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UNIDADE V

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GRADUAÇÃO ENSINO SUPERIOR 
FACULDADE META 
 
PLANO DE AULA 
UNIDADE: Faculdade Meta 
CURSO: Engenharia da Computação 
DISCIPLINA: Aspectos éticos e Legais da Engenharia da Computação 
ANO: 2020 PERÍODO: 9° SEMESTRE DE OFERTA: 2020.1 
PROFESSOR: Gustavo Magno TURNO: EAD 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
 
UNIDADE 5: Noções gerais de direito e de direito civil 
 
5.1 Características do Direito; 
5.2 Fontes do Direito; 
5.2 Noções Gerais do Código Civil e Penal; 
UNIDADE 5 
 
5.1 Características do Direito: 
 
A expressão direito vem do latim directum, que significa conforme o que é reto, o que 
está conforme a norma. Direito é o que não se afasta da regra. 
 
Direito é termo plurívoco, com diversos significados. É polissêmico, podendo 
significar lei, ciência, justiça, faculdade, apenas para citarmos os mais importantes. 
 
Ubi societas, ibi ius. Ubi ius, ibi societas. 
 
Como ciência social, depende da sociedade, posto que o homem isolado não precisasse 
de regras que limitassem a sua conduta, salvo normas de preservação ambiental, que cada 
pessoa deve resguardar para a proteção da humanidade. É o convívio social que enseja normas 
que limitam a liberdade de cada um, em favor da convivência humana e pacífica. Por outro 
lado, se o direito depende da sociedade, há reciprocidade, posto que a sociedade não pode ser 
imaginada sem caos se não houver normas que regulamentem o convívio. 
 
Da sanção 
 
As normas são cumpridas porque o seu descumprimento enseja a aplicação de 
penalidade, a chamada sanção. O temor de sofrer a sanção, e não propriamente a sua 
aplicabilidade, a cada pessoa, leva ao cumprimento das normas. O Estado, no direito moderno, 
é responsável pela aplicação da sanção. 
 
Normas jurídicas e não jurídicas 
 
Normas jurídicas, que hoje integram o ordenamento jurídico, em vigor em virtude da 
atuação do Estado, precipuamente pela atividade da Função Legislativa, possuem eficácia 
maior, porque a sanção é aplicada também pelo Estado. 
 
Não jurídicas, também podem acarretar consequências pelo descumprimento, mas a 
sanção parte do próprio grupo social, como a marginalização de pessoas com vício em 
entorpecentes. 
 
A sanção é a mera reprovação por parte do grupo social. 
As normas passam a ser jurídicas quando incorporadas ao direito, por causa de sua 
importância. 
 
Juspositivismo e Jusnaturalismo 
 
Juspositivismo: é o direito resultante da elaboração legislativa, dito como positivado, 
sendo as normas em vigor, que devem ser cumpridas sob pena de sanção. Todas as normas 
são de moral, mas só as de sanção imposta pelo Estado são normas de direito. As normas de 
direito são as que o Poder Público considera imprescindíveis para a vida da sociedade. 
 
Jusnaturalismo: são tidas como as normas éticas, que orientam o comportamento dos 
indivíduos, mas não possuem sanção provinda do Poder Público são normas costumeiras, ou 
de ordem moral, tratando-se do direito natural. O legislador, inspirado pelo direito natural, 
achou conveniente atribuir força coercitiva a certas condutas, impondo sanção à sua 
desobediência. 
 
Do direito 
 
O direito como lei, é o conjunto de normas de comportamento na sociedade, 
estabelecida por uma organização com poder soberano e imposta coativamente à observância 
de todos. 
 
Direito objetivo e direito subjetivo 
 
Direito Objetivo: é o conjunto de normas que a todos vincula, pois o cumprimento é 
obrigatório, sob pena de sanção, chama-se “norma agendi”. 
 
Direito Subjetivo: é o direito como faculdade, prerrogativa do indivíduo, decorrente 
da norma, ou “facultas agendi”. Sendo a opção que o indivíduo tem de invocar a norma a seu 
favor. 
 
Exemplo: A CF garante o direito de imagem (direito objetivo). O indivíduo que sofre 
violação em sua imagem pode invocar tal norma para defender o seu interesse (direito 
subjetivo). 
 
Direito público e direito privado 
 
Direito público: são normas de conduta, que disciplinam a atuação de pessoa jurídica 
de direito público, como o direito tributário, o direito constitucional, o direito processual civil, 
o direito processual penal ou trabalhista, o direito administrativo e o direito internacional 
público. 
 
Direito privado: rege a conduta de pessoa física ou de pessoa jurídica de direito 
privado, é o caso do direito civil, do direito empresarial, do direito material do trabalho, do 
direito internacional privado. 
 
O Direito Privado já foi sinônimo de direito civil. Hoje, como ocorre em outras 
ciências, como na medicina, em função do aumento do conhecimento, da necessidade de 
especialização, temos vários sub-ramos de direito privado. 
 
Conceito de Direito Civil 
 
O Direito Civil surge quando o homem passa a viver em sociedade (cf. Roberto Senise 
Lisboa, Manual de Direito Civil – Teoria Geral do Direito Civil, 5ª ed., Ed. Saraiva, p. 59). 
Conforme esse autor: 
 
“A expressão ius civile, originária do direito romano, designava a normatização que 
cada povo constituía para si próprio. Representava um sistema de coordenação e domínio” 
(idem; ibidem). 
 
Direito internacional: impacta a forma como cada Estado soberano disciplina a 
conduta de seu povo, dentro do seu território. 
 
O Direito Civil, principal sub-ramo do Direito Privado, é o conjunto de normas que 
regulamentam a conduta das pessoas físicas e das pessoas jurídicas de direito privado no que 
concerne às obrigações, contratos, direitos reais, direito de família e direito de sucessão. 
 
As normas jurídicas possuem as seguintes características: 
 
• Bilateralidade: essa característica tem relação com a própria estrutura da norma, pois, 
normalmente, a norma é dirigida a duas partes, sendo que uma parte tem o dever jurídico, ou 
seja, deverá exercer determinada conduta em favor de outra, enquanto que, essa outra, tem o 
direito subjetivo, ou seja, a norma concede a possibilidade de agir diante da outra parte. Uma 
parte, então, teria um direito fixado pela norma e a outra uma obrigação, decorrente do direito 
que foi concedido. 
 
• Generalidade: é a característica relacionada ao fato da norma valer para qualquer um, 
sem distinção de qualquer natureza, para os indivíduos, também iguais entre si, que se 
encontram na mesma situação. A norma não foi criada para um ou outro, mas para todos. Essa 
característica consagra um dos princípios basilares do Direito: igualdade de todos perante a lei. 
 
• Abstratividade: a norma não foi criada para regular uma situação concreta ocorrida, 
mas para regular, de forma abstrata, abrangendo o maior número possível de casos semelhantes, 
que, normalmente, ocorrem de uma forma. A norma não pode disciplinar situações concretas, 
mas tão somente formular os modelos de situação, com as características fundamentais, sem 
mencionar as particularidades de cada situação, pois é impossível ao legislador prevê todas as 
possibilidades que podem ocorrer nas relações sociais. 
 
• Imperatividade: a norma, para ser cumprida e observada por todos, deverá ser 
imperativa, ou seja, impor aos destinatários a obrigação de obedecer. Não depende da vontade 
dos indivíduos, pois a norma não é conselho, mas ordem a ser seguida. 
 
• Coercibilidade: pode ser explicada como a possibilidade do uso da força para combater 
aqueles que não observam as normas. Essa força pode se dar mediante coação, que atua na 
esfera psicológica, desestimulando o indivíduo de descumprir a norma, ou por sanção 
(penalidade), que é o resultado do efetivo descumprimento. Pode-se dizer que a Ordem Jurídica 
também estimula o cumprimento da norma, que se dá pelas sanções premiais. Essas sanções 
seriam a concessão de um benefício ao indivíduo que respeitou determinada norma. 
 
Assim sendo, podemos dizer que o Direito Penal é um objeto cultural, normativo, 
valorativo, sancionador, instrumental, fragmentário, subsidiário e garantista. 
 
É um objeto cultural porque pertence a um recorte histórico e geográfico específico.Isso significa que é a expressão de um tempo, de determinadas circunstâncias sociais, 
culturais, políticas, econômicas, enfim. O processo de elaboração legislativa em âmbito penal 
não escapa a esta regra. São circunstâncias de cunho histórico e geográfico que conduzem à 
definição abstrata por meio do Direito Penal de uma série de comportamentos que devem ser 
obedecidos e/ou evitados pelos cidadãos. 
 
É normativo porque formado por um conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) 
que definem as infrações de natureza penal e suas consequências jurídicas correspondentes 
(penas ou medidas de segurança). 
 
É valorativo porque a proibição legislativa de uma determinada conduta, através da 
norma penal, importa em uma valoração negativa que conduz à criminalização da mesma. 
Isso implica em mandamentos e proibições relacionados a determinados bens jurídicos, que 
definem o injusto penal e as consequências para as condutas desviadas, estabelecendo o 
desvalor de certas ações e resultados. 
 
É sancionador (e não constitutivo) porque a antijuridicidade do injusto é uma só: a 
infração é a todo o ordenamento jurídico, pois a contrariedade se refere ao direito e não 
somente à ordem penal. Assim, o Direito Penal não cria bens jurídicos, mas apenas acrescenta 
proteção a bens que, de toda forma, já são protegidos por outros setores do ordenamento. 
 
É instrumental por ter sido estabelecido com uma finalidade própria e específica: a 
tutela de bens jurídicos. 
 
É fragmentário porque não se aplica a todos os fatos ilícitos, mas apenas a uma 
pequena parcela deles, em decorrência da ideia de que a sua utilização deve ser reservada 
somente às lesões mais graves aos bens jurídicos mais importantes (absolutamente essenciais 
ao convívio social e que por isso são considerados merecedores da tutela penal). 
 
É subsidiário porque o emprego da intervenção jurídico-penal somente é justificado 
quando o Direito Civil ou outros ramos do Direito Público se mostram insuficientes à tutela 
eficaz do bem em questão. 
 
É garantista porque suas normas conformam um sistema que estabelece garantias ao 
cidadão diante do poder punitivo, pois exigem uma série de condições para o seu exercício, 
de modo que o Direito Penal – enquanto instrumento de controle social formalizado – também 
tem uma função de proteção e garantia, que lhe é inerente e necessária, uma vez que a partir 
da intervenção jurídico-penal é possível retirar direitos da pessoa humana que lhe são 
constitucionalmente assegurados. 
 
Portanto, o Direito pode ser definido como um complexo de normas jurídicas que regem 
a vida dos homens em sociedade, trazendo sempre uma sanção pelo descumprimento dessas 
normas. 
 
Tais sanções trazem respostas diferenciadas, tais como multa, nulidade do ato jurídico, 
demissão do funcionário faltoso, reparação dos danos, entre outras hipóteses. 
 
No âmbito do Direito Penal, o descumprimento das normas previstas no Código Penal, 
levam a, basicamente, três sanções: 
 
a. Pena de detenção ou reclusão; 
b. Medida de segurança; ou 
c. Multa 
 
Direito penal é, portanto, o complexo de normas positivas que disciplinam a matéria dos 
crimes, das penas, multas e medidas de segurança. 
 
Suas funções básicas são: 
 
a) Proteção dos bens jurídicos 
 
Bens jurídicos são os valores ou interesses do indivíduo ou da coletividade, reconhecido 
pelo Direito. A proteção dos bens jurídicos se dá por meio da intimação coletiva (prevenção 
geral), ou por meio de compromissos éticos assumidos pelos cidadãos para viver em sociedade; 
b) Manutenção da paz social 
 
A paz social é aquela preservada pelo Estado a fim de garantir segurança, igualdade e 
harmonia entre a população. Tal paz social deve estar presente na vida de todos. 
 
A natureza do Direito Penal pode ser aferida no momento da apreciação da conduta 
humana. Tal ação pode ser apreciada sob dois aspectos: 
 
– Lesividade do resultado; 
– Reprovabilidade da ação. 
 
Importante destacar que, o Direito Penal é a última ratio do Direito, isso quer dizer que 
tal ramo deve ser sempre o último a ser aplicado ao caso. 
 
– Fontes Materiais 
 
Tem-se por fontes materiais a própria sociedade. São consideradas fontes materiais 
“todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a criação do direito em 
determinada sociedade”, segundo Dimitri Dimoulis. Corresponde aquilo que está intrínseco na 
elaboração de uma lei, ao valor que possui o fato social. Isso se dá de acordo com a interpretação 
da sociedade para com o fato, seja ela com o intuído de obrigar, proibir ou permitir. Da 
sociedade é que proveem os elementos históricos, racionais e ideais. 
 
– Fontes Formais 
 
As fontes formais do direito são aquelas tidas como primárias, diretas ou imediatas. 
Cada ordenamento jurídico possui as suas fontes formais, no qual se encontra o direito em vigor. 
Possui esse nome por atribuir forma ao tratamento dado pela sociedade à determinado valor, 
em determinada época. São elas que “formulam” as normas válidas. Tais fontes se apresentam 
de duas formas no ordenamento jurídico, podem ser escritas ou orais. 
 
- Fontes Escritas 
 
São consideradas fontes escritas do direito, as Leis publicadas no Diário Oficial da 
União, a jurisprudência e a doutrina. São estas fontes que são consideradas as detentoras de uma 
maior segurança e certeza jurídica. 
 
- Legislação 
 
A fonte mais importante do nosso ordenamento jurídico é a Lei, pois é ela que preenche 
a todos os requisitos de segurança e certeza do sistema, que são: ser escrita; editadas por 
autoridades competentes; estabelecida consoante os critérios fixados por normas superiores; 
objetiva regulamentar a sociedade (grau de generalidade). A Lei é estrutura base do 
ordenamento jurídico e deve estabelecer regras para o futuro, sendo: abstratas, garantindo dessa 
forma a certeza do ordenamento, e gerais, devendo se dirigir à totalidade dos cidadãos, 
garantindo assim a igualdade do sistema. 
 
O ordenamento federal nacional caracteriza as leis em quatro categorias quanto à 
hierarquia: 
 
- Leis Constitucionais: São as normas mais importantes do ordenamento jurídico 
nacional, é o seu fundamento. Um dos princípios pertinentes à Constituição Federal é o 
princípio da supremacia Constitucional, tal princípio faz com que as demais normas do 
ordenamento sejam materialmente e formalmente compatíveis com a Constituição. Entende-se 
por validade formal a obediência às regras que disciplina a criação de normas, e por validade 
material, a não contradição entre o que determina a constituição e as demais normas do sistema. 
- Leis Infraconstitucionais: Nessa categoria incluem-se as leis ordinárias, aprovada 
por maioria simples do congresso, regulamenta assuntos que não estejam no rol de 
competências privativas de outras autoridades, as leis complementares, que exigem 
um quórum mais significativo pela especificidade de sua matéria, que é de maioria absoluta, e 
as leis delegadas, que são elaboradas pelo Presidente da República, com a autorização do 
Congresso, mas com restrições às matérias, no entanto encontra-se em desuso desde 1992 e as 
medidas provisórias, que são de uso do poder executivo, sem a necessidade de autorização do 
Congresso. Deve ser utilizado para casos urgentes, mas no Brasil, seu uso é abusivo. 
 
- Decretos regulamentares: São atos de competência do Poder Executivo para 
concretizar as leis. Há ainda decretos legislativos, para deliberação do Congresso e os decretos 
judiciários. 
 
- Normas Internas: Assim como os decretos regulamentares, não são leis no sentido 
estrito ou formal, ou seja, fruto de uma decisão majoritária do legislativo, mas têm por 
finalidade regulamentar situações específicas da administração pública. 
 
Quanto aos tratados e convenções internacionais, o Supremo tribunal Federal já se 
manifestou no sentido de considerar que tais documentos possuemcaráter supralegal, mas 
inferior à constituição. Os tratados provêm de acordos firmados entre as vontades dos Estados, 
e as convenções através de organismos internacionais, onde o que foi aprovado é posteriormente 
submetido aos estados participantes e, se ratificados conforme procedimentos estabelecidos 
constitucionalmente passam a ter força legal. 
 
- Jurisprudência 
 
A Jurisprudência é outra forma de fonte escrita do direito. Entende-se por 
jurisprudência, nas palavras de Miguel Reale, “a forma de revelação do Direito que se processa 
através do exercício da jurisdição, em virtude uma sucessão harmônica de decisões dos 
tribunais”. É quando uma conduta é reconhecida como obrigatória pelos tribunais. 
 
A jurisprudência vê sua importância crescer cada dia mais no ordenamento jurídico 
brasileiro. Ela é construída pelos operadores do direito em seu dia-dia, quando a eles cabe o 
dever de aplicar o direito aos casos concretos para solucionar os conflitos sociais. 
 
Quando se fala em jurisprudência, não se está referindo a apenas duas ou três decisões 
tomada por juízes, mas sim, a um conjunto de julgamentos que contenham uma coerência entre 
si, que compartilhem de uma mesma ideia. 
 
– Doutrina 
 
Entende-se por doutrina “o conjunto da produção intelectual dos juristas, que se 
empenham no conhecimento teórico do direito”. É aquilo que é transmitido pelos doutos, 
pessoas que se dedicam à interpretação do texto legal. 
 
A doutrina mantem-se sempre atual, ela segue o curso do tempo, não fica estático como 
a letra das leis, ela traz ideias novas pois está sempre em mutação, ela organiza melhor o direito, 
para que com isso possa haver um melhor entendimento dele, desenvolve um papel critico 
perante as normas, essencial para se ter uma visão mais clara da norma a ser aplicada. 
 
- Fontes não Escritas 
 
As fontes não escritas são aquelas que não se encontram assentados um documento, 
são, ao contrário, presenciados, vividos em seu dia-dia do cidadão, e por isso possuem menos 
certeza jurídica para alguns doutrinadores. São eles: 
- Costumes 
 
Tem-se por costume o hábito social constatado em uma sociedade. Para ser classificado 
como tal, tem de haver o uso constante e notório. Diferencia-se da jurisprudência pelo fato de 
esta ser de uso exclusivo dos operadores do direito, enquanto os costumes são desenvolvidos 
pela sociedade como um todo e sobre algo que ela considera como socialmente obrigatória. 
 
- Princípios Gerais do Direito 
 
Outra fonte do direito a ser recorrida quando a lei for omissa, são os princípios gerais 
do direito, que foi mencionado no art. 4º da Lei de Introdução do Direito Brasileiro. Tais 
princípios são o fundamento de todo o sistema jurídico. 
 
- Fonte Negocial 
 
A experiência jurídica não é restrita apenas ao universo das leis de caráter geral. 
Quando dois particulares firmam um contrato, importantes alterações acontecem no sistema 
jurídico. Pelo fato de firmarem um contrato, cria-se no ordenamento, direitos e obrigações que 
não existiam até então e o Estado, por sua vez, se compromete a assegurar o cumprimento 
desses novos direitos e obrigações contraídas. Isso se deu pelo reconhecimento da autonomia 
da vontade pelo ordenamento jurídico, dando a possibilidade de cada um de agir ou omitir nos 
limites da lei. 
 
O que caracteriza a fonte negocial é a convergência dos seguintes elementos: 
manifestação da vontade de pessoas legitimadas a fazê-lo; forma de querer que não contrarie a 
exigida em lei; objeto lícito; quando não paridade, pelo menos uma devida proporção entre os 
partícipes da relação jurídica. 
 
Para situações em que não sejam respeitados os elementos que caracterizam a fonte 
negocial, e constata-se abuso do poder negocial, a relação jurídica pode sofrer com 
anulabilidade ou ineficácia, pois o princípio da legitimidade do poder é aplicado a todo 
ordenamento. 
 
Concluímos, portanto, que ter conhecimento sobre o que são e quais são as fontes do 
ordenamento jurídico é tarefa de profunda importância, tal como conhecer as próprias leis de 
um sistema. Isso se dá pelo fato de qualquer sistema jurídico não ser uma criação perfeita, 
detentora de uma completude onde não se encontra uma lacuna sequer. Este sistema é utópico, 
por isso a grande importância das fontes do direito, pois são elas que realizam o trabalho de 
encontrar uma solução aplicável à situação ainda não prevista e garantir a justiça. 
 
Para efeito de estudos vamos ver as Fontes do Direito Civil: 
As fontes dessas legislações, que inspiraram o C. C. Brasileiro de 1916 foram: 
1º- Direito Romano 
2º- Direito Canônico 
 
O Código Civil brasileiro de 1916: 
 
Possuía duas partes: geral e especial. É antecedido pela então chamada LICC (Lei de 
Introdução ao Código Civil, lei sobre leis, para todos os ramos do direito, não só para o direito 
civil). 
Do art. 7º em diante, a LICC trata da aplicação da lei em caso de conflito entre ordenamentos 
de mais de um Estado soberano, definindo as normas do direito internacional privado. O 
texto da LICC foi reformulado aos 4/ 9/ 1942, pelo dec.–lei nº 4.657. 
 
A parte geral contém preceitos aplicáveis à parte especial e se divide em três livros: 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/88318/lei-4657-05
 
Livro I – das pessoas (sujeitos de direito). 
Livro II – dos bens (objeto do direito) 
Livro III – dos fatos jurídicos (das relações jurídicas). 
A parte especial divide-se em quatro livros: 
I- Direito de Família 
II- Direito das Coisas 
III- Direito das Obrigações 
IV- Direito das Sucessões 
 
O C. C. De 1916 refletia os interesses de sociedade conservadora, cujos valores foram muito 
modificados e nem se comparam aos da sociedade contemporânea, mais complexa e menos 
preconceituosa, houve várias tentativas de reforma do C. C./1916, mas venceu a corrente que 
preferiu revogá-lo por inteiro. 
 
Da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (novo nome da antiga “Lei de 
Introdução ao Código Civil”, cf. Lei nº 12.376, de 30.12.2010), a Lei, chamada 
originariamente de Lei de Introdução ao Código Civil – LICC, é uma “Lei sobre leis”, trata- 
se do Decreto-Lei nº 4.657/4.9.42, que revogou a primitiva LICC, que entrou em vigor junto 
com o CC/1916. O objeto da LICC é a própria lei. Trata-se de regras gerais de aplicação das 
normas jurídicas. 
 
Que disciplina acerca da vigência da lei e de sua revogação, da impossibilidade de 
se alegar a ignorância da lei, da aplicação da lei e de suas lacunas, da interpretação da lei e de 
sua eficácia no tempo e no espaço. 
 
Conceito de Lei: é uma regra geral que emana de autoridade competente, sendo, 
portanto imposta, coativamente, à obediência de todos. 
 
5.3 Noções Gerais do Código Civil e Penal 
 
Antes de iniciarmos ao estudo das noções gerais do código civil e penal, para que 
não haja confusão em distinguir os códigos Penal com Processual Penal e Civil com 
Processual Civil e para que não haja nenhuma dúvida quanto a diferença entre os mesmos, 
vamos inicialmente a distinção dos dois. 
 
O direito processual penal é o ramo do ordenamento jurídico cujas normas instituem 
e organizam os órgãos públicos que cumprem a função jurisdicional do Estado e disciplinam 
os atos que integram o procedimento necessário para a aplicação deuma pena ou medida de 
segurança. Incumbe ao processo penal, portanto, definir competências, fixar procedimentos e 
estabelecer as medidas processuais necessárias à realização do direito penal, razão pela qual 
o processo penal nada mais é do que um continuum do direito penal, ou seja, é o direito penal 
em movimento, e, pois, formam uma unidade. 
 
Por conseguinte, não pode haver crime sem processo, porque é por meio do processo 
penal que o Estado, que detém com exclusividade o direito de punir, dirá, por exemplo, se há 
ou não crime, se o crime está ou não provado, se a prova obtida é ou não lícita, se o autor agiu 
ou não em legítima defesa, se ele é ou não culpável, se houve ou não prescrição. 
 
Por isso é que entre o direito penal e o processo penal há uma relação de mútua 
referência e complementaridade, visto que o direito penal é impensável sem um processo 
penal (e vice-versa). Daí dizer Calmon de Passos que a relação entre o direito material (penal, 
civil) e o processo não é uma relação apenas de meio e fim, isto é, instrumental, mas uma 
relação integrativa, orgânica, substancial, uma vez que o direito é socialmente construído, 
historicamente formulado, atende ao contingente e conjuntural do tempo e do espaço, e, por 
isso, somente o é depois de produzido. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1026400/lei-12376-10
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103258/lei-de-introdu%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%B3digo-civil-decreto-lei-4657-42
O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL é a Lei nº 5.869/1973 que regulamenta todo 
o trâmite dos processos na esfera judicial civil. É nele que está estabelecido como devem ser 
propostas as ações judiciais, formalização das partes o que é permitido ou não. Age somente 
na esfera judicial civil. Assim se uma pessoa precisa entrar com ação judicial de cobrança de 
uma divida deve seguir a normatização deste código. 
 
O CÓDIGO CIVIL é a Lei nº 10.406/2002 que normatiza e disciplina as atividades 
humanas, isto é ele estabelece como serão determinadas relações suas obrigatoriedades, 
deveres e direitos estabelecidos. Age do dia a dia da pessoa fora do judiciário. Assim se você 
quer locar um imóvel, vender seu carro, etc. Este código contém as regras. A partir dele é que 
você busca seus direitos para em caso de necessidade usar a via judicial buscando reparação 
e para usar a via judicial você precisará seguir as normas do Código de Processo Civil. 
 
O que é o Código civil: 
 
Código civil é um conjunto de normas que determinam os direitos e deveres das 
pessoas, dos bens e das suas relações no âmbito privado, com base na Constituição Nacional. 
O código civil está abrigado dentro dos parâmetros do Direito Civil, ramo jurídico que lida 
com as relações de natureza civil, desde o nascimento até a morte das pessoas. 
A importância do código civil está no fato de servir como um ponto de equilíbrio para a 
preservação da justiça e convivência social igualitária e menos conflituosa. 
 
Saiba mais também sobre o Direito Civil. 
 
Código Civil Brasileiro 
 
O atual Código Civil Brasileiro foi instituído pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 
2002, entrando em vigor em todo o território nacional a partir de 11 de janeiro de 2003. 
Até então, o código civil vigente no Brasil era de 1916 (lei nº 3.071/1916), popularmente 
conhecido como “Código de Bevilacqua”, pois foi idealizado por Clóvis Bevilacqua, um dos 
mais importantes juristas da época. 
 
No total, o Código Civil Brasileiro contém 2.046 artigos, responsáveis por nortear os 
direitos e obrigações das pessoas, e que estão divididos em duas partes: Geral e Especial. 
 
A Parte Geral é composta por três livros que são referentes: as Pessoas, Dos Bens e 
Dos Fatos Jurídicos. 
 
Já a Parte Especial contém cinco livros, separados de acordo com as seguintes 
categorias: Do Direito das Obrigações, Do Direito de Empresa, Do Direito das Coisas, Do 
Direito de Família e Do Direito das Sucessões. 
 
Código de Processo Civil 
 
O Código de Processo Civil (CPC), ao contrário do Código Civil, se destina aos 
processos judiciais, ou seja, regula o funcionamento dos tribunais em relação a determinado 
processo de natureza civil. 
 
O atual Código de Processo Civil Brasileiro foi instituído pela lei nº 13.105, de 16 de 
março de 2015. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L5869.htm
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://http/www.senado.gov.br/web/senador/fatimacleide/Educacao/c%F3digocivil.pdf
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
https://www.significados.com.br/direito-civil/
Significado de Código penal 
O que é o Código penal: 
Código penal é um conjunto formado por leis penais sistemáticas, utilizadas 
para punir e evitar os delitos criminais cometidos no âmbito social e que infrinjam as normas 
estabelecidas pela Constituição vigente. 
 
O código penal tem como base o Direito Penal (também conhecido por Direito 
Criminal), responsável por ajudar a garantir o desenvolvimento e crescimento de uma 
sociedade livre de ações criminais e perversas ao bem comum ou à vida das pessoas. 
Ver também: o significado do Código Civil. 
 
Código de Processo Penal 
 
O Código de Processo Penal (CPP) é formado por um conjunto de normas que servem 
para regular a organização dos processos da justiça penal, baseados nas leis e preceitos 
apresentados no Direito Penal e no Código Penal. No Brasil, o Código de Processo Penal está 
definido através do decreto de lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. 
 
Lembrando que o sistema aplicado pelo código de processo penal brasileiro deve estar 
a par com os princípios constitucionais e dos Direitos Humanos. 
 
Código Penal Brasileiro 
 
No Brasil, o Código Penal vigente é baseado no decreto de lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940. 
 
Atualmente, existe um projeto para a reforma do Código Penal Brasileiro, mas ainda 
não foi aprovado. Por isso, o código penal de 1940 ainda é o que vale em todo o território 
nacional. 
 
“Código Penal”, o que isso quer dizer? Certamente você já ouviu essa expressão por 
aí, mas tenho a certeza de que nunca pensou no que há por trás dessa nomenclatura que, à 
primeira vista, aparenta ter acepção unicamente jurídica. 
 
Você já se perguntou para que servem as coisas ao nosso redor? Tudo que existe – ou 
quase tudo – possui uma finalidade! E para entendê-la, é necessário que se faça um estudo mais 
aprofundado dos fatos que levam à sua existência. 
 
O que isso tudo tem a ver com o Código Penal? Bem, essas duas palavras, juntas, 
transmitem um significado histórico para nossa sociedade. O Código Penal é um conjunto de 
normas jurídicas que tem por objetivo determinar e regulamentar os atos considerados pelo 
legislador como infrações penais. O primeiro passo para conhecer esse código tão importante é 
saber o que é a codificação e qual sua função. Por conseguinte, você entenderá o que é, para 
que serve e qual a importância de um Código Penal. Vamos lá? 
 
Para efeito de estudo e compreensão, vamos começar nos perguntando, o que é 
um “código”? 
 
A codificação nada mais é que a junção de diversas leis que tratam de um mesmo 
assunto. Logo, um código é o conjunto sistemático de normas jurídicas escritas que se referem 
a determinado ramo do Direito, como é o caso do Código Penal,Código Civil, Código 
Tributário etc. Mas não pense que é somente isso! A existência de um código vai muito além 
de uma mera organização das leis, ela traz segurança e estabilidade a todos nós, cidadãos. 
https://www.significados.com.br/codigo-civil/
https://www.politize.com.br/tipos-de-leis-processo-legislativo/
Para a elaboração de um código, não basta apenas juntar quaisquer leis sem buscar, 
nessa junção, algum sentido maior; pois a construção de um código traz dentro de si um 
conhecimento científico e apurado do Direito. É fundamental que haja organização harmônica 
entre as partes que ali serão vinculadas. Podemos imaginar o código como um corpo humano 
em que cada parte isolada constitui um todo. Assim, as leis nele escritas não podem se 
contradizer e, o mais importante, não podem ferir a nossa Constituição Federal, já que esta é a 
lei maior do nosso país e está, hierarquicamente, acima de todas as outras, inclusive das leis 
contidas nos códigos. 
 
Sabemos que as leis hoje existentes certamente não são as mesmas de 100 anos atrás, 
uma vez que a legislação evolui à medida que a sociedade se transforma. Sendo assim, ao 
analisar um código, encontraremos, também, o retrato histórico-cultural de determinada 
sociedade em certo período de tempo. Se até a moda muda com o passar do tempo, por que com 
as leis seria diferente? Você já imaginou como seria se continuássemos eternamente iguais? 
 
Na antiguidade, código era um conjunto amplo de normas jurídicas escritas, mas sem 
sequência lógica e separação por ramo do Direito, como vemos atualmente. 
 
Sabemos que um código é um conjunto de leis, desta forma, é de grande importância 
lembrarmos o quão importante elas são. As leis são mais que necessárias para a vida em 
sociedade, pois servem para manter a ordem, garantir a segurança e resguardar os direitos de 
todos nós. 
 
As relações humanas nem sempre são harmônicas, logo, seria perigoso para a 
sociedade deixar à livre arbítrio dos indivíduos a escolha do que fazer diante destes conflitos, 
daí surge a importância das leis para regulá-los. É nesse contexto de garantias que surge o atual 
Direito Penal e, consequentemente, o Código Penal. 
 
Diante do que vimos até aqui, certamente você já deve imaginar o que é o Código 
Penal. Sem que haja a necessidade de prolongar as explicações técnicas, sabemos que um 
código é o conjunto de leis que tratam de um mesmo assunto, assim, a partir da análise de seu 
nome, podemos afirmar que o Código Penal é o conjunto de leis que tratam das penas a serem 
aplicadas àqueles que cometerem algum crime. 
 
- Qual a finalidade do código penal? 
 
A função do Direito Penal é a proteção de bens jurídico-penais, estes que derivam da 
Constituição da República: a vida, a liberdade, o patrimônio, o meio ambiente, a incolumidade 
pública, formam, por exemplo, o rol de valores, interesses e direitos que, elevados à categoria 
de bens jurídico-penais, constituirão o objeto de proteção do Direito Penal. 
 
A literatura penal, em geral, costuma utilizar as expressões valor e interesse para 
conceituar bem jurídico, ou seja, valores relevantes para a vida humana individual ou coletiva; 
valores e interesses mais significativos da sociedade; valor ou interesse juridicamente 
reconhecido. 
 
Vale lembrar que os bens jurídicos não são protegidos somente pelo Direito Penal. O 
Direito Penal os protege subsidiariamente, ou seja, essa proteção é realizada por todas as demais 
áreas do Direito em conjunto. Além disso, como já dito, o Direito Penal é o “braço” mais 
forte do Estado e, portanto, somente deve ser acionado quando não houver mais saídas ou 
quando todas as possibilidades já tiverem sido tentadas e frustradas. 
 
 
 
- Como funciona o código penal? 
https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
Pensemos em penas como espécies de punições para as condutas que os legisladores 
entenderam como sendo ofensivas à ordem pública e social, ou seja, é interesse e obrigação do 
Estado punir as pessoas que vierem a cometer algum crime. 
 
Tecnicamente falando, o Direito Penal é a matéria que estuda o conjunto de normas 
jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, definindo crimes e a eles vinculando 
penas ou medidas de segurança. 
 
O primeiro e, talvez, mais importante artigo de nosso Código Penal traz à baila o 
princípio norteador de todo o Direito Penal: o princípio da legalidade. Este princípio dita que 
não haverá crime ou pena sem lei prévia (da expressão latina nullum crimen, nulla poena sine 
praevia lege), o que evidencia a função protetora do Código Penal, veja: 
 
Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
Além disso, vale lembrar que o Código Penal não proíbe nada, uma vez que somos 
todos livres para agir como bem entendermos. Porém, o Código dispõe das penalidades que lhe 
serão aplicadas caso você cometa um crime (conduta descrita no código = crime). Por exemplo, 
ao abrir o Código Penal Brasileiro, você verá que não está escrito “É proibido matar”, e sim 
“Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos” (art. 121 do CP). Perceba que o Código 
somente descreve a conduta, logo, ficará a seu critério realizá-la ou não. 
 
Nosso atual Código é dividido em duas partes: a parte geral (art.1° ao art.120 do CP), 
que define os critérios a partir dos quais o Direito Penal será aplicado, ou seja, diz quando o 
crime existe, como e quando aplicar a pena; e a parte especial, que prevê os crimes em espécie 
e as penas correspondentes. O crime pode ser tanto uma ação (ex.: roubar — art.157 do CP), 
quanto um “deixar de agir”, ou seja, uma omissão (ex.: omissão de socorro — art.135 do CP). 
Cada crime prevê uma determinada escala punitiva, de acordo com sua gravidade. 
 
- O código penal brasileiro 
 
Entre as sociedades tradicionais do Brasil (aquelas que aqui viviam antes da chegada 
dos europeus), o Direito Penal, baseado no costume, era exercido pelo cacique ou pelo pajé. É 
difícil analisar a sociedade e os costumes indígenas, uma vez que são povos e culturas muito 
diferentes da maioria da população. A pena de morte existia e as penas corporais e a 
responsabilidade penal eram iguais para todos, ou seja, não havia diferença entre uma criança 
e um senhor de 70 anos, por exemplo. 
 
Quando os portugueses chegaram ao que hoje é o Brasil, trouxeram consigo todo o 
sistema jurídico penal de seu país de origem e, portanto, o Sistema Penal Brasileiro veio aos 
moldes do Direito Português, sendo que a utilização do termo “Sistema Normativo” delimitou 
o conjunto de normas que foram utilizadas no Brasil a partir da colonização. 
 
O primeiro Código Penal Brasileiro é datado de 1830, nominado Código Criminal do 
Império. Este já era dividido em duas partes, sendo que uma era conhecida como forma geral e 
outra como forma especial (muito semelhante ao nosso atual código, não?). 
 
O Código Criminal do Império vigorou durante sessenta anos, sendo substituído em 
1890, após a proclamação da República Brasileira. Vale lembrar que, em 1822, foi declarada 
independência do Brasil e, em 1889, proclamada a República dos Estados Unidos do Brasil; 
note que os códigos entraram em vigor em datas próximas às destes acontecimentos marcantes 
de nossa história. 
 
O último – e atual – Código Penal Brasileiro é de 1940 (que entrou em vigor 
juntamente com o Código de Processo Penal e a Lei de Contravenções Penais) e sofreu reforma 
na parte geral (aquela que estabelece regras e princípios para aplicação do Direito Penal) em 
https://www.politize.com.br/artigo-5/principio-da-legalidade
https://www.politize.com.br/movimento-indigena/
https://www.politize.com.br/proclamacao-da-republica/
 
1984. A parte especial (que os prevê os crimes e comina as penas) sofreu alterações ao longo 
dos anos, sendo complementada, sobretudo, por leis penais esparsas, fora do Código Penal (Lei 
8.137/1990, por exemplo, quetrata dos crimes contra a ordem econômica, tributária e contra as 
relações de consumo). 
 
Desta maneira, podemos concluir que este dispositivo, o Código Penal, é um elemento 
imprescindível para a garantia da ordem pública e social, de modo que taxa as condutas 
humanas consideradas ilícitas e comina suas respectivas sanções. Em outras palavras, podemos 
dizer que sua finalidade é, portanto, salvaguardar a estabilidade jurídica e proteger os cidadãos 
que dele são beneficiários.

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