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Legislação Penal 15

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Aula 15
Legislação Penal e Processual Penal Especial p/ PC-MA (Delegado) Pós-edital
Professor: Paulo Guimarães
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LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – PC-MA (DELEGADO) 
Teoria e Questões 
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AULA 15 
LEI Nº 8.429/1992 E SUAS ALTERAÇÕES 
(ENRIQUECIMENTO ILÍCITO). LEI Nº 
8.176/1991 (CRIMES CONTRA A ORDEM 
ECONÔMICA E SISTEMA DE COMBUSTÍVEL). 
LEI Nº 11.101/2005 (RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL E FALÊNCIAS). 
Sumário 
Sumário .................................................................................................... 1 
1 - Considerações Iniciais ........................................................................... 2 
2 - Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de Improbidade Administrativa
 ................................................................................................................ 2 
3 - Crimes contra a Ordem Econômica (Lei n. 8.176/91) .............................. 15 
4 - Crimes Falenciais (Lei nº 11.101/2005) ................................................. 17 
4.1 - Introdução e aspectos gerais .......................................................... 17 
4.2 - Crimes em espécie ........................................................................ 20 
5 - Questões ............................................................................................ 23 
5.1 - Questões sem Comentários ............................................................ 23 
5.2 - Gabarito ....................................................................................... 30 
5.3 - Questões Comentadas ................................................................... 31 
6 - Resumo da Aula .................................................................................. 43 
7 - Considerações Finais ........................................................................... 53 
 
 
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AULA 15 - LEI Nº 8.429/92 
1 - Considerações Iniciais 
Olá, amigo concurseiro! 
Na aula de hoje nossa missão é estudar a lei que trata da improbidade 
administrativa. Trata-se de um assunto importante para sua prova, e que já foi 
cobrado diversas vezes em muitos concursos, como você terá a oportunidade de 
constatar quando resolver nossas questões. 
Também estudaremos mais duas leis para a sua prova de Legislação 
Extravagante! Vamos lá!? 
Bons estudos! 
2 - Lei nº 8.429/1992: Disposições Gerais, Atos de 
Improbidade Administrativa 
A doutrinadora Maria Sylvia Zanella di Pietro ensina que, em matéria 
administrativa, sempre que se verificar que o comportamento da Administração 
ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em 
consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa 
administração, os princípios de justiça e de equidade, além da ideia comum de 
honestidade, haverá ofensa ao princípio da moralidade administrativa. 
O problema é que o ideia de moral administrativa não é facilmente definível. Essa 
é a razão de existir a Lei n° 8.429/1992. Esta norma estabelece quais situações 
são capazes de caracterizar a improbidade administrativa, além de estabelecer 
as sanções aplicáveis. 
 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, 
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário 
haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade 
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou 
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do 
patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
Os atos de improbidade administrativa podem ser praticados por qualquer 
agente público, independentemente de ser servidor. Os atos de improbidade 
são aqueles capazes de lesar as seguintes pessoas jurídicas: 
- Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, o que inclui 
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as empresas públicas e sociedades de economia mista; 
- Empresas incorporadas ao patrimônio público; 
- Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual; 
- Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público; e 
- Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-
se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos. 
 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação 
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo anterior. 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se 
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Para fins da Lei n° 8.429/1992, agente público é todo aquele que exerce, ainda 
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no art. 1o. 
Isso significa que não apenas servidores públicos cometem improbidade 
administrativa, mas qualquer pessoa que exerça função pública, mesmo que de 
forma temporária, e mesmo que a prestação desse serviço não envolva 
remuneração. O mesário que trabalha nas eleições e o jurado, por exemplo, estão 
sujeitos à Lei de Improbidade. 
O art. 3o determina ainda que a Lei n° 8.429/1992 é também aplicável ao 
particular que, mesmo sem ser agente público, induz ou concorre para a prática 
do ato de improbidade ou dele se beneficia. 
 
A Lei n° 8.429/1992 é aplicável tanto ao agente público 
quanto particular que, mesmo sem ser agente público, 
induz ou concorre para a prática do ato de improbidade ou 
dele se beneficia. 
 
É importante também saber que o Supremo Tribunal Federal já decidiu que a Lei 
de Improbidade Administrativa, em regra, não se aplica aos agentes políticos. 
Essa decisão surgiu de uma reclamação ajuizada pela União contra decisão da 
Justiça Federal que condenou o então ministro de da Ciência e Tecnologia, 
Ronaldo Mota Sardemberg, às penas previstas na Lei de Improbidade 
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Administrativa. Sardemberg foi condenado a ressarcir ao erário os prejuízos 
causados e à suspensão dos direitos políticos por oito anos, em razão do uso 
indevidode jato da Força Aérea Brasileira. 
Na oportunidade, o STF afirmou que nesse caso a Lei n° 8.429/1992 não seria 
aplicável, pois a Lei n° 1.079/1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade) trata 
das infrações cometidas pelos agentes políticos, e, portanto, é mais específica. 
A jurisprudência majoritária afirma que estão sujeitos à Lei n° 1.079/1950 os 
seguintes agentes políticos: Presidente da República, Ministros de Estado, 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, Procurador-Geral da República, 
Governadores de Estado e Secretários Estaduais. Desse modo, a tais 
autoridades não seria aplicável a Lei de Improbidade. 
Um Secretário Municipal, por outro lado, mesmo sendo considerado um agente 
político, pode ser processado por improbidade administrativa. 
 
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela 
estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade 
no trato dos assuntos que lhe são afetos. 
 
Você percebeu que o princípio da eficiência não foi contemplado pelo dispositivo, 
apesar de constar no art. 37 da Constituição? Pois bem, isso acontece porque 
esse princípio foi incluído na Constituição por meio da Emenda Constitucional n° 
19/1998. A Lei n° 8.429/1992 copiou o texto constitucional da época. 
Esses obviamente não são os únicos princípios que os agentes públicos precisam 
observar obrigatoriamente. Maria Sylvia Zanella di Pietro ensina que “qualquer 
violação aos princípios da legalidade, da razoabilidade, da moralidade, do 
interesse público, da eficiência, da motivação, da publicidade, da impessoalidade 
e de qualquer outro imposto à Administração Pública pode constituir ato de 
improbidade administrativa.” 
 
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do 
agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. 
 
É imprescindível para configurar-se o dever do agente público e de terceiro de 
indenizar o dano patrimonial ocasionado ao erário, em decorrência de ato de 
improbidade administrativa, que tenham agido com dolo ou culpa (imprudência, 
negligência ou imperícia). 
Não é devido o ressarcimento de dano causado ao erário quando este tenha 
resultado de ato administrativo lícito, ou ainda de ato ilícito praticado por agente 
público sem dolo ou culpa. 
 
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar 
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito 
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. 
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Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre 
bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial 
resultante do enriquecimento ilícito. 
 
A indisponibilidade de bens é uma medida cautelar ou seja, uma medida de 
urgência preventiva, por meio da qual o acesso do agente a seus bens é 
restringido. Essa medida somente pode ser determinada pela autoridade 
judiciária, mediante representação do Ministério Público. 
Um dos mais importantes objetivos da nossa aula é compreender quais condutas 
são consideradas atos de improbidade administrativa. A Constituição, em seu 
art. 37, §4°, determina que os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
O art. 9o, o art. 10 e o art. 11 trazem as condutas ilícitas. Os atos de improbidade 
são divididos em três categorias: os que importam enriquecimento ilícito, os que 
causam prejuízo ao erário, e os atentam contra os princípios da Administração 
Pública. Organizei os quadros abaixo dividindo as condutas nas três categorias. 
Recomendo que você leia bem essas condutas, mas não gaste muito tempo agora 
tentando memorizá-las. Procure ler os esquemas novamente algumas vezes até 
a prova, e leia mais uma vez NA VÉSPERA do dia do certamente, ok? ☺ 
Cada categoria contém uma DEFINIÇÃO (no caput de cada artigo) e um ROL 
EXEMPLIFICATIVO. Isso significa que a lista de condutas trazida por cada 
dispositivo não é exaustiva. Percebam que estou tratando de definição, e não de 
tipificação, pois não estamos diante de crimes. 
Apesar de algumas das condutas consideradas como atos de improbidade 
administrativa terem correspondência com tipos penais, como crimes praticados 
por funcionários públicos contra a administração pública (arts. 312 a 326 do CP), 
de responsabilidade dos prefeitos (art. 1º do Decreto-lei 201/67) etc., os atos de 
improbidade administrativa não são considerados ilícitos criminais, tendo 
inquestionável natureza civil. 
Por fim, constam também nos quadros as penalidades aplicáveis a cada uma das 
categorias. Lembre-se de que essas penalidades são aplicadas 
independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na 
legislação específica. 
 
Apesar de algumas das condutas consideradas atos de 
improbidade administrativa terem correspondência com tipos 
penais, os atos de improbidade administrativa são ilícitos de 
natureza civil. 
 
 
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ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM 
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO 
DEFINIÇÃO 
Auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em 
razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou 
atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei. 
ROL EXEMPLIFICATIVO 
I - receber, para si ou para outrem, 
dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer 
outra vantagem econômica, direta ou 
indireta, a título de comissão, percentagem, 
gratificação ou presente de quem tenha 
interesse, direto ou indireto, que possa ser 
atingido ou amparado por ação ou omissão 
decorrente das atribuições do agente 
público; 
II - perceber vantagem econômica, direta 
ou indireta, para facilitar a aquisição, 
permuta ou locação de bem móvel ou 
imóvel, ou a contratação de serviços pelas 
entidades referidas no art. 1° por preço 
superior ao valor de mercado; 
III - perceber vantagem econômica, direta 
ou indireta, para facilitar a alienação, 
permuta ou locação de bem público ou o 
fornecimento de serviço por ente estatal por 
preço inferior ao valor de mercado; 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, 
veículos, máquinas, equipamentos ou 
material de qualquer natureza, de 
propriedade ou à disposição de qualquer das 
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, 
bem como o trabalho de servidores 
públicos, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades; 
V - receber vantagem econômica de 
qualquer natureza, direta ou indireta, para 
tolerar a exploração ou a prática de jogos 
de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de 
contrabando, de usura ou de qualquer outra 
atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal 
vantagem; 
VI - receber vantagem econômica de 
qualquer natureza, direta ou indireta, para 
fazer declaração falsa sobre medição ou 
avaliação em obras públicas ou qualquer 
outro serviço, ou sobre quantidade, peso, 
medida, qualidade ou característica de 
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer 
das entidades mencionadas no art. 1º desta 
lei; 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no 
exercício de mandato, cargo, emprego ou 
função pública, bens de qualquer natureza 
cujo valor seja desproporcional à evolução 
do patrimônio ou à renda do agente público; 
VIII - aceitar emprego, comissão ou 
exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa físicaou 
jurídica que tenha interesse suscetível de 
ser atingido ou amparado por ação ou 
omissão decorrente das atribuições do 
agente público, durante a atividade; 
IX - perceber vantagem econômica para 
intermediar a liberação ou aplicação de 
verba pública de qualquer natureza; 
X - receber vantagem econômica de 
qualquer natureza, direta ou indiretamente, 
para omitir ato de ofício, providência ou 
declaração a que esteja obrigado; 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu 
patrimônio bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das 
XII - usar, em proveito próprio, bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades 
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entidades mencionadas no art. 1° desta lei; 
 
mencionadas no art. 1° desta lei. 
PENALIDADES 
APLICÁVEIS 
- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio; 
- Ressarcimento integral do dano, quando houver; 
- Perda da função pública; 
- Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos; 
- Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo 
patrimonial; 
- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios 
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda 
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, 
pelo prazo de dez anos. 
 
ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM 
PREJUÍZO AO ERÁRIO 
DEFINIÇÃO 
Qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje 
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no 
art. 1º desta lei. 
ROL EXEMPLIFICATIVO 
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma 
para a incorporação ao patrimônio 
particular, de pessoa física ou jurídica, de 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei; 
II - permitir ou concorrer para que pessoa 
física ou jurídica privada utilize bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem a 
observância das formalidades legais ou 
regulamentares aplicáveis à espécie; 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem 
como ao ente despersonalizado, ainda que 
de fins educativos ou assistências, bens, 
rendas, verbas ou valores do patrimônio de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 
1º desta lei, sem observância das 
formalidades legais e regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
IV - permitir ou facilitar a alienação, 
permuta ou locação de bem integrante do 
patrimônio de qualquer das entidades 
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a 
prestação de serviço por parte delas, por 
preço inferior ao de mercado; 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta 
ou locação de bem ou serviço por preço 
superior ao de mercado; 
VI - realizar operação financeira sem 
observância das normas legais e 
regulamentares ou aceitar garantia 
insuficiente ou inidônea; 
VII - conceder benefício administrativo ou VIII - frustrar a licitude de processo 
==db697==
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fiscal sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares aplicáveis à 
espécie; 
licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
IX - ordenar ou permitir a realização de 
despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
X - agir negligentemente na arrecadação de 
tributo ou renda, bem como no que diz 
respeito à conservação do patrimônio 
público; 
XI - liberar verba pública sem a estrita 
observância das normas pertinentes ou 
influir de qualquer forma para a sua 
aplicação irregular; 
XII - permitir, facilitar ou concorrer para 
que terceiro se enriqueça ilicitamente; 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou 
serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer 
natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades mencionadas no art. 
1° desta lei, bem como o trabalho de 
servidor público, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades. 
XIV – celebrar contrato ou outro 
instrumento que tenha por objeto a 
prestação de serviços públicos por meio da 
gestão associada sem observar as 
formalidades previstas na lei; 
XV – celebrar contrato de rateio de 
consórcio público sem suficiente e prévia 
dotação orçamentária, ou sem observar as 
formalidades previstas na lei. 
 
PENALIDADES 
APLICÁVEIS 
- Ressarcimento integral do dano; 
- Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, 
se concorrer esta circunstância; 
- Perda da função pública; 
- Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; 
- Pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano; 
- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios 
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda 
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, 
pelo prazo de cinco anos. 
 
 
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ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DE 
CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO 
FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO 
DEFINIÇÃO 
Qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou 
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que 
dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei 
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. 
A Lei Complementar n. 116/2003 trata do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
(ISS) 
Art. 8o-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza 
é de 2% (dois por cento). 
§ 1o O imposto não será objeto de concessão de isenções, incentivos ou 
benefícios tributários ou financeiros, inclusive de redução de base de cálculo ou 
de crédito presumido ou outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, 
direta ou indiretamente, em carga tributária menor que a decorrente da 
aplicação da alíquota mínima estabelecida no caput, exceto para os serviços a 
que se referem os subitens 7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei 
Complementar. 
PENALIDADES 
APLICÁVEIS 
- Perda da função pública; 
- Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos; 
- Multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário 
concedido. 
 
ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM 
CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
DEFINIÇÃO 
Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às 
instituições. 
ROL EXEMPLIFICATIVO 
I - praticar ato visando fim proibido em lei 
ou regulamento ou diverso daquele 
previsto, na regra de competência; 
II - retardar ou deixar de praticar, 
indevidamente, ato de ofício; 
III - revelar fato ou circunstância de que 
tem ciência em razão das atribuições e que 
deva permanecer em segredo; 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja 
obrigado a fazê-lo; 
VII - revelar ou permitir que chegue ao 
conhecimento de terceiro, antes da 
 
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respectiva divulgação oficial, teor de medida 
política ou econômica capaz de afetar o 
preço de mercadoria, bem ou serviço. 
PENALIDADES 
APLICÁVEIS 
- Ressarcimento integral do dano, se houver; 
-Perda da função pública; 
- Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos; 
- Pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração 
percebida pelo agente; 
- Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios 
ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda 
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, 
pelo prazo de três anos. 
 
Uma questão que já fez muita gente inteligente “queimar os neurônios” é a que 
diz respeito à necessidade de existência de dolo por parte do agente público que 
comete o ato de improbidade. Não vou entrar em detalhes acerca do assunto, 
mas o STJ já se pronunciou no sentido de que os atos que importam 
enriquecimento ilícito e os que atentam contra os princípios da 
administração pública exigem dolo para serem caracterizados, enquanto 
os atos de improbidade que causam prejuízo ao erário poderiam se 
consumar por meio da conduta culposa. 
Esse entendimento decorre da interpretação do art. 5º e do art. 10 da Lei de 
Improbidade, e tem sido aceito majoritariamente pela Doutrina. 
 
Os atos que importam enriquecimento ilícito e os que 
atentam contra os princípios da administração pública 
exigem DOLO para serem caracterizados, enquanto os atos 
de improbidade que causam prejuízo ao erário poderiam se consumar por 
meio de CULPA. 
 
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de 
declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser 
arquivada no serviço de pessoal competente. 
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e 
qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, 
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, 
dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, 
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico. 
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público 
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. 
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§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de 
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, 
dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa. 
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens 
apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre 
a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a 
exigência contida no caput e no § 2° deste artigo . 
 
Todo servidor, no momento da posse, precisa declarar à Administração Pública 
seus bens privados. Essa obrigação é tão séria que, se o servidor deixar de 
cumpri-la, a penalidade prevista é a demissão, ou seja, o desligamento da 
Administração Pública, com caráter punitivo. Essa declaração fica arquivada em 
envelope lacrado no serviço de pessoal do órgão ou entidade. 
O uso dessa declaração é regulamentado por meio do Decreto n° 5.483/2005, 
que autoriza a Controladoria-Geral da União a analisar a evolução patrimonial do 
servidor sempre que julgar necessário. Dentro da CGU existem setores 
específicos que fazem cruzamentos de dados e analisam a evolução patrimonial 
dos agentes públicos para identificar e investigar casos de enriquecimento ilícito, 
enviando as informações encontradas à Corregedoria-Geral da União, que 
também compõe a CGU. 
A atualização da declaração normalmente não é necessária, pois os servidores 
costumam entregar sua Declaração de Imposto de Renda anualmente, ou 
autorizar o acesso do órgão ou entidade às bases de dados da Receita Federal. 
 
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente 
para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. 
 
Em primeiro lugar, é importante saber que os atos de improbidade administrativa 
podem ser apurados na esfera administrativa ou na esfera judicial. 
Qualquer pessoa poderá representar, denunciando à autoridade competente 
acerca de ato de improbidade praticado por agente público. Essa previsão legal 
decorre do direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder, assegurado a todos pela Constituição de 
1988, independentemente do pagamento de taxas. 
Essa representação deverá conter a qualificação do representante, as 
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que se tenha 
conhecimento. Se essas formalidades não forem observadas, a autoridade 
administrativa rejeitará a representação. 
 
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata 
apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma 
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando 
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. 
 
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As regras da Lei nº 8.112/1990 mencionadas pelo dispositivo certamente já são 
conhecidas por você. Trata-se do famoso Processo Administrativo 
Disciplinar, conduzido pelas Corregedorias de cada órgão ou entidade, ou ainda 
pela Corregedoria-Geral da União. 
Quanto aos servidores militares, estes se submetem a uma série de normas 
disciplinares específicas, respondendo inclusive pelos crimes previstos no Código 
Penal Militar. Além disso, eles não se submetem à Lei nº 8.112/1990, mas sim à 
Lei nº 6.880/1980. 
 
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal 
ou Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a 
prática de ato de improbidade. 
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a 
requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. 
 
O Ministério Público e os Tribunais de Contas são responsáveis, entre outas 
coisas, por velar pelo bom uso do dinheiro público. Por essa razão, devem sempre 
ser informados quando houver procedimento instaurado para a apuração de ato 
de improbidade administrativa. 
 
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao 
Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a 
decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido 
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. 
 
O sequestro de bens é uma medida cautelar, que somente pode ser decretada 
pelo Poder Judiciário. Por isso é necessário que o Ministério Público ou a 
procuradoria do órgão no âmbito do qual está sendo investigado o ato de 
improbidade requeira a decretação da medida. 
Esse pedido pode ainda incluir a investigação, o exame e o bloqueio de bens, 
contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos 
termos da lei e dos tratados internacionais. 
 
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público 
ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida 
cautelar. 
 
ATENÇÃO! A partir de agora estamos tratando da apuração de improbidade 
administrativa por meio de processo judicial. 
A Lei nº 8.429/1992 confere competência ao Ministério Público para a 
propositura de ação civil de improbidade administrativa. Todavia, de acordo com 
o art. 17, a ação judicial para apuração de eventualprática de improbidade 
administrativa pode ser proposta não só pelo MP, mas também pela pessoa 
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jurídica interessada. Entende-se por pessoa interessada aquela em cujo âmbito 
ocorreu a prática do ato de improbidade administrativa. 
Essa ação civil obedece algumas regras especiais, trazidas pelos parágrafos do 
art. 17. Esses detalhes são menos importantes, mas é interessante que você os 
compreenda bem: 
a) Não pode haver transação, acordo ou conciliação  Esses 
procedimentos são formas extrajudiciais de resolução dos 
conflitos, e são proibidas porque o ressarcimento ao erário e a 
punição do responsável por ato de improbidade não podem ser 
flexibilizados, considerando a gravidade da conduta. 
b) A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações 
necessárias à complementação do ressarcimento do 
patrimônio público  Havendo sido comprovado o dano a erário, 
os valores devem ser devolvidos. Ainda que na ação civil não se 
determine a completa devolução, a Fazenda Pública deve 
promove-la por meio de ações específicas. 
c) O Ministério Público, se não intervir no processo como 
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena 
de nulidade  Mesmo que a ação civil tenha sido proposta pela 
pessoa jurídica interessada, o Ministério Público deve atuar 
obrigatoriamente na condição de fiscal da lei. 
d) Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la 
e ordenará a notificação do requerido, para oferecer 
manifestação por escrito, que poderá ser instruída com 
documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias 
 Uma vez protocolada a petição inicial e cumpridos os requisitos 
formais, o juiz citará o agente público para que se manifeste em 
15 dias. Apenas após essa manifestação é que o juiz decidirá se 
recebe a petição inicial e instaura o processo. Ainda assim, se o 
juiz, em qualquer fase do processo, considerar inadequada a ação 
de improbidade, poderá extingui-lo sem julgamento do mérito. 
e) Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar 
contestação  Este é o momento da defesa do réu. A partir do 
despacho pela citação, considera-se instaurado o processo. O réu 
pode ainda recorrer da decisão judicial que recebeu a petição 
inicial, por meio de agravo de instrumento. 
 
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a 
perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, 
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. 
 
A pessoa jurídica que sofreu o prejuízo será a principal beneficiária da sentença 
que reconhecer o ato de improbidade e determinar a devolução dos valores ou 
bens obtidos ilicitamente pelo agente público infrator. 
 
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PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO 
PROCESSO JUDICIAL 
Qualquer pessoa poderá 
representar à autoridade 
administrativa competente para 
que seja instaurada investigação 
destinada a apurar a prática de ato 
de improbidade. 
A ação de improbidade 
administrativa pode ser proposta 
pelo Ministério Público ou pela 
pessoa jurídica interessada. 
 
As demais disposições da Lei nº 8.429/1992 dizem respeito a aspectos penais e 
à prescrição. 
 
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou 
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de seis a dez meses e multa. 
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o 
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
A representação acerca do cometimento de ato improbidade administrativa não 
pode ser utilizada de forma leviana. Por isso a pessoa que representa sabendo 
que o agente público que está sendo acusado é inocente responde por crime cuja 
pena cominada é privativa de liberdade. 
Perceba que o parágrafo único contém uma disposição civil, determinando que, 
além do aspecto criminal, aquele que representa falsamente deverá também 
indenizar o denunciado tanto por danos materiais quanto morais e à imagem. 
 
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com 
o trânsito em julgado da sentença condenatória. 
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o 
afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. 
 
A possibilidade de afastamento prevista no parágrafo único é de natureza 
acautelatória, ou seja, ela tem por finalidade preservar a imparcialidade e a lisura 
das investigações, evitando que o investigado influencie de qualquer forma o 
conhecimento dos fatos. Por essa razão o afastado não deve perder o direito à 
percepção de sua remuneração. 
As penalidades mencionadas no caput (perda da função pública e suspensão dos 
direitos políticos) obviamente só podem ser aplicadas ao fim da instrução 
processual. 
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Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de 
ressarcimento; 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou 
Conselho de Contas. 
 
O ato de improbidade não depende necessariamente da efetiva existência de 
dano ao patrimônio público. É verdade que a ideia da ocorrência de dano está 
intrinsecamente ligada à nossa percepção acerca do ato de improbidade, mas 
perceba que nem todas as condutas descritas na lei importam em dano 
pecuniário. 
Os órgãos de controle interno e os tribunais de contas têm competência para 
apreciar as contas dos gestores públicos. A aprovação dessas contas não impede 
que seja proposta a ação civil e nem o procedimento administrativo para 
apuração da ocorrência de ato de improbidade. 
 
 
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser 
propostas: 
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de 
função de confiança; 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares 
puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo 
ou emprego. 
 
Por fim é interessante que você lembre dos prazos prescricionais previstos na Lei 
de Improbidade. Quando o ato de improbidade também constituir falta 
disciplinar, o prazo prescricional aplicado será aquele previsto na lei que tipificou 
a infração disciplinar. No caso dos servidores públicos civis da União, estamos 
falando sobre a Lei nº 8.112/1990, que estudaremos em breve. 
Caso o ato de improbidade não seja tipificado como infração disciplinar, o prazo 
prescricional será de 5 anos. 
3 - Crimes contra a Ordem Econômica (Lei n. 
8.176/91) 
Esta lei é pequena e tem o conteúdo bem simples. É até difícil encontrar questões 
que tratem dos seus dispositivos. Obviamente esse dado deve ajudar você a 
alocar seu tempo de estudo, mas recomendo que você não deixe de estudar 
nenhum dos assuntos, especialmente tratando de Direito Penal e Processual 
Penal, que são matérias importantes no seu concurso. 
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Na realidade, o objeto principal da Lei nº 8.176/1991 não é a tipificação de 
crimes, mas sim o estabelecimento de normas acerca do manejo, estocagem e 
utilização de combustíveis. 
Em meio a esse tema, os arts. 1º e 2º tipificam condutas relacionadas, mas 
apenas os crimes previstos no art. 1º são tratados como crimes contra a ordem 
econômica. Considerando que o conteúdo programático do seu concurso 
menciona apenas esses crimes, estudaremos apenas um artigo neste item da 
nossa aula. 
As condutas tipificadas como crimes contra a ordem econômica pela lei em estudo 
são as seguintes: 
 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem econômica: 
I - adquirir, distribuir e revender derivados de petróleo, gás natural e suas frações 
recuperáveis, álcool etílico, hidratado carburante e demais combustíveis líquidos 
carburantes, em desacordo com as normas estabelecidas na forma da lei; 
II - usar gás liquefeito de petróleo em motores de qualquer espécie, saunas, caldeiras e 
aquecimento de piscinas, ou para fins automotivos, em desacordo com as normas 
estabelecidas na forma da lei. 
Pena: detenção de um a cinco anos. 
 
Essas condutas são muito comuns. A venda de “gasolina batizada”, por exemplo, 
se amolda ao inciso I, bem como a venda irregular de gás de cozinha, tão comum 
em cidades pequenas e subúrbios. 
A entidade responsável por regulamentar a extração, produção e venda desses 
produtos é a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 
que expede portarias a respeito dos requisitos que devem ser observados, 
especialmente quanto à segurança. 
O inciso II criminaliza a conduta de quem utiliza gás de cozinha como 
combustível em finalidades inadequadas. O GLP, nome técnico do gás de cozinha, 
não pode ser utilizado para alimentar motores, saunas, caldeiras, e nem aquecer 
piscinas, e, principalmente, alimentar motores de automóveis. 
Um dos mais importantes temas relacionados a esses crimes e que já foram 
encarados pela Jurisprudência é a questão da competência. Inicialmente, o 
Ministério Público Federal entendeu que haveria interesse da União, mais 
especificamente da ANP, e, portanto, a competência para julgar o crime seria da 
Justiça Federal. 
Nas palavras do Ministro Marco Aurélio, “na situação concreta não se cogita uma 
prática contrária a um serviço, mas trata-se de um inquérito quanto à adulteração 
do combustível. Não se pode, pelo fato de se falsificar um produto que tem de 
certa forma balizamento para a venda fixado por uma autarquia, concluir-se 
sempre pela Justiça Federal”. 
A competência para julgar tais crimes, portanto, foi atribuída à Justiça Comum 
estadual. 
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Segundo a jurisprudência, a competência para julgar os crimes 
previstos no art. 1º da Lei nº 8.176/1991 é da Justiça Comum 
estadual. 
 
4 - Crimes Falenciais (Lei nº 11.101/2005) 
4.1 - Introdução e aspectos gerais 
A Lei nº 11.101/2005 é amplamente conhecida no mundo jurídico como “nova lei 
de falências”. Entretanto, ela não trata apenas do processo de falência, mas 
também da recuperação judicial e extrajudicial de empresas, além de tipificar 
alguns crimes. 
Este lei se aplica ao empresário e à sociedade empresária, em qualquer de suas 
modalidades. A falência é uma penalidade imposta ao empresário ou à sociedade 
que não honra suas obrigações. Por meio do processo de falência, o patrimônio 
da sociedade é liquidado para que sejam pagas as dívidas com os credores. É 
muito comum que o patrimônio liquidado não seja suficiente para pagar todas as 
dívidas, e por isso a própria lei estabelece a ordem de preferência nos 
pagamentos. 
Quando uma empresa tem sua falência decretada, a administração da massa 
falida passa às mãos do administrador judicial (não há mais a figura do síndico!), 
que será o responsável por contabilizar o patrimônio e inscrever os credores. 
A recuperação judicial e a extrajudicial são alternativas anteriores à falência, que 
têm o objetivo de viabilizar a sobrevivência do negócio por meio da renegociação 
das dívidas. Passado esse período de saneamento, a recuperação judicial ou 
extrajudicial pode ser encerrada, e a empresa pode voltar a operar no mercado 
normalmente. 
Para efeitos penais, é interessante que você entenda que o devedor (empresário 
ou sociedade empresária) não comete crimes sozinho. O art. 179 da Lei de 
Falências determina que, tanto na falência quanto na recuperação, equiparam-se 
ao devedor os seus sócios, diretores, gerentes, administradores e conselheiros, 
de fato ou de direito, bem como o próprio administrador judicial. 
 
Para efeitos penais, equiparam-se ao devedor: 
- Sócios; 
- Diretores; 
- Gerentes; 
- Administradores; 
- Conselheiros; 
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- Administrador judicial. 
 
Para que haja crime falimentar, deve haver processo de falência ou recuperação. 
Isso pode parecer óbvio, mas é importante que você entenda também que as 
condutas criminosas podem ocorrer antes ou depois da decisão de decretação da 
falência ou da concessão de recuperação judicial ou da homologação da 
recuperação da extrajudicial. 
Veja o que diz o art. 180 da Lei da Falências. 
 
Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a 
recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de 
punibilidade das infrações penais descritas nesta Lei. 
 
Grave bem o seguinte: não pode haver punição por crime falimentar se não 
houver decisão que decrete a falência, conceda a recuperação judicial ou 
homologue a recuperação extrajudicial. 
Perceba também que, ainda que não haja falência ou recuperação, é possível que 
a conduta seja considerada crime comum, punida com base em outas leis. 
 
Não pode haver punição por crime falimentar se não houver 
decisão que decrete a falência, conceda a recuperação 
judicial ou homologue a recuperação extrajudicial. 
 
É neste sentido que o Ministério Público somente pode agir (promover a ação 
penal ou requisitar a instauração de inquérito policial) a partir da publicação da 
decisão. Os crimes falimentares são de ação penal pública incondicionada, 
sendo possível também a propositura de ação penal privada subsidiária da 
pública por qualquer credor habilitado ou pelo administrador judicial, observado 
o prazo decadencial de 6 meses. 
 
Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a 
correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da 
homologação do plano de recuperação extrajudicial. 
Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja 
contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação 
do plano de recuperação extrajudicial. 
 
A respeito da prescrição, é interessante saber que a lei anterior estabelecia uma 
regra bem diferente: a prescrição ocorreria no prazo de dois anos, contados a 
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partir da decisão que colocava fim à falência ou à concordata (instituto que 
antecedeu a recuperação). 
Atualmente, deve ser observada a regra geral do Código Penal no que se 
refere ao cálculo do prazo prescricional,ou seja, deve-se levar em consideração 
a pena máxima abstratamente cominada para o crime, comparando-se com os 
parâmetros estabelecidos pelo art. 109 do Código Penal. 
 
 
Atenção! O art. 182 determina ainda que a contagem do prazo prescricional 
deve se iniciar a partir da decisão que decrete a falência, conceda a recuperação 
judicial ou homologue a recuperação extrajudicial. 
No caso de recuperação seguida de falência, o prazo será interrompido e, 
portanto, sua contagem deve começar novamente a partir da nova decisão. 
 
O art. 182 determina ainda que a contagem do prazo 
prescricional deve se iniciar a partir da decisão que decrete 
a falência, conceda a recuperação judicial ou homologue a 
recuperação extrajudicial. 
 
PRAZOS PRESCRICIONAIS DO CÓDIGO PENAL 
SE A PENA MÁXIMA PARA O 
CRIME FOR DE... 
O PRAZO PRESCRICIONAL 
SERÁ DE... 
Superior a 12 anos 20 anos 
Mais que 8 e menos que 12 anos 16 anos 
Mais que 4 e menos que 8 anos 12 anos 
Mais que 2 e menos que 4 anos 8 anos 
Entre 1 e 2 anos 4 anos 
Menor que 1 ano 3 anos 
d
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No caso de recuperação seguida de falência, o prazo será interrompido e, 
portanto, sua contagem deve começar novamente a partir da nova decisão. 
 
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei: 
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial; 
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, 
diretoria ou gerência das sociedades sujeitas a esta Lei; 
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio. 
§ 1o Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente 
declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, 
podendo, contudo, cessar antes pela reabilitação penal. 
§ 2o Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro Público 
de Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome 
dos inabilitados. 
 
Para fins de prova, é importante que você saiba quais são os efeitos da 
condenação, e que eles não são automáticos, sendo necessária sua declaração 
motivada na sentença condenatória. 
Perceba que os efeitos são todos de natureza semelhante: estão todos de alguma 
forma relacionados à atividade empresarial. Por essa razão, o Poder Judiciário 
deve notificar o Registro Público de Empresas quando a sentença aplicar qualquer 
desses efeitos secundários. 
 
4.2 - Crimes em espécie 
Para economizar seu tempo e facilitar sua revisão, decidi organizar estes crimes 
logo no formato de tabela, incluindo os meus comentários. 
 
CRIMES FALIMENTARES 
CRIME PENA COMENTÁRIOS 
FRAUDE A CREDORES 
Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença 
que decretar a falência, conceder a recuperação 
judicial ou homologar a recuperação 
extrajudicial, ato fraudulento de que resulte 
ou possa resultar prejuízo aos credores, com 
o fim de obter ou assegurar vantagem 
indevida para si ou para outrem. 
 
Aumento da pena 
Reclusão, de 3 (três) 
a 6 (seis) anos, e 
multa. 
 
 
Lembre-se destes três elementos que 
precisam estar presentes para que ocorre a 
fraude a credores: 
1. Ato fraudulento; 
2. Prejuízo (ao menos potencial) aos 
credores; e 
3. Elementos finalístico: obter 
vantagem indevida. 
 
Este crime é próprio do empresário falido 
ou em recuperação, sendo possível 
também o enquadramento de contadores, 
b
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§ 1o A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 
1/3 (um terço), se o agente: 
I – elabora escrituração contábil ou balanço 
com dados inexatos; 
II – omite, na escrituração contábil ou no 
balanço, lançamento que deles deveria 
constar, ou altera escrituração ou balanço 
verdadeiros; 
III – destrói, apaga ou corrompe dados 
contábeis ou negociais armazenados em 
computador ou sistema informatizado; 
IV – simula a composição do capital social; 
V – destrói, oculta ou inutiliza, total ou 
parcialmente, os documentos de 
escrituração contábil obrigatórios. 
 
Contabilidade paralela 
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até 
metade se o devedor manteve ou movimentou 
recursos ou valores paralelamente à 
contabilidade exigida pela legislação. 
 
Redução ou substituição da pena 
§ 4o Tratando-se de falência de 
microempresa ou de empresa de pequeno 
porte, e não se constatando prática habitual de 
condutas fraudulentas por parte do falido, 
poderá o juiz reduzir a pena de reclusão de 1/3 
(um terço) a 2/3 (dois terços) ou substituí-la 
pelas penas restritivas de direitos, pelas de 
perda de bens e valores ou pelas de prestação 
de serviços à comunidade ou a entidades 
públicas. 
técnicos contábeis, auditores e outros 
profissionais que tenham concorrido para 
as condutas, na medida de sua 
culpabilidade. 
 
Por último, chamo sua atenção para o 
conteúdo do §4º, que estabelece hipótese 
de redução de pena, aplicável apenas à 
falência de microempresa ou empresa 
de pequeno porte. Atenção! Não há 
redução nos casos de recuperação judicial 
ou extrajudicial. 
 
Acho que não preciso nem dizer que este é 
o crime mais importante da aula de hoje, 
não é mesmo? 
VIOLAÇÃO DE SIGILO EMPRESARIAL 
Art. 169. Violar, explorar ou divulgar, sem 
justa causa, sigilo empresarial ou dados 
confidenciais sobre operações ou serviços, 
contribuindo para a condução do devedor a 
estado de inviabilidade econômica ou financeira. 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Este crime pode ser cometido por qualquer 
pessoa, e não há exigência de finalidade 
específica na conduta. 
DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES FALSAS 
Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer 
meio, informação falsa sobre devedor em 
recuperação judicial, com o fim de levá-lo à 
falência ou de obter vantagem. 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Pode ser praticado por qualquer pessoa. 
O sujeito passivo precisa ser o devedor em 
recuperação judicial. Não é possível que 
o crime seja cometido contra devedor em 
recuperação extrajudicial ou em falência. 
 
O agente deve praticar a conduta com a 
finalidade específica de levar o devedor 
à falência. 
 
 
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INDUÇÃO A ERRO 
Art. 171. Sonegar ou omitir informações ou 
prestar informações falsas no processo de 
falência, de recuperação judicial ou de 
recuperação extrajudicial, com o fim de induzir 
a erro o juiz, o Ministério Público, os credores, a 
assembleia-geral de credores, o Comitê ou o 
administrador judicial: 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Este crime pode ser praticado por 
qualquer pessoa que tome parte no 
processo de falência ou recuperação e que, 
por essa razão, seja chamada a prestar 
informações. 
 
É necessário que haja por parte do agente 
a finalidade específica de induzir a erro o 
Juiz, MP, os credores, a assembleia geral, o 
comitê ou o administrador judicial. 
FAVORECIMENTO DE CREDORES 
Art. 172. Praticar, antes ou depois da sentença 
que decretar a falência, conceder a recuperação 
judicial ou homologar plano de recuperação 
extrajudicial, ato de disposição ou oneração 
patrimonial ou gerador de obrigação, 
destinado a favorecer um ou mais credores em 
prejuízo dos demais. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o 
credor que, em conluio, possa beneficiar-se de 
ato previsto no caput deste artigo.Reclusão, de 2 (dois) 
a 5 (cinco) anos, e 
multa. 
Este crime somente pode ser praticado pelo 
empresário falido ou em recuperação 
ou, ainda, os sócios, gerentes, 
diretores, administradores e 
conselheiros que disponham de poderes 
para onerar o patrimônio da sociedade. 
 
É necessário que haja a finalidade 
específica de favorecer um ou mais 
credores em prejuízo dos demais. O credor 
beneficiado, caso tenha agido em conluio 
com o agente, também será apenado da 
mesma forma. 
DESVIO, OCULTAÇÃO OU APROPRIAÇÃO 
DE BENS 
Art. 173. Apropriar-se, desviar ou ocultar bens 
pertencentes ao devedor sob recuperação 
judicial ou à massa falida, inclusive por meio 
da aquisição por interposta pessoa: 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Este crime é praticado por aquele que tem 
responsabilidade sobre os bens da 
massa falida ou do devedor em 
recuperação judicial. Perceba que não há 
crime se o devedor estiver em recuperação 
extrajudicial. 
AQUISIÇÃO, RECEBIMENTO OU USO 
ILEGAL DE BENS 
Art. 174. Adquirir, receber, usar, ilicitamente, 
bem que sabe pertencer à massa falida ou 
influir para que terceiro, de boa-fé, o adquira, 
receba ou use. 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Este crime somente pode ser praticado 
contra a massa falida, e não contra o 
devedor em recuperação judicial ou 
extrajudicial. 
Caso o agente criminoso seja o juiz, 
representante do MP, o administrador 
judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o 
oficial de justiça ou o leiloeiro, haverá crime 
de VIOLAÇÃO DE IMPEDIMENTO, 
tipificado no art. 177 da Lei de Falências. 
 
 
HABILITAÇÃO ILEGAL DE CRÉDITO 
Art. 175. Apresentar, em falência, recuperação 
judicial ou recuperação extrajudicial, relação 
de créditos, habilitação de créditos ou 
reclamação falsas, ou juntar a elas título 
falso ou simulado. 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
O sujeito ativo aqui é qualquer pessoa que 
tenha que apresentar documentos na 
falência ou recuperação. É o caso, por 
exemplo, do pretenso devedor, que 
apresenta título falso ou por valor maior do 
que o crédito a ele devido. 
EXERCÍCIO ILEGAL DE ATIVIDADE 
Reclusão, de 1 (um) a 
4 (quatro) anos, e 
multa. 
Este crime é próprio, somente sendo 
possível sua prática por aqueles que 
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Art. 176. Exercer atividade para a qual foi 
inabilitado ou incapacitado por decisão 
judicial, nos termos desta Lei. 
sofreram efeitos extrapenais da 
condenação. 
VIOLAÇÃO DE IMPEDIMENTO 
Art. 177. Adquirir o juiz, o representante do 
Ministério Público, o administrador judicial, o 
gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, 
o oficial de justiça ou o leiloeiro, por si ou por 
interposta pessoa, bens de massa falida ou 
de devedor em recuperação judicial, ou, em 
relação a estes, entrar em alguma especulação 
de lucro, quando tenham atuado nos 
respectivos processos: 
Reclusão, de 2 (dois) 
a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Crime próprio, que somente pode ser 
cometido pelo juiz, representante do 
Ministério Público, administrador judicial, 
gestor judicial, perito, avaliador, escrivão, 
oficial de justiça ou leiloeiro. 
OMISSÃO DOS DOCUMENTOS CONTÁBEIS 
OBRIGATÓRIOS 
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou 
autenticar, antes ou depois da sentença que 
decretar a falência, conceder a recuperação 
judicial ou homologar o plano de recuperação 
extrajudicial, os documentos de escrituração 
contábil obrigatórios. 
Detenção, de 1 (um) 
a 2 (dois) anos, e 
multa, se o fato não 
constitui crime mais 
grave. 
Este tipo penal é subsidiário, sendo 
aplicável apenas quando a conduta não 
constituir crime de maior gravidade. 
 
O tipo também não menciona quais são os 
documentos contábeis obrigatórios. A 
depender do ramo de atividade da 
empresa, essas normas podem ser editadas 
por diversos órgãos diferentes, a exemplo 
da Receita Federal, CVM, agências 
reguladoras, Banco Central, etc. Trata-se, 
portanto, de uma norma penal em 
branco. 
 
5 - Questões 
5.1 - Questões sem Comentários 
QUESTÃO 01 - DPU – Defensor Público Federal – 2015 – Cespe. 
O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa 
constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo. 
QUESTÃO 02 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 
2014 – Cespe. 
Caso o servidor tenha recebido, para a prática do ato, auxílio de pessoa que 
não seja agente público, ambos devem responder por improbidade 
administrativa, estando sujeitos às penalidades previstas na Lei n.º 
8.429/1992. 
QUESTÃO 03 - DPE-CE – Defensor Público – 2014 – FCC. 
No que tange à ação de improbidade administrativa: 
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a) estão a ela sujeitos, no que couber, aqueles que, mesmo não sendo 
agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta. 
b) sendo a lesão ao patrimônio público personalíssima, não haverá qualquer 
responsabilidade ao sucessor do agente ofensor. 
c) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a qualquer cidadão representar ao 
Ministério Público ou ao Poder Judiciário, visando à indisponibilidade dos 
bens do indiciado no inquérito civil instaurado. 
d) são reputados agentes públicos, para efeito de enquadramento legal, 
todos aqueles que exercem, mesmo que transitoriamente mas desde que 
sob remuneração, por nomeação, designação ou qualquer forma de 
contratação, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos públicos de 
administração direta ou indireta. 
e) se o agente ou terceiro, desde que por ato exclusivamente doloso, causar 
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, ficará sujeito ao integral 
ressarcimento do dano. 
QUESTÃO 04 - PC-BA – Delegado – 2013 – Cespe. 
Considere que um agente de polícia tenha utilizado uma caminhonete da 
polícia civil para transportar sacos de cimento para uma construção 
particular. Nesse caso, o agente cometeu ato de improbidade administrativa 
que importa em enriquecimento ilícito. 
QUESTÃO 05 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) – 
2013 – Cespe. 
O juiz extinguirá o processo administrativo sem julgamento de mérito, em 
qualquer fase do processo, caso seja reconhecida a inadequação da ação de 
improbidade. 
QUESTÃO 06 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) – 
2013 – Cespe. 
A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos do servidor 
acusado de improbidade administrativa só se efetivam com o trânsito em 
julgado da sentença condenatória, não podendo, assim, ser o agente público 
afastado de seu cargo, emprego ou função durante a instrução processual. 
QUESTÃO 07 - TRT 10ª Região (DF e TO) – Analista Judiciário 
– 2013 – Cespe. 
O terceiro beneficiado poderá ser responsabilizado nas esferas cível e 
criminal, mas não por improbidade administrativa, visto que esta não 
abrange particulares. 
 
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QUESTÃO 08 - MPU – Analista– 2013 – Cespe. 
A perda da função pública é sanção aplicável àqueles que pratiquem atos de 
improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito ou que 
gerem lesão ao erário, mas não aos que pratiquem atos de improbidade que 
atentem contra os princípios da administração pública. 
QUESTÃO 09 - MPU – Analista– 2013 – Cespe. 
A lei caracteriza como ato deimprobidade administrativa que importa 
enriquecimento ilícito a conduta do servidor público que implique o uso, em 
proveito próprio, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial de órgãos e entidades da administração pública. 
QUESTÃO 10 - TJ-SP – Advogado – 2013 – VUNESP. 
Nos termos da Lei n.º 8.429/92, Lei de Improbidade, constitui ato de 
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da 
Administração Pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de 
honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições e, 
notadamente. 
a) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço 
por preço superior ao de mercado. 
b) revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de 
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
c) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação 
de verba pública de qualquer natureza. 
d) usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do 
acervo patrimonial de órgãos da Administração Pública Direta. 
e) celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia 
dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei. 
QUESTÃO 11 - Câmara dos Deputados – Analista Judiciário – 
2012 – Cespe. 
Apenas o Ministério Público pode representar junto à autoridade 
administrativa competente para que seja instaurada investigação com o 
objetivo de apurar a prática de ato de improbidade. 
QUESTÃO 12 - SPTrans – Advogado – 2012 – VUNESP. 
“Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou 
não, contra a administração direta,____________ou fundacional de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios, de Território, de________ incorporada ao patrimônio público ou 
de entidade para cuja criação ou custeio o __________haja concorrido ou 
concorra com mais de____________por cento do patrimônio ou da receita 
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anual, serão punidos na forma desta lei.” (Art. 1.º da Lei n.º 8.429/92). 
Assinale a alternativa que contempla os vocábulos que preenchem, correta 
e respectivamente, as lacunas do referido dispositivo legal. 
a) autárquica, pessoa, Estado, sessenta 
b) indireta, pessoa, tesouro, cinquenta 
c) autárquica, empresa, erário, sessenta 
d) autárquica, empresa, tesouro, cinquenta 
e) indireta, empresa, erário, cinquenta 
QUESTÃO 13 - PC-PA - Delegado de Polícia Civil – 2016 – 
FUNCAB. 
Acerca do tema improbidade administrativa, especificamente quanto à 
declaração de bens, é correto afirmar que: 
a) a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais dos filhos e de 
outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante. 
b) o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens será punido 
com a pena de exoneração ou suspensão. 
c) o declarante não poderá entregar cópia declaração anual de bens 
apresentada à Delegacia da Receita Federal. 
d) a declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, 
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, 
localizado no país ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e 
valores patrimoniais do cônjuge, salvo se casado no regime de separação de 
bens. 
e) a declaração de bens deverá ser feita apenas em dois momentos, na data 
da posse, e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, 
cargo, emprego ou função. 
QUESTÃO 14 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017 
– Cespe. 
Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado de polícia 
por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá 
ser considerada, conforme o disposto na Lei n.º 8.429/1992, 
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa. 
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta. 
c) contravenção penal. 
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa. 
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa. 
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QUESTÃO 15 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto – 2017 
– Cespe. 
Em relação à improbidade administrativa, assinale a opção correta. 
a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição 
decenal, qualquer que seja a tipicidade do ilícito praticado pelo agente 
público. 
b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade 
administrativa por uso de maquinário da administração em seu sítio 
particular, poderá ser-lhe aplicada pena de suspensão dos direitos políticos 
por período de cinco a oito anos. 
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho 
ou em conluio com agente público, responderá, nos termos da Lei de 
Improbidade Administrativa, desde que tenha obtido alguma vantagem 
pessoal. 
d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o 
autor auferir vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, 
função, emprego ou atividade, mesmo que de forma culposa. 
e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem 
justificativa e reiterada, deixar de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe 
aplicada multa civil de até cem vezes o valor da sua remuneração, conforme 
a gravidade do fato. 
QUESTÃO 16 - AGU – Advogado da União – 2012 – Cespe 
(adaptada). 
Consoante a jurisprudência, compete, em regra, à justiça estadual processar 
e julgar os casos que envolvam crimes previstos na Lei n.º 8.176/1991, 
quando relacionados à adulteração de combustível. 
QUESTÃO 17 - TJDFT – Juiz de Direito – 2015 – Cespe 
(adaptada). 
Nos crimes falimentares, regulamentados pela Lei de Falências, a 
propositura da ação penal pelo MP independe da sentença que decretar a 
falência ou conceder a recuperação judicial. 
QUESTÃO 18 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 
2014 – Cespe. 
Apenas o devedor falido pode ser sujeito ativo do crime de omissão de 
elaboração, escrituração ou autenticação do livro diário e do livro de 
duplicatas, se optar por emiti-las no exercício de sua empresa. 
 
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QUESTÃO 19 - SEFAZ-RJ – Auditor Fiscal da Receita Estadual – 
2014 – FCC. 
Em relação aos crimes falimentares, é correto afirmar: 
a) Os crimes falimentares são de ação penal pública condicionada à 
representação. 
b) Tão logo proferida a sentença penal condenatória falencial, notificar-se-á 
o Registro Público de Empresas para tomar de imediato as medidas 
necessárias para impedir novo registro em nome dos inabilitados atingidos 
pela condenação. 
c) A sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial é 
condição subjetiva de punibilidade das infrações penais falenciais. 
d) Os efeitos de que trata a condenação por crime falimentar não são 
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença, 
perdurando até cinco anos após a extinção da punibilidade, podendo, porém, 
cessar antes pela reabilitação criminal. 
e) A decretação da falência do devedor suspende a prescrição penal, cuja 
contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a 
homologação do plano de recuperação judicial. 
QUESTÃO 20 - MPE-SC – Promotor de Justiça – 2014 – MPE-
SC. 
A Lei n. 11.101/2005 (Lei de Falências) considera como crime divulgar oupropalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em 
recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem. 
Também é crime, pela mesma lei, sonegar ou omitir informações ou prestar 
informações falsas no processo de falência, de recuperação judicial ou de 
recuperação extrajudicial, com o fim de induzir a erro o juiz, o Ministério 
Público, os credores, a assembleia-geral de credores, o Comitê ou o 
administrador judicial. 
QUESTÃO 21 - TJ-SP – Juiz de Direito – 2013 – VUNESP. 
A Lei n.º 11.101/2005, no que diz respeito aos crimes nela previstos, 
considera a sentença que decreta a falência e a que concede a recuperação 
judicial 
a) pressupostos dos crimes pós-falimentares. 
b) condições de procedibilidade. 
c) elementos integrantes do tipo. 
d) condições objetiva de punibilidade. 
 
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QUESTÃO 22 - MPE-SP – Analista de Promotoria – 2010 – 
VUNESP. 
De acordo com o texto expresso do art. 180 da Lei n.º 11.101/05, a natureza 
jurídica da sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial 
ou concede a recuperação extrajudicial no que pertine ao processo e 
julgamento dos crimes falimentares, é a de 
a) requisito da ilicitude. 
b) requisito da tipicidade. 
c) requisito da culpabilidade. 
d) condição de procedibilidade. 
e) condição objetiva de punibilidade. 
QUESTÃO 23 - MPE-MG – Promotor de Justiça – 2010 – FCC 
(adaptada). 
Nos crimes falimentares (Lei n. 11.101/05), a declaração da falência é termo 
inicial da prescrição ou, conforme o caso, causa de sua interrupção. 
QUESTÃO 24 - MPE-MG – Promotor de Justiça – 2010 – FCC 
(adaptada). 
A decretação da falência ou a concessão da recuperação judicial do 
empresário ou sociedade é condição objetiva de punibilidade das infrações 
penais falimentares. 
QUESTÃO 25 - TJ-PR – Juiz – 2008 – FAE (adaptada). 
O juiz que adquirir bens de massa falida ou de devedor em recuperação 
judicial, ou, em relação a estes, entrar em alguma especulação de lucro, 
quando tenham atuado nos respectivos processos, comete crime de violação 
de impedimento. 
QUESTÃO 26 - MPE-PE – Promotor de Justiça – 2008 – FCC 
(adaptada). 
Em relação à recuperação judicial de empresa, é correto afirmar: 
a) Os crimes previstos na lei respectiva são de ação penal pública 
condicionada à representação dos credores. 
b) A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou 
extrajudicial é condição objetiva de punibilidade das infrações penais 
respectivas. 
c) Na omissão do Ministério Público ao oferecimento de denúncia por crime 
falimentar, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá 
oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo 
decadencial de três meses. 
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d) A inabilitação para o exercício de atividade empresarial é efeito 
automático da condenação por crime falimentar. 
QUESTÃO 27 - PGFN – Procurador – 2003 – ESAF (adaptada). 
Decretada a falência de uma sociedade comercial, a falta de livros contábeis 
obrigatórios caracterizará crime falimentar. 
 
5.2 - Gabarito 
 
 
1. ERRADO 15. E 
2. CERTO 16. CERTO 
3. A 17. ERRADO 
4. CERTO 18. ERRADO 
5. ERRADO 19. D 
6. ERRADO 20. CERTO 
7. ERRADO 21. D 
8. ERRADO 22. E 
9. CERTO 23. CERTO 
10. B 24. CERTO 
11. ERRADO 25. CERTO 
12. E 26. B 
13. A 27. CERTO 
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5.3 - Questões Comentadas 
QUESTÃO 01 - DPU – Defensor Público Federal – 2015 – Cespe. 
O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa 
constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo. 
Comentários 
Depois da aula de hoje você deve estar cansado de saber que esse rol é apenas 
exemplificativo, não é mesmo? ☺ 
GABARITO: ERRADO 
QUESTÃO 02 - Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – 
2014 – Cespe. 
Caso o servidor tenha recebido, para a prática do ato, auxílio de pessoa que 
não seja agente público, ambos devem responder por improbidade 
administrativa, estando sujeitos às penalidades previstas na Lei n.º 
8.429/1992. 
Comentários 
O terceiro não responde sozinho, mas se tiver concorrido para o ato responderá 
juntamente com o agente público. 
GABARITO: CERTO 
QUESTÃO 03 - DPE-CE – Defensor Público – 2014 – FCC. 
No que tange à ação de improbidade administrativa: 
a) estão a ela sujeitos, no que couber, aqueles que, mesmo não sendo 
agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de 
improbidade ou dele se beneficiem sob qualquer forma direta ou indireta. 
b) sendo a lesão ao patrimônio público personalíssima, não haverá qualquer 
responsabilidade ao sucessor do agente ofensor. 
c) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou 
ensejar enriquecimento ilícito, caberá a qualquer cidadão representar ao 
Ministério Público ou ao Poder Judiciário, visando à indisponibilidade dos 
bens do indiciado no inquérito civil instaurado. 
d) são reputados agentes públicos, para efeito de enquadramento legal, 
todos aqueles que exercem, mesmo que transitoriamente mas desde que 
sob remuneração, por nomeação, designação ou qualquer forma de 
contratação, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos públicos de 
administração direta ou indireta. 
e) se o agente ou terceiro, desde que por ato exclusivamente doloso, causar 
lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, ficará sujeito ao integral 
ressarcimento do dano. 
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Comentários 
A alternativa B está incorreta porque o sucessor daquele que causar lesão ao 
patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta 
lei até o limite do valor da herança (art. 8º). A alternativa C está incorreta porque 
a representação nesse caso cabe à autoridade administrativa responsável pelo 
inquérito (art. 7º). A alternativa D está incorreta porque mesmo aqueles que não 
recebam remuneração podem ser considerados agentes públicos. A alternativa E 
está incorreta porque, ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral 
ressarcimento do dano (art. 5º). 
GABARITO: A 
QUESTÃO 04 - PC-BA – Delegado – 2013 – Cespe. 
Considere que um agente de polícia tenha utilizado uma caminhonete da 
polícia civil para transportar sacos de cimento para uma construção 
particular. Nesse caso, o agente cometeu ato de improbidade administrativa 
que importa em enriquecimento ilícito. 
Comentários 
Sim, é verdade. Essa conduta está prevista no rol exemplificativo do art. 9º nos 
seguintes termos: “utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição 
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho 
de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas 
entidades”. 
GABARITO: CERTO 
QUESTÃO 05 - INPI – Analista de Planejamento (Direito) – 
2013 – Cespe. 
O juiz extinguirá o processo administrativo sem julgamento de mérito, em 
qualquer fase do processo, caso seja reconhecida a inadequação da ação de 
improbidade. 
Comentários 
O erro da

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