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POLO DUQUE DE CAXIAS
Licenciatura em História 
AD1
1º semestre de 2020
Daniela de Queiroz Martins
16216090143
HISTÓRIA DA ÁFRICA
Observe os mapas abaixo e disserte sobre o processo de Expansão Europeia na África,
identificando tanto o uso desta expressão em detrimento do uso da expressão "Partilha da África",
quanto os impactos sociais e culturais da colonização do continente africano.
Segundo Lopes (2017, p. 24) “A divisão da África em regiões não se basearia apenas
em critérios geográficos, mas também em históricos e políticos”. Sendo assim, cabe aqui explanar
como é realizada a divisão da África.
A África Setentrional abriga etnia árabe e, atualmente, é composta pelo Egito, Líbia,
Tunísia, Marrocos, Argélia, Mali, Chade, Niger, Sudão, Saara Ocidental e partes de Mauritânia. Foi
o local onde se deu a islamização da África.
A África Ocidental abrange a porção oeste do continente africano. Reúne o conjunto de
países como o Cabo Verde, Guiné-Bissau, Senegal, Serra Leoa, Libéria, Guiné Conacri, Gana,
Benim, Nigéria, Costa do Martim, Burkina Faso, Niger, Mali, Chade e parte de Mauritânia. O lado
Mediterrâneo é a área que teve mais conexões com outras civilizações desde a Idade Antiga. Eles
sentiram a influência islâmica apenas um século depois da criação do Islã. No Sul do Saara se
encontra o Sahel, um local pouco povoado, exceto nos lugares em que há rios. Além disso, o norte
do Saara foi um local onde passavam diversas caravanas de mercadores, de norte a sul.
Já na África Oriental há uma conjugação de povo bantos e árabes, que atualmente é
composta pelos seguintes territórios: Uganda, Quênia, Eritreia, Djibuti, Somália, Etiópia, Ruanda,
Tanzânia, Burundi, Comores, Madagascar e Moçambique. Esses países têm um extenso passado de
conexão com as nações asiáticas, tendo como principal comércio marítimo o outro, o marfim e a
mão de obra escrava. Os povos da África Oriental dialogavam com culturas cristãs e muçulmanas.
A África Central e Centro-Ocidental foi marcada pelo grupo étnico-linguístico banto e
teve pouco contato com a cultura islâmica até o século XVI. Atualmente é formada pelo Congo,
Angola, Gabão, Camarões, Zâmbia e República Centro-Africana.
A África Austral configura a parte meridional do continente. Compreende a Namíbia,
Botsuana, Zimbábue, Maláui, Suazilândia, Lesoto, África do Sul, Madagascar, Ilhas Maurício e
partes do território da Angola e Zâmbia. Suas civilizações passaram a ter mais evidência a partir das
navegações portuguesas a partir do século XVI. Cumpre salientar que no início do século VIII, a
África Austral era habitada por grupo bantófonos. 
O contato direto com os europeus só teve início no século XV, através das investidas
portuguesas. Portanto, a partir do século XV, os europeus ampliaram o contato com diversos povos
e, quando possível, construíam benfeitorias para garantir o seu controle sobre a África. Já no
decorrer do século XIX, o sentimento de posse e colonização sobre o continente africano, leva os
países europeus a atingir os resultados da Conferência de Berlim (1884-85), realizada na Alemanha.
Essa conferência foi responsável na ocupação do continente africano pelas potências europeias, o
que resultou numa divisão que não respeitou as relações étnicas já existentes no Continente,
marcando uma fase conhecida como o Imperialismo europeu. 
As potências europeias tramaram um avanço militar e negociaram com autoridades
africanas a fim de adquirir a assinatura de tratados que cediam terras e homens e eram usados em
caso de litígio dentre as nações europeias. Em muitos casos, essas lideranças africanas não sabiam o
que exatamente estavam fazendo ao assinar os papéis, pois não tinham o domínio da escrita e
línguas europeias. Nesse sentido, recebiam em troca tecidos, armas de fogo e bebidas.
Os povos africanos que possuíam maior contato com as nações europeias sabiam que
não tinham chances de vitória contra uma investida armada europeia. Ou seja, cada autoridade
averiguava as circunstâncias e qual melhor decisão deveria ser tomada. A França, iniciou sua
colonização onde hoje é a Argélia no ano de 1830. Nesse caso, não houve negociação, para os
africanos, restou-lhes apenas a resistência aberta. Samory Touré adquiriu material bélico e fez
oposição aos franceses até 1898, quando foi derrotado e exilado no Gabão.
O Reino Unido, já em 1897, tinha expandido sua área de dominação à África meridional,
ocidental e oriental (Egito), que com o sudeste asiático (Índia), formava o Império Britânico. A
França, por sua vez, dominou a Argélia e toda a região costeira da África, conhecida como Magreb.
Os demais países europeus foram beneficiados pela Partilha da África. Portugal manteve Angola e
Moçambique, à Bélgica coube o Congo, a Alemanha ocupou a Tanzânia, Namíbia e Camarões, a
Itália dominou a Líbia, Somália e Eritréia. A Rússia disputava a região da Manchúria com a China.
Toda essa divisão foi realizada sem a análise dos aspectos culturais, naturais e étnicos dos
povos que já habitavam o continente. Essa divisão política “artificial” contribuiu e ainda contribui
para muitos conflitos no continente. Alguns historiadores como Frederick Luggard e Norton de
Matos, no final do século XIX, por muitas vezes, entendiam que essa expansão no continente
europeu seria benéfico para o povo africano, porque os europeus tinham o objetivo de levar a
pacificação, o cristianismo, a civilização e a possibilidade de ingresso do continente no mercado
internacional. 
Já no período entre guerras, houve uma leitura marxista sobre o colonialismo na África, o
que resultou em críticas às justificativas metropolitanas e denúncia aos interesses econômicos das
potências. A expansão colonial, portanto, era resultado do capitalismo europeu, fruto da revolução
industrial, que impulsionou a busca por novos territórios ricos em matéria-prima e consumidores de
manufaturados. Essa concepção foi defendida por historiadores como Arghiri Emmanuel, Tom
Kemp e Pierre Villar.
Na década de 70, houve uma pretensão de rediscutir os motivos da partilha. O autor
Brunschwig, discutiu acerca dos verdadeiros motivos das investidas europeias na África, como a
recuperação da autoimagem perante a opinião pública e as disputas entre as potências que já
ocorriam por conta do poderio bélico e econômico. Para ele, a Conferência de Berlim não
objetivava uma divisão imediata do continente africano, mas foi realizada para discutir a livre
navegação no rio Congo e o livre comércio no continente. O autor Mackenzie também levanta a
hipótese do espírito competitivo que havia dentre as potências europeias. No século XIX pairava
um clima de euforia que impulsionava cada nação a entrar na corrida pela colonização da África,
pois senão se perderia nos rumos da história.
Dessa forma, a expansão colonial europeia foi um processo que envolveu negociação e
resistência por parte dos povos africanos. Por outro lado, os europeus possuíam sentimentos de
nacionalismo, imperialismo e competitividade entre si. A partilha da África gerou consequências
tanto para a África quanto para o continente europeu pois foi uma das causas da Primeira Guerra
Mundial e é a causa de diversos conflitos regionais na África.
Referências Bibliográficas
LOPES, Nei. Dicionário de história da África : Séculos VII a XVI / Nei Lopes, José Rivair Macedo.
-- 1. ed. -- Belo Horizonte : Autêntica Editora, 2017. 
MAEZANO. A., BITTENCOURT M. História da África. Rio de Janeiro, Fundação CECIERJ,
2013.

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