Buscar

MALÁRIA-DOENÇA DE CHAGAS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem-vindo (a) a mais uma aula do nosso curso. 
 
É importante rememorar que a leitura e resolução de questões comentadas são as melhores ferramentas 
para alcançar a APROVAÇÃO desejada. 
 
Não há segredos, basta ter disciplina, foco, revisar e acreditar que você é capaz e vai conseguir. 
 
Desejamos uma ótima leitura e muita garra. 
 
 
Profº. Rômulo Passos 
Profª. Raiane Bezerra 
 
 
 
 
 
 
www.romulopassos.com.br 
 
 - 
 
 4 
1 – DOENÇA DE CHAGAS 
 
A Doença de Chagas (ou Tripanossomíase Americana) é a infecção causada pelo 
protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda que pode ser identificada ou não (doença de 
Chagas aguda – DCA) e tendência à evolução para as formas crônicas, caso não seja tratada precocemente 
com medicamento específico. 
Superada a fase aguda, aproximadamente 60% – 70% dos infectados evoluirão para uma forma 
indeterminada, sem nenhuma manifestação clínica da doença de Chagas. O restante, entre 30 % a 40 %, 
desenvolverá formas clínicas crônicas, divididas em três tipos de acordo com as complicações apresentadas: 
cardíaca, digestiva ou mista (com complicações cardíacas e digestivas). 
Os vetores são os triatomíneos (família Reduviidae), insetos hematófagos popularmente conhecidos 
como barbeiros ou bicudos. Qualquer mamífero pode albergar o parasito, enquanto aves e répteis são 
refratários à infecção. Os principais reservatórios no ciclo silvestre são gambás, tatus, cães, gatos, ratos, etc. 
No ciclo doméstico, em função da proximidade das habitações do homem com o ambiente silvestre, 
os reservatórios são seres humanos e mamíferos domésticos ou sinantrópicos como cães, gatos, ratos e 
porcos. 
Em função de ações de controle de vetores a partir da década de 1970, em 2006 o Brasil recebeu 
Certificação Internacional pela Interrupção da Transmissão de Doença de Chagas pelo Triatoma infestans, 
espécie importada e responsável pela maior parte da transmissão vetorial no passado. Estima-se que existam 
aproximadamente 12 milhões de portadores da doença crônica nas Américas, cerca de dois a três milhões no 
Brasil. 
O Trypanosoma cruzi é transmitido no ato de alimentação do vetor (transmissão vetorial clássica). 
Assim que o barbeiro termina de se alimentar, ele defeca, eliminando os protozoários e colocando-os em 
contato com a ferida e a pele da vítima. A doença de Chagas também pode ser transmitida por transfusão de 
sangue ou durante a gravidez, da mãe contaminada para o filho. Outro modo de transmissão é pela ingestão 
de alimentos contaminados com vetores triturados ou com seus dejetos. Em ambientes desmatados ou 
alterados também pode haver transmissão vetorial. 
A transmissão acidental ocorre a partir do contato de material contaminado (sangue de doentes, 
excretas de triatomíneos) com a pele lesada ou com mucosas, geralmente durante manipulação em 
laboratório sem equipamento de biossegurança. 
O período de incubação varia de acordo com a forma de transmissão. Vetorial: 4 a 15 dias; 
transfusional: 30 a 40 dias; vertical: pode ocorrer em qualquer período da gestação ou durante o parto; oral: 3 
a 22 dias; transmissão acidental: ate aproximadamente 20 dias. 
O paciente chagásico pode albergar o T. cruzi no sangue e/ou tecidos por toda a vida, sendo assim 
reservatório para os vetores com os quais tiver contato. No entanto, os principais reservatórios são os outros 
mamíferos já citados. 
 
FASES DA INFECÇÃO HUMANA 
FASE AGUDA (DOENÇA DE CHAGAS AGUDA – DCA) 
Caracterizada por miocardite difusa, com vários graus de severidade, às vezes só identificada por 
eletrocardiograma ou ecocardiograma. Pode ocorrer pericardite, derrame pericárdico, tamponamento 
 - 
 
 5 
cardíaco, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, derrame pleural. As manifestações clínicas mais 
comuns são: febre prolongada e recorrente, cefaleia, mialgias, astenia, edema de face ou membros 
inferiores, rash cutâneo, hipertrofia de linfonodos, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite. Manifestações 
digestivas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são comuns em casos por transmissão oral; há relatos de 
icterícia e manifestações digestivas hemorrágicas. Em casos de transmissão vetorial, podem ocorrer sinais de 
porta de entrada: sinal de Romana (edema bipalpebral unilateral) ou chagoma de inoculação (lesão a 
furúnculo que não supura). A meningoencefalite, que é rara, tende a ser letal, e ocorre geralmente em casos 
de reativação (imunodeprimidos) ou em lactentes. Alterações laboratoriais incluem anemia, leucocitose, 
linfocitose, elevação de enzimas hepáticas, alteração nos marcadores de atividade inflamatória (velocidade de 
hemossedimentação, proteína C-reativa, etc.). Relatos em surtos de transmissão por via oral demonstraram a 
ocorrência de icterícia, lesões em mucosa gástrica, alterações nas provas de coagulação e plaquetopenia. 
 
FASE CRÔNICA 
Passada a fase aguda, aparente ou inaparente, se não for realizado tratamento especifico, ocorre 
redução espontânea da parasitemia com tendência a evolução para as formas: 
• Indeterminada: forma crônica mais frequente. O individuo apresenta exame sorológico positivo sem 
nenhuma outra alteração identificável por exames específicos (cardiológicos, digestivos, etc.). Paciente 
assintomático e sem sinais de comprometimento circulatório e digestivo. Esta fase pode durar toda a 
vida ou, apos cerca de 10 anos, pode evoluir para outras formas (ex.: cardíaca, digestiva). 
• Cardíaca: importante causa de limitação do chagásico crônico e a principal causa de morte. Pode 
apresentar-se sem sintomatologia, apenas com alterações eletrocardiográficas, ou com insuficiência 
cardíaca de diversos graus, progressiva ou fulminante, arritmias graves, acidentes tromboembólicos, 
aneurisma de ponta do coração e morte súbita. As principais manifestações são palpitações, edemas, 
dor precordial, dispneia, dispneia paroxística noturna, tosse, tonturas, desmaios, desdobramento ou 
hipofonese de segunda bulha, sopro sistólico. Alterações eletrocardiográficas mais comuns: bloqueio 
completo do ramo direito (BCRD), hemibloqueio anterior esquerdo (HBAE), bloqueio atrioventricular 
(BAV) de 1o, 2o e 3o graus, extrassístoles ventriculares, sobrecarga de cavidades cardíacas, alterações 
da repolarização ventricular. A radiografia de tórax pode revelar cardiomegalia. 
• Digestiva: alterações ao longo do trato digestivo, ocasionadas por lesões dos plexos nervosos 
(destruição neuronal simpática), com consequentes alterações da motilidade e morfologia, sendo o 
megaesôfago e o megacólon as formas mais comuns. Manifestações que sugerem megaesôfago: 
disfagia (sintoma mais frequente), regurgitação, epigastralgia, dor retroesternal a passagem do 
alimento, odinofagia (dor a deglutição), soluços, ptialismo (excesso de salivação), hipertrofia de 
parótidas; em casos mais graves pode ocorrer esofagite, fístulas esofágicas, alterações pulmonares 
decorrentes de refluxo gastroesofágico. No megacólon, geralmente ocorre constipação intestinal de 
instalação insidiosa, meteorismo, distensão abdominal; volvos e torções de intestino e fecalomas 
podem complicar o quadro. Exames radiológicos contrastados são importantes no diagnostico da forma 
digestiva. 
• Forma associada (cardiodigestiva): quando no mesmo paciente são identificadas pelo menos as duas 
formas da doença. 
 - 
 
 6 
• Forma congênita: ocorre em crianças nascidas de mães com exame positivo para T. cruzi. Pode 
passar despercebida em mais de 60% dos casos; em sintomáticos, pode ocorrer prematuridade, baixo 
peso, hepatoesplenomegalia e febre; há relatos de icterícia, equimoses e convulsões devidas à 
hipoglicemia. Meningoencefalitecostuma ser letal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
FASE AGUDA 
Determinada pela presença de parasitos circulantes em exames parasitológicos diretos de sangue 
periférico (exame a fresco, esfregaço, gota espessa). Quando houver presença de sintomas por mais de 30 
dias, são recomendados métodos de concentração devido ao declínio da parasitemia (teste de Strout, micro-
hematócrito, QBC); b) presença de anticorpos IgM anti-T. cruzi no sangue indica doença aguda quando 
associada a fatores clínicos e epidemiológicos compatíveis. 
 
FASE CRÔNICA 
Indivíduo que apresenta anticorpos IgG anti-T. cruzi detectados por dois testes sorológicos de princípios 
distintos, sendo a Imunofluorescência Indireta (IFI), a Hemoaglutinação (HE) e o ELISA os métodos 
recomendados. Por serem de baixa sensibilidade, os métodos parasitológicos são desnecessários para o 
manejo clínico dos pacientes; no entanto, testes de xenodiagnóstico, hemocultivo ou PCR positivos podem 
indicar a doença crônica. 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
O tratamento específico deve ser realizado o mais precocemente possível quando forem identificadas a 
forma aguda ou congênita da doença, ou a forma crônica recente (crianças menores de 12 anos). A droga 
Fo
rm
a
s 
d
e 
tr
a
n
sm
is
sã
o
 
Vetorial 
Transfusional/transplante 
Vertical ou congênita 
Oral 
Acidental 
Aleitamento materno 
acidentes laboratoriais 
Fase aguda Parasitológico Sorológico 
Fase crônica Sorológico 
 - 
 
 7 
disponível no Brasil é o Benznidazol (comp. 100mg), que deve ser utilizado na dose de 5mg/kg/dia (adultos) e 
5-10mg/kg/dia (crianças), divididos em 2 ou 3 tomadas diárias, durante 60 dias. O Benznidazol é 
contraindicado em gestantes. 
O tratamento sintomático depende das manifestações clínicas, tanto na fase aguda como na crônica. 
Para alterações cardiológicas são recomendadas as mesmas drogas que para outras cardiopatias 
(cardiotônicos, diuréticos, antiarrítmicos, vasodilatadores, etc.). Nas formas digestivas, pode ser indicado 
tratamento conservador (dietas, laxativos, lavagens) ou cirúrgico, dependendo do estagio da doença. 
Por tratar-se de doença que vem demonstrando novas perspectivas nas formas de transmissão e 
de apresentação clínica, são de notificação compulsória e imediata todos os casos suspeitos ou confirmados 
de doença de Chagas aguda, isolados ou agrupados, ocorrido por qualquer forma provável de transmissão. 
Os casos crônicos não devem ser notificados no Sinan, porém, perante a identificação de um caso 
crônico está indicada a realização de investigação sorológica nos demais membros da família (pais, irmãos e 
filhos) e outras pessoas que convivem ou conviveram com o doente, na intenção de identificar outros 
portadores da doença. Todos os portadores de T. Cruzi devem ser avaliados e acompanhados pelas equipes de 
saúde da família e por especialistas sempre que indicado pelo médico da equipe. 
No caso específico de grávidas, a solicitação de exames para detecção de doença de Chagas crônica 
pode também ser realizada pelo ginecologista da gestante. A solicitação deve estar embasada na história 
pregressa de saúde e de local e condições da residência atual e passada da gestante. 
Os doentes crônicos devem ser acompanhados pelo SUS, preferencialmente pela Estratégia de Saúde da 
Família recebendo atenção específica, tal como avaliação cardiológica e de gastroenterologista, de acordo com 
seu estado de saúde. 
 
2 – MALÁRIA 
 
Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por vetores. No 
Brasil, a magnitude da malária está relacionada à elevada incidência da doença na Região Amazônica e à sua 
potencial gravidade clínica. Causa consideráveis perdas sociais e econômicas na população sob risco, 
principalmente naquela que vive em condições precárias de habitação e saneamento. 
Cinco espécies de protozoários do gênero Plasmodium podem causar a malária humana: P. 
falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. 
No Brasil, há três espécies associadas à malária em seres humanos: P. vivax, P. falciparum e P. malariae. 
O P. ovale está restrito a determinadas regiões do continente africano e a casos importados de malária 
no Brasil. O P. knowlesi¸ parasita de macacos que tem sido registrado em casos humanos, ocorre apenas no 
Sudeste Asiático. 
O homem é o principal reservatório com importância epidemiológica para a malária humana. 
A transmissão ocorre por meio da picada das fêmeas do mosquito Anopheles, quando infectados 
pelo Plasmodium spp. 
 
 
 
 
 - 
 
 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao picar uma pessoa infectada, os plasmódios circulantes no sangue humano, na fase de gametócitos, 
são sugados pelo mosquito, que atua como hospedeiro principal e permite o desenvolvimento do parasito, 
gerando esporozoítos no chamado ciclo esporogônico. Por sua vez, os esporozoítos são transmitidos aos 
humanos pela saliva do mosquito no momento das picadas seguintes. O ciclo do parasito dentro do mosquito 
tem duração variada conforme as espécies envolvidas, com duração média de 12 a 18 dias, sendo, em geral, 
mais longo para P. falciparum do que para P. vivax. 
O risco de transmissão depende do horário de atividade do vetor. Os vetores são abundantes nos 
horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o 
período noturno. O horário em que há maior abundância de mosquitos varia de acordo com cada espécie, nas 
diferentes regiões e ao longo do ano. 
Não há transmissão direta da doença de pessoa a pessoa. Outras formas de transmissão, tais como 
transfusão sanguínea, compartilhamento de agulhas contaminadas ou transmissão congênita também 
podem ocorrer, mas são raras. 
O período de incubação varia de acordo com a espécie de plasmódio. Para P. falciparum, de 8 a 12 
dias; P. vivax, 13 a 17; e P. malariae, 18 a 30 dias. 
O mosquito é infectado ao sugar o sangue de uma pessoa com gametócitos circulantes. Os gametócitos 
surgem na corrente sanguínea em período que varia de poucas horas para o P. vivaxe de 7 a 12 dias para o P. 
falciparum, a partir do início dos sintomas. Caso não seja adequadamente tratado, o indivíduo pode ser fonte 
de infecção por até 1 ano para malária por P. falciparum; até 3 anos para P. vivax; e por mais de 3 anos para P. 
malariae. 
Toda pessoa é suscetível. Indivíduos que apresentaram vários episódios de malária podem atingir um 
estado de imunidade parcial, com quadro oligossintomático, subclínico ou assintomático. Mas uma imunidade 
esterilizante, que confere total proteção clínica, até hoje não foi observada. 
 
 
 
 - 
 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O quadro clínico típico é caracterizado por febre precedida de calafrios, seguida de sudorese profusa, 
fraqueza e cefaleia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da espécie de plasmódio infectante. Em 
alguns pacientes, aparecem sintomas prodrômicos, vários dias antes dos paroxismos da doença, a exemplo de 
náuseas, vômitos, astenia, fadiga, anorexia. 
Período de infecção – a fase sintomática inicial caracteriza-se por mal-estar, cansaço e mialgia. O ataque 
paroxístico, que pode demorar dias para se instalar, inicia-se com calafrio, acompanhado de tremor 
generalizado, com duração de 15 minutos a 1 hora. Na fase febril, a temperatura pode atingir 41°C. Esta fase 
pode ser acompanhada de cefaleia, náuseas e vômitos, e é seguida de sudorese intensa. Baço e fígado podem 
estar aumentados e dolorosos à palpação. 
Remissão – caracteriza-se pelo declínio da temperatura (fase de apirexia). A diminuição dos sintomas 
causa sensação de melhora no paciente. Contudo, novos episódios de febre podem acontecer em um mesmo 
dia ou com intervalos variáveis, caracterizando um estado de febre intermitente. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O diagnóstico correto da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito,ou de 
antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, pelos métodos diagnósticos especificados a seguir: 
 Gota espessa 
 Esfregaço delgado 
 Testes rápidos 
 Técnicas moleculares 
 Malária mista 
O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, febre amarela, leptospirose, hepatite 
infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda e outros processos febris. Na fase inicial, 
principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doenças infecciosas dos tratos respiratório, 
urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No período de febre intermitente, as principais 
doenças que se confundem com a malária são as infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses 
Vetor 
Mosquitos da ordem 
dos dípteros, família 
Culicidae, gênero 
Anopheles 
No Brasil → espécie 
Anopheles darlingi 
Reservatório 
Homem → único 
reservatório importante 
Transmissão 
Picada da fêmea do 
mosquito Anopheles, 
infectada pelo 
plasmodium. 
Não há transmissão 
direta da doença de 
pessoa a pessoa 
 - 
 
 10 
septicêmicas, leishmaniose visceral, endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em 
geral, esplenomegalia. Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia. 
 
TRATAMENTO 
O Ministério da Saúde, por meio de uma política nacional de tratamento da malária, orienta a 
terapêutica e disponibiliza gratuitamente os medicamentos antimaláricos utilizados em todo o território 
nacional, em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Para o cumprimento dessa política, o Programa 
Nacional de Controle de Malária (PNCM) preocupa-se, constantemente, em revisar o conhecimento vigente 
sobre o arsenal terapêutico da malária e sua aplicabilidade para o tratamento dos indivíduos que dela 
padecem no Brasil. Pesquisadores, professores e profissionais de saúde de renomadas instituições brasileiras 
de ensino, pesquisa e assistência compõem um Comitê Técnico Assessor, oficialmente nomeado pelo 
Ministério da Saúde, com o objetivo de assessorar o PNCM na determinação da política nacional de prevenção 
e controle da doença. 
OBJETIVOS DO TRATAMENTO 
O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento correto são os meios mais adequados 
para reduzir a gravidade e a letalidade por malária. O tratamento da malária visa atingir ao parasito em 
pontos-chave de seu ciclo evolutivo, que podem ser didaticamente resumidos em: 
a) interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da 
infecção; 
b) destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. 
ovale, evitando assim as recaídas tardias; 
c) interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o desenvolvimento de 
formas sexuadas dos parasitos (gametócitos). 
Para atingir esses objetivos, diversas drogas são utilizadas, cada uma delas agindo de forma específica 
para impedir o desenvolvimento do parasito no hospedeiro. 
 
NOTIFICAÇÃO 
A malária é uma doença de notificação compulsória e, portanto, todos os casos suspeitos ou 
confirmados devem ser, obrigatoriamente, notificados às autoridades de saúde, utilizando-se as fichas de 
notificação e investigação. A notificação deverá ser feita tanto na rede pública como na rede privada conforme 
estabelecido no decreto 78.231, de 12 de agosto de 1976. 
• Região Amazônica: a malária é uma doença de notificação compulsória regular e todo caso suspeito 
de malária deve ser notificado em até sete dias às autoridades de saúde por meio da ficha de notificação do 
SIVEP-Malária, sendo que as informações coletadas deverão ser registradas no Sistema de Informação de 
Vigilância Epidemiológica (SIVEP-Malária). Todos os exames de controle de cura devem também ser 
notificados. 
• Região Extra-Amazônica: a malária é uma doença de notificação compulsória imediata, portanto, todo 
caso suspeito deve ser notificado às autoridades de saúde em até 24 (vinte e quatro) horas, pelo meio mais 
rápido disponível, tais como telefone, fax, e-mail e no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) por 
meio da ficha de notificação e investigação do SINAN, com posterior “encerramento” do registro da 
 - 
 
 11 
notificação completa no sistema no prazo máximo de 30 dias. Todos os exames de controle de cura que forem 
positivos a partir do D3 devem também ser notificados. 
A identificação dos casos suspeitos pode ocorrer por detecção passiva, quando o paciente procurar a 
unidade de saúde notificante para atendimento; ou detecção ativa, quando o profissional de saúde se desloca 
aos locais de residência, trabalho ou lazer dos indivíduos oferecendo atendimento. 
 
 
 
_____________________________________________ 
 
Chegamos ao final de mais uma aula. 
Esperamos que mantenha o foco nos estudos, tenha fé e muita disciplina! 
 
Profº Rômulo Passos 
Profª Raiane Bezerra 
 
 
 -

Outros materiais