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w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 1 PÁGINA w w w .u s f. e d u .b r 1 PÁGINA INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA Elaine Cristina Marques Esper w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A Presidente Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM Diretor Geral Jorge Apóstolos Siarcos Reitor Frei Gilberto Gonçalves Garcia, OFM Vice-Reitor Frei Thiago Alexandre Hayakawa, OFM Pró-Reitor de Administração e Planejamento Adriel de Moura Cabral Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão Dilnei Giseli Lorenzi Coordenador do Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Renato Adriano Pezenti Revisão Lindsay Viola (Vozes) Desenhista Instrucional Leonora Gerardino Patricia Sponhardi Projeto Gráfico e Diagramação Lucas Paz (Studio 28) © 2019 Universidade São Francisco Avenida São Francisco de Assis, 218 CEP 12916-900 – Bragança Paulista/SP CASA NOSSA SENHORA DA PAZ – AÇÃO SOCIAL FRANCISCANA, PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL – ORDEM DOS FRADES MENORES I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 3 PÁGINA w w w .u s f. e d u .b r Doutora e Mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais. Especialista em Engenharia de Produção. Licenciada em Química. Professora da área de Química e de Materiais. Possui ampla experiência em gestão acadêmica e na orientação de trabalhos de Conclusão de Curso.A AU TO R AELAINE CRISTINA MARQUES ESPER w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 4 PÁGINA SUMÁRIO Caixas de Destaque ............................................................... 05 Informações Gerais da Disciplina ........................................... 06 Apresentações das Unidades................................................. 07 Unidade 1: Ciência e Conhecimento: O que eu preciso saber sobre isso? ............................................................................ 08 Unidade 2: Leitura de textos científicos: como fazer isso de for- ma rápida e direta? ..................................................................16 Unidade 3: Fichamentos, resumos e resenhas: o que são e como podem me ajudar? ........................................................ 21 Unidade 4: Melhoria da leitura e da escrita científica: por que elas são importantes? ............................................................ 31 Unidade 5: Método científico: de onde viemos? .................. 36 Unidade 6: Pesquisa científica: por onde começar? ............ 60 Unidade 7: Identificação do tema, estabelecimento do proble- ma científico e formulação de hipóteses e objetivos: para onde vamos? ................................................................................... 65 Unidade 8: Revisão bibliográfica: como buscar as informações pertinentes ao tema de pesquisa? ........................................ 73 Unidade 9: Normas técnicas de escrita de trabalhos científicos: o que são e como fazer citações corretamente?.................... 87 Unidade 10: Planejamento e condução da pesquisa e análise e interpretação dos resultados: como gerar e analisar os resulta- dos? ........................................................................................ 94 Unidade 11: Pesquisa científica: como escrever os resulta- dos? ...................................................................................... 105 Unidade 12: O plágio: como não fazê-lo? E como apresentar os resultados em eventos cientifícos? ...................................... 123 w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 5 PÁGINA IMPORTANTE ENTENDER! PARA REFLETIR EXEMPLO PESQUISE GLOSSÁRIO LEIS LEITURA FUNDAMENTAL SUGESTÃO DE LEITURA RELEMBRE CURIOSIDADES É U M E S P A Ç O D E D I C A D O A E N T E N D E R O S C O N C E I T O S C E N T R A I S D O C O N T E Ú D O . E S P A Ç O P A R A Q U E S T I O N A M E N T O S O B R E O A S S U N T O . S I T U A Ç Ã O H I P O T É T I C A P A R A R E F L E X Ã O E C O M P R E E N S Ã O S O B R E O T E M A E S T U D A D O . M O M E N T O P A R A S E A P R E S E N T A R U M A S I - T U A Ç Ã O R E A L D O A S S U N T O T R A B A L H A D O A P R E S E N T A Ç Ã O D E F O N T E S P A R A Q U E O A L U N O E X P L O R E M A I S O C O N T E Ú D O A B O R D A D O . S E R Ã O A P R E S E N T A D O S : L I - V R O S , S I T E S , R E P O R T A G E N S , D I S S E R T A - Ç Õ E S , V Í D E O S , R E V I S T A S E T C . T E R M O S E S I G L A S E S P E C Í F I C A S S O B R E O T E M A T R A T A D O N A U N I D A D E . L E I O U A R T I G O D E E X T R E M A I M P O R T Â N - C I A P A R A A P R O F U N D A M E N T O D O A L U N O . L I V R O S E T E X T O S I M P R E S C I N D Í V E I S P A R A O D E S E N V O L V I M E N T O D A A P R E N D I Z A G E M D O A L U N O . A P R E S E N T A Ç Ã O D E L E I T U R A S I N T E R E S - S A N T E S P A R A O A L U N O , R E L A C I O N A D A S A O T E M A . P O N T O S F U N D A M E N TA I S Q U E G U I A R Ã O O A L U N O . S Ã O N O R T E S Q U E A J U D A R Ã O A I N - T E R P R E TA R O T E X T O . F A T O , A C O N T E C I M E N T O H I S T Ó R I C O O U P O N T O C U R I O S O R E L A C I O N A D O A O T E M A A B O R D A D O . w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 6 PÁGINA INFORMAÇÕES GERAIS DA DISCIPLINA INICIAÇÃO À PESQUISA CIENTÍFICA Ementa: Introdução ao conhecimento científico e sua importân- cia para o desenvolvimento social e tecnológico. Pesquisa científi- ca. Métodos de pesquisa. Desenvolvimento da pesquisa. Bibliogra- fia e aspectos normativos. Difusão do Conhecimento Científico. Objetivos: Ao final do curso, o estudante será capaz de reco- nhecer a importância do conhecimento científico para o desenvol- vimento social e tecnológico, conhecer a pesquisa científica e de seus métodos, elaborar trabalhos acadêmicos de acordo com as normas técnicas e apresentar trabalhos utilizando-se da comuni- cação efetiva e eficiente nas formas escrita e oral. CARGA HORÁRIA: 72 H w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 7 PÁGINA UNIDADE 1: CIÊNCIA E CONHECIMENTO: O QUE EU PRECISO SABER SOBRE ISSO? UNIDADE 2: LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS: COMO FAZER ISSO DE FORMA RÁPIDA E DIRETA? UNIDADE 3: FICHAMENTOS, RESUMOS E RESENHAS: O QUE SÃO E COMO PODEM ME AJUDAR? UNIDADE 4: MELHORIA DA LEITURA E DA ESCRITA CIENTÍFICA: POR QUE ELAS SÃO IMPORTANTES? UNIDADE 5: MÉTODO CIENTÍFICO: DE ONDE VIEMOS? UNIDADE 6: PESQUISA CIENTÍFICA: POR ONDE COMEÇAR? UNIDADE 7: IDENTIFICAÇÃO DO TEMA, ESTABELECIMENTO DO PROBLEMA CIENTÍFICO E FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES E OBJETIVOS: PARA ONDE VAMOS? UNIDADE 8: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: COMO BUSCAR AS INFORMAÇÕES PERTINENTES AO TEMA DE PESQUISA? UNIDADE 9: NORMAS TÉCNICAS DE ESCRITA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS: O QUE SÃO E COMO FAZER CITAÇÕES CORRETAMENTE? UNIDADE 10: PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DA PESQUISA E ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS: COMO GERAR E ANALISAR OS RESULTADOS? UNIDADE 11: PESQUISA CIENTÍFICA: COMO ESCREVER OS RESULTADOS? UNIDADE 12: O PLÁGIO: COMO NÃO FAZÊ-LO? E COMO APRESENTAR OS RESULTADOS EM EVENTOS CIENTIFÍCOS? APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A CIÊNCIA E CONHECIMENTO: O QUE EU PRECISO SABER SOBRE ISSO? INTRODUÇÃO BONS ESTUDOS! Olá! Seja bem-vindo ao componente curricular Iniciação à Pesquisa Científica. Esta unidade tem por objetivo informá-lo sobre o que é conhecimento e o que é ciência. Aprenderemos como fazer uma boa leitura e como maximizar a qualidade da leitura realizada, passando pelas técnicas de fichamento, resu- mo e resenha para auxiliar na escrita, e como estaspodem aju- dar na boa prática acadêmica e profissional. Então vamos lá! 1UNIDADE w w w .u s f. e d u .b r 9 PÁGINA INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Quando se fala em metodologia de pesquisa muitos estu- dantes sofrem por antecipação. Este componente curricular pretende fornecer-lhe uma série de ferramentas para auxiliá-lo durante toda a sua vida acadêmica. Não sofra com ele. Apro- veite-o para aprender o que vai lhe ajudar em praticamente todos os componentes curriculares do seu curso. Não se prenda no fácil e nem no ilícito, porém cômodo. Pes- quisar e escrever serão atividades que você deverá fazer du- rante toda a sua vida profissional. Aprender a fazer o certo da primeira vez (aqui, neste curso) tornará a sua vida acadêmica e profissional menos dolorida depois. Bom, chega de conselhos. Vamos ao que interessa... O que é essa tal de Ciência? E Conhecimento? Quais são as seme- lhanças e as diferenças entre eles? I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A Para entender a importância que a ciência e o conhecimento têm, é só se imaginar sem nada. Sem nada mesmo!!! Você está usando um computador? Sem ciência, ele não existiria. Você está usando um smartphone? Sem ciência, ele não existiria. Você está usando um sulfite com este texto impresso? Sem ciência, nem o sulfite, nem a tinta e nem o papel existiriam. Nada existiria sem ci- ência e conhecimento. Sem ciência e sem conhecimento seriamos nômades, dormindo em árvores e cavernas, e nos alimentando de frutas somente... Ah, é verdade! Já fomos assim, e de lá para cá, muita ciência foi feita e muito conhecimento foi adquirido para que tivéssemos o conforto que ao longo de toda a história buscamos. A mesma ciência que hoje busca a cura do câncer, a revolução feita pela inteligência artificial, o uso mais eficiente das formas gera- doras de energia já buscou coisas bem mais simples como a caneta esferográfica (não utilizar mais tinta, pena e mata-borrão já foi um luxo!) e o papel (imagina o espaço economizado nas bibliotecas que arquivavam em papiro ou tábuas). Segundo Santos e Parra Filho (2012, p. 10) o “[...] conhecimento é uma explicação e interpretação filosófica do conhecimento humano”, sempre ligado a um objeto real ou idealizado que transmite saberes e proveniente da nossa eterna ânsia pelo desco- nhecido, pelos questionamentos que sempre fizemos e sempre faremos enquanto seres humanos. Fonte: 123rf 10 PÁGINA w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 11 PÁGINA SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Me- todologia Científica. 2. ed. Cengage Learning Editores, abr. 2012. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fun- damentos de Metodologia Científica. 8. ed. Atlas, jan. 2017. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. • o conhecimento popular, que um sujeito tem sobre um objeto conhecido que está relacionado à rotina de vida; • o conhecimento religioso, que se apoia em doutrinas reveladas por divindades sobrenaturais; • o conhecimento filosófico, constituído do levantamento de hipóteses; • e o conhecimento científico, que trabalha com ocorrência ou fatos. Marconi e Lakatos (2017) agrupaM o conheciMento eM quatro tipos: Ou seja, ao longo da história, agrupamos em caixinhas todo o conhecimento referente aos nossos questionamentos múl- tiplos. Aquilo que desde sempre ouvimos: de onde viemos e para onde vamos? Por que o céu é azul? Por que as estre- las brilham? As respostas a essas perguntas são múltiplas e representam um tipo de conhecimento adquirido. Mas, quem tenta provar a real resposta é a Ciência!!! A ciência é, portanto, a sistematização do conhecimento, realizada pela aplicação de métodos rigorosos e passíveis de serem repetidos, que só surgiu no século XVII, com a construção de equipamentos que possibilitaram o desenvolvimento da astronomia. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 12 PÁGINA SE VOCÊ QUER CONHECER A HISTÓRIA DA CIÊNCIA, A FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS (FFLCH) DA USP INDICA UM ROL DE 12 LIVROS INTERESSANTES (MAGALHÃES, 2017): 1. De Arquimedes a Einstein. A face oculta da invenção científica (1994), de Pierre Thuillier. 2. Dez grandes debates da ciência (1999), de Hal Hellman. 3. Elementos para uma história das ciências (1996), de Michel Serres. 4. As paixões da ciência. Estudos de História das Ciências (1991), de Hilton Japiassu. 5. História da Técnica e da Tecnologia (1985), de Ruy Gama. 6. Os filósofos e as máquinas (1989), de Paolo Rossi. 7. A estrutura das revoluções científicas (1962), de Thomas Kuhn. 8. Contra o método (1974), de Paul Feyerabend. 9. O homem e o universo. Como a concepção do universo se modifi- cou através dos tempos (1939), de Arthur Koestler. 10. O passado das ciências como história (2007), de Kostas Gavroglu. 11. Introdução à historiografia da ciência (2001), de Helge Kragh. 12. A evolução da tecnologia (2001), de George Basalla. Se você tem pressa e é ávido por conhecimento, sugiro a lei- tura do item 1.2 Breve história da Ciência, disponível na obra de Mattar Neto (2017, p. 10-35). MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na Era da Informática. 4. ed. Saraiva, 2017. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 13 PÁGINA LENDO ESSE TEXTO, VOCÊ TERÁ UM PANORAMA GERAL DAS CIÊNCIAS. SIM, EU ESCREVI DAS CIÊNCIAS. PORQUE A COMPLEXIDADE DO NOSSO MUNDO LEVOU À SUBDIVISÃO DA CIÊNCIA: E as áreas foram subdivi- didas: a biologia, por exem- plo, se dividiu em botânica, fisiologia, zoologia, genética, etc. e, hoje em dia, áreas e subáreas são unidas por no- vos arranjos de conhecimen- tos, como a cibernética (ciên- cia que estuda as máquinas automáticas e os seres vivos em seu sistema autogoverna- do), por exemplo. • M A T E M Á T I C A , • Q U Í M I C A , • A S T R O N O M I A , • G E O L O G I A , • P S I C O L O G I A , • E C O N O M I A , • M E D I C I N A , • E N G E N H A R I A , • B I O L O G I A , E T C . • C I Ê N C I A S A G R Á R I A S , • C I Ê N C I A S B I O L Ó G I C A S , • C I Ê N C I A S D A S A Ú D E , • C I Ê N C I A S E X A T A S E D A T E R R A , • E N G E N H A R I A S , • C I Ê N C I A S H U M A N A S , • C I Ê N C I A S S O C I A I S A P L I C A D A S , • L I N G U Í S T I C A , L E T R A S E A R T E S . No Brasil, costumamos dividir a ciência em três grandes tipos: exatas, biológicas e humanas. Já o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) divide as áreas de conhecimento brasileira atual- mente em oito grandes grupos: Contudo, é inegável que todo o conhecimento gerado e toda a ciência desenvolvida não teria acontecido sem a força da co- municação. w w w .u s f. e d u .b r Entre os vários tipos de comunicação, tais como escrita, rádio, TV e internet, se destaca a forma escrita. Ela foi a base e conti- nua sendo a base da nossa comunicação. A escrita por si só não tem muito valor. Importância muito maior deve ser dada à leitura, à interpretação e ao armazenamento de informações. Itens que tentaremos facilitar na sequência desta unidade. Fonte: 123rf 14 PÁGINA I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A CONCLUSÃO Nessa unidade você aprendeu as diferenças e as relações entre conhecimento e ciência, sua importância para o desenvolvimento do mundo atual e os diversos tipos de divisão da ciência. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 15 PÁGINA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JUNG, Carlos Fernando. Metodologia Científica e Tecnológica: Ciência e Conhecimento.2009. Disponível em: http://www.dsce.fee. unicamp.br/~antenor/mod1.pdf. Acesso em: 03 jul. 2019. MAGALHÃES, Gildo. Doze Livros para Entender a História das Ciências. Disponível em: https://www.fflch.usp.br/sites/fflch.usp.br/ files/2017-11/Histo%CC%81ria%20das%20Cie%CC%82ncias.pdf. Acesso em: 05 jan. 2019. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamen- tos de Metodologia Científica, 8ª edição. Atlas, 01/2017. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788597010770/cfi/6/2!/4/2/4@0:0.0795. Acesso em: 10 jan. 2019. MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia Científica na Era da Informática - 4ª Edição. Saraiva, 2017. E-book. [Minha Biblio- teca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788547220334/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 08 jan. 2019. SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com. br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 2UNIDADE LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS: COMO FAZER ISSO DE FORMA RÁPIDA E DIRETA? INTRODUÇÃO BONS ESTUDOS! Olá! Seja bem-vindo. Nesta unidade aprenderemos como fazer uma boa leitura e como maximizar a qualidade da leitura realizada e como estas podem ajudar na boa prática acadêmi- ca e profissional. Então vamos lá! w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 17 PÁGINA LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS: PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS DE LEITURA A leitura é um ato muito importante no desenvolvimento de ciência, pois auxilia no incremento de vocabulário e faz com que o cientista possa “con- versar” com o seu próprio eu para a facilitação da geração de hipóteses, saber o que outras pessoas já sa- bem sobre aquele assunto, encon- trar aquela ideia que faltava para dar sequência ao trabalho ou mesmo comparar os resultados obtidos por ele durante a sua pesquisa. Fonte: 123rf É por meio da leitura que aprendemos sobre o mundo. É por meio da leitura que todo universitário pode desenvolver habilidades e competências que farão com que ele seja um excelente profissional. “[...] precisa ter um caráter de leitura ativa ou viva. Ela se caracteriza quando é realizada com interesse, vibração e entusiasmo. É aquela que, por seu conteúdo, nos prende a atenção, que não nos deixa largar o livro. É quando temos pressa e desejamos chegar ao fim, porém, com vontade de que o texto não acabe. É aquela leitura que nos faz ver, ouvir e sentir as cores, os sons e os aromas que o autor conseguiu imprimir e transmitir em seu texto.” NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Elaboração de projetos de pesquisa: Monografia, dissertação, tese e estudo de caso, com base em metodo- logia científica. Cengage Learning Editores, 19 out. 2016. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. Nascimento (2016, p. 1) afirma que a leitura acadêmica w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 18 PÁGINA Nascimento (2016) ainda afirma que a leitura é o primeiro pas- so para o conhecimento, para a criação. Veja, na Figura 1, todos os degraus que podem ser percorridos a partir da leitura, que ca- racterizam o processo de pesquisa. Como podemos observar na Figura 1, a leitura é a base do estudo, do entendimento, do conhecimento e de tudo que está relacionado com o desenvolvimento. Quanto mais leitura, mais conhecimento, mais reflexão, mais criação. Com um pouco de curiosidade saímos das cavernas e fomos à lua, mas o conheci- mento foi passado de geração em geração por meio de escrita e leitura. O conhecimento foi acumulado, aprimorado por leitura selecionada, aprendido, transformado em competência, e possi- bilitou que engenheiros construíssem naves espaciais. Cada um de nós é capaz de focar o aprendizado em uma área e armaze- nar conhecimento nessa área. Jamais abandone a leitura, pois, caso você faça isso, se tornará um profissional desqualificado com o passar do tempo. Um ambiente adequado de leitura vai bem! Veja os itens consi- derados importantes por Nascimento (2016, p. 5) para que a leitu- ra seja rápida e efetiva. Figura 1 – O caminho da pesquisa Fonte: NASCIMENTO, 2016, p. 3. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 19 PÁGINA Local ou ambiente para o exercício do estudo Para que um boa leitura possa ser feita é necessário saber o que ler dentre todas as possibilidades hoje abundantes existentes. Para tanto, é preciso saber selecionar a leitura. Uma leitura super- ficial dos principais pontos abordados por um livro ou do resumo apresentado por um artigo pode auxiliar na escolha da leitura da- quela obra. Ou seja, essa obra tem o que realmente eu procuro? Figura 2 – Componentes adequados para o bom estudo Fonte: NASCIMENTO, 2016, p. 3. Fonte: 123rf w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 20 PÁGINA Se a partir dessa leitura superficial a curiosidade for aguçada, talvez valha a pena se debruçar sobre a obra, de fato. Se a leitura de uma obra flui facilmente, significa que você já tem parte ou a totalidade daquele conhecimento. Se, entretanto, a leitura for difícil, não desanime, siga essas regrinhas básicas que visam facilitar a leitura e o entendimento da obra: Essas dicas servem para todos os tipos de leitura. Mas caso você esteja realizando uma pesquisa por meio da leitura, cabe ser ana- lítico durante essa leitura. Para tanto, deve-se classificar a obra a ser lida, captar o conteúdo principal da obra (de preferência em uma única frase), descobrir os objetivos, os problemas e as respostas, interpretar o conteúdo do trabalho, identificar as palavras-chaves apresentadas ao longo do texto, descobrir quais são os argumentos utilizados na resolução do problema, e, por fim, ser crítico, abrir a sua mente para questionar tudo o que o autor diz na sua obra. • sublinhe as informações importantes (um marca-texto também ajuda!); • utilize linhas verticais nas margens quando os parágra- fos forem muito extensos ou quando quiser ressaltar afirma- ções já sublinhadas; • utilize asteriscos e/ou outros sinais na margem quando desejar colocar uma informação em evidência; • numere afirmações ou proposições que apresentem uma ordem sequencial; anote suas dúvidas na própria obra. Fonte: 123rf w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 21 PÁGINA Por fim, mas não menos importante, passemos para a leitura sintópica, na qual o pesquisador deve buscar tudo o que já foi escrito sobre o assunto que se deseja conhecer. Para tanto, é interessante montar uma biblioteca (ou uma pastinha no Google Drive), fazer uma leitura seletiva de várias obras, uniformizar os diferentes vocábulos utilizados pelos autores, mas que no fim re- presentam a mesma coisa, formular perguntas ao longo das leitu- ras, confrontar as ideias dos diferentes autores. Uma prática de leitura bastante difundida é a técnica SQ3R, criada em 1946 pelo psicólogo educacional Francis Pleasant Ro- binson, que compreende cinco etapas: 1. Survey (levantamento); 2. Question (pergunta); 3. Read (leitura); 4. Recite (repetição); 5. Review (revisão). A leitura é muito importante para toda a vida acadêmica e pro- fissional. Podem auxiliar ainda no processo de leitura de trabalhos científicos os fichamentos, os resumos e as resenhas. w w w .u s f. e d u .b r 22 PÁGINA I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A CONCLUSÃO Nessa unidade você aprendeu sobre a importância da leitura que culmina na melhoria da escrita e na facilitação da vida aca- dêmica e profissional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAPA MENTAL. SQ3R: Métodode Leitura. Disponível em: http:// www.mapamental.org/mapas-mentais/sq3r-metodo-de-leitura/. Acesso em: 04 jan. 2019. NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Elaboração de projetos de pesquisa: Monografia, dissertação, tese e estudo de caso, com base em meto- dologia científica. Cengage Learning Editores, 2016. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788522126293/cfi/0!/4/4@0.00:5.87. Acesso em: 11 jan. 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A3UNIDADE FICHAMENTOS, RESUMOS E RESENHAS: O QUE SÃO E COMO PODEM ME AJUDAR? INTRODUÇÃO BONS ESTUDOS! Seja bem-vindo! Nesta unidade aprenderemos sobre as técnicas de Fichamentos, Resumos e Resenhas e em como elas poderão auxiliar na escrita de trabalhos acadê- micos e científicos. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 24 PÁGINA Quando pesquisamos algum assunto é normal que façamos a leitura de várias fontes. As fontes utilizadas num trabalho podem alcançar as dezenas e até as centenas. Portanto, faz-se neces- sário organizar todo o material lido. Uma das formas de organizar é através dos fichamentos. Santos e Parra Filho (2012, p. 120) dizem que a função do fichamento é “[...] colocar à disposição do pesquisador uma série de informações distribuídas em uma gama enorme de obras já consultadas.” Nos primórdios da pesquisa científica foi desenvolvido um mé- todo de fichamento das obras. As fichas podem ser distribuídas em ordem alfabética ou decimal, na qual a ordem decimal é a me- lhor, pois organiza por assunto. A Classificação Decimal Universal (CDU), por exemplo, organiza o item 16 – Lógica. Teoria do conhe- cimento. Metodologia. Unindo palavras que estão relacionadas ao mesmo assunto, facilitando, assim, a vida do pesquisador. A estrutura da ficha deve ser direta e repetitiva para a melhor organização das informações. Essas fichas podem ser: FICHAMENTOS, RESUMOS E RESENHAS Fonte: 123rf w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 25 PÁGINA • Fichas de citação, que transmitirão, na íntegra, o conteúdo da obra pela qual o pesquisador tem interesse, que serão frases que po- derão ser utilizadas posteriormente, devendo ser grafadas entre as- pas, já que representam a autoria de outra pessoa. A) Título: Pense no garfo! Uma história da cozinha e de como comemos B) Referência bibliográfica: BEE, Wilson. Pense no garfo! Uma história da cozinha e de como comemos. Zahar, maio 2014. [Minha Biblioteca]. C) Texto: (citações) “A colher de pau não tem uma aparência de especial sofisticação – tradicionalmente, era oferecida como prêmio de consolação em concursos –, mas tem a ciência a seu lado. A madeira não é abrasiva e, por isso, é gentil com as panelas – você pode raspá-las sem medo de ferir a superfície de metal.”2 “As panelas elétricas de arroz foram um casamento ideal entre a cultura e a tecnologia. Os primeiros modelos reproduziram o cozimento lento das tradicionais panelas de arroz japonesas, feitas de barro – ao contrário do micro-ondas, que alterava toda a estrutura das refeições familiares, as panelas elétricas de arroz permitiram que as famílias asiáticas fizessem as mesmas refeições tradicionais, porém com muito mais facilidade.”44 “Assar é a mais antiga forma de cozinhar. Nos seus termos mais elementares, não significa nada além de pôr os ingredientes crus direto sobre o fogo.”70 “As colheres são – ao lado de seus companheiros e rivais, o fachi e o garfo – decididamente uma forma de tecnologia. Suas funções incluem servir, medir e levar o alimento do prato à boca, sem falar nas colheres culinárias para mexer e raspar, escumar, levantar e retirar como concha.”155 D) Indicação da obra: A obra se destina a amantes da boa culinária e estudantes de ciência dos materiais e usos na cozinha. E) Local: A obra, no formato de e-book, pode ser encontrada na Minha Biblioteca da Universidade São Francisco. FICHA DE CITAÇÃO w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 26 PÁGINA • Fichas de resumo, que captarão as ideias maiores do texto, do que é essencial para o pesquisador, escrita com palavras pró- prias e sem críticas ao trabalho. A) Título: Como chegamos até aqui. B) Referência Bibliográfica: STEVEN, Johnson. Como chegamos até aqui: A história das inovações que fizeram a vida moderna possível. Zahar, abr. 2015. [Minha Biblioteca]. C) Texto (resumo) Assim como as formas vivas evoluem, as criações humanas também evoluem. O livro está dividido em seis temas: vidro (que conta a descoberta de uma obra de arte feita de vidro produzida naturalmente na Líbia e encontrada na pirâmide de Tutancâmon), frio (que conta a história de fabricação do gelo, geladeiras, ar-condicionado e de suas comercializações), som (que conta a biologia do ouvido e a ciência do som e como utilizamos os conceitos do som no microfone, no telefone e na rádio), higiene (que conta como foram desenvolvidas as redes de esgoto, tratamento de água e sua correlação com doenças), tempo (que conta a história do desenvolvimento dos relógios) e luz (que conta a história da iluminação com combustíveis fósseis e o desenvolvimento da energia elétrica). A obra encerra-se contando a história da condessa de Lovelace, Augusta Ada, e de sua paixão por matemática, que com Charles Babbage fizeram as bases de cálculo computacional que utilizamos até os dias atuais. D) Indicação da obra: A obra é indicada a todos que se interessam pela história das inovações, descobertas e invenções. E) Local: A obra, no formato de e-book, pode ser encontrada na Minha Biblioteca da Universidade São Francisco. FICHA DE RESUMO w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 27 PÁGINA • Fichas bibliográficas, que visam identificar o objetivo da obra, os problemas, os métodos e os principais resultados obtidos. • Fichas de esboço, nas quais o leitor faz anotações mais de- talhadas do autor, lendo página por página e ressaltando as infor- mações contidas em cada uma. É interessante o seu uso porque facilita consultas posteriores para citações. • Fichas críticas ou analíticas, nas quais o pesquisador, além de apresentar o resumo e os pontos principais do trabalho a ser fi- chado, também faz a análise crítica deste. Comparações entre obras também são permitidas e auxiliam o processo de pesquisa e escrita. A) Título: Determinação de cádmio em bijuterias oriundas da china. B) Referência Bibliográfica: PAIS, A.R.; DINA, L.N.; ALVES, E.R.; REZENDE, H.C.; SILVA, L.A.; ALVES, V.A. Determinação de Cádmio em Bijuterias Oriundas da China. Química Nova, v. 41, n.10, p. 1218- 1225, 2018. C) Texto: Este trabalho visou a determinação de cádmio em bijuterias adquiridas em Uberaba – MG, de procedência chinesa. As bijuterias foram lavadas em hexano e em banho de ultrassom e foram dissolvidos em ácido nítrico. O cádmio foi identificado qualitativamente por meio da precipitação com íon sulfeto. Para a identificação quantitativa, o cobre presente na amostra foi eletrolisado, e o cádmio quantificado por espectroscopia de absorção atômica. A concentração de cádmio encontrada foi de 30% (m/m), que é um valor extremamente preocupante para a saúde das pessoas que fazem uso das bijuterias. D) Indicação da obra: A obra é indicada para estudantes e docentes de química analítica, e demais interessados em determinação de cádmio. E) Local: Revista Química Nova. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/v41n10a18.pdf>. FICHA BIBLIOGRÁFICA w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 28 PÁGINA Atualmente os fichamentos podem ser feitos no formato e ta- manho de fichas e escritos à mão ou podem ser feitos em arquivos de computador. Além dos fichamentos, também podem ser elaboradosresu- mos e resenhas para auxiliar o pesquisador. O resumo pode ser entendido como um texto que contém par- tes de um texto maior. Essas partes são essenciais ao entendi- mento de todo o texto. É comum vermos resumos de jornais, tele- jornais, peças de teatro, filmes, livros, espetáculos de música ou de dança. O resumo, em todos os casos, é uma prévia do gênero. Sua função é fazer com que queiramos ler o resto da obra, ou assistir ao espetáculo. O resumo também pode ser acadêmico, de forma que compõe resumos e artigos para congressos, artigos científicos, monogra- fias, dissertações e teses. São classificados pela NBR 6028:2003 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em: crítico, que se caracteriza por fazer a análise crítica da obra lida, e tam- bém pode ser considerado uma resenha; indicativo, que indica os pontos principais da obra lida e; informativo, que informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento. É muito importante que o resumo seja claro e objetivo e leve o leitor a desejar ler o trabalho. O resumo acadêmico deve conter o assunto, o objetivo, a articu- lação das ideias, a conclusão do autor e a originalidade do trabalho. uM boM resuMo deve conter: • 100 a 250 palavras: artigos de periódicos; • 150 a 500 palavras: relatórios técnicos-científicos, monografias, dissertações e teses. Embora a ABNT 6028:2003 classifique a resenha como sendo um tipo de resumo, é necessário não confundir as duas coisas, pois são tipos de textos diferentes. “[...] o resumo apenas reproduz sinteticamente um texto original, a resenha tem estrutura própria. Junta- mente com um resumo, aparecem na resenha outras informações além de interpretações e avaliações, como contexto geral da obra, sua produção, divulga- ção, tradução (se for o caso), informações sobre o autor. O resumo seria apenas uma parte do gênero resenha.” (MEDEIROS, 2014, p. 132). w w w .u s f. e d u .b r 29 PÁGINA I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A Para se escrever uma boa resenha é necessário um conheci- mento maior sobre o assunto, já que a resenha permite que seja dada opinião e se faça comparações entre diferentes obras de mesmo assunto. A escrita pode iniciar pelas respostas a algumas perguntas: o texto tem coerência? É original? Apresenta ideias vá- lidas? Essas ideias são relevantes? O texto contribui para a área a qual se destina? O trabalho desenvolvido atingiu os objetivos desejados? Os métodos aplicados são os mais eficazes? O tex- to aprofunda ideias ou apenas relata ideias de outros autores? A conclusão está devidamente apoiada nos métodos aplicados? Bem, agora que você já conhece as técnicas de fichamento, resumo e resenha e já aprendeu sobre a importância da boa leitura para o desenvolvimento de trabalhos acadêmicos e científicos, é hora de saber como melhorar a qualidade da sua leitura científica. CONCLUSÃO Nessa unidade você aprendeu sobre as técnicas de ficha- mentos, resumos e resenhas. Não deixe para depois! Pratique essas técnicas para que você melhore sua escrita e tenha facilidade em seus estudos. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 30 PÁGINA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6028: Informação e Documentação – Resumo – Apresentação. Rio de Janeiro, 2003. BEE, Wilson. Pense no garfo! Uma história da cozinha e de como comemos. Zahar, 05/2014. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522112661/ cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019. MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A Prática de Ficha- mentos, Resumos, Resenhas, 12ª edição. Atlas, 06/2014. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/#/books/9788522490271/cfi/0!/4/4@0.00:14.4. Acesso em: 10 jan. 2019. PAIS, A.R.; DINA, L.N.; ALVES, E.R.; REZENDE, H.C.; SILVA, L.A.; ALVES, V.A. Determinação de Cádmio em Bijuterias Oriundas da China. Química Nova, v. 41, n.10, p. 1218 – 1225, 2018. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/v41n10a18.pdf. Acesso em 11 jan. 2019 SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com. br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019. STEVEN, Johnson. Como chegamos até aqui: A história das ino- vações que fizeram a vida moderna possível. Zahar, 04/2015. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A MELHORIA DA LEITURA E DA ESCRITA CIENTÍFICA: POR QUE ELAS SÃO IMPORTANTES? INTRODUÇÃO Olá! Nesta unidade aprenderemos como melhorar a qualidade da leitura científica a fim de realizar uma escrita científica também com maior qualidade. BONS ESTUDOS!!! 4UNIDADE w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 32 PÁGINA Quanto à escolha entre autores, uma boa dica é: leia o autor que tiver mais obras em revistas da mesma área. Isso significa que ele tem muita experiência no assunto e que você pode apren- der um pouquinho mais com ele. Quando ler um artigo científico siga estas quatro etapas: • Faça uma leitura superficial, a fim se o artigo vale a pena para o seu trabalho e se ele tem a profundidade que você precisa; • Releia aprofundadamente, separando os itens preciosos do trabalho, como objetivo, justificativa, método, resultados, discus- são e conclusão; • Interprete o texto, as imagens, os gráficos e as tabelas (apren- da a analisá-las de forma rápida e direta); • Resuma o artigo. Primeiro, lembre-se que uma boa leitura requer um ambiente tranquilo e confortável. Você deve escolher boas obras para ler. Dê preferência aos livros-texto, artigos internacionais (revistas Science e Nature são um bom começo para as áreas de exatas e biológicas), artigos nacionais, teses, dissertações, resumos completos publicados em anais de congresso. Bem, essa é a ordem de importância quando você não souber que obra ler primeiro. E não se desespere se não conseguir ler tudo aquilo que você marcar como leitura favorita. Ler tudo é impossível! Estabeleça prioridades! PROCEDIMENTOS E RECURSOS PARA O INCREMENTO DA QUALIDADE DA LEITURA CIENTÍFICA Se você se interessou pelas revistas de artigos internacionais de ponta, o link para acessar a Science é: https://www.science- mag.org/ e o link para acessar a Nature é: https://www.nature.com/ w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 33 PÁGINA Outra dica é: se você gos- ta de pesquisar e tem facilida- de em ler e escrever, faça uma iniciação científica. A iniciação científica é a porta de entrada para a ciência e te ensina todos os passos da pesquisa científi- ca na prática, com a orientação de um professor especialista na área. Leia aquilo de que gosta e não aquilo a que é obrigado, e logo estará lendo aquilo que é obrigatório sem pensar nisso, porque simplesmente você adquiriu o gosto pela leitura. A boa leitura abre as asas da imaginação, nos torna críticos e abre a nossa mente para a criatividade e a criação. Abuse das marcações, das fichas, dos resumos e das rese- nhas. Isso lhe ajudará muito numa tarefa que sempre terá na sua vida profissional e acadêmica: a escrita. A redação científica é um gênero de redação assim como é a poesia, as peças de teatro, os jornais e as cartas de amor. Ela é direcionada ao perfil de leitor que fará a sua leitura, de forma a ser o mais compreensível possível. Geralmente, quem lê um texto científico já possui um conhecimento mínimo acerca do assunto. Porém, é extremamente pertinente que a escrita:REDAÇÃO CIENTÍFICA: LINGUAGEM CIENTÍFICA E SUAS CARACTERÍSTICAS w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 34 PÁGINA Para a maioria das pessoas escrever dói e, para facilitar, deve-se treinar. Da mesma forma que quanto mais se ler, mais vocábulos se adquire, quanto mais se escrever, mais fácil se tornará o processo. As principais formas de divulgação de trabalhos científicos são os artigos científicos, as monografias, as dissertações e as teses. Em todas elas a estrutura de apresentação do texto é a mesma, ou seja, contém título, autor, resumo, introdução, objetivo, funda- mentação teórica, método, resultados e discussão, conclusão, e referências bibliográficas. Os trabalhos acadêmicos também de- vem apresentar a mesma estruturação. Abordaremos mais sobre a forma de escrever um trabalho científico e/ou acadêmico na unidade 4. I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A seja clara e precisa, ou seja, não deve deixar dúvidas quanto à interpretação das informações, obedecendo às regras gramaticais e de pontuação, e não deve usar gírias ou palavras vulgares; seja objetiva, ou seja, não se deve florear ou incrementar o texto sem a real necessidade; tenha linguagem despersonalizada, utilizando a voz passiva ou a terceira pessoa do singular do impessoal; • contenha parágrafos curtos, a fim de não tornar a leitura cansativa; seja referenciada, sempre citando o autor no qual se baseou para escrever aquele trecho; tenha o texto com partes interligadas que devem conter introdução, desenvolvimento (onde são apresentados os métodos e os resultados alcançados) e conclusão unidos ao longo do texto. w w w .u s f. e d u .b r 35 PÁGINA I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A Nessa unidade você aprendeu que a melhoria da qualidade de leitura influencia diretamente na qualida- de da escrita. As diferenças e as relações entre conhecimento e ciên- cia. Aprendeu sobre a importância da leitura e os métodos que existem para melhorar a leitura científica, fichamentos, resumo e resenha, que culminam na melhoria da escrita. CONCLUSÃO DEL BUONO, Regina. A Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser. 26 nov. 2016. Disponível em: http://www.abntouvancouver. com.br/2016/11/a-piramide-de-aprendizagem-de-william.html. Aces- so em: 03 jul. 2019. ROSSI, Rafael. A escrita acadêmica em debate: Considerações sobre sua dimensão política. Boletim GEPEP. v.02, n. 02, p. 16-26, jul. 2013. Disponível em: http://www2.fct.unesp.br/grupos/gepep/2b. pdf. Acesso em 04 jul. 2019. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A PESQUISA CIENTÍFICA: POR ONDE COMEÇAR? INTRODUÇÃO Olá! Seja bem-vindo à segunda unidade do curso Iniciação à Pes- quisa Científica. Esta unidade tem por objetivo apresentar as etapas do método científico, os métodos e os estágios da pesquisa científica, prin- cipalmente no que se refere à identificação do problema de pesquisa e do tema, e da formulação de objetivos e hipóteses. BONS ESTUDOS!!! 5UNIDADE w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 37 PÁGINA MÉTODO CIENTÍFICO A partir do momento que o homem ansiou por conhecer o mundo e aquilo que fazia parte dele, passou a repetir, ainda que sem per- ceber, etapas para resolver suas dúvidas, ou apenas no campo do pensamento ou na prática. Desde que ele percebeu que as árvores de uma determinada região davam frutos em uma época e em outra época eram outras árvores que davam seus frutos, criou rotas de peregrinação para se aproveitar dos frutos das diferentes árvores. Isso, dentro do campo científico, é o que chamamos de método. Segundo Appolinário (2015, p.11) o método “é um procedimen- to ou um conjunto organizado de passos que se deve realizar para atingir determinado objetivo”. O método científico nada mais é do que seguir passos para atingir um objetivo, que se relaciona dire- tamente com o conhecimento de uma área específica, e que pas- sa pela observação, pela definição do problema, pela elaboração de hipótese, verificação científica, análise e síntese. APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia Científica. Cengage Learning Editores, jun. 2015. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 38 PÁGINA • Método dedutivo (desenvolvido por René Descartes), que baseia-se no esclarecimento das ideias por meio do raciocínio que leva a conclusões verdadeiras elabo- radas a partir de deduções lógicas; • Método indutivo (desenvolvido por Francis Bacon), que diz que somente por meio da observação pode conhe- cer algo novo. Esse método é muito utilizado nas Ciên- cias da Natureza, como botânica, zoologia, geologia e mineralogia; • Método experimental (desenvolvido por Galileu Galilei), baseada na formulação de uma hipótese que pode ser testado por meio de experiências. Esse método é bas- tante comum nas ciências físico químicas, nas quais os problemas podem ser matematizados. Embora o método científico siga essa ordenação, não é tão simples assim. Ao longo do tempo, vários filósofos e cientistas foram desenvolvendo seus próprios métodos de interpretação do universo. Os pensadores gregos empregavam a observação como primícias para responder às questões filosóficas e existen- ciais da época. Muito tempo depois, na idade média, passamos por um período de escuridão, em que pensar não era bem aceito pelos senhores feudais e pela igreja da época. O desenvolvimento do método científico só ocorreu no prin- cípio da modernidade, alicerçado pelo movimento importante da época chamado de Revolução Científica. Entre seus importantes expoentes, estão três que criaram os vários métodos de pesquisa (ANDRADE, 2012): w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 39 PÁGINA Quem foram René Descartes, Francis Bacon e Galileu Galilei? A resposta mais curta é: foram grandes pensadores/cientis- tas que revolucionaram o modo de fazer a pesquisa científica. Mas talvez a resposta mais longa contextualize melhor a impor- tância desses e de outros expoentes da Revolução Científica. A Revolução Científica foi um período de iniciação à luz da pesquisa científica, que ocorreu de 1543 a 1687. Em 1543, Nicolau Copérnico publicou o livro Sobre a revolução dos orbes celestes e, em 1687, Isaac Newton publicou o livro Princípios matemáticos da filosofia natu- ral. Ambas as obras se relacionam ao desenvolvimento da física, em especial pela observação da astronomia, e marcam o início e o final do tempo onde a ciência foi redefinida. Esse período, unido ao Renascentismo e à Reforma Protestante, são considerados o marco para o início da modernidade. Muitos consideram o período das Grandes Navegações como o início das transformações e da quebra da ruptura com o mundo aristotélico e o período da Antiguidade anterior (MARCONDES, 2016). Em resumo, a Revolução Científica teve influência di- reta no nosso modo de agir e pensar a ciência, e criou bases fortes para que inovações ocorressem, como a própria Revolução Industrial. Muitos nomes foram im- portantes nesse período, tais como: • Nicolau Copérnico; • Andreas Vesalius; • Leonardo Da Vinci; • Michel de Montaigne; • Willian Gilbert; • Francis Bacon; • Galileu Galilei; • Johannes Kepler; • William Harvey; • René Descartes; • Robert Boyle; • Isaac Newton etc. 40 PÁGINA Eles desenvolveram a ciência nos campos da astro- nomia, da física, da matemática e da medicina. René Descartes (Figura 1) viveu de 1596 a 1650 e é um dos mais importantes filósofos da modernidade, com destaque na matemática (na qual desenvolveu o método das coordenadas e o produto cartesiano), na psicologia (na qual discutiu a subjetividade da consci- ência e propôs o método introspeccionista),e na me- dicina (em que formulou a visão mecanicista do corpo humano). Para Descartes, as ideias podem servir de base para o conhecimento e foi com esse pensamen- to que ele desenvolveu seu método indutivo (MAR- CONDES, 2016). Figura 1 – Desenho esquemático de René Descartes e seu plano cartesiano Fonte: SHAPIRO, 2016. I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 41 PÁGINA Francis Bacon (1561-1626 – Figura 2), foi um dos mais importantes influenciadores da Modernidade, especial- mente no que tange ao desenvolvimento da metodologia científica. Exerceu cargos altos na sociedade da época na área jurídica, chegando a ser lorde chanceler no reina- do de Jaime I, e recebendo o título de Visconde de Saint Albans, mas caiu em desgraça pela desavença política entre rei e parlamento. Sua importância se deve pela dis- cussão do método científico, em que apresenta a impor- tância da ciência experimental para o desenvolvimento da lógica científica. Mais do que isso, ele defendeu que a ciência experimental auxiliaria no desenvolvimento da sociedade, contribuindo para o bem-estar das pessoas. Essa ciência experimental só seria alcançada por meio da libertação do pensamento humano frente aos estig- mas existentes e ao poder inicial da observação da na- tureza, sem preconceitos. Para Bacon conhecer é saber fazer (MARCONDES, 2016). Figura 2 – Desenho esquemático de Francis Bacon Fonte: BORTHOLETTI, 2018. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 42 PÁGINA Porém, foi Galileu Galilei (Figura 3), que estabeleceu a ciência experimental de fato. Galileu (1564-1642), ao lado de Copérnico e Newton, foi um dos mais importan- tes expoentes da Revolução Científica, e um dos mais conhecidos em função de sua defesa política do helio- centrismo e do processo de inquisição que sofreu. Es- tudou medicina e ciências naturais, tornando-se profes- sor de matemática na Universidade de Pádua em 1591, onde inventou o telescópio e com ele pôde observar as montadas da lua, as luas de Júpiter a composição da Via Láctea, o que representou sua quebra de ideias, se “convertendo” ao heliocentrismo de Copérnico, pelo qual foi perseguido pela Inquisição Romana. Seu método ba- seia-se em analisar os dados da natureza (resolução), construir um modelo matemático que expresse os dados essenciais em teoremas e leis, deduzindo consequên- cias a partir dele (composição), e comprovar pela expe- rimentação se as leis formuladas e as consequências ocorrem realmente (MARCONDES, 2016). Figura 3 – Desenho esquemático de Galileu Galilei à esquerda e Representação de Galileu utilizando seu telescópio para estudar as estrelas Fonte: BARAR, 2011. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 43 PÁGINA Dessa forma, hoje definimos o método científico com um caso particular que envolve diversos tipos de outros métodos, no qual estão claramente definidas as seguintes etapas: • a identificação de um fenômeno do universo que necessite de explicação que é chamado de observação; • a produção de uma explicação provisória sobre esse fenô- meno, que denominamos de hipótese; • a execução de um teste para prova a explicação, chamada de experimentação; • a análise e a conclusão para verificar se a explicação é verda- deira, que chamamos de generalização (appolinário, 2015). Atualmente, consideram-se outros métodos relacio- nados às etapas de trabalho, tais como os métodos: • histórico, que busca explicações nos acontecimentos passados; • comparativo, que compara semelhanças e diferenças em um tema de pesquisa; • estatístico, que utiliza os conceitos matemáticos para explicar a realidade; e • os estudos de caso, que se baseiam em estudos es- pecíficos a um local, uma empresa, etc. e que dificil- mente se repetiriam exatamente da mesma forma em outro local (MEDEIROS, 2014). w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 44 PÁGINA Podemos agrupar os métodos também de acordo com a área do conhecimento como: ciências formais ou matemáticas, ciên- cias naturais ou biológicas, ciências morais e sociais, brevemente descritas na Tabela 1. Tabela 1 – Divisão das Ciências Tipos de ciência Características Ciências formais Lidam unicamente com abstra-ções, ideias e estruturas conceituais. Ciências naturais Estudam os fenômenos concer- nentes à biologia, à física e à química (vida, ambiente, etc.). Ciências sociais Ciências sociais, como a psicolo- gia, a sociologia e a economia dedi- cam-se à investigação dos fenôme- nos humanos e sociais. Fonte: APPOLINÁRIO, 2015. As ciências formais ou matemáticas incorporam a medida das grandezas, do qual fazem parte a álgebra, a aritmética, a geo- metria, a física, a química. São áreas que levam em conta a ob- servação de um fenômeno, a criação de hipóteses sobre esse fenômeno, a experimentação e a indução que nada mais é que modelagem matemática na forma de equação para esse fenô- meno (Tabela 2), caracterizando-se, portanto, inicialmente, como método indutivo e depois como experimental. São assim a inércia de Newton, a conservação das massas de Lavoisier e a teoria da relatividade de Einstein. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 45 PÁGINA As ciências naturais ou biológicas comtemplam os estudos dos seres vivos, de sua estrutura e composição química, das trocas que fazem com o ambiente mediante reações químicas ou processos físicos. Fazem parte dessa área a botânica, a zoologia, a biogeografia, a biologia marítima, a ecologia, a paleontologia, a anatomia, a taxionomia, a citologia, a histo- logia, a genética, a fitopatologia, a patologia, a embriologia, a medicina veterinária, a evolução. O método de pesquisa mais utilizado é o indutivo, que também pode culminar no método experimental. Fazem parte desses métodos as leis genômicas de Mendel, comprovada por modelos mate- máticos, que segue as etapas contidas na Tabela 1. Entretanto, no campo da Biologia, a experimentação, embora de grande importância, apresenta séria dificuldade em razão da complexidade dos fenômenos. Assim, a bo- tânica e a zoologia se desenvolveram, por exemplo, por estudos de ana- logias, através da associação das semelhanças, seguida de classificação, para se determinar a qual reino e a qual família pertence o ser vivo. Tabela 2 – Etapas dos métodos das ciências matemáticas e naturais Etapa do método Descrição 1) Observação Avaliar com sensibilidade as características do objeto de pesquisa. Ser detalhista na observação e não ter pressa no término da observação, utilizando todos os órgãos do sentido de forma racional. 2) Hipótese Levantamento das causas de um certo compor- tamento observado. A hipótese nada mais é do que uma suposição provisória que será provada na se- quência da pesquisa. 3) Experimentação É o estudo prático do fenômeno provocado artificialmente no sentido de se provar a hipótese. Deve-se ter paciência e ser imparcial durante a experimentação. 4) Indução Consiste na generalização de uma relação de causalidade que se torna lei. Quase sempre é pos- sível utilizar um modelo matemático para tal. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 46 PÁGINA Inércia de Newton O inglês sir Isaac Newton (1642-1727 – Figura 4), é famoso pela sua importância na Revolução Científica, uma vez que conseguiu integrar as diferentes teorias de outros expoentes do período. Sua principal obra foram os livros Princípios Matemáticos da Filosofia Natural (1686), no qual alia a observação da física e da astronomia com os cálculos matemáticos que explicavam os fenômenos, por exemplo, da movimentação dos corpos celestes, da gravitação uni- versal, entre outras. O livro I traz suateoria sobre a movimentação dos corpos, que deram origem a três leis importantes, sendo a mais conhecida da lei da inércia, seguida do princípio fundamental da dinâmica e da lei da ação e reação (MARCONDES, 2016). Figura 4 – Desenho representativo de Isaac Newton e suas contribuições para a Revolução Científica Fonte: TORRES, 2018. A lei da inércia diz, basicamente, que um corpo perma- nece em repouso se estiver em repouso ou permanece em movimento se estiver em movimento a não ser que sofra a ação de uma força externa que altere o seu estado normal (NEWTON, 1686). O livro completo de Isaac Newton pode ser encontrado na indi- cação de leitura a seguir: w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 47 PÁGINA Indicação de Leitura: NEWTON, Isaac. Philosophiae Naturalis Principia Mathematica. Londini, 1686. Disponível na Biblioteca Virtual. Uma divulgação científica interessante desse e de outros fenô- menos da física é realizada pelo GREF – Grupo de Reelaboração do Ensino de Física do Instituto de Física da Universidade São Paulo (USP). Observe na Figura 5 o início da divulgação desse tópico (GREF, 1998, p. 57). Figura 5 – Divulgação Científica sobre a Lei da Inércia Na sequência do texto, o GREF (1998) explica a aplicação da Lei Fonte: GREF, 1998, p. 57. da Inércia na parada de um grande meio de transporte, como um bar- co ou uma espaçonave, explana sobre o porquê de não sentirmos os movimentos de translação e rotação do planeta Terra e relaciona a Lei da inércia de Newton com a famosa Lei da Relatividade de Einstein. Leia esse interessante texto na Indicação de Leitura a seguir. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 48 PÁGINA GREF. Grupo de Reelaboração do Ensino de Física. Leitu- ras de Física: GREF Mecânica para ler, fazer e pensar. [São Paulo: USP]. 1998. Disponível na Biblioteca Virtual. Lei da Conservação das Massas de Lavoisier Antoine Lavoisier (1743-1794 – Figura 6), é considerado o Pai da Química pelas diversas influências que exerceu no nascimento des- sa ciência. Lavoisier teve grande influência no desenvolvimento da linguagem química, sendo um dos responsáveis pelo estabelecimento de uma sistematização na nomen- clatura de compostos químicos por meio da publicação de seu famoso livro Traité Élémentaire de Chimie (traduzido para Tratado Elementar da Química) em 1789 (CARVA- LHO, 2012). Sua importância no desenvolvimento de equipamentos científicos é considerada um marco da sua época. Um desses equipamentos desenvolvidos e aper- feiçoados foi a balança, com a qual elaborou a lei famosa que amplamente repetimos e readequamos para o tratamento lúdico conforme a necessidade: “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”. O nome verdadeiro da lei é Lei da Con- servação das Massas, mas a frase anterior é muito mais expres- siva e repetida. Em suma, a lei diz que em qualquer processo químico a massa inicial e somada dos reagentes é igual à massa final e somada dos produtos. A grande influência de Lavoisier se deu no estudo dos ga- ses resultantes dos processos de combustão. Ele precisou inventar equipamentos para medir a massa dos gases resultantes de uma Figura 6 – Desenho representativo de Lavoisier em seu laboratório Fonte: SILVA, 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 49 PÁGINA reação química, quando ninguém conseguia “enxergar” esses gases. As ideias que perduravam na época se relacionavam a teoria do flogístico, segundo a qual se acreditava que a combustão consis- tia no desprendimento de corpos inflamáveis. Lavoisier consegue identificar que a combustão necessita de ar desflogisticado para acontecer, ou seja, a combustão necessitava do oxigênio e não da propriedade de inflamabilidade (VIDAL; CHELONI; PORTO, 2007). Estudos sobre a combustão permitiram o início da expe- rimentação aplicada à respiração, à fotossíntese e à calorimetria. Veja na Figura 7 a representação do laboratório de Lavoisier onde podemos ter uma ideia da invenção de equipamentos tão comuns para os experimentos realizados (SCIENCE HISTORY INSTITUTE, 2017). Figura 7 – Lavoisier em seu laboratório: experimentos sobre a respiração de um homem em repouso Fonte: Cortesia da Edgar Fahs Memorial Collection, Department of Special Collections, University of Pennsylvania Library. Para conhecer mais sobre a história de Lavoisier, navegue pelo site: https://www.sciencehistory.org/historical-profile/antoine -laurent-lavoisier w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 50 PÁGINA Teoria da Relatividade de Einstein Albert Einstein (1879-1955 – Figura 8), é considerado um gênio fora de seu tempo. Na verdade, muitos acreditam que ainda não estamos vivendo o tempo de Eins- tein. Desde criança foi um incontido com as questões da ciência, tudo era motivo para que Einstein se per- guntasse: “Mas porque é dessa forma?”. Não foi um bom aluno, pois foi incom- preendido pelos professo- res da época. Por isso e porque era um incontido se transformou em autodida- ta. Se interessou pela ação do magnetismo e pela sua relação com a eletricidade desde muito cedo e isso o acompanhou por toda a vida (STRATHERN, 1998). Vivendo uma vida miserável e pobre, Einstein só tinha cabeça para a ciência. Em 1905 publicou na famosa revista Annalen der Physik os artigos: “Sobre um ponto de vista heurístico acerca da produção e da transformação da luz”, de forma a explicar a natureza da Luz, atuando ora como partículas independentes bastante semelhantes a um gás, mas com massa de repouso nula (fótons), ora como ondas, com características puramente ondulatórias; “Uma nova de- terminação do tamanho das moléculas”; “Sobre o movimen- to de pequenas partículas suspensas em um líquido esta- cionário, segundo a teoria cinética molecular do calor”, na qual propôs que as partículas de pólen suspensas na água eram bombardeadas pela moléculas invisíveis que forma- vam o líquido e que isso causava o movimento browniano, ou seja, nesse artigo Einstein provou a existência dos áto- Figura 8 – Fotografia de Albert Einstein Fonte: ENCYCLOPEDIA BRITANNICA. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 51 PÁGINA mos; “Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimen- to”, no qual propôs a teoria da relatividade especial, na qual os conceitos e leis do espaço e do tempo só podem reivindicar validade na medida em que permanecem em relação clara com as experiências (STRATHERN, 1998). A teoria da relatividade especial representou a ruptura da mecânica clássica de Newton, na qual tempo e espaço eram únicos e verdadeiros. Einstein formulou uma teoria nova que propunha uma explicação totalmente nova do universo. Vários, antes dele propuseram pequenos ajus- tes, mas ele foi o que quebrou totalmente o paradigma. Ele aceitou que o espaço e o tempo eram relativos e por isso a velocidade da luz é constante através do espaço indepen- dente da fonte da luz ou do observador estarem ou não em movimento, e não existe movimento absoluto e nem existe ausência total de movimento, o que significa que a velocidade é relativa ao referencial que a define. Duas contradições que representam o quão brilhante ele foi na elaboração da teoria, que se resumem na explicação de que à medida que a velocidade se aproxima da velocidade da luz, o tempo se torna mais lento (STRATHERN, 1998). Foi somente após dois anos de extensos estudos matemáticos que chegou à famosa equação E = mc2, na qual E é energia, m é massa e c é a velocidade da luz. Isso explicava a quantidade enorme de energia li- berada pelo sol e explicada a radioatividade que estava sendo estudada recentemente (STRATHERN, 1998). A teoria não parou aí, mas avançou para o patamar do que conhecemos como Teoria da Relatividade Geral, naqual foi incluída a gravitação ao fenômeno tempo-espaço, capaz de abranger corpos que se deslocam em movimento relativamente acelerado sob a ação de um campo de ener- gia emanado pela própria matéria, a gravidade. Pensando na luz com sua característica dual (onda e partícula) che- gou à conclusão de que, para um feixe de luz atravessar um campo gravitacional, se curvaria (pela característica de partícula), e isso tornaria a distância entre dois pontos mais curta. Todos os estudos posteriores culminaram, em 1916 na w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 52 PÁGINA publicação na revista Annalen der Physik, em um artigo inti- tulado “O fundamento da teoria da relatividade geral”, parte confirmada em 1919 por experimentos realizados em pleno Eclipse Solar (STRATHERN, 1998). Indicação de Leitura: STRATHERN, Paul. Einstein e a rela- tividade em 90 minutos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. Leis de Mendel Gregor Johann Mendel (1822-1884 – Figura 9), foi outro grande cientista que soube utilizar a experimentação na ela- boração de suas leis. Monge e professor, fez vários experimentos genéticos com ervilhas, que todos nós aprendemos um dia nas aulas de biologia, que culminaria na elaboração de suas leis. Seus estu- dos foram feitos em 1863, publicados em 1866 nos anais da Natural History Socie- ty de Brno, mas só tiveram real impor- tância após 1900, quando os botânicos Hugo de Vries, na Holanda; Carl Correns, na Alemanha, e Erich von Tschermak- Seysenegg, na Áustria, buscavam indivi- dualmente literaturas que embasassem suas ideias com relação à hereditariedade (ASTRAUKAS et al., 2009). Resumidamente, Mendel utilizou a ervilha de jardim (Pi- sum sativum), que tem pétalas da flor que se fecham im- pedindo que grãos de pólen entram ou saiam, o que faz com essa espécie tenha que se autofertilizar, portanto, com Figura 9 Fotografia de Gregor Mendel Fonte: PIERCE, 2017. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 53 PÁGINA variação genética mínima de uma geração para outra. Em seus experimentos, cruzou plantas baixas e altas e verificou que as plantas geradas eram híbridas, e as baixas eram perdidas. De- pois, as híbridas geravam numa proporção 3:1 plantas altas e bai- xas na próxima geração, o que permitiu que ele concluísse que as plantas baixas deixavam seu código na geração das híbridas. Estavam definidos os termos dominantes e recessivos. Atualmen- te chamamos de genes dominantes ou recessivos (SNUSTAD; SIMMONS, 2018). A textura de semente, a cor de semente, a forma de vagem, a cor de vagem, a cor de flor e a posição da flor também foram estudadas por Mendel e também resultaram na proporção 3:1 quando as características eram estudadas uma a uma (SNUS- TAD; SIMMONS, 2018). A Figura 10 ilustra os principais aspec- tos estudados por Mendel em seus experimentos. Figura 10 – Fotos e desenhos utilizados por Mendel sobre a ervilha Pisum sativum nos seus estudos de hereditariedade. Ele examinou 7 características que apareciam nas sementes e nas plantas que cresciam a partir das sementes Fonte: PIERCE, 2017. Com os experimentos, Mendel percebeu que os genes tinham duas cópias de cada gene que poderiam ser iguais ou diferentes, e que essas cópias eram incorporadas aleatoriamente durante a reprodução das plantas. Dessa forma, Mendel constatou que a hereditariedade ocorria em função dos cruzamentos genéticos e que os recessivos não influenciavam em uma geração mas po- diam aparecer na subsequente (SNUSTAD; SIMMONS, 2018). w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 54 PÁGINA As leis de Mendel podem ser resumidas da seguinte maneira: 1ª Lei: As células sexuais devem conter apenas um fator (ou unidade de herança) para cada característica a ser transmitida. Cada característica é condicionada por um par de fatores, um herdado do pai e outro herdado da mãe, que se separam na formação dos gametas com a mesma probabilidade; 2ª Lei: Na formação dos gametas, os principais pares de fatores se segregam independentemente, de tal forma que cada gameta recebe apenas um fato de cada par. To- dos os tipos possíveis de gametas serão produzidos nas mesmas proporções (SNUSTAD; SIMMONS, 2018). SNUSTAD, D. Peter; SIMMONS, Michael J. Fundamen- tos de Genética. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. Já as ciências morais e sociais contemplam o estudo do ho- mem como ser dotado de razão e de liberdade, sendo divididas em psicologia, história e ciências sociais. “A ciência moral, que tem como objeto o estudo da verdade, que é a lógica; o estudo do belo, que é a estética; e a ciência política, que procura determinar as leis gerais de qualquer sociedade.” (SANTOS; PARRA FILHO, 2012, p. 71). As ciências que trabalham com fatos decorrentes de observação utilizam o método indutivo e as ciências morais, que se preocupam com o ideal, utilizam o método dedutivo. Método dedutivo (desenvolvido por René Descartes), que baseia-se no esclarecimento das ideias por meio do raciocínio que leva a conclusões verdadeiras elaboradas a partir de deduções lógicas. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 55 PÁGINA Método indutivo (desenvolvido por Francis Bacon), que diz que somente por meio da observação pode conhecer algo novo. Esse método é muito utilizado nas Ciências da Natureza, como botânica, zoologia, geologia e mineralogia. A história estuda os principais acontecimentos políticos, eco- nômicos, intelectuais e morais relativos a uma época ou a toda a humanidade. O desenvolvimento da pesquisa é um processo len- to baseado na documentação encontrada para um determinado povo, ou pela transmissão da tradição ao longo do tempo, ou pela análise de monumentos pertinentes. Quase sempre se direciona para o uso de ciências auxiliares, como geografia, economia, de- mografia, sociologia, cronologia, arqueologia, hermenêutica, heu- rística, esfragística, antropologia, criptologia e a própria psicologia (SANTOS; PARRA FILHO, 2012). A psicologia estuda o homem enquanto ser único, podendo ser aplicada experimentalmente como a ciência que estuda os fenô- menos da consciência e suas leis e suas inter-relações com o mundo físico e social (SANTOS; PARRA FILHO, 2012). A sociologia tem como objetivo estudar as instituições e as ma- nifestações da vida social, bem como as alterações das próprias instituições, baseando-se em aspectos sociais e políticos, de for- ma a caracterizar a maneira de pensar, as atividades realizadas, os costumes, as leis, os tipos de instituições existentes na sociedade e sua forma de conduzimento. Os métodos mais utilizados são o w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 56 PÁGINA dedutivo e indutivo, mas também pode-se fazer uso dos métodos comparativo, histórico, estatístico, monográfico, formal, funcional, compreensivo ou ecológico (SANTOS; PARRA FILHO, 2012). Indicação de Leitura: SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica. 2. ed. Cengage Learning Edi- tores, abr. 2012. Cap. 3. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível na Biblioteca Virtual. Agora que você conhece o que é método, seus tipos e as áreas de pesquisa aos quais cada método melhor se adapta, vamos, enfim, estudar o que é pesquisa. Fonte: 123rf w w w .u s f. e d u .b r 57 PÁGINA I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A CONCLUSÃO Nessa unidade você aprendeu sobres os diferentes métodos de pesquisa e sobre as grandes contribuições de vários cientistas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do traba- lho científico: elaboração de trabalhos na graduação, 10ª edição.Atlas, 09/2012. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada. minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522478392/cfi/0!/4/4@0.00:0.00. Acesso em: 20 fev. 2019. APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia Científica. Cengage Learning Edi- tores, 06/2015. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integra- da.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522122424/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em: 19 fev. 2019. ASTRAUSKAS, J.P.; NAGASHIMA, J.C.; SACOO, S.R.; ZAPPA, V. Leis da Herença por Grepor Johann Mendel: Uma Revolução Genética. Revis- ta Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, n. 13, p.1-6, 2009. Dispo- nível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/ qYG3dxvYmiF7rSK_2013-6-24-17-32-26.pdf. Acesso em: 16 maio 2019. BARAR, Frank S.K. Galileo Galilei: Honoured 400 Years Later. 12 de novembro de 2011. Disponível em: https://www.boloji.com/articles/11615/ galileo-galilei-honoured-400-years-later. Acesso em: 17 jun. 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 58 PÁGINA BORTHOLETTI, Rafael. Francis Bacon: O Problema Fundamental Do Novum Organum. 21 de abril de 2018. Disponível em: https://me- dium.com/blog-do-bart/francis-bacon-o-problema-fundamental-do-no- vum-organum-2cea7fd4a39e. Acesso em: 17 jun. 2019. CARVALHO, R.S. Lavoisier e a sistematização da nomenclatura quí- mica. 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Disponível em: https://dl.wdl.org/17842/service/17842.pdf. Acesso em 09 abr. 2019. PIERCE, Benjamin A. Genética: Um Enfoque Conceitual. 5ª edi- ção. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. E-book. [Minha Bi- blioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ books/9788527729338/cfi/6/24!/4/20/2@0:0. Acesso em: 17 jun. 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A 59 PÁGINA SANTOS, João Almeida; PARRA FILHO, Domingos. Metodologia Científica, 2ª edição. Cengage Learning Editores, 04/2012. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/#/books/9788522112661/cfi/0!/4/2@100:0.00. Acesso em 12 jan. 2019. SCIENCE HISTORY INSTITUTE. Antoine-Laurent Lavoisier. 11 dez. 2017. Disponível em: https://www.sciencehistory.org/historical -profile/antoine-laurent-lavoisier. Acesso em: 15 maio 2019. SHAPIRO, Abraham. O Método Cartesiano. 9 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://www.profissaoatitude.com.br/blog/post/o-meto- do-cartesiano. Acesso em: 17 jun. 2019. SILVA, André Luis Silva da. Antoine Lavoisier. Disponível em: ht- tps://www.infoescola.com/biografias/antoine-lavoisier/. Acesso em: 17 jun. 2019. SNUSTAD, D. Peter, SIMMONS, Michael J. Fundamentos de Ge- nética, 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca. com.br/#/books/9788527731010/cfi/6/10!/4/6/12@0:62.5. Acesso em: 16 maio 2019. STRATHERN, Paul. Einstein e a relatividade em 90 minutos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998. E-book. [Minha Biblioteca]. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788537803462/ cfi/6/2!/4/4/2@0:11.6. Acesso em: 15 maio 2019. TORRES, Richard. Biografía De Isaac Newton. 6 setembro de 2018. Disponível em: https://williamteacher.wordpress.com/2018/09/06/ima- genes/. Acesso em: 17 jun. 2019. VIDAL, P.H.O.; CHELONI, F.O.; PORTO, P.A. O Lavoisier que não está presente nos livros didáticos. Química Nova na Escola, n. 26, p. 29-32, 2007. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc26/ v26a08.pdf. Acesso em 15 maio 2019. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A PESQUISA CIENTÍFICA: POR ONDE COMEÇAR? INTRODUÇÃO Olá! Seja bem-vindo! Nesta unidade abordaremos os tipos e os es- tágios da pesquisa científica. BONS ESTUDOS!!! 6UNIDADE w w w .u s f. e d u .b r 61 PÁGINA I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A MÉTODOS DE PESQUISA A pesquisa nada mais é do que a sequência de trabalho dos pesquisadores, e visa responder a um questionamento, ou seja, resolver um problema. A pesquisa científica trabalha com métodos adequados para que os resultados gerados sejam aceitos pela comunidade científica. Pode-se afirmar ainda que atualmente a pesquisa científica nada mais é do que o acréscimo do conheci- mento já existente sobre o assunto pesquisado. Para entendermos o que é a pesquisa, basta imaginarmos o lavrador sem sua enxada, o médico sem seu estetoscópio, o ad- vogado sem seus livros de leis, o professor sem lousa e giz. Bem, assim, também seria o cientista sem a pesquisa, ou seja, a pes- quisa é a ferramenta do cientista. É pela pesquisa que conhecemos o mundo e é pela pesquisa que nos inquietamos e encontramos problemas que poderão ser resolvidos. Qualquer que seja a nossa dúvida, é da nossa essên- cia perguntar a quem sabe. Por isso, quando fomos crianças fize- mos tantas perguntas: Por que o céu é azul? Por que existe árvore pequena e árvore grande? O que são as estrelas? E por aí vai. Todos fizemos isso quando crianças e sempre perguntamos para quem sabia de todas as respostas. Por isso, a primeira de todas as pesquisas e que existe para todas as áreas é a pesquisa bibliográfica. É por meio dela que sabemos o que o mundo já sabe sobre um determinado assunto. A pesquisa bibliográfica nada mais é do que a identificação do que dizem os livros, as revistas, os jornais, etc. sobre o assunto de interesse. A pesquisa bibliográfica faz uso dos fichamentos, dos resumos e das resenhas que aprendemos na unidade anterior. Ela é o ponto de partida para a definição da sequência de trabalho que se deseja realizar. w w w .u s f. e d u .b r I N IC IA Ç Ã O À P E S Q U IS A C IE N T ÍF IC A A pesquisa pode classificada em (SANTOS; PARRA FILHO, 2012): • pesquisa preliminar, que é o ponto de partida para o le- vantamento de hipóteses sobre o trabalho que será desen- volvido. É a delimitação do problema por meio da escrita de um pré-sumário e dará ideia da magnitude do trabalho que será desenvolvido e dos recursos (tempo, financeiro, acessibilidade às informações, equipamentos, etc.) que se- rão utilizados; • pesquisa teórica, que é a pesquisa feita com viés de en- riquecimento do conhecimento. Ela não terá parte prática, apenas levantamento bibliográfico e reflexão sobre o tema. Darwin fez uma pesquisa teórica quando falou sobre o pro- cesso de evolução humana; • pesquisa aplicada, que se faz quando se deseja tornar um objetivo prático na vida das pessoas. Geralmente aplica uma lei já existente e é imediata. A criação de novos produ- tos pela indústria e o aumento de eficiência energética de um equipamento são bons exemplos de pesquisa aplicada; • pesquisa de campo, aquela que faz onde está ocorrendo o problema. Os levantamentos realizados pelo IBGE (Ins- tituto Brasileiro de Geografia e Estatística) são exemplos perfeitos de pesquisa de campo. A aplicação de questioná- rios está relacionada à
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