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Geografia Urbana Análise de Situação da Urbanização no Mundo Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Vivian Fiori Revisão Textual: Prof. Esp. Tiago Araújo Vieira 5 · Megacidades e Grandes Cidades · Moradias Precárias · Questões Raciais, Culturais e Econômicas nas Cidades Discutir algumas situações relativas à urbanização no mundo, enfatizando a questão de moradia. Nesta unidade discutiremos sobre a análise de situação da urbanização no mundo. Leia atentamente o material didático apresentado e realize as atividades propostas. Desejamos bons estudos a todos! Análise de Situação da Urbanização no Mundo 6 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Contextualização Quando tratamos de urbanização mundial é preciso fazer inúmeras ressalvas. A primeira delas é que existem processos globais, capitalistas, que têm tornado as grandes cidades cada vez mais semelhantes. Tal semelhança ocorre por conta das formas de acesso a terra e à moradia; das técnicas de construção existentes nas megacidades, cada vez mais universais; da verticalização das áreas centrais; da centralidade em termos de serviços; do papel dos atores hegemônicos e do mercado imobiliário, entre outras. Contudo, também há diversificadas situações, que ocorrem na escala local-regional ou são típicas de certos países. É o caso dos modos e formas de moradias existentes nas grandes cidades pelo mundo. O exemplo da cidade dos mortos, no Cairo, Egito, é um dessas situações peculiares. Leia a citação a seguir: O exemplo mais incomum de oferta de moradia é, sem dúvida, a Cidade dos Mortos, no Cairo, onde 1 milhão de pobres usam sepulturas mamelucas como módulos habitacionais pré-fabricados. O imenso cemitério onde foram sepultadas as gerações de sultões e emires é uma ilha urbana murada cercada de vias congestionadas. Os moradores originais do século XVIII eram os guardas que cuidavam das sepulturas das famílias cairotas mais ricas, seguidos por pedreiros e canteiros e depois, na época contemporânea, por refugiados expulsos do Sinai e de Suez, durante a guerra de 1967. Os invasores – observa Jeffrey Nedoroscik, pesquisador da American Univesity do Cairo – adaptaram os túmulos com criatividade para atender às necessidades dos vivos. Cenotáfios e placas públicas são usados como escrivaninhas, cabeceiras, mesas e estantes. Barbantes amarrados entre as lápides servem para secar roupa. Também no Cairo, que já foi uma cidade com 29 sinagogas, grupos menores de invasores ocupavam cemitérios judaicos abandonados. Numa visita na década de 1980, escreve o jornalista Max Rodenbeck, encontrei um jovem casal com quatro filhos instalados com todo o conforto num sepulcro neofaraônico de especial esplendor. Os moradores do túmulo tinham aberto o columbário e viram que era um prático armário embutido para roupas, panelas e um televisor em cores (DAVIS, 2006, p. 43). Esse caso, citado por Mike Davis (2006), é emblemático em relação à disputa por espaço existente nas grandes cidades, e comum a todas elas. Ao mesmo tempo, evidencia as circunstâncias peculiares e, muitas vezes, precárias de moradia. Desse modo, é importante sempre contextualizar a existência das cidades, observando os processos que são semelhantes no mundo, quando comparados ao Brasil, e ao mesmo tempo, verificar as diferenças e especificidades locais da cidade, região ou país, onde está inserida. Outro aspecto fundamental é analisar as cidades de forma integrada, do ponto de vista social, étnico-racial, econômico e político. Tais dimensões estão sempre associadas e mudam ao longo do tempo. Para compreender melhor estas situações, procure ler o texto teórico da disciplina e também buscar mais informações sobre as grandes cidades e megacidades do mundo. 7 Megacidades e Grandes Cidades Nesta unidade, vamos enfatizar a análise da urbanização do mundo, principalmente das megacidades, sob o viés da questão da moradia e também dos elementos étnico-raciais e das segregações espaciais existentes nas cidades. Apesar de chegarmos ao começo do século XXI com um número cada vez maior de grandes cidades em todo o mundo, ainda imperam, em muitas delas, formas de moradia precárias. Alguns autores e entidades como as Nações Unidas denominam como megacidades, àquelas cidades cuja população é grande, acima de 10 milhões de habitantes. Contudo, não se pode confundir megacidades com metrópoles, pois podemos ter casos de megacidades que não são consideradas metrópoles, dada a menor centralidade, em termos de atividades econômicas, de serviços e comerciais. Do mesmo modo, há metrópoles que não são megacidades, pois não alcançam os 10 milhões de habitantes. Até o século XIX era mais comum que grandes cidades estivessem nos países desenvolvidos ou de urbanização mais antiga, como, por exemplo, China e Índia. Naquela época, também, já era comum uma segregação espacial entre ricos e pobres, em diversificadas situações. Nas cidades de Nova Iorque, Londres e Paris, no final do século XIX e começo do século XX, era corriqueira a existência de cortiços, onde, geralmente, moravam os trabalhadores e imigrantes, enquanto do outro lado havia bairros burgueses. Contudo, após a Segunda Guerra Mundial e, sobretudo, no período pós anos 1980, várias das grandes cidades mais populosas no mundo, encontravam-se nos países subdesenvolvidos, conforme nos explica Milton Santos: A proliferação de grandes cidades foi surpreendente nos países pobres. Das 26 cidades mundiais com mais de cinco milhões de habitantes em 1980, dezesseis estão nos países subdesenvolvidos. Estima-se que, no ano 2000, das sessenta cidades com essa população no mundo inteiro, 45 estarão no terceiro mundo (SANTOS, 2008, p. 46). A existência dessas cidades nos países subdesenvolvidos ocorre em diversas situações. Ao tratar dessas situações, estamos utilizando a ideia de Maria Laura Silveira (1999), que diz que a situação é um arranjo peculiar no espaço e no tempo, ou seja, dependerá de uma análise geral para que nessas circunstâncias possamos observar as peculiaridades de cada lugar, em outras palavras, de analisar a situação dessa urbanização no mundo. A situação tem um tempo espacial, um arranjo que leva a uma peculiaridade de um processo que, em princípio, é universal, mas deve ser considerada num processo histórico, num tempo e em um lugar. Logo, a situação é uma peculiaridade, uma singularidade na indissociável relação espaço e tempo. Conforme diz a geógrafa Maria Laura Silveira: A situação decorreria de um conjunto de forças, isto é, de um conjunto de eventos geograficizados, porque tornados materialidade e norma. Muda, paralelamente, o valor dos lugares porque muda a situação, criando uma nova geografia. Assim, ao longo do tempo, os eventos constroem situações geográficas que podem ser demarcadas em períodos e analisadas na sua coerência (SILVEIRA, 1999, p. 22). 8 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Desse modo, ao buscarmos compreender as cidades e a urbanização no mundo, devemos considerar que há eventos mundiais, globais, que interferem nessas cidades e, também, que há peculiaridades locais, que as fazem ter algumas semelhanças em termos processuais e, ao mesmo tempo, suas especificidades. Apesar da globalização da economia e da divisão territorial do trabalho, há diversas formas de existências pelo mundo, cujas características de algumas cidades são bastante regionais. O que dificulta, inclusive, uma comparação entre elas, já que, considerando-se cada cidade do mundo, há peculiaridades históricas, culturais, étnico-raciais, em resumo, espaciais. O que torna as grandes cidades um pouco mais globais é a existência do capitalismo que, cada vez mais, chega a todos os lugares, trazendo formas de existências mais comuns e globais. No continente africano, por exemplo, onde o grau de urbanização ainda é mais baixo quando comparado a outros continentes, há diversificadas formas de existênciasurbanas. Em muitos casos, há a dificuldade de se definir, clara e tecnicamente, o que é urbano e o que é rural. Há muitos exemplos de aldeias próximas às cidades, ou de favelas que estão entre o rural e o urbano. Como se observa no gráfico (figura 1) a seguir, o continente onde se concentra o maior número de grandes cidades (com 500 mil ou mais habitantes) é a Ásia, com 56%; das 10 cidades mais populosas do mundo, 7 encontram-se no continente asiático. Figura 1: Distribuição da População em Grandes Cidades (por continente - 500 mil ou mais habitantes) Demographia, 2014. Elaborado por Vivian Fiori, 2014 Conforme apontam relatórios do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos – UN-HABITAT1 (2012) e do site DEMOGRAPHIA (2014), especializado em população, atualmente, a maioria da população já vive em áreas urbanas, em condições cada vez mais periféricas, do ponto de vista das infraestruturas, ou seja, geralmente precárias. Dessa maneira, é importante destacar que definir a existência da maioria da população como urbana, não significa uma urbanização com infraestrutura adequada, nem tampouco, características de urbanização nos moldes europeus, por exemplo. 1 United Nations Human Settlements Programme (UN-HABITAT) 9 Conforme explica o relatório Demographia World Urban Areas (Demografia das Áreas Urbanas do Mundo): Mais de metade da população de grandes áreas urbanas (500.000 ou mais) é da Ásia e vive em 473 das 922 grandes áreas urbanas do mundo. Nos últimos anos, o mundo passou a ter mais da metade da população urbana, pela primeira vez na história. Esta edição do ano indica que existem 28 megacidades no mundo (áreas urbanas com mais de 10 milhões de habitantes). Além disso, é possível que com duas outras cidades – Lahore e Kinshasa – esse número chegue a um total de 30; se os dados dos Censos mais atuais foram disponibilizados. Aparece, ainda, um total de 69 áreas urbanas com 5.000.000 ou mais habitantes. No entanto, seria um erro dar a entender que os moradores urbanos do mundo vivem em configurações semelhantes à 5ª Avenida, em Nova Iorque, ou dentro do quarto anel rodoviário de Pequim, ou na cidade de Paris (DEMOGRAPHIA2, 2014, p. 2). Na América Latina também há algumas megacidades, caso de São Paulo e da Cidade do México (vide figura 2), típicas cidades que se tornaram gigantes devido ao processo de industrialização pós-Segunda Guerra Mundial. Esse crescimento ocorreu com forte êxodo rural e grande processo de verticalização dos centros e subcentros de tais cidades, além de uma enorme área periférica, em processo de horizontalização, ou seja, de crescimento horizontal da cidade. Figura 2: Vista Parcial da Cidade do México Vivian Fiori, 2012 A seguir, um resumo (quadro 1) das 20 maiores megacidades do mundo e suas áreas metropolitanas ou de aglomerados urbanos. Há àquelas nas quais existe a definição formal de Região Metropolitana e, em outras há um aglomerado contínuo que, formalmente, não se constitui como formação metropolitana. 2 Traduzido por Vivian Fiori, 2014. 10 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Quadro 1: Informações das 20 Áreas com Megacidades no Mundo 1. Tóquio, Japão Município: 8,9 milhões de pessoas. A área metropolitana de Tóquio é a maior aglomeração urbana do mundo, englobando as cidades vizinhas de Yokohama, Kawasaki e Chiba. 2. Jacarta, Indonésia Grande área urbana: 37,2 milhões de pessoas. Município: 9,6 milhões de pessoas. Jacarta situa-se na ilha de Java, que é conhecida pelos terremotos e vulcões. Tem uma urbanização bastante verticalizada em parte da cidade, e inúmeras favelas e bairros dormitórios em seu entorno, produzindo grandes movimentos pendulares diários, de casa para o trabalho. 3. Seul-Incheon, Coreia do Sul Grande área metropolitana: 22,5 milhões de pessoas. Município: 10,5 milhões de pessoas. Após a Guerra da Coreia (1950-53) a cidade de Seul e seu entorno cresceu, tornando-se uma região industrializada. Atualmente, quase metade da população do país vive em Seul e seus arredores. 4. Délhi, Índia Grande área metropolitana: 22,2 milhões de pessoas. Município: 11 milhões de pessoas. Délhi, capital da Índia, é a cidade indiana que teve o maior crescimento recente, superando Mumbai (também na Índia), sobretudo, devido à forte imigração. Trata-se de uma cidade extremamente desigual, com palácios suntuosos e um grande número de moradores de rua e de favelas. 5. Manila, Filipinas Grande área metropolitana: 21,9 milhões de pessoas. Município: 11,8 milhões de pessoas. Estima-se que mais de 3 milhões vivam precariamente em Manila, numa cidade densamente povoada e com grande déficit habitacional. Há alto crescimento populacional na cidade, devido à alta taxa de natalidade e também pela forte imigração. 6. Xangai, China Grande área metropolitana: 20,8 milhões de pessoas. Município: 17,8 milhões de pessoas. Xangai é um centro financeiro e comercial da China e é classificada como a maior cidade do planeta, quando se considera apenas o município, sem sua área metropolitana. Possui um dos portos mais movimentados do mundo, o porto de Xangai. 7. Nova Iorque, Estados Unidos Grande área metropolitana: 20,4 milhões de pessoas. Município: 8,2 milhões de pessoas. Nova Iorque é a principal cidade dos EUA, situada na costa leste do país. É um exemplo de uma metrópole globalizada, sendo um centro financeiro e de serviços no mundo. Há bastante segregação espacial no entorno da Ilha de Manhattan e diversos imigrantes oriundos de várias partes do mundo. 8. São Paulo, Brasil Grande área metropolitana: 20,2 milhões de pessoas. Município: 11,2 milhões de pessoas. São Paulo é a cidade de maior PIB no Brasil e o centro financeiro e de serviços mais importante da América Latina. Contudo, tem inúmeras favelas e loteamentos irregulares e clandestinos. 9. Cidade do México, México Grande área metropolitana: 19,4 milhões de pessoas. Município: 8,8 milhões de pessoas. A Cidade do México é hoje, dez vezes maior do que era em 1940. A capital mexicana concentra 1/4 da riqueza do país e teve uma grande expansão periférica após os anos 1960, a partir do êxodo rural e de migrações internas. 10. Cairo, Egito (11/20) Grande área metropolitana: 17,8 milhões de pessoas. Município: 6,7 milhões de pessoas. Situada às margens do Rio Nilo, Cairo é a maior área urbana da África e do mundo árabe. Tem problemas de trânsito, moradia e grande poluição do ar e sonora. 11 11. Pequim, China Grande área metropolitana: 17,3 milhões de pessoas. Município: 11,7 milhões de pessoas. A capital da China, Pequim, é uma cidade antiga que vem sendo modernizada. É uma cidade administrativa e de negócios. Tem graves problemas de poluição do ar. 12. Keihanshin, Japão Grande área metropolitana: 17 milhões de pessoas. Município: não disponível. Keihanshin é uma Região Metropolitana japonesa, formada pelas Cidades de Kyoto-Osaka-Kobe-Himeji. Trata-se uma região industrializada, que forma um complexo urbano de alta produtividade industrial, de grande densidade demográfica, e uma urbanização bastante verticalizada. 13. Mumbai, Índia Grande área metropolitana: 16,9 milhões de pessoas. Município: 12,5 milhões de pessoas. Mumbai, anteriormente denominada de Bombaim até 1995, é o principal centro econômico da Índia e já foi uma região industrializada. Atualmente tem se transformado num centro de capital financeiro e de negócios. É uma cidade bastante desigual. 14. Guangzhou-Foshan, China Grande área metropolitana: 16,8 milhões de pessoas. Município: 11 milhões de pessoas. Conhecida antigamente como Cantão, esta cidade no sudeste da China, capital da região de Guandong, cresceu muito com a abertura do país para as ideias capitalistas. Próxima a Hong Kong, tornou-se um grande centro industrial e financeiro, possuindo uma Zona Franca com um polo tecnológico. 15. Moscou, Rússia Grande área metropolitana: 15,5milhões de pessoas. Município: 11,8 milhões de pessoas. A capital da Rússia é a maior cidade europeia. Com o final da União Soviética, tornou-se uma região com forte imigração. É antiga e possui grande diversidade de atividades culturais, econômicas e administrativas. 16. Daca, Bangladesh Grande área metropolitana: 15,4 milhões de pessoas. Município: 7 milhões de pessoas. É a capital e principal cidade de Bangladesh, país que foi desmembrado da Índia. Uma das cidades que mais crescem no mundo, devido à migração de outras partes do país, tornou um centro de negócios, financeiro e comercial. Porém, segundo o Banco Mundial há inúmeras favelas, e cerca de ¼ da população vive precariamente. 17. Los Angeles, Estados Unidos Grande área metropolitana: 14,9 milhões de pessoas. Município: 3,8 milhões de pessoas Los Angeles é a segunda maior cidade dos EUA. Localizada na costa oeste da Califórnia, tem mais de 40% de sua população composta por imigrantes latinos, principalmente mexicanos; asiáticos, entre outros. É uma típica metrópole com centros de serviços, atividades comerciais e grandes vias interligando sua área metropolitana. 18. Kolkata, Índia Grande área metropolitana: 14,4 milhões de pessoas. Município: 4,5 milhões de pessoas. Kolkata (ex-Calcutá) se localiza perto da fronteira com Bangladesh. Trata-se de um grande centro econômico da Índia, mas que convive com inúmeros problemas urbanos e ambientais. 19. Karachi, Paquistão Grande área metropolitana: 13 milhões de pessoas. Município: 13 milhões de pessoas. Karachi – a maior cidade e centro financeiro e administrativo do Paquistão – é também o principal porto marítimo do país, e a segunda maior megacidade do mundo, desconsiderando-se sua área metropolitana. 20. Buenos Aires, Argentina Grande área metropolitana: 13,5 milhões de pessoas. Município: 2,9 milhões de pessoas. Buenos Aires é a segunda maior cidade da América do Sul. Com os problemas econômicos recentes da Argentina, houve aumento da pobreza, embora seja o principal centro econômico e administrativo do país. Fonte: Diversas: Demographia World Urban Áreas, 2012; UN-HABITAT, 2012; DAVIS, Mike, 2006; DUPONT; SAGLIO-YATZIMIRSKY, 2009; TULLOCH, James. Disponível em: http://sustentabilidade.allianz.com.br/?2059/as-maiores-megacidades-do-mundo. Elaborado por Vivian Fiori, 2014. 12 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Para saber mais Urbanização no Mundo Mais da metade da população mundial, agora, é urbana. É realmente notável que há apenas um século, duas, em cada 10 pessoas no mundo, viviam em áreas urbanas. Nos países menos desenvolvidos, essa proporção era menor do que 5%, enquanto a esmagadora maioria vivia em áreas rurais. Desde então, o mundo está, rapidamente, urbanizando-se e, em alguns países e regiões, em um ritmo sem precedentes. Faz apenas dois anos que a humanidade deu um passo histórico: pela primeira vez na história, a população urbana excedeu o número da população rural. Esse evento marcou a vinda de um novo milênio urbano e, em meados deste século, espera-se que, de cada 10 pessoas no planeta, sete viverão em áreas urbanas. Curiosamente, somente há 60 anos (1950), o número de pessoas que viviam em centros urbanos era ligeiramente maior nos países desenvolvidos (54%, ou 442 milhões), em comparação com os países em desenvolvimento. Hoje em dia, a cada 10 residentes urbanos no mundo, mais do que sete são encontrados em países em desenvolvimento, que também hospedam uma percentagem esmagadora da humanidade (82% da população mundial). Além disso, estima-se que, entre 2010 e 2015, cerca de 200.000 pessoas, em média, serão adicionadas à população urbana mundial, a cada dia. Digno de nota é que 91% desse aumento diário (ou, 183.000 pessoas) estão previstos para acontecer em países em desenvolvimento [...]. Nos países mais avançados, o crescimento da população urbana está próximo da estagnação (0,67%, em média anual, desde 2010), o que representa um adicional de aproximadamente seis milhões de pessoas a cada ano. Na Europa, o aumento anual é de apenas dois milhões. Por comparação, o aumento da população total anual em seis grandes cidades dos países em desenvolvimento: Nova Délhi e Mumbai (Índia), Daca (Bangladesh), Lagos (Nigéria), Kinshasa (República Democrática do Congo) e Karachi (Paquistão), é maior do que em toda a população da Europa. Em cidades norte- americanas, particularmente nos EUA, entre 2005 e 2010, o crescimento populacional foi menos lento do que em todos os países do mundo desenvolvido: 1%, em média. Fonte: Tradução de Vivian Fiori, 2014. Extraído de UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS PROGRAMME (UN-HABITAT) State of the world’s cities report 2012/2013: Prosperity of cities. Nairóbi, Kenya, Malta: Progress Press Ltd., 2012, p. 25. Disponível em: http://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/745habitat.pdf 13 Moradias Precárias Em inglês o termo para moradia precária é slum. Segundo a tradução, no Brasil, do livro de Mike Davis (2006), Planeta Favela (do original, Planet of slums), o termo ganhou a conotação de favela, quando, na verdade, o correto seria traduzir como moradia precária, simplesmente. O próprio termo favela é difícil de ser definido, já que cada país tem sua própria definição para as moradias precárias. Portanto, em alguns casos, nesta unidade, usaremos o termo moradia precária, que é de conotação mais geral, podendo incluir aí, loteamentos irregulares e clandestinos, cortiços e favelas, entre outras formas de existência e de moradia. Na África, ao sul do Saara, por exemplo, são pouco comuns os cortiços, já que a urbanização, em geral, nessas regiões é mais recente. Desse modo, praticamente, não podemos tratar de cortiços, mas há muitos casos de aluguéis e de ocupações precárias, parecidas com as existentes no Brasil. Na África subsaariana, ao contrário, são raros ou inexistentes os antigos cortiços no centro da cidade, pois, nas antigas colônias britânicas esses eram incomuns, como destaca o geógrafo Michael Edwards: Em setores mais antigos de Acra e Kumasi (Gana), ainda é comum a propriedade consuetudinária da terra; e embora a locação predomine, os laços do clã costumam impedir os aluguéis altíssimos, tão comuns em Lagos e Nairóbi. Na verdade, o complexo habitacional baseado no parentesco, em que os pobres moram com parentes mais ricos em casas que abrigam a família ampliada, torna os bairros de Gana mais diversificados em termos econômicos do que nas outras cidades africanas (EDWARDS apud DAVIS, 2006, p. 44 -45). Nesse exemplo citado verifica-se que ainda existem famílias que moram juntas, devido à relação de laços dos clãs, ou seja, de comunidades que têm uma relação de parentesco ou de proximidade cultural. Isso faz com que, no caso de Gana, por exemplo, nas cidades de Acra e Komasi, ocorram casos de pessoas mais pobres vivendo junto com parentes mais ricos. Dessa forma, a relação familiar e os laços de parentescos tornam os bairros mais complexos. Figura 3: Formas de Moradia em Moamba, Moçambique Vivian Fiori, 2001 14 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo A urbanização na África subsaariana é mais recente do que em outras partes do mundo, por isso ainda se mesclam formas comuns do campo com a cidade. Esse é o caso de Moamba (ver figura 3), em Moçambique, cujo distrito passou por várias guerras pós-independência de Portugal, em 1975, e ainda apresenta traços rurais em algumas de suas formas de moradia precárias. Em outro extremo, há no Cairo (Egito) e em Phnom Penh (Camboja), casos de muitos moradores que vivem nos telhados. Nessa condição de moradia precária fica difícil definir são moradores em situação de rua, ou não, já que se trata de uma condição de moradia muito peculiar. Como explica Mike Davis: Alguns moradores empobrecidos dos bairros depauperados da cidade moram no ar. Um em cada dez habitantes de Phnom Penh dorme no telhado, assim como incríveis1,5 milhão de cairotas e 200 mil alexandrinos. A chamada segunda cidade do Cairo é menos quente do que dentro dos cortiços, mas os moradores dos telhados ficam mais expostos à poluição do ar causada pelo trânsito e pelas fábricas de cimento, assim como à poeira do deserto. Enquanto isso, os cortiços flutuantes, embora ainda comuns no sudeste da Ásia, vêm desaparecendo com rapidez em Hong Kong, onde os barcos já constituíram 10% das moradias da Colônia da Coroa, principalmente para as etnias tanka e hakka, consideradas inferiores pela maioria han (DAVIS, 2006, p. 45-46). Hoje, no Cairo, por exemplo, há casos em que são ocupados os templos ancestrais e tumbas mamelucos, e esses antigos cemitérios são tornados espaços de moradia; assim como também na Índia, onde mais de cem milhões de pessoas moram na rua e dormem, muitas vezes, em estações de trem, dentro dos trens, táxis e outros lugares improvisados, em cidades como Bombaim, Kolkata ou Délhi. Já em Hong Kong, atualmente parte da China, há ainda casos de moradores que vivem em cortiços flutuantes, morando ou dormindo em barcos improvisados. Dessa forma, existem inúmeras condições de moradias para além das conhecidas no Brasil. Outra forma bastante comum de situação de moradia, tanto na África quanto Ásia, é o tipo de moradia que ocorre por locação – são os moradores locatários, ou seja, moradores que vivem de aluguéis. Nesse caso, existem diferentes classes sociais vivendo dessa forma. Há aluguéis de classe média alta, mas também há os aluguéis em favelas ou em prédios públicos. No caso do Brasil, é incomum que haja prédios públicos alugados para moradia. No entanto, há países em que essa é a principal forma de habitação popular. Como comenta Mike Davis: Na verdade, os locatários costumam ser os moradores mais invisíveis e impotentes das favelas. Em caso de renovação urbana e despejo, não costumam ter direito a indenização nem a reassentamento. Além disso, ao contrário dos moradores dos cortiços de Berlim, ou de Nova York, no início do século XX, que tinham entre si uma solidariedade bastante forte diante dos donos das casas de cômodos, é comum faltar aos locatários das favelas de hoje o poder de criar organizações de moradores e organizar greves do pagamento do aluguel. Como explicam dois importantes pesquisadores habitacionais: Os locatários espalham- se em assentamentos irregulares com uma vasta gama de sistemas de locação informal, e costumam ser incapazes de organizar-se como grupo de pressão para proteger-se (DAVIS, 2006, p. 53). 15 Reforçando o que diz Mike Davis (2006), geralmente, entre os moradores de favelas, os locatários são os mais impotentes, pois, caso haja a necessidade regularização, normalmente, não têm direito algum, pois, trata-se de uma ocupação informal, e como tal, de uma locação também informal. Há também, cada vez mais megafavelas no mundo. E essas são mais comuns no continente americano, principalmente, na América Latina, e também no continente asiático. Há uma vastidão de moradias precárias, em áreas de risco, tanto nas grandes encostas e montanhas, quanto nas proximidades de rios e lagos, cujas condições de moradia são bastante inadequadas. É o caso da favela de Dharavi, em Mumbai, na Índia. No Brasil, é mais comum que os próprios moradores construam suas casas, mas na África, por exemplo, há casos em que a favela é construída por poucas pessoas e depois sublocada em aluguéis, para outras pessoas. Há casos, portanto, de coerção e disputa territorial em que os mais pobres se submetem à política desses agentes que ocupam e constroem, irregularmente, essas casas. Do ponto de vista mundial, principalmente após 1990, dentro de uma ótica neoliberal, o Banco Mundial e o Programa das Nações Unidas pelo Desenvolvimento (PNUD), vêm elaborando programas de habitação mundial. No entanto, além de serem incipientes, tais programas nem sempre atendem, de fato, a realidade existente nesses países subdesenvolvidos, com problemas de déficit habitacional e de condições inadequadas de moradia. Conforme explica Mike Davis: Desde meados da década de 1990, o Banco Mundial, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e outras instituições de ajuda contornaram, ou evitaram progressivamente, os governos para trabalhar de forma direta com ONGs regionais ou comunitárias. Na verdade, a revolução das ONGs – há hoje dezenas de milhares delas nas cidades do terceiro mundo – reconfigurou a paisagem do auxílio ao desenvolvimento urbano praticamente do mesmo modo que a Guerra à Pobreza, da década de 1960, transformou as relações entre Washington, as máquinas políticas das cidades grandes e os eleitorados rebeldes dos bairros pobres. Enquanto o papel do Estado como intermediário reduzia-se, as grandes instituições internacionais instauraram a sua própria presença na base, por meio de ONGs dependentes, em milhares de favelas e comunidades urbanas pobres. Caracteristicamente, um doador- financiador internacional – como o Banco Mundial, o Departamento do Desenvolvimento Internacional do Reino Unido, a Fundação Ford ou a Fundação Friendrich Ebert, alemã – trabalha por meio de uma ONG importante, que por sua vez dá consultoria a uma ONG local ou destinatário nativo. Esse sistema de coordenação ou financiamento em camadas costuma ser retratado com a última palavra em empowerment, sinergia e governança participativa (DAVIS, 2006, p. 83-84). Outro fator citado pelo autor faz referência ao papel das Organizações Não-Governamentais (ONGs), que nos países mais precários e pobres, sobretudo, na África e no continente asiático, desenvolvem programas e atividades que buscam melhorar as condições sociais e de moradia nesses lugares. Contudo, como enfatiza o autor, há muitos casos nos quais essas ONGs apenas realizam medidas paliativas e, muitas vezes, viram uma verdadeira indústria da pobreza, no sentido de que, ao invés de buscarem minimizar os problemas dessas comunidades pobres pelo mundo, ampliam ainda mais tais condições, ou não resolvem os problemas, adequadamente. 16 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Questões Raciais, Culturais e Econômicas nas Cidades Ao tratarmos das cidades pelo mundo, temos de considerar que, além da dimensão socioeconômica e dos diferentes usos sociais existentes nas cidades, existem também as dimensões étnico-raciais que precisam ser observadas e analisadas. Desse modo, considera-se que existe uma inter-relação entre essas dimensões e, portanto, ao analisar uma cidade, é importante perceber que para além das diferenças entre ricos e pobres e os seus diferentes usos urbanos, há também, diferenças raciais e culturais. Tais diferenças se dão desde a observação na paisagem, das diferentes marcas culturais existentes, por exemplo: dos equipamentos religiosos (templos, igrejas, sinagogas, terreiros etc.); das práticas culturais, do jeito de se vestir, dos hábitos e costumes de cada cultura; e, até mesmo, das características raciais – de tratos físicos e da cor da pele. Há muitos casos, sobretudo nas grandes cidades, de bairros inteiros que formam um conjunto de certos povos, e acabam constituindo-se em formas de segregações espaciais. É o caso de bairros chineses em Los Angeles, ou em São Francisco, no Estado da Califórnia, nos EUA, denominados de Chinatown; ou de bairros judeus, em Nova Iorque; ou de latinos formando um grande grupo de imigrantes latino-americanos, em Nova Jersey, por exemplo. Associam-se a essas questões de cunho cultural e étnico-racial, também a questão econômica, pois, muitas vezes, tais bairros de imigrantes são os bairros mais pobres e, portanto, alia-se a questão da migração e dos povos que ali vivem, às condições socioeconômicas dos moradores. Nos Estados Unidos, por exemplo, há casos nos quais, observando-se a paisagem, verifica- se nitidamente tais diferenças. É o caso da cidade de Los Angeles, onde há bairros tipicamente brancos, da alta sociedade, como Beverly Hills,e outros bairros brancos de classe média, assim como bairros predominantemente de negros. Isso denota uma condição econômica e social e, ao mesmo tempo, racial-étnica. Alguns autores denominam tais formas de segregação espacial de guetos urbanos. A expressão gueto vem da Segunda Guerra Mundial, quando, por conta do nazismo, os alemães segregavam os judeus em bairros específicos. Isso foi visto, por exemplo, em Varsóvia, na Polônia, quando esta foi invadida pelos alemães, e a partir daí, o termo passou a ser usado comumente. No entanto, sendo ou não um gueto, há de fato uma segregação espacial desses lugares. Outro exemplo específico ocorreu na África do Sul, que antes de ser um Estado-Nação, um país, era uma região, assim como parte da África, ao sul do Saara, formada, principalmente, por diferentes tribos de culturas e raças distintas. Em 1648, depois de naufragar na costa da região onde hoje é a Cidade do Cabo, um grupo de holandeses, que passaram a ser chamados de boers, começaram a viver ali. Ao longo do tempo, novos grupos foram chegando e começaram um processo de colonização desses boers, que eram formados principalmente por holandeses, alemães e alguns franceses que vinham da Europa, fugidos, principalmente, das guerras e disputas religiosas existentes naquele período. 17 Esse grupo, com o tempo, foi migrando para a porção norte do país que hoje chamamos de África do Sul3, e nesse processo de migração foram fundando novas colônias e criando algumas cidades, como Pretória e Johanesburgo. Com a chegada da colonização formal dos ingleses na África do Sul, esses holandeses disputaram poder com os britânicos. Então, passamos a ter a seguinte situação naquela região: de um lado, colonizadores ingleses, de outro, grupos de colonizadores, denominados de africâneres (boers), que eram os descendentes de holandeses e alemães e, por fim, inúmeras tribos africanas com diversas línguas e costumes. Já independente, a África do Sul, no começo do século XX, vai criar normas para a existência dessas populações. Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, o Partido Nacionalista, alinhado com os africâneres (principalmente, os descendentes de holandeses) criou o regime Apartheid. Conforme explica Demétrio Magnoli: O termo apartheid (apart-heid, desenvolvimento separado) foi usado na primeira vez na Broederbond dos radicais nacionalistas. A prática de uma rígida e completa separação em bases raciais constituía já uma realidade na União da África do Sul: os negros estavam confinados às terras das reservas e só podiam habitar os guetos urbanos na condição de visitantes temporários, mediante os odiados passes; a representação política efetiva estava limitada aos brancos, embora os mestiços e asiáticos possuíssem representantes consultivos (MAGNOLI, 1992, p. 41). Dessa forma, Apartheid representava uma separação de brancos, negros, asiáticos e mestiços. Nas cidades foram criadas as townships, que eram bairros segregados. A peculiaridade é que para além dos bairros que já existiam antes do regime Apartheid, esses novos bairros eram segregados por lei. Assim, se um negro quisesse sair da sua área para viver ou trabalhar numa área destinada aos brancos, por exemplo, ele deveria ter um passe para poder circular nas áreas brancas. Tal situação, portanto, é uma peculiaridade existente neste país chamado África do Sul. Só no final dos anos 1980 é que, devido a pressões internacionais, Nelson Mandela foi solto e o país passou por um processo de mudança política, que acarretou com fim do regime Apartheid. Cabe reiterar que apesar disso, a segregação continua a existir sem que precise, necessariamente, ser uma lei. Ou seja, apesar de a lei da segregação racial não mais existir, os bairros ainda são segregados conforme os diferentes grupos socioeconômicos e étnicos. Finalizando esta unidade, verifica-se que há diferentes formas de segregação espacial em várias cidades do mundo e que as megacidades constituem-se como cidades gigantes, com mais de 10 milhões de pessoas e, em muitos casos também, em espaços de grande pobreza e desigualdade espacial. 3 Procure em sites de busca o mapa da África do Sul. Observe onde fica o país e suas principais cidades. 18 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Material Complementar Leituras: DUPONT, Véronique; SAGLIO-YATZIMIRSKY, Marie-Caroline. Programas de erradicação, reassentamento e urbanização das favelas: Delhi e Mumbai. São Paulo, Estudos Avançados, 23 (66), 2009. Acesso em 20/10/2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v23n66/a20v2366.pdf PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO; ALIANÇA DE CIDADES – CITIES WITHOUT SLUMS. Urbanização de favelas em foco: experiências de seis cidades. São Paulo: Corset, 2008. Acesso em 15/11/2014. Disponível em: http://www.citiesalliance.org/sites/citiesalliance.org/files/Urbanizacao-de-Favelas-em-Foco.pdf Livros: MAGNOLI, Demétrio. África do Sul: capitalismo e apartheid. São Paulo: Contexto, 1992. VASCONCELOS, Pedro de Almeida et alli (orgs.) A cidade contemporânea: segregação espacial. São Paulo: Contexto, 2010. (e-book). Filmes: Filme, DVD. O poder de um jovem. Filme, 2h06min, 1992, sobre a África do Sul, primeira metade do século XX, sobre racismo na África do Sul. Também pode ser assistido na internet a partir de sites de busca. Filme, DVD. Invictus. 2h 14min, o filme, de 2009, é um dos mais recentes que conta a história de Nelson Mandela. 19 Referências DAVIS, Mike, 1946. Planeta Favela. Tradução de Beatriz Medina. São Paulo: Boitempo, 2006. DEMOGRAPHIA. Demographia world urban areas (Built-Up urban areas or world agglomerations), 10th Annual Edition May 2014 Revision, 2014. Disponível em: http://www. demographia.com/db-worldua.pdf. Acesso em 20/10/2014. DUPONT, Véronique; SAGLIO-YATZIMIRSKY, Marie-Caroline. Programas de erradicação, reassentamento e urbanização das favelas: Delhi e Mumbai. São Paulo, Estudos Avançados, 23 (66), 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v23n66/a20v2366.pdf. Acesso em 20/10/2014. MAGNOLI, Demétrio. África do Sul: capitalismo e apartheid. São Paulo: Contexto, 1992. PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO; ALIANÇA DE CIDADES – CITIES WITHOUT SLUMS. Urbanização de favelas em foco: experiências de seis cidades. São Paulo: Corset, 2008. Disponível em: http://www.citiesalliance.org/sites/citiesalliance.org/files/Urbanizacao-de- Favelas-em-Foco.pdf. Acesso em 11/11/2014. Acesso em 15/11/2014. SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado: fundamentos teóricos e metodológicos da Geografia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. SILVEIRA, Maria Laura. Uma situação geográfica: do método à metodologia. Revista Território, ano IV, nº 6, jan/jul, 1999, p.21-28. Disponível em: http://www.revistaterritorio.com. br/pdf/06_3_silveira.pdf. Acesso em 20/12-2010. UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS PROGRAMME (UN-HABITAT). State of the world’s cities report 2012/2013: Prosperity of Cities. Nairóbi, Kenya, Malta: Progress Press Ltd., 2012. Disponível em: http://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/745habitat. pdf. Acesso em 10/10/2014. 20 Unidade: Análise de Situação da Urbanização no Mundo Anotações
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