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MEDICINA LEGAL (1)

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1 MATEUS LARANJEIRA 
MEDICINA LEGAL 
 
 
 
» OBJETIVO 
Tudo na medicina legal será sempre com o objetivo 
de esclarecer os fatos delituosos da área médica 
para a justiça. 
“O ramo da medicina que reúne todos os 
conhecimentos médicos que podem ajudar a 
administração da Justiça.” 
 
» HISTÓRICO 
Brasil: exame tanatológico (1835) 
 
» CONCEITOS 
 
 Medicina legal: todo fato, todo crime. 
 
 Corpo de Delito: conjunto de elementos 
decorrentes de um fato delituoso, tudo que 
tiver presente na cena do crime (ex: uma 
faca, uma arma, uma bala, um prontuário, 
uma carta). 
a. Direto: quando você avalia algo 
palpável relacionado ao crime (faca, 
arma, exame traumatológico, etc). 
b. Indireto: quando você obtem 
informações por terceiros (depoimentos, 
testemunhas, informações de 
prontuários). 
 
 Perícias e Peritos em Medicina Legal: 
busca produzir prova; seu objetivo é o corpo 
delito. 
Acontece em vivos, mortos, objetivos, 
animais. 
“O perito que, por dolo ou culpa, prestar 
informações inverídicas responderá pelos 
prejuízos que causar à parte e ficará 
inabilitado para atuar em outras perícias no 
PRAZO de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, 
independentemente das demais sanções 
previstas em lei, devendo o juiz comunicar o 
fato ao respectivo órgão de classe para 
adoção das medidas que entender cabíveis” 
(art. 158). 
 
 
 
 
 Documentos Médico-Legais: 
 
1. Notificações: comunicações compulsórias feitas 
pelos médicos às autoridades competentes. 
a. Acidentes de trabalho (CAT): inclui também 
doença profissional e do trabalho. 
b. Doenças infectocontagiosas: dengue, 
hanseníase, AIDS, tuberculose, etc. 
c. Morte encefálica 
d. Crimes de ação penal pública incondicionada 
(desde que não exponha o cliente a 
procedimento criminal). 
 
2. Atestados 
Objetivo de firmar a veracidade de um fato. 
Classificação quanto à veracidade: 
 
a. Idôneo – correto 
b. Gracioso – por amizade, entorse, negligente. 
c. Imprudente – sem cuidado, na pressa. 
d. Falso – sabendo que o pct não tem nada. 
 
 
 
 
 
3. Prontuários 
Acervo documental padronizado referente ao 
registro dos cuidados médicos prestados. 
 
 
 
 
 
4. Relatórios 
Descrição minuciosa de uma perícia médica. 
a. Laudo: realizado pelo perito. 
b. Auto: ditado a um escrivão. 
 
Composição: 
I. Preâmbulo: hora, data e local do exame; 
autoridade que requereu; nome do perito. 
II. Quesitos: quesitos oficiais. 
III. Histórico: o que motivou o pedido da perícia. 
IV. Descrição: parte mais importante do 
relatório. 
V. Discussão: discutir as várias hipóteses. 
VI. Conclusão: análise sumária da 
descrição/discussão. 
VII. Resposta aos quesitos: Sim, Não, 
Prejudicado, Aguardar exame 
complementar. 
 
5. Pareceres médico-legais 
Emissão da opinião de um especialista sobre 
determinada questão. 
Composição: igual ao relatório, sem descrição. 
Parte mais importante: Discussão. 
6. Depoimento oral 
1. Introdução 
CID-10: não é obrigatório! 
Só se coloca, se o paciente permitir. Colocar o CID 
pode expor o paciente. 
1. IML: Instituto de Medicina Legal (envio obrigatório) 
Morte violenta ou suspeita. 
2. SVO: Serviço de Verificação de Óbito (envio não obrigatório) 
 Morte patológica / natural. 
O prontuário fica sob responsabilidade do serviço, 
mas ele pertence ao paciente. 
 
2 MATEUS LARANJEIRA 
Juiz convoca os peritos a fim de esclarecerem 
oralmente pontos duvidosos de perícias. 
 
 
 
 
 
 
 
» ANTROPOLOGIA 
Ciência que estuda o ser humano, sua origem e 
evolução não somente em seu aspecto físico, mas 
também no social e cultural. 
 
» ANTROPOLOGIA FORENSE 
a. Identificação policial ou judiciária; 
b. Identificação médico legal. 
 
Identidade – caracteres que individualiza algo ou 
alguém. 
Objetiva: Afirma tecnicamente que uma 
pessoa é ela mesma (ex: impressões digitais). 
Subjetiva: Consciência de sua própria 
identidade, do seu eu. 
 
Identificação – processo pelo qual se determina a 
identidade. 
 
» IDENTIFICAÇÃO 
 
a. Biológica 
- Unicidade – específicos daquele indivíduo e 
diferente dos demais. 
- Imutabilidade – não mudam e não se alteram 
ao longo do tempo. (nasceu e ficou) 
- Perenidade – resistem à ação do tempo. 
 
b. Técnico (depende do método) 
- Praticabilidade – processo que não seja 
complexo. 
- Classificabilidade – rapidez e facilidade na 
busca dos registros. 
 
» IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL 
 
a. Espécie 
 Ossos; 
Distinção entre ossos de animais e ossos 
humanos pelo estudo dos Canais de 
Havers: 
- Largos e de cerca de 8 por mm² no 
homem; 
- Estreitos e em numero de 40 por mm² nos 
animais. 
 
 Sangue; 
- Cristais de Teichmann e reação de 
Addler, ou Técnica de Kastle-Mayer. 
- Se positivo faz o teste da Reação de 
Uhlenhuth para saber se é humano (aglutinação 
de albumina). 
 
b. Raça 
Há cinco tipos étnicos fundamentais, segundo 
Ottolenghi: 
 
I. Caucásico : Pele branca ou trigueira. 
Cabelos crespos ou lisos, louros ou 
castanhos. Íris azul ou castanha. 
Contorno facial ovóide. Perfil facial 
ortognata ou ligeiramente prognata. 
II. Mongólico: Pele amarela, cabelos 
lisos, face achatada de diante para trás, 
fronte larga e baixa, arcadas 
superciliares pouco salientes. Espaço 
inter-orbital largo. 
Fenda palpebral pouco ampla em 
amêndoa. 
Nariz curto e largo. 
Maxilares pequenos e mento saliente. 
III. Negróide: Pele negra. Cabelos 
crespos em tufos. 
Crânio geralmente dolicocéfalo (largura 
do crânio tem 4/5 do comprimento). 
Perfil facial prógnato, fronte alta, 
saliente e arqueada. Íris castanha. Nariz 
pequeno de perfil côncavo e narinas 
curtas e afastadas. 
Zigomas salientes. Prognatismo 
(conformação facial com maxilar mais 
alongada ) acentuado. Mento pequeno. 
IV. Indiano: Pele amarelo trigueira 
tendendo para o avermelhado. Estatura 
alta. Cabelos lisos como crina de cavalo 
e pretos. Íris castanha. Crânio 
mesocéfalo. Supercílios espessos, 
ausência de barba e bigode. Orelhas 
pequenas. Nariz saliente longo e 
estreito. Fronte vertical. Zigomas 
salientes e largos. Mandíbula 
desenvolvida. 
V. Australóide: Estatura alta, pele 
trigueira, cabelos pretos ondulados e 
longos. Fronte estreita. Zigomas 
proeminentes. Nariz curto com narinas 
afastadas. Prognatismo maxilar e 
alveolar. Dentes fortes. Maxilares 
desenvolvidos. Cintura escapular larga 
e bacia estreita. 
 
Elementos para Caracterização da Raça 
1. Forma do crânio; 
- Índices cefálicos; 
 a. Índice cefálico horizontal. ICH, fórmula; 
 b. Índice vertical (perfil). IV.Pe, fórmula; 
2. ANTROPOLOGIA FORENSE 
 
3 MATEUS LARANJEIRA 
 c. Índice transverso ou vertical posterior. IV.Po, 
fórmula; 
 d. Índice nasal. IN, fórmula. 
Capacidade do crânio: branca (1558cm³), 
amarela(1518cm³), vermelha (1437cm³) e negra 
(1430cm³); 
 
2. Angulo facial; 
3. Dimensões da face; 
4. Envergadura; 
 a. Índice tibiofemural. I.TF (negros > 83); 
 b. Índice radioumeral. I.RU (negros > 80). 
5. Cabelos. DNA. Animal; 
6. Dentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c. Sexo 
 
I. Sexo cromossomial: 
XX = feminino; 
XY = masculino; 
II. Sexo gonadal: 
Ovário = feminino; 
Testículos = masculino; 
III. Sexo da genitália interna: 
Útero e ovário = feminino; 
Próstata = masculino; 
IV. Sexo da genitália externa: 
Vagina e clitóris = feminino; 
Pênis e escroto = masculino 
 
V. Sexo através do esqueleto 
 
a. Crânio 
 
- Homem: 
Espessura óssea mais acentuada; 
Glabela mais acentuada; 
Rebordos super-orbitários mais rombos; 
Apófises estilóides mais grossas e 
longas; 
Mastóides mais salientes e rugosos; 
Mandíbula mais grossa ramo ascendente 
mais largo. 
 
 
- Mulher: 
Espessura óssea mais delicada com 
fronte mais verticalizada; 
Glabela discreta; 
Rebordos super-orbitários cortantes; 
Curtas e finas; 
Mastóides mais discretas; 
Mandíbula mais delgada, ramoascendente mais estreito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b. P
e
l
v
e 
 
-
 
H
o
m
em 
Predominam as dimensões verticais; 
Ângulo sacro vertebral mais saliente; 
Ossatura mais espessa e sólida; 
Estreito superior da bacia em forma de 
coração; 
Predominam as dimensões verticais; 
Ângulo sacro vertebral mais saliente. 
 
- Mulher 
Predominam as dimensões horizontais; 
Ângulo sacro vertebral mais fechado; 
Ossatura mais delgada; 
Estreito superior da bacia de forma 
eliptica; 
Arcada pubiana mais aberta; 
Predominam as dimensões horizontais; 
Ângulo sacro vertebral mais fechado; 
Ossatura mais delgada. 
 
 
 
CRÂNIO HOMEM MULHER 
Capacidade ≥ 1.400 cm³ 1.300 cm³ 
Apófises 
mastóideas 
Rugosas e 
proeminentes 
Pouco 
proeminentes 
Arcos 
superciliares 
Salientes Suaves 
Côndilos 
occipitais 
Longos e 
delgados 
Curtos e largos 
 
4 MATEUS LARANJEIRA 
PELVE HOMEM MULHER 
Em geral 
Rugosa, com 
inserções musculares 
marcadas 
Lisa, com inserções 
pouco proeminentes 
Forma De coração Circular 
Ílio Alto Baixo 
Acetábulo 
Grande e dirigido 
para o lado 
Pequeno e dirigido 
anterolateralmente 
Buraco 
obturador 
Grande e oval 
Pequeno e 
triangular 
Sínfise do 
púbis 
Alta Baixa 
Ângulo 
subpubiano 
Estreito e em forma 
de “V” 
Amplo e em forma 
de m”U”lher 
Sacro 
Longo, estreito e 
pouco curvo 
Curto, largo e 
marcadamente 
curvo 
 
d. Idade 
Para avaliação da idade em cadáver, 
consideramos a aparência o que é 
relativamente fácil quando se trata de recém 
nato, jovens, pessoas maduras e idosas, porém 
nos níveis intermediários encontramos as 
dificuldades. 
 
Importância nos seguintes casos: 
1. Ausência de registro civil. 
2. Registro existente, mas imputado de falsidade. 
3. Existência de dois registros, requerendo opção 
com base científica. 
4. Identificação de pessoas desconhecidas. 
5. Cadáveres irreconhecíveis e esqueletos 
 
Determinação da idade no vivo e no cadáver: 
Pele: Aparecimento de rugas. 
Pelos: Os pelos pubianos aparecem nas 
meninas dos 11 aos 13 anos e nos meninos 
dos 13 aos 15 anos. Os pelos axilares 
aparecem por volta de dois anos depois. 
Dentes: São grandes auxiliares na 
determinação da idade. Existem tabelas para 
análise das primeiras e segunda dentições. 
Cargo do Perito Odontolegista. 
16/16 – maior que 18 anos 
14/14 – maior que 14 e menor que 18 anos 
12/12 – menor que 14 anos 
 
A radiografia dos Ossos é de suma importância 
na determinação da idade. Utilizam-se 
radiografias do punho, cotovelo, joelho, 
tornozelo, bacia e crânio. 
 
 
 
 
 
 
Soldadura das epífises no rádio distal 
 Feminino: 18-19 anos 
 Masculino: 20-21 anos 
 
e. Estatura 
Através de uma régua especial com duas 
hastes, no cadáver, obtemos a estatura 
medindo-o deitado, com uma haste na parte 
superior do crânio e outra nos calcanhares. 
Somente os ossos longos tem valor, e o fêmur é 
o principal. 
Utilizamos a tabela osteométrica de Etienne-
Rollet. As alturas obtidas são bastante 
aproximadas. 
 
f. Mal Formações 
g. Sinais Profissionais 
h. Cicatrizes 
i. Tatuagens 
j. Consolidação Viciosa de Fraturas 
k. Pavilhão Auricular 
l. Radiografias Prévias 
m. Superposição Craniofacial Por Imagens 
n. Vídeo 
o. Identificação Dentária 
p. DNA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É o modelo de identificação utilizado, na rotina, 
pela polícia e pela justiça. 
 
Bom método de identificação: 
Unicidade: conjunto de caracteres que torna o 
indivíduo diferente de todos os outros; 
Imutabilidade: os elementos registrados devem 
permanecer sempre sem sofrer a ação de 
qualquer fator endógeno ou exógeno; 
Perenidade: uma capacidade que alguns 
elementos têm de resistir ao tempo; 
Praticabilidade: deve dispor de elementos de 
fácil obtenção e que não lhe dificultem a 
maneira de registrar; 
Classificabilidade: facilidade para encontrar as 
respectivas fichas. 
 
a. Processos Antigos- Ferrete – 1º processo 
de identificação usado pelo homem, marcar 
com ferro em brasa. 
 Marca na fronte, nas espáduas ou nas 
 coxas. 
3. Identificação judiciária 
ou policial 
 
5 MATEUS LARANJEIRA 
b. Fotografia Simples - Ainda em voga nas 
cédulas de identidade. Inconvenientes- 
Dificuldade em classificação, alterações dos 
traços, sósias, etc. 
 
c. Retrato Falado - Pela memória, são 
relatados detalhes mais importantes da 
fisionomia. Já existem fichas e programas 
de computador. 
 
d. Sistema Otométrico de Frégio -
Imutabilidade e pluralidade das formas dos 
pavilhões auriculares. 
 
e. Sistema Oftalmétrico de Capdeville - 
Detecção da cor e da medida dos olhos. 
 
f. Sistema Flebográfico de Tamassia - 
Múltiplas ramificações venosas do dorso da 
mão por meio de fotografias. 
 
g. Sistema Palmar de Stockes e Wild - 
Delineamento dos sulcos palmares. 
 
h. Queiloscopia 
 
i. Sistema dactiloscópico de Vucetich - 
Processo de identificação que foi lançado 
em 1891 e instituído oficialmente no Brasil 
em 1903. 
“A ciência que se propõe a identificar as 
pessoas, fisicamente consideradas, por 
meio das impressões ou reproduções 
físicas dos desenhos formados pelas cristas 
papilares das extremidades digitais”. 
 
- Desenho Digital - Conjunto de cristas e 
sulcos existentes nas polpas dos dedos. 
- Impressão Digital - Reverso do desenho, 
linhas brancas e pretas sobre determinado 
suporte. 
- Delta - Pequeno ângulo ou triângulo 
formado pelo encontro de três sistemas de 
linhas: a presença de um, dois ou nenhum 
DELTA, numa impressão digital, estabelece 
os quatro tipos fundamentais do Sistema 
Dactiloscópico de Vucetich. 
 
 
 
 
 
 
 
 Verticilo - Presença de dois deltas e 
um núcleo central. 
 Presilha Externa - Presença de um 
delta à esquerda do observador e o núcleo 
voltado em sentido contrário ao delta. 
 Presilha Interna - Presença de um 
delta à direita do observador e do núcleo 
voltado para à esquerda. 
 Arco - Ausência de deltas e núcleo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V – 4 
E – 3 
I – 2 
A – 1 
 
Esses tipos essenciais são simbolicamente 
representados por letras maiúsculas para 
polegares e por algarismos para o restante dos 
dedos, assim: 
 Desenhos com cicatrizes - X 
 Amputação - 0 (zero) 
 
É a sucessão de letras e algarismos que 
configuram os tipos fundamentais. 
 
Polegar sempre é identificado por letra! 
Exemplo: V – 3334 – mão direita numerador 
 I – 2221 – mão esquerda denominador 
 
A impressão do polegar da mão direita 
denomina-se “fundamental” é a base do 
sistema. 
 
Pontos Característicos - São acidentes 
(detalhes) encontrados nos leitos papilares. 
Exemplos: ilhota 
 bifurcação 
 cicatriz 
 
 
 
 
6 MATEUS LARANJEIRA 
 
j. Registro inicial de identificação (recém- 
nascidos) 
Impressão plantar do RN + Impressão 
digital do polegar direito da mão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Com base nos estudos da antropologia, qual das 
alternativas abaixo contém fundamentos técnico-biológicos 
utilizados em um método de identificação capazes de 
conferir-lhe credibilidade? 
a) Semelhança, unicidade, igualdade, confiabilidade. 
b) Unicidade, imutabilidade, praticabilidade, 
classificabilidade. 
c) Unicidade, confiabilidade, semelhança, viabilidade. 
d) Semelhança, classificabilidade, praticabilidade, 
confiabilidade. 
e) Aceitabilidade, semelhança, praticabilidade, igualdade. 
 
2. Didaticamente, o dactilograma é composto por quais 
sistemas de linhas? 
a) Apicial, marginal e nuclear. 
b) Apicial, marginal, nuclear e basilar. 
c) Marginal, nuclear e basilar. 
d) Marginal e basilar. 
e) NDA. 
 
3. Assinale a alternativa correta em relação à quantidade de 
deltas presentes núcleo verticilar: 
a)Somente 1 
b) Obrigatoriamente 2 
c) Ocasionalmente mais de 2 
d) No caso de deltas ambíguos, pode ocorrer que um ou 
mesmo os dois não estejam visíveis. 
e) NDA 
 
4. Analisando a fórmula papiloscópica decadactilar (FD) a 
seguir, podemos afirmar que: 
E – 3322 
I – 3021 
 
a) O dedo médio da mão esquerda apresenta cicatriz. 
b) O dedo médio da mão direita apresenta cicatriz. 
c) O dedo indicador da mão esquerda está ausente. 
d) O dedo fundamental é uma presilha externa. 
e) O polegar da mão esquerda é um verticilo. 
 
 
7 MATEUS LARANJEIRA 
 
 
 
 
 
» CONCEITO 
Estudam-se lesões produzidas por violência sobre o 
corpo humano e os instrumentos (agentes 
vulnerantes) causadores de lesão. 
 
» LESÕES ATÍPICAS – equimoses, lesões por 
instrumentos contundentes. 
 
» LESÕES TÍPICAS – lesões por projétil de arma de 
fogo, lesão por instrumento cilíndricos, etc. 
 
» ENERGIAS CAUSADORAS DE LESÃO 
 
1. MECÂNICA – Instrumentos e objetos; 
- Instrumentos de ordem mecânica; 
- Formas puras (Contundente, Perfurante, 
Cortante); 
- Formas compostas (Perfuro-contundente, 
perfuro-cortante, corto-contundente). 
I. Lesões contusas = “ação por pressão” 
 a. Rubefação – fenômeno vaso-motor; 
 (ex: Tapa na face ou Nádegas). 
 b. Edema 
 c. Hematoma – não há coloração roxa. 
 d. Equimoses – infiltração hemorrágica 
 dos tecidos. 
 Sugilação 
 Estrias pneumáticas de SIMONIN 
 Manchas de TARDIEU - equimose 
 puntiforme na pleura visceral 
 (pulmão, coração e crânio). 
 Manchas de PAUTALF – 
 mnemônica: ALFOGADO. 
 (ex: equimose puntiforme 
 subpleural ≥ 2 cm). 
 Estudo das equimoses: 
 mudança de cor das equimoses = 
 nexo temporal da lesão; 
 
 Espectro Equimótico de Legrand du Saulle 
(MNEMÔNICA: VeVi AzVerA) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERIDAS CONTUSAS = Ruptura da epiderme. 
ESCORIAÇÃO = Não cicatriza – REGENERA. 
 
II. Lesões puntiformes ou punctórias = 
“ação por percussão” 
(ex: agulha, alfinetes, ferrão de inseto, 
perfurador de gelo.). 
a. Lesões puntiformes 
b. Sinais singelos na superfície e 
grave em profundidade; 
c. Saída é irregular e menor; 
d. Lesão em acordeão ou lacassagne; 
e. Lei de Filhos e Langer; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III. Lesões cortantes ou incisas = “ação por 
deslizamento” 
(ex: navalhas, lâmina de barbear, bisturi). 
O centro da ferida é mais profundo que os 
bordos; 
Bordos regulares; 
Sangrante. 
Cauda de escoriação 
 
a. Lesões de defesa ( mãos, braços, pés) 
b. Esgorjamento 
c. Degolamento 
d. Esquartejamento 
e. Espostejamento 
f. Decapitação 
 
IV. Lesões perfurocortantes = “ação por 
percussão e deslizamento”. 
(ex: faca, peixeira, canivete, punhal). 
Instrumentos de ponta e gume. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Traumatologia forense 
 
8 MATEUS LARANJEIRA 
 
V. Lesões cortocontusas = “deslizamento, 
percussão e pressão”. 
(ex: foice, motosserra, enxada, guilhotina, 
unhas, dentes); 
Ferida irregular, localização aleatória. 
Não respeitam o plano ósseo. 
 
a. Decapitação 
b. Esquartejamento 
c. Espostejamento 
 
MORDEDURAS - 4 GRAUS; 
1 Grau = Equimose + escoriações; 
2 Grau = Mais profunda (Marca dos dentes); 
3 Grau = Atinge a musculatura; 
4 Grau = Laceração com perda de tecidos 
 
VI. Lesões perfurocontusas= “ação por 
percussão e pressão” 
(ex: ponta de guarda chuva, espeto de 
churrasco, chave de fenda e PAF); 
ARMAS DE FOGO = MAIORES 
CAUSADORAS DE LESÃO. 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
a. Quanto à mobilidade; 
b. Quanto ao tipo de cano. 
 
PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO (PAF) 
 Calibre =  perfuração 
 Calibre =  contusão 
 Cone invertido de Bonnet 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ENTRADA x SAÍDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Efeitos primários: efeitos do projétil. (ex: orla de 
escoriação). Saída > entrada 
 Efeitos secundários (ex: pólvora incombusta/gases 
superaquecidos, chamas). 
TRAJETÓRIA / TRAJETO 
 Tiro encostado 
Câmara De Mina De Hoffman 
Sinal De Werkgaetner 
Sinal De Benassi 
Funil Invertido De Bonnet 
 
 À curta distância 
 Sempre haverá efeitos secundários 
Zona De Fisch 
Zona De Tatuagem 
Zona De Chamuscamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 À distância 
 
 LESÕES POR EXPLOSIVOS 
 Material do artefato e escombros; 
 Onda explosiva ou blast injury. 
 
Lesão no tímpano + comum. 
Orgão menos lesado: coração. 
 
LESÕES POR MARTELO 
Fratura perfurante ou sinal de strassmann 
Mapa mundi de carrara 
 
OUTRAS LESÕES 
ENCRAVAMENTO 
TRANSFIXAÇÃO 
EMPALAMENTO 
 
2. QUÍMICA – Cáusticos, venenos; 
3. FÍSICA – Temperatura, pressão, luz, 
eletricidade; 
4. FÍSICA – QUÍMICA: Asfixias; 
5. BIODINÂMICA – Choque; 
6. MISTAS. 
 
 
 
 
 
9 MATEUS LARANJEIRA 
 
 
 
 
 
 
 PROVA 02 
 
 
 
 
 
 
» CONCEITOS 
 
 EUTANÁSIA: 
ANTECIPAÇÃO DA MORTE de paciente 
incurável, geralmente terminal e em grande 
sofrimento, movido por COMPAIXÃO para com 
ele - morte antes de seu tempo. 
 
 DISTANÁSIA: 
MANUTENÇÃO da VIDA por meio de 
tratamento desproporcional / obstinação 
terapêutica que vai além de qualquer 
esperança de beneficiar o doente ou promover 
seu bem-estar, levando a um processo de 
morrer prolongado e com sofrimento físico ou 
psicológico - morte depois do tempo. 
 
 ORTOTANÁSIA: 
NÃO PROLONGAMENTO ARTIFICIAL DO 
PROCESSO DE MORRER, prover os 
CUIDADOS PALIATIVOS, sem interferir no 
momento da morte, sem encurtar o tempo 
natural de vida - morte chega na hora certa. 
 
» HISTÓRIA 
- Índia: os incuráveis eram jogados no rio Ganges, 
suas narinas e a boca obstruídas com a lama 
sagrada. 
- Esparta: RN deformados/anciãos eram 
arremessados do alto do monte Taijeto. 
- Atenas: Senado tinha o poder de decidir sobre a 
eliminação dos velhos e incuráveis. 
- O Polegar para baixo dos Césares era autorização 
à morte, permitindo aos gladiadores feridos evitar a 
agonia. 
 
SÉCULO XX 
 O movimento pró-eutanásia surgiu na 
Inglaterra, por volta de 1900, com base nas 
teorias de Charles Darwin de que os fracos 
devem morrer e de que só os mais fortes são 
dignos de viver. 
 Alemanha (1922) muito antes de o nazismo 
começar seu avanço, o jurista Karl Binding e o 
psiquiatra Alfred Hoche escreveram 
Legalizando a Destruição da Vida Sem 
Valor: eutanásia para os deficientes físicos e 
mentais. 
 Europa - eutanásia associando-a com eugenia 
(1939 – Programa nazista de eutanásia). 
Nestes casos, a eutanásia era, na realidade, 
um instrumento de "higienização social", com a 
finalidade de buscar a perfeição ou o 
aprimoramento de uma "raça", nada tendo a 
ver com compaixão, piedade ou direito para 
terminar com a própria vida. 
 Brasil (1996) - projeto de lei 125/96 no Senado 
Federal, instituindo a possibilidade de 
realização de procedimentos de eutanásia, sua 
avaliação nas comissões especializadas não 
prosperou. 
 Colômbia (1997) estabeleceu que "ninguém 
pode ser responsabilizado criminalmente por 
tirar a vida de um paciente terminal que tenha 
dado seu claro consentimento". Primeiro país 
sul-americano a constituir um Movimento de 
Direito à Morte. 
 Holanda e Bélgica legalizaram a eutanásia em 
2002. 
 
“A vida é um direito a ser assegurado e não 
uma obrigação incondicional a ser imposta.” 
 DR. Henrique Carlos Gonçalves 
 
» PACIENTE TERMINAL 
a. Presença de uma enfermidade avançada, 
progressiva, incurável, irrecuperável; 
b. Fora de possibilidades terapêuticas (FPT); 
c. Necessita de cuidados paliativos. 
 
 O que fazer com este paciente? 
 Como administrar seu final de vida? 
 Justifica-se a manutenção do aparato 
tecnológico quando não há mais esperança de 
cura? 
 Quando interromper o aparato tecnológico? 
 Que vida é possível para este doente, a partir 
de sua categorização como FPT? 
 
» PRINCÍPIOS BIOÉTICOS 
- Beneficência; 
- Não-maleficência; 
- Autonomia; 
- Justiça; 
- Equidade 
 
 
5. Tanatologiaforense 
6. Eutanásia, distanásia e 
ortotanásia 
 
10 MATEUS LARANJEIRA 
I. BENEFICÊNCIA 
 Evitar submeter o paciente a intervenções 
cujo sofrimento resultante seja muito maior do 
que o benefício eventualmente conseguido. 
1. Proporcionar uma morte digna 
2. Evitar a distanásia 
3. Oferecer cuidados paliativos 
 São atitudes legais e eticamente permitidas 
que envolvam o conceito de qualidade de vida. 
 Não é considerada eutanásia quando a 
intenção é aliviar o sofrimento e não levar à morte. 
 
II. NÃO MALEFICÊNCIA 
 Evitar intervenções que determinem 
desrespeito à dignidade do paciente como 
pessoa. 
- Na fase em que a morte é inevitável, ou seja, a 
cura for impossível, deve predominar o princípio de 
não maleficência. 
- Evitar o sofrimento ou aliviá-lo. 
 
III. AUTONOMIA 
 Liberdade de ação com que cada pessoa 
escolhe. Respeitar a autonomia implica no 
reconhecimento de que a pessoa é um fim em si 
mesmo, livre e autônoma, capaz de 
autogovernar-se e de decidir por si mesma. 
 Confere aos seres humanos o direito de 
escolher livremente seu próprio destino e requer a 
obtenção de consentimento livre e esclarecido do 
paciente ou responsáveis legais. 
 O exercício do princípio da autonomia na 
situação do paciente terminal, em nenhum momento 
deve ser unilateral, muito pelo contrário, ela deve 
ser consensual da equipe e da família. 
 
IV. JUSTIÇA 
 O princípio da justiça deve ser levado em conta 
na decisão final, embora não deva prevalecer 
(inferior) sobre os princípios da beneficência, da 
não-maleficência e da autonomia. 
 Se o paciente está na fase de morte inevitável, 
e são oferecidos cuidados desproporcionais, 
estaremos utilizando recursos que poderiam ser 
aplicados em outros pacientes. 
 
 Temos o direito de escolher o modo de morrer? 
 Pode-se planejar a própria morte? 
 Tem a pessoa o direito de decidir sobre sua 
própria morte, buscando dignidade? 
 A vida sem dignidade tem algum valor para o 
seu titular? 
 Pode o desejo de morrer ser excluído do 
projeto humano de viver? 
 Os profissionais de saúde, que têm o dever de 
cuidar das necessidades dos pacientes, podem 
atender um pedido para morrer? 
» EUTANÁSIA 
- A origem etimológica da palavra Eutanásia é 
eu=bem e thánatos=morte 
- O termo Eutanásia vem do grego, podendo ser 
traduzido como "boa morte“ ou "morte apropriada”. 
Sinônimos morte harmoniosa, morte sem angústia, 
morte sem dor, morte sem sofrimento, morte fácil. 
- Foi proposto por Francis Bacon (1623) em sua 
obra “História da Vida e da Morte”, onde sustentou a 
tese que nas enfermidades incuráveis era 
absolutamente humano e necessário dar uma boa 
morte e abolir o sofrimento dos enfermos. 
 
- Atos motivados por compaixão que provocam a 
morte para abreviar a agonia/sofrimento/dor de um 
doente incurável, tem a preocupação com a 
dignidade da pessoa e a QUALIDADE de VIDA. 
 
- Consentimento: 
 Voluntária: quando a morte é provocada 
atendendo a pedido explícito ou presumido 
desta, em nome da compaixão por quem está 
sofrendo, numa condição considerada já 
desumana, e com a intenção de dar término a 
esse sofrimento,tem sido descrita como 
suicídio assistido ou homicídio por requisição. 
 Involuntária: Ocorre quando a morte é 
provocada contra a vontade do paciente = 
Homicídio. 
 Não voluntária: Caracteriza-se pela 
inexistência de manifestação da posição do 
paciente em relação a ela. 
 Eugênica: é a eliminação indolor dos doentes 
indesejáveis, dos inválidos e velhos, no escopo 
de aliviar a sociedade do peso de pessoas 
economicamente inúteis. 
 
- Modo de atuação do agente: 
 ATIVA: quando a morte é provocada, decorre 
de uma conduta positiva, comissiva, 
geralmente é negociada e planejada entre 
paciente e profissional ou parente que vai 
efetuar o ato. 
 PASSIVA: quando a morte advém da omissão 
ou suspensão de medidas indispensáveis para 
salvar a vida. 
 
“Vivemos a angústia de presenciar o sofrimento de 
pessoas em seu final de vida, porque fizemos 
crescer, de maneira exagerada, a tecnologia, e 
diminuímos desproporcionalmente a reflexão (...) 
Refletir não significa desprezar a tecnologia e, sim, 
colocá-la em seu devido lugar”. 
José Eduardo de Siqueira, presidente da 
Sociedade Brasileira de Bioética 
 
 
11 MATEUS LARANJEIRA 
 A obsessão de manter a vida biológica a 
qualquer custo nos conduz à chamada 
obstinação terapêutica. Alguns alegando ser a 
vida um bem sagrado, por nada se afastam da 
determinação de tudo fazer enquanto resta débil 
sopro de vida. 
 Os médicos empenham-se em tratar a doença 
da pessoa, desconhecendo que a missão primacial 
deve ser a busca do bem-estar físico e emocional 
do enfermo. 
 
» DISTANÁSIA 
 Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento 
Aurélio dicionário 
 Sinônimo: tratamento inútil (fútil), obstinação 
terapêutica ou futilidade médica. 
 Prolongamento do processo de morrer de um 
paciente, adiando o INEVITÁVEL, trata-se da 
atitude médica que, visando “salvar a vida” do 
paciente terminal, submete-o a grande 
sofrimento, aumentando a quantidade de vida, 
sacrificando a dignidade, considerada má 
prática médica. 
 Há postergação da morte com sofrimento e 
indignidade. 
 O tratamento desnecessário implica em 
violações aos parâmetros éticos e morais: 
princípios da beneficência e da autonomia. 
 Há violação à dignidade da pessoa no 
momento em que se inicia tratamento 
sabidamente ineficaz face à inevitabilidade da 
morte e irreversibilidade do processo que a ela 
conduz. 
 A distanásia é um ato profundamente 
desumano por ofender a dignidade humana e 
outros direitos fundamentais, a tal ponto, que é 
preciso reivindicar a reapropriação da morte, e 
não mais a vida. 
 O conceito de tratamento fútil pode ou não ter 
concordância entre médicos, juristas e 
bioeticistas, dependendo da argumentação 
utilizada. 
 O tratamento desnecessário implica em 
violações aos parâmetros éticos e morais: 
princípios da beneficência e da autonomia. 
 Há violação à dignidade da pessoa no 
momento em que se inicia tratamento 
sabidamente ineficaz face à inevitabilidade da 
morte e irreversibilidade do processo que a ela 
conduz. 
 A distanásia é um ato profundamente 
desumano por ofender a dignidade humana e 
outros direitos fundamentais, a tal ponto, que é 
preciso reivindicar a reapropriação da morte, e 
não mais a vida. 
 O conceito de tratamento fútil pode ou não ter 
concordância entre médicos, juristas e 
bioeticistas, dependendo da argumentação 
utilizada. 
 
 Até que ponto se deve prolongar o processo do 
morrer quando não há mais esperança de 
reverter o quadro? 
 É moralmente aceitável imputar sofrimento 
inútil e desproporcional a pacientes sem 
chances de recuperação? 
 Sera lícito/ético investir na perpetuação da 
vida, em pacientes terminais? 
 A medicina pode fazer, a qualquer custo, tudo 
o que lhe permite seu arsenal terapêutico? 
 A vida humana deve ser preservada 
independente de sua qualidade? 
 
» ORTOTANÁSIA 
- Conceito - Morte natural 
- Grego: orthos: normal e thanatos:morte 
- Morte no tempo certo 
- Há omissão ou suspensão de tratamento de 
manutenção da vida que se mostram 
desproporcionados/perderam sua indicação, por 
resultarem inúteis para aquele indivíduo, no grau de 
doença em que se encontra – A FIM DE NÃO 
PROTELAR O SOFRER EM VÃO. 
- NOVO PARADIGMA: Aqueles que abraçam o 
legado de Hipócrates regressem à condição de 
menos técnicos e mais médicos de homens, almas 
e corações. 
 
 Promove o conforto do paciente, sem interferir 
no momento da morte, sem encurtar o tempo 
natural de vida, nem adiá-lo indevida e 
artificialmente, possibilitando que a morte 
chegue na hora certa. 
 Respeita o princípio Constitucional da 
dignidade humana sem ultrapassar limites 
jurídicos, éticos e teológicos. 
 
» CONSIDERAÇÕES 
 A partir dadécada de 60 os códigos de ética 
profissionais reconheceram o enfermo como 
agente autônomo. 
 Não reconhecer o direito do enfermo recusar 
autonomamente uma proposta terapêutica ou 
diagnóstica é atitude inaceitável do ponto de 
vista ético. 
 O enfermo, quando competente, tem o direito 
de exercer plenamente sua autonomia em 
tomar decisões sobre seu próprio corpo, 
mesmo ante propostas médicas baseadas em 
evidências científicas. 
 
12 MATEUS LARANJEIRA 
 Fazer o bem não significa necessariamente 
utilizar os conhecimentos científicos para 
preservar a vida a qualquer custo, pois quando 
chega o momento em que salvar a vida é 
impossível, a morte não deve ser mais vista 
como inimiga. 
 
» CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA 
XXII: Nas situações clínicas irreversíveis e 
terminais, o médico evitará a realização de 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos 
desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua 
atenção todos os cuidados paliativos apropriados. 
 
Direito do médico 
II: Indicar o procedimento adequado ao paciente, 
observadas as práticas cientificamente 
reconhecidas e respeitada à legislação vigente. 
 
 Art. 14. É vedado praticar ou indicar atos 
médicos desnecessários ou proibidos pela 
legislação vigente no País. 
 Mais significativo no Art. 36 § 2°, que incentiva 
os médicos a não abandonar seu paciente por 
ser este portador de moléstia crônica ou 
incurável, mas deve continuar a assisti-lo ainda 
que para cuidados paliativos. 
 Art. 41. É vedado abreviar a vida do paciente, 
ainda que a pedido deste ou de seu 
representante legal. 
Parágrafo único. Nos casos de doença 
incurável e terminal, deve o médico oferecer 
todos os cuidados paliativos disponíveis sem 
empreender ações diagnósticas ou 
terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando 
sempre em consideração a vontade expressa 
do paciente ou, na sua impossibilidade, a de 
seu representante legal. 
 Art 5º, III - diz expressamente que ninguém 
será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante e garante ao 
paciente recorrer ao judiciário para impedir 
qualquer intervenção ilícita no seu corpo contra 
a sua vontade. 
Estaria respeitando o princípio constitucional 
da Dignidade humana, e sob a perspectiva da 
ética humanizada nada há que possa 
recriminar – a ortotanásia que é uma exigência 
ética e moral, é a saída juridicamente 
autorizada para que seja possível um processo 
de morrer acobertado de dignidade. 
 
» LEGISLAÇÃO 
- Portaria 675/GM de 2006 – carta dos Direitos 
dos Usuários da Saúde, que afirma que é direto do 
usuário o consentimento ou a recusa de forma livre, 
voluntária e esclarecida, depois de adequada 
informação, a quaisquer procedimentos, 
diagnósticos, preventivos ou terapêuticos, salvo se 
isso acarretar risco à saúde pública. 
- São ainda direitos dos usuários não ser submetido 
a nenhum exame, sem conhecimento e 
consentimento, bem como indicar um representante 
legal de sua livre escolha, a quem confiará a 
tomada de decisões para a eventualidade de tornar-
se incapaz de exercer sua autonomia. 
- Assegurado o direito de opção pelo local de morte 
(ALTA A PEDIDO) 
 
» CÓDIGO PENAL 
A eutanásia é CRIME 
 Art. 121. § 3º. "Se o autor do crime é cônjuge, 
companheiro, ascendente, descendente, irmão 
ou pessoa ligada por estreitos laços de afeição 
à vítima, e agiu por compaixão, a pedido desta, 
imputável e maior de dezoito anos, para 
abreviar-lhe sofrimento físico insuportável, em 
razão de doença grave e em estado terminal, 
devidamente diagnosticados: Pena - reclusão, 
de dois a cinco anos". 
 Art. 122 – Induzir ou instigar ou prestar 
auxílio (...) 
 Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando 
possível fazê-lo sem risco, à criança 
abandonada ou extraviada, ou a pessoa 
inválida ou ferida, ao desamparado ou em 
grave e eminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos socorro da autoridade pública: Pena – 
detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
 Resolução CFM 1805/2006 
Visa possibilitar ao médico, respeitado o livre 
arbítrio do indivíduo ou de seu representante 
legal, limitar ou suspender procedimentos e 
tratamentos que prolonguem a vida do 
paciente em fase terminal, devido a doença 
grave e incurável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 MATEUS LARANJEIRA 
 
 
 
» CONCEITOS 
• Gravidez: é o estágio fisiológico da mulher 
durante o qual ela traz dentro de si o produto 
da concepção. 
• Importância médico-legal: 
I. Investigação de paternidade 
II. Simulação de gravidez 
III. Dissimulação de gravidez 
IV. Infanticídio 
V. Prova de violência sexual (conjunção 
carnal) 
VI. Impossibilidade de anulação de 
casamento 
VII. Atestados administrativos, 
previdenciários, etc. 
 DIAGNÓSTICO 
- Sinais de presunção: 
 Perturbações digestórias, pigmentação 
da linha alba, máscara gravídica, congestão 
das mamas, estrias abdominais, lanugem (sinal 
de Halban), alterações de aparelhos e sistemas 
(tonturas, polaciúria, sonolência, taquicardia, 
lipotímia). 
 
- Sinais de probabilidade: 
a. Hipertrofia uterina 
b. Alteração da forma uterina (sinal de 
Piskacek), 
c. Alterações mamárias: aumento de volume, 
rede venosa superficial (sinal de Haller), 
hipertrofia dos tubérculos de Montgomery, 
aumento de pigmentação das auréolas, 
secreção, estrias ou vergões 
d. Amenorréia 
e. Cianose de vulva e vagina (sinal de 
Jacquemier-Kluge) 
f. Pulsação vaginal (sinal de Oseander) 
- Sinais de certeza: 
a. Movimentos ativos fetais Þ a partir da 18ª 
semana 
b. Batimentos cardíacos do feto Þ a partir da 
20/21ª semana 
c. Palpação de segmentos fetais Þ a partir 
da 18ª semana 
d. Rechaço fetal intrauterino Þ a partir da 18ª 
semana 
 
 
 
 
USG: 
5ª semana  saco gestacional 
6 / 7ª semana  batimentos cardíacos fetais -
13 / 14ª semana  polo cefálico 
 
Avaliação da idade fetal 
RNM  diagnóstico precoce da gravidez 
RX  7ª semana mostra primeiros pontos de 
ossificação 
 
Provas biológicas 
Reação de Mário Magliano (planotest): 
gonadotrofina coriônica humana (hCG) na urina 
 12 dias após a ausência da menstruação; 
 
Beta hCG plasmática  a partir de 4-6 dias da 
gestação. 
 
» INTERESSE MÉDICO LEGAL 
• Suposição de gravidez: patologias, 
pseudociese. 
• Simulação de gravidez: dolosa por objetivar 
reguardar um suposto direito ou fugir de uma 
responsabilidade. 
 
Dissimulação de gravidez: 
• BOA FÉ - mulher julga ser portadora de 
alteração patológica ou funcional (menopausa) 
• MÁ FÉ - aquisição de direitos civis, negação de 
adultério, aborto ou de infanticídio. 
 
Metassimulação: 
• Alteração proposital do tempo de gestação 
para imputação falsa de paternidade ou para 
obter vantagem social. 
 
» FORMAS ATÍPICAS DE GRAVIDEZ 
 Gemelaridade univitelina: gêmeos do 
mesmo sexo, idênticos e monozigóticos. 
 Superfecundação: fecundação de dois ou 
mais óvulos de um mesmo ciclo no mesmo 
coito ou em coitos diversos por único 
parceiro ou parceiros diferentes. 
 Superfetação: fecundação de dois ou mais 
óvulos de ciclos diferentes. 
 Gravidez extrauterina: tubária, abdominal. 
 Gravidez molar: degeneração do concepto. 
 Gravidez anembrionária: saco gestacional 
com plascenta e sem embrião resulta em 
aborto. 
 
 
 
 
 
 
7. GRAVIDEZ E PUERPÉRIO 
 
14 MATEUS LARANJEIRA 
» DURAÇÃO MÉDIA 
270 a 280 dias 
- Morte e retenção fetal (diagnóstico): 
- Dados obstétricos: ausência de movimentos fetais, 
redução do volume uterino, regressão da 
sintomatologia gravídica 
- Exames laboratoriais: redução de estriol, ausência 
de células naviculares pela colpocitologia 
- Exames de imagem: USG, Rx, RNM 
- Feto retido: maceração: a partir do terceiro dia 
observam-se flictenas serosas e sanguinolentas, 
destacamento de epiderme, líquido amniótico 
esverdeado. 
 
» PARTO 
- Parto é o conjuntode fenômenos fisiológicos e 
mecânicos cuja finalidade é a expulsão do feto 
viável e anexos. 
- Início: ruptura da bolsa 
- Término: expulsão da placenta 
 
• Interesse médico-legal: 
- Atribuição de parto alheio como próprio - 
simulação 
- Sonegação e substituição de RN 
- Aborto 
- Infanticídio 
- DIAGNÓSTICO: 
a) Parto recente: alterações dos genitais externos, 
fluxos genitais (lóquios), lesões em genitais internos 
e externos, modificações das mamas e parede 
abdominal, citologia cervicovaginal, biopsia do 
endométrio, cloasma. 
 
b) Parto antigo: estrias e flacidez abdominais, 
cicatrizes himenais (carúnculas mirtiformes), 
cicatrizes da fúrcula e períneo, mudança de forma 
do colo uterino (circular nas nulíparas e transversal 
ou em H na mulher que pariu) e cicatrizes no óstio 
externo do colo uterino. 
 
 
- PERÍCIA 
1. Existência do parto 
2. Recenticidade do parto 
3. Antiguidade do parto 
4. Número de partos 
5. Provas laboratoriais: mucosidade vaginal, 
líquido amniótico, leite e/ou colostro, mecônio, 
exame microscópico do útero e ovários 
 
» PUERPÉRIO 
- Puerpério é o espaço de tempo variável entre a 
expulsão da placenta e a volta do organismo 
materno às condições anteriores à gravidez. 
 
- Duração: 6 a 8 semanas 
 
- IMPORTÂNCIA MÉDICO-LEGAL: 
 Sonegação, simulação e dissimulação do parto; 
 Subtração de recém-nascido. 
 
EXAME: 
- Sinais de parto (mamas, lóquios, lesões em 
genitais internos e externos, cloasma) - útero 
(colo e corpo) 
- Vagina 
- Ovários e ovulação  volta da menstruação : 
 a)Não lactante  10ª semana 
 b) Lactantes  após 30/36 semanas 
 
PERÍCIA 
1. Pós-parto imediato (1-10 dias) 
- colo uterino flácido com bordos distensíveis 
- fundo do útero acima da cicatriz umbilical 
- lóquios vermelhos (2-3 dias), pálidos (5 dias) e 
amarelados (5 dias) 
 
2. Pós-parto tardio (10-45 dias) 
- lóquios serosos 
- regressão uterina até o interior da pelve 
 
3. Pós-parto remoto (após 45 dias): 
- varia de acordo com a lactação 
- inexistência de lóquios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 MATEUS LARANJEIRA 
 
 
 
 
 
» LEGISLAÇÃO 
 CÓDIGO PENAL 
Art. 123 – Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após. Pena – detenção de dois a seis 
anos. 
Art. 134 – Expor ou abandonar recém-nascido, 
para 
Ocultar desonra própria. Pena – detenção de 
seis meses a dois anos. 
§ 1° - Se do fato resulta lesão corporal de 
natureza grave – Pena detenção de um a três 
anos. 
§ 2° - Se resulta a morte – Pena detenção de 
dois a seis anos. 
 
» CONCEITO 
 “Infanticídio é a morte do próprio filho durante ou 
logo após o parto, estando a mãe sob a influência 
do estado puerperal.” 
 
 
- Estado Puerperal: conjunto de profundas 
perturbações físicas e psicológicas reversíveis 
apresentadas pela mulher em decorrência do 
traumatismo do parto. 
 
“O estado puerperal encontra sua justificativa no 
trauma psicológico e nas condições do processo 
fisiológico do parto sem assistência.” 
Genival Veloso de França 
 
- Puerpério é o período de tempo entre a dequitação 
placentária e o retorno do organismo materno às 
condições pré-gravídicas, tendo duração média de 6 
semanas. 
- Estado puerperal é uma súbita, severa e profunda 
alteração psíquica temporária em mulher em geral 
previamente sã, com colapso do senso moral e 
diminuição da capacidade de entendimento seguida 
de liberação de instintos, culminando com a 
agressão ao próprio filho. 
 
» CARACTERÍSTICAS 
I. Delictum exceptum - cometido sob a 
influência do estado puerperal 
II. Crime próprio - somente a mãe pode ser 
autora 
III. Ocorre no puerpério imediato. 
Descaracteriza o estado puerperal cuidados 
dispensados ao recém-nascido como 
alimentação, agasalho, asseio e proteção. 
 
» ELEMENTOS DO CRIME 
- Vítima seja feto nascente ou infante recém-nascido 
- Tenha havido vida extrauterina 
- Morte intencional 
 
 NATIMORTO: a partir da 22ª semana, quando 
o peso fetal é de 500g; 
 FETO NASCENTE: infanticídio durante o parto 
(não respira); 
 INFANTE NASCIDO: acabou de nascer, 
respirou, mas não recebeu nenhum cuidado 
especial; 
 RECÉM-NASCIDO: até 7º dia pós parto.* 
 
» ACHADOS 
- Provas de vida extrauterina 
 
- Exame do pulmão, docimásias e provas ocasionais 
 
1. Exame do pulmão: 
 - Volume maior no pulmão que respirou pela 
presença de ar e sangue 
 - Cor vermelho claro ou róseo no pulmão que 
respirou e parda no que não respirou 
 - Superfície lisa e uniforme no pulmão que não 
respirou e em mosaico naquele que respirou 
 - Consistência maciça ou fofa com creptação 
 - Densidade menor (0,70 a 0,80) no que respirou e 
maior (1040 a 1092) no que não respirou. 
 
2. Docimásias são exames específicos para 
verificação de vida extrauterina 
- Hidrostática de Galeno (até 24 h após a morte) 
 
1ª fase: bloco do sistema respiratório com língua, 
timo e coração. 
Resultados: 
- Flutuação completa ou à meia-água = positiva 
para respiração (dispensa a realização da 2ª fase) - 
submergiu = negativa (necessário realizar a 2ª fase) 
 
8. INFANTICÍDIO 
 
16 MATEUS LARANJEIRA 
2ª fase: separação dos pulmões das demais 
vísceras. 
Resultados: 
- Flutuação completa ou à meia-água = positiva 
(dispensa a realização da 3ª fase) 
- Submergiu = negativa (necessário realizar a 3ª 
fase) 
 
3ª fase: fragmentação dos pulmões 
 
Resultados: 
- Flutuação completa ou à meia-água = positiva e 
dispensa a realização da 4ª fase 
- Submergiu = negativa (necessário realizar a 4ª 
fase) 
 
4ª fase: compressão de fragmentos pulmonares 
contra a parede do recipiente 
Resultados: 
- Desprendimento de bolhas gasosas = positiva 
 
 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: 
1ª fase positiva = respiração plena 
2ª e 3ª fases positivas = respiração parcial 
4ª fase positiva = resultado duvidoso 
Quatro fases negativas = ausência total de 
respiração 
 
 
» PROVAS OCASIONAIS DE VIDA EXTRAUTERINA 
1. Corpo estranho nas vias respiratórias 
2. Alimentos no tubo digestivo 
3. Lesões vitais 
 
» CAUSA JURÍDICA DA MORTE DE RN 
a. Acidental: descaracteriza o crime 
b. Intencional: caracteriza a etiologia 
criminosa 
 
1. USO DAS ENERGIAS PRODUTORAS DE 
LESÃO: 
Asfixias: afogamento, estrangulamento, 
sufocação (direta ou indireta), esganadura 
Lesões: incisas (esgorjamento), perfurantes, 
contusas, pérfuroincisas, cortocontusas, 
carbonização (em vida ou após a morte?) 
 
2. PRIVAÇÃO DE CUIDADOS ESSENCIAIS: 
Aquecimento, alimentação, asseio, proteção 
contra sol/chuva/ e traumatismo por animais, 
veículos e pessoas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 MATEUS LARANJEIRA 
 
 
 
» DEFINIÇÃO 
É o ramo da medicina legal que estuda a 
sexualidade humana e suas repercussões criminais. 
 
É a disciplina que estuda as questões relacionadas 
com o sexo em seus aspectos médicos, jurídicos, 
filosóficos e sociológicos, ou seja, estuda a solução 
dos problemas jurídicos que o sexo pode suscitar. 
 
» SEXO GENÉTICO: Cromossômico e Cromatínico 
(síndromes); 
 
» SEXO ENDÓCRINO (desenvolvimento das 
características sexuais: hormônios, gônadas, tiróide, 
hipófise); 
 
» SEXO MORFOLÓGICO: interno e externo, dinâmico 
ou copulativo; 
 
» SEXO PSICOLÓGICO; 
Fatores ligados ao sexo e que somados aos 
aspectos de natureza orgânica, de ordem social, 
religiosa, familiar ou educacional, de alguma 
maneira apresentam repercussão psicológica no 
comportamento sexual do indivíduo. 
 
Esses fatores combinados = comportamento 
característico de cada sexo ou originar transtornos 
patológicos. 
 
 TRANSTORNOS DO INSTINTO SEXUAL 
(SEXUALIDADE ANÔMALA)De acordo com a Associação Psiquiátrica 
Americana, os transtornos englobam: 
- Disfunções sexuais; 
- Transtornos da Identidade de gênero; 
- Parafilias. 
 
Para que seja classificada como ANÔMALA, o 
distúrbio deve ser EXCLUSIVO e DURADOURO. 
 
 DISFUNÇÕES SEXUAIS: DISTÚRBIOS 
QUANTITATIVOS 
 
1. SATIRÍASE – Homem (muito vigor e 
disponibilidade sexual); Importância = Adultério, 
atentado ao pudor, homicídio. 
2. IMPOTÊNCIA – Homem (pouco ou nenhum 
vigor sexual); Importância = Anulação de 
casamento. 
3. NINFOMANIA – Mulher (Muito vigor sexual); 
4. FRIGIDEZ – Mulher (pouco ou nenhum vigor 
sexual). 
 TRANSTORNOS DA IDENTIDADE DE 
GÊNERO E HOMOSSEXUALISMO: 
 
1. TRANSEXUALISMO 
- Forte insatisfação com o próprio sexo, 
acompanhada de uma identificação com o sexo 
oposto; 
- O transexual é inconformado com seu estado 
sexual e não admite ser homossexual. 
 
2. HOMOSSEXUALISMO: 
- Preferência pelo mesmo sexo; 
- Não é aceita como desvio sexual ou 
anormalidade, mas sim uma opção sexual. 
 
 PARAFILIAS (DISTÚRBIO QUALITATIVO) 
- Conhecidas como anomalias, desvio sexuais 
ou perversões, termos que devem ser 
utilizados apenas no contexto jurídico, não 
discriminatório. 
 
1. RIPAROFILIA: Desejo sexual por 
pessoas sujas e sem nenhum asseio. 
2. URANISMO/PEDERASTIA: Homem 
com desejo por outro homem. 
3. TRIBADISMO: Atrito íntimo vaginal 
MULHER – MULHER. 
4. LUBRICIDADE SENIL: Idoso com furor 
sexual. Importância: Prática de atos 
libidinosos. 
5. GERONTOFILIA/ CRONO-INVERSÃO: 
Indivíduo mais novo que só tem desejo 
sexual por pessoas idosas. 
6. CROMO - INVERSÃO: Desejo sexual 
interracial. 
7. MASOQUISMO: Só atinge excitação 
sexual quando da dor. 
8. SADISMO: Só satisfaz seu desejo 
sexual com o sofrimento do parceiro. 
9. NECROFILIA: Desejo sexual por 
cadáveres. Importância: Homicídio. 
10. VAMPIRISMO: Desejo por sangue na 
relação sexual. Importância: Homicídio. 
11. BESTIALISMO/ZOOFILIA: Relação 
sexual com animais. 
12. FETICHISMO: Desejo sexual por 
partes do corpo ou objetos da pessoa 
amada, ex. mãos, pés. Relacionado a 
furtos. 
13. NARCISISMO: Pessoa com admiração 
fora do comum por sua imagem. 
14. MIXOSCOPIA OU VOYEURISMO: 
Indivíduo que só se satisfaz 
presenciando o coito de terceiros. 
9. Sexologia forense 
 
18 MATEUS LARANJEIRA 
15. PLURALISMO OU TROILISMO: 
Prática sexual onde participam 3 ou 
mais pessoas. 
16. DOLISMO OU PIGMALIONISMO: 
Indivíduo com grande atração por 
estátuas, bonecas infláveis. 
17. UROLAGNIA: Prazer sexual ao 
presenciar um ato de micção ou ruído 
ou ser atingido por jato urinário. 
18. COPROLALIA: Satisfação sexual ao 
ouvir palavras com conotações 
sexuais. 
19. PEDOFILIA: Desejo sexual por 
crianças e adolescentes. Pedofilia é 
crime grave. 
20. EXIBICIONISMO: Indivíduo com desejo 
e necessidade de se exibir para os 
outros. 
21. FROTEURISMO: Desejo sexual de se 
encostar nas pessoas, ex. metrô, 
ônibus. 
 
» SEXO JURÍDICO 
É aquele que consta do registro civil, baseado 
na declaração dos pais e testemunhas, 
podendo ocorrer erro dolosamente ou em 
decorrência de presença de estados 
intersexuais (pseudo-hermafroditismo). 
 
» SEXO GENÉTICO: 
Cromossômico e Cromatínico (síndromes); 
46 XX (SEXO FEMININO) 
46 XY (SEXO MASCULINO) 
 
 ALTERAÇÕES GENÉTICAS 
 
1. Sd. TURNER (45 XO) 
Sexo Feminino; 
Não costumam apresentar desvios de 
personalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Sd. KLINEFELTER (46 XXY) 
Sexo Masculino; 
Alterações na genitália externa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sexo Masculino (estudos buscam ligar 
comportamentos violentos); 
Feminino (retardamento mental); 
“Síndrome da criminalidade”, porém não aceito 
pela comunidade científica. 
 
» ASPECTOS LEGAIS DOS CRIMES SEXUAIS 
 
a. Crimes contra a liberdade sexual: Estupro 
 
b. Segundo o Código Penal, são atos sexuais: 
Conjunção carnal 
Ato libidinoso 
 
c. Gravidez: 
A conjunção carnal poderá também ser comprovada 
com base na constatação de gravidez. 
 
d. Importância Médico-legal do Diagnóstico de 
Gravidez: 
 Resguardo dos Direitos do Nascituro; 
 Investigação de Paternidade; 
 Prova de adultério; 
 Prova de Violência Carnal; 
 Infanticídio; 
 Aborto; 
 Atestado de gravidez p/ funcionárias 
públicas; 
 Impedimento ou anulação de 
casamento. 
 
e. Infanticídio: 
- É a morte do recém-nascido provocada pela 
própria mãe, sob estado de transtorno mental, 
decorrente do trabalho de parto ou puerpério. 
(estado puerperal). 
 
Perícia em 2 etapas: 
1. Para se tipificar o infanticídio é indispensável, 
em tese, a comprovação do nascimento com 
vida; 
A DOCIMÁSIA HIDROSTÁTICA DE GALENO é 
utilizada para comprovar o nascimento com vida 
 
19 MATEUS LARANJEIRA 
(pulmão colocado em vasilha com água, se flutuar 
existiu respiração = vida). 
2. Se a mulher agiu sob influência do estado 
puerperal. 
 
- Puerpério e Estado puerperal: 
Caracterização do crime de infanticídio pela lei 
penal. 
 
1. Puerpério: 
Período compreendido entre o parto e o retorno do 
útero ao seu estado normal (45 dias). 
Quadro fisiológico que atinge todas as mulheres que 
dão a luz. São raras as alterações de cunho 
psicológico graves como a psicose puerperal. 
 
2. Estado Puerperal: 
- Não é cronológico; 
- Desequilíbrio emocional da mãe! 
- Acontece em gravidez ilegítima, nunca é 
presenciado em partos assistidos, aceitos e 
desejados. 
 
f. PUERPÉRIO / ESTADO PUERPERAL / 
INFANTICÍDIO 
O Perito deverá observar: 
• A recenticidade do parto; 
• Se o parto transcorreu de forma a provocar 
sofrimento incomum na parturiente; 
• Se a parturiente recorda-se do ocorrido; 
• Se a parturiente apresenta histórico de 
psicopatia anterior; 
• Se existe comprovação de que, em razão do 
parto, surgiu alguma perturbação mental capaz 
de levá-la ao crime. 
 
g. Aborto: 
Considera-se aborto, em Medicina Legal, a 
interrupção da gravidez, por morte do concepto em 
qualquer época da gestação, antes do parto. 
 
h. Aborto Doloso: 
É repelido por nosso CP, excluindo-se algumas 
situações em que é legal e, portanto, permitido ( Art. 
128 CP). 
 
i. Perícia no Aborto Criminoso: 
• É considerada bastante difícil; 
• Lesões no períneo; 
• Vestígios do meio empregado (sonda ou outros 
instrumentos); 
• Lesões uterinas; 
• Exames laboratoriais; 
• Exame do feto quando possível; 
• Exame de DNA. 
 
» CRIMES SEXUAIS 
 
1. Conjunção Carnal 
É a relação entre homem e mulher, 
caracterizada pela penetração do pênis na 
vagina, com ou sem ejaculação. 
 
2. Atos libidinosos 
Conjunção carnal: (ato libidinoso por 
excelência) 
Atos libidinosos diversos da conjunção 
carnal: 
- Cópulas ectópicas; 
- Atos manuais; 
- Atos orais. 
 
3. Estupro 
Conjunção carnal é o ato sexual 
convencional: cópula vaginal (coito 
pênis/vagina). Introdução do pênis pode ser 
parcial ou total, havendo ou não ejaculação. 
 
 
Lei 12.015/2009 
A nova redação determina: 
Estupro: Art. 213. Constranger alguém, 
mediante violência ou grave ameaça, a ter 
conjunção carnal ou a praticar ou permitir 
que com ele se pratique outro ato libidinoso. 
Pena: Reclusão de 6 a 10 anos. 
 
Violência 
Tipos de violência: 
 
a. Efetiva 
Física: a lei exige que o agressor tenha 
agido de forma violenta, anulando ou 
enfraquecendo a oposição (resistência 
física) da vítima (deixa vestígios: 
hematomas, contusões, marcas de 
mordidas, etc.). 
Psíquica: o agente conduz a vítima a 
uma forma de não resistência por 
inibição ou enfraquecimento das 
faculdades mentais. 
1. embriaguez completa 
2. anestesia 
3. estados hipnóticos 
4. drogas alucinógenas (“Boa 
noite Cinderela”) 
 
 
 
 
 
 
 
20 MATEUS LARANJEIRA 
b. Presumida (novo código: Art: 217-A) 
3 situações: 
1. Menor de 14 anos; 
2. Vítima alienada ou débil mental e 
o agente conhecia estacircunstância; 
3. Qualquer causa que impeça a 
vítima de resistir. 
 
Estupro de Vulnerável: 
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 anos. 
 
Lei 12.015/2009 
A nova redação determina: 
Art. 217-A: Estupro de Vulnerável. 
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato 
libidinoso com menor de 14 anos. 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) 
anos. 
§ 1
o
 Incorre na mesma pena quem pratica 
as ações descritas no caput com alguém 
que, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a 
prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência. 
 
PERÍCIA NO ESTUPRO: 
Objetivos Periciais: 
Comprovar a cópula vaginal: 
1. Na mulher virgem 
2. Na mulher com vida sexual pregressa 
 
» HIMENOLOGIA 
- HÍMEN: Membrana que 
separa a cavidade vaginal da 
vulva. 
- ÓSTIO: orifício central. (ex: 
circular, triangular, 
cribiforme). 
- ORLA: Região membranosa 
ao redor do Óstio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- ENTALHES NATURAIS: Simétricos, não vão até a 
borda de implantação, sem hematomas ou 
equimoses. 
- CHANFRADURAS: Reentrâncias superficiais na 
borda livre. 
- ROTURAS: Vão até a borda de implantação, 
assimétricas, possui hematomas, equimoses. 
- CARÚNCULAS MIRTIFORMES: Se formam no 
hímen. Sinal de parto antigo. 
 
 
 
HÍMEN COMPLACENTE 
- 10 - 22% dos Hímens; 
- Óstio amplo e orla estreita; 
- Elástico; 
- Lubrificação natural; 
- Riqueza em entalhes. 
 
 
 
PERÍCIA NO ESTUPRO: EXAME DO HÍMEM 
No exame, o hímen pode estar: 
1. Íntegro 
2. Com rotura completa 
3. Com rotura incompleta 
4. Com agenesia (ausência congênita) 
5. Complacente 
6. Reduzido a carúnculas mirtiformes (ocorre em 
mulheres que pariram) 
 
21 MATEUS LARANJEIRA 
» MÉTODO CRONOMÉTRICO DE LACASSAGNE 
Compara região genital e mostrador de relógio; 
Ex: Rotura himenal ás 6 horas. 
 
A rotura himenal mais frequente é no andar inferior 
(menor resistência). 
 
 
HÍMENS ROTOS QUANTO À CICATRIZAÇÃO: 
1. Rotura de data recente: (até cerca de 20 dias) 
2. Rotura antiga ou cicatrizada 
Quando se afirma que a rotura é antiga isto significa 
que ocorreu há mais de 20 dias. 
 
Geralmente se rompe na primeira conjunção carnal. 
Pode ocorrer rompimento na: 
 Masturbação 
 Colocação de corpo estranho 
 Colocação de absorvente íntimo 
O seu exame não constitui tarefa pericial fácil, 
podendo levar o perito a equívocos. 
 
A Perícia deve buscar provas de ejaculação 
(sêmen); 
1. Presença de espermatozóides no líquido 
seminal; 
2. Fosfatase ácida (indício); 
3. Proteína P30 (PSA) (certeza). 
 
ESPERMATOZÓIDES 
- A presença de sêmen na vagina é confirmada em 
amostras de fluído vaginal pelo achado de 
espermatozóides. 
- A coleta deve ser cuidadosa (swab = cotonete) 
com exames a fresco e com coloração pela Técnica 
Christmas Tree ou hematoxilina-eosina 
(esfregaço em lâmina). 
 
FOSFATASE ÁCIDA 
- É uma enzima normalmente presente em alguns 
órgãos, tecidos e secreções em teor normal; 
- O líquido seminal contém grandes teores de 
fosfatase ácida. 
TESTE DA PROTEÍNA P30 (PSA) 
• A P30 é uma glucoproteína idêntica ao PSA - 
Antígeno Prostático Específico (marcador do 
câncer da próstata), cuja presença no sêmen 
independe de haver ou não 
espermatozóides; 
• Sua verificação no fluído vaginal é teste de 
certeza quanto à presença de sêmen na 
amostra estudada (ejaculação). 
• Ausentes nos fluídos femininos; 
 
Outros achados: 
- Manchas de Sêmen nas vestes; 
- Marcas de violência física nas coxas, membros, 
dorso; 
- Pêlos pubianos soltos encontrados. 
 Desde que comprovada sua origem como 
sendo de outra pessoa, é indicativo de relação 
sexual. 
 
Lei 12.015/2009 
A simples dúvida ou incerteza do acusado quanto á 
menoridade da vítima, exclui o delito? 
E quanto a vítima com deficiência mental? 
 
Art. 217-A: Estupro de Vulnerável. 
Menor de 14 anos: O fato do agressor não saber, 
não desqualifica o crime. 
Doente mental: Se o agressor não souber e pelo 
exame o perito perceber que é difícil de identificar a 
doença mental, o agressor não responderá por esse 
artigo. 
 
A prostituta pode sofrer crime de estupro ou outro 
ato libidinoso, na sua profissão? 
E a esposa com relação ao marido? 
 
A nova redação determina: 
Estupro: Art. 213. Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal 
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso. 
Pena: Reclusão de 6 a 10 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 MATEUS LARANJEIRA 
 
 
» 
 
» DEFINIÇÃO 
Toxicomania ou toxicofilia é um estado de 
intoxicação periódica ou crônica, nociva ao indivíduo 
ou à sociedade, produzida pelo repetido consumo 
de uma droga natural ou sintética. (OMS) 
 
» CARACTERÍSTICAS 
Compulsão irresistível e incontrolável: 
1. Obtenção a qualquer custo; 
2. Tendência a aumentar a dosagem; 
3. Efeito nocivo individual e coletivo. 
 
» TÓXICOS 
Tóxicas são substâncias naturais, sintéticas ou 
semissintéticas cujo uso pode causar tolerância, 
dependência e crise de abstinência. 
 
 Tolerância é a necessidade de utilizar dose cada 
vez maior para obter o efeito desejado. 
 Dependência é a interação entre o metabolismo 
orgânico e o consumo de determinada droga. 
 Crise de abstinência é uma síndrome com 
tremores, náuseas, vômitos, inquietação, anorexia, 
irritabilidade e distúrbio do sono. 
 
» TOXICOFILIA 
Maconha; Cocaína; Crack; Merla; Oxi; Cola; LSD 
25; Morfina; Heroína; Cogumelo; Ópio; Anfetaminas 
 
a. MACONHA 
- Maconha (tetraidrocarnabiol) é uma droga 
natural extraída da folha da canabis sativa. 
- Efeito: 2 a 8 horas 
- Uso não produz dependência, tolerância 
nem crise de abstinência. 
- Importância Þ uso associado com outras 
drogas. 
- Uso medicinal como analgésico, calmante e 
em glaucoma. 
- Consumo: - aspiração por cigarro (baseado) 
- Mascação das folhas - xaropes, pastilhas e 
infusões. 
- Quadro clínico: desorientação 
têmporoespacial, fuga da realidade, sensação 
de flutuar, lassidão, olhar perdido, perda de 
ambição, hipervalorização do momento 
presente, prostração, alteração da memória, 
ilusão de prolongamento da vida. 
- Haxixe extraída da resina seca das folhas, 
comercializado em tabletes e consumido 
misturado ao fumo. 
 
 
b. COCAÍNA 
- Cocaína é um alcalóide extraído da folha de 
coca e apresentado sob forma de pó. 
- Uso por aspiração, fricção na mucosa 
gengival, injeção. 
 
USUÁRIO  Decadência física + Humor 
imoderado e injustificável 
 
- Sinais/Sintomas 
a) Psíquicos: agitação, ansiedade, excitação 
motora, confusão mental, desorientação 
têmporoespacial. 
b) Neurológicos: tremores corporais, afasia, 
paralisias, convulsões. 
c) Circulatórios: hipertensão arterial 
sistêmica, dor precordial, taquicardia. 
d) Respiratórios: polipnéia, insuficiência 
respiratória. 
e) Secundários: oligúria, anorexia, náuseas, 
vômitos. 
 
- Após a desintoxicação: depressão, angústia, 
ideias suicidas, alucinações, delírios 
persecutórios, culpa excessiva. 
- Lesão característica do usuário crônico: 
perfuração de septo nasal. 
- Envelhecimento precoce. 
- Morte por cardiopatia. 
 
c. CRACK 
- Crack é um subproduto da pasta básica de 
cocaína consumido por aspiração em 
cachimbos (marica). 
- Efeitos tóxicos rápidos: irritabilidade, 
agressividade, midríase, delírios e 
10. toxicofilia 
 
23 MATEUS LARANJEIRA 
alucinações, astenia profunda, ansiedade 
severa, rápida degradação física com 
emagrecimento, hipotrofia muscular, palidez, 
xerose e alterações capilares. 
 
d. MERLA 
- Merla é um subproduto da pasta básica de 
cocaína com adição de éter, metanol, 
benzina, ácido sulfúrico, querosene, gasolina.- Efeitos rápidos: leveza e sensação de bem-
estar inicial com irritação, inquietação e 
alucinações posteriores. 
- Órgãos mais atingidos no uso crônico: 
1. Fígado  Hepatite tóxica 
2. Cérebro  perda de memória e alterações 
da coordenação motora 
 
e. OXI 
- Ox é um entorpecente obtido da mistura da 
pasta base de cocaína com querosene, 
gasolina, cal virgem ou solvente usado em 
construções civis. 
- Aspiração pelo uso do ox misturado com o 
cigarro (comum ou de maconha) ou em 
cachimbos. 
- Efeito rápido = sete a nove segundos. 
- Custo: duas a cinco vezes mais barato; 
- Mortalidade: usuários de crack vivem em 
média 5 a 6 anos; 30% dos usuários de oxi 
morrem em média após um ano de uso. 
 
f. COLA 
- Cola de sapateiro é um produto tóxico, 
volátil, cujo ingrediente ativo é o solvente 
tolueno (hidrocarboneto aromático). 
- Droga depressora do Sistema Nervoso 
Central. 
- Barata e de fácil aquisição. 
- Uso por inalação. 
- Fase tardia lesões graves em fígado, rins, 
medula óssea e membros periféricos. 
- Sinais/Sintomas: 
 1ª fase: excitação, euforia, tonturas, 
perturbações auditivas e visuais, náuseas, 
espirros, tosse, salivação e rubor nas faces. 
 2ª fase: depressão inicial do cérebro: 
confusão, voz pastosa, desorientação, 
embaçamento da visão, perda do autocontrole, 
dor de cabeça, palidez cutânea e mucosa. 
 3ª fase: aprofundamento da depressão 
do cérebro: redução acentuada do estado de 
alerta, incoordenação ocular e motora, fala 
engrolada, reflexos deprimidos, alucinações. 
 4ª fase: depressão profunda do SNC, 
inconsciência, queda de pressão, sonhos 
estranhos, convulsões, coma e morte. 
g. LSD 25 
- LSD é uma droga semissintética de maior 
poder alucinógeno extraída da ergotina do 
centeio. 
- Apresentação: barras, cápsulas, tiras de 
gelatina, líquidos, micropontos ou folhas de 
papel secante (como selos ou autocolantes). 
- Uso  ingestão por via oral, absorção 
sublingual, injetada ou inalada. 
- Usuário  aspecto nauseoso, deprimido e 
fadigado. 
- Quadro clínico: 
a) reação megalomaníaca  força e 
possibilidades ilimitadas; 
b) perturbações do humor  depressão 
profunda, angústia, solidão, auto-acusações, 
ideação suicida; 
c) perturbações paranóicas  sensação de 
perseguição notadamente por pessoas 
próximas, irritação, agressividade; 
d) estado de confusão  ilusões, alucinações, 
sentimentos absurdos, desorientação 
têmporoespacial, ideias irracionais. 
 
h. MORFINA 
- Morfina é um alcalóide derivado do ópio 
apresentado sob forma de líquido incolor. 
- Uso: injeções IM 
- Vício na primeira dose com aumento 
gradativo 
- Quadro Clínico 
1ª fase (lua de mel): euforia, extroversão, 
disposição física aumentada; 
2ª fase: palidez, emagrecimento, 
envelhecimento precoce com enrugamento da 
pele e queda de cabelos; 
3ª fase (período de estado): caquexia e morte 
por cardiopatia ou tuberculose. 
 
i. HEROÍNA 
- Heroína é uma droga sintética (éter diacético 
da morfina) que se apresenta sob forma de pó 
branco e cristalino. 
- Uso  injeção após diluição ou misturado ao 
fumo do cigarro 
- Cinco vezes mais potente que a morfina, vicia 
rapidamente (em 30 dias o usuário 
necessidade da injeção a cada duas horas) 
- Sinais: náuseas, vômitos, delírios, 
convulsões, bloqueio do sistema respiratório 
(depressor) e morte rápida. 
 
j. COGUMELO 
- Cogumelos alucinógenos ou psicodélicos são 
fungos com propriedades alucinógenas, 
utilizados por diversos povos em suas 
 
24 MATEUS LARANJEIRA 
atividades culturais, bem como drogas 
recreativas. 
- Princípio ativo Þ psilocibina 
- Gêneros: Psilocibe, Panaeolus, Capelandia e 
Amanita. No Brasil: Psilocibe e Panaeolus 
- Efeito semelhante ao LSD (mais brando e de 
menor duração) 
- Uso  infusão ou ingestão oral 
- Início dos efeitos: 01 hora após o uso 
- Duração até 12 horas após o uso. 
- Quadro Clínico: 
 Agudo: visão de cores brilhantes, 
audição de sons agudos, sensação de que o 
tempo passa devagar, mudanças emocionais, 
cansaço, náuseas, vômitos, problemas de 
coordenação motora, variação do humor, 
“viagens” más (bad trips), medo, angustia, 
pânico, alucinações e medo de perder o 
controle e enlouquecer. 
 Crônico: 
a) Manifestações coléricas: vômitos, 
cólicas abdominais, diarreia, câimbras, 
desmaios; 
b) Manifestações hepatorrenais: icterícia, 
hematúria, oligúria; 
c) Manifestações neurológicas: euforia 
paradoxal, agitação, delírios, convulsões, 
coma. 
 l. ÓPIO 
- Ópio é a mistura de alcaloides extraídos da 
papoula (Papaver somniferum), de ação 
analgésica, narcótica e hipnótica. Pouco usado 
no Brasil. 
- Uso através de cachimbo especial (haste de 
bambu e um fornilho de barro) comprimido, 
supositórios. 
- Composição Química: 
1. Morfina, codeína, papaverina. narcotina e 
narceína (depressores do SNC) 
2. Laudanosina e tebaína (excitantes do SNC) 
- Quadro Clínico: 
Quadro clínico: 
1ª fase de excitação geral sobre o aparelho 
circulatório e funções psíquicas; 
2ª fase de depressão, indiferença, angústia, 
abatimento físico com adinamia e prostração. 
 
m. ANFETAMINAS 
- Anfetaminas são drogas sintéticas 
estimulantes da atividade do sistema nervoso 
central, fazendo com que o cérebro trabalhe 
mais rápido. 
- Objetivos do uso: desinibição, euforia, e evitar 
o sono. 
- Uso  ingestão oral, dissolvida em bebidas 
alcoólicas, diluída e injetada EV 
- Exemplos: MDMA, ritalina, êxtase. 
- Droga mais usada no Brasil constituindo 
graves problemas médico e social 
- Quadro clínico: agitação psicomotora, 
obnubilação, confusão, manifestações 
delirantes, redução ou perda da atenção 
 
 
» INTOXICAÇÃO PELO ÁLCOOL 
 
 1. EMBRIAGUEZ ALCÓOLICA 
Intoxicação pelo álcool etílico, aguda imediata e 
passageira resultando em um conjunto de 
manifestações neuropsicossomáticas. 
 
- Manifestações Físicas: Olhos vermelhos, 
taquicardia, taquipnéia, pulso rápido, e hálito 
alcoólico-ascético. 
 
- Manifestações Neurológicas: 
Alteração do equilíbrio – Romberg 
Alteração da marcha – ebriosa cerebelar 
 
- Alterações Motoras: 
Ataxia (incoordenação dos movimentos) 
Dismetria (imprecisão de medidas) 
 
- Alterações Psíquicas 
Alterações no curso do pensamento; 
Memória, humor, senso ético e atenção. 
 
 FASES: 
1) Excitação: Indivíduo bem humorado, vivo, 
loquaz, humorado e gracejador. 
2) Confusão ou Médico-Legal : Indivíduo irritado, 
linguagem de baixo calão, tendência a agressão. 
3) Sono ou comatosa: Indivíduo inconsciente ou 
consciência embotada, pupilas não reagentes, 
sudorese intensa. 
 
 FORMAS DE EMBRIAGUEZ; 
 CULPOSA: Imprudência ou negligência de 
beber exageradamente e de não conhecer 
os efeitos reais do álcool. Não isenta de 
responsabilidade. 
 PRETERDOLOSA: O agente não quer o 
resultado. Sabe que, em estado de 
embriaguez, poderá vir a cometê-lo, 
assumindo o risco de produzi- lo. Não isenta 
de responsabilidade. 
 EMBRIAGUEZ FORTUITA: É a embriaguez 
ocasional, rara, em momentos especiais. 
Pode isentar o agente de pena. 
 ACIDENTAL: Indivíduo que, por engano, 
tomasse uma bebida como inócua e se 
tratasse de uma de grande teor alcoólico, 
ou ingerisse remédio que potencializasse os 
 
25 MATEUS LARANJEIRA 
efeitos de pequenas doses de bebida 
considerada inócua. O agente pode gozar o 
benefício da isenção de responsabilidade. 
 POR FORÇA MAIOR: É aquela que a 
capacidade humana é incapaz de prever ou 
resistir. Por exemplo, em razão do trabalho, 
é obrigado a permanecer em local saturado 
de vapores etílicos. É possível a redução da 
pena. 
 PREORDENADA: O agente se embriaga 
com o propósito de adquirir condições 
psíquicas que favoreçam a prática 
criminosa. Agravante de pena. 
 HABITUAL: Indivíduos que vivem sob a 
dependência do álcool. Escondendo suas 
inibições em condições de frequente 
embriaguez. 
 PATOLÓGICA:Ingestão de pequenas 
doses, com manifestações intempestivas. 
Desproporção entre a quantidade ingerida e 
a intensidade dos efeitos. 
- Importância Médico-legal: 
Embriaguez completa é a intoxicação 
provocada pelo álcool ou substâncias de 
efeitos análogos, resultando à pessoa total 
incapacidade de entender o caráter 
delituoso do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. 
 PERÍCIA MÉDICO-LEGAL – ASPECTOS 
OBSERVADOS 
 Aparência: sonolento, faces congestas, olhos 
vermelhos, sialorréia, soluços, vômitos, estado 
das vestes. 
 Atitude: excitado, arrogante, loquaz, deprimido 
 Orientação no tempo e no espaço: onde está? 
Que dia é hoje? 
 Memória: onde mora? o que fez? onde 
trabalha? Prova de cálculo simples 
 Elocução: fala com clareza? discurso 
coerente? 
 Marcha e equilíbrio: andar com os olhos 
fechados, sinal de Romberg, fazer 4. 
 Coordenação motora: apanhar um objeto 
pequeno. 
 Prova escrita: palavras ou desenho 
 Pupilas: dimensões, reação à luz 
 Sensibilidade: tátil, térmica, dolorosa 
 Hálito 
 Sinais de doenças ou traumatismos? 
 
 
 
 —PESQUISA BIOQUÍMICA 
 Urina sem valor médico-legal pela variação de 
concentração (número de micções, tipo da 
bebida, repleção vesical inicial, quantidade de 
água ingerida) 
 Saliva sem valor médico-legal pela 
interferência de substância redutoras próprias 
da saliva 
 Ar expirado Þ oxidação do álcool pelo 
perclorato de magnésio 
 Sangue  alcoolemia (6 decigrama de álcool 
por litro de sangue) 
 Liquor  menos utilizada pela complexidade 
da coleta 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. ALCOOLISMO 
Alcoolismo é o quadro decorrente da ingestão 
continuada e imoderada de bebida alcoólica 
onde ocorrem várias anormalidades não 
psicóticas (personalidade alcoolista). 
Importância: 
I. Tendência para outras formas de 
transtornos mentais; 
II. Modificação do juízo crítico e da 
capacidade de administrar seus 
interesses; 
III. Transtornos de conduta com perigo para si 
próprio e para outrem. 
 
- Quadro clínico 
a) manifestações somáticas: pescoço fino, 
tremor nas mãos, marcha insegura, congestão 
conjuntival, vermelhidão e intumescimento da 
face, hepatomegalia, aumento do volume 
abdominal; 
b) perturbações neurológicas: polineurite, 
síndrome de Korsakow, poliencefalite superior 
hemorrágica de Wernicke; 
c) perturbações psíquicas: epilepsia alcoólica, 
dipsomania, delírio de ciúme, alucinose; 
 
- PERTURBAÇÕES NEUROLÓGICAS 
1ª) Polineurite por comprometimento de 
neurônios periféricos resultante de processo 
degenerativo. Quadro clínico: hiperestesia 
cutânea, mialgias, alterações dos reflexos, 
CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO 
Artigo 165 : “Dirigir sob a influência de álcool em 
nível superior a 6 decigramas por litro de sangue” 
(administrativa). 
Artigo 306: “Conduzir veículo automotor, na via 
pública sob influência de álcool ou substância de 
efeito análogo expondo em potencial a incolumidade 
de outrem” (crime). Pena de detenção de 6 meses a 
3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter 
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor. 
 
 
26 MATEUS LARANJEIRA 
atrofias musculares, parestesia das 
extremidades, perturbações da coordenação 
motora. 
2ª) Síndrome de Korsakow (síndrome 
amnésica ou psicose polineurítica): amnésia 
(anterógrada, retrógrada/lacunar, total e 
alternante), desorientação têmporoespacial, 
confabulações (relatos fantásticos) e sintomas 
de polineurite. 
3ª) Poliencefalite superior hemorrágica de 
Wernicke decorrente de pequenos focos 
hemorrágicos no tronco cerebral: tremores 
periorais e da língua, disfasia, nevralgia facial, 
disfonia, paralisia dos músculos faciais e dos 
globos oculares. 
 
- PERTURBAÇÕES PSÍQUICAS 
1ª. Delirium tremens: agitação, confusão, 
angústia, tremores corporais generalizados, 
alucinações visuais terrificantes, amnésia. 
Duração - 3 a 10 dias 
Recidiva frequente 
Convalescença inicia-se com prolongado sono 
 
2ª. Alucinose dos bebedores é uma psicose 
aguda com apresentação de alucinações 
auditivas havendo hipersensibilidade aos 
ruídos e percepção de sibilos, apitos, sons 
musicais, vozes humanas proferindo 
obscenidades e ofensas morais ao alcoolista. 
Recidiva frequente 
Duração: 5 a 30 dias 
 
3ª. Delírio de ciúmes dos bebedores é mais 
comum nos homens que apresentam falsas 
ideias de infidelidade de ocorrência 
notadamente à noite e que tem como causa 
principal a impotência sexual do alcoolista. 
Recidivas frequentes 
Importância Þ agressões físicas com produção 
de lesões corporais graves e morte 
 
4ª. Epilepsia alcoólica é mais comum nos 
bebedores de aguardente e representada por 
crises convulsivas de repetição. 
 
5ª. Dipsomania é o impulso irreprimível de 
ingerir grandes quantidades de bebidas 
alcoólicas durante vários dias.

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