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/ Fotopublicidade Aula 5: A fotogra�a como forma de expressão Apresentação Foram vários os nomes que se destacaram na fotogra�a, proporcionando sua compreensão como arte, como experimentação de uma linguagem e expressão da realidade. É o que abordaremos aqui, re�etindo os estilos dos fotógrafos e as nuances de cada um. Objetivos Relacionar a fotogra�a com a arte de acordo com a literatura estabelecida; Analisar os estilos dos fotógrafos e suas peculiaridades. A�nal, o que é arte? Antes de conceituar e re�etir sobre as fotogra�as artísticas, também chamadas de re�exivas/expressivas, é de vital importância entender o que é arte. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Arte é a manifestação da criatividade, dos sentimentos e das ideologias das pessoas, materializadas e reverberadas por intermédio das linguagens e dos dispositivos comuns a cada forma de arte, como música, literatura, cinema, dança, teatro, artes plásticas, fotogra�a, entre outras. / O autor Jorge Coli nos diz que “A arte instala-se em nosso mundo por meio do aparato cultural que envolve os objetos: o discurso, o local, as atitudes de admiração [...]” (1995, p.11). Logo, entendemos que a subjetividade terá um papel preponderante na criação que será apresentada ao público nos meios, tecnologias e espaços, de�nidos culturalmente. Jorge Coli continua sua re�exão a�rmando que: "A arte propõe uma viagem de rumo imprevisto — da qual não sabemos as consequências (SIC). Porém, empreendendo-a, o que conta não é a chegada, é a evasão. Buscamos a arte pelo prazer que ela nos causa. Uma sinfonia, um quadro, um romance são refúgios, pois instauram um universo para o qual nós podemos bandear, fugindo das asperezas de nossa vida "real", procurando as delícias das emoções "não reais". No fundo, são os mesmos motivos que nos fazem assistir a um jogo de futebol." - (1995, p.111) Grifos do autor Podemos então compreender arte como um fenômeno criativo dependente das linguagens, dos meios tecnológicos, das culturas, dos espaços exibidores e consagradores, como museus e galerias, além de outros agentes formadores de sentido, como críticos, e a literatura especializada, que se faz presente na vida de homens e mulheres como objeto transcendental, de lazer e recreação, estudo e também de ordem pro�ssional. Portanto, se ninguém escapa da comunicação (BORDENAVE, 1996), se ninguém escapa da educação (BRANDÃO, 1981), também não conseguimos escapar da arte e sua in�uência em nossas vidas. Não é possível viver sem se comunicar, sem educar e ser educado, e tampouco sem desfrutar de alguma forma de arte. No campo da �loso�a, a área que estuda a arte é a estética. Trata-se de uma profunda re�exão sobre como percebemos as formas artísticas e de como atribuímos valor ao que chamamos de belo (aquilo que é agradável e nos dá prazer). Esse conceito de belo permeou os estudos �losó�cos e artísticos durante muito tempo e também passou por diversas reformulações. Na atualidade, com as mudanças sociais, os valores que avaliam a arte mudaram. Já não se discute o belo como um padrão que quali�ca o que é ou não arte em função de sua aparência, mas sim como um conceito ou objeto de estudo dentro da estética. / Saiba mais Quando percebemos um trabalho como mal-acabado, vulgar ou excessivo/brega, é comum dizermos que ele é kitsch. Originário do idioma alemão, o termo kitsch designa coisas de mau gosto. Para Edgar Morin (1962), kitsch é toda arte que não faz pensar e que não estimula a capacidade imaginativa do homem. Mas como distinguir se um objeto é de bom gosto ou de mau gosto? Quem de�ne isso? Essas atribuições são ditadas por nós mesmos, de acordo com nossas preferências, com a sociedade e sua respectiva cultura e também com o mercado da arte, que tentará nos impor o que pretende vender. No escopo que estamos estudando, o campo da publicidade e propaganda, embora não vinculado diretamente à arte, se vale de inúmeros elementos e discursos consagrados da linguagem artística para seduzir o público de suas campanhas. Veja a seguir. A fotografia publicitária utiliza a pintura renascentista La Gioconda (Mona Lisa), de Leonardo da Vinci, como referência. Fonte: Expresso: Análise e Crítica A peça publicitária da L’Oréal utiliza referências da obra “Composição II em vermelho, azul e amarelo”, de Piet Mondrian. Fonte: The History of L’Oreal / Pinterest Essas imagens con�rmam então que uma das linguagens artísticas utilizadas pela publicidade e propaganda é a fotogra�a. / A fotogra�a como expressão: conexão com o real e transformação A crise da fotogra�a como documento nasceu no mundo acadêmico e se fortaleceu quando os investigadores entenderam que a ela desempenhava outras funções além de cópia da realidade e sua perspectiva icônica. Isso não quer dizer que a fotogra�a voltada para a realidade objetiva, para os fatos, ou que propositadamente buscava um signo icônico tenha perdido sua validade ou função. O fato constatado pelos pesquisadores foi que vários artistas utilizavam a fotogra�a como um meio de expressão, dando a ela uma função simbólica, além da icônica já consagrada. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Como a fotogra�a é uma representação da realidade, em alguns casos ela será sempre um indício, um indicativo de algo que pertence à realidade e foi adaptado para a arte. O signo indicial carrega uma relação de causa – conexão – com o que representa. Por exemplo, um documento de identidade com a minha fotogra�a e assinatura não será objetivamente a minha pessoa. É um indicativo com relação de causa, pela imagem, pela digital e assinatura, que atesta minha identidade. Podemos simpli�car com a seguinte a�rmação: toda fotogra�a é primeiro um índice. Depois, de acordo com sua linha, poderemos quali�cá-la como icônica ou simbólica – de transformação do real e buscar novos sentidos (DUBOIS, 1993). Agora vamos conhecer alguns autores da fotogra�a artística. Fotógrafos de arte Man Ray O norte-americano Emanuel Radnitzky (EUA, 1890–-França, 1976) usou o pseudônimo Man Ray para criar fotogra�as com forte apelo experimental e que criticavam vários aspectos da vida moderna. Radicado em Paris, foi um dos nomes mais importantes entre os artistas dadaístas e surrealistas. Fotografou, realizou �lmes, pintou, fez esculturas. Criou ainda ready-mades (termo cunhado por Marcel Duchamp), usando objetos prontos para dar-lhes novos signi�cados, essencialmente artísticos. / Na fotogra�a realizou superposições, solarizações, e criou a técnica da rayogra�a, que consistia em colocar objetos no papel fotográ�co, expô-los à luz e depois revelar. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online A seguir, algumas obras icônicas desse fotógrafo. As lágrimas (1932). Foto realizada por Man Ray após o término de seu relacionamento com a assistente Lee Miller. Retrata uma modelo com lágrimas de vidro. Fonte: Arte e Blog Ingre´s violin (1924). Fotomontagem. Fonte: Arte e Blog / Man Ray também trabalhava com fotomontagens e misturas entre pintura e fotogra�a. Fonte: Studium Lázló Moholy-Nagy Nascido em 1895 na Hungria e falecido em 1948 nos Estados Unidos, Moholy-Nagy foi notório professor da escola Bauhaus (design e arquitetura), pintor, designer, fotógrafo, além de defensor da integração entre arte e tecnologia. No campo da fotogra�a, foi um dos nomes que trabalhou com maestria a fotomontagem e o experimentalismo. Fotomontagem de Moholy-Nagy. Fonte: Moma / Fotomontagem de Moholy-Nagy. Fonte: Moma Fotomontagem de Mohony-Nagy. Fonte: Moma / Fotomontagem de Mohony-Nagy. Fonte: Moma Perceba que as fotomontagens criadas por Moholy-Nagy trazem elementos originários do design e das artes plásticas muito presentes nas imagens das artes plásticas e nos espaços urbanos que frequentamos. São eles o ponto, a linha e outras formas geométricas, aliadas às tecnologias e uma nova forma de pensar a fotogra�a. Dito de outro modo, “[...] a verdadeira função do aparato fotográ�co nãoé, portanto, registrar um traço, mas interpretá-lo cienti�camente.” (MACHADO, 2019) Geraldo de Barros Pintor, gravador, fotógrafo, designer, Geraldo de Barros (São Paulo, 1923- 1998), é, possivelmente, o fotógrafo que mais deixa transparecer em suas obras fotográ�cas suas in�uências e experiências de vida. Nomeou suas fotogra�as de fotoformas por mesclar pintura e fotogra�a na busca pela abstração e o conceitual. Com muita competência usou as técnicas de fotomontagem (colagem ou edição com várias fotogra�as diferentes), e de escrita e pintura em fotogramas ( escrita e pintura no fotograma como se fosse uma tela com posterior revelação da fotogra�a). Suas in�uências diretas foram nas artes plásticas, com Paul Klee e Wassily Kandinsky, e na fotogra�a, com Man Ray e Lásló Moholy-Nagy. / Fotoforma. Fonte: Geraldo de Barros Fotoforma. Fonte: Geraldo de Barros Fotoforma. Fonte: Geraldo de Barros / Thomaz Farkas Thomaz Jorge Farkas (Hungria, 1924 - São Paulo, 2011) foi professor, engenheiro, fotógrafo, documentarista, cineclubista, entre tantas outras atividades que o consolidaram como um homem de visão à frente do seu tempo. Assim como outros grandes fotógrafos de sua época, esteve preocupado com as experimentações, os exercícios de linguagem e com o registro de vida moderna. A cidade, seus edifícios, e as formas geométricas que brotavam dessa nova forma de organização social eram constantemente tema de seus trabalhos. "É considerado um dos pioneiros da fotogra�a moderna no Brasil. Suas imagens feitas nos anos 1940 e 1950 são identi�cadas com a visualidade desenvolvida pelas vanguardas europeias e norte-americanas nas primeiras décadas do século XX: ângulos inusitados, closes, elementos seriados e composições geométricas." - (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL, 2019) Façamos a constatação nas imagens abaixo: Fachada interior do edifício São Borja. Fonte: IMS / Gradil do viaduto Santa I�gênia (série Recortes), São Paulo, 1945. Fonte: IMS Telhas , 1947. Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural O novo olhar sobre a fotogra�a As alterações que a vida moderna provocou nas artes impactaram também a fotogra�a. Em seu amadurecimento, os pensadores e fotógrafos perceberam que não deveriam apenas imitar as características tradicionais da pintura e realizar fotogra�as como cópias ou simulacros da realidade. Um modo de pensar e fazer fotogra�a não substituiu o outro. Apenas supriu uma lacuna que estava aberta e assim respondeu a anseios de artistas e pesquisadores. Comentário A vida moderna, seu tipo de arte, suas formas na construção das cidades trouxeram para a fotogra�a um novo olhar, relacionando-a com o design, com a pintura de vanguarda e com as novidades da ciência e da tecnologia. Todos esses fatores certamente você pôde perceber nas fotogra�as dos autores aqui apresentados. / Atividade 1. Uma fotogra�a que pretende ser uma interpretação e transformação da realidade, e assim se opor ao propósito de ser �el à realidade e copiar os fenômenos sociais com o máximo de objetividade, pode ser caracterizada como um signo majoritariamente: a) Icônico b) Simbólico c) Indicativo simbólico d) Fotojornalístico e) Fotodocumental 2. Das respostas abaixo, qual a única que contempla a noção de belo de acordo com a estética? a) O belo é tudo aquilo cuja estrutura de criação tem como base o conhecimento erudito originado nas escolas de belas-artes. b) O conceito de belo é exatamente o oposto da sua grafia. O belo é tudo que choca a sociedade por estranhamento. Logo, são as obras mais “feias” que são capazes de fazer a sociedade se encantar com as criações artísticas. c) O conceito de belo está ligado a tudo aquilo que dá prazer, faz sentir admiração permite a identificação com algo dentro da arte. d) O belo é apenas uma abstração intelectual. Ninguém de fato formulou um conceito para a filosofia da arte. e) O conceito de belo diz respeito apenas às obras consagradas em museus. Logo, tudo o que está fora dos museus e das galerias não pode ser considerado arte. 3. Qual resposta se con�gura como correta na relação entre arte e publicidade e propaganda? a) A publicidade também é arte. Logo, o diálogo entre essas duas áreas é natural e simplificado. O belo publicitário é o belo que a estética tanto busca. b) A publicidade não é arte. Todavia, ela se faz promover e utiliza referências estéticas de obras consagradas para obter mais credibilidade junto ao público. c) A publicidade não é arte. Isso quer dizer que a publicidade não necessita e não utiliza referências estéticas das obras de arte. Apenas o marketing basta para auxiliar a criação. d) Arte e publicidade são gêmeas siamesas. Não existe lógica em questionar a publicidade vista como obra de arte. O belo se faz presente nas duas áreas. e) Todas as alternativas estão corretas porque são complementares. Logo, qualquer opção anterior responde ao questionamento do enunciado. 4. Grande nome da fotogra�a brasileira e mundial, Geraldo de Barros teve um trabalho experimental e eclético no que diz respeito às suas in�uências e linguagens. Qual nome Barros deu às suas fotogra�as? a) Fotoformas b) Fotomontagens c) Pintura em negativo d) Simbolismo e) Abstracionismo / 5. Das alternativas abaixo, qual contempla as principais características dos fotógrafos modernos e suas noções de fotogra�a como símbolo e transformação do real? a) A fotografia como cópia do real e fiel ao tema registrado. b) A fotografia como interpretação e transformação da realidade, com ênfase na vida moderna, nas formas urbanas e na relação com as artes plásticas abstratas. c) A total abstração dos temas da realidade. Isso se dava na construção de imagens com influências renascentistas e medievais nas fotografias 3 x 4. d) Eram todos adeptos da fotografia colorida e da utilização de teleobjetivas vasculares para registrar as cidades. e) A fotografia como registro e simulacro da realidade, com ênfase na vida moderna, nas formas urbanas e na relação com as artes plásticas tradicionais. Notas Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Título modal 1 Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográ�ca e de impressos.Referências BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1996. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1981. COLI, Jorge. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1995. DUBOIS, Philippe. O ato fotográ�co e outros ensaios. São Paulo: Papirus, 1993. GERALDO DE BARROS. Disponível em: //www.geraldodebarros.com/. Acesso em: 09 nov. 2019. ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Disponível em: //enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7520/thomaz-farkas. Acesso em 20 nov. 2019. MACHADO, Arlindo. A fotogra�a como expressão do conceito. Revista Eletrônica Studium. Disponível em: www.studium.iar.unicamp.br. Acesso em: 23 nov. 2019. MORIN, Edgard. Cultura de massas no século XX. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1962. Próxima aula javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); / Luz, tipos de iluminação, iluminação para modelos; Equipamentos e acessórios fundamentais para o fotógrafo pro�ssional. Explore mais Assista ao vídeo Mestres da fotogra�a – Man Ray, disponível em Mestres da Fotogra�a - Man Ray, e re�ita sobre a relação entre esse fotógrafo e os brasileiros Geraldo de Barros e Thomaz Farkas. Depois navegue no site da Enciclopédia Itaú Cultural, Enciclopédia Itaú Cultural, pesquise sobre Paul Klee e Wassily Kandinsky, e observe como suas pinturas são in�uentes nos trabalhos dos fotógrafos mostrados nesta aula. javascript:void(0); javascript:void(0);
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