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Nome: Camila Pinto da Silva Matrícula: 17216080295 Polo: Santa Maria Madalena História na Educação I Coordenação: Priscilla Leal Mello AP1 – 2020.2 Questão 1) Leia atentamente o texto-base a seguir, trecho no qual o professor da USP Noberto Guarinello analisa as operações que o historiador – seja pesquisador de arquivo, seja professor de sala de aula, ou ambos – realiza no trato com os seus temas de trabalho: A História, portanto, nunca se debruçou sobre a história humana como um todo, mas sobre histórias particulares, histórias de ALGO. Sempre estudou histórias específicas inseridas dentro de unidades de sentido (os ALGOS) que conferiam coerência a um corpo de documentos e a uma narrativa, descrição, explicação ou interpretação. Entender o modo como se definiram essas unidades, ou seja, os objetos particulares da História, é crucial para compreender os impasses contemporâneos da disciplina. Mas não é tarefa fácil! Tais unidades foram construídas como grandes objetos virtuais, grandes contextos, nos quais temas específicos podem adquirir sua razão de ser. Desde o século XIX algumas unidades maiores têm predominado como os grandes contextos da História: um povo, uma nação, uma civilização e, sobretudo, um estado-nacional, geralmente como termos coincidentes, ou cuja coincidência seria "desejável". A História se repartiu, assim, por objetos que não são uniformes, nem equivalentes, e que mudam de abrangência ou de sentido de acordo com os interesses de quem financia, produz ou consome seus relatos. Guarinello, Norberto Luiz. História científica, história contemporânea e história cotidiana. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 24, nº 48, p.13-38 – 2004. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 01882004000200002&lng=pt&tlng=pt (Acesso em 11/08/2020) Discuta, a partir desse texto e do conteúdo de nossas aulas, a SUBJETIVIDADE presente na construção do conhecimento histórico. (2,0) Resposta: Partindo do pressuposto de que subjetividade é algo que vem do sujeito, é algo particular, verifico que o historiador aprende a história a sua maneira. O objeto de estudo da história é comum, universal a todos que desejam conhecê- lo, por isso, quando o historiador inicia a sua construção do conhecimento diante àquele objeto, ele acaba sendo sujeito ativo na produção deste conhecimento quando reconstrói o fato a partir do conhecimento particular que ele já possui. Desta forma, o olhar do historiador irá variar conforme a sua história de vida e trajetória intelectual, suas escolhas. Por isso, essa subjetividade interfere na produção do conhecimento histórico desde o momento em que o historiador começa a selecionar a fonte que ele deseja usar. Questão 2) Como professores em uma cidade específica, em uma comunidade escolar determinada, vocês devem operacionalizar, como sugere Guarinello, SUBJETIVIDADES para que o ensino de História resulte em aprendizagem significativa. Sua tarefa é: (a) Apresente uma realidade escolar de sua cidade: (0,5) Resposta: Como não sou atuante na área na educação, vou passar minha visão de mãe dentro do contexto que estamos vivendo do COVID-19. Tenho observado que minha filha já está sem paciência para assistir aos vídeos gravados pela escola, reclama demais quando chamo para fazer as atividades. Quando senta, logo quer iniciar fazer os exercícios, sem ouvir a explicação. Ela não era assim. Sempre foi curiosa e fazia tudo com prazer. Percebi que a escola também nas últimas semanas, tem sobrecarregado não só as crianças, mas também os pais. Minha filha só faz as atividades escolares quando chego do serviço, após as 18:00. Só acho que o ano letivo já está perdido. As atividades servem sim para continuar estimulando os alunos ao hábito e ao prazer em estudar, mas não adiante correr com o conteúdo. Se necessário for, não vejo problema algum que repitir o ano letivo. (b) Eleja uma SUBJETIVIDADE relevante para uma aula de História nessa unidade escolar, indicando uma questão que norteará a sua aula. (1,5) Resposta: Utilizando da Subjetividade, o professor poderá falar sobre a história da escravidão, baseada na alimentação que é uma realidade comum a qualquer aluno. Como exemplo, ao estudarmos a escravidão no Brasil, pode-se perguntar quem já comeu feijoada, quem gosta deste prato típico? Com isso, mostra-se que esse prato traz toda uma história de um povo. O resto dos itens que não eram aproveitados pelos senhores do engenho, eram fornecidos como comida aos escravos. Eles então começaram a juntar a carne com o feijão. O professor de História poderá abordar a escravidão, relacionando-a a temática da alimentação com a feijoada. Assim, o ensino se aproximará da realidade dos alunos e também poderá trabalhar outros conceitos, como: preconceito cultural, diferenças sociais e econômicas entre ricos e pobres. Questão 3) A partir da complexidade da categoria TEMPO para a produção da narrativa histórica - seja no texto escrito, seja no texto oral (a aula) -, discuta a assertiva de Michel de Certeau: Toda História é Contemporânea. (2,0) Resposta: Podemos dizer que o tempo é o principal material que auxilia o Historiador no estudo da história. Quando ele analisa um fato do passado, ele volta no tempo para tentar entender a realidade vivida e com isso fazer um comparativo para verificar até que ponto esses fatos do passado e do presente se interligam. Quando estudamos história, estamos investigando ações e fatos do passado e por isso, o historiador vai olhar os fatos hoje com os olhos do passado, ele vai focar no acontecimento com os olhos do passado e não do presente. Por isso, toda história é contemporânea, por ser analisada no presente, mas com os olhos no passado. Questão 4) Cite duas razões para ensinarmos História, hoje e sempre! (1,0 – 0,5 cada) Resposta: Consigo verificar como uma razão de se estudar história, a correspondência que podemos fazer entre o passado e o presente, mostrando ao aluno que a história é um processo. Por exemplo, hoje existe a escravidão? Como ela funcionava antigamente? Com isso podemos estimular a reflexão do aluno. Outra razão de se estudar história, é poder trabalhar temas como ética e pluralidade cultural. Isso nos leva a exploras as diferentes identidades existentes dentro de nosso país. Questão 5) Segundo a perspectiva de uma educação emancipatória, por que o ensino com base em oficinas revela-se mais coerente do que um ensino de base exclusivamente conteudista? (1,0) Resposta: Apesar de não ter atuado até o presente momento na área da Educação, percebo que as oficinas são métodos pedagógicos usados para aperfeiçoar a didática de uma escola. Com ela, o aluno aprende de uma forma mais dinâmica, coletiva e aberta, inovando, trocando experiências e construindo conhecimento. Ao contrário do método conteudista que se apresenta como um método baseado apenas na transmissão da informação, não proporcionando ao aluno a possibilidade de reflexão sobre o assunto a ser estudado. Por isso, o ensino com base em oficinas traz conhecimentos não só para o educando, mas também para o educador. Uma vez que ajuda o professor a aplicar o conhecimento teórico com base na troca de informações. Questão 6) Um autor importante para aprofundarmos os estudos acerca das problemáticas entre História e Memória é Michael Pollack. Uma das questões com as quais o pesquisador trabalha é justamente a relação entre as subjetividades e as elaborações da narrativa histórica a partir de dados da Memória. Afinal, quem não se lembra de nossa brincadeira de infância: “quem conta um conto, aumenta um ponto”? Vamos ler um pouco de Pollack, no texto a seguir: Poucos períodos históricos foram tão estudados como o nazismo, incluindo-se aí sua política anti-semita e aexterminação dos judeus. Entretanto, a despeito da abundante literatura e do lugar concedido a esse período nos meios de comunicação, frequentemente ele permanece um tabu nas histórias individuais na Alemanha e na Áustria, nas conversas familiares e, mais ainda, nas biografias dos personagens públicos. Assim como as razões de um tal silêncio são compreensíveis no caso de antigos nazistas ou dos milhões de simpatizantes do regime, elas são difíceis de deslindar no caso das vítimas. Nesse caso, o silêncio tem razões bastante complexas. Para poder relatar seus sofrimentos, uma pessoa precisa antes de mais nada encontrar uma escuta. Em seu retomo, os deportados encontraram efetivamente essa escuta, mas rapidamente o investimento de todas as energias na reconstrução do pós-guerra exauriu a vontade de ouvir a mensagem culpabilizante dos horrores dos campos. A deportação evoca necessariamente sentimentos ambivalentes, até mesmo de culpa, e isso também nos países vencedores onde, como na França, a indiferença e a colaboração marcaram a vida cotidiana ao menos tanto quanto a resistência. Não vemos, desde 1945, desaparecerem das comemorações oficiais os antigos deportados de roupa listrada, que despertam também o sentimento de culpa e que, com exceção dos deportados políticos, se integram mal em um desfile de ex-combatentes? "1945 organiza o esquecimento da deportação, os deportados chegam quando as ideologias já estão colocadas, quando a batalha pela memória já começou, a cena política já está atulhada: eles são demais." A essas razões políticas do silêncio acrescentam-se aquelas, pessoais, que consistem em querer poupar os filhos de crescer na lembrança das feridas dos pais. Quarenta anos depois convergem razões políticas e familiares que concorrem para romper esse silêncio: no momento em que as testemunhas oculares sabem que vão desaparecer em breve, elas querem inscrever suas lembranças contra o esquecimento. E seus filhos, eles também, querem saber, donde a proliferação atual de testemunhos e de publicações de jovens intelectuais judeus que fazem "da pesquisa de suas origens a origem de sua pesquisa". Nesse meio tempo, foram as associações de deportados que, mal ou bem, conservaram e transmitiram essa memória. POLLACK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15. P.4-5. Identifique no texto de Pollack as dificuldades que um historiador enfrenta para estudar o Nazismo a partir das memórias dos que vivenciaram esse que foi um dos maiores dramas humanitários de nossa História. (2,0) Resposta: O Nazismo foi um movimento político, liderado por Adolf Hitler e que surgiu na Alemanha por volta de 1920, quando o País passava por uma crise política e econômica, após a Primeira Guerra Mundial. É caracterizado pelo racismo, o antissemitismo e a eugenia. Vivendo em um contexto cheio de violência, de radicalização, de crise econômica, o nazismo cresceu encontrou espaço para surgir e crescer dentro dos quadros políticos da Alemanha, implementando o regime totalitário. O ódio aos Judeus por parte do líder Hitler, levou a morte mais de seis milhões de pessoas em campos de concentração. Por isso, destaquei no texto acima o silêncio como uma das principais dificuldades do historiador. Percebe-se que quem vivenciou este tempo, prefere não falar sobre o assunto, para não reviver o que passou, e sem contar o medo de sofrer alguma retaliação depois. Boa prova!
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