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1 MATEUS LARANJEIRA MEDICINA LEGAL » OBJETIVO Tudo na medicina legal será sempre com o objetivo de esclarecer os fatos delituosos da área médica para a justiça. “O ramo da medicina que reúne todos os conhecimentos médicos que podem ajudar a administração da Justiça.” » HISTÓRICO Brasil: exame tanatológico (1835) » CONCEITOS Medicina legal: todo fato, todo crime. Corpo de Delito: conjunto de elementos decorrentes de um fato delituoso, tudo que tiver presente na cena do crime (ex: uma faca, uma arma, uma bala, um prontuário, uma carta). a. Direto: quando você avalia algo palpável relacionado ao crime (faca, arma, exame traumatológico, etc). b. Indireto: quando você obtem informações por terceiros (depoimentos, testemunhas, informações de prontuários). Perícias e Peritos em Medicina Legal: busca produzir prova; seu objetivo é o corpo delito. Acontece em vivos, mortos, objetivos, animais. “O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no PRAZO de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis” (art. 158). Documentos Médico-Legais: 1. Notificações: comunicações compulsórias feitas pelos médicos às autoridades competentes. a. Acidentes de trabalho (CAT): inclui também doença profissional e do trabalho. b. Doenças infectocontagiosas: dengue, hanseníase, AIDS, tuberculose, etc. c. Morte encefálica d. Crimes de ação penal pública incondicionada (desde que não exponha o cliente a procedimento criminal). 2. Atestados Objetivo de firmar a veracidade de um fato. Classificação quanto à veracidade: a. Idôneo – correto b. Gracioso – por amizade, entorse, negligente. c. Imprudente – sem cuidado, na pressa. d. Falso – sabendo que o pct não tem nada. 3. Prontuários Acervo documental padronizado referente ao registro dos cuidados médicos prestados. 4. Relatórios Descrição minuciosa de uma perícia médica. a. Laudo: realizado pelo perito. b. Auto: ditado a um escrivão. Composição: I. Preâmbulo: hora, data e local do exame; autoridade que requereu; nome do perito. II. Quesitos: quesitos oficiais. III. Histórico: o que motivou o pedido da perícia. IV. Descrição: parte mais importante do relatório. V. Discussão: discutir as várias hipóteses. VI. Conclusão: análise sumária da descrição/discussão. VII. Resposta aos quesitos: Sim, Não, Prejudicado, Aguardar exame complementar. 5. Pareceres médico-legais Emissão da opinião de um especialista sobre determinada questão. Composição: igual ao relatório, sem descrição. Parte mais importante: Discussão. 6. Depoimento oral 1. Introdução CID-10: não é obrigatório! Só se coloca, se o paciente permitir. Colocar o CID pode expor o paciente. 1. IML: Instituto de Medicina Legal (envio obrigatório) Morte violenta ou suspeita. 2. SVO: Serviço de Verificação de Óbito (envio não obrigatório) Morte patológica / natural. O prontuário fica sob responsabilidade do serviço, mas ele pertence ao paciente. 2 MATEUS LARANJEIRA Juiz convoca os peritos a fim de esclarecerem oralmente pontos duvidosos de perícias. » ANTROPOLOGIA Ciência que estuda o ser humano, sua origem e evolução não somente em seu aspecto físico, mas também no social e cultural. » ANTROPOLOGIA FORENSE a. Identificação policial ou judiciária; b. Identificação médico legal. Identidade – caracteres que individualiza algo ou alguém. Objetiva: Afirma tecnicamente que uma pessoa é ela mesma (ex: impressões digitais). Subjetiva: Consciência de sua própria identidade, do seu eu. Identificação – processo pelo qual se determina a identidade. » IDENTIFICAÇÃO a. Biológica - Unicidade – específicos daquele indivíduo e diferente dos demais. - Imutabilidade – não mudam e não se alteram ao longo do tempo. (nasceu e ficou) - Perenidade – resistem à ação do tempo. b. Técnico (depende do método) - Praticabilidade – processo que não seja complexo. - Classificabilidade – rapidez e facilidade na busca dos registros. » IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL a. Espécie Ossos; Distinção entre ossos de animais e ossos humanos pelo estudo dos Canais de Havers: - Largos e de cerca de 8 por mm² no homem; - Estreitos e em numero de 40 por mm² nos animais. Sangue; - Cristais de Teichmann e reação de Addler, ou Técnica de Kastle-Mayer. - Se positivo faz o teste da Reação de Uhlenhuth para saber se é humano (aglutinação de albumina). b. Raça Há cinco tipos étnicos fundamentais, segundo Ottolenghi: I. Caucásico : Pele branca ou trigueira. Cabelos crespos ou lisos, louros ou castanhos. Íris azul ou castanha. Contorno facial ovóide. Perfil facial ortognata ou ligeiramente prognata. II. Mongólico: Pele amarela, cabelos lisos, face achatada de diante para trás, fronte larga e baixa, arcadas superciliares pouco salientes. Espaço inter-orbital largo. Fenda palpebral pouco ampla em amêndoa. Nariz curto e largo. Maxilares pequenos e mento saliente. III. Negróide: Pele negra. Cabelos crespos em tufos. Crânio geralmente dolicocéfalo (largura do crânio tem 4/5 do comprimento). Perfil facial prógnato, fronte alta, saliente e arqueada. Íris castanha. Nariz pequeno de perfil côncavo e narinas curtas e afastadas. Zigomas salientes. Prognatismo (conformação facial com maxilar mais alongada ) acentuado. Mento pequeno. IV. Indiano: Pele amarelo trigueira tendendo para o avermelhado. Estatura alta. Cabelos lisos como crina de cavalo e pretos. Íris castanha. Crânio mesocéfalo. Supercílios espessos, ausência de barba e bigode. Orelhas pequenas. Nariz saliente longo e estreito. Fronte vertical. Zigomas salientes e largos. Mandíbula desenvolvida. V. Australóide: Estatura alta, pele trigueira, cabelos pretos ondulados e longos. Fronte estreita. Zigomas proeminentes. Nariz curto com narinas afastadas. Prognatismo maxilar e alveolar. Dentes fortes. Maxilares desenvolvidos. Cintura escapular larga e bacia estreita. Elementos para Caracterização da Raça 1. Forma do crânio; - Índices cefálicos; a. Índice cefálico horizontal. ICH, fórmula; b. Índice vertical (perfil). IV.Pe, fórmula; 2. ANTROPOLOGIA FORENSE 3 MATEUS LARANJEIRA c. Índice transverso ou vertical posterior. IV.Po, fórmula; d. Índice nasal. IN, fórmula. Capacidade do crânio: branca (1558cm³), amarela(1518cm³), vermelha (1437cm³) e negra (1430cm³); 2. Angulo facial; 3. Dimensões da face; 4. Envergadura; a. Índice tibiofemural. I.TF (negros > 83); b. Índice radioumeral. I.RU (negros > 80). 5. Cabelos. DNA. Animal; 6. Dentes. c. Sexo I. Sexo cromossomial: XX = feminino; XY = masculino; II. Sexo gonadal: Ovário = feminino; Testículos = masculino; III. Sexo da genitália interna: Útero e ovário = feminino; Próstata = masculino; IV. Sexo da genitália externa: Vagina e clitóris = feminino; Pênis e escroto = masculino V. Sexo através do esqueleto a. Crânio - Homem: Espessura óssea mais acentuada; Glabela mais acentuada; Rebordos super-orbitários mais rombos; Apófises estilóides mais grossas e longas; Mastóides mais salientes e rugosos; Mandíbula mais grossa ramo ascendente mais largo. - Mulher: Espessura óssea mais delicada com fronte mais verticalizada; Glabela discreta; Rebordos super-orbitários cortantes; Curtas e finas; Mastóides mais discretas; Mandíbula mais delgada, ramoascendente mais estreito. b. P e l v e - H o m em Predominam as dimensões verticais; Ângulo sacro vertebral mais saliente; Ossatura mais espessa e sólida; Estreito superior da bacia em forma de coração; Predominam as dimensões verticais; Ângulo sacro vertebral mais saliente. - Mulher Predominam as dimensões horizontais; Ângulo sacro vertebral mais fechado; Ossatura mais delgada; Estreito superior da bacia de forma eliptica; Arcada pubiana mais aberta; Predominam as dimensões horizontais; Ângulo sacro vertebral mais fechado; Ossatura mais delgada. CRÂNIO HOMEM MULHER Capacidade ≥ 1.400 cm³ 1.300 cm³ Apófises mastóideas Rugosas e proeminentes Pouco proeminentes Arcos superciliares Salientes Suaves Côndilos occipitais Longos e delgados Curtos e largos 4 MATEUS LARANJEIRA PELVE HOMEM MULHER Em geral Rugosa, com inserções musculares marcadas Lisa, com inserções pouco proeminentes Forma De coração Circular Ílio Alto Baixo Acetábulo Grande e dirigido para o lado Pequeno e dirigido anterolateralmente Buraco obturador Grande e oval Pequeno e triangular Sínfise do púbis Alta Baixa Ângulo subpubiano Estreito e em forma de “V” Amplo e em forma de m”U”lher Sacro Longo, estreito e pouco curvo Curto, largo e marcadamente curvo d. Idade Para avaliação da idade em cadáver, consideramos a aparência o que é relativamente fácil quando se trata de recém nato, jovens, pessoas maduras e idosas, porém nos níveis intermediários encontramos as dificuldades. Importância nos seguintes casos: 1. Ausência de registro civil. 2. Registro existente, mas imputado de falsidade. 3. Existência de dois registros, requerendo opção com base científica. 4. Identificação de pessoas desconhecidas. 5. Cadáveres irreconhecíveis e esqueletos Determinação da idade no vivo e no cadáver: Pele: Aparecimento de rugas. Pelos: Os pelos pubianos aparecem nas meninas dos 11 aos 13 anos e nos meninos dos 13 aos 15 anos. Os pelos axilares aparecem por volta de dois anos depois. Dentes: São grandes auxiliares na determinação da idade. Existem tabelas para análise das primeiras e segunda dentições. Cargo do Perito Odontolegista. 16/16 – maior que 18 anos 14/14 – maior que 14 e menor que 18 anos 12/12 – menor que 14 anos A radiografia dos Ossos é de suma importância na determinação da idade. Utilizam-se radiografias do punho, cotovelo, joelho, tornozelo, bacia e crânio. Soldadura das epífises no rádio distal Feminino: 18-19 anos Masculino: 20-21 anos e. Estatura Através de uma régua especial com duas hastes, no cadáver, obtemos a estatura medindo-o deitado, com uma haste na parte superior do crânio e outra nos calcanhares. Somente os ossos longos tem valor, e o fêmur é o principal. Utilizamos a tabela osteométrica de Etienne- Rollet. As alturas obtidas são bastante aproximadas. f. Mal Formações g. Sinais Profissionais h. Cicatrizes i. Tatuagens j. Consolidação Viciosa de Fraturas k. Pavilhão Auricular l. Radiografias Prévias m. Superposição Craniofacial Por Imagens n. Vídeo o. Identificação Dentária p. DNA É o modelo de identificação utilizado, na rotina, pela polícia e pela justiça. Bom método de identificação: Unicidade: conjunto de caracteres que torna o indivíduo diferente de todos os outros; Imutabilidade: os elementos registrados devem permanecer sempre sem sofrer a ação de qualquer fator endógeno ou exógeno; Perenidade: uma capacidade que alguns elementos têm de resistir ao tempo; Praticabilidade: deve dispor de elementos de fácil obtenção e que não lhe dificultem a maneira de registrar; Classificabilidade: facilidade para encontrar as respectivas fichas. a. Processos Antigos- Ferrete – 1º processo de identificação usado pelo homem, marcar com ferro em brasa. Marca na fronte, nas espáduas ou nas coxas. 3. Identificação judiciária ou policial 5 MATEUS LARANJEIRA b. Fotografia Simples - Ainda em voga nas cédulas de identidade. Inconvenientes- Dificuldade em classificação, alterações dos traços, sósias, etc. c. Retrato Falado - Pela memória, são relatados detalhes mais importantes da fisionomia. Já existem fichas e programas de computador. d. Sistema Otométrico de Frégio - Imutabilidade e pluralidade das formas dos pavilhões auriculares. e. Sistema Oftalmétrico de Capdeville - Detecção da cor e da medida dos olhos. f. Sistema Flebográfico de Tamassia - Múltiplas ramificações venosas do dorso da mão por meio de fotografias. g. Sistema Palmar de Stockes e Wild - Delineamento dos sulcos palmares. h. Queiloscopia i. Sistema dactiloscópico de Vucetich - Processo de identificação que foi lançado em 1891 e instituído oficialmente no Brasil em 1903. “A ciência que se propõe a identificar as pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”. - Desenho Digital - Conjunto de cristas e sulcos existentes nas polpas dos dedos. - Impressão Digital - Reverso do desenho, linhas brancas e pretas sobre determinado suporte. - Delta - Pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro de três sistemas de linhas: a presença de um, dois ou nenhum DELTA, numa impressão digital, estabelece os quatro tipos fundamentais do Sistema Dactiloscópico de Vucetich. Verticilo - Presença de dois deltas e um núcleo central. Presilha Externa - Presença de um delta à esquerda do observador e o núcleo voltado em sentido contrário ao delta. Presilha Interna - Presença de um delta à direita do observador e do núcleo voltado para à esquerda. Arco - Ausência de deltas e núcleo. V – 4 E – 3 I – 2 A – 1 Esses tipos essenciais são simbolicamente representados por letras maiúsculas para polegares e por algarismos para o restante dos dedos, assim: Desenhos com cicatrizes - X Amputação - 0 (zero) É a sucessão de letras e algarismos que configuram os tipos fundamentais. Polegar sempre é identificado por letra! Exemplo: V – 3334 – mão direita numerador I – 2221 – mão esquerda denominador A impressão do polegar da mão direita denomina-se “fundamental” é a base do sistema. Pontos Característicos - São acidentes (detalhes) encontrados nos leitos papilares. Exemplos: ilhota bifurcação cicatriz 6 MATEUS LARANJEIRA j. Registro inicial de identificação (recém- nascidos) Impressão plantar do RN + Impressão digital do polegar direito da mão. 1. Com base nos estudos da antropologia, qual das alternativas abaixo contém fundamentos técnico-biológicos utilizados em um método de identificação capazes de conferir-lhe credibilidade? a) Semelhança, unicidade, igualdade, confiabilidade. b) Unicidade, imutabilidade, praticabilidade, classificabilidade. c) Unicidade, confiabilidade, semelhança, viabilidade. d) Semelhança, classificabilidade, praticabilidade, confiabilidade. e) Aceitabilidade, semelhança, praticabilidade, igualdade. 2. Didaticamente, o dactilograma é composto por quais sistemas de linhas? a) Apicial, marginal e nuclear. b) Apicial, marginal, nuclear e basilar. c) Marginal, nuclear e basilar. d) Marginal e basilar. e) NDA. 3. Assinale a alternativa correta em relação à quantidade de deltas presentes núcleo verticilar: a)Somente 1 b) Obrigatoriamente 2 c) Ocasionalmente mais de 2 d) No caso de deltas ambíguos, pode ocorrer que um ou mesmo os dois não estejam visíveis. e) NDA 4. Analisando a fórmula papiloscópica decadactilar (FD) a seguir, podemos afirmar que: E – 3322 I – 3021 a) O dedo médio da mão esquerda apresenta cicatriz. b) O dedo médio da mão direita apresenta cicatriz. c) O dedo indicador da mão esquerda está ausente. d) O dedo fundamental é uma presilha externa. e) O polegar da mão esquerda é um verticilo. 7 MATEUS LARANJEIRA » CONCEITO Estudam-se lesões produzidas por violência sobre o corpo humano e os instrumentos (agentes vulnerantes) causadores de lesão. » LESÕES ATÍPICAS – equimoses, lesões por instrumentos contundentes. » LESÕES TÍPICAS – lesões por projétil de arma de fogo, lesão por instrumento cilíndricos, etc. » ENERGIAS CAUSADORAS DE LESÃO 1. MECÂNICA – Instrumentos e objetos; - Instrumentos de ordem mecânica; - Formas puras (Contundente, Perfurante, Cortante); - Formas compostas (Perfuro-contundente, perfuro-cortante, corto-contundente). I. Lesões contusas = “ação por pressão” a. Rubefação – fenômeno vaso-motor; (ex: Tapa na face ou Nádegas). b. Edema c. Hematoma – não há coloração roxa. d. Equimoses – infiltração hemorrágica dos tecidos. Sugilação Estrias pneumáticas de SIMONIN Manchas de TARDIEU - equimose puntiforme na pleura visceral (pulmão, coração e crânio). Manchas de PAUTALF – mnemônica: ALFOGADO. (ex: equimose puntiforme subpleural ≥ 2 cm). Estudo das equimoses: mudança de cor das equimoses = nexo temporal da lesão; Espectro Equimótico de Legrand du Saulle (MNEMÔNICA: VeVi AzVerA) FERIDAS CONTUSAS = Ruptura da epiderme. ESCORIAÇÃO = Não cicatriza – REGENERA. II. Lesões puntiformes ou punctórias = “ação por percussão” (ex: agulha, alfinetes, ferrão de inseto, perfurador de gelo.). a. Lesões puntiformes b. Sinais singelos na superfície e grave em profundidade; c. Saída é irregular e menor; d. Lesão em acordeão ou lacassagne; e. Lei de Filhos e Langer; III. Lesões cortantes ou incisas = “ação por deslizamento” (ex: navalhas, lâmina de barbear, bisturi). O centro da ferida é mais profundo que os bordos; Bordos regulares; Sangrante. Cauda de escoriação a. Lesões de defesa ( mãos, braços, pés) b. Esgorjamento c. Degolamento d. Esquartejamento e. Espostejamento f. Decapitação IV. Lesões perfurocortantes = “ação por percussão e deslizamento”. (ex: faca, peixeira, canivete, punhal). Instrumentos de ponta e gume. 4. Traumatologia forense 8 MATEUS LARANJEIRA V. Lesões cortocontusas = “deslizamento, percussão e pressão”. (ex: foice, motosserra, enxada, guilhotina, unhas, dentes); Ferida irregular, localização aleatória. Não respeitam o plano ósseo. a. Decapitação b. Esquartejamento c. Espostejamento MORDEDURAS - 4 GRAUS; 1 Grau = Equimose + escoriações; 2 Grau = Mais profunda (Marca dos dentes); 3 Grau = Atinge a musculatura; 4 Grau = Laceração com perda de tecidos VI. Lesões perfurocontusas= “ação por percussão e pressão” (ex: ponta de guarda chuva, espeto de churrasco, chave de fenda e PAF); ARMAS DE FOGO = MAIORES CAUSADORAS DE LESÃO. CLASSIFICAÇÃO: a. Quanto à mobilidade; b. Quanto ao tipo de cano. PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO (PAF) Calibre = perfuração Calibre = contusão Cone invertido de Bonnet ENTRADA x SAÍDA Efeitos primários: efeitos do projétil. (ex: orla de escoriação). Saída > entrada Efeitos secundários (ex: pólvora incombusta/gases superaquecidos, chamas). TRAJETÓRIA / TRAJETO Tiro encostado Câmara De Mina De Hoffman Sinal De Werkgaetner Sinal De Benassi Funil Invertido De Bonnet À curta distância Sempre haverá efeitos secundários Zona De Fisch Zona De Tatuagem Zona De Chamuscamento À distância LESÕES POR EXPLOSIVOS Material do artefato e escombros; Onda explosiva ou blast injury. Lesão no tímpano + comum. Orgão menos lesado: coração. LESÕES POR MARTELO Fratura perfurante ou sinal de strassmann Mapa mundi de carrara OUTRAS LESÕES ENCRAVAMENTO TRANSFIXAÇÃO EMPALAMENTO 2. QUÍMICA – Cáusticos, venenos; 3. FÍSICA – Temperatura, pressão, luz, eletricidade; 4. FÍSICA – QUÍMICA: Asfixias; 5. BIODINÂMICA – Choque; 6. MISTAS. 9 MATEUS LARANJEIRA PROVA 02 » CONCEITOS EUTANÁSIA: ANTECIPAÇÃO DA MORTE de paciente incurável, geralmente terminal e em grande sofrimento, movido por COMPAIXÃO para com ele - morte antes de seu tempo. DISTANÁSIA: MANUTENÇÃO da VIDA por meio de tratamento desproporcional / obstinação terapêutica que vai além de qualquer esperança de beneficiar o doente ou promover seu bem-estar, levando a um processo de morrer prolongado e com sofrimento físico ou psicológico - morte depois do tempo. ORTOTANÁSIA: NÃO PROLONGAMENTO ARTIFICIAL DO PROCESSO DE MORRER, prover os CUIDADOS PALIATIVOS, sem interferir no momento da morte, sem encurtar o tempo natural de vida - morte chega na hora certa. » HISTÓRIA - Índia: os incuráveis eram jogados no rio Ganges, suas narinas e a boca obstruídas com a lama sagrada. - Esparta: RN deformados/anciãos eram arremessados do alto do monte Taijeto. - Atenas: Senado tinha o poder de decidir sobre a eliminação dos velhos e incuráveis. - O Polegar para baixo dos Césares era autorização à morte, permitindo aos gladiadores feridos evitar a agonia. SÉCULO XX O movimento pró-eutanásia surgiu na Inglaterra, por volta de 1900, com base nas teorias de Charles Darwin de que os fracos devem morrer e de que só os mais fortes são dignos de viver. Alemanha (1922) muito antes de o nazismo começar seu avanço, o jurista Karl Binding e o psiquiatra Alfred Hoche escreveram Legalizando a Destruição da Vida Sem Valor: eutanásia para os deficientes físicos e mentais. Europa - eutanásia associando-a com eugenia (1939 – Programa nazista de eutanásia). Nestes casos, a eutanásia era, na realidade, um instrumento de "higienização social", com a finalidade de buscar a perfeição ou o aprimoramento de uma "raça", nada tendo a ver com compaixão, piedade ou direito para terminar com a própria vida. Brasil (1996) - projeto de lei 125/96 no Senado Federal, instituindo a possibilidade de realização de procedimentos de eutanásia, sua avaliação nas comissões especializadas não prosperou. Colômbia (1997) estabeleceu que "ninguém pode ser responsabilizado criminalmente por tirar a vida de um paciente terminal que tenha dado seu claro consentimento". Primeiro país sul-americano a constituir um Movimento de Direito à Morte. Holanda e Bélgica legalizaram a eutanásia em 2002. “A vida é um direito a ser assegurado e não uma obrigação incondicional a ser imposta.” DR. Henrique Carlos Gonçalves » PACIENTE TERMINAL a. Presença de uma enfermidade avançada, progressiva, incurável, irrecuperável; b. Fora de possibilidades terapêuticas (FPT); c. Necessita de cuidados paliativos. O que fazer com este paciente? Como administrar seu final de vida? Justifica-se a manutenção do aparato tecnológico quando não há mais esperança de cura? Quando interromper o aparato tecnológico? Que vida é possível para este doente, a partir de sua categorização como FPT? » PRINCÍPIOS BIOÉTICOS - Beneficência; - Não-maleficência; - Autonomia; - Justiça; - Equidade 5. Tanatologiaforense 6. Eutanásia, distanásia e ortotanásia 10 MATEUS LARANJEIRA I. BENEFICÊNCIA Evitar submeter o paciente a intervenções cujo sofrimento resultante seja muito maior do que o benefício eventualmente conseguido. 1. Proporcionar uma morte digna 2. Evitar a distanásia 3. Oferecer cuidados paliativos São atitudes legais e eticamente permitidas que envolvam o conceito de qualidade de vida. Não é considerada eutanásia quando a intenção é aliviar o sofrimento e não levar à morte. II. NÃO MALEFICÊNCIA Evitar intervenções que determinem desrespeito à dignidade do paciente como pessoa. - Na fase em que a morte é inevitável, ou seja, a cura for impossível, deve predominar o princípio de não maleficência. - Evitar o sofrimento ou aliviá-lo. III. AUTONOMIA Liberdade de ação com que cada pessoa escolhe. Respeitar a autonomia implica no reconhecimento de que a pessoa é um fim em si mesmo, livre e autônoma, capaz de autogovernar-se e de decidir por si mesma. Confere aos seres humanos o direito de escolher livremente seu próprio destino e requer a obtenção de consentimento livre e esclarecido do paciente ou responsáveis legais. O exercício do princípio da autonomia na situação do paciente terminal, em nenhum momento deve ser unilateral, muito pelo contrário, ela deve ser consensual da equipe e da família. IV. JUSTIÇA O princípio da justiça deve ser levado em conta na decisão final, embora não deva prevalecer (inferior) sobre os princípios da beneficência, da não-maleficência e da autonomia. Se o paciente está na fase de morte inevitável, e são oferecidos cuidados desproporcionais, estaremos utilizando recursos que poderiam ser aplicados em outros pacientes. Temos o direito de escolher o modo de morrer? Pode-se planejar a própria morte? Tem a pessoa o direito de decidir sobre sua própria morte, buscando dignidade? A vida sem dignidade tem algum valor para o seu titular? Pode o desejo de morrer ser excluído do projeto humano de viver? Os profissionais de saúde, que têm o dever de cuidar das necessidades dos pacientes, podem atender um pedido para morrer? » EUTANÁSIA - A origem etimológica da palavra Eutanásia é eu=bem e thánatos=morte - O termo Eutanásia vem do grego, podendo ser traduzido como "boa morte“ ou "morte apropriada”. Sinônimos morte harmoniosa, morte sem angústia, morte sem dor, morte sem sofrimento, morte fácil. - Foi proposto por Francis Bacon (1623) em sua obra “História da Vida e da Morte”, onde sustentou a tese que nas enfermidades incuráveis era absolutamente humano e necessário dar uma boa morte e abolir o sofrimento dos enfermos. - Atos motivados por compaixão que provocam a morte para abreviar a agonia/sofrimento/dor de um doente incurável, tem a preocupação com a dignidade da pessoa e a QUALIDADE de VIDA. - Consentimento: Voluntária: quando a morte é provocada atendendo a pedido explícito ou presumido desta, em nome da compaixão por quem está sofrendo, numa condição considerada já desumana, e com a intenção de dar término a esse sofrimento,tem sido descrita como suicídio assistido ou homicídio por requisição. Involuntária: Ocorre quando a morte é provocada contra a vontade do paciente = Homicídio. Não voluntária: Caracteriza-se pela inexistência de manifestação da posição do paciente em relação a ela. Eugênica: é a eliminação indolor dos doentes indesejáveis, dos inválidos e velhos, no escopo de aliviar a sociedade do peso de pessoas economicamente inúteis. - Modo de atuação do agente: ATIVA: quando a morte é provocada, decorre de uma conduta positiva, comissiva, geralmente é negociada e planejada entre paciente e profissional ou parente que vai efetuar o ato. PASSIVA: quando a morte advém da omissão ou suspensão de medidas indispensáveis para salvar a vida. “Vivemos a angústia de presenciar o sofrimento de pessoas em seu final de vida, porque fizemos crescer, de maneira exagerada, a tecnologia, e diminuímos desproporcionalmente a reflexão (...) Refletir não significa desprezar a tecnologia e, sim, colocá-la em seu devido lugar”. José Eduardo de Siqueira, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética 11 MATEUS LARANJEIRA A obsessão de manter a vida biológica a qualquer custo nos conduz à chamada obstinação terapêutica. Alguns alegando ser a vida um bem sagrado, por nada se afastam da determinação de tudo fazer enquanto resta débil sopro de vida. Os médicos empenham-se em tratar a doença da pessoa, desconhecendo que a missão primacial deve ser a busca do bem-estar físico e emocional do enfermo. » DISTANÁSIA Morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento Aurélio dicionário Sinônimo: tratamento inútil (fútil), obstinação terapêutica ou futilidade médica. Prolongamento do processo de morrer de um paciente, adiando o INEVITÁVEL, trata-se da atitude médica que, visando “salvar a vida” do paciente terminal, submete-o a grande sofrimento, aumentando a quantidade de vida, sacrificando a dignidade, considerada má prática médica. Há postergação da morte com sofrimento e indignidade. O tratamento desnecessário implica em violações aos parâmetros éticos e morais: princípios da beneficência e da autonomia. Há violação à dignidade da pessoa no momento em que se inicia tratamento sabidamente ineficaz face à inevitabilidade da morte e irreversibilidade do processo que a ela conduz. A distanásia é um ato profundamente desumano por ofender a dignidade humana e outros direitos fundamentais, a tal ponto, que é preciso reivindicar a reapropriação da morte, e não mais a vida. O conceito de tratamento fútil pode ou não ter concordância entre médicos, juristas e bioeticistas, dependendo da argumentação utilizada. O tratamento desnecessário implica em violações aos parâmetros éticos e morais: princípios da beneficência e da autonomia. Há violação à dignidade da pessoa no momento em que se inicia tratamento sabidamente ineficaz face à inevitabilidade da morte e irreversibilidade do processo que a ela conduz. A distanásia é um ato profundamente desumano por ofender a dignidade humana e outros direitos fundamentais, a tal ponto, que é preciso reivindicar a reapropriação da morte, e não mais a vida. O conceito de tratamento fútil pode ou não ter concordância entre médicos, juristas e bioeticistas, dependendo da argumentação utilizada. Até que ponto se deve prolongar o processo do morrer quando não há mais esperança de reverter o quadro? É moralmente aceitável imputar sofrimento inútil e desproporcional a pacientes sem chances de recuperação? Sera lícito/ético investir na perpetuação da vida, em pacientes terminais? A medicina pode fazer, a qualquer custo, tudo o que lhe permite seu arsenal terapêutico? A vida humana deve ser preservada independente de sua qualidade? » ORTOTANÁSIA - Conceito - Morte natural - Grego: orthos: normal e thanatos:morte - Morte no tempo certo - Há omissão ou suspensão de tratamento de manutenção da vida que se mostram desproporcionados/perderam sua indicação, por resultarem inúteis para aquele indivíduo, no grau de doença em que se encontra – A FIM DE NÃO PROTELAR O SOFRER EM VÃO. - NOVO PARADIGMA: Aqueles que abraçam o legado de Hipócrates regressem à condição de menos técnicos e mais médicos de homens, almas e corações. Promove o conforto do paciente, sem interferir no momento da morte, sem encurtar o tempo natural de vida, nem adiá-lo indevida e artificialmente, possibilitando que a morte chegue na hora certa. Respeita o princípio Constitucional da dignidade humana sem ultrapassar limites jurídicos, éticos e teológicos. » CONSIDERAÇÕES A partir dadécada de 60 os códigos de ética profissionais reconheceram o enfermo como agente autônomo. Não reconhecer o direito do enfermo recusar autonomamente uma proposta terapêutica ou diagnóstica é atitude inaceitável do ponto de vista ético. O enfermo, quando competente, tem o direito de exercer plenamente sua autonomia em tomar decisões sobre seu próprio corpo, mesmo ante propostas médicas baseadas em evidências científicas. 12 MATEUS LARANJEIRA Fazer o bem não significa necessariamente utilizar os conhecimentos científicos para preservar a vida a qualquer custo, pois quando chega o momento em que salvar a vida é impossível, a morte não deve ser mais vista como inimiga. » CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA XXII: Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados. Direito do médico II: Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada à legislação vigente. Art. 14. É vedado praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País. Mais significativo no Art. 36 § 2°, que incentiva os médicos a não abandonar seu paciente por ser este portador de moléstia crônica ou incurável, mas deve continuar a assisti-lo ainda que para cuidados paliativos. Art. 41. É vedado abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. Art 5º, III - diz expressamente que ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante e garante ao paciente recorrer ao judiciário para impedir qualquer intervenção ilícita no seu corpo contra a sua vontade. Estaria respeitando o princípio constitucional da Dignidade humana, e sob a perspectiva da ética humanizada nada há que possa recriminar – a ortotanásia que é uma exigência ética e moral, é a saída juridicamente autorizada para que seja possível um processo de morrer acobertado de dignidade. » LEGISLAÇÃO - Portaria 675/GM de 2006 – carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, que afirma que é direto do usuário o consentimento ou a recusa de forma livre, voluntária e esclarecida, depois de adequada informação, a quaisquer procedimentos, diagnósticos, preventivos ou terapêuticos, salvo se isso acarretar risco à saúde pública. - São ainda direitos dos usuários não ser submetido a nenhum exame, sem conhecimento e consentimento, bem como indicar um representante legal de sua livre escolha, a quem confiará a tomada de decisões para a eventualidade de tornar- se incapaz de exercer sua autonomia. - Assegurado o direito de opção pelo local de morte (ALTA A PEDIDO) » CÓDIGO PENAL A eutanásia é CRIME Art. 121. § 3º. "Se o autor do crime é cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmão ou pessoa ligada por estreitos laços de afeição à vítima, e agiu por compaixão, a pedido desta, imputável e maior de dezoito anos, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave e em estado terminal, devidamente diagnosticados: Pena - reclusão, de dois a cinco anos". Art. 122 – Induzir ou instigar ou prestar auxílio (...) Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco, à criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao desamparado ou em grave e eminente perigo; ou não pedir, nesses casos socorro da autoridade pública: Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa. Resolução CFM 1805/2006 Visa possibilitar ao médico, respeitado o livre arbítrio do indivíduo ou de seu representante legal, limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do paciente em fase terminal, devido a doença grave e incurável. 13 MATEUS LARANJEIRA » CONCEITOS • Gravidez: é o estágio fisiológico da mulher durante o qual ela traz dentro de si o produto da concepção. • Importância médico-legal: I. Investigação de paternidade II. Simulação de gravidez III. Dissimulação de gravidez IV. Infanticídio V. Prova de violência sexual (conjunção carnal) VI. Impossibilidade de anulação de casamento VII. Atestados administrativos, previdenciários, etc. DIAGNÓSTICO - Sinais de presunção: Perturbações digestórias, pigmentação da linha alba, máscara gravídica, congestão das mamas, estrias abdominais, lanugem (sinal de Halban), alterações de aparelhos e sistemas (tonturas, polaciúria, sonolência, taquicardia, lipotímia). - Sinais de probabilidade: a. Hipertrofia uterina b. Alteração da forma uterina (sinal de Piskacek), c. Alterações mamárias: aumento de volume, rede venosa superficial (sinal de Haller), hipertrofia dos tubérculos de Montgomery, aumento de pigmentação das auréolas, secreção, estrias ou vergões d. Amenorréia e. Cianose de vulva e vagina (sinal de Jacquemier-Kluge) f. Pulsação vaginal (sinal de Oseander) - Sinais de certeza: a. Movimentos ativos fetais Þ a partir da 18ª semana b. Batimentos cardíacos do feto Þ a partir da 20/21ª semana c. Palpação de segmentos fetais Þ a partir da 18ª semana d. Rechaço fetal intrauterino Þ a partir da 18ª semana USG: 5ª semana saco gestacional 6 / 7ª semana batimentos cardíacos fetais - 13 / 14ª semana polo cefálico Avaliação da idade fetal RNM diagnóstico precoce da gravidez RX 7ª semana mostra primeiros pontos de ossificação Provas biológicas Reação de Mário Magliano (planotest): gonadotrofina coriônica humana (hCG) na urina 12 dias após a ausência da menstruação; Beta hCG plasmática a partir de 4-6 dias da gestação. » INTERESSE MÉDICO LEGAL • Suposição de gravidez: patologias, pseudociese. • Simulação de gravidez: dolosa por objetivar reguardar um suposto direito ou fugir de uma responsabilidade. Dissimulação de gravidez: • BOA FÉ - mulher julga ser portadora de alteração patológica ou funcional (menopausa) • MÁ FÉ - aquisição de direitos civis, negação de adultério, aborto ou de infanticídio. Metassimulação: • Alteração proposital do tempo de gestação para imputação falsa de paternidade ou para obter vantagem social. » FORMAS ATÍPICAS DE GRAVIDEZ Gemelaridade univitelina: gêmeos do mesmo sexo, idênticos e monozigóticos. Superfecundação: fecundação de dois ou mais óvulos de um mesmo ciclo no mesmo coito ou em coitos diversos por único parceiro ou parceiros diferentes. Superfetação: fecundação de dois ou mais óvulos de ciclos diferentes. Gravidez extrauterina: tubária, abdominal. Gravidez molar: degeneração do concepto. Gravidez anembrionária: saco gestacional com plascenta e sem embrião resulta em aborto. 7. GRAVIDEZ E PUERPÉRIO 14 MATEUS LARANJEIRA » DURAÇÃO MÉDIA 270 a 280 dias - Morte e retenção fetal (diagnóstico): - Dados obstétricos: ausência de movimentos fetais, redução do volume uterino, regressão da sintomatologia gravídica - Exames laboratoriais: redução de estriol, ausência de células naviculares pela colpocitologia - Exames de imagem: USG, Rx, RNM - Feto retido: maceração: a partir do terceiro dia observam-se flictenas serosas e sanguinolentas, destacamento de epiderme, líquido amniótico esverdeado. » PARTO - Parto é o conjuntode fenômenos fisiológicos e mecânicos cuja finalidade é a expulsão do feto viável e anexos. - Início: ruptura da bolsa - Término: expulsão da placenta • Interesse médico-legal: - Atribuição de parto alheio como próprio - simulação - Sonegação e substituição de RN - Aborto - Infanticídio - DIAGNÓSTICO: a) Parto recente: alterações dos genitais externos, fluxos genitais (lóquios), lesões em genitais internos e externos, modificações das mamas e parede abdominal, citologia cervicovaginal, biopsia do endométrio, cloasma. b) Parto antigo: estrias e flacidez abdominais, cicatrizes himenais (carúnculas mirtiformes), cicatrizes da fúrcula e períneo, mudança de forma do colo uterino (circular nas nulíparas e transversal ou em H na mulher que pariu) e cicatrizes no óstio externo do colo uterino. - PERÍCIA 1. Existência do parto 2. Recenticidade do parto 3. Antiguidade do parto 4. Número de partos 5. Provas laboratoriais: mucosidade vaginal, líquido amniótico, leite e/ou colostro, mecônio, exame microscópico do útero e ovários » PUERPÉRIO - Puerpério é o espaço de tempo variável entre a expulsão da placenta e a volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez. - Duração: 6 a 8 semanas - IMPORTÂNCIA MÉDICO-LEGAL: Sonegação, simulação e dissimulação do parto; Subtração de recém-nascido. EXAME: - Sinais de parto (mamas, lóquios, lesões em genitais internos e externos, cloasma) - útero (colo e corpo) - Vagina - Ovários e ovulação volta da menstruação : a)Não lactante 10ª semana b) Lactantes após 30/36 semanas PERÍCIA 1. Pós-parto imediato (1-10 dias) - colo uterino flácido com bordos distensíveis - fundo do útero acima da cicatriz umbilical - lóquios vermelhos (2-3 dias), pálidos (5 dias) e amarelados (5 dias) 2. Pós-parto tardio (10-45 dias) - lóquios serosos - regressão uterina até o interior da pelve 3. Pós-parto remoto (após 45 dias): - varia de acordo com a lactação - inexistência de lóquios. 15 MATEUS LARANJEIRA » LEGISLAÇÃO CÓDIGO PENAL Art. 123 – Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após. Pena – detenção de dois a seis anos. Art. 134 – Expor ou abandonar recém-nascido, para Ocultar desonra própria. Pena – detenção de seis meses a dois anos. § 1° - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave – Pena detenção de um a três anos. § 2° - Se resulta a morte – Pena detenção de dois a seis anos. » CONCEITO “Infanticídio é a morte do próprio filho durante ou logo após o parto, estando a mãe sob a influência do estado puerperal.” - Estado Puerperal: conjunto de profundas perturbações físicas e psicológicas reversíveis apresentadas pela mulher em decorrência do traumatismo do parto. “O estado puerperal encontra sua justificativa no trauma psicológico e nas condições do processo fisiológico do parto sem assistência.” Genival Veloso de França - Puerpério é o período de tempo entre a dequitação placentária e o retorno do organismo materno às condições pré-gravídicas, tendo duração média de 6 semanas. - Estado puerperal é uma súbita, severa e profunda alteração psíquica temporária em mulher em geral previamente sã, com colapso do senso moral e diminuição da capacidade de entendimento seguida de liberação de instintos, culminando com a agressão ao próprio filho. » CARACTERÍSTICAS I. Delictum exceptum - cometido sob a influência do estado puerperal II. Crime próprio - somente a mãe pode ser autora III. Ocorre no puerpério imediato. Descaracteriza o estado puerperal cuidados dispensados ao recém-nascido como alimentação, agasalho, asseio e proteção. » ELEMENTOS DO CRIME - Vítima seja feto nascente ou infante recém-nascido - Tenha havido vida extrauterina - Morte intencional NATIMORTO: a partir da 22ª semana, quando o peso fetal é de 500g; FETO NASCENTE: infanticídio durante o parto (não respira); INFANTE NASCIDO: acabou de nascer, respirou, mas não recebeu nenhum cuidado especial; RECÉM-NASCIDO: até 7º dia pós parto.* » ACHADOS - Provas de vida extrauterina - Exame do pulmão, docimásias e provas ocasionais 1. Exame do pulmão: - Volume maior no pulmão que respirou pela presença de ar e sangue - Cor vermelho claro ou róseo no pulmão que respirou e parda no que não respirou - Superfície lisa e uniforme no pulmão que não respirou e em mosaico naquele que respirou - Consistência maciça ou fofa com creptação - Densidade menor (0,70 a 0,80) no que respirou e maior (1040 a 1092) no que não respirou. 2. Docimásias são exames específicos para verificação de vida extrauterina - Hidrostática de Galeno (até 24 h após a morte) 1ª fase: bloco do sistema respiratório com língua, timo e coração. Resultados: - Flutuação completa ou à meia-água = positiva para respiração (dispensa a realização da 2ª fase) - submergiu = negativa (necessário realizar a 2ª fase) 8. INFANTICÍDIO 16 MATEUS LARANJEIRA 2ª fase: separação dos pulmões das demais vísceras. Resultados: - Flutuação completa ou à meia-água = positiva (dispensa a realização da 3ª fase) - Submergiu = negativa (necessário realizar a 3ª fase) 3ª fase: fragmentação dos pulmões Resultados: - Flutuação completa ou à meia-água = positiva e dispensa a realização da 4ª fase - Submergiu = negativa (necessário realizar a 4ª fase) 4ª fase: compressão de fragmentos pulmonares contra a parede do recipiente Resultados: - Desprendimento de bolhas gasosas = positiva INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: 1ª fase positiva = respiração plena 2ª e 3ª fases positivas = respiração parcial 4ª fase positiva = resultado duvidoso Quatro fases negativas = ausência total de respiração » PROVAS OCASIONAIS DE VIDA EXTRAUTERINA 1. Corpo estranho nas vias respiratórias 2. Alimentos no tubo digestivo 3. Lesões vitais » CAUSA JURÍDICA DA MORTE DE RN a. Acidental: descaracteriza o crime b. Intencional: caracteriza a etiologia criminosa 1. USO DAS ENERGIAS PRODUTORAS DE LESÃO: Asfixias: afogamento, estrangulamento, sufocação (direta ou indireta), esganadura Lesões: incisas (esgorjamento), perfurantes, contusas, pérfuroincisas, cortocontusas, carbonização (em vida ou após a morte?) 2. PRIVAÇÃO DE CUIDADOS ESSENCIAIS: Aquecimento, alimentação, asseio, proteção contra sol/chuva/ e traumatismo por animais, veículos e pessoas. 17 MATEUS LARANJEIRA » DEFINIÇÃO É o ramo da medicina legal que estuda a sexualidade humana e suas repercussões criminais. É a disciplina que estuda as questões relacionadas com o sexo em seus aspectos médicos, jurídicos, filosóficos e sociológicos, ou seja, estuda a solução dos problemas jurídicos que o sexo pode suscitar. » SEXO GENÉTICO: Cromossômico e Cromatínico (síndromes); » SEXO ENDÓCRINO (desenvolvimento das características sexuais: hormônios, gônadas, tiróide, hipófise); » SEXO MORFOLÓGICO: interno e externo, dinâmico ou copulativo; » SEXO PSICOLÓGICO; Fatores ligados ao sexo e que somados aos aspectos de natureza orgânica, de ordem social, religiosa, familiar ou educacional, de alguma maneira apresentam repercussão psicológica no comportamento sexual do indivíduo. Esses fatores combinados = comportamento característico de cada sexo ou originar transtornos patológicos. TRANSTORNOS DO INSTINTO SEXUAL (SEXUALIDADE ANÔMALA)De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, os transtornos englobam: - Disfunções sexuais; - Transtornos da Identidade de gênero; - Parafilias. Para que seja classificada como ANÔMALA, o distúrbio deve ser EXCLUSIVO e DURADOURO. DISFUNÇÕES SEXUAIS: DISTÚRBIOS QUANTITATIVOS 1. SATIRÍASE – Homem (muito vigor e disponibilidade sexual); Importância = Adultério, atentado ao pudor, homicídio. 2. IMPOTÊNCIA – Homem (pouco ou nenhum vigor sexual); Importância = Anulação de casamento. 3. NINFOMANIA – Mulher (Muito vigor sexual); 4. FRIGIDEZ – Mulher (pouco ou nenhum vigor sexual). TRANSTORNOS DA IDENTIDADE DE GÊNERO E HOMOSSEXUALISMO: 1. TRANSEXUALISMO - Forte insatisfação com o próprio sexo, acompanhada de uma identificação com o sexo oposto; - O transexual é inconformado com seu estado sexual e não admite ser homossexual. 2. HOMOSSEXUALISMO: - Preferência pelo mesmo sexo; - Não é aceita como desvio sexual ou anormalidade, mas sim uma opção sexual. PARAFILIAS (DISTÚRBIO QUALITATIVO) - Conhecidas como anomalias, desvio sexuais ou perversões, termos que devem ser utilizados apenas no contexto jurídico, não discriminatório. 1. RIPAROFILIA: Desejo sexual por pessoas sujas e sem nenhum asseio. 2. URANISMO/PEDERASTIA: Homem com desejo por outro homem. 3. TRIBADISMO: Atrito íntimo vaginal MULHER – MULHER. 4. LUBRICIDADE SENIL: Idoso com furor sexual. Importância: Prática de atos libidinosos. 5. GERONTOFILIA/ CRONO-INVERSÃO: Indivíduo mais novo que só tem desejo sexual por pessoas idosas. 6. CROMO - INVERSÃO: Desejo sexual interracial. 7. MASOQUISMO: Só atinge excitação sexual quando da dor. 8. SADISMO: Só satisfaz seu desejo sexual com o sofrimento do parceiro. 9. NECROFILIA: Desejo sexual por cadáveres. Importância: Homicídio. 10. VAMPIRISMO: Desejo por sangue na relação sexual. Importância: Homicídio. 11. BESTIALISMO/ZOOFILIA: Relação sexual com animais. 12. FETICHISMO: Desejo sexual por partes do corpo ou objetos da pessoa amada, ex. mãos, pés. Relacionado a furtos. 13. NARCISISMO: Pessoa com admiração fora do comum por sua imagem. 14. MIXOSCOPIA OU VOYEURISMO: Indivíduo que só se satisfaz presenciando o coito de terceiros. 9. Sexologia forense 18 MATEUS LARANJEIRA 15. PLURALISMO OU TROILISMO: Prática sexual onde participam 3 ou mais pessoas. 16. DOLISMO OU PIGMALIONISMO: Indivíduo com grande atração por estátuas, bonecas infláveis. 17. UROLAGNIA: Prazer sexual ao presenciar um ato de micção ou ruído ou ser atingido por jato urinário. 18. COPROLALIA: Satisfação sexual ao ouvir palavras com conotações sexuais. 19. PEDOFILIA: Desejo sexual por crianças e adolescentes. Pedofilia é crime grave. 20. EXIBICIONISMO: Indivíduo com desejo e necessidade de se exibir para os outros. 21. FROTEURISMO: Desejo sexual de se encostar nas pessoas, ex. metrô, ônibus. » SEXO JURÍDICO É aquele que consta do registro civil, baseado na declaração dos pais e testemunhas, podendo ocorrer erro dolosamente ou em decorrência de presença de estados intersexuais (pseudo-hermafroditismo). » SEXO GENÉTICO: Cromossômico e Cromatínico (síndromes); 46 XX (SEXO FEMININO) 46 XY (SEXO MASCULINO) ALTERAÇÕES GENÉTICAS 1. Sd. TURNER (45 XO) Sexo Feminino; Não costumam apresentar desvios de personalidade. 2. Sd. KLINEFELTER (46 XXY) Sexo Masculino; Alterações na genitália externa. Sexo Masculino (estudos buscam ligar comportamentos violentos); Feminino (retardamento mental); “Síndrome da criminalidade”, porém não aceito pela comunidade científica. » ASPECTOS LEGAIS DOS CRIMES SEXUAIS a. Crimes contra a liberdade sexual: Estupro b. Segundo o Código Penal, são atos sexuais: Conjunção carnal Ato libidinoso c. Gravidez: A conjunção carnal poderá também ser comprovada com base na constatação de gravidez. d. Importância Médico-legal do Diagnóstico de Gravidez: Resguardo dos Direitos do Nascituro; Investigação de Paternidade; Prova de adultério; Prova de Violência Carnal; Infanticídio; Aborto; Atestado de gravidez p/ funcionárias públicas; Impedimento ou anulação de casamento. e. Infanticídio: - É a morte do recém-nascido provocada pela própria mãe, sob estado de transtorno mental, decorrente do trabalho de parto ou puerpério. (estado puerperal). Perícia em 2 etapas: 1. Para se tipificar o infanticídio é indispensável, em tese, a comprovação do nascimento com vida; A DOCIMÁSIA HIDROSTÁTICA DE GALENO é utilizada para comprovar o nascimento com vida 19 MATEUS LARANJEIRA (pulmão colocado em vasilha com água, se flutuar existiu respiração = vida). 2. Se a mulher agiu sob influência do estado puerperal. - Puerpério e Estado puerperal: Caracterização do crime de infanticídio pela lei penal. 1. Puerpério: Período compreendido entre o parto e o retorno do útero ao seu estado normal (45 dias). Quadro fisiológico que atinge todas as mulheres que dão a luz. São raras as alterações de cunho psicológico graves como a psicose puerperal. 2. Estado Puerperal: - Não é cronológico; - Desequilíbrio emocional da mãe! - Acontece em gravidez ilegítima, nunca é presenciado em partos assistidos, aceitos e desejados. f. PUERPÉRIO / ESTADO PUERPERAL / INFANTICÍDIO O Perito deverá observar: • A recenticidade do parto; • Se o parto transcorreu de forma a provocar sofrimento incomum na parturiente; • Se a parturiente recorda-se do ocorrido; • Se a parturiente apresenta histórico de psicopatia anterior; • Se existe comprovação de que, em razão do parto, surgiu alguma perturbação mental capaz de levá-la ao crime. g. Aborto: Considera-se aborto, em Medicina Legal, a interrupção da gravidez, por morte do concepto em qualquer época da gestação, antes do parto. h. Aborto Doloso: É repelido por nosso CP, excluindo-se algumas situações em que é legal e, portanto, permitido ( Art. 128 CP). i. Perícia no Aborto Criminoso: • É considerada bastante difícil; • Lesões no períneo; • Vestígios do meio empregado (sonda ou outros instrumentos); • Lesões uterinas; • Exames laboratoriais; • Exame do feto quando possível; • Exame de DNA. » CRIMES SEXUAIS 1. Conjunção Carnal É a relação entre homem e mulher, caracterizada pela penetração do pênis na vagina, com ou sem ejaculação. 2. Atos libidinosos Conjunção carnal: (ato libidinoso por excelência) Atos libidinosos diversos da conjunção carnal: - Cópulas ectópicas; - Atos manuais; - Atos orais. 3. Estupro Conjunção carnal é o ato sexual convencional: cópula vaginal (coito pênis/vagina). Introdução do pênis pode ser parcial ou total, havendo ou não ejaculação. Lei 12.015/2009 A nova redação determina: Estupro: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Pena: Reclusão de 6 a 10 anos. Violência Tipos de violência: a. Efetiva Física: a lei exige que o agressor tenha agido de forma violenta, anulando ou enfraquecendo a oposição (resistência física) da vítima (deixa vestígios: hematomas, contusões, marcas de mordidas, etc.). Psíquica: o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência por inibição ou enfraquecimento das faculdades mentais. 1. embriaguez completa 2. anestesia 3. estados hipnóticos 4. drogas alucinógenas (“Boa noite Cinderela”) 20 MATEUS LARANJEIRA b. Presumida (novo código: Art: 217-A) 3 situações: 1. Menor de 14 anos; 2. Vítima alienada ou débil mental e o agente conhecia estacircunstância; 3. Qualquer causa que impeça a vítima de resistir. Estupro de Vulnerável: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. Lei 12.015/2009 A nova redação determina: Art. 217-A: Estupro de Vulnerável. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1 o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. PERÍCIA NO ESTUPRO: Objetivos Periciais: Comprovar a cópula vaginal: 1. Na mulher virgem 2. Na mulher com vida sexual pregressa » HIMENOLOGIA - HÍMEN: Membrana que separa a cavidade vaginal da vulva. - ÓSTIO: orifício central. (ex: circular, triangular, cribiforme). - ORLA: Região membranosa ao redor do Óstio. - ENTALHES NATURAIS: Simétricos, não vão até a borda de implantação, sem hematomas ou equimoses. - CHANFRADURAS: Reentrâncias superficiais na borda livre. - ROTURAS: Vão até a borda de implantação, assimétricas, possui hematomas, equimoses. - CARÚNCULAS MIRTIFORMES: Se formam no hímen. Sinal de parto antigo. HÍMEN COMPLACENTE - 10 - 22% dos Hímens; - Óstio amplo e orla estreita; - Elástico; - Lubrificação natural; - Riqueza em entalhes. PERÍCIA NO ESTUPRO: EXAME DO HÍMEM No exame, o hímen pode estar: 1. Íntegro 2. Com rotura completa 3. Com rotura incompleta 4. Com agenesia (ausência congênita) 5. Complacente 6. Reduzido a carúnculas mirtiformes (ocorre em mulheres que pariram) 21 MATEUS LARANJEIRA » MÉTODO CRONOMÉTRICO DE LACASSAGNE Compara região genital e mostrador de relógio; Ex: Rotura himenal ás 6 horas. A rotura himenal mais frequente é no andar inferior (menor resistência). HÍMENS ROTOS QUANTO À CICATRIZAÇÃO: 1. Rotura de data recente: (até cerca de 20 dias) 2. Rotura antiga ou cicatrizada Quando se afirma que a rotura é antiga isto significa que ocorreu há mais de 20 dias. Geralmente se rompe na primeira conjunção carnal. Pode ocorrer rompimento na: Masturbação Colocação de corpo estranho Colocação de absorvente íntimo O seu exame não constitui tarefa pericial fácil, podendo levar o perito a equívocos. A Perícia deve buscar provas de ejaculação (sêmen); 1. Presença de espermatozóides no líquido seminal; 2. Fosfatase ácida (indício); 3. Proteína P30 (PSA) (certeza). ESPERMATOZÓIDES - A presença de sêmen na vagina é confirmada em amostras de fluído vaginal pelo achado de espermatozóides. - A coleta deve ser cuidadosa (swab = cotonete) com exames a fresco e com coloração pela Técnica Christmas Tree ou hematoxilina-eosina (esfregaço em lâmina). FOSFATASE ÁCIDA - É uma enzima normalmente presente em alguns órgãos, tecidos e secreções em teor normal; - O líquido seminal contém grandes teores de fosfatase ácida. TESTE DA PROTEÍNA P30 (PSA) • A P30 é uma glucoproteína idêntica ao PSA - Antígeno Prostático Específico (marcador do câncer da próstata), cuja presença no sêmen independe de haver ou não espermatozóides; • Sua verificação no fluído vaginal é teste de certeza quanto à presença de sêmen na amostra estudada (ejaculação). • Ausentes nos fluídos femininos; Outros achados: - Manchas de Sêmen nas vestes; - Marcas de violência física nas coxas, membros, dorso; - Pêlos pubianos soltos encontrados. Desde que comprovada sua origem como sendo de outra pessoa, é indicativo de relação sexual. Lei 12.015/2009 A simples dúvida ou incerteza do acusado quanto á menoridade da vítima, exclui o delito? E quanto a vítima com deficiência mental? Art. 217-A: Estupro de Vulnerável. Menor de 14 anos: O fato do agressor não saber, não desqualifica o crime. Doente mental: Se o agressor não souber e pelo exame o perito perceber que é difícil de identificar a doença mental, o agressor não responderá por esse artigo. A prostituta pode sofrer crime de estupro ou outro ato libidinoso, na sua profissão? E a esposa com relação ao marido? A nova redação determina: Estupro: Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Pena: Reclusão de 6 a 10 anos. 22 MATEUS LARANJEIRA » » DEFINIÇÃO Toxicomania ou toxicofilia é um estado de intoxicação periódica ou crônica, nociva ao indivíduo ou à sociedade, produzida pelo repetido consumo de uma droga natural ou sintética. (OMS) » CARACTERÍSTICAS Compulsão irresistível e incontrolável: 1. Obtenção a qualquer custo; 2. Tendência a aumentar a dosagem; 3. Efeito nocivo individual e coletivo. » TÓXICOS Tóxicas são substâncias naturais, sintéticas ou semissintéticas cujo uso pode causar tolerância, dependência e crise de abstinência. Tolerância é a necessidade de utilizar dose cada vez maior para obter o efeito desejado. Dependência é a interação entre o metabolismo orgânico e o consumo de determinada droga. Crise de abstinência é uma síndrome com tremores, náuseas, vômitos, inquietação, anorexia, irritabilidade e distúrbio do sono. » TOXICOFILIA Maconha; Cocaína; Crack; Merla; Oxi; Cola; LSD 25; Morfina; Heroína; Cogumelo; Ópio; Anfetaminas a. MACONHA - Maconha (tetraidrocarnabiol) é uma droga natural extraída da folha da canabis sativa. - Efeito: 2 a 8 horas - Uso não produz dependência, tolerância nem crise de abstinência. - Importância Þ uso associado com outras drogas. - Uso medicinal como analgésico, calmante e em glaucoma. - Consumo: - aspiração por cigarro (baseado) - Mascação das folhas - xaropes, pastilhas e infusões. - Quadro clínico: desorientação têmporoespacial, fuga da realidade, sensação de flutuar, lassidão, olhar perdido, perda de ambição, hipervalorização do momento presente, prostração, alteração da memória, ilusão de prolongamento da vida. - Haxixe extraída da resina seca das folhas, comercializado em tabletes e consumido misturado ao fumo. b. COCAÍNA - Cocaína é um alcalóide extraído da folha de coca e apresentado sob forma de pó. - Uso por aspiração, fricção na mucosa gengival, injeção. USUÁRIO Decadência física + Humor imoderado e injustificável - Sinais/Sintomas a) Psíquicos: agitação, ansiedade, excitação motora, confusão mental, desorientação têmporoespacial. b) Neurológicos: tremores corporais, afasia, paralisias, convulsões. c) Circulatórios: hipertensão arterial sistêmica, dor precordial, taquicardia. d) Respiratórios: polipnéia, insuficiência respiratória. e) Secundários: oligúria, anorexia, náuseas, vômitos. - Após a desintoxicação: depressão, angústia, ideias suicidas, alucinações, delírios persecutórios, culpa excessiva. - Lesão característica do usuário crônico: perfuração de septo nasal. - Envelhecimento precoce. - Morte por cardiopatia. c. CRACK - Crack é um subproduto da pasta básica de cocaína consumido por aspiração em cachimbos (marica). - Efeitos tóxicos rápidos: irritabilidade, agressividade, midríase, delírios e 10. toxicofilia 23 MATEUS LARANJEIRA alucinações, astenia profunda, ansiedade severa, rápida degradação física com emagrecimento, hipotrofia muscular, palidez, xerose e alterações capilares. d. MERLA - Merla é um subproduto da pasta básica de cocaína com adição de éter, metanol, benzina, ácido sulfúrico, querosene, gasolina.- Efeitos rápidos: leveza e sensação de bem- estar inicial com irritação, inquietação e alucinações posteriores. - Órgãos mais atingidos no uso crônico: 1. Fígado Hepatite tóxica 2. Cérebro perda de memória e alterações da coordenação motora e. OXI - Ox é um entorpecente obtido da mistura da pasta base de cocaína com querosene, gasolina, cal virgem ou solvente usado em construções civis. - Aspiração pelo uso do ox misturado com o cigarro (comum ou de maconha) ou em cachimbos. - Efeito rápido = sete a nove segundos. - Custo: duas a cinco vezes mais barato; - Mortalidade: usuários de crack vivem em média 5 a 6 anos; 30% dos usuários de oxi morrem em média após um ano de uso. f. COLA - Cola de sapateiro é um produto tóxico, volátil, cujo ingrediente ativo é o solvente tolueno (hidrocarboneto aromático). - Droga depressora do Sistema Nervoso Central. - Barata e de fácil aquisição. - Uso por inalação. - Fase tardia lesões graves em fígado, rins, medula óssea e membros periféricos. - Sinais/Sintomas: 1ª fase: excitação, euforia, tonturas, perturbações auditivas e visuais, náuseas, espirros, tosse, salivação e rubor nas faces. 2ª fase: depressão inicial do cérebro: confusão, voz pastosa, desorientação, embaçamento da visão, perda do autocontrole, dor de cabeça, palidez cutânea e mucosa. 3ª fase: aprofundamento da depressão do cérebro: redução acentuada do estado de alerta, incoordenação ocular e motora, fala engrolada, reflexos deprimidos, alucinações. 4ª fase: depressão profunda do SNC, inconsciência, queda de pressão, sonhos estranhos, convulsões, coma e morte. g. LSD 25 - LSD é uma droga semissintética de maior poder alucinógeno extraída da ergotina do centeio. - Apresentação: barras, cápsulas, tiras de gelatina, líquidos, micropontos ou folhas de papel secante (como selos ou autocolantes). - Uso ingestão por via oral, absorção sublingual, injetada ou inalada. - Usuário aspecto nauseoso, deprimido e fadigado. - Quadro clínico: a) reação megalomaníaca força e possibilidades ilimitadas; b) perturbações do humor depressão profunda, angústia, solidão, auto-acusações, ideação suicida; c) perturbações paranóicas sensação de perseguição notadamente por pessoas próximas, irritação, agressividade; d) estado de confusão ilusões, alucinações, sentimentos absurdos, desorientação têmporoespacial, ideias irracionais. h. MORFINA - Morfina é um alcalóide derivado do ópio apresentado sob forma de líquido incolor. - Uso: injeções IM - Vício na primeira dose com aumento gradativo - Quadro Clínico 1ª fase (lua de mel): euforia, extroversão, disposição física aumentada; 2ª fase: palidez, emagrecimento, envelhecimento precoce com enrugamento da pele e queda de cabelos; 3ª fase (período de estado): caquexia e morte por cardiopatia ou tuberculose. i. HEROÍNA - Heroína é uma droga sintética (éter diacético da morfina) que se apresenta sob forma de pó branco e cristalino. - Uso injeção após diluição ou misturado ao fumo do cigarro - Cinco vezes mais potente que a morfina, vicia rapidamente (em 30 dias o usuário necessidade da injeção a cada duas horas) - Sinais: náuseas, vômitos, delírios, convulsões, bloqueio do sistema respiratório (depressor) e morte rápida. j. COGUMELO - Cogumelos alucinógenos ou psicodélicos são fungos com propriedades alucinógenas, utilizados por diversos povos em suas 24 MATEUS LARANJEIRA atividades culturais, bem como drogas recreativas. - Princípio ativo Þ psilocibina - Gêneros: Psilocibe, Panaeolus, Capelandia e Amanita. No Brasil: Psilocibe e Panaeolus - Efeito semelhante ao LSD (mais brando e de menor duração) - Uso infusão ou ingestão oral - Início dos efeitos: 01 hora após o uso - Duração até 12 horas após o uso. - Quadro Clínico: Agudo: visão de cores brilhantes, audição de sons agudos, sensação de que o tempo passa devagar, mudanças emocionais, cansaço, náuseas, vômitos, problemas de coordenação motora, variação do humor, “viagens” más (bad trips), medo, angustia, pânico, alucinações e medo de perder o controle e enlouquecer. Crônico: a) Manifestações coléricas: vômitos, cólicas abdominais, diarreia, câimbras, desmaios; b) Manifestações hepatorrenais: icterícia, hematúria, oligúria; c) Manifestações neurológicas: euforia paradoxal, agitação, delírios, convulsões, coma. l. ÓPIO - Ópio é a mistura de alcaloides extraídos da papoula (Papaver somniferum), de ação analgésica, narcótica e hipnótica. Pouco usado no Brasil. - Uso através de cachimbo especial (haste de bambu e um fornilho de barro) comprimido, supositórios. - Composição Química: 1. Morfina, codeína, papaverina. narcotina e narceína (depressores do SNC) 2. Laudanosina e tebaína (excitantes do SNC) - Quadro Clínico: Quadro clínico: 1ª fase de excitação geral sobre o aparelho circulatório e funções psíquicas; 2ª fase de depressão, indiferença, angústia, abatimento físico com adinamia e prostração. m. ANFETAMINAS - Anfetaminas são drogas sintéticas estimulantes da atividade do sistema nervoso central, fazendo com que o cérebro trabalhe mais rápido. - Objetivos do uso: desinibição, euforia, e evitar o sono. - Uso ingestão oral, dissolvida em bebidas alcoólicas, diluída e injetada EV - Exemplos: MDMA, ritalina, êxtase. - Droga mais usada no Brasil constituindo graves problemas médico e social - Quadro clínico: agitação psicomotora, obnubilação, confusão, manifestações delirantes, redução ou perda da atenção » INTOXICAÇÃO PELO ÁLCOOL 1. EMBRIAGUEZ ALCÓOLICA Intoxicação pelo álcool etílico, aguda imediata e passageira resultando em um conjunto de manifestações neuropsicossomáticas. - Manifestações Físicas: Olhos vermelhos, taquicardia, taquipnéia, pulso rápido, e hálito alcoólico-ascético. - Manifestações Neurológicas: Alteração do equilíbrio – Romberg Alteração da marcha – ebriosa cerebelar - Alterações Motoras: Ataxia (incoordenação dos movimentos) Dismetria (imprecisão de medidas) - Alterações Psíquicas Alterações no curso do pensamento; Memória, humor, senso ético e atenção. FASES: 1) Excitação: Indivíduo bem humorado, vivo, loquaz, humorado e gracejador. 2) Confusão ou Médico-Legal : Indivíduo irritado, linguagem de baixo calão, tendência a agressão. 3) Sono ou comatosa: Indivíduo inconsciente ou consciência embotada, pupilas não reagentes, sudorese intensa. FORMAS DE EMBRIAGUEZ; CULPOSA: Imprudência ou negligência de beber exageradamente e de não conhecer os efeitos reais do álcool. Não isenta de responsabilidade. PRETERDOLOSA: O agente não quer o resultado. Sabe que, em estado de embriaguez, poderá vir a cometê-lo, assumindo o risco de produzi- lo. Não isenta de responsabilidade. EMBRIAGUEZ FORTUITA: É a embriaguez ocasional, rara, em momentos especiais. Pode isentar o agente de pena. ACIDENTAL: Indivíduo que, por engano, tomasse uma bebida como inócua e se tratasse de uma de grande teor alcoólico, ou ingerisse remédio que potencializasse os 25 MATEUS LARANJEIRA efeitos de pequenas doses de bebida considerada inócua. O agente pode gozar o benefício da isenção de responsabilidade. POR FORÇA MAIOR: É aquela que a capacidade humana é incapaz de prever ou resistir. Por exemplo, em razão do trabalho, é obrigado a permanecer em local saturado de vapores etílicos. É possível a redução da pena. PREORDENADA: O agente se embriaga com o propósito de adquirir condições psíquicas que favoreçam a prática criminosa. Agravante de pena. HABITUAL: Indivíduos que vivem sob a dependência do álcool. Escondendo suas inibições em condições de frequente embriaguez. PATOLÓGICA:Ingestão de pequenas doses, com manifestações intempestivas. Desproporção entre a quantidade ingerida e a intensidade dos efeitos. - Importância Médico-legal: Embriaguez completa é a intoxicação provocada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos, resultando à pessoa total incapacidade de entender o caráter delituoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. PERÍCIA MÉDICO-LEGAL – ASPECTOS OBSERVADOS Aparência: sonolento, faces congestas, olhos vermelhos, sialorréia, soluços, vômitos, estado das vestes. Atitude: excitado, arrogante, loquaz, deprimido Orientação no tempo e no espaço: onde está? Que dia é hoje? Memória: onde mora? o que fez? onde trabalha? Prova de cálculo simples Elocução: fala com clareza? discurso coerente? Marcha e equilíbrio: andar com os olhos fechados, sinal de Romberg, fazer 4. Coordenação motora: apanhar um objeto pequeno. Prova escrita: palavras ou desenho Pupilas: dimensões, reação à luz Sensibilidade: tátil, térmica, dolorosa Hálito Sinais de doenças ou traumatismos? —PESQUISA BIOQUÍMICA Urina sem valor médico-legal pela variação de concentração (número de micções, tipo da bebida, repleção vesical inicial, quantidade de água ingerida) Saliva sem valor médico-legal pela interferência de substância redutoras próprias da saliva Ar expirado Þ oxidação do álcool pelo perclorato de magnésio Sangue alcoolemia (6 decigrama de álcool por litro de sangue) Liquor menos utilizada pela complexidade da coleta 2. ALCOOLISMO Alcoolismo é o quadro decorrente da ingestão continuada e imoderada de bebida alcoólica onde ocorrem várias anormalidades não psicóticas (personalidade alcoolista). Importância: I. Tendência para outras formas de transtornos mentais; II. Modificação do juízo crítico e da capacidade de administrar seus interesses; III. Transtornos de conduta com perigo para si próprio e para outrem. - Quadro clínico a) manifestações somáticas: pescoço fino, tremor nas mãos, marcha insegura, congestão conjuntival, vermelhidão e intumescimento da face, hepatomegalia, aumento do volume abdominal; b) perturbações neurológicas: polineurite, síndrome de Korsakow, poliencefalite superior hemorrágica de Wernicke; c) perturbações psíquicas: epilepsia alcoólica, dipsomania, delírio de ciúme, alucinose; - PERTURBAÇÕES NEUROLÓGICAS 1ª) Polineurite por comprometimento de neurônios periféricos resultante de processo degenerativo. Quadro clínico: hiperestesia cutânea, mialgias, alterações dos reflexos, CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO Artigo 165 : “Dirigir sob a influência de álcool em nível superior a 6 decigramas por litro de sangue” (administrativa). Artigo 306: “Conduzir veículo automotor, na via pública sob influência de álcool ou substância de efeito análogo expondo em potencial a incolumidade de outrem” (crime). Pena de detenção de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 26 MATEUS LARANJEIRA atrofias musculares, parestesia das extremidades, perturbações da coordenação motora. 2ª) Síndrome de Korsakow (síndrome amnésica ou psicose polineurítica): amnésia (anterógrada, retrógrada/lacunar, total e alternante), desorientação têmporoespacial, confabulações (relatos fantásticos) e sintomas de polineurite. 3ª) Poliencefalite superior hemorrágica de Wernicke decorrente de pequenos focos hemorrágicos no tronco cerebral: tremores periorais e da língua, disfasia, nevralgia facial, disfonia, paralisia dos músculos faciais e dos globos oculares. - PERTURBAÇÕES PSÍQUICAS 1ª. Delirium tremens: agitação, confusão, angústia, tremores corporais generalizados, alucinações visuais terrificantes, amnésia. Duração - 3 a 10 dias Recidiva frequente Convalescença inicia-se com prolongado sono 2ª. Alucinose dos bebedores é uma psicose aguda com apresentação de alucinações auditivas havendo hipersensibilidade aos ruídos e percepção de sibilos, apitos, sons musicais, vozes humanas proferindo obscenidades e ofensas morais ao alcoolista. Recidiva frequente Duração: 5 a 30 dias 3ª. Delírio de ciúmes dos bebedores é mais comum nos homens que apresentam falsas ideias de infidelidade de ocorrência notadamente à noite e que tem como causa principal a impotência sexual do alcoolista. Recidivas frequentes Importância Þ agressões físicas com produção de lesões corporais graves e morte 4ª. Epilepsia alcoólica é mais comum nos bebedores de aguardente e representada por crises convulsivas de repetição. 5ª. Dipsomania é o impulso irreprimível de ingerir grandes quantidades de bebidas alcoólicas durante vários dias.
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