Buscar

modelo-de-peca-habeas-data

Prévia do material em texto

AO DOUTO JUÍZO DA ____ VARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
MAGNÓLIA,brasileira,cearense, estado civil, profissão, portadora da CI nº xxxxxxxxxx-x, inscrita no CPF sob o nº xxxxxxxxxxxx-xx, endereço eletrônico, residente e domiciliada em Imaginária, na rua, nº, bairro, Ceará, representada por seu advogado conforme procuração assinada (doc. Nº), com endereço profissional na rua,bairro,nº, Cidade, CEP,vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, inciso L XXII, alínea a, da Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, e na Lei nº 9.507/97, impetrar o presente:
HABEAS DATA
Contra o ato coator praticado pelo (a) Diretor Geral do Hospital Público Estadual da Capital do Estado do Ceará, órgão integrante da Administração Pública Direta do Estado, e vinculado à Secretaria de Saúde do Estado, sediada na rua, nº, bairro, Imaginária, Ceará, pelos fundamentos de fato e de direito que se seguem:
1. DA GRATUIDADE:
Primeiramente se faz importante asseverar que o habeas data, por mandamento constitucional, caracteriza-se como ação gratuita nos termos do art. 5º, inciso LXVII, da Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, c/c o art. 21 da Lei nº 9.507/97. Razão pela qual não se deve falar em recolhimento de custas processuais, ou quaisquer outros valores para a prestação da justiça ora requerida.
1. DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA:
A legitimidade para a impetração de habeas data é sempre do impetrante para informações de si, ou seja, é um remédio personalíssimo. A legitimidade ativa para a impetração do habeas data está prevista no art. 5º, inciso LXXII, alínea a, na Constituição da Republica Federativa do Brasil e no art. 7º, inciso I, da Lei nº 9.507/97.
Assim, no caso em tela, o legitimado ativo para impetrar o habeas data é a Sr.ª Magnólia, pois visa assegurar o conhecimento de informação de caráter personalíssimo que foi recusado, sem nem uma justificativa, pelo (a) Diretor (a) do Hospital.
Da leitura do art. 5º, inciso LXXII, alínea a, da CRFB de 1988, c/c o art. 1º, parágrafo único da Lei nº 9.507/97, pode-se extrair que o legitimado passivo é sempre registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, ou seja, é sempre que tem o poder-dever de conceder vistas, retificação ou de dados referentes ao legitimado ativo.
No caso em tela, conclui-se que o legitimado passivo é o (a) Diretor (a) Geral do Hospital que tem o poder-dever de conceder as informações pleiteadas pela impetrante.
1. DA NARRAÇÃO FÁTICA:
A impetrante, em razão de um grave estado de saúde, precisou ser internada no dia ......, no referido hospital. Após x dias de internação, recebeu alta, porém sendo informada de que seu quadro clínico correspondia aos sintomas da doença Lúpus e que, por tal razão, deveria fazer uso de medicação constante e fazer um acompanhamento médico regular. Para poder prosseguir no seu tratamento e providenciar a medicação necessária, a paciente solicitou cópia do seu prontuário médico à Diretoria do Hospital, já que quando da sua alta nenhum documento formal lhe foi fornecido, somente informações verbais.
A solicitação da documentação foi feita por escrito e protocolada junto à Secretaria do Hospital, conforme faz prova pelo documento em anexo. Ocorre que, após passados alguns dias, a impetrante foi formalmente notificada da recusa da sua solicitação, tendo o hospital alegado que tais informações eram informações técnicas de conhecimento e acesso restrito aos médicos do hospital.
4. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA:
4.1 – DO CABIMENTO DA AÇÃO:
O habeas data é uma ação constitucional que tem como objeto a tutela dos direitos fundamentais, direito líquido e certo do impetrante referentes a informações personalíssimas que pretende conhecer, as quais se encontram em registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, assim, por meio do habeas data objetiva-se fazer com que todos tenham acesso às informações que o Poder Público ou entidade de caráter público possuam a seu respeito, conforme o previsto na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, no art. 5º, inciso LXXII, alínea a e na Lei nº 9.507/97, art. 7º, inciso I.
No caso em tela, faz-se presente a condição da ação necessária para a impetração do habeas data, visto que a impetrante procurou obter a informação de caráter pessoal pela via administrativa através de um requerimento, como foi descrito na narração fática, mas o mesmo foi negado com base em uma justificativa infundada.
4.2 – DO MÉRITO:
A Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 assegura a todos o direito à informação, direito esse considerado fundamental (CRFB, art. 5º, inciso XIV e XXXIII), porém o habeas data visa tutelar informações de caráter personalíssimo constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público, para a retificação de dados, anotações ou complemento de informações pessoais.
No caso em tela o que se pleiteia é a garantia constitucional de ter conhecimento a informações personalíssimas constantes em banco de dados de entidade governamental.
Tal direito vem assegurado na Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, in litteris:
“Art. 5º LXXI – conceder-se-á habeas dataa) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.”
O dispositivo exarado acima assegura à impetrante o direito ao conhecimento da informação de caráter pessoal que está em seu poder em face da sua recusa no fornecimento da informação solicitada pela via administrativa.
No caso em tela, a informação pleiteada pela impetrante se faz de grande importância, pois deseja dar seguimento ao seu tratamento de saúde, o que não pode ser feito sem nenhum documento formal emitido pelo Hospital em que foi tratada e diagnosticada. Excelência, a impetrante, com a devida vênia, foi diagnosticada com uma grave doença e não pode se conformar apenas com informações verbais dadas pelos médicos, o fornecimento do documento com suas informações pessoais, no caso do seu prontuário médico, se faz imperioso para a segurança da mesma.
Ademais, é importante destacar que as informações constantes em prontuário médico não são privativas do hospital, devendo ser dadas ao conhecimento do paciente, no caso da impetrante.
Ressalta-se que tal garantia também vem assegurada na Lei Nº 9.507/97, expressamente:
“Art. 7º Conceder-se-á habeas data: I – para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.”
Tal lei infraconstitucional visa ratificar a tutela assegurada pela Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, no art. 5º, inciso LXXII, alínea a.
5. DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, requer:
1. A notificação da autoridade coatora, sobre os fatos narrados, assim, se for interesse prestar informações, de acordo com o art. 11 da Lei nº 9.507/97;
1. A oitiva do representante do Ministério Público no prazo legal de cinco dias nos termos do art. 12 da Lei nº 9.507/97;
1. Pedido de prioridade de julgamento conforme o art. 19 da Lei nº 9.507/97;
1. Que julgue procedente o pedido, determinando ao impetrado o conhecimento da informação aqui pleiteada.
Dá-se à causa o valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para fi ns legais.
Instruem a presente exordial os seguintes documentos:
I – Recusa administrativa;
II – Protocolo do requerimento administrativo.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Fortaleza-CE
18/09//2017
– assinado digitalmente –
Advogada
OAB/CE xxxxx

Continue navegando