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DIREITO CIVIL - TRF 1ª REGIÃO (AJAJ E OJAF)
Teoria e Questões
Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago
AULA 06
Responsabilidade Civil.
SUMÁRIO
Apresentação da Aula 06..............................................................................................................2
Cronograma das Aulas .................................................................................................................2
Atos Jurídicos Lícitos. ...................................................................................................................3
Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). ............................................................................4
Excludentes de ilicitude (art.188) .................................................................................................8
Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954).................................................................................11
➢ A Culpa. ..................................................................................................................................... 12
➢ O risco e a teoria do risco. .......................................................................................................... 14
➢ Classificações da responsabilidade civil....................................................................................... 15
➢ O dano....................................................................................................................................... 16
➢ A responsabilidade civil e a reparação do dano........................................................................... 17
➢ O nexo causal. ........................................................................................................................... 19
➢ Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos
devedores da indenização. ................................................................................................................. 20
➢ A Coautoria e a Solidariedade. ................................................................................................... 23
➢ Outras situações (arts. 939 e 940):.............................................................................................. 23
➢ A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. .......................................................... 24
Considerações Finais ..................................................................................................................26
Resumo da Matéria....................................................................................................................27
Questões do CESPE ....................................................................................................................31
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A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípio é lícito
(como, por exemplo, a contratação de uma obrigação), mas que no seu
inadimplemento (no seu não cumprimento) pode gerar a necessidade de
indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não observação de
determinadas regras de convívio em sociedade.
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento contratual
– diz responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou poderá advir de um não
respeito a regras de convívio em sociedade – e, neste caso, diz responsabilidade
civil ²extracontratual ou aquiliana.
No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou
aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam: o art. 186 –
que trata do ato ilícito, e o art. 187 – que trata do abuso de direito.
Passemos agora ao seu estudo mais detalhado!
Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187).
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito
jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano.
Conforme lição de Flávio Tartuce2: “De início, o ato ilícito é o ato praticado
em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando prejuízos a
outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de reparar o
dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional. O ato
ilícito é considerado um fato jurídico em sentido amplo, uma vez que produz
efeitos jurídicos que não são desejados pelo agente, mas somente aqueles
impostos pela lei”.
Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação ou
²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a intenção
manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, ocasiona dano a
outrem.
Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se houver
dano a ser reparado (um dano a ser indenizado).
2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418.
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   
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  –    
Não existe no Direito Civil o interesse em “punir” o culpado pelo ato. Neste 
            
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           
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 rmos aqui “um pequeno parêntese”, diferenciando    
        
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 
“Então, a violação do direito pode ser vista sob mais d 
aspecto?”
            
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          
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            
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          
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            
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presente no mencionado artigo: “Os bons costumes previstos no art. 187 do CC 
possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de
determinada época; e objetiva,para permitir a sindicância da violação dos
negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé
objetiva”.
Excludentes de ilicitude (art.188)
O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São os atos
lesivos que não são considerados ilícitos.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
³perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.
Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não constituem
atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque
a própria norma jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. São eles:
A legítima defesa;
Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido;
Estado de necessidade (quando há perigo iminente).
Vamos ver cada um deles!
1. A legítima defesa é considerada como excludente de responsabilidade
civil, se com o uso moderado de meios necessários alguém repelir injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas os
meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles estritamente
necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode ser putativa.
A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina estar
sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. Nesta
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Para que se configure o estado de necessidade, exige-se:
Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado voluntariamente pelo
agente;
Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente;
Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção;
Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido.
Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art.
188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, em
determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação. É o que
encontraremos nos arts. 929 e 930:
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188,
não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que
sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro,
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que
tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou
o dano (art. 188, inciso I).
Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou deteriorada não
forem culpados do perigo, estes terão direito a indenização e o autor do dano
será responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra
seu causador.
“Ficou complicado. Vocês podem esclarecer melhor isto?”
Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros
envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte:
¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário
(causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo e fará
jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. ¹Paulo, por sua vez,
terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro culpado pelo
perigo).
Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos (arts.
186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o dano, principal
efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a responsabilização civil.
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culpa in vigilando – está relacionada a falta de atenção com o procedimento
de outrem, cuja pessoa é responsável.
culpa in custodiendo – está relacionada a falta de cuidados com a guarda de
animal ou de objeto.
Vamos falar um pouquinho da imputabilidade.
A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se alguém
pode ser responsabilizado por seu ato, é elemento constitutivo da culpa, se
refere a condições pessoais8 daquele que praticou o ato lesivo, é a verificação se
o ato é resultado de uma vontade livre. Existem casos que afastam a
imputabilidade:
A menoridade – porém o ato ilícito por ele praticado acarretará a
responsabilidade objetiva (art. 933 e 932, que será visto mais afrente);
A demência ou estado de grave desequilíbrio mental, acarretado pelo alcoolismo
ou pelo uso de drogas, ou de debilidade mental, que torne o agente incapaz de
controlar suas ações. Também neste caso haverá a responsabilidade objetiva do
responsável pelo incapaz;
A anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de simples escolha
elege um de seus interesses em detrimento de outro.
Além disso, temos os três excludentes:
Exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor que penhora
bens do devedor para pagamento de dívida;
Legítima defesa;
Estado de necessidade.
➢ O risco e a teoria do risco.
O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá casos onde
não se cogita a culpa do agente, são hipóteses em que o dano é reparável
mesmo sem o fundamento da culpa (responsabilidade objetiva), baseando-se
simplesmente no risco objetivamente considerado.
Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso esclarecer que o perigo
deve resultar do exercício da atividade e não do comportamento do agente. A
atividade é lícita, mas causa perigo a outrem.
8 Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo assim o
praticou.
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          
           
             

       
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      “No campo da teoria objetivista situa
             
          
          
   ”
            
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            
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          
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       
      
             
          
              
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A responsabilidade contratual está localizada principalmente no que diz
respeito ao Inadimplemento10 de obrigações:
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em
que executou o ato de que se devia abster.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o
contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos,
responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força
maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos
efeitos não era possível evitar ou impedir.
...
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas
ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou
de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem
prejuízo do disposto na lei processual.
Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação), poderá ser:
direta (se proveniente da própria pessoa responsabilizada), e indireta ou
complexa (se derivada de ato de terceiro na vigência de vínculo legal de
responsabilidade; ou de responsabilidade sobre animais (fato de animal) e
objetos que estão sob sua guarda).
➢ O dano.
Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já falamos
anteriormente que não pode haver responsabilidade civil sem um dano, para que
haja pagamento de indenização, é necessária a comprovação da existência de
lesão.
Pensando em provas você precisa ter os seguintes entendimentos:
Ao lado do dano individual – que constitui lesão a patrimônio ou a direito de
personalidade, nós temos também o dano social - que é uma lesão à sociedade
10 Não cumprimento.
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Teoria e Questões
Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago
no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua segurança, quanto por
diminuição de sua qualidade de vida.
O dano individual basicamente poderá ser:
O dano patrimonial é lesão concreta, a um interesse relativo a
patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos
bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de
indenização pelo responsável.
O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa natural
ou jurídica. A indenização por dano moral inclusive encontra respaldo
constitucional federal em seu art. 5, incisos V e X:
Art. 5º.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;
➢ A responsabilidade civil e a reparação do dano.
Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma relação
obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, ou seja, a
reparação do dano procurando, na medida do possível, desfazer seus efeitos,
restituindo o prejudicado ao status quo ante.
Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, punindo o
lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é também,
principalmente, a garantia ao direito do lesado, tendo natureza compensatória,
mediante a reparação do dano causado a vítima.
A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se:
Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade contratual, o não
cumprimento da obrigação, seja total ou parcial, bem como nos casos de
retardamento de seu cumprimento.
A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o lesado e lesante
qualquer relação jurídica. Nesta responsabilidade extracontratual aparecerão, por
exemplo, os casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e ³de
coisas, que configuram a responsabilidade indireta.
Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a
possibilidade da responsabilidade indireta:
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   
        
  
  –    
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               
      
             
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            
          
          
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“O que isto quer dizer?”
          
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            
            
           
            
          
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Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago
Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 945
deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se houve
participação (culpa) do lesado:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com
a do autor do dano.
O juiz deverá analisar também:
A situação da vítima e do causador do dano;
A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial(visto que a
responsabilidade civil requer nexo de causalidade entre o dano e a ação que o
produziu);
A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do dano.
➢ O nexo causal.
O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. Para
caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano11 não ocorreria se o
fato não tivesse acontecido.
Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as excludentes
de responsabilidade.
As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de
necessidade; a legítima defesa (já vistos quando analisamos os excludentes de
ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito ou
força maior12 e a clausula de não indenizar.
Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser
devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o lesado
sem a composição do dano sofrido.
11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a vitrine
de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que indenizar o vidro e
também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, embora efeito necessário da ação
de quebrar a vitrine.
12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o elemento
culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois elementos: um de ordem
interna – que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem externa – que é a ausência de culpa
do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo
acusada de ter cometido o ato.
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   
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   
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
            
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 
          
         
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           
            
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            
            
             
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           
       
           
   
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   
        
  
  –    
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       
              
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               
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            
         
             
          
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            
 
         
           
            
      
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          
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            
            
            “ –  
          
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       ”
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        
         
         
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        
  
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         
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
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Teoria e Questões
Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago
Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação de
cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz jus.
Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que falta
para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as custas em
dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas vencidas na ação
de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva.
A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940:
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar
as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao
devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente
do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
Este artigo trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir que se
exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em parte.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor
desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver
indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter respondido,
não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) tiver tido algum
prejuízo por conta da ação.
➢ A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar
mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões
se acharem decididas no juízo criminal.
Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil
em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado
e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo por outra ótica, a
pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato
na esfera criminal.
No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do
fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já estiverem decididas
na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na esfera civil.
Veja como esse assunto foi cobrado em prova:
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Aula 06 – Profa Aline Baptista Santiago
Considerações Finais
Chegamos ao final da nossa aula, e mais uma vez reiteramos o pedido de
que façam todas as questões propostas, e caso fiquem em dúvida entrem em
contato através do fórum.
Bons estudos!
Aline Baptista Santiago.
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   
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direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa
ou dolo.
Outras informações:
Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e
enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando
que não houve culpa in eligendo ou in vigilando.
O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado
ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu.
O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que
pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho.
(se houver culpa do empregado)
Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelos
produtos postos em circulação.
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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   
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             
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2. CESPE2016/PGE-AM/Procurador do Estado. Constitui ato lícito a ação de
destruir o vidro lateral de veículo alheio, de alto valor comercial, a fim de removê-
lo das proximidades de local onde se alastrem chamas de incêndio.
3. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Por filiar-se à teoria do
risco, o Código Civil estabelece como regra a responsabilidade objetiva, a qual
prescinde da demonstração da culpa.
4. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Os pais exonerar-se-
ão da obrigação de reparar dano causado pelo filho se provarem não ter havido
negligência da parte deles.
5. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. A escola terá direito de
regresso contra o aluno, caso seja obrigada a indenizar prejuízo por ele causado
a terceiros.
6. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item.Provado o vínculo de
subordinação, o empregador responderá pelos danos causados pelo empregado
a terceiros, por culpa in eligendo.
7. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item.Para que se possa exigir
a restituição de pessoa que recebeu gratuitamente o produto de um crime para
o qual não tenha concorrido, deve-se comprovar eventual vantagem econômica
auferida.
8. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A obrigação
de reparar o dano causado não se transmite por sucessão aos herdeiros.
9. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Como regra,
o valor da indenização deve corresponder à extensão do dano material; mas
excepcionalmente o juiz poderá reduzir a indenização se houver excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado.
10. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A ação civil
de reparação de dano independe do correspondente procedimento criminal, mas,
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se a sentença criminal reconhecer o fato e o autor, na justiça civil não poderão
mais ser questionadas a autoria e a existência do fato.
11. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Cometerá
ato ilícito o titular de direito que, ao exercê-lo, exceder manifestamente os limites
impostos pelo seu fim socioeconômico, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
12. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
O dever de reparar o dano provocado por João não alcança Joana, já que não há
como provar sua culpa em relação à atitude do filho.
13. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
Embora a responsabilidade de Joana seja objetiva, seu patrimônio somente será
atingido se João não tiver patrimônio próprio ou se este for insuficiente para
reparar o prejuízo causado a Arthur.
14. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
Caso seja provada a culpa de João, a mãe, Joana, responderá objetivamente
pelos danos causados pelo filho.
15. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
A responsabilidade civil de João é objetiva.
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16. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
A mãe de João tem responsabilidade subjetiva em relação ao dano causado no
veículo de Arthur.
17. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo
com o entendimento do STJ, os pais que não exercem autoridade de fato sobre
o filho menor, ainda que detenham o poder familiar, não respondem por ato ilícito
praticado pelo filho.
18. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo
com a jurisprudência do STF, a aplicação da sanção derivada da cobrança de
débito já solvido na forma regulada pelo Código Civil independe da constatação
de que o credor agira de má-fé com o objetivo deliberado de angariar proveito
indevido.
19. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. Conforme o entendimento sumulado do STJ,
a indenização em decorrência de publicação não autorizada de imagem de
pessoa, com fins econômicos ou comerciais, depende da comprovação do
prejuízo.
20. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. A pessoa lesada não terá direito à
indenização quando os danos que lhe foram causados decorrerem de conduta
praticada em estado de necessidade, ainda que ela não seja responsável pelo
perigo.
21. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. Em decorrência da própria condição de
incapacidade, o menor incapaz não pode responder pelos prejuízos que causar a
terceiros.
22. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. A sentença criminal que absolve o réu, por
qualquer dos fundamentos previstos em lei, impede o reexame dos mesmos fatos
para fins de responsabilização civil.
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23. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. De acordo com o entendimento sumulado
do STF, presume-se a culpa do empregador pelos atos culposos de seus prepostos
e empregados.
24. CESPE 2016/FUNPRESP-EXE/Área Jurídica. Operadora de plano de
saúde que se recusar injustificadamente a cobrir tratamento de segurado
ofenderá o direito da personalidade, sendo tal conduta considerada dano moral.
25. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quantoà responsabilidade
civil. A indenização é mensurada pela extensão do dano, de modo que aquele
que sofrer dano deverá ser indenizado pela integralidade do prejuízo, não se
admitindo qualquer redução.
26. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade
civil. Admitida a responsabilidade civil do incapaz que tiver causado prejuízos a
terceiros, a indenização deverá ser fixada de forma equitativa.
27. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade
civil. Não tendo culpa em relação ao fato ocorrido, o pai não é responsável pela
reparação civil dos danos causados por filhos menores de idade que estejam sob
sua guarda.
28. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade
civil. A responsabilidade civil será objetiva sempre que a lei não dispuser ser ela
subjetiva.
29. CESPE 2016/TCE-PR/Auditor. Julgue o item quanto à responsabilidade
civil. Sempre que o empregado, no exercício de suas funções, causar prejuízos a
terceiros, o empregador será responsável pela reparação civil.
30. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o
item. De acordo com o Código Civil, a possibilidade legal de redução equitativa
da indenização pelo juiz é aplicável às hipóteses de responsabilidade subjetiva e
objetiva.
31. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o
item. Se houver concorrência de culpas e danos a ambas as partes, cada qual
deve arcar com seus respectivos prejuízos.
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32. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o
item. Nos termos explicitados no Código Civil, a gradação de culpa possui
relevância para a configuração do ato ilícito.
33. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o
item. Segundo a atual orientação do STJ, a reparação pela lesão extrapatrimonial
deve seguir o método denominado bifásico na aferição do valor da indenização.
34. CESPE 2016/TJ-DFT/Juiz. A respeito da responsabilidade civil, julgue o
item. Conforme jurisprudência prevalente do STJ, a cobrança indevida já traz em
si a ilicitude, bastando a prova de que se deu por meio judicial para se impor a
devolução em dobro, prevista no Código Civil.
35. CESPE 2015/TCE-RN/Assessor Técnico Jurídico. A indenização pela
utilização da imagem de determinada pessoa, sem autorização e para fins
comerciais, dependerá da existência de dano moral.
36. CESPE 2015/TCE-RN/Auditor. Para efeito de indenização por danos
materiais, a vítima pode exigir o pagamento dos lucros cessantes e das despesas
com o tratamento médico até o fim de sua convalescença, além de pensão
correspondente à remuneração pelo trabalho para o qual se inabilitou.
37. CESPE 2015/TELEBRAS/Advogado. Conforme entendimento consolidado
do STJ, para haver compensação por danos morais, é imprescindível a
comprovação do dano experimentado em virtude da violação aos direitos da
personalidade, com a demonstração de prejuízo imaterial, como a dor ou o
sofrimento.
38. CESPE 2015/TELEBRAS/Advogado. Paulo, cirurgião cardíaco autônomo,
realizou cirurgia em José, pai de Kátia, com o objetivo de desobstrução das
artérias coronarianas. O procedimento foi realizado no hospital em que Paulo
atuava ligado por convênio e, apesar de terem sido seguidas as melhores técnicas
e recomendações médicas, José faleceu durante o procedimento cirúrgico.
Inconformada, Kátia contratou advogado com o objetivo de ajuizar ação
indenizatória em desfavor de Paulo e do hospital onde foi realizada a cirurgia. Em
relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Segundo entendimento do STJ, o hospital não responderá civilmente, uma vez
que Paulo adotou as cautelas e técnicas recomendadas e a responsabilidade dos
hospitais é subjetiva no que tange à atuação dos médicos que a eles estão
vinculados por convênio.
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39. CESPE 2015/TELEBRAS/Advogado. Paulo, cirurgião cardíaco autônomo,
realizou cirurgia em José, pai de Kátia, com o objetivo de desobstrução das
artérias coronarianas. O procedimento foi realizado no hospital em que Paulo
atuava ligado por convênio e, apesar de terem sido seguidas as melhores técnicas
e recomendações médicas, José faleceu durante o procedimento cirúrgico.
Inconformada, Kátia contratou advogado com o objetivo de ajuizar ação
indenizatória em desfavor de Paulo e do hospital onde foi realizada a cirurgia. Em
relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Por ser profissional autônomo, a responsabilidade de Paulo é do tipo subjetiva,
modalidade que exige comprovação de culpa pelo evento danoso.
40. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. Por
impossibilidade de comprovação, fica afastada a possibilidade de indenização por
dano moral quando o pai não presta assistência ao filho.
41. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. A teoria da
perda de uma chance aplica-se tanto ao dano moral quanto ao dano material,
mesmo não comprovada a existência de dano final.
42. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. Na hipótese
de morte de detento sob a custódia do Estado, a responsabilidade civil do ente
público dependerá da análise da culpabilidade.
43. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. Para fins de
responsabilidade de instituição financeira, o estelionato na abertura de conta
compara-se ao caso fortuito externo.
44. CESPE 2015/Pref. de Salvador-BA/Procurador. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item à luz do entendimento do STJ. A aquisição
de obra de arte fraudulenta — seja material, seja imaterial — não tem o condão
de gerar responsabilidade civil.
45. CESPE 2015/AGU/Advogado da União. De acordo com entendimento do
STJ, a emancipação, seja ela legal, voluntária ou judicial, não tem o condão de
excluir a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por seus filhos
menores.
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46. CESPE 2015/TCU/Auditor Federal de Controle Externo. O autor de ato
ilícito que resulte em obrigações é considerado em mora a partir do momento em
que pratica o ato.
47. CESPE 2015/TCU/Auditor Federal de Controle Externo. As pessoas
responsáveis pelo incapaz respondem pelos prejuízos por ele causados, salvo
quando não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes
para tal, situação em que o incapaz deverá responder pelos prejuízos causados.
48. CESPE 2015/TRF 5ª Região/Juiz Federal. Juliana faleceu aos oito anos
de idade, após ter sido atropelada por um veículo oficial do Ministério da Fazenda.
Os pais da criança, pessoas humildes e de baixa renda, ajuizaram ação contra a
União, requerendo indenização por danos materiais consistentes no pagamento
de pensão mensal.
Com relação a essa situação hipotética, a pensão mensal será devida aos pais da
vítima a partir do dia em que esta completaria quatorze anos de idade.
49. CESPE 2015/TRE-GO/Analista Judiciário Considere a seguinte situação
hipotética.
Ricardo e Andrea adquiriram imóvel residencial de uma construtora que prometeu
a entrega do bem em janeiro de 2013. Entretanto, o imóvel foi entregue somente
em fevereiro de 2014, o que obrigou o casal a residir na casa de parentes por um
ano.
Nessa situação, osadquirentes fazem jus a indenização por danos morais em
razão do atraso na entrega do imóvel.
50. CESPE 2015/TRE-GO/Analista Judiciário. Em uma ação de indenização,
o juiz pode, ao fixar o montante a ser pago pelo autor do dano, levar em
consideração eventual conduta culposa da vítima.
 
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Foi adotada pela Constituição Federal a teoria da responsabilidade objetiva
na modalidade do risco administrativo.
Isto quer dizer que o Estado será responsável pela obrigação de indenizar quando
um agente público agindo nesta qualidade causar danos à terceiro. Assim, na
responsabilidade objetiva não será considerado se este agente teve culpa ou não,
conforme jurisprudência RTJ, 55/516; JTJ, Lex, 203/79; RT, 745/278. “A 
responsabilidade civil das pessoas de Direito Público não depende de prova de
culpa, exigindo apenas a realidade do prejuízo injusto”.
As disposições constitucionais impuseram ao Estado o dever de indenização pelo
dano – responsabilidade objetiva, no entanto esta responsabilidade foi mitigada
pela adoção da modalidade do risco administrativo. Isso quer dizer que a
obrigação de indenizar do Estado não será devida em toda e qualquer
circunstância, ao contrário, ela poderá não existir em casos de culpa exclusiva da
vítima ou de força maior.
Quanto a estas causas de diminuição ou até de exclusão da responsabilidade do
Estado temos as seguintes jurisprudências:
RT, 434/94; RTJ, 91/377; RJTJSP, 37/32. “A Constituição Federal não adotou a teoria da 
responsabilidade objetiva sob a modalidade do risco integral, que obrigaria o Estado
sempre a indenizar, sem qualquer excludente. A teoria do risco administrativo, embora
dispense a prova da culpa da Administração, permite-lhe demonstrar a culpa da vítima,
para excluir ou atenuar a indenização”.
RJTJSP, 126/154. “A Administração Pública isenta-se totalmente da obrigação de
indenizar quando se desincumbe satisfatoriamente do ônus, que lhe pertence, de
demonstrar que o fato decorreu de culpa exclusiva do ofendido”.
RT, 455/74 e RJTJSP, 51/72. “Quando, porém, a causa dos danos decorre de culpa 
administrativa e, também, de imprudência ou negligencia do particular, reduz-se a
indenização pleiteada, em proporção ao grau da culpa concorrente, em geral pela
metade”.
Assim,
A responsabilidade civil do Estado está prevista tanto na Constituição Federal
como no Código Civil – e acrescentamos que esta matéria atualmente é
considerada de direito constitucional e de direito administrativo.
A responsabilidade do Estado é do tipo objetiva – em que basta existir o dano
e o agente público atuando nesta qualidade para que exista a obrigação de
indenizar, na modalidade do risco administrativo, onde ela será diminuída ou
desaparecerá caso seja comprovada a culpa parcial ou exclusiva da vítima, ou
ainda no caso de força maior.
É garantido ao Estado pelos mesmos diplomas legais a ação regressiva contra
o agente causador do dano, onde serão analisados o dolo e a culpa para averiguar
a possibilidade de ressarcimento por parte do funcionário ao Estado dos valores
que este teve que indenizar a vítima do dano.
Gabarito letra C.
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2. CESPE 2016/PGE-AM/Procurador do Estado. Constitui ato lícito a ação de
destruir o vidro lateral de veículo alheio, de alto valor comercial, a fim de removê-
lo das proximidades de local onde se alastrem chamas de incêndio.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
Gabarito correto.
3. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Por filiar-se à teoria do
risco, o Código Civil estabelece como regra a responsabilidade objetiva, a qual
prescinde da demonstração da culpa.
Comentário:
A regra é que a responsabilidade civil seja subjetiva. A responsabilidade objetiva
é a exceção, somente para os casos dispostos em lei.
Gabarito errado.
4. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Os pais exonerar-se-
ão da obrigação de reparar dano causado pelo filho se provarem não ter havido
negligência da parte deles.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não
haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali
referidos.
Gabarito errado.
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5. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. A escola terá direito de
regresso contra o aluno, caso seja obrigada a indenizar prejuízo por ele causado
a terceiros.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 934. Aquele que ressarcir o danocausado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente
seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Gabarito correto.
6. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Provado o vínculo de
subordinação, o empregador responderá pelos danos causados pelo empregado
a terceiros, por culpa in eligendo.
Comentário:
Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e
enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando
que não houve culpa in eligendo ou in vigilando.
O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado
ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu.
O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que
pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho.
(se houver culpa do empregado)
Gabarito errado.
7. CESPE 2016/TCE-PR/Analista de Controle – Jurídica. Com relação à
responsabilidade civil à luz do Código Civil, julgue o item. Para que se possa exigir
a restituição de pessoa que recebeu gratuitamente o produto de um crime para
o qual não tenha concorrido, deve-se comprovar eventual vantagem econômica
auferida.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
Gabarito errado.
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8. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A obrigação
de reparar o dano causado não se transmite por sucessão aos herdeiros.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a
herança.
Gabarito errado.
9. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Como regra,
o valor da indenização deve corresponder à extensão do dano material; mas
excepcionalmente o juiz poderá reduzir a indenização se houver excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Gabarito correto.
10. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. A ação civil
de reparação de dano independe do correspondente procedimento criminal, mas,
se a sentença criminal reconhecer o fato e o autor, na justiça civil não poderão
mais ser questionadas a autoria e a existência do fato.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar
mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões
se acharem decididas no juízo criminal.
Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil em
relação à criminal. O indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado e,
no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa
poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na
esfera criminal.
No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do fato
ou de quem seja o seu autor, se estas questões já estiverem decididas na
esfera criminal, não se pode mais questioná-las na esfera civil.
Gabarito correto.
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11. CESPE 2016/TCE-PR/Auxiliar Técnico de Controle Externo. Cometerá
ato ilícito o titular de direito que, ao exercê-lo, exceder manifestamente os limites
impostos pelo seu fim socioeconômico, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Comentário:
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes.
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo
exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o agente exercita
um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se dos fins sociais
para os quais estava voltado este direito.
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na medida de
sua execução.
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize o abuso
de direito basta que a pessoa seja titular de um direito e que, na utilização de
suas prerrogativas, exceda os seus limites.
Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será objetiva –
ou seja, independente de culpa.
Gabarito correto.
12. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
O dever de reparar o dano provocado por João não alcança Joana, já que não há
como provar sua culpa em relação à atitude do filho.
Comentário:
A responsabilidade neste caso é objetiva dos pais, por força do art. 932:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
Gabarito errado.
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13. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
Embora a responsabilidade de Joana seja objetiva, seu patrimônio somente será
atingido se João não tiver patrimônio próprio ou se este for insuficiente para
reparar o prejuízo causado a Arthur.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Gabarito errado.
14. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
Caso seja provada a culpa de João, a mãe, Joana, responderá objetivamente
pelos danos causados pelo filho.
Comentário:
Neste caso a vítima precisará comprovar o dano, o nexo entre o dano e a conduta
do menor para obter a reparação civil. Pois o fundamental é a reparação do dano
ao lesado.
De acordo com o Código Civil:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiveremsob sua autoridade e em sua companhia;
Gabarito correto.
15. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
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referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
A responsabilidade civil de João é objetiva.
Comentário:
A responsabilidade neste caso é objetiva dos pais.
Gabarito errado.
16. CESPE 2016/PC-PE/Delegado de Polícia. João, menor impúbere, de sete
anos de idade, jogou voluntariamente um carrinho de brinquedo do alto do 14.º
andar do prédio onde mora com a mãe Joana. Ao cair, o carrinho danificou o
veículo de Arthur, que estava estacionado em local apropriado. Tendo como
referência essa situação hipotética, julgue o item, considerando as disposições
vigentes a respeito de responsabilidade civil no Código Civil.
A mãe de João tem responsabilidade subjetiva em relação ao dano causado no
veículo de Arthur.
Comentário:
A mãe de João tem responsabilidade objetiva, por força do art. 932:
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
Gabarito errado.
17. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo
com o entendimento do STJ, os pais que não exercem autoridade de fato sobre
o filho menor, ainda que detenham o poder familiar, não respondem por ato ilícito
praticado pelo filho.
Comentário:
O art. 932 I não pode ser interpretado “literalmente” e sozinho, é preciso haver 
uma contextualização (a exceção, obviamente, é se, na prova, ele vier escrito
Ipsis litteris).
Assim, “estar em sua companhia” não deve ser interpretado literalmente. A 
responsabilidade nestes casos está associada a ideia do poder familiar, exercido
por ambos os pais.
PORTANTO: “O SIMPLES AFASTAMENTO do filho da casa paterna por si só não 
elide a responsabilidade dos pais. ‘O pai não pode beneficiar-se com o
afastamento do filho se decorrer o mesmo, precisamente, do descumprimento do
pátrio poder de ter o menor em sua companhia e guarda, dirigindo-lhe a criação
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e a educação’”. (Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 4,
Responsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 7ª ed., pág. 121. Citando TJSP, RT,380/97)
E jurisprudência:
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS PELOS ATOS ILÍCITOS DE FILHO MENOR -
PRESUNÇÃO DE CULPA - LEGITIMIDADE PASSIVA, EM SOLIDARIEDADE, DO GENITOR
QUE NÃO DETÉM A GUARDA - POSSIBILIDADE - NÃO OCORRÊNCIA IN CASU - RECURSO
ESPECIAL DESPROVIDO. I - Como princípio inerente ao pátrio poder ou poder familiar e
ao poder-dever, ambos os genitores, INCLUSIVE AQUELE QUE NÃO DETÉM A
GUARDA, são responsáveis pelos atos ilícitos praticados pelos filhos menores, SALVO
SE comprovarem que não concorreram com culpa para a ocorrência do dano. II - A
RESPONSABILIDADE DOS PAIS, PORTANTO, SE ASSENTA NA PRESUNÇÃO JURIS
TANTUM DE CULPA E DE CULPA IN VIGILANDO, o que, como já mencionado, não impede
de ser elidida se ficar demonstrado que os genitores não agiram de forma negligente no
dever de guarda e educação. Esse é o entendimento que melhor harmoniza o contido
nos arts. 1.518, § único e 1.521, inciso I do Código Civil de 1916, correspondentes aos
arts. 942, § único e 932, INCISO I, DO NOVO CÓDIGO CIVIL, respectivamente, em
relação ao que estabelecem os arts. 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, e 27
da Lei n. 6.515/77, este recepcionado no art. 1.579, do novo Código Civil, a respeito dos
DIREITOS E DEVERES DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS FILHOS. III - No presente caso, sem
adentrar-se no exame das provas, pela simples leitura da decisão recorrida, tem-se
claramente que a genitora assumiu o risco da ocorrência de uma tragédia, ao comprar,
três ou quatro dias antes do fato, o revólver que o filho utilizou para o crime, arma essa
adquirida de modo irregular e guardada sem qualquer cautela (fls. 625/626). IV - Essa
realidade, narrada no voto vencido do v. acórdão recorrido, é situação excepcional que
isenta o genitor, que não detém a guarda e não habita no mesmo domicílio, de responder
solidariamente pelo ato ilícito cometido pelo menor, ou seja, deve ser considerado parte
ilegítima. V - Recurso especial desprovido.
(STJ - REsp: 777327 RS 2005/0140670-7, Relator: Ministro MASSAMI UYEDA, Data de
Julgamento: 17/11/2009, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/12/2009)
Gabarito correto.
18. CESPE 2016/TCE-SC/Auditor Fiscal de Controle Externo. De acordo
com a jurisprudência do STF, a aplicação da sanção derivada da cobrança de
débito já solvido na forma regulada pelo Código Civil independe da constatação
de que o credor agira de má-fé com o objetivo deliberado de angariar proveito
indevido.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar
as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao
devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente
do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
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Súmula n. 159 do STF: “Cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às
sanções do art. 1.531 do CC” (o art. 1.531 do CC/1916 corresponde ao art. 940
do CC/2002).
Gabarito errado.
19. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. Conforme o entendimento sumulado do STJ,
a indenização em decorrência de publicação não autorizada de imagem de
pessoa, com fins econômicos ou comerciais, depende da comprovação do
prejuízo.
Comentário:
Súmula 403 STJ. Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação
não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Gabarito errado.
20. CESPE 2016/TRT 8ª Região (PA e AP)/AJAJ. A respeito da
responsabilidade civil, julgue o item. A pessoa lesada não terá direito à
indenização quando os danos que lhe foram causados decorrerem de conduta
praticada em estado de necessidade, ainda que ela não seja responsável pelo
perigo.
Comentário:
De acordo com o Código Civil:
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover
perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do
indispensável para a remoção do perigo.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não
forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro,
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver
ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou
o dano (art. 188, inciso I).
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