação no “plano 
plurianual” (art. 7º, I, II, III, e § 2º, IV). A fase externa da licitação compreende: o 
edital (ou convite), que pode ser antecedido pela audiência pública; a habilitação; a 
classificação; o julgamento; a adjudicação e a homologação. Tem início, em regra, 
com a divulgação do ato convocatório (edital ou carta-convite, própria da modalidade 
convite). Excepcionalmente, a fase externa começa com audiência pública, 
antecedente da divulgação do edital, e reservada para as hipóteses que contemplam 
contratação futura cem vezes superior ao limite imposto para a concorrência de 
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obras e serviços de engenharia. A audiência pública (que ocorre nas concorrências 
apenas) destina-se a tornar pública a contratação desejada e deve ser realizada 
quinze dias antes da publicação do edital. Este constitui a “lei interna da 
concorrência e da tomada de preços”, conforme feliz definição do Prof. Hely Lopes 
Meirelles, mas é também exigível para o leilão e o concurso. (Rosa, 2011, p. 44). 
Estabelece o art. 43 da Lei 8.666/93 que a licitação será processada e 
julgada com observância dos seguintes procedimentos: abertura dos envelopes 
contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; 
devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as 
respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação; 
abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde 
que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência 
expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos; verificação da 
conformidade de cada proposta com os requisitos

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