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Pratica Simulada I - MODELO DE PETIÇÃO INICIAL SEM ADVOGADO - JUIZADO CÍVEL - VÍCIO NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE - DIREITO DO CONSUMIDOR

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Pratica Simulada I 
ECXELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX – UF.
NOME DO AUTOR 1, brasileira, casada, estudante, portadora da carteira de identidade nº XXXXXX/DETRAN-RJ, do CPF nº XXXXXXXXX, residente e domiciliada na Rodovia XXXXXXXXXXX, CEP. 28230-000, tel.: (XX) XXXXXX, correio eletrônico: XXXXXXXXX@hotmail.com e NOME DO AUTOR 2, brasileiro, casado, servidor público, portador da carteira de identidade nº XXXXXX, do CPF nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Rodovia XXXXXXXXXXXXXXXX, CEP. 28230-000, tel.: (22) XXXXXXXXX, correio eletrônico: XXXXXXXXX@hotmail.com, vêm, à presença de Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE CONHECIMENTO CONDENATÓRIA
em face da empresa NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXXXXXXXXXX, situada na Rodovia XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, CEP.: 28040-000, Tel.: XXXXXX, pelos seguintes fatos e fundamentos:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
 Requerem os benefícios da Justiça Gratuita, por não possuírem condições financeiras para arcar com os encargos processuais sem prejuízo do próprio sustento, conforme insculpido no artigo 98 do Código de Processo Civil.
II – DOS FATOS
 Os AUTORES contrataram o serviço de transporte rodoviário interestadual da RÉ, conforme “BILHETES DE PASSAGENS RODOVIÁRIOS”, nº de controle 747552(DOC. 1) e 747553 (DOC. 2), com vistas à realização de viagem que tinha como ponto de partida a cidade de Campos dos Goytacazes-RJ (Shopping Estrada), e como destino a cidade de São Paulo-SP (Terminal Rodoviário do Tietê), a ser realizada no dia 01/07/2018, às 0h05min, por meio de veículo da espécie ÔNIBUS. Sendo que cada bilhete custou R$ 177,09 (cento e setenta e sete reais e nove centavos), totalizando o valor de R$ 354,18 (trezentos e cinquenta e quatro reais e dezoito centavos).
 No local, dia e hora marcados, os AUTORES iniciaram o deslocamento, sem nenhum tipo de adversidade ou imprevisto.
 A primeira parada foi na própria cidade de Campos dos Goytacazes-RJ, no restaurante Oásis-Campos, sendo que os AUTORES não saíram do veículo, e, após o tempo determinado pelo motorista, que foi de trinta minutos, houve o reinício da viagem sem nenhum contratempo.
 Na cidade do Rio de Janeiro-RJ, houve nova interrupção da viagem, onde foram realizados o reabastecimento do veículo e a troca do motorista, mas os passageiros não foram autorizados a descer do ônibus. Em seguida, o curso foi retomado.
 A terceira parada aconteceu no restaurante Graal, localizado no Município de QUELUZ-SP, exatamente às 6h50min, tendo o motorista estabelecido, novamente, o prazo de trinta minutos para retomada da viagem. Os AUTORES, então, desceram do ônibus para tomarem o café da manhã.
 Às 7h18min, ou seja, DENTRO DO TEMPO ESTABELECIDO PELO MOTORISTA, os AUTORES retornaram ao estacionamento do referido restaurante, para continuarem a viagem. Momento no qual, PASME, EXCELÊNCIA, os AUTORES constataram que o veículo já havia partido!!!
Totalmente angustiados, os AUTORES tentaram fazer contato telefônico com a RÉ, por meio do número 0800-723 2121, porém, o referido número não aceitava ligação originadas de aparelhos celulares e não havia telefone público no local. Os AUTORES tentaram também entrar em com a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, no entanto, pelo mesmo motivo citado, não obtiveram sucesso.
Atônitos, sem acreditar que passavam por uma situação tão constrangedora, os AUTORES avistaram um ônibus da empresa RÉ adentrando o estacionamento do restaurante, o que os fez imaginar que se tratava do veículo no qual viajavam, e, consequentemente, resolveria aquela situação inacreditável. No entanto, tratava-se de veículo de outra linha e, assim que ele parou, os AUTORES informaram ao motorista sobre o ocorrido, solicitando ajuda e que, se possível, entrasse em contato com o motorista do veículo que os transportavam ou com algum superior responsável.
O motorista do outro ônibus da RÉ disse aos Autores que entraria em contato com o encarregado dele, para descobrir por qual motivo houve a partida do ônibus no qual os AUTORES viajavam, tendo obtido a informação de que o problema ocorreu porque dois passageiros de outra linha entraram por engano no veículo, o que não acarretou divergência na contagem de passageiros feita pelo motorista.
Após longos trinta minutos, os AUTORES obtiveram a informação de que o preposto da RÉ que tentava ajudá-los recebeu autorização do encarregado para transportar os AUTORES até o Terminal Rodoviário do Tietê, e foram também informados que o veículo que ele dirigia não era do mesmo tipo do que os AUTORES deveriam ter seguido viagem, ou seja, era "CONVENCIONAL" e o AUTORES pagaram pelo "SEMI-LEITO", bem como o fato de que haveria paradas nas cidades de Aparecida do Norte, Taubaté e São José dos Campos, sendo que os AUTORES pagaram pelo transporte DIRETO.
Em seguida, estacionou no Restaurante Graal um terceiro ônibus de propriedade da RÉ, momento em que o motorista que havia informado aos AUTORES que os levaria até o destino final contou ao motorista que acabara de chegar sobre todo o acontecido. Após a conversa entre os funcionários da RÉ, os AUTORES foram comunicados que seguiriam viagem no último veículo que havia chegado, pois o outro estaria “quase lotado” e faria “mais paradas”, o que poderia atrasar ainda mais a viagem dos AUTORES.
Os autores foram informados pelo novo motorista que o Terminal Rodoviário do Tietê não era o destino final do itinerário dele, mas que ele “poderia deixar eles lá”. O novo motorista também informou aos AUTORES que o veículo que ele dirigia era "CONVENCIONAL", e não "SEMI-LEITO", que haveria paradas nas cidades de Taubaté e São José dos Campos e que sairia em 30 minutos, pois aquele era um ponto de parada.
Sem outra opção, os AUTORES aguardaram e, após mais de UMA HORA E MEIA DE FRUSTAÇÃO, embarcaram no ônibus da RÉ que prometeu levá-los e seguiram rumo ao destino final da viagem.
Às 12h30min, COM DUAS HORAS E MEIA DE ATRASO, os AUTORES finalmente chegaram ao Terminal Rodoviário do Tietê, completamente esgotados física e emocionalmente. De imediato, os AUTORES procuraram o encarregado responsável pelas bagagens, o qual já havia sido avisado que deveria guardar as malas dos AUTORES. Por sorte, o extravio da bagagem foi evitado.
Ainda no referido terminal rodoviário, os AUTORES se dirigiram ao guichê da empresa RÉ, para a realização de reclamação formal quanto ao ocorrido (DOCs. 3 e 4), esperando por uma justificativa adequada e condizente ao transtorno causado. Contudo, até a presente data, não houve resposta.
III - DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
 Os AUTORES se viram em uma situação totalmente inesperada e completamente desesperadora! Afinal, não conheciam o Estado de São Paulo e não tinham experiência nesse tipo de viagem! A bagagem de mão e as malas dos AUTORES estavam no veículo que seguiu viagem, e eles dispunham somente dos documentos de identidade e um pouco de dinheiro, sendo que um possível extravio dos pertences causaria imenso transtorno e atrapalharia toda a programação da viagem, além de impossibilitar aos autores que providenciassem um outro meio de transporte para chegarem ao destino final.
O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR é claro ao definir a responsabilidade do fornecedor por vício do produto, dispondo que:
“Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
 I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
 II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
 III - o abatimento proporcional do preço.“
 Jáé pacífico nessa Egrégia Corte o entendimento quanto à configuração de danos materiais e morais pela ocorrência de vício no contrato de transporte, vejamos:
“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE TRANSPORTE. OBRIGAÇÃO DE LEVAR O PASSAGEIRO INCÓLUME ATÉ SEU DESTINO FINAL. AUTOR QUE FOI ABANDONADO EM UMA PARADA ÀS 2:15H E TEVE QUE PERMANECER NO LOCAL ATÉ ÀS 8:25H, HORÁRIO QUE CONSEGUIU ADQUIRIR NOVA PASSAGEM PARA LHE LEVAR ATÉ O DESTINO FINAL. DANO MATERIAL DEVIDAMENTE CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL QUE DEVE SER MANTIDO POR ATENDER AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE, RAZOABILIDADE E VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. DESPROVIMENTO DOS RECURSOS.” (1ª Vara Cível de Barra Mansa. Juíza: Raquel de Andrade Teixeira Cardoso./APELAÇÃO CÍVEL Nº 0008259-46.2009.8.19.0007/RELATOR :DESEMBARGADOR PAULO SÉRGIO PRESTES DOS SANTOS)
 Ante o exposto, resta claro que a RÉ assumiu postura abusiva e desrespeitosa em face do consumidor, atraindo o dever de indenizar tanto o dano material quanto o moral experimentados pelos AUTORES.
IV - DOS PEDIDOS 
 Requer, dessa forma: 
1. que seja deferida a gratuidade de justiça, nos termos do artigo 98 do Código de Processo Civil; 
2. a citação da empresa ré, para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de sofrer os efeitos da revelia; 
3. a inversão do ônus da prova, nos exatos termos do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/90 e do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil; 
4. que seja a Ré condenada a restituir o valor de R$ 354,18 (trezentos e cinquenta e quatro reais e dezoito centavos), corrigido desde a data da compra do produto. 
5. que seja a Ré condenada a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais).
 Dá à causa o valor de R$ 18.354,18 (dezoito mil, trezentos e cinquenta e quatro reais e dezoito centavos). 
CIDADE, DATA. 
NOME DO AUTOR 1 
NOME DO AUTOR 2

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