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POR QUE ESTE CAPÍTULO É IMPORTANTE PARA VOCÊ
Em sua vida profissional
Contabilidade: Para conhecer as relações entre as funções de contabilidade e finanças 
de sua empresa; como as demonstrações financeiras produzidas serão usadas; o que é 
ética empresarial; o que são custos de agency e por que a empresa precisa arcar com 
eles; como calcular os efeitos fiscais das transações propostas.
Sistemas de informação: Para entender a organização da empresa; por que o pessoal da 
área financeira precisa de dados históricos e projeções; quais são os dados necessários 
para determinar o imposto de renda devido pela empresa.
Administração: Para conhecer as formas jurídicas de organização de empresas; as tarefas 
que serão realizadas pelo pessoal de finanças; o objetivo da empresa; a remuneração 
dos administradores; a ética empresarial; o problema de agency; o papel das instituições 
e dos mercados financeiros.
Marketing: Para saber como as atividades que você desenvolve serão afetadas pela 
função de finanças, tais como as políticas de gestão de caixa e crédito da empresa; o 
comportamento ético; o papel dos mercados financeiros no levantamento de capital.
Operações: Para entender a organização da empresa e, em especial, da função de 
finanças; por que a maximização do lucro não é a principal meta da empresa; o papel 
das instituições e dos mercados financeiros no financiamento da empresa; a questão da 
ética; o problema de agency.
Em sua vida pessoal
Muitos dos princípios de administração financeira são aplicáveis à sua vida pessoal: 
em transações de compra e venda, na obtenção de empréstimos, ao poupar e investir 
para atingir objetivos financeiros. Essas atividades exigem interação com instituições 
e mercados financeiros. Você também precisa considerar o impacto dos impostos em 
seus cálculos financeiros. Aprender os fundamentos da administração financeira pode 
ajudá -lo a gerenciar melhor suas finanças pessoais.
OBJETIVOS DE 
APRENDIZAGEM
OA
1
 Definir finanças, suas principais áreas 
e oportunidades e as formas jurídicas 
de organização de empresas.
OA
2
 Descrever a função de finanças e sua 
relação com a economia e a 
contabilidade.
OA
3
 Identificar as principais atividades do 
administrador financeiro da empresa.
OA
4
 Explicar o objetivo da empresa, a 
governança corporativa, o papel da 
ética e o problema de agency.
OA
5
 Compreender as instituições e os 
mercados financeiros, e o papel que 
representam na administração 
financeira.
OA
6
 Discutir a tributação de empresas e sua 
importância na tomada de decisões de 
negócios.
1 O papel e o ambiente da 
administração financeira
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 OA
1
 1.1 | FINANÇAS E EMPRESAS
O campo de finanças é amplo e dinâmico, afetando diretamente a vida de todas as pessoas e 
organizações. Há muitas áreas e oportunidades de carreira nesse campo. Os princípios básicos de 
finanças, tais como os que você aprenderá neste livro, são universalmente aplicáveis a empresas 
de todos os tipos. Além disso, muitos deles também podem ser aplicados às suas finanças pessoais.
O que são finanças?
O termo finanças pode ser definido como “a arte e a ciência de administrar o dinheiro”. Praticamente 
todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam, gastam ou investem dinheiro. Finanças diz 
respeito ao processo, às instituições, aos mercados e aos instrumentos envolvidos na transferência de 
dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A maioria dos adultos se beneficiará ao 
compreender esse termo, pois isto lhes dará condições de tomar melhores decisões financeiras pessoais. 
Aqueles que atuam fora dessa área também se beneficiarão ao saber interagir de forma eficaz com 
administradores, processos e procedimentos financeiros da empresa.
Principais áreas e oportunidades de carreira em finanças
As principais áreas de finanças podem ser resumidas por meio de uma análise das oportunidades 
de carreira que o setor oferece. Essas oportunidades podem, para simplificar, ser divididas em duas 
grandes áreas: serviços financeiros e administração financeira.
Serviços financeiros
Os serviços financeiros dizem respeito à concepção e oferta de assessoria e produtos financeiros 
a pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais. Envolvem diversas oportunidades de carreira 
interessantes em instituições bancárias e afins, assessoria financeira pessoal, investimentos, imóveis e 
seguros. As oportunidades de carreira disponíveis em cada uma dessas áreas encontram -se descritas 
no site de apoio do livro.
Finanças A arte e a ciência de 
administrar o dinheiro.
Serviços financeiros Parte 
das finanças que se ocupa da 
concepção e distribuição de 
serviços de assessoria e 
produtos financeiros a pessoas 
físicas, empresas e órgãos 
governamentais.
Às vezes, tem -se a impressão de que há uma Starbucks em cada esqui-na — e agora também em supermercados e hospitais. A empresa que revolucionou a maneira como os norte -americanos pensam em café tem 
agora mais de 13 mil pontos de atendimento em todo o mundo. A expansão no 
mercado internacional é um elemento central da meta de longo prazo da empresa, 
de atingir 40 mil pontos de venda (sendo 20 mil nos Estados Unidos e 20 mil no 
exterior). No começo de 2007, a Starbucks já atuava em 39 países e planejava 
a inauguração das primeiras lojas na Rússia e na China.
O sucesso da rede está ligado a estratégias empresariais um tanto incomuns. Sua declaração de missão enfatiza em primeiro lugar 
a criação de um ambiente de trabalho melhor para os funcionários (ela foi uma das primeiras empresas a oferecer plano de saúde 
a empregados de tempo parcial). Somente depois vêm as metas de satisfação dos clientes e de promoção da cidadania corporativa 
nas comunidades locais. Os lucros encontram -se entre os últimos princípios norteadores da empresa.
A ligação da Starbucks com seus funcionários e clientes tem se traduzido em vendas e lucros tão fortes quanto seu café. O 
crescimento médio anual composto das vendas no quinquênio 2002-2006 foi superior a 24% e o crescimento do lucro superou os 
25% ao ano. Uma ação da Starbucks comprada no começo de 1997 valorizou 25,7% ao ano nos dez anos seguintes, ultrapassando 
com facilidade o retorno médio anual de 6,7% do índice Standard & Poor’s 500.
Atingir esses objetivos empresariais e, ao mesmo tempo, aumentar o valor para o acionista exige uma administração financeira 
sólida — captar recursos para abrir novas lojas e construir mais unidades de torrefação, decidir quando e onde alocá -las, gerenciar 
cobranças, reduzir os custos de compra e lidar com as flutuações cambiais e outros riscos relacionados à compra de café em grão 
e à sua expansão internacional.
Assim como a Starbucks, toda empresa deve lidar com diversas questões para que sua situação financeira permaneça sólida. 
Este capítulo apresenta a administração financeira e o papel fundamental que ela exerce para ajudar um negócio a atingir seus 
objetivos financeiros e empresariais.
Uma potencial limitação de uma estratégia de crescimento é a saturação do mercado e um menor crescimento das vendas por loja. 
Como a Starbucks poderia combater esses problemas?
Starbucks
Gosto pelo crescimento
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 3 
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Administração financeira
A administração financeira diz respeito às atribuições dos administradores financeiros nas empre-
sas. Os administradores financeiros são responsáveis pela gestão dos negócios financeiros de organi-
zações de todos os tipos — financeiras ou não, abertas ou fechadas, grandes ou pequenas, com ou sem 
fins lucrativos. Eles realizam as mais diversas tarefas financeiras, tais como planejamento, concessão 
de crédito a clientes, avaliação de propostas que envolvam grandes desembolsos e captação de fundos 
para financiar as operações da empresa. Nos últimosanos, mudanças nos ambientes econômico, 
competitivo e regulamentador aumentaram a importância e a complexidade das tarefas desse profis-
sional. O administrador financeiro de hoje está mais ativamente envolvido com o desenvolvimento e 
a implementação de estratégias empresariais que têm por objetivo o ’crescimento da empresa’ e a 
melhoria de sua posição competitiva. Por isso, muitos altos executivos vêm da área financeira.
Outra tendência recente tem sido a globalização das atividades empresariais. As empresas norte-
-americanas aumentaram muito suas vendas, compras, investimentos e captação de recursos em outros 
países, enquanto as empresas estrangeiras, da mesma forma, aumentaram suas atividades correspon-
dentes nos Estados Unidos. Essas mudanças ampliaram a necessidade de contar com administradores 
financeiros capazes de gerenciar fluxos de caixa em diferentes moedas e protegê -los dos riscos que 
decorrem naturalmente das transações internacionais. Embora essas mudanças aumentem a comple-
xidade da função de administração financeira, podem levar a uma carreira de maior realização e 
maiores recompensas.
Formas jurídicas de organização de empresas
Dentre as modalidades de organização de empresas, as três mais comuns nos Estados Unidos são 
a firma individual, a partnership (sociedade de pessoas) e a sociedade por ações. As firmas individuais 
constituem as mais numerosas. Mas as sociedades por ações predominam no que concerne a fatura-
mento e lucro líquido. Este livro dará ênfase às sociedades por ações.
Firmas individuais
Uma firma individual é uma empresa que pertence a uma só pessoa, que a opera em busca de 
lucro para si. Cerca de 75% das empresas norte -americanas são firmas individuais, geralmente 
um pequeno empreendimento, como uma oficina de bicicletas, um serviço de personal trainer ou uma 
empresa de encanamentos. A maioria das firmas individuais se encontra nos setores de atacado, vare-
jo, serviços e construção civil.
Normalmente a firma individual é gerida pelo proprietário, com a ajuda de alguns empregados. 
O proprietário se utiliza, em geral, de recursos próprios ou capta empréstimos e é responsável por todas 
as decisões do negócio. Ele está sujeito à responsabilidade ilimitada: todos os seus bens — e não só o 
montante originalmente investido — podem ser requisitados para saldar dívidas com credores. Os 
principais pontos fortes e fracos das firmas individuais estão resumidos na Tabela 1.1. 
Partnerships (sociedade de pessoas)
Sociedade que envolve dois ou mais proprietários atuando em conjunto com o objetivo de obter 
lucro. Esse tipo de sociedade responde por cerca de 10% de todas as empresas dos Estados Unidos e 
costuma ser maior do que as firmas individuais. Elas estão mais presentes nos ramos financeiro, de 
seguros e imobiliário. Empresas de auditoria e corretoras de títulos imobiliários são muitas vezes for-
madas por grande número de sócios.
A maioria das partnerships é estabelecida por meio de um documento formal conhecido como 
contrato social. Em geral, todos os sócios têm responsabilidade ilimitada e cada um é legalmente 
responsável por todas as dívidas da sociedade. Os pontos fortes e fracos das partnerships estão resu-
midos na Tabela 1.1.
Sociedades por ações
Uma sociedade por ações é uma entidade artificial criada por lei. Conhecida também como 
‘entidade legal’, ela tem os poderes de uma pessoa, no sentido de que pode mover ações judiciais e 
ser acionada judicialmente, firmar e ser parte em contratos, e adquirir bens em seu nome. Embora 
apenas cerca de 15% das empresas nos Estados Unidos assumam esta forma, a sociedade por ações é 
dominante no que concerne a faturamento e lucros. Respondem por quase 90% das receitas das 
empresas e por 80% de seus lucros líquidos. Embora as sociedades por ações se dediquem a atividades 
Administração financeira 
Refere -se ao conjunto de 
atribuições do administrador 
financeiro de empresas.
Administrador financeiro 
Aquele que gerencia ativamente 
os assuntos financeiros de 
qualquer tipo de organização, 
financeira ou não financeira, 
privada ou pública, grande ou 
pequena, com ou sem fins 
lucrativos.
Firma individual Empresa 
pertencente a uma única pessoa 
e gerida para seu próprio 
benefício.
Responsabilidade ilimitada 
Condição de uma firma 
individual (ou sociedade geral) 
que permite que todo o 
patrimônio do proprietário seja 
reclamado para pagar os 
credores.
Partnership (sociedade de 
pessoas) Uma empresa com 
fins lucrativos pertencente a 
duas ou mais pessoas.
Contrato social Contrato 
escrito usado para formalizar a 
relação entre os participantes de 
uma sociedade por cotas.
Dica Muitas sociedades por 
ações, firmas individuais e 
partnerships de pequeno porte 
não têm acesso aos mercados 
financeiros. Além disso, sempre 
que os proprietários tomam um 
empréstimo, costumam ter que 
dar seu aval pessoal.
Sociedade por ações Uma 
entidade artificial criada nos 
termos da lei (ou seja, uma 
‘pessoa jurídica’).
 4 Princípios de administração financeira
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de todos os tipos, as industriais respondem pela maior parte das receitas e dos lucros. Os principais 
pontos fortes e fracos das sociedades por ações estão resumidos na Tabela 1.1.
Os proprietários de uma sociedade por ações são os acionistas e seu direito de propriedade, ou 
equity, é representado tanto por ações ordinárias como por ações preferenciais.1 Essas formas de pro-
priedade serão discutidas em detalhes no Capítulo 7; por enquanto, basta dizer que a ação ordinária 
é a forma mais pura e simples de propriedade em uma sociedade por ações. Os acionistas esperam ser 
remunerados por meio de dividendos — distribuições periódicas de lucro — ou pela realização de 
ganhos decorrentes do aumento do preço da ação.
Como podemos ver na parte superior da Figura 1.1, a administração das sociedades por ações 
encontra -se organizada de forma democrática. Os acionistas (proprietários) votam periodicamente para 
eleger os membros do conselho de administração e deliberar sobre outras questões, como a alteração 
do estatuto social. O conselho de administração costuma ser responsável pelo desenvolvimento de 
planos e objetivos estratégicos, pelo estabelecimento de políticas gerais, pela orientação dos negócios 
da empresa, pela aprovação de grandes dispêndios e pela contratação ou demissão, pela remuneração 
e pelo monitoramento dos principais diretores e executivos. Os membros do conselho podem ser tanto 
‘internos’, como altos executivos da firma, quanto ‘externos’, como executivos de outras firmas, gran-
des acionistas e líderes nacionais ou comunitários. Os membros externos dos conselhos de grandes 
empresas costumam receber um honorário anual que vai de $ 15.000 a $ 25.000 ou mais. Também 
recebem, com frequência, opções de compra de um número especificado de ações da empresa a um 
preço preestabelecido e geralmente atraente.
1 Algumas sociedades por ações não possuem acionistas, mas ‘membros’, cujos direitos frequentemente se equiparam aos dos acio-
nistas — ou seja, têm direito a voto e a receber dividendos. Alguns exemplos são as sociedades de poupança e crédito, as coopera-
tivas de crédito, as sociedades de seguros mútuos e uma ampla gama de organizações benemerentes.
Acionistas Os proprietários 
de uma sociedade por ações, 
cuja propriedade, ou capital, é 
evidenciada por ações ordinárias 
ou preferenciais.
Ação ordinária A forma mais 
pura e básica de participação 
na propriedade de uma 
sociedade por ações.
Dividendos Distribuições 
periódicas de lucros aos 
acionistas de uma empresa.
Conselho de administração 
Grupo eleito pelos acionistas da 
empresa, normalmente 
responsável pela definição de 
metas e planos estratégicos, pelo 
estabelecimento da política geral, 
pela condução dos negócios da 
companhia, pela aprovação dos 
dispêndios de grande monta e 
pela contratação/demissão, 
remuneração e monitoramento 
dos diretorese executivos 
graduados.
Firma individual Partnership Sociedade por ações
Pontos fortes • O proprietário recebe todos os 
lucros (e assume todos os 
prejuízos).
• Custo baixo de organização.
• Lucro incluído e tributado na 
declaração de rendimento de 
pessoa física do proprietário.
• Independência.
• Sigilo.
• Facilidade de dissolução.
• Pode captar mais recursos 
do que as firmas individuais.
• Poder de endividamento 
ampliado com a existência 
de mais sócios.
• Maior disponibilidade de 
conhecimentos e 
habilidades de gestão.
• Lucro incluído e tributado 
na declaração de 
rendimento de pessoa física 
dos sócios.
• Os proprietários têm responsabilidade 
limitada, o que garante que não 
podem perder mais do que investem.
• Pode alcançar porte substancial com 
a venda de ações.
• As participações (ações) são 
facilmente transferíveis.
• Duração longa.
• Pode contratar administradores 
profissionais.
• Tem acesso mais fácil a financiamento.
• Pode oferecer planos de 
aposentadoria atraentes.
Pontos fracos • O proprietário tem responsabilidade 
ilimitada — todo o seu patrimônio 
pessoal pode ser usado para pagar 
dívidas da empresa.
• A capacidade limitada de captação 
de recursos tende a restringir o 
crescimento.
• O proprietário precisa fazer de tudo 
um pouco.
• Difícil conferir aos funcionários 
oportunidades de carreira de longo 
prazo.
• Perda de continuidade em caso de 
morte do proprietário.
• Os proprietários têm 
responsabilidade ilimitada e 
podem ser obrigados a 
saldar as dívidas de outros 
sócios.
• A sociedade é dissolvida 
em caso de morte de um 
dos sócios.
• Difícil liquidação e 
dissolução da sociedade.
• Impostos geralmente mais altos, pois 
o lucro da empresa é tributado, assim 
como os dividendos pagos aos 
proprietários, a uma taxa máxima de 
15%.
• Custo mais elevado de organização.
• Sujeita -se à regulamentação mais 
intensa.
• Ausência de sigilo, pois os acionistas 
recebem relatórios anuais.
Pontos fortes e fracos dos tipos jurídicos mais comuns de organização de empresas
T
A
B
E
L
A
1.1
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 5 
Gitman-12_P1-C01.indd 5Gitman-12_P1-C01.indd 5 28/10/2009 13:17:3228/10/2009 13:17:32
O presidente ou diretor executivo (CEO) é responsável pela administração da empresa no dia a 
dia e pela execução das políticas estabelecidas pelo conselho de administração. O CEO deve apresen-
tar relatórios periódicos aos membros do conselho.
É importante observar a divisão existente entre proprietários e administradores nas grandes empre-
sas, mostrada pela linha pontilhada horizontal da Figura 1.1. Essa separação será discutida, dentre 
algumas questões relacionadas, na parte deste capítulo que trata do problema de agency.
Outros tipos societários com responsabilidade limitada
Há outras formas de organização jurídica de empresas que conferem aos proprietários responsa-
bilidade limitada. As mais populares são as sociedades em comandita (Limited Partnerships — LPs), as 
sociedades do tipo S (S Corporations, ou S Corps), as sociedades por ações de responsabilidade limi-
tada (Limited Liability Corporations — LLCs) e as Limited Liability Partnerships — LLPs. Cada uma 
representa uma forma ou combinação especializada das características dos tipos descritos anterior-
mente. O que têm em comum são o fato de que seus proprietários gozam de responsabilidade limita-
da e o de que costumam ter menos de 100 proprietários. Cada uma dessas formas de organização 
encontra -se sucintamente descrita na Tabela 1.2. 
Por que estudar administração financeira?
Entender os conceitos, as técnicas e as práticas apresentados neste texto permitirá que você se 
familiarize com as atividades e as decisões que cabem ao administrador financeiro. Como a maioria 
Presidente ou diretor 
executivo (CEO) Executivo 
responsável pela gestão das 
operações da empresa no dia a 
dia e pela execução das políticas 
estabelecidas pelo conselho de 
administração.
Gerente de
planejamento
e captação
de fundos
Gerente
de caixa
Gerente
do fundo
de pensão
Gerente de
investimento
de capital
Gerente
de crédito
Gerente
de câmbio
Gerente de
contabilidade
gerencial
Gerente de
contabilidade
financeira
Gerente
de assuntos
fiscais
Tesoureiro
Vice-presidente
de operações
industriais
Vice-presidente
de recursos
humanos
CFO –
Vice-presidente
de finanças
CEO – Presidente
executivo
Conselho de administração Proprietários
Administradores
Acionistas
elegem
contrata
Vice-presidente
de marketing
Vice-presidente
de recursos
de tecnologia
da informação
Controller
Gerente de
contabilidade
de custos
Estrutura genérica 
de uma sociedade 
por ação e a função 
financeira 
(apresentadas em 
cinza -claro).
Estrutura de uma sociedade por ação
F
I
G
U
R
A
1.1
 6 Princípios de administração financeira
Gitman-12_P1-C01.indd 6Gitman-12_P1-C01.indd 6 28/10/2009 13:17:3228/10/2009 13:17:32
das decisões empresariais é medida em termos financeiros, o administrador financeiro representa um 
papel central na operação da empresa. Pessoas de todas as áreas de responsabilidade — contabilidade, 
sistema de informação, administração, marketing, operações e outras — precisam ter um conhecimen-
to básico da função de administração financeira.
Digamos que você não pretenda se especializar em finanças! Ainda assim, precisa entender as 
atividades do administrador financeiro para aumentar suas chances de sucesso na carreira escolhida. 
Todos os gestores de uma empresa, independentemente dos cargos que ocupem, interagem com o 
pessoal financeiro para justificar necessidades de contratação, negociar orçamentos operacionais, lidar 
com avaliações de desempenho financeiro e defender propostas — pelo menos em parte — com base 
em seus méritos financeiros. É claro que os gestores que compreenderem o processo de tomada de 
decisões financeiras estarão mais habilitados a lidar com questões de finanças e, portanto, terão maio-
res chances de conseguir os recursos de que precisam para atingir suas próprias metas. A seção “Por 
que este capítulo é importante para você”, que aparece na primeira página de cada capítulo, deve 
ajudá -lo a entender a importância da matéria abordada, seja em sua vida profissional ou pessoal.
À medida que avançar no texto, você aprenderá a respeito das oportunidades de carreira em 
administração financeira, sucintamente descritas na Tabela 1.3. Embora este texto se concentre 
em empresas de capital aberto e com fins lucrativos, os princípios aqui apresentados são igualmente 
aplicáveis a organizações de capital fechado e sem fins lucrativos. Os princípios de tomada de decisão 
desenvolvidos no texto também podem ser aplicados a decisões financeiras pessoais. Espero que esta 
primeira exposição ao estimulante campo das finanças forneça as bases e o impulso para estudos 
posteriores e, quem sabe até, uma carreira promissora.
Q U E S TÕ E S PA R A R E V I S ÃO
 1-1 O que são finanças? Explique como esse campo afeta a vida de todas as pessoas e orga-
nizações.
 1-2 O que vem a ser a área de serviços financeiros? Descreva o campo da administração 
 financeira.
 1-3 Quais são os tipos jurídicos mais comuns de organização de empresas? Qual é o tipo domi-
nante no que concerne a faturamento e lucro líquido?
Organização Descrição
Sociedade em comandita (LP) Sociedade em que um ou mais sócios têm responsabilidade limitada, desde que pelo menos um sócio 
(o comanditado) tenha responsabilidade ilimitada. Os sócios limitados não podem ter voz ativa na 
gestão da empresa; são investidores passivos.
Sociedade do tipo S (S Corp) Para fins fiscais, trata -se de uma entidade constituída de acordo com a Seção S do Código Tributário 
Norte -americano, que permite a certas sociedades por ações com 100 acionistas ou menos optar por 
serem tributadas como sociedades por cotas. Seus acionistas obtêm os benefícios organizacionais de 
uma sociedade por ações e as vantagens fiscais de uma sociedade por cotas. Entretanto,perdem 
certas vantagens fiscais relacionadas a planos de aposentadoria.
Sociedade por ações de 
responsabilidade limitada (LLC)
Permitida na maioria dos estados norte -americanos, a LLC confere a seus proprietários, como aos das 
sociedades de tipo S, responsabilidade limitada e tratamento fiscal de uma sociedade por cotas. Mas, 
ao contrário da S Corp, a LLC pode controlar mais de 80% de outra sociedade por ações, e as 
sociedades por ações, sociedades por cotas e os não residentes nos Estados Unidos podem possuir 
ações de LLCs. Elas são apropriadas para empreendimentos conjuntos de duas ou mais empresas 
(joint ventures) ou projetos desenvolvidos por meio de uma subsidiária.
Sociedade por cotas de 
responsabilidade limitada (LLP)
Sociedade permitida em muitos estados norte -americanos; as normas variam de um estado para 
outro. Todos os sócios têm responsabilidade limitada. São legalmente responsáveis por seus próprios 
atos de imperícia, mas não pelos dos demais sócios. A LLP é tributada como uma partnership. É 
frequentemente usada por profissionais liberais, como advogados e contadores.
Outros tipos societários com responsabilidade limitada
1.2
T
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 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 7 
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 1-4 Descreva as funções e o relacionamento entre as partes principais constituintes de uma 
sociedade por ações: acionistas, conselho de administração e presidente executivo. Como 
são remunerados os proprietários das sociedades desse tipo?
 1-5 Indique e descreva sucintamente alguns tipos de modalidades jurídicas de organização, além 
das sociedades por ações, que confiram aos seus proprietários responsabilidade limitada.
 1-6 Por que o estudo da administração financeira é importante para a sua vida profissional, 
independentemente de sua área de atuação na empresa? Por que é importante para sua vida 
pessoal?
 OA
2
 OA
3
 1.2 | A FUNÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Profissionais de todas as áreas de responsabilidade em cada empresa precisam interagir com o 
pessoal e os procedimentos de finanças para desempenhar suas tarefas. Para que o pessoal de finanças 
possa fazer previsões e tomar decisões úteis, devem estar dispostos e habilitados a conversar com 
colegas de outras áreas. Por exemplo, ao avaliar um novo produto, o gerente financeiro precisa obter 
da equipe de marketing previsões de vendas, diretrizes de precificação e estimativas de publicidade e 
promoção. A função de administração financeira pode ser genericamente descrita por meio de seu 
papel na organização, de sua relação com a teoria econômica e as ciências contábeis e das principais 
atividades do administrador financeiro.
Estrutura da função financeira
O porte e a importância da função de administração financeira dependem do tamanho da empre-
sa. Nas pequenas, essa função costuma ser realizada pelo departamento de contabilidade. À medida 
que a empresa cresce, ela naturalmente evolui para um departamento em separado que se reporta ao 
presidente executivo por meio do principal executivo financeiro (CFO). A parte inferior do organogra-
ma apresentado na Figura 1.1 mostra a estrutura da função de finanças de uma empresa comum de 
médio ou grande porte.
Cargo Descrição
Analista financeiro Sua principal tarefa é preparar os planos financeiros e orçamentos da empresa. 
Suas responsabilidades também incluem projeções e comparações financeiras e 
trabalho em contato próximo com a contabilidade.
Gerente de investimentos de capital Avalia e recomenda propostas de investimento de longo prazo. Pode 
envolver-se com os aspectos financeiros da implantação de investimentos 
aprovados.
Gerente de project finance Em grandes empresas, obtém financiamento para os investimentos de capital 
aprovados. Coordena consultores, bancos de investimento e assessores jurídicos.
Gerente de caixa Mantém e controla os saldos diários de caixa da empresa. Com frequência, 
gerencia as atividades de recebimento e pagamento e as aplicações financeiras 
de curto prazo; coordena o financiamento de curto prazo e as relações com 
bancos.
Analista/gerente de crédito Aplica a política de crédito da empresa, avaliando solicitações, concedendo 
crédito e tratando da cobrança de contas a receber.
Gerente de fundo de pensão Nas grandes empresas, supervisiona ou administra os ativos e passivos do fundo 
de pensão dos funcionários.
Gerente de operações de câmbio Gerencia operações internacionais específicas e a exposição da empresa a 
flutuações de taxas de câmbio.
Oportunidades de carreira em administração financeira
T
A
B
E
L
A
1.3
 8 Princípios de administração financeira
Gitman-12_P1-C01.indd 8Gitman-12_P1-C01.indd 8 28/10/2009 13:17:3328/10/2009 13:17:33
Reportam -se ao CFO o tesoureiro e o controller. O tesoureiro (principal administrador 
financeiro) costuma ser responsável por atividades relacionadas a capital, como planejamento 
financeiro e captação de fundos, tomada de decisões de investimento de capital, gestão de 
caixa, gestão de atividades creditícias, gestão de fundos de pensão e gestão de câmbio. O 
controller (principal contador) geralmente lida com atividades contábeis, como a contabilida-
de empresarial, gestão tributária, contabilidade financeira e contabilidade de custos. O foco do 
tesoureiro tende a ser mais externo, e o do controller, mais interno. As atividades do tesoureiro, 
ou administrador financeiro, são o principal tema deste livro.
Se compras ou vendas no exterior forem importantes para a empresa, ela pode empregar 
um ou mais profissionais de finanças dedicados a monitorar e gerenciar a exposição a perdas 
causadas por flutuações da taxa de câmbio. Um administrador financeiro bem treinado pode 
fazer hedge (isto é, criar uma proteção contra tais perdas) a um custo razoável, por meio 
de diversos instrumentos financeiros. Esses gerentes de câmbio costumam reportar -se ao 
 tesoureiro.
Relação com a economia
O campo das finanças está intimamente associado ao da teoria econômica. Os adminis-
tradores financeiros precisam entender o arcabouço da economia e estar alertas para as con-
sequências de níveis variáveis de atividade econômica e de mudanças de política econômica. 
Também precisam saber usar as teorias econômicas como diretrizes para uma operação efi-
ciente da empresa. Alguns exemplos disso são análise de oferta e demanda, estratégias de 
maximização de lucros e a teoria de preços. O principal princípio econômico usado na admi-
nistração financeira é o da análise marginal custo -benefício, segundo o qual decisões finan-
ceiras devem ser tomadas e atos têm de ser praticados somente quando os benefícios adicionais 
superarem os custos adicionais. Quase todas as decisões financeiras se referem, em última 
análise, a uma avaliação de seus benefícios e custos marginais.
 EXEMPLO Jamie Teng é administradora financeira da Nord Department Stores, uma grande rede de lojas 
de departamentos de luxo concentrada principalmente no Oeste dos Estados Unidos. Atualmente 
ela está decidindo se substituirá um dos computadores da empresa por outro mais novo e sofis-
ticado, que aceleraria o processamento e permitiria operar um volume maior de transações. O 
novo computador exigiria o desembolso de $ 80.000 e o antigo poderia ser vendido por $ 28.000 
líquidos. Os benefícios totais com a nova aquisição (medidos em moeda atual) seriam de 
$ 100.000. Os benefícios produzidos pelo computador antigo no mesmo período (em moeda de 
hoje) seriam de $ 35.000. Aplicando a análise marginal, Jamie organiza os dados da seguinte 
maneira:
Benefícios com o novo computador $ 100.000
Menos: benefícios com o computador antigo 35.000
 (1) Benefícios marginais (adicionais) $ 65.000
Custo do novo computador $ 80.000
Menos: lucro líquido com a venda do computador antigo 28.000
 (2) Custos marginais (adicionais) 52.000
Benefício líquido [(1) – (2)] $ 13.000
Como os benefícios marginais (adicionais)de $ 65.000 superam os custos marginais (adicio-
nais) de $ 52.000, Jamie recomenda a compra do computador novo para substituição do antigo. 
A empresa terá um benefício líquido de $ 13.000 com essa decisão.
Relação com a contabilidade
As atividades de finanças (tesoureiro) e contabilidade (controller) estão intimamente relacionadas 
e, via de regra, se sobrepõem. Na verdade, muitas vezes é difícil distinguir a administração financeira 
da contabilidade. Nas empresas de pequeno porte, o controller com frequência executa a função 
Tesoureiro O principal gerente 
financeiro da empresa, responsável por 
suas atividades financeiras, tais como 
planejamento financeiro e captação de 
fundos, tomada de decisões de 
investimento e gestão de caixa, crédito, 
fundo de pensão e operações de câmbio.
Controller Contador -chefe da empresa, 
responsável por atividades contábeis, tais 
como contabilidade gerencial, gestão de 
assuntos fiscais, contabilidade financeira e 
contabilidade de custos.
Dica O controller é às vezes chamado 
de comptroller. Organizações sem fins 
lucrativos e governamentais muitas vezes 
usam o título de comptroller.
Gerente de câmbio Gerente 
responsável pelo monitoramento e pela 
gestão da exposição da empresa ao risco 
de perda com flutuações cambiais.
Análise marginal custo -benefício 
Princípio econômico segundo o qual as 
decisões financeiras devem ser tomadas, e 
as ações implementadas, somente quando 
os benefícios adicionais superam os custos 
adicionais.
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 9 
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financeira e, nas maiores, muitos contabilistas estão fortemente envolvidos com diversas atividades finan-
ceiras. Mas há duas diferenças básicas entre finanças e contabilidade: ênfase nos fluxos de caixa e a 
tomada de decisões.
Ênfase nos fluxos de caixa
A função primordial do contabilista é desenvolver e relatar dados para mensurar o desempenho 
da empresa, avaliar sua situação financeira, atender aos requisitos dos reguladores de títulos e apre-
sentar os relatórios por eles exigidos, além de registrar e pagar impostos. Usando determinados prin-
cípios padronizados e geralmente aceitos, os contabilistas preparam demonstrações financeiras que 
reconhecem as receitas no momento da venda (tenha o pagamento sido recebido ou não) e reconhecem 
as despesas no momento em que são incorridas. Essa abordagem é conhecida como regime de com-
petência.
O administrador financeiro, por outro lado, enfatiza os fluxos de caixa, as entradas e saídas de 
dinheiro. Ele mantém a empresa solvente, planejando os fluxos de caixa necessários para que ela honre 
suas obrigações e adquira os ativos necessários para realizar suas metas. O administrador financeiro 
aplica esse regime de caixa para reconhecer as receitas e despesas apenas quando das entradas e 
saídas efetivas de caixa. Independentemente de seus lucros ou prejuízos, cada empresa precisa ter 
fluxo de caixa suficiente para atender suas obrigações à medida que se tornem devidas.
 EXEMPLO A Nassau Corporation, uma pequena revendedora de iates, vendeu uma embarcação por $ 100.000 
no ano passado. O iate foi comprado durante o ano ao custo total de $ 80.000. Embora a empre-
sa tenha quitado integralmente esse custo no decorrer do ano, ao final dele ainda não tinha 
recebido os $ 100.000 de seu cliente. A visão contábil do desempenho do negócio durante o ano 
é oferecida pela demonstração de resultado, e a visão financeira, pelo fluxo de caixa, a seguir:
Visão contábil
(regime de competência)
Visão financeira
(regime de caixa)
Nassau Corporation
Demonstração do resultado 
no ano encerrado em 31/12
Nassau Corporation
Demonstração do fluxo de caixa 
no ano encerrado em 31/12
Receita de vendas $ 100.000 Entrada de caixa $ 0
Menos: custos 80.000 Menos: saída de caixa 80.000
Lucro líquido $ 20.000 Fluxo líquido de caixa ($ 80.000)
Do ponto de vista contábil, a Nassau Corporation é rentável, mas no que concerne a fluxo 
efetivo de caixa, representa um fracasso financeiro. A falta de fluxo de caixa resultou do saldo 
de contas a receber em aberto, no valor de $ 100.000. Sem entradas adequadas de caixa para 
saldar seus compromissos, ela não sobreviverá, qualquer que seja seu nível de lucratividade.
Como mostra o exemplo, os dados contábeis por competências não descrevem com exatidão a 
situação da empresa. Dessa forma, o administrador financeiro precisa ir além das demonstrações 
financeiras para detectar problemas existentes ou potenciais. É claro que os contabilistas estão cientes 
da importância dos fluxos de caixa e que os administradores financeiros entendem e usam demonstra-
ções financeiras por competências. Mas o administrador financeiro, ao se concentrar nos fluxos de 
caixa, deve conseguir evitar a insolvência e atingir as metas financeiras do negócio.
 EXEMPLO As pessoas não usam o regime por competência. Em vez disso, baseiam -se apenas em fluxos de 
caixa para medir seus resultados financeiros. De modo geral, elas planejam, monitoram e avaliam 
suas atividades financeiras com base nos fluxos de caixa de um dado período, geralmente de um 
mês ou um ano. Ann Bach projeta seus fluxos de caixa para outubro do ano corrente da seguin-
te forma:
Regime de competência 
(accrual basis) Na elaboração 
de demonstrações financeiras, 
reconhece a receita no 
momento da venda e as 
despesas quando são incorridas.
Regime de caixa (cash 
basis) Reconhece a receita e as 
despesas somente quando 
ocorrem as efetivas entradas e 
saídas de caixa.
Dica A contabilidade enfatiza 
os métodos por competência; a 
administração financeira enfatiza 
os métodos de fluxo de caixa.
 EXEMPLO 
 DE FINANÇAS 
 PESSOAIS 
 10 Princípios de administração financeira
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Valores
Item Entrada Saída
Recebimento líquido $ 4.400
Aluguel $ 1.200
Automóvel 450
Serviços públicos 300
Supermercado 800
Roupas 750
Restaurantes 650
Combustível 260
Juros recebidos 220
Despesas diversas 425
 Totais $ 4.620 $ 4.835
Ann subtrai suas saídas totais de caixa de $ 4.835 das entradas totais de $ 4.620 e constata 
que seu fluxo de caixa líquido em outubro será de $ 215 negativos. Para cobrir esse déficit, ela 
terá que tomar um empréstimo de $ 215 (usando o cartão de crédito, por exemplo) ou sacar 
$ 215 da poupança. Alternativamente, pode optar por reduzir suas saídas de caixa nas áreas de 
gastos opcionais — como roupas, restaurantes ou nos itens que compõem os $ 425 de despesas 
diversas.
Tomada de decisões
A segunda grande diferença entre finanças e contabilidade tem a ver com a tomada de decisões. 
Os contabilistas dedicam a maior parte de seus esforços à coleta e apresentação de dados financeiros. Os 
administradores financeiros avaliam as demonstrações contábeis, desenvolvem mais dados e tomam 
decisões com base na análise marginal resultante. É claro que isso não quer dizer que os contabilistas 
jamais tomem decisões, ou que os administradores financeiros jamais coletem dados. Apenas que o 
foco principal das duas atividades é bastante diferente.
Principais atividades do administrador financeiro
Além do envolvimento constante com a análise e o planejamento financeiros, as principais ativi-
dades dos administradores financeiros são tomar decisões de investimento e de financiamento. As 
decisões de investimento determinam a combinação e os tipos dos ativos que a empresa detém. As de 
financiamento determinam a combinação e os tipos de financiamento por ela usados. Essas decisões 
podem ser mais facilmente compreendidas por meio do balanço patrimonial, como mostra a Figura 
1.2. Entretanto as decisões são efetivamente tomadas com base nos efeitos do fluxo de caixa sobre o 
valor geral da empresa.
Dica Tecnicamente falando, 
os administradores financeiros 
fazem recomendações quanto a 
decisõestomadas, em última 
instância, pelo CEO e/ou pelo 
conselho de administração.
Ativo
imobilizado
Dívidas de longo prazo
e patrimônio líquido
Ativo
circulanteTomada de
decisões de
investimento
Tomada de
decisões de
financiamento
Passivo
circulante
Balanço patrimonial
Atividades principais 
do administrador 
financeiro
Atividades financeiras
F
I
G
U
R
A
1.2
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 11 
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Q U E S TÕ E S PA R A R E V I S ÃO
 1-7 Por quais atividades financeiras o tesoureiro, ou diretor financeiro, é responsável numa 
empresa madura?
 1-8 Qual o princípio fundamental da teoria econômica usado na administração financeira?
 1-9 Quais as principais diferenças entre a contabilidade e as finanças no que se refere à ênfase 
dada aos fluxos de caixa e à tomada de decisões?
 1-10 Quais as duas principais atividades do administrador financeiro relacionadas com o balanço 
patrimonial da empresa?
 OA
4
 1.3 | OBJETIVO DA EMPRESA
Como já vimos, é comum os proprietários de uma sociedade por ações não serem os seus admi-
nistradores. O administrador financeiro deve agir no sentido de realizar os objetivos dos proprietários, 
seus acionistas. Na maioria dos casos, se os administradores financeiros tiverem sucesso nessa missão, 
também atingirão seus próprios objetivos financeiros e profissionais. Dessa forma, eles precisam saber 
quais são os objetivos dos donos do negócio.
Maximização do lucro?
Há quem acredite que o objetivo da empresa é sempre maximizar o lucro. Para tanto, o adminis-
trador financeiro somente praticaria atos que tendessem a fazer uma grande contribuição para os lucros 
totais da empresa. Dentre cada conjunto de alternativas considerado, o administrador financeiro esco-
lheria o que devesse resultar em maior resultado monetário.
As sociedades por ações costumam medir sua lucratividade em termos de lucros por ação (LPA), 
que representam o montante ganho a cada período para cada ação ordinária em circulação. O LPA é 
calculado dividindo -se o lucro total do período disponível para os acionistas ordinários da empresa 
pelo número de ações ordinárias em circulação.
 EXEMPLO Nick Dukakis, administrador financeiro da Neptune Manufacturing, empresa fabricante de 
componentes para motores náuticos, está preocupado com a escolha entre duas alternativas 
de investimento, Rotor ou Válvula. A tabela apresentada a seguir mostra o LPA que cada inves-
timento deverá proporcionar no prazo de três anos.
Lucro por ação (LPA)
Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Total dos anos 1, 2 e 3
Rotor $ 1,40 $ 1,00 $ 0,40 $ 2,80
Válvula 0,60 1,00 1,40 3,00
No que concerne à meta de maximização de lucro, a escolha recairia sobre a Válvula, pois 
seus resultados em termos de lucro por ação são maiores no prazo de três anos ($ 3,00 contra 
$ 2,80 do Rotor).
Mas será a maximização do lucro um objetivo razoável? Não, por diversos motivos: desconsidera 
(1) o momento de ocorrência dos retornos; (2) os fluxos de caixa disponíveis para os acionistas e (3) o 
risco.2
Momento de ocorrência dos retornos
Como a empresa pode obter um rendimento sobre os fundos que recebe, é preferível recebê -los 
o quanto antes. Em nosso exemplo, apesar de o lucro total do Rotor ser menor do que o da Válvula, o 
primeiro fornece um lucro por ação muito maior no primeiro ano. A maior rentabilidade no ano 1 pode 
ser reinvestida para proporcionar maiores lucros futuros.
2 Outra crítica feita à maximização do lucro é a possibilidade de manipulação do lucro por meio do uso criativo de práticas contábeis 
opcionais. Essa questão foi recentemente alvo de criterioso exame por parte das agências reguladoras de títulos.
Lucro por ação (LPA) O 
montante de lucro obtido 
durante um período por cada 
ação ordinária em circulação. É 
calculado dividindo -se os lucros 
totais disponíveis aos acionistas 
ordinários da empresa pelo 
número de ações ordinárias em 
circulação.
 12 Princípios de administração financeira
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Fluxos de caixa
Os lucros não resultam necessariamente em fluxos de caixa disponíveis para os acionistas. Os 
proprietários recebem fluxos de caixa sob a forma de dividendos em dinheiro que lhes são pagos, ou 
dos proventos da venda de suas ações a um preço maior do que o originalmente pago. Um maior LPA 
não significa, obrigatoriamente, que o conselho de administração aprovará um aumento dos 
 dividendos.
Ademais, um maior LPA não se traduz necessariamente em um maior preço da ação. As empresas 
às vezes apresentam aumento do lucro sem uma variação favorável correspondente do preço por ação. 
Somente se deve esperar essa elevação quando o aumento do lucro se faz acompanhar de maiores 
fluxos de caixa. Por exemplo, uma empresa que vendesse um produto de alta qualidade num mercado 
altamente competitivo poderia aumentar seus lucros se reduzisse significativamente suas despesas com 
manutenção de equipamentos. Com isso, os gastos diminuiriam e o lucro aumentaria. Mas como a 
menor manutenção resultaria em menor qualidade, a empresa comprometeria sua posição competiti-
va e o preço da ação cairia à medida que muitos investidores bem informados vendessem suas ações 
em resposta aos menores fluxos de caixa futuros. Nesse caso, o aumento do lucro viria acompanhado 
de menores fluxos de caixa futuros e, portanto, de menor preço por ação.
Risco
A maximização do lucro também ignora o risco — a possibilidade de divergência entre os resul-
tados reais e os esperados. Uma premissa básica da administração financeira é a de que existe um 
tradeoff entre retorno (fluxo de caixa) e risco. O retorno e o risco são, na verdade, as principais deter-
minantes do preço da ação, que representa a riqueza que os proprietários têm investida na empresa.
O fluxo de caixa e o risco afetam o preço da ação de diferentes maneiras: um maior fluxo de caixa 
costuma estar associado a um maior preço por ação. Um maior risco tende a resultar em menor preço 
por ação porque o acionista exige ser remunerado pelo risco adicional. Por exemplo, se um presiden-
te altamente bem -sucedido falecer inesperadamente e não houver um sucessor adequado, o preço da 
ação da empresa tenderá a cair de imediato. Isso se dá não por causa de qualquer redução do fluxo 
de caixa, em curto prazo, mas como reação ao aumento do risco do negócio — existe a possibilidade de 
que a ausência de liderança, em curto prazo resulte em redução dos fluxos de caixa futuros. Em suma, 
o maior risco reduz o preço da ação da empresa. De modo geral, os acionistas têm aversão ao risco — 
isto é, preferem evitar riscos. Os acionistas esperam receber taxas de retorno maiores sobre os inves-
timentos de maior risco e taxas de retorno menores sobre investimentos de menor risco. O elemento 
fundamental, que desenvolveremos no Capítulo 5, é que as diferenças de risco podem afetar signifi-
cativamente o valor de um investimento.
Por não atender aos objetivos dos proprietários da empresa, a maximização do lucro não deve ser 
o objetivo principal do administrador financeiro.
Maximização da riqueza do acionista
O objetivo da empresa e, portanto, de todos os seus administradores e funcionários, consiste em 
maximizar a riqueza dos proprietários em cujo nome é operada. A riqueza dos proprietários das socie-
dades por ações se mede pelo preço da ação, que, por sua vez, baseia -se no momento de ocorrência, 
na magnitude e no risco dos retornos (fluxos de caixa).
Diante de cada decisão ou atitude financeira possível no que concerne a seus efeitos sobre o preço 
da ação da empresa, os administradores financeiros devem selecionar somente aquelas que tendam a 
aumentar o preço da ação, processo esse ilustrado na Figura 1.3. Como o preço por ação representa 
a riqueza dos proprietários aplicada na empresa, a maximização do primeiro maximizará a segunda. 
É importanteobservar que o retorno (fluxos de caixa) e o risco são as principais variáveis decisórias 
para fins de maximização da riqueza dos proprietários.
Também é importante reconhecer que o lucro por ação, por ser visto como um indicador dos 
retornos (fluxos de caixa) futuros da empresa, muitas vezes parece afetar o preço da ação.
E quanto aos outros interessados (stakeholders)?
Embora a maximização da riqueza do acionista seja o principal objetivo, muitas empresas ampliam 
seu foco para que contemple outros grupos de interesse, além dos acionistas. Essas partes interessa-
das — stakeholders — compõem -se de funcionários, clientes, fornecedores, credores e outros que têm 
ligação econômica direta com o negócio. Uma empresa focada nos grupos de interesse evita delibe-
Risco A probabilidade de que 
os resultados reais possam 
diferir dos resultados esperados.
Dica A relação entre risco e 
retorno é um dos conceitos mais 
importantes deste livro. Os 
investidores que procuram evitar 
risco sempre exigirão retornos 
maiores em troca da aceitação de 
um risco mais elevado.
Avesso ao risco Diz -se 
daqueles que procuram evitar o 
risco.
Partes interessadas 
(stakeholders) Funcionários, 
clientes, fornecedores, credores 
e outros grupos que mantêm 
vinculação econômica direta 
com a empresa.
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 13 
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radamente tomar medidas que os prejudiquem. O objetivo não é o de maximizar, mas, sim, preservar, 
seu bem -estar.
O enfoque nas partes interessadas não afeta o objetivo de maximização da riqueza do acionista. 
Esse enfoque é por vezes tido como parte da ‘responsabilidade social’ da empresa. Espera -se que 
proporcione benefícios de longo prazo aos acionistas por meio da manutenção de um relacionamen-
to positivo com os grupos de interesse. Esse relacionamento deve minimizar a rotatividade dos inte-
ressados, os conflitos com eles e o contencioso judicial. Evidentemente, a empresa pode servir melhor 
ao seu objetivo de maximização da riqueza do acionista se alimentar a cooperação, e não o conflito, 
com os demais envolvidos.
Governança corporativa
O sistema usado para dirigir e controlar uma sociedade por ações é chamado de governança 
corporativa. Serve para definir os direitos e deveres dos principais agentes da empresa, como acionis-
tas, conselho de administração, diretores e gestores, e demais interessados, além das regras e procedi-
mentos de tomada de decisão empresarial. Também costuma especificar a estrutura por meio da qual 
a empresa estabelece objetivos, desenvolve planos para realizá -los e estabelece procedimentos de 
monitoramento do desempenho.
A Figura 1.1 representa uma estrutura típica de governança corporativa, em que os acionistas 
(proprietários) elegem um conselho de administração (seus representantes) que, por sua vez, contratam 
executivos e gestores (administradores profissionais) para gerir a empresa de maneira condizente com 
as metas, os planos e as políticas estabelecidos e monitorados pelo conselho de administração em 
nome dos acionistas. Normalmente, as políticas do conselho especificam práticas éticas e tratam de 
como proteger os interesses dos grupos envolvidos.
Investidores individuais versus institucionais
É claro que a responsabilidade primordial do conselho é perante os acionistas. Para melhor enten-
der essa responsabilidade, vale a pena diferenciar entre as duas principais categorias de proprietários — 
pessoas físicas e instituições. Investidores individuais são aqueles que compram quantidades relativa-
mente pequenas de ações para auferir rendimentos sobre fundos ociosos, constituir uma fonte de renda 
para a aposentadoria ou garantir segurança financeira. Investidores institucionais são profissionais 
pagos para administrar o dinheiro de terceiros. Eles mantêm e negociam grandes quantidades de títu-
los em nome de pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais. Entre os investidores institucionais 
estão os bancos, as companhias de seguros, os fundos de investimento e os planos de pensão, que 
investem grandes somas para obter rendimentos atraentes para seus clientes ou participantes.
Por manterem e negociarem grandes volumes de títulos, os investidores institucionais tendem a 
gozar de muito maior influência sobre a governança corporativa do que os individuais. Em suma, por 
possuírem grande quantidade de ações ordinárias e contarem com recursos para comprar e vender 
grandes blocos de capital, os investidores institucionais garantem a atenção do conselho. Se um gran-
de investidor institucional vender ou comprar um bloco significativo de ações, o preço da ação pro-
vavelmente será forçado para baixo ou para cima, respectivamente. É claro que esses grandes investi-
dores têm voz muito mais ativa do que a dos individuais.
Governança corporativa O 
sistema usado para dirigir e 
controlar uma empresa. Define 
os direitos e responsabilidades 
dos principais agentes da 
empresa, estabelece os 
procedimentos decisórios e 
determina como a empresa 
fixará, atingirá e monitorará seus 
objetivos.
Investidores individuais 
Investidores que adquirem 
quantidades relativamente 
pequenas de ações para atingir 
metas pessoais de investimento.
Investidores institucionais 
Investidores profissionais, como 
seguradoras, fundos mútuos e 
fundos de pensão, que são 
remunerados para gerenciar os 
recursos de terceiros e que 
negociam grandes quantidades 
de títulos.
Administrador
financeiro
Retorno?
Risco?
Alternativa
de decisão
financeira
Aprovar
Rejeitar
Sim
Aumenta 
o preço 
da ação?
Não
Decisões financeiras 
e preço da ação
Maximização do preço da ação
F
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G
U
R
A
1.3
 14 Princípios de administração financeira
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A Lei Sarbanes -Oxley, de 2002
A partir do ano 2000, vários órgãos reguladores descobriram e revelaram muitos casos de más 
práticas empresariais, decorrentes de dois tipos principais de problema: (1) fraude em relatórios finan-
ceiros e outros comunicados ao público e (2) não divulgação de conflitos de interesses entre empresas 
e seus analistas, auditores e advogados, e entre diretores, executivos e acionistas. Em resposta a essas 
fraudes e conflitos de interesses, o Congresso dos Estados Unidos aprovou, em julho de 2002, a Lei 
Sarbanes -Oxley (popularmente conhecida como SOX).
A Sarbanes -Oxley tem por objetivo eliminar os muitos problemas de divulgação e conflitos de 
interesses que surgiram. Seus meios para atingir esse objetivo são: estabelecimento de um conselho 
de monitoramento do setor de contabilidade; regulamentos e controles mais rígidos para processos de 
auditoria; penalidades maiores para executivos culpados de fraude empresarial; maiores exigências 
de divulgação contábil e diretrizes éticas aplicáveis aos diretores das empresas; diretrizes firmes quan-
to à estrutura e composição dos conselhos de administração; estabelecimento de diretrizes quanto a 
conflitos de interesses envolvendo analistas; divulgação imediata e obrigatória de venda de ações por 
parte de executivos; e aumento da autoridade reguladora de títulos, além de maior orçamento para 
auditores e investigadores.
Embora a maioria dos comentaristas acredite que a SOX tem sido eficaz na redução de comuni-
cações fraudulentas e de conflitos de interesses, sua implementação impôs um enorme ônus financei-
ro às empresas obrigadas a atender às suas exigências. Reguladores e empresas ainda debatem como 
simplificar o atendimento à lei. Por conseguinte, são esperadas modificações no futuro que simplifiquem 
a SOX.
O papel da ética empresarial
Ética empresarial se refere aos padrões de conduta ou julgamento moral aplicáveis a quem se 
dedica a atividades comerciais. Em finanças, a violação desses padrões pode assumir muitas formas: 
‘criatividade contábil’, gestão de lucros, projeções financeiras enganosas, insidertrading, fraude, 
remuneração excessiva aos executivos, opções retroativas e pagamento de propinas. A imprensa finan-
ceira tem relatado muitas violações como essas nos últimos anos, envolvendo empresas conhecidas 
como Apple, Boeing, Enron e Tyco. Por causa disso, a comunidade empresarial como um todo e a 
comunidade financeira em especial estão desenvolvendo e aplicando padrões éticos que têm por 
objetivo motivar as empresas e os agentes do mercado a atender tanto ao texto quanto ao espírito das 
leis e dos regulamentos dedicados às práticas empresariais e profissionais. A maioria dos líderes empre-
sariais acredita que manter padrões éticos elevados reforça a posição competitiva de seus negócios.
Análise dos aspectos éticos
Robert A. Cooke, um conhecido especialista em ética, recomenda que as perguntas a seguir sejam 
utilizadas para avaliar a viabilidade ética de um ato qualquer.3
1. É um ato arbitrário ou caprichoso? Concentra -se injustamente em um indivíduo ou grupo?
2. Viola os direitos morais ou legais de algum indivíduo ou grupo?
3. Está de acordo com os padrões morais aceitos?
4. Há alternativas que tenderiam a causar menos danos efetivos ou potenciais?
Sem dúvida, analisar essas perguntas antes de praticar um ato qualquer pode ajudar a assegurar 
sua viabilidade ética.
Um número crescente de empresas está tratando diretamente da questão ética, estabelecendo 
políticas de ética corporativa e exigindo seu cumprimento pelos funcionários. O quadro Foco na ética, 
na próxima página, por exemplo, descreve aspectos éticos na Hewlett -Packard. Algo que impulsionou 
fortemente o desenvolvimento de políticas de ética empresarial foi a Lei Sarbanes -Oxley, que vimos há 
pouco. É comum os empregados terem que assinar um compromisso formal de defesa das políticas de 
ética da empresa. Essas políticas costumam se aplicar aos atos deles frente a todas as partes interessa-
das, inclusive o público. Muitas firmas também investem em seminários e programas de treinamento 
dedicados ao tema da ética.
3 Robert A. Cooke, “Business ethics: a perspective”. In: Arthur Andersen cases on business ethics. Chicago: Arthur Andersen, set. 1991, 
p. 2 e 5.
Lei Sarbanes Oxley, de 2002 
(SOX) Uma lei que tem por 
objetivo eliminar conflitos de 
interesse em relação à 
divulgação de dados pelas 
empresas. Aplica -se aos 
relatórios financeiros das 
empresas e às relações entre 
sociedades por ações, analistas, 
auditores, advogados, membros 
do conselho, diretores 
executivos e acionistas.
Ética empresarial Padrão de 
conduta ou julgamento moral 
aplicável às pessoas que se 
dedicam ao comércio.
Para fornecer mais informações 
sobre os dilemas e as questões 
às vezes enfrentadas pelo 
administrador financeiro, um 
dos quadros Na prática de cada 
capítulo trata sobre ética.
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 15 
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Ética e preço da ação
Acredita -se que um programa eficaz de ética eleve o valor da empresa. Um programa desse tipo 
pode gerar uma série de benefícios: reduzir a ocorrência de litígios e os custos judiciais; manter uma 
imagem corporativa positiva; aumentar a confiança dos acionistas; e conquistar a lealdade, o compro-
metimento e o respeito dos diversos grupos de interesse vinculados ao negócio. Tais atos, ao preservar 
e ampliar o fluxo de caixa e reduzir a percepção de risco, podem afetar favoravelmente o preço da 
ação da empresa. O comportamento ético, portanto, é visto como necessário para que seja alcançada 
a meta de maximização da riqueza do proprietário.4
A questão de agency
Já vimos que o objetivo do administrador financeiro deve ser o de maximizar a riqueza dos pro-
prietários da empresa. Dessa forma, os administradores podem ser considerados agentes dos proprie-
tários que os contrataram e lhes conferiram autoridade para tomar decisões e administrar os negócios. 
Tecnicamente falando, qualquer administrador que detenha menos de 100% da empresa é, em certo 
grau, um agente dos demais proprietários. Essa separação entre proprietários e administradores está 
representada pela linha horizontal pontilhada da Figura 1.1.
4 Para uma discussão mais aprofundada sobre essa questão e correlatas feita por diversos acadêmicos e profissionais em finanças que 
se preocupam bastante com a ética nessa área, ver James S. Ang, “On financial ethics”, Financial Management, outono 1993, 
p. 32-59.
Como muitas outras empresas norte -americanas, a 
Hewlett -Packard Company (NYSE:HPC) possui um conjunto 
de regras que orienta os atos de seus funcionários. Em sua 
“Mensagem do Presidente”, no começo da parte do relatório 
anual que trata de Padrões de Conduta Empresarial, Mark 
Hurd, CEO e presidente do conselho da empresa, afirma 
(p. 3): “Qualquer conduta antiética ou ilegal por parte da 
HP é simplesmente inaceitável e jamais será tolerada”. Os 
padrões da empresa incluem um alerta assinalando que se 
aplicam a todos os empregados. Carly Fiorina, antecessora 
de Hurd, emitira uma mensagem parecida dois anos antes.
Esse posicionamento coloca a empresa em evidência. 
Quando a HP começou a propaganda para conquistar o apoio 
dos acionistas para a fusão com a Compaq, Walter Hewitt, 
um conselheiro, moveu uma ação alegando distorção dos 
dados contábeis e pressão exercida indevidamente sobre o 
acionista Deutsche Bank pela administração da HP. Embora 
um juiz de Delaware tenha negado a ação, sua mera exis-
tência sublinha o fato de que a ética de uma empresa está 
sob constante escrutínio do público e dos investidores.
Em 2006, a HP foi objeto de mais publicidade negativa 
quando uma investigação interna para identificar a fonte de 
vazamentos de informação para a imprensa aparentemente 
envolveu um subcontratado que empregava um método 
questionável de obtenção de informação chamado ’pretexto’, 
em que as pessoas fingem ser alguém que não são para obter 
acesso a dados pessoais. O escândalo resultante forçou a 
saída da então presidente do conselho, Patricia Dunn.
A HP tratou do assunto em seu Relatório de Cidadania 
Global FY06: “Infelizmente, os fatos recentes associados à 
investigação pela empresa do vazamento de informações 
sigilosas a partir do conselho de administração mancharam 
a reputação da HP nesse aspecto. Estamos envergonhados 
do acontecido e lamentamos profundamente não termos 
atendido às nossas próprias e elevadas expectativas de 
comportamento empresarial, bem como às dos funcionários 
e acionistas. Nosso propalado deslize levou a HP a renovar 
seu compromisso com as áreas de governança, ética e con-
formidade às regras. A empresa está dedicada a uma ampla 
revisão de suas políticas, práticas e procedimentos para 
garantir que sejam as melhores da categoria”. Como parte 
desse esforço, a HP concordou em estabelecer um Fundo de 
Privacidade no valor de $ 13,5 milhões para ajudar a pro-
motoria da Califórnia a investigar e processar infrações 
contra a privacidade dos consumidores e práticas de pirata-
ria de informação. A empresa também concordou em imple-
mentar uma série de mudanças na governança corporativa.
Os profissionais de empresas norte -americanas têm 
mostrado uma tendência a agir de acordo com princípios 
morais sólidos, gerados por um embasamento moral ocorri-
do na infância e cultivado na família e nas instituições 
religiosas. Isso não impede que ocorram lapsos de ética, é 
evidente. Como provam os acontecimentos na Hewlett-
-Packard.
 Aponte três ou quatro ‘lições’ básicas de ética que podem 
ser consideradas as bases de sua própria formação ética.
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FOCO NA ÉTICA
Ética na HP
 16 Princípios de administração financeira
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Em tese, a maioria dos administradores financeiros concordaria com o objetivo de maximizar a 
riqueza dos proprietários. Na prática, contudo, eles também se preocupam com a própria riqueza, com 
a segurançade seus empregos e com os benefícios recebidos. Essas preocupações podem fazer com que 
evitem assumir risco além do moderado, se acreditarem que um excesso de risco pode ameaçar seus 
empregos ou reduzir sua riqueza pessoal. O resultado é um retorno inferior ao máximo possível e uma 
perda em potencial de riqueza dos acionistas.
O problema de agency
Deste conflito entre os interesses dos proprietários e os dos administradores surge aquilo que se 
chama de problema de agency, ou seja, a possibilidade de que os administradores coloquem seus 
objetivos pessoais à frente dos corporativos.5 Os problemas de agency podem ser evitados ou atenua-
dos por meio de dois fatores: forças de mercado e custos de agency.
Forças de mercado. Uma força de mercado encontra -se nos grandes acionistas, sobretudo inves-
tidores institucionais, como seguradoras, fundos de investimento e fundos de pensão. Esses detentores 
de grandes blocos do capital de uma empresa exercem pressão sobre a administração para que esta 
apresente desempenho adequado, comunicando suas preocupações ao conselho de administração. 
Muitas vezes ameaçam exercer seus direitos de voto ou liquidar sua participação, se o conselho não 
reagir positivamente às suas preocupações.
Outra força de mercado é a ameaça de tomada de controle por outra empresa que acredite poder 
aumentar o valor do negócio por meio da reestruturação de sua administração, de suas operações e 
de sua estrutura de capital.6 A ameaça constante de tomada do controle tende a motivar os adminis-
tradores para que ajam segundo os interesses dos proprietários da empresa.
Custos de agency. Para atenuar os problemas de agency e contribuir para a maximização da 
riqueza dos proprietários, os acionistas incorrem em custos de agency, que são os de manter uma 
estrutura de governança corporativa capaz de monitorar o comportamento dos administradores, evitar 
práticas administrativas desonestas e oferecer -lhes incentivos financeiros para maximizar o preço 
da ação.
A abordagem mais popular, potente e dispendiosa é a de estruturar a remuneração dos adminis-
tradores de maneira a que corresponda à maximização do preço da ação. O objetivo é proporcionar-
-lhes incentivos para que ajam segundo os interesses dos proprietários. Além disso, os pacotes de 
remuneração resultantes permitem que as empresas concorram pelos melhores administradores que 
há e os retenham. Os dois principais tipos de plano de remuneração são os de incentivo e os de 
 desempenho.
Os planos de incentivo tendem a atrelar a remuneração dos administradores ao preço da ação. A 
forma mais comum de plano de incentivo é a outorga de opções de compra de ações. Essas opções 
permitem que eles comprem ações da empresa ao preço de mercado estabelecido no momento da 
outorga. Se os preços no mercado subirem, serão recompensados com a possibilidade de revender 
suas ações a um preço de mercado mais elevado.
Muitas empresas também oferecem planos de desempenho, que atrelam a remuneração dos 
administradores a medidas como o lucro por ação (LPA), o aumento do LPA e outros indicadores de 
rentabilidade. Esses planos frequentemente usam ações por desempenho — que eles recebem em troca 
da consecução de metas de desempenho estabelecidas.
Outra forma de remuneração por desempenho é a bonificação em dinheiro, um pagamento em 
dinheiro atrelado à consecução de determinadas metas de desempenho.
O cenário atual da remuneração de executivos
Nos últimos anos, a adoção de diversos planos de remuneração tem sido objeto de escrutínio. 
Acionistas, tanto individuais quanto institucionais, além da Securities and Exchange Commission (SEC), 
continuam a questionar abertamente o cabimento dos pacotes multimilionários de remuneração que 
muitos executivos recebem. Por exemplo, os três CEOs mais bem pagos em 2006 foram (1) Stephen 
5 O problema de agency e outras questões a ele relacionadas foram originalmente discutidos por Michael C. Jensen e William H. 
Meckling, “Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure”, Journal of Financial Economics, 3, out. 
1976, p. 305-306. Para uma discussão mais aprofundada do artigo de Jensen e Meckling e pesquisas posteriores sobre o problema 
de agency, ver William L. Megginson, Corporate finance theory. Boston: Addison Wesley, 1997, Capítulo 2.
6 Uma discussão detalhada dos aspectos importantes das operações de tomada de controle é feita no Capítulo 17, “Fusões, aquisições 
alavancadas, alienações e falência de empresas”.
Dica Um corretor de ações 
enfrenta a mesma questão. Se ele 
o convencer a comprar e vender 
mais ações, será bom para ele, 
mas pode não ser para você.
Problema de agency 
Probabilidade de que os 
administradores coloquem seus 
interesses pessoais acima dos 
objetivos da empresa.
Custos de agency Custos 
incorridos pelos acionistas para 
manter uma estrutura de 
governança que minimize os 
problemas de agency e contribua 
para a maximização da riqueza 
dos proprietários.
Planos de incentivo Planos 
de remuneração de executivos 
que tendem a vincular salários 
ao preço da ação da empresa; o 
plano de incentivo mais popular 
consiste na outorga de opções 
de compra de ações.
Opções de compra de 
ações Um incentivo que 
permite aos administradores de 
uma empresa comprar ações ao 
preço de mercado vigente 
quando da outorga.
Planos de desempenho 
Planos que vinculam a 
remuneração dos executivos a 
medidas como LPA, crescimento 
do LPA e outros indicadores de 
rentabilidade. Exemplos de 
instrumentos de remuneração 
nesses planos são ações por 
desempenho e/ou bonificações 
em dinheiro.
Ações por desempenho 
Ações dadas a executivos pelo 
atingimento de metas de 
desempenho fixadas.
Bonificações em dinheiro 
Pagamentos efetuados aos 
administradores por atingirem 
certas metas de desempenho.
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 17 
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P. Jobs, da Apple, que recebeu $ 646,6 milhões; (2) Ray R. Irani, da Occidental Petroleum, com $ 321,64 
milhões; e (3) Barry Diller, da IAC/InterActiveCorp, com $ 295,14 milhões. Em décimo lugar na mesma 
lista, estava Henry C. Duques, da First Data, que recebeu $ 98,21 milhões. Em 2006, a remuneração 
média dos presidentes executivos das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, segundo um levan-
tamento da Forbes com base em dados de diversas fontes, foi de $ 15,2 milhões, um aumento de 38% 
em relação ao ano anterior. A remuneração média dos 20 CEOs mais bem pagos foi de $ 144,66 
milhões.
Estudos recentes não encontraram uma relação forte entre a remuneração dos CEOs e o preço da 
ação da empresa. Nos últimos anos, a divulgação desses generosíssimos pacotes de remuneração (sem 
um desempenho correspondente do preço da ação) pressionou para baixo a remuneração dos execu-
tivos. Um fator que contribui para essa divulgação é a exigência da SEC de que as companhias abertas 
divulguem aos investidores e outros interessados tanto o valor da remuneração de seus executivos mais 
bem pagos como o método usado para determiná -lo. Ao mesmo tempo, estão sendo desenvolvidos e 
implementados novos planos de remuneração que atrelam melhor o desempenho dos administradores, 
no que diz respeito à riqueza dos acionistas, à sua remuneração.
Se não houvesse restrição alguma, os administradores poderiam ter outros objetivos além da 
maximização do preço da ação, mas as evidências indicam que essa maximização, foco principal deste 
livro, é realmente a meta primordial de atuação na maioria das empresas.
Q U E S TÕ E S PA R A R E V I S ÃO
 1-11 Quais são os três motivos básicos para a maximização de lucro ser incompatível com a 
maximização da riqueza?
 1-12 O que é risco? Por que tanto o risco como o retorno devem ser considerados pelo adminis-
trador financeiro ao avaliar uma alternativa de decisão ou ação?
 1-13 Qual é o objetivo da empresa e, portanto, de todos os seus administradores e funcionários?Discuta como se mede a realização desse objetivo.
 1-14 O que é governança corporativa? Como a Lei Sarbanes -Oxley a afetou? Explique.
 1-15 Descreva o papel das políticas e diretrizes de ética empresarial e discuta a relação que se crê 
existir entre comportamento ético e preço da ação.
 1-16 De que maneira as forças de mercado, incluindo o ativismo de acionistas e a ameaça de 
tomada de controle, servem para impedir ou minimizar o problema de agency? Que papel 
os investidores institucionais representam no ativismo de acionistas?
 1-17 Defina custos de agency e explique sua relação com a estrutura de governança corporativa 
das empresas. De que modo o esquema de remuneração de executivos pode ajudar a dimi-
nuir problemas de agency? Qual é a visão corrente de muitos planos de remuneração?
 OA
5
 1.4 | INSTITUIÇÕES E MERCADOS FINANCEIROS
A maioria das empresas bem -sucedidas tem necessidade constante de fundos, que podem satisfa-
zer de três formas a partir de fontes externas. A primeira delas está nas instituições financeiras, que 
aceitam depósitos e os transferem a quem necessite de fundos. A segunda encontra -se nos mercados 
financeiros, fóruns organizados em que ofertantes e demandantes de diversos tipos de fundos podem 
negociar. E a terceira é a colocação privada. Por causa da falta de estrutura formal das colocações 
privadas, nos concentraremos no papel que as instituições financeiras e os mercados financeiros repre-
sentam no financiamento das empresas.
Instituições financeiras
As instituições financeiras agem como intermediários, canalizando as poupanças de pessoas 
físicas, empresas e órgãos governamentais para empréstimos e investimentos. Muitas instituições finan-
ceiras remuneram direta ou indiretamente seus depositantes com juros sobre os recursos depositados; 
outras prestam serviços em troca de tarifas (por exemplo, contas correntes pelas quais os correntistas 
paguem encargos). Algumas instituições financeiras aceitam depósitos de poupança da clientela e 
Para uma discussão aprofundada 
das instituições financeiras e dos 
mercados financeiros, ver o 
capítulo on -line no site do livro.
Instituição financeira Um 
intermediário que canaliza as 
poupanças de indivíduos, 
empresas e órgãos do governo 
para empréstimos e 
investimentos.
 18 Princípios de administração financeira
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emprestam esse dinheiro a outros clientes ou empresas; outras investem a poupança de seus clientes 
em ativos remunerados, como imóveis, ações, ou obrigações; e há quem faça as duas coisas. O gover-
no exige que as instituições financeiras operem segundo determinadas diretrizes reguladoras.
Principais clientes das instituições financeiras
Para as instituições financeiras, os principais ofertantes e demandantes de fundos são as pessoas 
físicas, as empresas e os órgãos governamentais. A poupança que os clientes individuais depositam 
nas instituições financeiras lhes fornecem grande parte dos recursos de que dispõem. Esses clientes 
não apenas proporcionam recursos às instituições financeiras, como também os demandam delas sob 
a forma de empréstimos. Entretanto, as pessoas físicas como um todo são ofertantes líquidos para as 
instituições financeiras: poupam mais do que tomam emprestado.
As empresas também depositam parte de seus recursos nas instituições financeiras, sobretudo em 
contas correntes mantidas em diversos bancos comerciais. Dessa forma, como as pessoas físicas, as 
empresas também tomam empréstimos dessas instituições, mas são demandantes líquidos de fundos: 
tomam mais dinheiro do que poupam.
Os órgãos governamentais mantêm em bancos comerciais depósitos de fundos temporariamente 
ociosos, alguns tipos de pagamento de impostos e pagamentos à Seguridade Social. Não tomam recur-
sos diretamente das instituições financeiras, embora, ao vender títulos de dívida a diversas instituições, 
acabem tomando delas empréstimos indiretos. Os órgãos governamentais, assim como as empresas, 
costumam ser demandantes líquidos de fundos: normalmente tomam mais do que poupam. Todos já 
ouvimos falar do déficit fiscal.
Principais instituições financeiras
As principais instituições financeiras que operam no mercado norte -americano são os bancos 
comerciais, as associações de poupança e empréstimo, as cooperativas de crédito, as caixas econômi-
cas, as companhias de seguro, os fundos de investimento e os fundos de pensão. Essas instituições 
atraem fundos de pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais, os combinam e oferecem emprés-
timos a pessoas físicas e empresas. O site de apoio ao livro traz descrições dos principais tipos de 
instituição financeira.
Mercados financeiros
Os mercados financeiros são fóruns em que ofertantes e demandantes de fundos podem negociar 
diretamente. Enquanto as instituições financeiras concedem empréstimos e realizam investimentos sem 
o conhecimento direto dos ofertantes (poupadores) de fundos, nos mercados financeiros os ofertantes 
sabem a quem seus recursos foram emprestados ou onde foram investidos. Os dois principais mercados 
financeiros são o mercado monetário e o mercado de capitais. Transações em obrigações de curto 
prazo, ou títulos negociáveis, ocorrem no mercado monetário. Títulos de longo prazo — ações e obri-
gações — são negociados no mercado de capitais.
Para levantar recursos, as empresas podem usar colocações privadas ou ofertas públicas. A colo-
cação privada envolve a venda direta de uma nova emissão de títulos, geralmente sob a forma de 
obrigações ou ações preferenciais, a um ou mais investidores, como seguradoras ou fundos de pensão. 
A maioria das empresas, contudo, levanta fundos por meio da oferta pública de títulos, que é a venda 
não exclusiva de obrigações e ações ao público em geral.
Todos os títulos são originalmente emitidos no mercado primário, o único em que o emissor, seja 
ele corporativo ou governamental, se envolve diretamente na transação e se beneficia diretamente da 
emissão. Ou seja, a empresa efetivamente recebe o produto da venda dos títulos. Uma vez que os 
títulos comecem a ser negociados entre poupadores e investidores, tornam -se parte do mercado secun-
dário. O mercado primário é aquele em que se negociam títulos ‘novos’. O secundário pode ser 
considerado um mercado de títulos de ‘segunda mão’.
Relação entre instituições e mercados
As instituições financeiras participam ativamente dos mercados financeiros na qualidade de ofer-
tantes e demandantes de fundos. A Figura 1.4 representa o fluxo geral de fundos por meio das institui-
ções financeiras e dos mercados financeiros e entre eles; também são apresentadas as colocações 
privadas. As pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais que fornecem e demandam fundos 
podem ser nacionais ou estrangeiros. A seguir, discutiremos sucintamente o mercado monetário, 
Dica Pense em como seria 
ineficiente se cada poupador 
tivesse que negociar com cada 
demandante de poupança em 
potencial. As instituições fazem 
com que o processo seja mais 
eficiente, agindo como 
intermediárias entre poupadores 
e tomadores de fundos.
Mercados financeiros 
Ambientes nos quais os 
fornecedores e os demandantes 
de fundos podem realizar 
negócios diretamente.
Colocação privada Venda de 
uma emissão de novos títulos, 
geralmente obrigações ou ações 
preferenciais, de forma direta a 
um investidor ou a um grupo de 
investidores.
Oferta pública Venda não 
exclusiva de obrigações ou 
ações ao público em geral.
Mercado primário Mercado 
financeiro no qual ocorrem as 
emissões iniciais de títulos; único 
mercado no qual o emitente 
está diretamente envolvido na 
transação.
Mercado secundário 
Mercado financeiro no qual são 
negociados títulos previamente 
emitidos.
 Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 19 
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inclusive seu equivalente internacional —

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