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Direito administrativo II
Tredestinação:
intervenções restritivas na propriedade
direito de retrocessão: real, pessoal ou natureza mista?
real - prescrever em 10 anos
pessoal - 3 ou 5 (divergência)
tredestinação ilícita - a tredestinação ilícita gera como efeito jurídico o direito à retrocessão. adestinação
desdestinação não gera direito ao ex proprietario
art. 519 do CC
Limitações administrativas, pode ser Lei
 Característica geral 
STJ - leis ambientais que restrinjam o uso da propriedade têm natureza de limitação administrativa
atos adm. ou legislativos
definitividade (não transitoriedade)
ausência de indenização
fernanda marinela (livro Professora)
Em regra ex nunc
Não é intervenção do Estado
Desapropriação confisco: art 243/CF Privativa da União.
Punição do Estado, pois o proprietário dá destinação ilegal ao imóvel.
Exemplo de desapropriação confisco:
Desap. confisco: plantas psicotrópicas ou exploração do trabalho escravo
Se proprietário comprovar que não incorreu em culpa, será afastada a desapropriação-confisco (243, Cf)
Desapropriação urbanística, município previsão no estatuto da cidade Lei 10257
Art. 182, § 4º, CRFB
Regulamentado pela Lei 10257 Art. 8º, § 1º
Indenização com título da dívida pública, resgatável em até 10 anos. 
Tombamento: 06/04/20
DL 25/37
Art. 14. A. coisa tombada não poderá saír do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional;
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruidas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cincoenta por cento do dano causado;
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto, impondo-se nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objeto;
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuzer de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa.
        § 1º Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as obras, o diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional mandará executá-las, a expensas da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo de seis mezes, ou providenciará para que seja feita a desapropriação da coisa.
Direito de preferência: No caso de Tombamento o Proprietário terá preferência em caso de venda, no NCPC/2015 essa situação foi revista.
Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou por meio eletrônico.
§ 3º No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municípios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arrematação, em igualdade de oferta.
O bem tombado pode ser dado em garantia.
Controle, tipos:
Administrativo e Judiciário.
DL 3.866/41
​
Artigo único. O Presidente da República, atendendo a motivos de interesse público, poderá determinar, de ofício ou em grau de recurso, interposto pôr qualquer legítimo interessado, seja cancelado o tombamento de bens pertencentes à União, aos Estados, aos municípios ou a pessoas naturais ou jurídicas de direito privado, feito no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, de acordo com o decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937.
Intervenção do Estado no domínio econômico.
Art. 170 e seguintes da CRFB/88
Adam Smith a riqueza das nações Liberalismo econômico
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;         (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
Fundamentos da Ordem Econômica:
Valorização do Trabalho Humano;
Liberdade de Iniciativa
art. 174, parágrafo 4º da CF 
​
“§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica: autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que atua em todo o território nacional.
Tribunal Administrativo de Defesa Econômica
Departamento de Estudos Econômicos
Superintendência-Geral: Instrução probatória, colhe as provas e encaminha ao Trib. Admin. Defesa Econ.
sanções - 37 da lei 12529
Responsabilidade solidária = Após a fusão a responsabilidade passa a ser solidária.
Art. 36. Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, ainda que não sejam alcançados:
I - limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
II - dominar mercado relevante de bens ou serviços;
III - aumentar arbitrariamente os lucros; e
IV - exercer de forma abusiva posição dominante.
Lei delegada número 4 - revogada no ano passado
Prazo para o CADE, entrar com processo adm. 5 anos
art. 46 da lei 12529
Prescrição intercorrente de 3 anos
art. 86 da lei 12529 - acordo de leniência
Art. 86. O Cade, por intermédio da Superintendência-Geral, poderá celebrar acordo de leniência, com a extinção da ação punitiva da administração pública ou a redução de 1 (um) a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, nos termos deste artigo, com pessoas físicas e jurídicas que forem autoras de infração à ordem econômica, desde que colaborem efetivamente com as investigações e o processo administrativo e que dessa colaboração resulte:
AGENTES PÚBLICOS: 13/04/2020
 Lei 8.745 funcionários públicos temporários.
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
Características:
Profissionalidade;
Definitividade vinculo do servidor com o ente estatal, Definitivo;
Relação jurídica de trabalho concurso público;
Regimes jurídicos funcionais;
Regime estatutário;
Pluralidade normativa;
art. 61, § 1o, II, “c”, da CF
Regime trabalhista, unicidade normativa
Regime de Emprego Público
Lei no 9.962, de 22.2.2000
“Art. 1o O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário.”
Em sua redação originária, dispunha o art. 39, caput, da CF, que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam instituir, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores daadministração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Isso significa que a ADM direta, autárquica e fundacional não poderia contratar, ao mesmo tempo, empregados regidos pela CLT e de estatutários.  
 
O sistema do regime jurídico único, entretanto, anteriormente previsto no art. 39 da CF, foi abolido pela EC no 19/1998, que implantou a reforma administrativa do Estado. O efeito da alteração foi o de permitir que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pudessem recrutar servidores sob mais de um regime jurídico. Desse modo, tornou-se possível, por exemplo, que um Estado tenha um grupo de servidores estatutários e outro de servidores trabalhistas, desde que, é claro, seja a organização funcional estabelecida em lei. O mesmo foi permitido para as demais pessoas federativas. Aliás, a própria União Federal, como já vimos, tem a previsão de servidores estatutários (Lei no 8.112/1990) e de servidores trabalhistas (Lei no 9.962/2000 e legislação trabalhista).
Com a ADI 2135, com medida cautelar, passou-se a voltar a norma anterior, onde se admite só UM regime de servidores nos entes da Administração Direta, autárquica e fundacional, não sendo mais possível a implantação de regimes múltiplos em cada uma das entidades. EM AMBITO FEDERAL RESTAURA-SE A OBRIGATORIEDADE DE APLICAÇÃO DA LEI 8112/90.
Aplica-se o texto original do art. 39 da CF que define a aplicação de regime jurídico único para os servidores da ADM Direta, autárquica e fundacional.
37, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
Aula do dia 15/04/2020
Função Pública: é um conjunto de atribuições destinadas aos agentes públicos, abrangendo à função temporária e a função de confiança.
Empregos públicos: é aquele ocupado por empregado público que pode atuar em entidade privada ou pública da Administração indireta;
Art. 61 (...) CRFB/88
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
Cargo público é aquele ocupado por servidor público.
CRFB/88 Art. 37
II, a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Súmula Vinculante 13 “Nepotismo”
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
Art. 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 20, parágrafo 5º, da lei 8112
CRFB/88
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Súmula Vinculante 5 STF
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Súmula Vinculante 21 STF
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.  (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço
 § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
04/05/2020
Funcionário Público:
A Constituição vigente abandonou a antes consagrada expressão funcionário público. Na seara do direito penal, todavia, ela ainda é empregada, abarcando todos os agentes que, embora transitoriamente ou sem remuneração, pratiquem crime contra a administração pública, no exercício de cargo, emprego ou função públicos (CP, art. 327). Como se vê, para fins penais, a abrangência do conceito de funcionário público é a mais ampla possível, correspondendo à da expressão "agente público", consagrada no âmbito do direito administrativo.
Reíntegração 
A reintegração é forma de provimento derivado expressamente prevista na Constituição (art. 41, § 2.º). Na Lei 8.112/1990, está tratada no art. 28. 
Ocorre a reintegração quando o servidor estável, anteriormente demitido, tem invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. Ele retornará então ao cargo e origem, com ressarcimento de todas as vantagens que teria feito JUS durante O período de Seu desligamento ilegal, inclusive às promoções por antiguidade que teria obtido nesse interim.
Na hipótese de o cargo ter sido extinto o servidor ficará m disponibilidade, até seu adequado aproveitamento.
Encontrando-se provido o cargo o cargo, o seu eventual ocupante, se estável, será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade nesse caso, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Esse eventual ocupante do cargo em que ingressará o servidor reintegrado deverá ser exonerado, se não for estável. É a única conclusão compatível com os dispositivos constitucionais e legais. Não conhecemos jurisprudência a respeito.
Provimento derivado por reingresso 
Se o servidor que, de alguma forma,deixou de atuar no exercício das funções de um determinado cargo, retorna às suas atividades, está configurado um provimento derivado por reingresso. Tal provimento pode ser de quatro espécies, a saber: reversão, reintegração, recondução e aproveitamento. 
~Reversão 
Trata-se de retorno do servidor público aposentado ao exercício do cargo público, consoante entendimento do art. 25 da lei 8.112/90. 
Pode-se dar por dois motivos, previstos na legislação federal. 
Reversão da aposentadoria por invalidez, quando cessam os motivos da invalidez. Neste caso, por meio de laudo médico oficial, o poder público toma conhecimento de que os motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor se tornaram insubsistentes, do que resulta a obrigatoriedade de retorno; Reversão do servidor aposentado voluntariamente, atendidos os requisitos estabelecidos em lei. Nesta hipótese, a lei determina que haja interesse da Administração Pública, que o servidor tenha solicitado a reversão, que a aposentadoria tenha sido voluntária, que o agente público já tivesse adquirido estabilidade quando na atividade, que a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação e que haja cargo vago, no momento do requerimento de reversáo. 
Parte da doutrina e da jurisprudência brasileiras vem entendendo que a aposentadoria voluntária quebra o vínculo com a Administração Pública, logo a reversão, nestes casos, seria uma burla à regra constitucional, sendo possível o retorno apenas mediante novo concurso público. Dessa forma, somente seria possível a reversão do servidor público aposentado por invalidez, uma vez cessados os motivos que deram ensejo à aposentadoria. 
Em qualquer hipótese, após os 75 anos de idade, não será possível a reversão, por tratar-se da idade limite para a aposentadoria compulsória, nos moldes do art. 2°, da Lei complementar 152/2015.
~ Reintegração É provimento derivado que enseja o retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava antetiormente, em virtude da anulação do ato de demissão. 
Ocorre, portanto, quando invalidada a demissão do servidor estável por decisão judicial ou administrativa, sendo que o reintegrado será indenizado por tudo que deixou de ganhar em virtude da demissão ilegal. 
Ressalte-se que, a despeito de estar prevista a exigência de estabilidade para que o servidor faça jus à reintegração, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem sendo orientada no sentido de que basta que este agente seja detentor de cargo público efetivo que terá direito a ser reintegrado por demissão ilegal, mesmo que esteja em estágio probatório. 
Nesses casos, se algum outro servidor ocupava o cargo do reintegrado, será reconduzido ao cargo de origem1 a princípio.
Recondução 
Consoante disposto no art. 29, da lei 8.112/90, a recondução é o retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado por ele. 
Ocorrerá ein duas hipóteses: 
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo, quando então o servidor público retorna à carreira anterior em que já havia adquirido estabilidade, ao invés de ser exonerado do serviço público. Dessa forma, caso um agente da polícia federal, estável, seja aprovado em concurso público para assumir cargo de delegado federal e, seja declarado inapto no estágio probatório deste novo cargo, terá direito a retornar ao cargo de origem, no qual já havia sido aprovado em avaliação de desempenho e adquírído estabilidade. 
A doutrina vem-se posicionando, majoritariamente, no sentido de que o servidor pode requerer a recondução dentro do período de estágio probatório. Sendo assim, não obstante o texto da lei trate de inaptidáo, essa análise de aptidáo é de "máo dupla", podendo ser o servidor reconduzido a pedido seu ou por decisão administrativa. Nesse sentido, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, MANDADO DE SEGURANÇA SERVIDOR PÚBLICO ESTÁVEL ESTÁGIO PROBATÓRIO EM OUTRO CARGO PÚBLICO. RECONDUÇÃO AO CARGO ANTERIORMENTE OCUPADO. POSSIBILIDADE. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. 1. O servidor público estável que desiste do estágio probatório a que foi submetido em razão de ingresso em novo cargo público tem direito a ser reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. 2. Inteligência do parágrafo 2° do artigo 20 da Lei n. 8.112/90. Precedentes do STF. 3. "O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança" (Súmula do STF, Enunciado n. 269). "Concessão do mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados admi~ nistrativamente ou pela via judicial própria." (Súmula do STF, Enunciado n. 271).4. Ordem pardalmente concedida. Processo: MS 8339 DF 2002/0051853-4 Relatot(a): Ministro HAMILTON CARVALHIDO Julgamento; 11/09/2002 b) reintegração do anterior ocupante. Trata-se de situaçáo exposta, na situação prática anteriormente apresentada, na qual o agente público ocupa cargo de um servidor que é posteriormente reintegrado. A reconduçáo não gera direito à percepção de indenização, em nenhuma das duas hipóteses. Logo, o servidor, retornará ao cargo de origem, percebendo a remuneração deste cargo.
Aproveitamento Trata-se do retorno de determinado servidor público que se encontra em disponibilidade, para assunção de cargo com funções compatíveís com as que exercia, antes de ter extinto o cargo que ocupava. Isso porque, a Constituição Federal prevê que, caso haja a extinção ou dedaraçáo de desnecessidade de cargo público, o servidor público estável ocupante do cargo não poderá ser demitido ou exonerado, sendo transferido para a disponibilidade. Nestas situações, o servidor-deixa de exercer as funções temporariamente e mantém o vínculo com a administração pública. A disponibilidade é remunerada proporcionalmente ao tempo de serviço. Veja-se o quanto disposto no texto constitucional. Art. 4L § 3° Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em dísponibiüdade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998) 
Frise-se que não há prazo para o término da disponibilidade, mas o servidor tem a garantia de que, surgindo cargo vago compatívd, seu aproveitamento será obrigatório. Ressalte-se que o aproveitamento é obrigatório para o poder público e para o agente. Isso porque a Administração não pode deixar de executar o aproveitamento para nomear novos candidatos, assim como o servidor não pode optar por ficar em disponibilidade, recusando o aproveitamento. De fato, a lei dispõe que será tornado sem efeíto o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercído no prazo legal, quando convocado pela Administração, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
Afastamento para o exercício de mandato eletivo Trata-se de afastamento regulamentado no art. 94 da lei 8112/1990, assim como no art. 38, da Constituição FederaP6, que permite o afastamento do exercício de atividades em cargos efetivos aos servidores eleitos para funções com representatividade popular. A intentio legis é permitir que a vontade do povo se sobreponha às necessidades da Administração Pública considerada individualmente em relação a um determinado órgão estatal. Nem sempre haverá afastamento do servidor efetivo de seu cargo, porque é possível a acumulação com o exercício das funções em mandato eletivo, sempre que o texto constitucional autorizar. Sendo assim, se o cargo público para o qual foi eleito o servidor for de âmbito federal, estadual ou distrital, o servidor será afastado de seu cargo efetivo e receberá a remuneração (subsídio) do cargo eletivo. Nos cargos eletivos de mandato municipal para Prefeito, será afastado o servidor público, mas poderá optar pela remuneração do cargo efetivo que ocupava.
Em se elegendo para cumprir mandato municipal em cargo de Vereador, o afastamento depende da compatibilidade de horários entre os cargos (efetivo e eletivo). Isso porque, se houver compatibilidade de horários, o servidor pode acumular o cargo efetivo mais o de vereador, recebendopor ambos. Não havendo compatibilidade de horários, não pode acumular e será afastado, podendo ainda optar pela remuneração.
A Constituíção Federal determina que, necessariamente, o servidor afastado deve continuar contribuindo para o regime próprio de previdência do servidor, como se estivesse em atividade e também estabelece que o tempo de afastamento será computado como tempo de serviço público para todos os efeitos, menos para fins de promoção por merecimento.
Agentes Políticos 
São aqueles agentes públicos que atuam no exercício da funçáo política de Estado, que possuem cargos estruturais e inerentes à organização política do país e que exercem a vontade superior do Estado. 
Os direitos e deveres destes agentes decorrem de leis específicas que estabelecem o seu vínculo com o poder público e, muitas vezes, estas regras estão definidas na própria Constituição Federal. Dessa forma, são servidores estatutários, não possuindo vínculo contratual com o Estado. 
É indiscutível, na doutrina, que sáo agentes políticos os detentores de mandato eletivo e os secretários e ministros de Estado. Portanto, seriam agentes políticos os chefes do executivo (Presidente da República, governadores e prefeitos) e seus auxiliares diretos (secretários estaduais e municipais) e também aqueles eleitos para o exercício de mandato no Poder Legislativo (senadores, deputados e vereadores). Parte dos doutrinadores, inclusive o eminente Celso Antônio Bandeira de Mdo1, entende que somente estes já elencados ostentam a qualidade de agentes políticos. Com efeito, estabelece este autor que: "São agentes políticos apenas o Presidente da República, os Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefas de Executivo, isto é, Ministros e Secretdrios das diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados Federai's e Estaduais e Vereadores. O vínculo que tais agentes mantêm com o Estado não é de natureza profissional, mas de natureza política". 
O autor citado ainda explica que a escolha destes agentes não se dá por meio de aptidão técnica, e sim por sua qualidade como cidadão e pela capacidade de conduzir a_ sociedade, sendo normalmente escolhidos por nomeação ou eleição popular. 
Ocorre que parte da doutrina vem-se posicionando, majoritariamente, no sentido de acrescentar os membros da Magistratura e os do Ministério Público como agentes políticos, haja vista atuarem no exercício de funções essenciais ao Estado e praticarem atos inerentes à soberania deste. Saliente-se que, neste caso, o ingresso em tais carreiras se dá, em sua maioria, mediante aprovação em concurso público, em que seja avaliada sua qualificação técnica e profissional para o exercício da atividade. Não obstante se trate de matéria controversa, para fins de concursos públicos, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou no sentido de considerá-los agentes políticos. Eis o julgado. 
Ementa: Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica,, 3. Ação que deveria ter sido ajuizada contra a Fazenda Estadual - responsável eventual pelos alegados danos causados pela autoridade judicial, ao exercer suas atribuições -, a qual, posteriormente, terá assegurado o direito de regresso contra o magistrado responsável, nas hipóteses de dolo ou culpa. 4. Legitimidade passiva reservada ao Estado. Ausência de responsabilidade concorrente em face dos eventuais prejuízos causados a terceiros pela autoridade julgadora no exercício de suas funções, a teor do art. 37, § 6°, da CF/88. 5. Recurso extraordinário conhecido e provido. RE 228977 / SP - SAO PAULO 
RECURSO EXTRAORDINARIO Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA 
Julgamento: 05/03/2002 Órgão Julgador: Segunda Turma 
Em relação aos Membros do Tribunal de Contas, alguns doutrinadores, ainda, os inserem na qualificação de agentes políticos. Sendo assim, os conselheiros e ministros dos Tribunais de Contas ostentariam a qualidade de agentes políticos, exercendo função de importante atuação no Estado. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal já se pronunciou acerca do tema, dispondo que eles se enquadram na categoria de agentes administrativos. A situação foi a seguinte: 
Em 2008, após a edição da Súmula Vinculante n. 13, que veda o nepotismo no serviço público, determinado Prefeito nomeou seu irmão como Secretário de Obras do Município. Ao analisar o caso, o STF entendeu náo ser inconstitucional haja vista o fato de que o Secretário de Estado é agente político e, portanto, sua nomeação se configura um ato político. Por sua vez, o ato político não se sujeita ao controle jurisdicional por meio da Súmula Vinculante. 
Após esta decisão, determinado governador nomeou o irmão para assunção do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e o Supremo Tribunal Federal anulou a nomeação sob a alegação de que aquela é uma função administrativa e não política. Em virtude dessa decisão, que segue abaixo transcrita, os membros do Tribunal de Contas não estão incluídos no rol dos agentes políticos para fins de provas objetivas ou subjetivas de concursos.
Pelo exposto, não obstante a discussão doutrinária e jurisprudencial acerca da matéria, entende-se, nesta obra, ostentarem a qualidade de agentes políticos, além dos detentores de mandato eletivo e dos secretários e ministros de estado, os membros da magistratura e do Ministério Público, diante das funções que exercem.
1) Ano: 2006 Banca: FCC Órgão: TRT - 24ª REGIÃO (MS) Prova: FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
A transposto a qualquer outro cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida e a equivalência de vencimentos.
B também reintegrado ao cargo de origem, sem direito a indenização, ou posto em disponibilidade com remuneração integral.
C readaptado ao cargo anterior, com direito a indenização, ou posto em disponibilidade, com vencimento proporcional ao tempo de serviço.
D reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
E promovido a outro cargo, ou posto em disponibilidade, desde que indenizado e com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
2) Ano: 2006 Banca: FCC Órgão: TRT - 24ª REGIÃO (MS) Prova: FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Analista Judiciário - Área Judiciária A autoridade competente, alegando insubordinação grave em serviço, demitiu determinado servidor estável. Contudo, este comprovou judicialmente a inexistência dos motivos que culminaram com referida penalidade, o que resultou em sua invalidação. Em virtude do ocorrido, o servidor será
A reconduzido a qualquer cargo com atribuições compatíveis com as exercidas anteriormente, com integral ressarcimento dos prejuízos suportados.
B reintegrado no cargo anteriormente ocupado, ou no resultante de sua transformação, com ressarcimento de todas as vantagens.
C readaptado no cargo ocupado anteriormente, com plena restauração dos direitos violados e integral ressarcimento dos prejuízos sofridos.
D posto em disponibilidade, com recebimento de remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
E reinvestido no cargo anteriormente ocupado em virtude da forma de provimento originário denominada reversão.
3) Ano: 2006 Banca: FCC Órgão: TRT - 24ª REGIÃO (MS) Prova: FCC - 2006 - TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário - Área Administrativa Texto associado A investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitaçãoque tenha sofrido em sua capacidade física e mental verificada em inspeção médica, decorre da forma de provimento derivado denominada
A reintegração.
B recondução.
C aproveitamento.
D readaptação.
E reversão.
06/05/2020 Revisão:
Obra pública não é serviço público, por não ser contínua, ela apresenta início, meio e fim. Assim como o poder de polícia e a exploração de atividade econômica.
Princípio da generalidade maior número de pessoas abrangidas pelo serviço público;
Princípio da modicidade tarifas pequenas, diretamente ligado ao princípio acima descrito, pois quanto maior a tarifa menor o número de pessoas abrangidas e ou atendidas.
Princípio da continuidade serviço tem que ser prestado de forma continua, exemplo o fornecimento de água e energia.
Greve ver entendimento do STF, quanto ao corte do ponto (salario).
Princípio da atualidade, coisas mais atualizadas inovadas.
Remuneração 
18/05/2020.
[21:20] YURI DE OLIVEIRA DANTAS SILVA
 
MANDATO ELETIVO
PROVIDÊNCIA
U, E,DF
Afastamento
Prefeito
Afastamento. Pode optar pela remuneração do cargo efetivo ou de Prefeito.
Vereador
Se houver compatibilidade de horário ele pode cumular (função e remuneração)
Vereador
Se não houver compatibilidade ele não pode acumular. Nesse caso ele será afastado do cargo efetivo, mas também pode optar pela remuneração: ou do cargo eletivo ou do efetivo.
REMUNERAÇÃO (OU VENCIMENTOS) = VENCIMENTO (cargo/lei) + VANTAGENS (pessoal/lei) PECUNIÁRIAS PERMANENTES.
Vencimento, vencimentos, remuneração e proventos
Conforme explicamos no item 6.10.2, as expressões vencimento, vencimentos e remuneração possuem distintos sentidos, de forma que devemos ficar atentos para evitar confusões terminológicas. Atendo-nos à conceituação estabelecida na Lei 8.112/1990, verificamos que vencimento (no singular) é a retribuição pecuniária paga em decorrência do exercício de cargo público, cujo valor é fixado em lei (art. 40). Além do vencimento-base, em decorrência de determinadas situações fáticas previstas na lei, o servidor poderá fazer jus a algumas vantagens pecuniárias, de natureza permanente ou não. Conforme definido na lei, remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (art. 41). Note que a lei definiu remuneração como a soma do vencimento do cargo e das vantagens permanentes, deixando de fora desse conceito as vantagens que não possuem natureza permanente. Embora a lei não esclareça o que seja vantagem de natureza permanente, a doutrina vem entendendo que são vantagens pagas em razão do exercício ordinário das atribuições do cargo, a exemplo da gratificação natalina. Por sua vez, as vantagens de natureza não permanente são aquelas pagas de forma pontual, em situações transitórias ou eventuais, como ocorre com o pagamento de diárias ou ajuda de custo. José dos Santos Carvalho Filho critica a definição de remuneração trazida pela Lei 8.112/1990; para o autor, “o fato de ser permanente ou transitória a vantagem pecuniária não a descaracteriza como parcela remuneratória. Assim, por exemplo, se um servidor percebe por apenas dois meses uma gratificação de difícil acesso, que não é vantagem permanente, nesse período essa parcela integrou sua remuneração”.7 Com razão o referido autor, o que deve caracterizar uma parcela como remuneratória é o fato de ela ter por objetivo retribuir o servidor pelo serviço prestado, servindo como incremento ao seu patrimônio. Ao contrário, se o objetivo da parcela é compensar os gastos extraordinários que o servidor suportou com o exercício de suas funções, essa parcela terá natureza indenizatória, não integrando a remuneração do servidor.
A Lei 8.112/1990 não faz referência à expressão “vencimentos” (no plural). Contudo, de acordo com o magistério de Hely Lopes Meirelles, “os vencimentos são representados pelo padrão do cargo (vencimento) acrescido dos demais componentes do sistema remuneratório do servidor público”.8 Em outras palavras, vencimentos é sinônimo de remuneração. Por fim, cabe o registro de que “proventos” é a prestação pecuniária recebida pelo servidor inativo.
Vantagens
Além do vencimento-base, a lei prevê que o servidor federal poderá receber as seguintes vantagens pecuniárias:
indenizações; gratificações; adicionais.
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. As gratificações e os adicionais podem ou não ser incorporados ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
Indenizações
As indenizações objetivam ressarcir os servidores de despesas que tenham em razão do exercício de suas funções. A lei prevê os seguintes tipos de indenizações a serem pagas ao servidor federal:
ajuda de custo; diárias; indenização de transporte; auxílio-moradia.
Ajuda de custo
A ajuda de custo é destinada a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. Será também concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio (art. 56). De outro lado, não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo (art. 55). A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, não podendo exceder a importância correspondente a três meses de remuneração. No caso de o cônjuge ou companheiro do servidor beneficiado pela ajuda de custo deter também a condição de servidor e, a qualquer tempo, vier a ter exercício na mesma sede do seu cônjuge ou companheiro, a lei não permite que haja o pagamento de uma segunda ajuda de custo (art. 53). A proibição destina-se a evitar que a referida vantagem seja utilizada de forma a resultar em crescimento patrimonial para os servidores, perdendo o seu caráter apenas compensatório. Além do valor pago pela ajuda de custo, a administração deverá arcar com as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais (art. 53, § 1º). Na hipótese de o servidor falecer estando lotado na nova sede, a sua família também fará jus à ajuda de custo e transporte para retornar à localidade de origem, dentro do prazo de um ano, contado do óbito (art. 53, § 2º). Para evitar enriquecimento sem causa, a lei determina também que o servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias. O STJ tem entendimento pacífico de que a ajuda de custo somente é devida aos servidores que, no interesse da Administração, forem removidos ex officio, com fundamento no art. 36, parágrafo único, I, da Lei 8.112/1990. Nos demais casos, quando a remoção se dá em virtude de interesse particular do servidor , a ajuda de custo não é devida. Assim, por exemplo, se o servidor público passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, por meio de processo seletivo de remoção, não terá direito à percepção da verba de ajuda de custo (AgRg no REsp 1.531.494/SC).
a) Chefes do Poder Executivo de todas as ordens políticas, portanto, o Presidente da República, os Governadores dos Estados e do
Distrito Federal e os Prefeitos dos Municípios, além dos respectivos vices;
b) Auxiliares imediatos do Poder Executivo, que são os Ministros de Estado (art. 49, VIII, CF), os Secretários de Estado (art. 28, §
2º, CF) e os Secretários Municipais (art. 29, V, CF);
c) Membros do Poder Legislativo: Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Distritais, bem como Vereadores;
d) Magistrados, federais e estaduais (art. 48, XV, art. 93, V, art. 96, II, “b”, todos da CF);
e) Membros do Ministério Público, os Procuradores e Promotores de Justiça;
f) Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (art. 73, § 3º, CF);
g) Membros da Advocacia-Geral da União;
h) Procuradores federais e estaduais;
i) Defensores Públicos;
j) Servidores policiais, seja da polícia federal, rodoviária federal, ferroviária federal, polícia civil, polícia militare corpo de
bombeiros, ficando excluídas as guardas municipais (art. 144, § 9º, CF);
k) Demais servidores organizados em carreira, desde que a lei que disciplina sua remuneração opte pelo subsídio.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
	VENCIMENTO (técnico judiciário)
	SUBSÍDIO (juiz federal)
	Vencimento base = 3.000
	Subsídio = 28.000
	Gratificação ativ. Judici = 2.000
	Indenização (aux. Moradia) = 4.000
	Gratificação função comiss = 1000
	Vantagens eventuais = 1/3 férias p ex.=8.000
	Indenização transporte = 1000
	 
	Total – 7.000
	Total=40.000
STF (2019) – lei estadual pode prever o pagamento de gratificação para servidores mesmo que estes já recebam subsídio, caso essa gratificação sirva para remunerar atividades que extrapolem as funções próprias e normais do cargo.
art. 37, X, CF
No caso dos servidores do 
· Executivo, a iniciativa compete ao Chefe desse Poder, como estabelece o art. 61, § 1o, II, “a”, da CF. 
Para os membros e servidores do 
· Judiciário, a iniciativa é dos Tribunais (art. 96, II, “b”, CF), e para os do 
· iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para os cargos, empregos e funções no Poder Executivo, conforme prevê o art.61, § 1º, II, “a”, da CF; 
· Ministério Público é do respectivo Procurador-Geral (art. 127, § 2o, CF). 
· Legislativo, iniciativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal – 51, IV e 52, XIII da CF
· 49, VII e VIII da CRFB
· Decreto-Legislativo
Súmula Vinculante 37
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.
STF – ato infralegal não pode instituir gratificação. Ex: ato normativo interno de tribunal.
O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores públicos, previsto no inciso 10 do artigo 37 da Constituição Federal de 1988, não gera direito subjetivo a indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão
6.2.10.2.
6.2.10.3.
que fixa o subsídio nesses casos não é propriamente uma lei, mas um ato interno do próprio Congresso Nacional, chamado de decreto legislativo. Digna de referência também a polêmica existente questão em relação à competência para legislar sobre remuneração dos servidores da polícia civil, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, se seria da União ou do Distrito Federal. A matéria gerou polêmica em virtude de a Constituição Federal prescrever que compete à União organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal (CF, art. 21, XIV) e, em aparente contrassenso, entregar tais forças ao comando do Governador (CF, art. 144, § 6º). Atualmente, a controvérsia foi sanada pelo Supremo Tribunal Federal, que editou a Súmula V inculante 39, asseverando que: “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal”. O art. 37, X, da Constituição Federal assegura a revisão geral anual da remuneração dos servidores, sempre na mesma data e sem distinção de índices. Para efeito de reajuste da remuneração de servidores, cumpre distinguir a “revisão geral anual” da “revisão específica”. A revisão geral é um reajuste anual genérico, cujo objetivo é repor as perdas inflacionárias do período de todo o universo dos servidores. A revisão geral anual pressupõe o atendimento aos seguintes requisitos:
lei específica, cuja iniciativa cabe a cada um dos chefes do Executivo; caráter genérico da revisão, atingindo todos os servidores, inclusive os do Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas; periodicidade anual da revisão; índices revisionais idênticos para todos os servidores.
Já a revisão específica atinge apenas alguns cargos ou carreiras funcionais, tendo por objetivo evitar a defasagem remuneratória entre determinado profissional do setor público e o seu equivalente no setor privado. A distinção entre revisão geral e revisão específica importa também para efeito da iniciativa de lei. Tratando-se de revisão geral, conforme já decidiu o STF, a iniciativa de lei compete aos chefes dos respectivos Poderes Executivos, enquanto na revisão específica a iniciativa da lei deverá observar as mesmas regras de competência exigidas para fixação da remuneração dos servidores, conforme visto na tabela anterior.
Irredutibilidade
O art. 37, XV , da CF assegura a irredutibilidade de vencimentos e subsídios. A proteção alcança tanto os ocupantes de cargos públicos (inclusive os de comissão – RE 378.932/PE) quanto os empregados públicos (celetistas). Além disso, segundo o entendimento do STF, configura agressão ao princípio o aumento da carga horária a que está submetido o servidor sem o correspondente aumento de remuneração (ARE 660.010/PR), uma vez que isso resultaria em diminuição do valor da hora trabalhada. Dito de outro modo, o princípio da irredutibilidade protege também contra a redução do valor do “salário-hora”. A Constituição protege o servidor apenas contra a redução direta dos vencimentos, ou seja, contra norma que pretenda estipular remuneração inferior à que já fora estabelecida anteriormente. De outro lado, não há proteção contra as reduções indiretas de remuneração que podem ocorrer em razão: a) da inflação de preços; ou b) do aumento de tributos (ex.: aumento do imposto de renda ou da contribuição previdenciária). O princípio da irredutibilidade não protege individualmente cada parcela que compõe a remuneração do servidor, sendo entendimento consolidado da Suprema Corte o de que não há direito adquirido a regime jurídico ou à fórmula de composição da remuneração dos servidores públicos, desde que assegurada a irredutibilidade dos vencimentos (Repercussão Geral em RE 563.965/RN). É possível, portanto, a extinção ou redução de gratificação inerente ao exercício do cargo, mas desde que isso não implique em redução do montante total a ser pago. Contudo, caso a lei não observe tal regra e resulte em decréscimo remuneratório, a eventual diferença entre a remuneração antiga e a nova deverá ser paga de maneira destacada, sob a forma de “parcela absorvível” (também chamada de “vantagem pessoal nominalmente identificável”). Nessa hipótese, a parcela deverá ser reduzida gradativamente ao longo do tempo, na mesma medida em que os vencimentos forem reajustados, até que desapareça por completo. Raciocínio semelhante se aplica às parcelas incorporadas à remuneração do servidor a título de “estabilidade financeira”, como decorrência do exercício, por determinado período de tempo, de cargo em comissão ou função comissionada, conforme previsto em alguns estatutos de servidores públicos. Assim, é possível que uma lei desvincule o reajuste das parcelas de estabilidade dos cargos ou funções que as originaram, passando a submetê-las aos critérios de revisões gerais dos vencimentos do funcionalismo, conforme já se manifestou o STF (Ag. Reg. no AI 659.910/RS). Todavia, a eventual mudança na forma de cálculo das parcelas não pode resultar em decréscimo remuneratório, ou seja, o servidor não pode receber nominalmente menos do que auferia antes da alteração. Ainda em razão da regra contida no art. 37, XV , da CF, e também em virtude de não haver direito adquirido à fórmula de composição da remuneração, o STF reconheceu que é possível a transformação dos estipêndios dos policiais federais em subsídio (fixado em “parcela única”), desde que não haja decesso remuneratório (Ag. Reg. no ARE 969.559/SP).
A redução temporária das jornadas e salários de servidores públicos é uma alternativa para aumentar o poder de manobra da gestão públicaem meio à crise do coronavírus? Mais: a opção é válida e viável no ordenamento jurídico brasileiro?
A Constituição define no inciso XXXVI do artigo 5º que “a lei não prejudicará o direito adquirido”. Além disso, o inciso XV do artigo 37 diz que “os subsídios e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis”.
A questão esteve no ano passado na pauta no Supremo Tribunal Federal (STF), que precisa concluir o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 2238. Essa ADI discute a constitucionalidade de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que permitem justamente a redução de vencimentos e da jornada de servidores públicos estáveis. O relator Alexandre de Moraes considerou a medida constitucional e foi acompanhado por Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes.
Outros seis ministros votaram contra a permissão de redução salarial: Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Carmen Lúcia. Ou seja, há maioria para considerar os cortes de jornadas e salários de servidores inconstitucional. Antes da readequação de agenda motivada pelo coronavírus, a previsão era que a ADI voltasse à pauta do STF em abril.
No Congresso, duas Propostas de Emenda à Constituição – a PEC Emergencial e a do Pacto Federativo – preveem permissão para redução de 25% da jornada e dos salários de servidores públicos.
O senador Reguffe (Podemos-DF) vai por um outro caminho. Ele apresentou um projeto de lei propondo que 100% da verba indenizatória e 50% da verba de gabinete dos parlamentares sejam destinados à saúde. E calcula que a medida poderia liberar pelo menos R$ 400 milhões para o setor neste ano, se fosse aprovada neste mês e vigorasse até dezembro. Reguffe ressaltou ainda que o dinheiro abdicado por cada parlamentar deve ser encaminhado para o estado representado pelo deputado ou senador em questão. Mas admitiu que o projeto enfrenta certa resistência no Congresso, já que muitos não querem abrir mão das suas verbas.
Na opinião de Reguffe, contudo, a contribuição do Legislativo não pode vir por meio do corte de salário dos servidores, pois acredita que essa medida reduziria a quantidade de dinheiro que circula na economia brasileira. “Temos de cortar privilégios, mordomias”, defendeu.
Concordo com o Senador Reguffe, no sentido de se tirar privilégios, pois o trabalhador de uma forma geral, não só do setor privado, mas, também do próprio setor público tem seu salário para despesas gerais, como pagamento de suas contas e gastos com combustível, restaurante e etc., porque um parlamentar tem que ter verba pra isso, verba pra aquilo? 
20/05/2020
37, XIII, CF - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
Vedação à vinculação e à equiparação de remunerações.
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.  
teto remuneratório de procuradores Municipais é o subsídio do Desembargador do Tribunal de JustiçaRE 663696/MG, rel. Min. Luiz Fux
verbas indenizatórias: lei 8.112, art. 51 e ss
Não se submetem à restrição do teto: verbas de natureza indenizatória; direitos sociais.
Art. 17 do ADCT: Art. 17. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
art. 95, parágrafo único, II cc art. 128, parágrafo 5º, II, “d” da CF.
Magistrado/Membro do MP + Professor (art. 95, parágrafo único, II cc art. 128, parágrafo 5º, II, “d” da CF.)
-Cargo efetivo com cargo de Vereador – art. 38 da CF
42, § 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da atividade militar.
Sistema remuneratório
O sistema remuneratório dos servidores públicos (em sentido amplo) é composto por três categorias jurídicas distintas, a saber:
o salário; os vencimentos; e o subsídio.
O salário é a contraprestação pecuniária paga aos empregados públicos, regidos pela CLT. Os vencimentos (no plural) é a modalidade remuneratória da maioria dos servidores submetidos a regime jurídico estatutário. Os vencimentos são compostos por duas parcelas: o vencimento (no singular) e as vantagens pecuniárias. O vencimento (também chamado de vencimento-base ou vencimento-padrão) é a retribuição pecuniária paga em decorrência do exercício das funções relativas ao cargo. O vencimento se constitui no núcleo remuneratório do servidor, correspondendo ao padrão remuneratório do cargo público. Além do vencimento-base, em decorrência de determinada situação fática prevista na lei, o servidor poderá fazer jus a certas vantagens pecuniárias (gratificações, adicionais, abonos, entre outras espécies remuneratórias). O somatório do vencimento-base e das vantagens pecuniárias de natureza permanente pagas ao servidor é chamado de remuneração ou vencimentos (no plural). Por fim, existe uma terceira figura remuneratória, prevista apenas para algumas categorias de servidores públicos, que foi introduzida pela Emenda Constitucional 19/1998: o subsídio. O subsídio caracteriza-se por ser um estipêndio fixado em parcela única, sendo vedado o acréscimo a este de outras vantagens pecuniárias, como gratificações, adicionais, abonos, prêmios, verbas de representação ou outra espécie remuneratória. Todavia, a norma que prevê o pagamento do subsídio para algumas categorias de servidores públicos (art. 39, § 4º, CF) deve ser interpretada de forma harmônica com a norma que estende a estes alguns direitos sociais (art. 39, § 3º, CF). Destarte, as parcelas pecuniárias correspondentes aos direitos sociais mencionados no art. 39, § 3º, da Constituição Federal devem ser acrescidas à denominada “parcela única”, a exemplo do adicional de férias, do 13º salário, do acréscimo relativo às horas extraordinárias e do adicional noturno. Além disso, quaisquer vantagens de natureza indenizatória
a)
b) c) d)
e)
6.2.10.1.
também devem ser pagas aos agentes remunerados por subsídio (a exemplo de diárias e ajudas de custo), uma vez que esse tipo de verba se destina apenas a compensá-lo pelas despesas que efetuaram em decorrência do exercício de suas atribuições, evitando que haja enriquecimento sem causa do Estado. De acordo com a Constituição Federal, a remuneração por subsídio é obrigatória para as seguintes categorias de agentes públicos:
Membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos, senadores, deputados, vereadores, magistrados), detentores de mandato eletivo (a expressão é redundante já que estes também são Membros de Poder), Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais (art. 39, § 4º); Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas (art. 73, § 3º); Membros do Ministério Público (art. 128, § 5º, I, “c”); integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia-Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal e às Defensorias Públicas da União, Distrito Federal e Territórios e Defensorias Públicas Estaduais (art. 135); servidores policiais integrantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (art. 144, § 9º).
Além dos casos em que o subsídio é obrigatório, a Constituição Federal prevê que facultativamente poderão ser remunerados mediante subsídios os servidores públicos organizados em carreira (art. 39, § 8º). Nesses casos, cabe às leis de cada ente federativo definir quais as carreirasque serão remuneradas por subsídio e quais as que serão remuneradas por vencimentos.
A propósito, o CESPE, atento à regra anterior, no concurso para Analista Judiciário do TJRJ/2008, considerou incorreta a seguinte afirmação: “A remuneração do cargo de analista judiciário, mesmo sendo este organizado em carreira, não poderá ser fixada em subsídio”.
Fixação e alteração da remuneração e do subsídio
O inciso X do art. 37 da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional 19/1998, contém a seguinte regra a respeito da fixação e alteração da remuneração de servidores públicos:
X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
Verifica-se, portanto, que a fixação ou alteração de remuneração de servidores públicos somente pode ser feita por meio de lei específica. Em consonância com essa regra, o STF editou as seguintes Súmulas:
Súmula Vinculante 37 (resultante da conversão da antiga Súmula 339): “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia”. Súmula 679: “A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção coletiva”.
A Constituição Federal consigna, em diversos dispositivos, regras quanto à competência privativa para a iniciativa das leis que tratam da remuneração de servidores, a qual varia de acordo com o caso. A tabela a seguir, de forma resumida, indica a competência para a iniciativa de lei que trata da remuneração do servidor, em cada caso:
Cargos Iniciativa da lei para fixação da remuneração ou subsídio
Cargos da estrutura do Poder Executivo Chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, “a”, CF)
Membros e servidores do Judiciário Cada Tribunal (art. 96, II, “b”, CF)
Membros e servidores do Ministério Público Respectivo Procurador-Geral (art. 127, § 2º, CF)
Membros, Procuradores do Ministério Público e servidores dos Tribunais de Contas
Cada Tribunal de Contas (art. 73 c/c o art. 96, II, “b”, CF)
Ministros do STF STF (art. 48, XV, CF)
Deputados Federais, Senadores, Presidente e Vice-Presidente da República e Ministros de Estado
Congresso Nacional (art. 49, VII e VIII, CF)
Deputados Estaduais, Governador, Vice-Governador e Secretários de Estado
Respectiva Assembleia Legislativa (art. 27, § 2º, e art. 28, § 2º, CF)
Vereadores, Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários Municipais Respectiva Câmara de Vereadores (art. 29, V e VI, CF)
Cargos da estrutura organizacional da Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados (art. 51, IV, CF)
Cargos da estrutura organizacional do Senado Senado (art. 52, XIII, CF)
Vale a pena registrar que, no caso da fixação de subsídio dos Deputados Federais, Senadores, Presidente e V ice-Presidente da República e Ministros de Estado, a competência é exclusiva do Congresso Nacional, não necessitando a norma de sanção presidencial. Por isso mesmo, a norma
a) b) c) d)
6.2.10.2.
6.2.10.3.
que fixa o subsídio nesses casos não é propriamente uma lei, mas um ato interno do próprio Congresso Nacional, chamado de decreto legislativo. Digna de referência também a polêmica existente questão em relação à competência para legislar sobre remuneração dos servidores da polícia civil, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, se seria da União ou do Distrito Federal. A matéria gerou polêmica em virtude de a Constituição Federal prescrever que compete à União organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal (CF, art. 21, XIV) e, em aparente contrassenso, entregar tais forças ao comando do Governador (CF, art. 144, § 6º). Atualmente, a controvérsia foi sanada pelo Supremo Tribunal Federal, que editou a Súmula V inculante 39, asseverando que: “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal”. O art. 37, X, da Constituição Federal assegura a revisão geral anual da remuneração dos servidores, sempre na mesma data e sem distinção de índices. Para efeito de reajuste da remuneração de servidores, cumpre distinguir a “revisão geral anual” da “revisão específica”. A revisão geral é um reajuste anual genérico, cujo objetivo é repor as perdas inflacionárias do período de todo o universo dos servidores. A revisão geral anual pressupõe o atendimento aos seguintes requisitos:
lei específica, cuja iniciativa cabe a cada um dos chefes do Executivo; caráter genérico da revisão, atingindo todos os servidores, inclusive os do Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas; periodicidade anual da revisão; índices revisionais idênticos para todos os servidores.
Já a revisão específica atinge apenas alguns cargos ou carreiras funcionais, tendo por objetivo evitar a defasagem remuneratória entre determinado profissional do setor público e o seu equivalente no setor privado. A distinção entre revisão geral e revisão específica importa também para efeito da iniciativa de lei. Tratando-se de revisão geral, conforme já decidiu o STF, a iniciativa de lei compete aos chefes dos respectivos Poderes Executivos, enquanto na revisão específica a iniciativa da lei deverá observar as mesmas regras de competência exigidas para fixação da remuneração dos servidores, conforme visto na tabela anterior.
Irredutibilidade
O art. 37, XV , da CF assegura a irredutibilidade de vencimentos e subsídios. A proteção alcança tanto os ocupantes de cargos públicos (inclusive os de comissão – RE 378.932/PE) quanto os empregados públicos (celetistas). Além disso, segundo o entendimento do STF, configura agressão ao princípio o aumento da carga horária a que está submetido o servidor sem o correspondente aumento de remuneração (ARE 660.010/PR), uma vez que isso resultaria em diminuição do valor da hora trabalhada. Dito de outro modo, o princípio da irredutibilidade protege também contra a redução do valor do “salário-hora”. A Constituição protege o servidor apenas contra a redução direta dos vencimentos, ou seja, contra norma que pretenda estipular remuneração inferior à que já fora estabelecida anteriormente. De outro lado, não há proteção contra as reduções indiretas de remuneração que podem ocorrer em razão: a) da inflação de preços; ou b) do aumento de tributos (ex.: aumento do imposto de renda ou da contribuição previdenciária). O princípio da irredutibilidade não protege individualmente cada parcela que compõe a remuneração do servidor, sendo entendimento consolidado da Suprema Corte o de que não há direito adquirido a regime jurídico ou à fórmula de composição da remuneração dos servidores públicos, desde que assegurada a irredutibilidade dos vencimentos (Repercussão Geral em RE 563.965/RN). É possível, portanto, a extinção ou redução de gratificação inerente ao exercício do cargo, mas desde que isso não implique em redução do montante total a ser pago. Contudo, caso a lei não observe tal regra e resulte em decréscimo remuneratório, a eventual diferença entre a remuneração antiga e a nova deverá ser paga de maneira destacada, sob a forma de “parcela absorvível” (também chamada de “vantagem pessoal nominalmente identificável”). Nessa hipótese, a parcela deverá ser reduzida gradativamente ao longo do tempo, na mesma medida em que os vencimentos forem reajustados, até que desapareça por completo. Raciocínio semelhante se aplica às parcelas incorporadas à remuneração do servidor a título de “estabilidade financeira”, como decorrência do exercício, por determinado período de tempo, de cargo em comissão ou função comissionada, conforme previsto em alguns estatutos de servidores públicos. Assim, é possível que uma lei desvincule o reajuste das parcelas de estabilidade dos cargos ou funções que as originaram, passando a submetê-las aos critérios de revisões gerais dos vencimentos do funcionalismo,conforme já se manifestou o STF (Ag. Reg. no AI 659.910/RS). Todavia, a eventual mudança na forma de cálculo das parcelas não pode resultar em decréscimo remuneratório, ou seja, o servidor não pode receber nominalmente menos do que auferia antes da alteração. Ainda em razão da regra contida no art. 37, XV , da CF, e também em virtude de não haver direito adquirido à fórmula de composição da remuneração, o STF reconheceu que é possível a transformação dos estipêndios dos policiais federais em subsídio (fixado em “parcela única”), desde que não haja decesso remuneratório (Ag. Reg. no ARE 969.559/SP).
Limites de remuneração de servidores
A remuneração do servidor se submete aos limites: mínimo e máximo. No tocante ao valor mínimo, a Constituição assegura aos servidores públicos a mesma garantia conferida aos trabalhadores em geral, de que a remuneração percebida não pode ser inferior ao salário mínimo. Essa garantia é referente ao total da remuneração percebida, e não em relação ao vencimento-base, conforme o STF já deixou assentado na Súmula V inculante 16. Assim, nada impede, por exemplo, que o vencimento-base de um cargo seja fixado em R$ 50,00, desde que, somadas todas as outras verbas devidas ao servidor (acréscimos, adicionais e gratificações), o montante total percebido seja igual ou superior ao salário mínimo. A garantia do salário mínimo, contudo, não foi assegurada pela Constituição Federal aos militares. No entendimento do STF, a obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. Os militares, portanto, são enquadrados num regime que não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios (RE 570177/MG). Consolidando o entendimento, a Suprema Corte editou a Súmula V inculante 6, em que se afirma textualmente que “não viola a Constituição o
a) b) c)
6.2.10.4.
a) b)
estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”. No tocante ao limite máximo, a regra do teto remuneratório foi estabelecida pelo art. 37, XI, da CF, com redação dada pela EC 41/2003. Estão submetidos ao teto a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza. Já as parcelas de caráter indenizatório não serão computadas para efeito de cálculo do teto remuneratório (art. 37, § 11, da CF). A regra do teto remuneratório também se aplica às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral (art. 37, § 9º, da CF). Contudo, se essas entidades não receberem recursos públicos para pagamento de despesas de custeio e de pessoal, seus empregados não estarão submetidos ao teto remuneratório previsto no art. 37, XI, da CF. De acordo com esse dispositivo constitucional, existe um teto geral remuneratório aplicado a todos os Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: o subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Além desse teto geral, existem tetos específicos (ou subtetos) para os Estados, Distrito Federal e Municípios. Na esfera estadual e distrital, a remuneração dos agentes públicos, além de não poder exceder o subsídio mensal dos Ministros do STF, também não pode ultrapassar os seguintes limites:
No âmbito do Poder Executivo: o subsídio do Governador; No âmbito do Poder Legislativo: o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais; No âmbito do Poder Judiciário: o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado este a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF. Este limite também se aplica aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos, embora não integrem o Poder Judiciário.
No tocante aos Estados e ao Distrito Federal, a Constituição Federal, no art. 37, § 12 (com redação incluída pela EC 47/2005), facultou a cada um desses entes fixar, em seu âmbito, um limite remuneratório local único, qual seja: o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça (limitado este a 90,25% do subsídio dos Ministros do STF). Caso os Estados ou Distrito Federal pretendam adotar o subteto único, deverão fazê-lo por meio de emenda às respectivas Constituições estaduais ou à Lei Orgânica do Distrito Federal. Todavia, de acordo com a Constituição Federal, o limite local único não se aplica aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. Registre-se, por oportuno, que, no julgamento da ADI 3854 MC/DF, o STF, por maioria, concedeu medida liminar para, dando interpretação conforme a Constituição ao art. 37, XI e § 12, da Constituição da República, excluir a submissão dos membros da magistratura estadual ao subteto de remuneração. De acordo com o Supremo Tribunal Federal, seria inconstitucional o estabelecimento de limites remuneratórios diferenciados entre magistrados estaduais e federais por ofensa ao princípio da isonomia. Registramos, contudo, que no âmbito do Poder Judiciário estadual a exclusão da regra de teto somente beneficia os magistrados, dela não se beneficiando os demais servidores. Por fim, na esfera municipal, a remuneração dos agentes públicos, além de não poder exceder o teto geral, também não pode exceder o subsídio do Prefeito (subteto municipal). A Constituição traz, ainda, a regra de que “os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo” (art. 37, XII, da CF). Tal norma, no entanto, parece ser de pouca aplicação, já que possui conteúdo genérico, ao contrário da previsão contida no art. 37, XI, da CF, que estabelece limites precisos para os tetos remuneratórios.
Vedação à vinculação e à equiparação de remunerações
O art. 37, XIII, da CF/1988 contém mandamento que proíbe a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. A regra em questão é bem ampla; atinge qualquer cargo, emprego ou função pública e qualquer espécie remuneratória. Equiparar é dar tratamento igual a coisas distintas. Tratando-se de remuneração, significa estabelecer em lei que determinado cargo terá a mesma remuneração de outro. Seria caso de equiparação de remuneração uma disposição legal estabelecendo que “o cargo de vigilante terá o mesmo vencimento básico do cargo de auxiliar administrativo”. Diante do exemplo, fica fácil perceber que a equiparação vedada pelo texto constitucional é aquela que gera repercussão automática do aumento de remuneração do cargo parâmetro (auxiliar administrativo, no exemplo) na do cargo a ele equiparado (vigilante, também no exemplo). No entanto, não há equiparação quando a lei fixa a mesma remuneração para dois cargos distintos, sem estabelecer qualquer relação de dependência entre a remuneração de um cargo e do outro. A vinculação é gênero, da qual a equiparação é espécie, compreendendo todo e qualquer mecanismo de que resulte em reajustes automáticos da remuneração de servidores em virtude da variação de determinado parâmetro. Como vimos, a equiparação é uma vinculação cujo parâmetro é a remuneração de outro cargo. Ocorreria também equiparação (e, na prática, o termo é usado mais para se referir a esses casos) quando uma hipotética lei estabelecesse que “os servidores terão direito a reajuste automático do vencimento básico de acordo com a variação do Índice de Preços ao Consumidor”. Com efeito, o STF deixou assentado na Súmula V inculante 42 que: “É inconstitucional a vinculaçãodo reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária”. Registre-se que, a título de exceção a regra, se aceita a vinculação ou a equiparação de remunerações apenas nos casos estabelecidos expressamente pela Constituição. Nesse sentido, admite-se, por exemplo:
a equiparação de vencimentos e vantagens entre os Ministros do TCU e do STJ (CF/1988, art. 73, § 3º); a vinculação entre o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores e o subsídio mensal fixado para os Ministros do STF (CF/1988, art. 93, V).
6.2.10.5.
6.2.10.6.
6.2.11.
a)
b) c) d) e) f)
g) h) i) j) k)
Vedação ao “efeito repicão”
O art. 37, XIV , da CF/1988 contém a seguinte norma:
XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
O objetivo da regra é evitar que um acréscimo pecuniário incida (repique) sobre outros acréscimos já concedidos, ou seja, que um acréscimo componha a base de cálculo de outro. Por conseguinte, qualquer adicional ou gratificação só pode incidir sobre o vencimento básico. Por exemplo, imaginemos um auditor, cujo vencimento básico seja de R$ 10.000,00, que faça jus a uma gratificação de produtividade de 20% (R$ 2.000,00). Se esse auditor passar a ter direito também a uma gratificação de periculosidade e esta for calculada sob a forma de percentual, este deverá incidir apenas sobre o seu vencimento-básico (R$ 10.000,00) e não sobre a totalidade da remuneração até então recebida (R$ 12.000,00).
Pagamento a maior e pagamento em atraso
Há casos em que a Administração realiza certos pagamentos para seus servidores e os valores pagos acabam sendo posteriormente considerados indevidos ou maiores que os efetivamente devidos. De acordo com o princípio geral que veda o enriquecimento sem causa, àquele que recebe uma importância que não lhe é devida impõe-se a restituição do valor recebido a quem realizou o pagamento indevido. No entanto, tratando-se de pagamentos de verbas alimentícias feitas pela Administração, há outros aspectos a serem considerados. Em primeiro lugar, o servidor deposita uma legítima confiança no sentido de que, se a Administração somente pode agir de acordo com a lei (princípio da legalidade), se ela age, ela o faz nos estritos termos legais. Por conseguinte, é natural que, ao receber um pagamento feito pelo Poder Público, o servidor de boa-fé presuma que o valor lhe é legalmente devido. Em segundo lugar, as verbas pagas normalmente possuem natureza alimentar, submetendo-se a especial regime jurídico protetivo por se destinarem à subsistência do servidor. Conjugando-se esses dois elementos, o Judiciário tem afirmado como regra que não são restituíveis as importâncias de caráter alimentar pagas indevidamente pela Administração a servidor de boa-fé (STJ, AgRg no REsp 1.285.129/MA). Registramos, contudo, que para tal raciocínio ser legitimamente aplicável é indispensável que o erro cometido pela Administração na interpretação da lei seja escusável (desculpável), pois, quando esta comete erro grosseiro, que salta aos olhos, a própria boa-fé do servidor pode ser objeto de discussão. Assim, por exemplo, imaginemos que em determinada esfera se preveja o pagamento mensal de auxílio-alimentação no montante de R$ 660,00, equivalentes a R$ 30,00 para cada um dos 22 (em média) dias úteis do mês. Suponhamos que a Administração entenda que o auxílio é devido mesmo durante o mês de férias do servidor, realizando os pagamentos, apesar de algumas opiniões em sentido contrário. Nesse contexto, admitamos que o Ministério Público ajuíze ação civil de que resulte decisão transitada em julgado afirmando a ilegalidade do pagamento durante os meses de férias. Nesse caso, dada a controvérsia em torno da matéria, não se pode afirmar que houve erro grosseiro no pagamento da verba, de forma que a decisão judicial determinará a interrupção dos pagamentos, mas não terá o efeito retroativo de impor a devolução dos valores já percebidos. De maneira diferente, imaginemos que em determinado órgão público três motoristas vivam acirradamente disputando as viagens mais longas, tendo em vista o recebimento de mais “diárias” por tais deslocamentos. Suponhamos também que, para evitar as discussões e compensar a baixa remuneração dos motoristas, a autoridade responsável decida que os três passarão a receber o equivalente a dez diárias mensais, mesmo que não façam os deslocamentos correspondentes. Declarada judicial ou administrativamente a manifesta ilegalidade do pagamento, os valores devem ser devolvidos, pois não é possível afirmar que houve erro escusável na interpretação da norma por parte da Administração. Ao contrário, o caso pode até ser enquadrado como ato de improbidade administrativa, nos termos estudados no Capítulo 13 desta obra. Sintetizando o raciocínio ora explanado, o Tribunal de Contas da União editou a Súmula 249, em que se afirma: “É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais”.
Direitos e garantias dos trabalhadores em geral aplicáveis aos servidores públicos
O art. 39, § 3º, da Constituição Federal estende aos servidores ocupantes de cargos públicos uma boa parte dos direitos sociais conferidos constitucionalmente aos trabalhadores da iniciativa privada, a saber:
salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
l) m) n)
6.2.12.
a) a)
b)
c)
d)
proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Além dos direitos sociais previstos constitucionalmente para os servidores ocupantes de cargos públicos, há vários outros previstos nos diversos estatutos funcionais, a exemplo de licenças, auxílios pecuniários etc. Ademais, os estatutos funcionais estabelecem as condições de exercício desses direitos. Por exemplo, no caso de férias, o estatuto funcional pode conter estipulação quanto à venda de parte do período, quanto à oportunidade de gozo etc.
Aula do dia 25/05/2020
Concurso Público.
37, II, CF:- a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação

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