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como salários, aquisições e utilização de matérias-primas etc. Ademais, estes gastos devem ser incorporados ao valor dos estoques das empresas no processo produtivo e, por ocasião do encerramento do balanço, haverá dois tipos de estoque: produtos que ainda não estão acabados (produtos em elaboração) e produtos prontos para venda (produtos acabados) UNIDADE 2 | SISTEMAS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DE PREÇOS 116 Como se pode observar, a contabilidade no início das apurações dos resultados das empresas sentiu a necessidade de apurar e controlar os custos efetivos de produção, surgindo assim a contabilidade de custos. Porém, muito mais do que simplesmente apurar os resultados ou custos das empresas, a contabilidade atualmente é uma forte ferramenta que auxilia nas tomadas de decisões das empresas, buscando assim, melhores resultados e atividades mais rentáveis. 2.1 CUSTOS DIRETOS Os custos diretos, conforme Neves e Viceconti (2003, p. 17), são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. Pode-se citar alguns exemplos, de acordo com os autores: • Matéria-prima: geralmente as empresas conhecem a quantidade exata de matéria-prima que cada produto irá consumir. Assim, identificado o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto. • Mão de obra direta: são os custos relacionados aos funcionários que estão ligados diretamente ao processo produtivo. Assim, identificando-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão de obra, é possível apropriá-lo diretamente ao produto. • Material de embalagem: assim como a matéria-prima, a quantidade de embalagem também é conhecida para cada produto. • Depreciação de equipamentos: quando se utiliza uma máquina apenas para um determinado produto, consegue-se mensurar diretamente o seu custo ao produto. 2.2 CUSTOS INDIRETOS Estes custos dependem de cálculos, ou seja, dependem de rateio para serem apropriados a diferentes produtos. O rateio é realizado, por exemplo, quando a empresa não consegue identificar quanto gastou de energia elétrica para a área produtiva, então, utilizará do rateio/estimativa para alocar este custo ao produto, portanto são custos alocados indiretamente ao produto. Neves e Viceconti (2003) também citam alguns exemplos de custos indiretos: • Depreciação de equipamentos: quando as máquinas são utilizadas para diversos tipos de produtos. • Salários de supervisores, gerentes ou coordenadores de equipes produtivas. • Aluguel da fábrica. • Gastos com limpeza da fábrica. Desta forma, consegue observar que os custos diretos são mais fáceis de serem identificados ao produto, por se tratar de objeto direto ligado a ele. Por isso que quando se fala em custos indiretos, é necessário ter conhecimento do TÓPICO 2 | MÉTODOS DE CUSTEIO 117 processo produtivo de cada empresa, e de cada produto dela, para após isto, levantar seus custos diretos e indiretos, obtendo assim dados confiáveis capazes de direcionar a empresa no melhor caminho, e no melhor resultado. 2.3 CUSTEIO POR ABSORÇÃO De acordo com Neves e Viceconti (2003, p. 33), Custeio por Absorção é um processo de apuração de custos, cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (fixos e variáveis) em cada fase da produção. Assim, o custo será absorvido quando for atribuído a um produto ou unidade de produção, assim cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado seja totalmente absorvido pelo custo dos produtos vendidos ou pelos estoques finais. Assim, a distinção principal no custeio por absorção é entre o custo e as despesas. A separação é importante porque as despesas são contabilizadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Quanto aos custos relativos aos produtos em elaboração e os acabados que ainda não foram vendidos estarão ativados nos estoques destes produtos. Neves e Viceconti (2003, p. 24), no exemplo abaixo, esclarecem a importância da distinção entre custos e despesas para o custeio de absorção: Supondo-se que uma empresa tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado produto, incorrendo em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00, foram vendidas 800 unidades a R$ 200,00, num total de vendas de R$ 16.000,00. O custo unitário de cada produto fabricado será de R$ 9,00. A Demonstração do Resultado da empresa será: Se um custo de R$ 1.000,00 tivesse sido classificado erroneamente como despesa, o custo unitário de fabricação diminuiria para R$ 8,00 e as despesas operacionais aumentariam para R$ 4.000,00. A Demonstração do Resultado passaria a ser a seguinte: UNIDADE 2 | SISTEMAS DE CUSTEIO E FORMAÇÃO DE PREÇOS 118 Ou seja, a classificação incorreta de um custo como uma despesa reduziu o lucro líquido da empresa, pois ele foi totalmente deduzido na apuração do resultado (R$ 1.000,00) em vez de ter sido deduzida apenas a parcela referente à produção vendida. Este fato é que explica a diferença de R$ 200,00 a mais de lucro no resultado correto. Neves e Viceconti (2003, p. 25) descrevem que o “Custeio por absorção é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos princípios contábeis da Realização da Receita, da Competência e da Confrontação. Além disso, é o único aceito pelo Imposto de Renda”. Princípio da Realização da Receita: ocorre a realização da receita quando da transferência do bem ou serviço vendido para terceiros. Princípio da Confrontação: as despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente). Princípio da Competência: as despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos a que competirem, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato gerador. Neves e Viceconti (2003) ainda esclarecem e reforçam que para a apuração dos custos da empresa por meio deste método, é necessário seguir alguns parâmetros: • É necessária a separação de custos e despesas da empresa; • Apropriação dos custos diretos e indiretos a produção realizada no período; • Apuração do custo dos produtos acabados; • Apuração do custo dos produtos vendidos; • Apuração de resultado do período. Diante destas informações e pela sua alta complexidade, as empresas estão recorrendo cada vez mais às contabilidades. Assim, a contabilidade está fazendo cada vez mais parte da empresa como um todo, ou seja, atualmente ela participa efetivamente dentro da empresa, identificando problemas e corrigindo- os, assim como apresentando informações necessárias para obter um melhor resultado/lucro. TÓPICO 2 | MÉTODOS DE CUSTEIO 119 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Observou-se, através do artigo apresentado, que as empresas para serem competitivas necessitam de um controle rigoroso de seus custos, pois somente assim poderão competir com seus concorrentes, com baixo custo e com preço de mercado. Por isso, é cada vez mais importante a participação da contabilidade de custos dentro da empresa, pois somente ela levantará informações e apresentará dados confiáveis, e através destes dados, a empresa poderá buscar alternativas para melhorar seu custo e consequentemente aumentar seus lucros. REFERÊNCIAS NEVES, Silvério das. VICECONTI, Paulo E.V. Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo. 7. ed. São Paulo: Frase, 2003. FONTE: Disponível em: <http://phmp.com.br/artigos-e-publicacoes/artigo/contabilidade-de- custos-custeio-por-absorcao/>. Acesso em: 20 ago. 2015. 120 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • O custeio por absorção é caracterizado por atribuir todos os custos do ciclo operacional interno aos produtos. • Método de custeio variável ou direto onde os custos fixos são lançados