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Autora: Profa. Laura Dumbra
Colaboradoras: Profa. Renata Guzzo
 Profa. Raquel Machado Coutinho
 Profa. Laura Cristina da Cruz Dominciano
Enfermagem 
em Centro Cirúrgico
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Professora conteudista: Laura Dumbra
Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Faculdade de Enfermagem e Obstetrícia São José – Santa Casa 
de Misericórdia de São Paulo. Mestre em Enfermagem em Saúde do Adulto, com ênfase em Saúde Ambiental, pela 
Universidade Guarulhos. Especialista em Administração Hospitalar pela Faculdade de Administração Hospitalar. 
Docente de cursos de graduação e pós‑graduação de Enfermagem em Saúde do Adulto, Saúde Ambiental, Centro 
Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Central de Material e Esterilização, Saúde do Adulto e do Idoso, Prevenção e 
Controle de Infecção Relacionada a Assistência de Saúde e Biossegurança em universidades da Grande São Paulo. 
Sua carreira profissional iniciou‑se na Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, como enfermeira do Departamento 
de Vigilância Sanitária. Atuou como enfermeira supervisora de unidades de internação, enfermeira assistencial no 
cuidado ao adulto, e em educação continuada/permanente. Foi enfermeira assistencial, chefe e coordenadora de bloco 
cirúrgico (unidades de centro cirúrgico, recuperação anestésica e central de material e esterilização) em hospitais 
particulares no estado de São Paulo. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
D887e Dumbra, Laura.
Enfermagem em Centro Cirúrgico. / Laura Dumbra. – São Paulo: 
Editora Sol, 2017.
116 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2‑076/17, ISSN 1517‑9230.
1. Enfermagem em Centro Cirúrgico. 2. Operacionalização da 
unidade. 3. Recuperação anestésica. I. Título.
CDU 616‑083
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial:
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Talita Lo Ré
 Ricardo Duarte
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Sumário
Enfermagem em Centro Cirúrgico
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO: ESTRUTURA FÍSICO‑FUNCIONAL, 
ORGANIZACIONAL E ADMINISTRATIVA ...................................................................................................... 11
1.1 Definições e objetivos do centro cirúrgico ................................................................................ 11
1.2 Localização e estrutura física .......................................................................................................... 12
1.2.1 Estrutura física ......................................................................................................................................... 12
1.3 Classificação das áreas e do fluxo da instituição hospitalar e da unidade 
de centro cirúrgico ...................................................................................................................................... 13
1.4 Recomendações para arquitetura e área física ........................................................................ 14
1.5 Equipamentos ........................................................................................................................................ 16
2 RECURSOS HUMANOS E O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CENTRO CIRÚRGICO ...................... 23
3 DETERMINANTES CLASSIFICATÓRIOS E OPERACIONALIZAÇÃO DA UNIDADE........................ 29
3.1 Classificação das fases cirúrgicas .................................................................................................. 29
3.1.1 Fase pré‑operatória mediata e imediata ....................................................................................... 30
3.1.2 Fase intraoperatória ou transoperatória ....................................................................................... 31
3.1.3 Fase pós‑operatória imediata e mediata ...................................................................................... 31
3.2 Terminologia cirúrgica........................................................................................................................ 32
3.3 Classificação do tratamento cirúrgico ......................................................................................... 34
3.3.1 Classificação quanto ao momento operatório ........................................................................... 34
3.3.2 Classificação quanto à finalidade da cirurgia a ser realizada ............................................... 35
3.3.3 Classificação quanto ao potencial de contaminação .............................................................. 36
4 OPERACIONALIZAÇÃO DA UNIDADE ....................................................................................................... 36
4.1 Tempos cirúrgicos ou operatórios ................................................................................................. 36
4.1.1 Primeiro tempo cirúrgico (diérese) .................................................................................................. 37
4.1.2 Segundo tempo cirúrgico (hemostasia) ........................................................................................ 37
4.1.3 Terceiro tempo cirúrgico (cirurgia propriamente dita, tempo principal ou exérese) ..38
4.1.4 Quarto tempo cirúrgico (síntese ou sutura cirúrgica) ............................................................. 38
4.2 Sistematização de Assistência de Enfermagem Perioperatória (Saep) ........................... 39
4.2.1 Desenvolvimento da Saep ................................................................................................................... 40
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Unidade II
5 FATORES DE RISCO CIRÚRGICO ................................................................................................................ 45
5.1 Evolução histórica ................................................................................................................................ 45
5.2 Infecção hospitalar .............................................................................................................................. 46
5.3 Infecção do sítio cirúrgico ............................................................................................................... 47
5.4 Fatores predisponentes a infecção hospitalar e infecção do sítio cirúrgico ................ 48
5.4.1 O próprio paciente .................................................................................................................................48
5.4.2 A agressão diagnóstica e terapêutica ............................................................................................. 49
5.4.3 O ambiente hospitalar ou da instituição ...................................................................................... 49
5.4.4 A equipe cirúrgica ................................................................................................................................... 50
5.4.5 A equipe de enfermagem .................................................................................................................... 50
5.4.6 A equipe anestésica ............................................................................................................................... 50
5.5 Profilaxia no preparo pré‑operatório do paciente .................................................................. 51
5.6 Profilaxia no preparo da equipe cirúrgica .................................................................................. 51
5.7 Profilaxia no cuidado intraoperatório do paciente ................................................................ 52
6 RECURSOS PARA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO ................... 52
6.1 Unidade de eletrocirurgia ................................................................................................................. 52
6.2 Agulhas e fios cirúrgicos ................................................................................................................... 54
6.3 Paramentação cirúrgica ..................................................................................................................... 55
6.3.1 Escovação de mãos e antebraços ..................................................................................................... 56
6.3.2 Paramentação cirúrgica ....................................................................................................................... 56
6.3.3 Colocação de aventais e luvas estéreis .......................................................................................... 57
6.3.4 Campos estéreis ....................................................................................................................................... 57
6.4 Instrumental cirúrgico e montagem da mesa .......................................................................... 58
6.5 Montagem da sala cirúrgica pelo circulante de sala ............................................................. 58
6.6 Posicionamento cirúrgico ................................................................................................................. 60
6.6.1 Avaliação do paciente no pré‑operatório ..................................................................................... 61
6.6.2 Implementação de cuidados bem‑sucedidos .............................................................................. 62
6.7 Avaliação pré‑operatória em pacientes cirúrgicos ................................................................. 62
6.7.1 Disfunção pulmonar: avaliação do grau de disfunção em pacientes de alto risco ..... 63
6.7.2 Classificação ASA .................................................................................................................................... 64
6.7.3 Preparos cirúrgicos ................................................................................................................................. 65
Unidade III
7 ANESTESIA .......................................................................................................................................................... 67
7.1 Breve histórico ....................................................................................................................................... 67
7.2 Princípios básicos ................................................................................................................................. 68
7.2.1 Considerações para a escolha da anestesia ................................................................................. 69
7.3 Fases de aplicação da anestesia geral .......................................................................................... 69
7.4 Tipos de anestesia ................................................................................................................................ 72
7.4.1 Anestesia geral ......................................................................................................................................... 72
7.4.2 Anestesia parcial ..................................................................................................................................... 75
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8 RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA ...................................................................................................................... 80
8.1 Estrutura físico‑funcional, organizacional e administrativa ............................................. 80
8.1.1 Definições e objetivos da recuperação anestésica .................................................................... 80
8.1.2 Planta física ............................................................................................................................................. 81
8.1.3 Recursos humanos ................................................................................................................................. 84
8.2 Assistência na RA ................................................................................................................................. 86
8.2.1 Complicações pós‑operatórias e ações de enfermagem ........................................................ 88
8.2.2 Soluços ........................................................................................................................................................ 92
8.2.3 Náuseas e vômitos ................................................................................................................................. 93
8.2.4 Complicações respiratórias ................................................................................................................. 95
8.2.5 Complicações cardiovasculares ......................................................................................................... 98
8.2.6 Hemorragia ................................................................................................................................................ 99
8.2.7 Temperatura anormal ..........................................................................................................................102
8.2.8 Choque hipovolêmico .........................................................................................................................104
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APRESENTAÇÃO
O livro‑texto aqui apresentado pretende, com base em uma reflexão teórica, levar ao acadêmico 
conhecimentos que o capacitem para a administração da assistência de enfermagem prestada ao 
indivíduo nas dimensões biológica, psicológica e social, envolvendo os cuidados realizados direta e 
indiretamente no ambiente cirúrgico, nos tempos pré‑operatório, intraoperatório e pós‑operatório.
Os objetivos principais deste material são dois: em primeiro lugar, desenvolver o conhecimento 
operacional do serviço do centro cirúrgico de forma que o aluno, quando em exercício, possa melhor 
planejar, dirigir e avaliar tanto a assistência de enfermagem prestada como o pessoal e os métodos de 
trabalho; em segundo, ressaltar a importância da assistência de enfermagem prestada ao cliente pelos 
alunos por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (Saep), ampliando o 
conhecimento a respeito do paciente (e dos cuidados necessários) para uma melhor compreensão de 
suas reações físicas, psicológicas e sociais diante de uma cirurgia.
Vale ressaltar que, para que oacadêmico desenvolva as habilidades indispensáveis à sua função, é 
importante que ele desempenhe adequadamente as seguintes tarefas: identificar os insumos necessários 
para a prestação de cuidados no período perioperatório; refletir, em conjunto com a equipe cirúrgica, sobre 
a função da equipe de enfermagem na prestação de cuidados; compreender a importância das unidades 
de apoio técnico e administrativo na implementação da assistência de enfermagem sistematizada (Saep); 
formular diagnósticos de enfermagem para problemas relacionados ao procedimento cirúrgico e anestésico 
que se apresentem nas fases de pré‑operatório, intraoperatório e pós‑operatório; elaborar uma assistência 
integral ao paciente cirúrgico no transoperatório; utilizar a Saep como ferramenta para o planejamento 
dos cuidados de enfermagem no transoperatório; desenvolver capacidade analítica e atitude ética diante 
de problemas enfrentados durante a administração do cuidado de enfermagem ao paciente gravemente 
enfermo; refletir criticamente sobre os problemas identificados no período perioperatório; participar da 
elaboração de procedimentos operacionais padrões a serem utilizados na sistematização do cuidado de 
enfermagem no período perioperatório.
Cada unidade do livro‑texto será desenvolvida com base em conceitos, definições e formas de atuação 
do profissional enfermeiro durante a execução de suas atividades como gerenciador, administrador e 
prestador de assistência, tanto aos pacientes que irão se submeter a um procedimento cirúrgico quanto 
aos que estão em recuperação da anestesia após o procedimento ter sido realizado.
Bons estudos.
INTRODUÇÃO
Centro cirúrgico é uma unidade composta de elementos que determinarão sua caracterização 
e funcionalidade. É considerada crítica e única no contexto hospitalar por possuir características 
especializadas de que nenhuma outra unidade da instituição hospitalar dispõe.
Normalmente, essa unidade faz parte de um bloco maior, que inter‑relaciona as atividades pertinentes 
a setores afins, como centro cirúrgico, recuperação anestésica e central de material e esterilização.
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Por possuir capacitação para desenvolver ações de planejamento, coordenação, gerenciamento e 
assistência nas unidades que compõem o bloco, o enfermeiro é o profissional atuante em todas as 
atividades do bloco cirúrgico.
No centro cirúrgico, além da realização de cirurgias, são desenvolvidas diversas atividades: 
procedimentos cirúrgicos como tratamento primário ou paliativo, procedimentos de diagnóstico, 
procedimentos estéticos e tratamentos que exijam um ambiente controlado e assepticamente adequado. 
As ações desenvolvidas pela equipe de enfermagem vão desde a assistência direta às necessidades dos 
pacientes que irão se submeter a uma cirurgia até as ações de gerenciamento e organização de recursos 
humanos, materiais e físicos.
O setor é composto de um conjunto de áreas interdependentes que asseguram o melhor atendimento 
aos pacientes, entre elas, segundo a legislação vigente, a unidade de recuperação anestésica. Os 
profissionais que atuam nessa área são responsáveis por acompanhar, tratar e estabelecer a recuperação 
anestésico‑cirúrgica dos clientes que passaram por um procedimento cirúrgico e precisam recobrar sua 
condição física e seus reflexos neuromotores.
A unidade de centro cirúrgico não estaria completa se não recebesse suporte da central de material 
e esterilização para utilizar instrumentos que garantam a qualidade e a segurança da execução das 
cirurgias e tratamentos. Os materiais precisam estar desinfetados ou esterilizados para serem usados e, 
para isso, dependem da central de material e esterilização.
A central de material e esterilização é uma unidade específica que garante o suporte necessário 
não só ao centro cirúrgico mas a toda a instituição no que diz respeito à qualidade requerida para uma 
assistência segura. Várias ações são desenvolvidas pela equipe de enfermagem nesse setor e envolvem 
conhecimentos bastante específicos sobre as etapas de esterilização e desinfecção, assim como sobre a 
validação de todo o processo que garante a qualidade desses procedimentos.
Neste livro, pretende‑se apresentar as principais informações sobre essas importantes unidades de 
atendimento hospitalar e sobre o papel fundamental dos enfermeiros e de sua equipe. Estudaremos 
também como cada uma dessas unidades está composta, sua organização físico‑funcional, os recursos 
específicos e as ações de enfermagem desenvolvidas. Todos os dados e as informações aqui descritos são 
baseados na literatura vigente sobre o assunto e, principalmente, estão fundamentados na legislação 
que rege tais unidades.
Os textos reproduzidos neste livro foram compilados com base em bibliografias diversas sobre o 
tema, como o manual de Práticas Recomendadas da Sobecc (2013), a RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 
2002, e a Lei nº 7.498/1986, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem, além de 
várias outras legislações pertinentes e publicações diversas, todas devidamente referenciadas na seção 
final deste livro.
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
Unidade I
1 UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO: ESTRUTURA FÍSICO‑FUNCIONAL, 
ORGANIZACIONAL E ADMINISTRATIVA
1.1 Definições e objetivos do centro cirúrgico
A Portaria Ministerial nº 30, de 1977, aprova conceitos e definições referentes a normas de instalações 
em unidades de saúde e afirma que a unidade de centro cirúrgico é um conjunto de elementos que se 
destinam a atividades cirúrgicas e de recuperação anestésica.
A Portaria Ministerial nº 400, de 1983, revogada pela Portaria nº 1.884, de 1994, e posteriormente 
pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, conceitua centro cirúrgico 
como unidade destinada ao desenvolvimento de atividades cirúrgicas, bem como à recuperação 
pós‑anestésica e pós‑operatória imediata; pode ser considerada uma organização complexa em razão 
de suas características de assistência especializada.
 Saiba mais
Smeltzer e Bare definem o ambiente cirúrgico como um local crítico, 
com presença constante de estresse, de aparência rude e temperatura fria. 
Para toda a argumentação, consulte:
SMELTZER, S. C.; BARE, B. C. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem 
médico‑cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
São objetivos da unidade de centro cirúrgico:
• prestar assistência integral ao paciente cirúrgico em todo o período perioperatório;
• proporcionar recursos humanos e materiais para que o ato cirúrgico seja realizado dentro das 
condições ideais, em termos de técnica e assepsia, sem riscos para o paciente usuário do setor;
• favorecer o ensino e a pesquisa para aperfeiçoamento de recursos humanos;
• buscar sempre a melhoria da qualidade do atendimento, tanto em relação a recursos materiais ou 
físicos como em relação a recursos humanos, prestando aos usuários da unidade um atendimento 
individualizado, humanizado e com qualidade.
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Unidade I
1.2 Localização e estrutura física
O centro cirúrgico deve possuir uma área que seja isolada da circulação geral e onde o trânsito de 
pessoas e materiais seja controlado, evitando‑se, assim, a propagação de microrganismos (possíveis 
causadores de infecção). A unidade deve possuir ainda acesso facilitado para unidades emergenciais, 
como UTIs e prontos‑socorros.
De acordo com as práticas recomendadas pela Association of periOperative Registered Nurses (Aorn), 
a planta física dessa unidade deve proporcionar barreiras que minimizem a entrada de microrganismos.
1.2.1 Estrutura física
O centro cirúrgico configura a unidade específica para a realização de procedimentos cirúrgicos 
de baixa, média e alta complexidadee que, por isso, deve oferecer condições de segurança tanto aos 
pacientes quanto aos profissionais que atuam no setor. É composto de um conjunto de áreas com 
finalidades determinadas, áreas estas bem definidas na RDC nº 50/2002:
• vestiários de barreira (com banheiros e chuveiros);
• áreas administrativas (secretaria, recepção do paciente e setor de espera para familiares);
• sala pré‑anestésica ou de indução anestésica;
• área de escovação (degermação cirúrgica dos braços) ou lavabos cirúrgicos;
• salas de cirurgia (para pequenas, médias e grandes cirurgias);
• sala de apoio às cirurgias especializadas;
• sala de recuperação anestésica;
• área para prescrição médica;
• posto de enfermagem e controle de cirurgias;
• farmácia satélite ou sala para guarda e distribuição de medicamentos e materiais descartáveis;
• sala para os anestesistas;
• sala para guarda de equipamentos e materiais esterilizados;
• sala de descanso médico;
• sala de descanso de pessoal e copa;
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
• área de expurgo de dejetos e roupas sujas (utilidades);
• rouparia;
• laboratório de anatomia patológica ou sala de biopsia de congelação;
• sala para material de limpeza;
• laboratório para revelação de chapas (in loco ou não);
• sala de distribuição de hemocomponentes (in loco ou não).
 Lembrete
O ambiente cirúrgico é a unidade hospitalar onde são realizadas as 
intervenções cirúrgicas.
 Observação
Vale ressaltar que a sala cirúrgica corresponde à área do ambiente 
cirúrgico em que se realiza efetivamente o ato operatório e que o 
planejamento físico da unidade deve ser levado a cabo por toda a equipe: 
arquitetos, engenheiros, enfermeiros, médicos e administradores.
1.3 Classificação das áreas e do fluxo da instituição hospitalar e da unidade 
de centro cirúrgico
De modo geral, as áreas ou superfícies fixas (pisos, paredes, tetos, portas, mobiliários e equipamentos) 
não representam riscos significativos na transmissão de infecções no ambiente hospitalar. No entanto, 
áreas que permanecem úmidas ou molhadas por muito tempo facilitam a proliferação de microrganismos 
gram‑negativos e fungos, enquanto superfícies empoeiradas favorecem a reprodução de microrganismos 
gram‑positivos.
Os diferentes ambientes que compõem a planta física de um hospital podem ser classificados em:
• áreas não críticas: aquelas não ocupadas por pacientes ou às quais estes não têm acesso, áreas 
de uso comum e circulação livre, bem como os setores semelhantes aos que existem em qualquer 
edifício aberto ao público;
• áreas semicríticas: áreas onde é efetuado o tratamento/atendimento de pacientes não portadores 
de doenças infecciosas de alta transmissibilidade;
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Unidade I
• áreas críticas: aquelas que abrigam pacientes com baixa resistência imunológica, ou em que 
se realizam cirurgias e partos, ou, ainda, nas quais é maior a possibilidade de contato com 
microrganismos patogênicos. Dois critérios norteiam a definição de áreas críticas:
— a depressão da resistência anti‑infecciosa dos pacientes torna áreas críticas – por 
exemplo, salas cirúrgicas, unidades de tratamento intensivo, berçários de alto risco e 
salas de hemodiálise;
— o risco aumentado de contaminação engloba laboratórios de análise clínica e anatomia 
patológica, bancos de sangue, lavanderias, lactários, entre outros locais.
• áreas contaminadas: superfícies que entram em contato direto com matérias orgânicas (sangue, 
secreções e excreções), independentemente da sua localização na estrutura hospitalar.
O fluxo de circulação adequado ajuda a conter e diminuir os riscos de contaminação, que podem ser 
ocasionados por materiais já utilizados, dejetos de pacientes, instrumentais cirúrgicos (tanto os sujos 
quanto os limpos), trânsito de pessoas devidamente paramentadas etc.
De acordo com as recomendações da Aorn, é importante que existam três áreas devidamente 
designadas dentro do centro cirúrgico:
• área irrestrita ou não restrita: área de circulação geral e livre para pacientes, profissionais e 
acompanhantes, em que não há necessidade de roupas apropriadas e privativas;
• área semirrestrita: localizada após a passagem pelo vestiário de barreira. Nela, tanto profissionais 
quanto pacientes devem estar devidamente paramentados para circular (profissionais com roupa 
privativa do centro cirúrgico e pacientes com camisola e gorro descartável);
• área restrita: área que se destina ao atendimento cirúrgico dos pacientes, ou seja, a sala cirúrgica 
quando o paciente se encontra posicionado na mesa ou quando materiais estéreis já estão sendo 
manipulados. Além da roupa privativa do centro cirúrgico, devem‑se usar máscaras e seguir 
rigorosamente as técnicas assépticas (para evitar infecções).
1.4 Recomendações para arquitetura e área física
Veja a seguir as principais recomendações legais para a área física do centro cirúrgico segundo a 
RDC nº 50/2002.
• Corredores: largura mínima de 2 metros, não podendo ser usados como área de estacionamento 
de carrinhos ou outros equipamentos.
• Rampa ou elevador: EAS com dois ou mais pavimentos, onde sejam feitas cirurgias de tipo não 
ambulatorial, partos cirúrgicos ou trabalhe‑se com anestesia geral, deverá dispor de rampa ou 
elevador para transporte de pacientes em maca.
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• Ralos: é proibida a instalação de ralos em todos os ambientes onde os pacientes são examinados 
ou tratados.
• Lavabos cirúrgicos: devem possuir torneiras com comandos que dispensem o uso das mãos para 
o fechamento da água, não sendo recomendado sistema de pressão com temporizador.
• Acabamentos de pisos, tetos e paredes: devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. 
Os materiais escolhidos para acabamento devem proporcionar às superfícies monolíticas o 
menor número possível de ranhuras ou frestas, mesmo após o uso e a limpeza frequentes. 
Vale ressaltar que tintas à base de epóxi, PVC ou poliuretano podem ser usadas, mas, como 
dito anteriormente, devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes e não serem 
aplicadas com pincel.
— Piso: deve ser de cor que facilite a limpeza, de material resistente ao calor, ao 
impacto, à umidade e a soluções corrosivas, não poroso e sem rejuntes absorvíveis. 
Não pode ultrapassar 4% de absorção (por exemplo, cimento sem qualquer aditivo 
antiabsorvente), deve ter boa condutibilidade elétrica (eletricidade estática – 
aterramento) e não refletir luz.
— Rodapé: a junção entre piso, parede e rodapé deve permitir total limpeza do canto formado 
(arredondamento acentuado é de difícil execução e nem sempre facilita a limpeza). Deve estar 
alinhado de modo a não ter ressaltos entre o rodapé e a parede, evitando, assim, o acúmulo de 
sujeira em um local de difícil limpeza.
— Paredes: devem ser lisas, planas e sem saliências, de material durável e lavável, resistente à 
umidade e a produtos desinfetantes, com uma cor que diminua a reverberação luminosa.
— Tubulação: não pode ser aparente; embutida é o correto.
— Forro: é proibido forro falso removível; deve ser lavável, acústico (para diminuir ruídos), 
contínuo e com placas fixas.
• Portas, janelas e iluminação: material lavável, durável e de boa qualidade, resistente, não poroso.
— Portas: preferencialmente de correr ou tipo vaivém, com visor, sem maçanetas ou com 
maçanetas do tipo alavanca ou similares.
— Janelas e iluminação: janelas lacradas, com sistema de persiana embutida entre vidros ou 
similares. Iluminação por meio de lâmpadas fluorescentes e foco cirúrgico (nas salas de 
operação). Salas de apoio podem contar com iluminação externa através de janelas (lacradas).
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Unidade I
1.5 Equipamentos
Os equipamentos da unidade de centro cirúrgico podem ser classificados em móveis, fixos e especiais 
ou adicionais. Vejamos a descrição de alguns desses equipamentos.
Equipamentos fixos são aqueles adaptados à estrutura física da unidade. Normalmente encontram‑se 
nas salas cirúrgicas, nas salas de recuperação anestésica e nas salas de apoio ou área administrativa.
Na sala cirúrgica podem ser encontrados os seguintes equipamentos fixos:
• foco central;
• sistema de gases canalizados;
• negatoscópios;
• colunas retráteis.
Equipamentos móveis são aqueles que podem ser deslocados de uma área ou sala para outra com a 
finalidade de atender o planejamento das cirurgias programadas e outras necessidades do setor.
Na sala cirúrgica podem ser encontrados os seguintes equipamentos móveis:
• mesa cirúrgica (comum ou especializada) e acessórios como colchonete, coxins, perneiras, 
braçadeiras, arco de narcose e suportes de ombro;
• equipamento de anestesia (carro de anestesia);
• monitores multiparamétricos e acessórios;
• mesas auxiliares para apoio de instrumentais, materiais e roupas usados em cirurgias (mesas de Mayo);
• unidade de eletrocirurgia;
• aspirador de secreções;
• bancos giratórios;
• recipientes para lixo;
• hampers;
• escada de dois degraus;
• estrados.
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Equipamentos especiais ou adicionais são aqueles utilizados apenas em cirurgias especializadas e 
somente se o procedimento exigir tal uso. 
Na sala cirúrgica podem ser encontrados os seguintes equipamentos especiais ou adicionais:
• focos auxiliares;
• microscópio;
• aparelho de raios X;
• balança;
• equipamentos para circulação extracorpórea;
• lipoaspirador;
• equipamento para litotripsia;
• eletrocautérios;
• equipamentos para videocirurgias (monitor, insuflador de CO2, vídeo e acessórios);
• outros.
Figura 1 – Equipamentos na sala de operação
Existem no mercado inúmeros equipamentos especiais para atender às mais diversas 
especialidades cirúrgicas. A aquisição de equipamentos vai depender do grau de complexidade 
e especialização dos procedimentos cirúrgicos realizados em cada instituição. Os avanços 
tecnológicos na área de equipamentos crescem aceleradamente e as instituições de atendimento 
médico (e principalmente cirúrgico) devem estar atentas a esse avanço para poder prestar um 
melhor atendimento aos pacientes.
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Unidade I
 Lembrete
Equipamentos fixos são aqueles que não podem ser retirados da 
sala cirúrgica.
Equipamentos móveis são aqueles que podem ser retirados ou trocados 
na sala cirúrgica, de acordo com o uso.
Equipamentos especiais ou adicionais são aqueles que apenas serão 
levados para a sala cirúrgica se o procedimento exigir (normalmente ficam 
na sala de guarda de equipamentos do centro cirúrgico).
 Saiba mais
Leia as resoluções a seguir, que trazem recomendações para a arquitetura 
e a área física do centro cirúrgico:
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução nº 
50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico para 
planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de 
estabelecimentos de assistência de saúde. Brasília, 2002. Disponível em: 
<http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf>. Acesso 
em: 27 mar. 2017.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução 
nº 307, de 14 de novembro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico 
para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos 
de estabelecimentos de assistência de saúde. Brasília, 2002. Disponível 
em: <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20
RDC%20ANVISA%20n%C2%BA%20307,%20de%2014nov02.pdf>. Acesso 
em: 27 mar. 2017.
Exemplo de aplicação
Com base na leitura feita, defina:
I. aplicação da norma;
II. responsabilidades;
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
III. objetivos;
IV. programação e organização físico‑funcional dos estabelecimentos assistenciais de saúde;
V. atribuições de estabelecimentos assistenciais (4, 6 e 7);
VI. critérios para projetos de EAS (escadas, rampas e elevadores; acabamentos de paredes, pisos, 
tetos, rodapés e forros).
Resolução
I. A norma se aplica a:
a) construções novas de estabelecimentos assistenciais de saúde de todo 
o País;
b) áreas a serem ampliadas de estabelecimentos assistenciais de saúde já 
existentes;
c) reformas de estabelecimentos assistenciais de saúde já existentes e os 
anteriormente não destinados a estabelecimentos de saúde. (ANVISA, 2002a)
II. Responsabilidades:
Art. 2° – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde 
prestará cooperação técnica às secretarias estaduais e municipais de saúde, 
a fim de orientá‑las sobre o exato cumprimento e interpretação deste 
regulamento técnico.
Art. 3º – As secretariais estaduais e municipais de saúde são 
responsáveis pela aplicação e execução de ações visando ao 
cumprimento deste regulamento técnico, podendo estabelecer 
normas de caráter supletivo ou complementar a fim de adequá‑lo às 
especificidades locais. (ANVISA, 2002a)
III. Objetivos:
Aprovar o regulamento técnico destinado ao planejamento, 
programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de 
estabelecimentos assistenciais de saúde, em anexo a esta resolução, a 
ser observado em todo o território nacional, na área pública e privada 
[...]. (ANVISA, 2002a)
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Unidade I
IV. Programação e organização físico‑funcional dos estabelecimentos assistenciais de saúde:
A programação físico‑funcional dos estabelecimentos assistenciais de 
saúde baseia‑se em um plano de atenção à saúde já elaborado, onde 
estão determinadas as ações a serem desenvolvidas e as metas a serem 
alcançadas, assim como estão definidas as distintas tecnologias de operação 
e a conformação das redes físicas de atenção à saúde, delimitando no seu 
conjunto a listagem de atribuições de cada estabelecimento de saúde do 
sistema. (ANVISA, 2002a)
V. Atribuições de estabelecimentos assistenciais (4, 6 e 7):
ATRIBUIÇÃO 4: PRESTAÇÃO DE ATENDIMENTO DE APOIO AO DIAGNÓSTICO 
E TERAPIA 
ATIVIDADES
4.1‑Patologia clínica
[...]
4.2‑Imagenologia
[...]
4.3‑Métodos gráficos
[...] 
4.4‑Anatomia patológica
[...] 
4.5‑Desenvolvimento de atividades de medicina nuclear
[...]
4.6‑Realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos
4.6.1‑recepcionar e transferir pacientes 
4.6.2‑assegurar a execução dos procedimentos pré‑anestésicos e executar 
procedimentos anestésicos no paciente 
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4.6.3‑proceder a lavagem cirúrgica e antissepsia das mãos 
4.6.4‑executar cirurgias e endoscopias em regime de rotina ou em situações 
de emergência 
4.6.5‑realizar endoscopias que requeiram supervisão de médico anestesista 
4.6.6‑realizar relatórios médicos e de enfermagem e registro das cirurgias e 
endoscopias realizadas 
4.6.7‑proporcionar cuidados pós‑anestésicos 
4.6.8‑garantir o apoio diagnóstico necessário 
4.6.9‑retirar e manter órgãos para transplante 
4.7.Realização de partos normais, cirúrgicos e intercorrências obstétricas
[...] 
4.8‑Desenvolvimento de atividades de reabilitação em pacientes 
externos e internos
[...]
4.9‑Desenvolvimento de atividades hemoterápicas e hematológicas
[...]
4.10‑Desenvolvimento de atividades de radioterapia
[...] 
4.11‑Desenvolvimento de atividadesde quimioterapia
[...]
4.12‑Desenvolvimento de atividades de diálise
[...]
4.13‑Desenvolvimento de atividades relacionadas ao leite humano
[...] 
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Unidade I
4.14‑Desenvolvimento de atividades de oxigenoterapia hiperbárica
[...]
ATRIBUIÇÃO 6: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS 
E DE PESQUISA
ATIVIDADES
6.1‑Promover o treinamento em serviço dos funcionários
6.2‑Promover o ensino técnico, de graduação e de pós‑graduação
6.3‑Promover o desenvolvimento de pesquisas na área de saúde
[...]
ATRIBUIÇÃO 7: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE APOIO DE GESTÃO E EXECUÇÃO 
ADMINISTRATIVA
ATIVIDADES
7.1‑Realizar os serviços administrativos do estabelecimento
[...] 
7.2‑Realizar os serviços de planejamento clínico, de enfermagem e técnico 
7.2.1‑dirigir os serviços clínicos, de enfermagem e técnico do estabelecimento 
7.2.2‑executar o planejamento e supervisão da assistência 
7.2.3‑prestar informações clínicas e de enfermagem ao paciente 
7.3‑Realizar serviços de documentação e informação em saúde. (ANVISA, 2002a)
VI. Critérios para projetos de EAS (escadas, rampas e elevadores; acabamentos de paredes, pisos, 
tetos, rodapés e forros):
CIRCULAÇÃO EXTERNA E INTERNA
[...]
Deve haver uma preocupação de restringir ao máximo o número desses 
acessos, com o objetivo de conseguir um maior controle da movimentação 
no EAS, evitando‑se o tráfego indesejado em áreas restritas, o cruzamento 
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
desnecessário de pessoas e serviços diferenciados, além dos problemas 
decorrentes de desvios de materiais. (ANVISA, 2002a)
Corredores: largura mínima de 2 metros, não podendo ser usados como área de estacionamento de 
carrinhos ou outros equipamentos.
Rampa ou elevador: EAS com dois ou mais pavimentos, onde sejam feitas cirurgias de tipo não 
ambulatorial, partos cirúrgicos ou trabalhe‑se com anestesia geral, deverá dispor de rampa ou elevador 
para transporte de pacientes em maca.
Acabamentos de pisos, tetos e paredes: devem ser resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes. 
Os materiais escolhidos para acabamento devem proporcionar às superfícies monolíticas o menor 
número possível de ranhuras ou frestas, mesmo após o uso e a limpeza frequentes. Vale ressaltar que 
tintas à base de epóxi, PVC ou poliuretano podem ser usadas, mas, como dito anteriormente, devem ser 
resistentes à lavagem e ao uso de desinfetantes e não serem aplicadas com pincel.
Piso: deve ser de cor que facilite a limpeza, de material resistente ao calor, ao impacto, à umidade 
e a soluções corrosivas, não poroso e sem rejuntes absorvíveis. Não pode ultrapassar 4% de absorção 
(por exemplo, cimento sem qualquer aditivo antiabsorvente), deve ter boa condutibilidade elétrica 
(eletricidade estática – aterramento) e não refletir luz.
Rodapé: a junção entre piso, parede e rodapé deve permitir total limpeza do canto formado (arredondamento 
acentuado é de difícil execução e nem sempre facilita a limpeza). Deve estar alinhado de modo a não ter 
ressaltos entre o rodapé e a parede, evitando, assim, o acúmulo de sujeira em um local de difícil limpeza.
Paredes: devem ser lisas, planas e sem saliências, de material durável e lavável, resistente à umidade 
e a produtos desinfetantes, com uma cor que diminua a reverberação luminosa.
Tubulação: não pode ser aparente; embutida é o correto.
Forro: é proibido forro falso removível; deve ser lavável, acústico (para diminuir ruídos), contínuo e 
com placas fixas.
2 RECURSOS HUMANOS E O PAPEL DO ENFERMEIRO NO CENTRO CIRÚRGICO
O trabalho desenvolvido na unidade de centro cirúrgico, por se tratar de um setor altamente 
especializado, requer que todos os profissionais que ali atuam concentrem esforços de forma planejada 
e organizada, visando a atingir um objetivo comum, dispensando esforços desnecessários que gerem 
estresse e desgaste físico, emocional e psicológico em toda a equipe atuante na unidade.
O setor deve ser organizado e gerenciado por um profissional enfermeiro, que deve ter como 
referencial: manuais operacionais, gerenciais e técnicos; regulamentos da instituição e do setor; e 
instrumentos administrativos que norteiem as diversas atividades desenvolvidas.
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Unidade I
É importante lembrar que a interação entre as equipes constitui fator relevante na operacionalização 
do trabalho e nas tomadas de decisão que se fizerem necessárias.
São objetivos da equipe no centro cirúrgico:
• proporcionar cuidados integrais ao paciente;
• contribuir e promover a recuperação ou melhora física do paciente por meio de tratamento cirúrgico;
• oferecer segurança ao paciente durante seu tratamento na unidade;
• orientar quanto a sua recuperação no pós‑operatório.
Equipes e profissionais atuantes na unidade:
• Equipe cirúrgica: cirurgião, cirurgião assistente (primeiro assistente, segundo assistente) e 
instrumentador cirúrgico. Ao cirurgião compete planejar e executar o ato cirúrgico, mantendo 
a ordem e o controle do tratamento. Os assistentes auxiliam o cirurgião durante todo o ato 
cirúrgico, podendo vir a substituí‑lo caso seja preciso. O instrumentador organiza, verifica, solicita 
os materiais necessários para a cirurgia, prepara a mesa com os instrumentais necessários e auxilia 
o cirurgião e seus assistentes durante todo o procedimento.
• Equipe de anestesia: composta de médicos anestesistas, que devem avaliar o paciente no 
pré‑operatório, conduzir todo o ato anestésico, planejar e executar a anestesia, monitorar e zelar 
pela integridade física e pelas condições clínicas do paciente durante todo o intraoperatório e o 
pós‑operatório.
• Equipe de enfermagem: enfermeiros (assistencial e coordenador), técnicos e auxiliares de 
enfermagem, escriturários e/ou auxiliares administrativos.
— atribuições do enfermeiro coordenador:
– coordenar a elaboração de normas, rotinas e procedimentos diversos do setor;
– realizar o planejamento das atividades de enfermagem;
– participar de reuniões pertinentes às atividades do setor (ou sempre que solicitado), 
promovendo, quando necessário, encontros com os colaboradores;
– executar e fazer cumprir rotinas e procedimentos pertinentes à sua função;
– realizar a avaliação de desempenho da equipe conforme norma da instituição;
– fazer cumprir as normas e os regulamentos da instituição e as rotinas da unidade;
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
– orientar, supervisionar e avaliar o emprego adequado de materiais e equipamentos, 
garantindo o uso correto deles;
– solicitar e testar a aquisição de novos equipamentos e materiais;
– colaborar com a comissão de controle de infecção hospitalar (CCIH), notificando ocorrências;
– cumprir as normas estabelecidas pelo setor de CCIH e orientar sobre elas a todos que atuem 
no centro cirúrgico;
– participar do processo de seleção, integração e treinamento admissional de 
funcionários novos;
– implementar programas de melhoria da qualidade do serviço prestado aos clientes internos 
e externos;
– desenvolver o sistema de assistência de enfermagem ao paciente no perioperatório;
– avaliar de forma contínua a interação entre a equipe de enfermagem e as outras equipes 
atuantes na unidade;
– realizar relatório mensal sobre as atividades do setor;
– identificar, relacionar e providenciar soluções para os problemas de enfermagem existentes, 
tomando o cuidado de sempre manter ciente a gerência de enfermagem;
– promover medidas que proporcionem condições ambientais de segurança para pacientes, 
colaboradores e demais usuários do setor;
– manter controle das áreas administrativas, técnicas e operacionais do setor, enfatizando os 
valores éticos e deontológicos;
– avaliar, coordenar e propor medidas enfatizandoa prevenção de complicações em todo o 
ato anestésico‑cirúrgico.
— atribuições do enfermeiro assistencial:
– realizar o planejamento de cuidados de enfermagem e supervisionar a assistência prestada 
aos pacientes cirúrgicos;
– prever a necessidade e prover o centro cirúrgico dos recursos humanos convenientes ao 
atendimento em sala cirúrgica;
– supervisionar e acompanhar as ações dos profissionais da equipe de enfermagem;
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– checar e avaliar previamente a programação cirúrgica;
– realizar escala diária, semanal e mensal de atividades dos colaboradores;
– orientar a montagem e a desmontagem da sala cirúrgica, bem como o encaminhamento de 
materiais diversos;
– conferir materiais especiais, como os implantáveis, necessários ao procedimento cirúrgico 
previamente determinado;
– avaliar e priorizar o atendimento aos pacientes observando o grau de complexidade clínica 
e cirúrgica;
– zelar por um ambiente cirúrgico seguro para pacientes, colaboradores e equipes usuárias 
do setor;
– realizar avaliação pré‑operatória dos pacientes do setor conforme os protocolos 
preestabelecidos pela instituição;
– recepcionar o paciente no centro cirúrgico, avaliando seu preparo pré‑operatório, o correto 
preenchimento dos impressos próprios da unidade, seu prontuário, a presença da pulseira 
de identificação e dos exames pertinentes ao ato cirúrgico;
– acompanhar o paciente à sala cirúrgica;
– realizar exame físico no paciente na entrada da sala de operações;
– avaliar o correto posicionamento anatômico do paciente na mesa cirúrgica para o ato 
anestésico‑cirúrgico;
– auxiliar, se necessário, no ato anestésico;
– realizar, quando necessário, a sondagem vesical do paciente cirúrgico;
– checar e avaliar resultados de exames laboratoriais realizados no intraoperatório;
– efetuar anotações e evoluções de enfermagem no prontuário do paciente, com os cuidados 
prestados e as ocorrências durante o transoperatório.
— atribuições do técnico de enfermagem:
– cumprir todas as normas e todos os regulamentos da instituição e do setor cirúrgico;
– receber o paciente na entrada do centro cirúrgico;
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– participar de reuniões convocadas por seu enfermeiro (ou sempre que solicitado);
– participar ativamente de treinamentos e programas de desenvolvimento profissional 
oferecidos pela instituição;
– colaborar com o enfermeiro, auxiliando‑o no programa de treinamento de funcionários 
do setor;
– desenvolver os procedimentos técnicos cabíveis segundo a orientação do enfermeiro;
– zelar pela ordem e pela limpeza no ambiente de trabalho;
– estabelecer uma relação de trabalho cooperativa com as equipes;
– oferecer boas condições de ambiente e de segurança ao paciente e à equipe multiprofissional;
– zelar pelo uso correto e pelos cuidados de conservação dos equipamentos;
– manter‑se atualizado com o mapa cirúrgico diário para a sala cirúrgica sob sua 
responsabilidade;
– atender as orientações do enfermeiro quanto à priorização dos procedimentos de maior 
complexidade e prover as salas cirúrgicas com materiais e equipamentos adequados (de 
acordo com cada tipo de cirurgia e com as necessidades individuais do paciente, especificadas 
no agendamento de assistência realizado pelo enfermeiro assistencial do centro cirúrgico);
– promover a remoção de sujidades dos equipamentos e das superfícies, levando em 
consideração as normas preestabelecidas pelo setor;
– observar e fazer cumprir as orientações do setor de controle de infecção da instituição;
– verificar e solicitar, quando necessário, a limpeza de paredes e do piso da sala de operação;
– conferir o perfeito funcionamento dos gases canalizados e dos equipamentos em geral;
– averiguar o funcionamento e a efetividade da iluminação da sala de operação.
— atribuições do auxiliar de enfermagem:
– participar ativamente de treinamentos e programas de desenvolvimento oferecidos 
pela instituição;
– zelar pela ordem e pela limpeza do ambiente de trabalho;
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Unidade I
– manter uma relação de trabalho cordial e cooperativa com a equipe interdisciplinar;
– promover boas condições de ambiente e de segurança para pacientes, colaboradores e 
demais equipes do setor utilizando corretamente equipamentos e materiais;
– assumir o plantão no horário predeterminado e conforme a norma institucional;
– manter‑se atualizado e ciente das cirurgias marcadas para a sala cirúrgica sob sua responsabilidade;
– atender as cirurgias que forem de menor complexidade;
– providenciar o material e os equipamentos adequados a cada tipo de cirurgia e às necessidades 
individuais do paciente (previamente definidas no planejamento de assistência realizado 
pelo enfermeiro do centro cirúrgico);
– remover eficazmente sujidades dos equipamentos utilizados e das superfícies, fazendo 
cumprir as orientações do setor de controle de infecção da instituição;
– verificar e solicitar, sempre que necessário, a limpeza de paredes e do piso da sala de operação;
– conferir o correto funcionamento dos gases canalizados e dos equipamentos utilizados;
– averiguar o funcionamento da iluminação da sala cirúrgica e sua efetividade;
– auxiliar na transferência e no transporte do paciente da maca para a mesa cirúrgica, 
cumprindo a prescrição de posicionamento correto também para cateteres, sondas e drenos;
– auxiliar no posicionamento anatômico do paciente na mesa para o ato cirúrgico;
– comunicar o enfermeiro responsável sobre possíveis ocorrências;
– preencher corretamente todos os impressos do prontuário do paciente;
– comunicar ao enfermeiro defeitos em equipamentos e materiais;
– controlar materiais, compressas e gazes para segurança do paciente;
– auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica;
– abrir os materiais estéreis segundo técnicas assépticas;
– solicitar a presença do enfermeiro sempre que necessário;
– encaminhar peças, exames e outros pedidos médicos no transcorrer da cirurgia;
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ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO
– auxiliar na transferência do paciente da mesa cirúrgica para a maca;
– encaminhar o paciente para a unidade de recuperação pós‑anestésica (RPA), também 
chamada de unidade de recuperação anestésica (RA), e informar sobre a cirurgia realizada e 
sobre alterações clínicas do paciente para o enfermeiro responsável da área;
– realizar a desmontagem da sala de operação.
A unidade de centro cirúrgico também pode contar com a presença funcional do auxiliar 
administrativo. Por executar apenas ações burocráticas, atuando sobretudo em escrituração e na 
secretaria da unidade, não se exige formação profissional na área da saúde para o desempenho dessa 
função. São exemplos de incumbências do auxiliar administrativo:
• atuar no apoio ao atendimento de clientes;
• auxiliar na organização do setor;
• prestar atendimento telefônico aos clientes internos e externos, efetuando agendamento 
de cirurgias;
• realizar digitação de comunicados, escalas, férias, rotinas e mapas cirúrgicos;
• providenciar e manter estoque de materiais de consumo e de escritório;
• protocolar peças para anatomia patológica;
• auxiliar o enfermeiro e as equipes nas ações e atividades administrativas que se fizerem necessárias.
3 DETERMINANTES CLASSIFICATÓRIOS E OPERACIONALIZAÇÃO DA UNIDADE
Após entender como a unidade de centro cirúrgico é definida e composta (em termos de estrutura 
física, funcional e organizacional, recursos materiais e humanos), podemos agora compreender melhor 
seu funcionamento.
Vale destacar que a operacionalização da unidade envolve o reconhecimento de determinantes 
classificatórios, nomenclaturas e o entendimento do processo cirúrgico ao qual o paciente será submetido.3.1 Classificação das fases cirúrgicas
O paciente que irá se submeter a uma cirurgia passará por três fases bem definidas. O preparo se dá na 
fase pré‑operatória, a execução do tratamento em si ocorre na fase intraoperatória (ou transoperatória) 
e a recuperação acontece na fase pós‑operatória.
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Fases cirúrgicas são as etapas de preparo do paciente que irá se submeter 
a um procedimento cirúrgico. As fases cirúrgicas seguem uma ordem e 
compõem o período perioperatório.
3.1.1 Fase pré‑operatória mediata e imediata
O pré‑operatório inicia‑se quando a intervenção cirúrgica é decidida pelo cirurgião 
que acompanha o paciente e termina quando o cliente estiver posicionado na mesa de 
cirurgia. É nesse momento que são introduzidas as orientações do preparo cirúrgico 
de acordo com cada tipo de cirurgia. Essa fase é dividida em pré‑operatório mediato e 
pré‑operatório imediato.
Na fase de pré‑operatório mediato o paciente é orientado quanto a exames e avaliações 
clínicas que devem ser feitos antes da internação para o procedimento cirúrgico.
O pré‑operatório imediato é o período que antecede a internação, momento em que é 
aberto o documento em que constarão todas as informações cirúrgicas do paciente, chamado 
Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (Saep). É nessa fase também 
que será efetuado todo o preparo necessário para o paciente ser encaminhado ao centro 
cirúrgico de forma segura (orientação e manutenção de jejum, rebaixamento de pelos 
quando necessário, controle dos sinais vitais, retirada de próteses e adornos, entre outros 
cuidados).
Para uma adequada preparação cirúrgica, é necessário ter conhecimento dos seguintes fatores 
envolvidos no caso:
• sequência de eventos a que o cliente será submetido;
• tipo de incisão prevista;
• hora da cirurgia;
• medicação pré‑anestésica;
• expectativas quanto à participação do cliente;
• função dos vários membros da equipe hospitalar.
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3.1.2 Fase intraoperatória ou transoperatória
A fase intraoperatória tem início quando o cliente entra na unidade de centro cirúrgico e 
termina quando é transferido para a sala de recuperação anestésica (SRA). É nessa fase que 
ocorrem o ato cirúrgico e a execução de toda a preparação efetuada nas fases anteriores, ou 
seja, pré‑operatório mediato e imediato. Para a realização de uma cirurgia é necessária uma 
série de preparos e rituais que irão auxiliar e facilitar os procedimentos, evitando uma possível 
infecção.
 Saiba mais
O Novo Dicionário Aurélio define ritual como “conjunto de práticas 
consagradas pelo uso e/ou por normas, e que devem ser observadas 
de forma invariável em ocasiões determinadas; cerimonial, ética” 
(FERREIRA, 1975, p. 27). Para conhecer melhor os termos da área, vale 
consultar The Canadian Patient Safety Dictionary, que, entre outros 
conceitos importantes, define segurança do paciente como a redução 
e a mitigação de atos não seguros dentro do sistema de assistência à 
saúde, assim como a utilização de boas práticas para alcançar resultados 
ótimos para o paciente.
THE CANADIAN Patient Safety Dictionary. Oct. 2003. Disponível 
em: <http://www.royalcollege.ca/portal/page/portal/rc/common/
documents/publications/patient_safety_dictionary_e.pdf>. Acesso 
em: 9 ago. 2017.
Ao término da cirurgia, o anestesista irá iniciar o procedimento de reversão anestésica e o 
paciente será encaminhado para a sala de recuperação anestésica. É o começo do pós‑operatório.
3.1.3 Fase pós‑operatória imediata e mediata
O pós‑operatório imediato tem seu início com o término da cirurgia e a entrada do paciente 
na sala de recuperação anestésica, para onde é levado ainda sob efeito anestésico. O paciente 
deve permanecer por, no mínimo, uma hora nessa unidade e, assim que adquirir condições 
de alta, ser encaminhado ao seu leito de origem. A fase de pós‑operatório imediato termina 
24 horas após o fim da cirurgia, quando começa a fase de pós‑operatório mediato, a qual se 
estende até a alta cirúrgica.
É importante destacar que o pós‑operatório imediato é considerado um período crítico 
e que, por isso, o paciente deve ser atendido de forma bastante rápida e eficaz (para evitar 
complicações). Na recuperação anestésica, ele deve ter acompanhamento direto do enfermeiro 
e do anestesista.
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Alguns pacientes podem necessitar de atendimento intensivo após 
o término da cirurgia, devendo ser encaminhados da sala cirúrgica 
diretamente para a UTI, onde receberão os cuidados necessários e passarão 
seu pós‑operatório imediato.
3.2 Terminologia cirúrgica
Dá‑se o nome de terminologia cirúrgica ao conjunto de palavras e expressões próprias à área e que 
expressam o segmento corpóreo afetado e a intervenção cirúrgica a ser realizada para o tratamento 
do paciente. Em outras palavras, a terminologia permite identificar corretamente o procedimento a ser 
realizado, determinando como e em que segmento corpóreo se dará a prática.
São objetivos da terminologia cirúrgica:
• fornecer, sob forma verbal ou escrita, uma definição do termo cirúrgico;
• descrever os tipos de cirurgia;
• permitir preparar os instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados a cada tipo de cirurgia.
Na terminologia cirúrgica a maioria dos termos são formados por um prefixo (raiz), que designa a 
parte do corpo relacionada com a cirurgia, e por um sufixo, que indica o ato cirúrgico realizado. Veja o 
exemplo a seguir.
RAIZ (PARTE DO CORPO) + SUFIXO (TIPO DE PROCEDIMENTO)
RINO (NARIZ ) + PLASTIA (REPARAÇÃO PLÁSTICA)
RINOPLASTIA = CIRURGIA PLÁSTICA NO NARIZ
Vale observar que nem todos os procedimentos cirúrgicos seguem essa regra, recebendo alguns 
denominações especiais, muitas vezes provenientes do nome do profissional que idealizou a técnica 
cirúrgica em questão (também chamada, por isso, de epônimo). Existem ainda outros termos 
especiais que não seguem as regras anteriormente descritas. No entanto, o nome da maioria das 
cirurgias pode ser definido associando‑se o prefixo referente à parte do corpo com o sufixo que 
designa o tipo de procedimento.
A seguir estão os principais sufixos utilizados na terminologia cirúrgica:
• ectomia: remoção/retirada total ou parcial de um órgão ou segmento corpóreo;
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• tomia: incisão, corte ou abertura de um tecido, segmento corpóreo ou órgão;
• stomia: abertura de um conduto entre o meio interno e o meio externo do corpo, abertura de uma 
nova comunicação ou nova boca;
• scopia: visualização do interior do corpo por meio de um instrumento ótico, visualização essa 
executada através de orifícios naturais ou produzidos cirurgicamente;
• rafia: sutura/incisão cirúrgica;
• pexia: fixação de um órgão ou segmento corpóreo em seu eixo anatômico;
• plastia: alteração ou reparação plástica na forma ou função do segmento.
Alguns exemplos de terminologia cirúrgica que seguem a regra prefixo (raiz) + sufixo (tipo 
de procedimento):
• cistectomia: remoção parcial ou total da bexiga;
• mastectomia: remoção parcial ou total das mamas;
• cistopexia: fixação da bexiga em seu eixo anatômico;
• orquipexia: fixação do testículo em sua bolsa;
• blefaroplastia: reparação na forma ou função das pálpebras;
• mamoplastia: reparação na forma ou função das mamas;
• gastrorrafia: sutura do estômago; 
• perineorrafia: sutura do períneo;
• artroscopia: visualização do interior de uma articulação;
• colonoscopia: visualização do interior do cólon;
• flebotomia: abertura, corte, dissecção de veia;
• laparotomia: abertura, corte, incisão da cavidade abdominal;
• colostomia: exteriorização de parte do cólon;
•traqueostomia: abertura da traqueia como novo conduto respiratório.
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Alguns exemplos de terminologia que não segue a regra prefixo (raiz) + sufixo (tipo de procedimento):
• anastomose: comunicação cirúrgica, conexão, junção e sutura de dois órgãos ou segmentos vasculares;
• artrodese: fixação cirúrgica de articulações;
• evisceração: saída de vísceras de sua cavidade;
• deiscências: separação espontânea de bordos teciduais previamente suturados.
Por fim, alguns exemplos de epônimos (quando o nome da técnica cirúrgica provém de uma pessoa, 
quase sempre seu criador):
• gastrectomia Billroth I: anastomose do estômago com duodeno;
• gastrectomia Billroth II: anastomose do estômago com jejuno;
• cirurgia de Whipple: gastroduodenopancreatectomia cefálica;
• cirurgia de Bassini: hernioplastia inguinal que une o tendão conjunto ao ligamento inguinal.
3.3 Classificação do tratamento cirúrgico
Na unidade de centro cirúrgico pode ser feita uma primeira classificação do procedimento cirúrgico 
– segundo Silva, Rodrigues e Cezareti (1997), é possível classificá‑lo quanto a:
• momento operatório;
• finalidade da cirurgia a ser realizada;
• potencial de contaminação.
3.3.1 Classificação quanto ao momento operatório
Nessa classificação, a realização da cirurgia é determinada em detrimento das condições clínicas do 
paciente. A cirurgia pode ser em caráter de emergência, de urgência ou eletiva.
• Emergência: é a situação que, pela gravidade do quadro clínico apresentado pelo paciente, exige 
intervenção cirúrgica imediata, isto é, o paciente precisa ser operado imediatamente. Exemplos: 
hemorragia, perfuração de vísceras (por trauma, por arma branca ou de fogo) e lesões hemorrágicas 
em órgãos vitais.
• Urgência: nesse caso a intervenção cirúrgica é mediata; o estado clínico do paciente é grave e 
exige a intervenção cirúrgica, mas podem‑se aguardar algumas horas (nas quais o paciente é 
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mantido sob avaliação clínica e laboratorial e sob observação constante). É importante destacar 
que o procedimento deverá ser realizado num intervalo de 24 a 72 horas, no máximo. Exemplo: 
abdome agudo inflamatório.
• Eletiva: é o tratamento cirúrgico que pode ser agendado para um momento conveniente para 
cirurgião, paciente e instituição. O quadro clínico do paciente é estável e controlado. Exemplos: 
varizes dos membros inferiores e cirurgias plásticas.
 Lembrete
Vale ressaltar que, apesar de serem sinônimos no dia a dia, os 
termos urgência e emergência têm significados diversos e gravidades 
diferenciadas quando o contexto é a área médica. É preciso lembrar que, 
tanto numa quanto noutra situação, o estado clínico do paciente é grave, 
porém, enquanto a intervenção cirúrgica pode aguardar algumas horas 
num caso de urgência, em uma emergência o procedimento cirúrgico 
precisa ser feito imediatamente.
3.3.2 Classificação quanto à finalidade da cirurgia a ser realizada
Devemos entender que, em princípio, as cirurgias possuem finalidade curativa: em sua maioria, 
objetivam a cura do cliente quando o tratamento clínico não é indicado ou não surte mais efeito. No 
entanto, outras finalidades podem estar presentes, algumas delas não buscando necessariamente 
a cura. 
Silva, Rodrigues e Cezareti (1997) propõem que o ato cirúrgico seja categorizado, segundo sua 
finalidade, como paliativo, radical, plástico ou diagnóstico.
• Paliativo: tratamento cirúrgico com o objetivo de compensar os distúrbios para melhorar as 
condições do paciente e/ou aliviar a sua dor, contribuindo para a sua qualidade de vida. Exemplos: 
gastrojejunoanastomose sem remoção do tumor e colostomia.
• Radical: tratamento cirúrgico por intermédio do qual é feita a remoção parcial ou total de um 
órgão ou segmento corporal. Exemplos: hepatectomia parcial e amputação de membro inferior.
• Plástico: é o tratamento realizado com finalidade estética ou corretiva. Exemplos: mamoplastia 
reparadora e cirurgias plásticas no geral.
• Diagnóstico: caracteriza‑se pela retirada/remoção de fragmentos de tecido para exame 
microscópico e/ou anatomopatológico com fins diagnósticos. Exemplos: laparotomia diagnóstica 
e biopsia hepática.
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3.3.3 Classificação quanto ao potencial de contaminação
As cirurgias também podem ser classificadas quanto ao seu potencial de contaminação. Deve‑se 
fazer essa classificação antes de o paciente ser submetido ao tratamento cirúrgico, e ela pode ser 
alterada, caso necessário, ao término da cirurgia.
O Ministério da Saúde (BRASIL,1998), por meio do anexo II, item 3, da Portaria nº 2.616, classifica as 
cirurgias, segundo o potencial de contaminação, da seguinte forma.
• Cirurgias limpas: são aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, 
na ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, 
cirurgias eletivas atraumáticas com cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. 
Cirurgias em que não ocorrem penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. 
Exemplo: mamoplastia.
• Cirurgias potencialmente contaminadas: são aquelas realizadas em tecidos colonizados 
por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, na 
ausência de processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicas discretas no 
transoperatório. Cirurgias limpas com drenagem se enquadram nessa categoria. Ocorre 
penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. 
Exemplo: gastrectomia.
• Cirurgias contaminadas: são aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, 
colonizados por flora bacteriana abundante, cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem 
como todas aquelas em que tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuração 
local. Presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção. Exemplo: 
hemicolectomia.
• Cirurgias infectadas: são todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão 
em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos estranhos e feridas 
de origem suja. Exemplo: nefrectomia com infecção purulenta.
4 OPERACIONALIZAÇÃO DA UNIDADE
4.1 Tempos cirúrgicos ou operatórios
Tempos cirúrgicos ou operatórios são manobras realizadas pelo cirurgião, do início até o 
término do procedimento, com o objetivo de incisar planos anatômicos, paralisar, deter ou impedir 
sangramentos, realizar a cirurgia propriamente dita ou executar o fechamento dos planos anatômicos 
no ato cirúrgico. O processo tem início quando a cirurgia começa a ser executada e encerra‑se ao 
término do procedimento.
Via de regra, as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro tempos, a saber: diérese, hemostasia, 
cirurgia propriamente dita (também chamado tempo principal ou exérese) e síntese (ou sutura). Em 
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alguns casos, no entanto, apenas um tempo cirúrgico faz‑se presente, como na abertura de um abscesso 
ou na sutura de uma lesão.
Cabe ao enfermeiro identificar o tempo correto de cada cirurgia a fim de orientar sua equipe a 
disponibilizar os materiais utilizados em cada etapa no momento em que eles se fizerem necessários.
4.1.1 Primeiro tempo cirúrgico (diérese)
O termo diérese significa dividir, separar, cortar. Em enfermagem, significa a separação dos planos 
anatômicos ou tecidos que possibilita a abordagem de um órgão, região cavitária ou superfície corporal. 
Pode ser mecânica (instrumentos cortantes) ou física (recursos especiais).
A diérese mecânica é realizada com o auxílio de material cortante, afastadores, tesouras, trépanos, 
curetas oudilatadores. Alguns exemplos:
• punção: drenar coleções de líquidos ou coletar fragmentos de tecidos;
• secção: dividir ou cortar tecidos utilizando material cortante;
• divulsão: afastamento dos tecidos nos planos anatômicos sem cortá‑los, com o uso de tesouras 
de ponta romba ou afastadores;
• curetagem: raspagem da superfície do órgão (com uma cureta);
• dilatação: processo para aumentar o diâmetro de estruturas físicas anatômicas;
• descolamento: separação dos tecidos de um espaço anatômico.
A diérese física, por sua vez, é realizada por meio de temperatura ou radiação. São exemplos:
• térmica: calor cuja fonte é a energia elétrica (bisturi);
• crioterapia: resfriamento brusco e intenso da área em que será realizada a cirurgia (com 
nitrogênio líquido);
• laser: ondas luminosas de raios infravermelhos concentrados e de alta potência.
4.1.2 Segundo tempo cirúrgico (hemostasia)
Dá‑se o nome de hemostasia (hemo = sangue; stasis = deter) ao processo pelo qual se previne, 
detém ou impede o sangramento. Pode ser feito por meio de:
• pinçamento de vasos;
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• ligadura de vasos;
• eletrocoagulação;
• compressão.
Hemostasia prévia, preventiva ou pré‑operatória é o nome utilizado quando se busca interromper, 
em caráter provisório, o fluxo de sangue para a ferida cirúrgica, a fim de prevenir ou diminuir a perda 
sanguínea (garrote pneumático, faixa de Esmarch) ou medicamentosa (exames laboratoriais).
A hemostasia temporária é feita durante a intervenção cirúrgica com o objetivo de deter ou impedir 
temporariamente o fluxo de sangue no local da cirurgia (compressão por instrumentais, pinças).
Já a hemostasia definitiva é aquela em que a obliteração do vaso sanguíneo se dá em caráter 
permanente (sutura, bisturi, laqueadura).
4.1.3 Terceiro tempo cirúrgico (cirurgia propriamente dita, tempo principal ou exérese)
O tempo cirúrgico fundamental corresponde à etapa em que efetivamente é realizado o ato cirúrgico. 
Nesse momento o cirurgião realiza o procedimento proposto para o tratamento do paciente, utilizando 
materiais e instrumentais comuns (como pinças, tesouras e cânulas), mas também materiais especiais e 
específicos (que devem ser providenciados previamente ao ato cirúrgico e de acordo com a necessidade 
do tratamento); como exemplo desses materiais especiais, podemos citar próteses diversas.
4.1.4 Quarto tempo cirúrgico (síntese ou sutura cirúrgica)
A síntese cirúrgica (cuja etimologia remonta às ideias de junção e união) ou sutura consiste em 
aproximar ou coaptar as bordas de uma lesão, com a finalidade de estabelecer a contiguidade do 
processo de cicatrização. A síntese cirúrgica pode ser classificada em:
• imediata: trata‑se da aproximação ou coaptação das bordas da incisão feita imediatamente após 
o término da cirurgia;
• mediata: corresponde à aproximação das bordas feita algum tempo após a cirurgia;
• completa: aproximação ou coaptação dos tecidos em toda a extensão da incisão cirúrgica, unindo 
toda a borda da lesão, de uma extremidade à outra;
• incompleta: aproximação dos tecidos em quase toda a extensão da incisão, mantendo‑se nesse 
caso uma pequena abertura para a colocação do dreno;
• incruenta: aproximação ou união dos tecidos com o auxílio de materiais que não fios cirúrgicos, 
como gesso, cola cirúrgica, ataduras e adesivos cirúrgicos;
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• cruenta: consiste na coaptação, aproximação ou união dos tecidos realizada por meio de sutura 
permanente ou removível, com a utilização de instrumentos apropriados, como agulhas e fios de 
sutura;
• temporária: é a sutura escolhida quando há necessidade de remover os fios cirúrgicos da ferida 
após o fechamento ou a aderência das bordas;
• definitiva: é o nome dado à sutura quando os fios cirúrgicos não precisam ser removidos, pois 
permanecem encapsulados no interior dos tecidos.
4.2 Sistematização de Assistência de Enfermagem Perioperatória (Saep)
É um processo sistematizado, individual e planejado de assistência ao paciente que irá se submeter 
a um procedimento cirúrgico. Integra uma série de passos bem ajustados e relacionados.
São objetivos da Saep:
• levantar e analisar as necessidades individuais do paciente cirúrgico;
• implementar assistência de enfermagem integral, individualizada, contínua, documentada, 
participativa e avaliada;
• diminuir os riscos a que o paciente cirúrgico está sujeito;
• realizar atividades conjuntas com a equipe multiprofissional.
Nesse sentido, são finalidades da atuação do enfermeiro:
• o respeito à individualidade, aos direitos e à dignidade do paciente;
• a continuidade do cuidado entre as unidades que o atendem;
• a promoção da recuperação e/ou manutenção do estado de saúde do indivíduo;
• o esclarecimento ao paciente e aos familiares de todas as orientações e informações sobre cirurgia, 
anestesia, rotina e recuperação pós‑cirurgia;
• a identificação de diagnóstico, objetivo e planejamento;
• o incentivo à interação e à comunicação entre enfermeiro e paciente, minimizando a ansiedade;
• a melhoria da confiança e da autoestima do paciente;
• a garantia de segurança durante todo o perioperatório;
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• a satisfação tanto do cliente quanto do profissional;
• a avaliação dos resultados do cuidado perioperatório, estabelecendo uma base de dados para 
oferecer subsídios às mudanças.
4.2.1 Desenvolvimento da Saep
Como vimos anteriormente, a Saep é composta de fases correlacionadas e bem definidas, descritas 
a seguir.
• Pré‑operatório imediato
É o período que vai da véspera da cirurgia (internação do paciente) até o momento em que o 
paciente chega ao centro cirúrgico, incluindo a visita pré‑operatória.
São finalidades do pré‑operatório imediato:
— conhecer o paciente e seus familiares (cuidadores);
— estar a par dos problemas do paciente que possam interferir no procedimento cirúrgico e tudo 
o que está relacionado a ele;
— minimizar dúvidas, esclarecer rotinas e explicar o procedimento, desmistificando situações;
— proporcionar ao paciente condições de colaboração, participação e autocuidado.
Na fase do pré‑operatório imediato, cabe ao enfermeiro fazer:
— levantamento de problemas, por meio do qual são detectadas as necessidades básicas alteradas 
do paciente;
— análise de prontuário, entrevista com paciente e familiares, avaliação de resultado de exames, 
levantamento de necessidades – como uso de prótese dentária, hipertensão arterial sistêmica 
(HAS) não tratada, alergias e acuidade auditiva alterada;
— orientações ao paciente e aos familiares quanto a dúvidas apresentadas (momento em que se 
podem observar e identificar medos e fatores geradores de estresse) e orientações básicas (sobre 
jejum, higiene/banho, retirada de prótese dentária [se houver], anestesia a ser administrada, 
características do centro cirúrgico, esvaziamento vesical e intestinal etc.);
— prescrição de enfermagem para o transoperatório – com base nos problemas levantados 
durante a avaliação do paciente; deve‑se ainda verificar a retirada da prótese dentária e a 
pressão arterial (PA), comunicar ao anestesista sobre HAS não tratada, informar sobre alergias 
e falar com o paciente em voz alta.
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• Transoperatório ou intraoperatório
Envolve recepção, avaliação do paciente, breve exame físico na admissão no centro cirúrgico e 
execução dos cuidados de enfermagem que foram determinados para o transoperatório.
Na sala cirúrgica o enfermeiro deve prescrever (e se necessário auxiliar) o posicionamento 
anatômico‑cirúrgico do paciente, evitando iatrogenias e complicações no intraoperatório e no 
pós‑operatório, além de verificar a colocação

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