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HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
PROF. ME. MANOEL PEREIRA DA CRUZ NETO
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE GOIÁS - FESGO
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
PRELEÇÃO
Entre os anos de 2013 e 2016, o Brasil conheceu as maiores manifestações populares de sua história. Desde a década de 1980, não se via tantos brasileiros irem às ruas por questões políticas, sociais e econômicas. Ao longo da história a divergência de percepções, projetos e expectativas é comum aos grupos políticos e aos movimentos da sociedade civil. Na atualidade, essas diferenças chegaram a tal nível que a somatória de demandas individuais acabou sufocando os projetos efetivamente coletivos, tornando difícil qualquer generalização. Com todos os problemas, uma sociedade que admite a diferença e a pluralidade é sempre preferível a uma sociedade guiada por um único projeto ou ideia de salvação.
O fato de a nossa sociedade ser caracterizada pela multiplicidade de propostas pode ser um ganho ou não é possível encontrar várias respostas para os mesmos problemas?
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
Todo um precedente histórico, em que lendas, mitos e cultos religiosos celebrizam fundamentos metafísicos para a definição do justo e do injusto, antecede a formação da sofística. De fato, as noções fluídas, a mitologia, as intervenções dos deuses, a ira divina, os poderes naturais e sobrenaturais… imperaram enquanto o homem não se fez, por meio de um processo histórico, senhor de seu próprio destino. 
A esse período da história grega convencionou-se chamar pré-socrático (anterior ao século V a.C.), no qual impera a preocupação do filósofo pela cosmologia (céu, éter, astros, fenômenos meteorológicos…), pela natureza (causas das ocorrências naturais…) e pela religiosidade (mística, culto, reverência, práticas grupais, iniciação à sabedoria oculta…). 
A ruptura com toda essa herança cultural, com toda essa tradição pré-socrática, somente se daria com o advento do movimento sofístico no século V a.C.V
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
Eis aí o mérito da sofística, qual seja: principiar a fase na qual o homem é colocado no centro das atenções, com todas as suas ambiguidades e contraditórias posturas (psicológicas, morais, sociais, políticas, jurídicas…). Há quem não reconheça à sofística nenhuma importância filosófica, ou mesmo não lhe confira nenhuma expressividade no contexto em que veio à lume, visão esta que obscurece a realidade dos fatos.
É esse o contexto de florescimento do movimento sofístico, muito mais ligado que está, portanto, à discussão de interesses comunitários, a discursos e elocuções públicas, à manifestação e à deliberação em audiências políticas, ao convencimento dos pares, ao alcance da notoriedade no espaço da praça pública, à demonstração pelo raciocínio dos ardis do homem em interação social…
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Pode-se apreender que a sofística representando já uma quebra na tradição grega mais antiga, não obstante as nuances e os matizes que caracterizam os pensamentos individuais de cada qual dos sofistas, consiste num movimento intelectual coincidente com determinado contexto histórico-cultural (século V a.C.) que o habilitou a uma serventia social, jurídica e política muito grande, superando o cosmologismo pré-socrático.
A emergência do discurso, a proliferação de escolas de ensino de técnicas retóricas, a construção de práticas políticas e jurídicas que requeriam a sapiência de recursos persuasivos… ensejaram o nascimento, o fortalecimento e a divulgação do vento sofístico. Esmaecidas essas condições, no ocaso do século IV a.C., deixaram de representar um dado prevalecente da cultura grega, quando se iniciou a polêmica com os pensamentos aristotélico, estoico e cínico.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
Sócrates (469‑399 a.C.) é, sem dúvida alguma, divisor de águas para a filosofia antiga, sobretudo pelo fato de situar seu campo de especulações não na cosmovisão das coisas e da natureza, mas na natureza humana e em suas implicações etico‑sociais.
É, de fato, interagindo e reagindo ao movimento dos sofistas que faz de seu pensamento um marco na história da ética. Erigiu uma linha de pensamento autônoma e originária que se voltasse contra o despotismo das palavras que se havia instaurado nesse período da história grega, sobretudo por força da atuação dos sofistas.
Seu método maiêutico, baseado na ironia e no diálogo, possui como finalidade a parturição de ideias, e como inspiração a parturição da vida, uma vez que Fenareta, sua mãe, era parteira. Isso porque todo erro é fruto da ignorância, e toda virtude é conhecimento; efetuar a parturição das ideias é tarefa primordial do filósofo, a fim de despertar nas almas o conhecimento.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA
Daí a importância de reconhecer que a maior luta humana deve ser pela educação (paideia), e que a maior das virtudes (areté) é a de saber que nada se sabe.
A abnegação pela causa da educação das almas, bem como pelo bem da cidade, representou, como testemunho de vida, senão o maior, ao menos um dos maiores exemplos históricos de autoconfiança e de certeza do que dizia: condenado a beber cicuta pelo tribunal ateniense, não se furtou à sentença e curvou‑se ante o desvario decisório dos homens de seu tempo.
Isso porque a obediência à lei era para esse pensador o limite entre a civilização e a barbárie;5 onde residem as ideias de ordem e coesão, pode‑se dizer garantida a existência e manutenção do corpo social. Isso haveria de influenciar profundamente o pensamento de seu discípulo, Platão, em seu afastamento da política e em sua decepção com a justiça humana.
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VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM
Muitos pensadores definiram de maneiras diferentes um problema filosófico. Sobre problema filosófico, assista ao vídeo com a entrevista do Professor e Filósofo brasileiro, Lúcio Lourenço Prado e, após, responda as questões que seguem: O problema filosófico.
Entrevista com Lúcio Lourenço Prado, professor de filosofia, Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=259J9tajMEE
1. Segundo o professor entrevistado, o que podemos entender por problema filosófico?
2. Pesquise e traga, pelo menos, um exemplo atual de problema filosófico.

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