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www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago AULA 06 Responsabilidade Civil. SUMÁRIO Apresentação da Aula 06..............................................................................................................2 Cronograma das Aulas .................................................................................................................2 Atos Jurídicos Lícitos. ...................................................................................................................3 Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). ............................................................................4 Excludentes de ilicitude (art.188) .................................................................................................8 Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954).................................................................................11 ➢ A Culpa. ..................................................................................................................................... 12 ➢ O risco e a teoria do risco. .......................................................................................................... 14 ➢ Classificações da responsabilidade civil....................................................................................... 15 ➢ O dano....................................................................................................................................... 16 ➢ A responsabilidade civil e a reparação do dano........................................................................... 17 ➢ O nexo causal. ........................................................................................................................... 19 ➢ Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos devedores da indenização. ................................................................................................................. 20 ➢ A Coautoria e a Solidariedade. ................................................................................................... 23 ➢ Outras situações (arts. 939 e 940):.............................................................................................. 23 ➢ A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. .......................................................... 24 Considerações Finais ..................................................................................................................26 Resumo da Matéria....................................................................................................................27 Questões do CESPE ....................................................................................................................31 www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípio é lícito (como, por exemplo, a contratação de uma obrigação), mas que no seu inadimplemento (no seu não cumprimento) pode gerar a necessidade de indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não observação de determinadas regras de convívio em sociedade. Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento contratual – diz responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou poderá advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade – e, neste caso, diz responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana. No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam: o art. 186 – que trata do ato ilícito, e o art. 187 – que trata do abuso de direito. Passemos agora ao seu estudo mais detalhado! Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano. Conforme lição de Flávio Tartuce2: “De início, o ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico em sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo agente, mas somente aqueles impostos pela lei”. Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, ocasiona dano a outrem. Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se houver dano a ser reparado (um dano a ser indenizado). 2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – Não existe no Direito Civil o interesse em “punir” o culpado pelo ato. Neste rmos aqui “um pequeno parêntese”, diferenciando “Então, a violação do direito pode ser vista sob mais d aspecto?” estaremos diante de um “delito” civil www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago presente no mencionado artigo: “Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva,para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva”. Excludentes de ilicitude (art.188) O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São os atos lesivos que não são considerados ilícitos. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. São eles: A legítima defesa; Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido; Estado de necessidade (quando há perigo iminente). Vamos ver cada um deles! 1. A legítima defesa é considerada como excludente de responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode ser putativa. A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina estar sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. Nesta www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago Para que se configure o estado de necessidade, exige-se: Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado voluntariamente pelo agente; Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido. Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art. 188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, em determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação. É o que encontraremos nos arts. 929 e 930: Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou deteriorada não forem culpados do perigo, estes terão direito a indenização e o autor do dano será responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra seu causador. “Ficou complicado. Vocês podem esclarecer melhor isto?” Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte: ¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário (causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. ¹Paulo, por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro culpado pelo perigo). Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos (arts. 186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o dano, principal efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a responsabilização civil. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago culpa in vigilando – está relacionada a falta de atenção com o procedimento de outrem, cuja pessoa é responsável. culpa in custodiendo – está relacionada a falta de cuidados com a guarda de animal ou de objeto. Vamos falar um pouquinho da imputabilidade. A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se alguém pode ser responsabilizado por seu ato, é elemento constitutivo da culpa, se refere a condições pessoais8 daquele que praticou o ato lesivo, é a verificação se o ato é resultado de uma vontade livre. Existem casos que afastam a imputabilidade: A menoridade – porém o ato ilícito por ele praticado acarretará a responsabilidade objetiva (art. 933 e 932, que será visto mais afrente); A demência ou estado de grave desequilíbrio mental, acarretado pelo alcoolismo ou pelo uso de drogas, ou de debilidade mental, que torne o agente incapaz de controlar suas ações. Também neste caso haverá a responsabilidade objetiva do responsável pelo incapaz; A anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de simples escolha elege um de seus interesses em detrimento de outro. Além disso, temos os três excludentes: Exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor que penhora bens do devedor para pagamento de dívida; Legítima defesa; Estado de necessidade. ➢ O risco e a teoria do risco. O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá casos onde não se cogita a culpa do agente, são hipóteses em que o dano é reparável mesmo sem o fundamento da culpa (responsabilidade objetiva), baseando-se simplesmente no risco objetivamente considerado. Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso esclarecer que o perigo deve resultar do exercício da atividade e não do comportamento do agente. A atividade é lícita, mas causa perigo a outrem. 8 Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo assim o praticou. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – “No campo da teoria objetivista situa ” ➢ www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago A responsabilidade contratual está localizada principalmente no que diz respeito ao Inadimplemento10 de obrigações: Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. ... Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação), poderá ser: direta (se proveniente da própria pessoa responsabilizada), e indireta ou complexa (se derivada de ato de terceiro na vigência de vínculo legal de responsabilidade; ou de responsabilidade sobre animais (fato de animal) e objetos que estão sob sua guarda). ➢ O dano. Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já falamos anteriormente que não pode haver responsabilidade civil sem um dano, para que haja pagamento de indenização, é necessária a comprovação da existência de lesão. Pensando em provas você precisa ter os seguintes entendimentos: Ao lado do dano individual – que constitui lesão a patrimônio ou a direito de personalidade, nós temos também o dano social - que é uma lesão à sociedade 10 Não cumprimento. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua segurança, quanto por diminuição de sua qualidade de vida. O dano individual basicamente poderá ser: O dano patrimonial é lesão concreta, a um interesse relativo a patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa natural ou jurídica. A indenização por dano moral inclusive encontra respaldo constitucional federal em seu art. 5, incisos V e X: Art. 5º. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; ➢ A responsabilidade civil e a reparação do dano. Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma relação obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, ou seja, a reparação do dano procurando, na medida do possível, desfazer seus efeitos, restituindo o prejudicado ao status quo ante. Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, punindo o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é também, principalmente, a garantia ao direito do lesado, tendo natureza compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima. A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade contratual, o não cumprimento da obrigação, seja total ou parcial, bem como nos casos de retardamento de seu cumprimento. A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o lesado e lesante qualquer relação jurídica. Nesta responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e ³de coisas, que configuram a responsabilidade indireta. Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a possibilidade da responsabilidade indireta: www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – “O que isto quer dizer?” www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 945 deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se houve participação (culpa) do lesado: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. O juiz deverá analisar também: A situação da vítima e do causador do dano; A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial(visto que a responsabilidade civil requer nexo de causalidade entre o dano e a ação que o produziu); A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do dano. ➢ O nexo causal. O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. Para caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano11 não ocorreria se o fato não tivesse acontecido. Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as excludentes de responsabilidade. As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de necessidade; a legítima defesa (já vistos quando analisamos os excludentes de ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito ou força maior12 e a clausula de não indenizar. Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o lesado sem a composição do dano sofrido. 11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a vitrine de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que indenizar o vidro e também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, embora efeito necessário da ação de quebrar a vitrine. 12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o elemento culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois elementos: um de ordem interna – que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem externa – que é a ausência de culpa do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo acusada de ter cometido o ato. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – ➢ www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – “ – ” www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – ➢ ➢ www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação de cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz jus. Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que falta para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. Este artigo trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir que se exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em parte. Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter respondido, não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) tiver tido algum prejuízo por conta da ação. ➢ A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal. No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na esfera civil. Veja como esse assunto foi cobrado em prova: www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago Considerações Finais Chegamos ao final da nossa aula, e mais uma vez reiteramos o pedido de que façam todas as questões propostas, e caso fiquem em dúvida entrem em contato através do fórum. Bons estudos! Aline Baptista Santiago. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – – – – www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. Outras informações: Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve culpa in eligendo ou in vigilando. O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu. O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho. (se houver culpa do empregado) Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 2. CESPE2016/PGE-AM/Procurador do Estado. Constitui ato lícito a ação de destruir o vidro lateral de veículo alheio, de alto valor comercial, a fim de removê- lo das proximidades de local onde se alastrem chamas de incêndio. 3. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Por filiar-se à teoria do risco, o Código Civil estabelece como regra a responsabilidade objetiva, a qual prescinde da demonstração da culpa. 4. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Os pais exonerar-se- ão da obrigação de reparar dano causado pelo filho se provarem não ter havido negligência da parte deles. 5. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. A escola terá direito de regresso contra o aluno, caso seja obrigada a indenizar prejuízo por ele causado a terceiros. 6. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item.Provado o vínculo de subordinação, o empregador responderá pelos danos causados pelo empregado a terceiros, por culpa in eligendo. 7. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item.Para que se possa exigir a restituição de pessoa que recebeu gratuitamente o produto de um crime para o qual não tenha concorrido, deve-se comprovar eventual vantagem econômica auferida. 8. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A obrigação de reparar o dano causado não se transmite por sucessão aos herdeiros. 9. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Como regra, o valor da indenização deve corresponder à extensão do dano material; mas excepcionalmente o juiz poderá reduzir a indenização se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado. 10. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A ação civil de reparação de dano independe do correspondente procedimento criminal, mas, www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago se a sentença criminal reconhecer o fato e o autor, na justiça civil não poderão mais ser questionadas a autoria e a existência do fato. 11. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Cometerá ato ilícito o titular de direito que, ao exercê-lo, exceder manifestamente os limites impostos pelo seu fim socioeconômico, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 12. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. O dever de reparar o dano provocado por João não alcança Joana, já que não há como provar sua culpa em relação à atitude do filho. 13. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. Embora a responsabilidade de Joana seja objetiva, seu patrimônio somente será atingido se João não tiver patrimônio próprio ou se este for insuficiente para reparar o prejuízo causado a Arthur. 14. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. Caso seja provada a culpa de João, a mãe, Joana, responderá objetivamente pelos danos causados pelo filho. 15. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. A responsabilidade civil de João é objetiva. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 16. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. A mãe de João tem responsabilidade subjetiva em relação ao dano causado no veículo de Arthur. 17. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo com o entendimento do STJ, os pais que não exercem autoridade de fato sobre o filho menor, ainda que detenham o poder familiar, não respondem por ato ilícito praticado pelo filho. 18. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo com a jurisprudência do STF, a aplicação da sanção derivada da cobrança de débito já solvido na forma regulada pelo Código Civil independe da constatação de que o credor agira de má-fé com o objetivo deliberado de angariar proveito indevido. 19. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Conforme o entendimento sumulado do STJ, a indenização em decorrência de publicação não autorizada de imagem de pessoa, com fins econômicos ou comerciais, depende da comprovação do prejuízo. 20. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. A pessoa lesada não terá direito à indenização quando os danos que lhe foram causados decorrerem de conduta praticada em estado de necessidade, ainda que ela não seja responsável pelo perigo. 21. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Em decorrência da própria condição de incapacidade, o menor incapaz não pode responder pelos prejuízos que causar a terceiros. 22. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. A sentença criminal que absolve o réu, por qualquer dos fundamentos previstos em lei, impede o reexame dos mesmos fatos para fins de responsabilização civil. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 23. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. De acordo com o entendimento sumulado do STF, presume-se a culpa do empregador pelos atos culposos de seus prepostos e empregados. 24. CESPE 2016/FUNPRESP-EXE/Área Jurídica. Operadora de plano de saúde que se recusar injustificadamente a cobrir tratamento de segurado ofenderá o direito da personalidade, sendo tal conduta considerada dano moral. 25. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quantoà responsabilidade civil. A indenização é mensurada pela extensão do dano, de modo que aquele que sofrer dano deverá ser indenizado pela integralidade do prejuízo, não se admitindo qualquer redução. 26. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade civil. Admitida a responsabilidade civil do incapaz que tiver causado prejuízos a terceiros, a indenização deverá ser fixada de forma equitativa. 27. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade civil. Não tendo culpa em relação ao fato ocorrido, o pai não é responsável pela reparação civil dos danos causados por filhos menores de idade que estejam sob sua guarda. 28. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade civil. A responsabilidade civil será objetiva sempre que a lei não dispuser ser ela subjetiva. 29. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade civil. Sempre que o empregado, no exercício de suas funções, causar prejuízos a terceiros, o empregador será responsável pela reparação civil. 30. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. De acordo com o Código Civil, a possibilidade legal de redução equitativa da indenização pelo juiz é aplicável às hipóteses de responsabilidade subjetiva e objetiva. 31. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Se houver concorrência de culpas e danos a ambas as partes, cada qual deve arcar com seus respectivos prejuízos. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 32. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Nos termos explicitados no Código Civil, a gradação de culpa possui relevância para a configuração do ato ilícito. 33. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Segundo a atual orientação do STJ, a reparação pela lesão extrapatrimonial deve seguir o método denominado bifásico na aferição do valor da indenização. 34. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Conforme jurisprudência prevalente do STJ, a cobrança indevida já traz em si a ilicitude, bastando a prova de que se deu por meio judicial para se impor a devolução em dobro, prevista no Código Civil. 35. CESPE 2015/TCE-RN/Assessor Técnico Jurídico. A indenização pela utilização da imagem de determinada pessoa, sem autorização e para fins comerciais, dependerá da existência de dano moral. 36. CESPE 2015/TCE-RN/Auditor. Para efeito de indenização por danos materiais, a vítima pode exigir o pagamento dos lucros cessantes e das despesas com o tratamento médico até o fim de sua convalescença, além de pensão correspondente à remuneração pelo trabalho para o qual se inabilitou. 37. CESPE 2015/TELEBRAS/Advogado. Conforme entendimento consolidado do STJ, para haver compensação por danos morais, é imprescindível a comprovação do dano experimentado em virtude da violação aos direitos da personalidade, com a demonstração de prejuízo imaterial, como a dor ou o sofrimento. 38. CESPE 2015/TELEBRAS/Advogado. Paulo, cirurgião cardíaco autônomo, realizou cirurgia em José, pai de Kátia, com o objetivo de desobstrução das artérias coronarianas. O procedimento foi realizado no hospital em que Paulo atuava ligado por convênio e, apesar de terem sido seguidas as melhores técnicas e recomendações médicas, José faleceu durante o procedimento cirúrgico. Inconformada, Kátia contratou advogado com o objetivo de ajuizar ação indenizatória em desfavor de Paulo e do hospital onde foi realizada a cirurgia. Em relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir. Segundo entendimento do STJ, o hospital não responderá civilmente, uma vez que Paulo adotou as cautelas e técnicas recomendadas e a responsabilidade dos hospitais é subjetiva no que tange à atuação dos médicos que a eles estão vinculados por convênio. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 39. CESPE 2015/TELEBRAS/Advogado. Paulo, cirurgião cardíaco autônomo, realizou cirurgia em José, pai de Kátia, com o objetivo de desobstrução das artérias coronarianas. O procedimento foi realizado no hospital em que Paulo atuava ligado por convênio e, apesar de terem sido seguidas as melhores técnicas e recomendações médicas, José faleceu durante o procedimento cirúrgico. Inconformada, Kátia contratou advogado com o objetivo de ajuizar ação indenizatória em desfavor de Paulo e do hospital onde foi realizada a cirurgia. Em relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir. Por ser profissional autônomo, a responsabilidade de Paulo é do tipo subjetiva, modalidade que exige comprovação de culpa pelo evento danoso. 40. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. Por impossibilidade de comprovação, fica afastada a possibilidade de indenização por dano moral quando o pai não presta assistência ao filho. 41. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. A teoria da perda de uma chance aplica-se tanto ao dano moral quanto ao dano material, mesmo não comprovada a existência de dano final. 42. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. Na hipótese de morte de detento sob a custódia do Estado, a responsabilidade civil do ente público dependerá da análise da culpabilidade. 43. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. Para fins de responsabilidade de instituição financeira, o estelionato na abertura de conta compara-se ao caso fortuito externo. 44. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. A aquisição de obra de arte fraudulenta — seja material, seja imaterial — não tem o condão de gerar responsabilidade civil. 45. CESPE 2015/AGU/Advogado da União. De acordo com entendimento do STJ, a emancipação, seja ela legal, voluntária ou judicial, não tem o condão de excluir a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por seus filhos menores. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 46. CESPE 2015/TCU/Auditor Federal de Controle Externo. O autor de ato ilícito que resulte em obrigações é considerado em mora a partir do momento em que pratica o ato. 47. CESPE 2015/TCU/Auditor Federal de Controle Externo. As pessoas responsáveis pelo incapaz respondem pelos prejuízos por ele causados, salvo quando não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes para tal, situação em que o incapaz deverá responder pelos prejuízos causados. 48. CESPE 2015/TRF 5ª Região/Juiz Federal. Juliana faleceu aos oito anos de idade, após ter sido atropelada por um veículo oficial do Ministério da Fazenda. Os pais da criança, pessoas humildes e de baixa renda, ajuizaram ação contra a União, requerendo indenização por danos materiais consistentes no pagamento de pensão mensal. Com relação a essa situação hipotética, a pensão mensal será devida aos pais da vítima a partir do dia em que esta completaria quatorze anos de idade. 49. CESPE 2015/TRE-GO/Analista Judiciário Considere a seguinte situação hipotética. Ricardo e Andrea adquiriram imóvel residencial de uma construtora que prometeu a entrega do bem em janeiro de 2013. Entretanto, o imóvel foi entregue somente em fevereiro de 2014, o que obrigou o casal a residir na casa de parentes por um ano. Nessa situação, osadquirentes fazem jus a indenização por danos morais em razão do atraso na entrega do imóvel. 50. CESPE 2015/TRE-GO/Analista Judiciário. Em uma ação de indenização, o juiz pode, ao fixar o montante a ser pago pelo autor do dano, levar em consideração eventual conduta culposa da vítima. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs – www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago Foi adotada pela Constituição Federal a teoria da responsabilidade objetiva na modalidade do risco administrativo. Isto quer dizer que o Estado será responsável pela obrigação de indenizar quando um agente público agindo nesta qualidade causar danos à terceiro. Assim, na responsabilidade objetiva não será considerado se este agente teve culpa ou não, conforme jurisprudência RTJ, 55/516; JTJ, Lex, 203/79; RT, 745/278. “A responsabilidade civil das pessoas de Direito Público não depende de prova de culpa, exigindo apenas a realidade do prejuízo injusto”. As disposições constitucionais impuseram ao Estado o dever de indenização pelo dano – responsabilidade objetiva, no entanto esta responsabilidade foi mitigada pela adoção da modalidade do risco administrativo. Isso quer dizer que a obrigação de indenizar do Estado não será devida em toda e qualquer circunstância, ao contrário, ela poderá não existir em casos de culpa exclusiva da vítima ou de força maior. Quanto a estas causas de diminuição ou até de exclusão da responsabilidade do Estado temos as seguintes jurisprudências: RT, 434/94; RTJ, 91/377; RJTJSP, 37/32. “A Constituição Federal não adotou a teoria da responsabilidade objetiva sob a modalidade do risco integral, que obrigaria o Estado sempre a indenizar, sem qualquer excludente. A teoria do risco administrativo, embora dispense a prova da culpa da Administração, permite-lhe demonstrar a culpa da vítima, para excluir ou atenuar a indenização”. RJTJSP, 126/154. “A Administração Pública isenta-se totalmente da obrigação de indenizar quando se desincumbe satisfatoriamente do ônus, que lhe pertence, de demonstrar que o fato decorreu de culpa exclusiva do ofendido”. RT, 455/74 e RJTJSP, 51/72. “Quando, porém, a causa dos danos decorre de culpa administrativa e, também, de imprudência ou negligencia do particular, reduz-se a indenização pleiteada, em proporção ao grau da culpa concorrente, em geral pela metade”. Assim, A responsabilidade civil do Estado está prevista tanto na Constituição Federal como no Código Civil – e acrescentamos que esta matéria atualmente é considerada de direito constitucional e de direito administrativo. A responsabilidade do Estado é do tipo objetiva – em que basta existir o dano e o agente público atuando nesta qualidade para que exista a obrigação de indenizar, na modalidade do risco administrativo, onde ela será diminuída ou desaparecerá caso seja comprovada a culpa parcial ou exclusiva da vítima, ou ainda no caso de força maior. É garantido ao Estado pelos mesmos diplomas legais a ação regressiva contra o agente causador do dano, onde serão analisados o dolo e a culpa para averiguar a possibilidade de ressarcimento por parte do funcionário ao Estado dos valores que este teve que indenizar a vítima do dano. Gabarito letra C. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 2. CESPE 2016/PGE-AM/Procurador do Estado. Constitui ato lícito a ação de destruir o vidro lateral de veículo alheio, de alto valor comercial, a fim de removê- lo das proximidades de local onde se alastrem chamas de incêndio. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Gabarito correto. 3. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Por filiar-se à teoria do risco, o Código Civil estabelece como regra a responsabilidade objetiva, a qual prescinde da demonstração da culpa. Comentário: A regra é que a responsabilidade civil seja subjetiva. A responsabilidade objetiva é a exceção, somente para os casos dispostos em lei. Gabarito errado. 4. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Os pais exonerar-se- ão da obrigação de reparar dano causado pelo filho se provarem não ter havido negligência da parte deles. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Gabarito errado. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 5. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. A escola terá direito de regresso contra o aluno, caso seja obrigada a indenizar prejuízo por ele causado a terceiros. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 934. Aquele que ressarcir o danocausado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Gabarito correto. 6. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Provado o vínculo de subordinação, o empregador responderá pelos danos causados pelo empregado a terceiros, por culpa in eligendo. Comentário: Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando que não houve culpa in eligendo ou in vigilando. O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu. O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho. (se houver culpa do empregado) Gabarito errado. 7. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Para que se possa exigir a restituição de pessoa que recebeu gratuitamente o produto de um crime para o qual não tenha concorrido, deve-se comprovar eventual vantagem econômica auferida. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Gabarito errado. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 8. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A obrigação de reparar o dano causado não se transmite por sucessão aos herdeiros. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. Gabarito errado. 9. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Como regra, o valor da indenização deve corresponder à extensão do dano material; mas excepcionalmente o juiz poderá reduzir a indenização se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Gabarito correto. 10. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A ação civil de reparação de dano independe do correspondente procedimento criminal, mas, se a sentença criminal reconhecer o fato e o autor, na justiça civil não poderão mais ser questionadas a autoria e a existência do fato. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal. No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na esfera civil. Gabarito correto. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 11. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Cometerá ato ilícito o titular de direito que, ao exercê-lo, exceder manifestamente os limites impostos pelo seu fim socioeconômico, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Comentário: No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na medida de sua execução. Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um direito e que, na utilização de suas prerrogativas, exceda os seus limites. Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será objetiva – ou seja, independente de culpa. Gabarito correto. 12. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. O dever de reparar o dano provocado por João não alcança Joana, já que não há como provar sua culpa em relação à atitude do filho. Comentário: A responsabilidade neste caso é objetiva dos pais, por força do art. 932: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Gabarito errado. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 13. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. Embora a responsabilidade de Joana seja objetiva, seu patrimônio somente será atingido se João não tiver patrimônio próprio ou se este for insuficiente para reparar o prejuízo causado a Arthur. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. Gabarito errado. 14. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. Caso seja provada a culpa de João, a mãe, Joana, responderá objetivamente pelos danos causados pelo filho. Comentário: Neste caso a vítima precisará comprovar o dano, o nexo entre o dano e a conduta do menor para obter a reparação civil. Pois o fundamental é a reparação do dano ao lesado. De acordo com o Código Civil: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiveremsob sua autoridade e em sua companhia; Gabarito correto. 15. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. A responsabilidade civil de João é objetiva. Comentário: A responsabilidade neste caso é objetiva dos pais. Gabarito errado. 16. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil. A mãe de João tem responsabilidade subjetiva em relação ao dano causado no veículo de Arthur. Comentário: A mãe de João tem responsabilidade objetiva, por força do art. 932: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Gabarito errado. 17. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo com o entendimento do STJ, os pais que não exercem autoridade de fato sobre o filho menor, ainda que detenham o poder familiar, não respondem por ato ilícito praticado pelo filho. Comentário: O art. 932 I não pode ser interpretado “literalmente” e sozinho, é preciso haver uma contextualização (a exceção, obviamente, é se, na prova, ele vier escrito Ipsis litteris). Assim, “estar em sua companhia” não deve ser interpretado literalmente. A responsabilidade nestes casos está associada a ideia do poder familiar, exercido por ambos os pais. PORTANTO: “O SIMPLES AFASTAMENTO do filho da casa paterna por si só não elide a responsabilidade dos pais. ‘O pai não pode beneficiar-se com o afastamento do filho se decorrer o mesmo, precisamente, do descumprimento do pátrio poder de ter o menor em sua companhia e guarda, dirigindo-lhe a criação www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago e a educação’”. (Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 4, Responsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 7ª ed., pág. 121. Citando TJSP, RT,380/97) E jurisprudência: RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS PELOS ATOS ILÍCITOS DE FILHO MENOR - PRESUNÇÃO DE CULPA - LEGITIMIDADE PASSIVA, EM SOLIDARIEDADE, DO GENITOR QUE NÃO DETÉM A GUARDA - POSSIBILIDADE - NÃO OCORRÊNCIA IN CASU - RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. I - Como princípio inerente ao pátrio poder ou poder familiar e ao poder-dever, ambos os genitores, INCLUSIVE AQUELE QUE NÃO DETÉM A GUARDA, são responsáveis pelos atos ilícitos praticados pelos filhos menores, SALVO SE comprovarem que não concorreram com culpa para a ocorrência do dano. II - A RESPONSABILIDADE DOS PAIS, PORTANTO, SE ASSENTA NA PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DE CULPA E DE CULPA IN VIGILANDO, o que, como já mencionado, não impede de ser elidida se ficar demonstrado que os genitores não agiram de forma negligente no dever de guarda e educação. Esse é o entendimento que melhor harmoniza o contido nos arts. 1.518, § único e 1.521, inciso I do Código Civil de 1916, correspondentes aos arts. 942, § único e 932, INCISO I, DO NOVO CÓDIGO CIVIL, respectivamente, em relação ao que estabelecem os arts. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e 27 da Lei n. 6.515/77, este recepcionado no art. 1.579, do novo Código Civil, a respeito dos DIREITOS E DEVERES DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS FILHOS. III - No presente caso, sem adentrar-se no exame das provas, pela simples leitura da decisão recorrida, tem-se claramente que a genitora assumiu o risco da ocorrência de uma tragédia, ao comprar, três ou quatro dias antes do fato, o revólver que o filho utilizou para o crime, arma essa adquirida de modo irregular e guardada sem qualquer cautela (fls. 625/626). IV - Essa realidade, narrada no voto vencido do v. acórdão recorrido, é situação excepcional que isenta o genitor, que não detém a guarda e não habita no mesmo domicílio, de responder solidariamente pelo ato ilícito cometido pelo menor, ou seja, deve ser considerado parte ilegítima. V - Recurso especial desprovido. (STJ - REsp: 777327 RS 2005/0140670-7, Relator: Ministro MASSAMI UYEDA, Data de Julgamento: 17/11/2009, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/12/2009) Gabarito correto. 18. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo com a jurisprudência do STF, a aplicação da sanção derivada da cobrança de débito já solvido na forma regulada pelo Código Civil independe da constatação de que o credor agira de má-fé com o objetivo deliberado de angariar proveito indevido. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago Súmula n. 159 do STF: “Cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às sanções do art. 1.531 do CC” (o art. 1.531 do CC/1916 corresponde ao art. 940 do CC/2002). Gabarito errado. 19. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. Conforme o entendimento sumulado do STJ, a indenização em decorrência de publicação não autorizada de imagem de pessoa, com fins econômicos ou comerciais, depende da comprovação do prejuízo. Comentário: Súmula 403 STJ. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. Gabarito errado. 20. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da responsabilidade civil, julgue o item. A pessoa lesada não terá direito à indenização quando os danos que lhe foram causados decorrerem de conduta praticada em estado de necessidade, ainda que ela não seja responsável pelo perigo. Comentário: De acordo com o Código Civil: Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). Gabarito errado. www.concurseirosunid s.orgwww.concurseirosunidos.www.concurs www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 63 DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF) Teoria e Questões Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago 21. CESPE 2016/TRT 8ª Região
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