Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
38.1 Notas Explicativas Aspectos introdutórios Um dos grandes desafios da Contabilidade, relativamente à evidenciação, tem sido o dimensionamento da quantidade e principalmente da qualidade de informações que atendam às necessidades dos usuários das demonstrações contábeis, principalmente os externos, em determinado momento. Como parte do esforço desenvolvido nesse campo, surgiram as notas explicativas que são informações complementares às demonstrações contábeis, representando parte integrante das mesmas. Podem estar expressas tanto na forma descritiva como na forma de quadros analíticos, ou mesmo englobar outras demonstrações contábeis que forem necessárias ao melhor e mais completo esclarecimento dos resultados e da situação financeira da empresa, tais como: demonstração das origens e aplicações de recursos, balanço social e demonstrações contábeis em moeda constante. As notas podem ser usadas para descrever práticas contábeis utilizadas pela companhia, para explicações adicionais sobre determinadas contas ou operações específicas e ainda para composição e detalhes de certas contas. A utilização de notas para dar composição de contas auxilia também a estética do Balanço, pois se pode fazer constar dele determinada conta por seu total, com os detalhes necessários expostos por meio de uma nota explicativa, como no caso de Estoques, Ativo Imobilizado, Investimentos, Empréstimos e Financiamentos e outras contas. Outro aspecto a ser sempre considerado é que a menção de um erro contábil numa nota explicativa não justifica esse erro; é interessante sua menção para esclarecimento do leitor das demonstrações contábeis; porém, o erro persiste, apesar de mencionado numa nota explicativa. Por exemplo, efetuar-se o diferimento de uma despesa que deveria estar considerada como tal no resultado é um erro; e esse erro não é sanado simplesmente com uma nota explicativa que evidencie o fato. A nota, nesse caso, é obrigatória, mas as demonstrações continuam erradas e não se deve considerar a evidenciação como atenuante. É de se destacar que, nos últimos anos, a busca por uma forma adequada de apresentação das Notas Explicativas tem sido uma constante preocupação não só no Brasil, mas também no exterior. Nesse aspecto há que se elogiar a vanguarda que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) acabou assumindo; a edição da OCPC 07 – Evidenciação na Divulgação dos Relatórios Contábil-Financeiros de Propósito Geral é a demonstração cabal dessa afirmação. Essa OCPC colocou fim, ao menos no Brasil, na discussão de como abordar o assunto, afinal, como descrito na própria orientação, tudo o que precisávamos era ler com atenção aquilo que já estava descrito em diversos Pronunciamentos do CPC e na própria legislação societária. A simples leitura dessa Orientação deixa absolutamente claro que o conjunto de Normas atualmente existente é suficiente para abrirmos o caminho para que as Notas Explicativas efetivamente expliquem aquilo a que se propõem. Assim, dois aspectos são primordiais na elaboração de uma Nota: Materialidade e Relevância. Material é quando o valor for significativo e Relevante é quando, mesmo que Imaterial, o valor se refira a uma informação que, por si só, é importante ao usuário, independentemente do seu valor. É importante ter-se em mente que quando se elabora uma Nota deve-se deixar de lado os aspectos “professorais”, afinal uma Nota não deve se transformar em uma aula, mas sim num conjunto de informações que possam auxiliar o usuário no entendimento e tomada de decisão. A OCPC 07 trouxe uma profunda contribuição à discussão de conceitos e buscou auxiliar e estimular o diálogo entre os profissionais de contabilidade, principalmente contadores, reguladores e auditores. Destaca-se que a iniciativa de se buscar o atingimento do objetivo principal, que é de informar apenas aquilo que é material e relevante, cabe primordialmente às empresas, e aos auditores compete relevante responsabilidade de assegurar a qualidade da informação. Lembre-se, tudo aquilo que será descrito nos próximos itens terá que ser sempre lido com a indissociável preocupação de se ter certeza de que a Nota que será adicionada ao conjunto das demonstrações contábeis é relevante e material. Se não for, não a inclua. E, inclusive por definição normativa, só é relevante e material o que tiver a capacidade de “fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários”, conforme o CPC 00 sobre Estrutura Conceitual, item QC6. E o QC11 reforça: “A informação e? material se a sua omissão ou sua divulgação distorcida puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que reporta a informação.” Reforça-se, e fortemente, que se leia, e com muita atenção, o inteiro teor dessa OCPC 07. 38.2 38.2.1 Valores imateriais podem, simplesmente, ser agregados a outros elementos da demonstração. Diz o CPC 26 (R1): “31. A entidade não precisa fornecer uma divulgação específica, requerida por um Pronunciamento Técnico, Interpretação ou Orientação do CPC, se a informação não for material.” Ou seja, algo de extremamente relevante: mesmo que um Pronunciamento diga que é necessário divulgar isso ou aquilo, deve-se sempre entender “divulgar isso ou aquilo, se relevante”. E chamamos ainda a atenção para a OCPC 07: “Depreende-se desses dispositivos que todas as informações próprias de demonstrações contábil- financeiras de conhecimento da entidade que possam de fato influenciar investidores e credores e, apenas essas, devem ser divulgadas. A divulgação de informações irrelevantes costuma causar o mau efeito de desviar a atenção do usuário, o que contraria frontalmente o objetivo da divulgação fidedigna.” Um ponto muito importante: as Pequenas e Médias Empresas têm exigências bem mais restritas para as notas explicativas. Veja comentários adicionais ao final deste capítulo. As notas explicativas conforme a Lei das Sociedades por Ações, o CPC e alguns órgãos reguladores Geral A publicação de notas explicativas relevantes às Demonstrações Contábeis está prevista no § 4o do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações, o qual estabelece que “as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício”. Como verificamos, a Lei das Sociedades por Ações mencionou a possibilidade de que informações várias, que são também explicações, estejam expressas por outros quadros analíticos, ou mesmo por outras demonstrações contábeis. O normal é que esses quadros analíticos e outras demonstrações contábeis sejam apresentados como parte das notas explicativas. É o caso de se elaborar uma Demonstração de Empréstimos e Financiamentos, quando forem muitos e de valor elevado, de onde constariam os detalhes desse saldo na data do Balanço. As Notas Explicativas visam fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores ou itens relevantes relativos aos resultados do exercício, ou, ainda, para menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial. Uma nota poderá também estar relacionada a qualquer outra das Demonstrações Contábeis, seja a Demonstração do Valor Adicionado, seja a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. É o exemplo do valor relativo a Ajustes de Exercícios Anteriores por mudança de prática contábil, ou por retificação de erros de exercícios anteriores, que deverá ser esclarecido por uma nota explicativa. Como a evidenciação é um dos objetivos básicos da Contabilidade, de modo a garantir aos usuários informações completas e confiáveis sobre a situação financeira e os resultados da companhia, as notas explicativas que integram as demonstrações financeiras devem apresentar informações relevantes, e somente informações relevantes, de maneira ordenada e clara. De acordo com a OCPC 07, e isso inclui então as empresassob a CVM, ou sob o CFC ou sob qualquer órgão regulador que tenha aprovado essa Orientação, a empresa deve fazer uma nota explicativa mesmo com exigência legal, apenas quando os valores ou os fatos forem materiais e se aplicarem a seu caso. Os critérios de avaliação previstos em lei devem ser descritos para evidenciar algo a mais em relação ao que já é norma legal e é de conhecimento público, ou seja, a preocupação deve ser de tratar com ênfase, ocupando os espaços que merecem os atos e fatos particulares da entidade. 38.2.2 Veja-se o próprio texto da Lei desde 1976 no item seguinte. Notas previstas pela lei O § 5o do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações menciona, sem esgotar o assunto, as bases gerais e as notas a serem inclusas nas demonstrações contábeis, as quais deverão: “I – apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e IV – indicar: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o); d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; f) o número, espécies e classes das ações do capital social; g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia.” Além do mencionado há pouco, a Lei, em seu art. 177, § 1o, estabelece que devem ser indicados em Notas Explicativas os efeitos das mudanças de critérios contábeis. Como podemos verificar, a Lei das Sociedades por Ações estabeleceu casos expressos que deverão ser mencionados em Notas Explicativas. Além disso, lançou também princípios gerais que norteiam o processo de divulgação de informações relevantes. Chega a ser impressionante a Lei, já em 1976, haver citado que só se mostram as políticas e práticas contábeis que se aplicam à empresa e que se refiram a itens e valores que sejam relevantes. Só os principais, não todos. Não se pode perder tempo, espaço e atenção do leitor com práticas contábeis de itens imateriais e irrelevantes!!! Todavia, a menção dessas possibilidades de notas não abrange o total hoje a ser seguido pelas empresas, sendo normalmente necessárias notas explicativas adicionais, além das previstas pela Lei das Sociedades por Ações, por força dos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do CPC tornados obrigatórios pelo CFC, pela CVM e outros órgãos reguladores. Da mesma forma, a menção a esses casos de Notas pela Lei não significa que 38.2.3 a) b) c) sempre haja necessidade de ter, no mínimo, essas notas, pois, muitas vezes, algumas não são aplicáveis, ou não representam informações relevantes, ou seja, de utilidade para esclarecimento da demonstração financeira. É o caso de uma companhia de prestação de serviços, em que seus estoques podem nada mais representar do que mero almoxarifado de materiais de escritório, o qual não tem significância dentro das demonstrações contábeis para esse tipo de empresa. Logicamente, nessa situação não será necessária a divulgação dos critérios de avaliação dos estoques. Da mesma forma, uma empresa de prestação de serviços, cujo imobilizado não seja significativo para o desenvolvimento de suas operações, não precisará fornecer detalhes sobre a composição desse imobilizado nem de suas bases de avaliação. Notas exigidas pelo CPC 26 (R1) O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pela Deliberação CVM no 676/11 e pela Resolução CFC no 1.376/11, exigido para os profissionais de contabilidade das entidades não sujeitas a alguma regulação contábil específica, dispõe que as notas explicativas devem: apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas; divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos, Orientações e Interpretações que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão. As notas devem ser apresentadas de maneira sistemática, fazendo, sempre quando aplicável, referência aos itens das demonstrações contábeis. a) b) c) d) e) 38.2.4 De acordo com o CPC 26 (R1), as notas explicativas normalmente são apresentadas na seguinte ordem, tendo em vista auxiliar os usuários a compreender as demonstrações contábeis e a compará-las com demonstrações de outras entidades: declaração de conformidade com os Pronunciamentos, Orientações e Interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis; resumo das políticas contábeis significativas aplicadas; informação de suporte de itens apresentados nas demonstrações contábeis pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas; e outras divulgações, podendo incluir: (i) passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos; e (ii) divulgações não financeiras. Mas permite outra ordem, como por exemplo, pela sequência dos itens mais relevantes para os menos relevantes. A seguir serão dados mais detalhes às notas explicativas citadas há pouco, iniciando pelas previstas na lei. Além desses detalhes, o leitor deve buscar nos capítulos e Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações referentes a cada assunto maiores detalhes sobre o uso das notas específicas de seu interesse. Nota sobre operações ou contexto operacional Para que os analistas e demais usuários das demonstrações contábeis possam melhor avaliar a situação da empresa e seus resultados, bem como julgar a razoabilidade de índices de rentabilidade, de liquidez e outros, é muito importante que se conheça qual é o objetivo social da empresa, ou seja, qual é sua atividade, suas bases de operações e mercado e qual o estágio do 38.3 38.3.1 empreendimento, se a empresa estiver em implantação ou em expansão. Por esse fato, é muito oportuna e necessária essa divulgação. Essa divulgação tem sido feita usualmente como a primeira das notas explicativas com o título Operações, Contexto Operacional, ou similar. Em seguida, passaremos a analisar as principais notas entre aquelas anteriormente mencionadas. Comentários sobre as notas da Lei das Sociedades por Ações Principais critérios de avaliação A seguir, apresentamos alguns comentários e exemplos de notas explicativas mencionadas na Lei das Sociedades por Ações. a) CONSIDERAÇÕES Para atingir o próprio objetivo das demonstrações contábeis, de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa no exercício, há necessidade da divulgação dos principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, podendo-se denominá-la Sumário das Práticas Contábeis. Mas apenas dos critérios que se refiram a itens que sejam materiais ou relevantes. O objetivo de divulgar uma Nota Explicativa com esse sumário é permitir aos usuários o conhecimento das práticas contábeis que possaminterferir numa melhor compreensão da situação patrimonial e financeira da empresa e de suas operações. De fato, essa informação é de utilidade, pois, dependendo das práticas contábeis utilizadas pela empresa, os resultados poderão sofrer variações. Da mesma forma, permite aos leitores determinar a comparabilidade das demonstrações contábeis da empresa de um para outro período ou a comparação da posição financeira e dos resultados das operações dessa empresa com os de outras. a) b) c) d) É óbvio que não se pode copiar textos normativos, tudo tem de ser sumariado e em linguagem bastante acessível, apesar de se partir do princípio de que o leitor de uma demonstração contábil não é um não iniciado no mundo dos negócios e da contabilidade. Além disso, atenção toda especial precisa ser dada à hipótese em que a empresa tenha a possibilidade de optar por um ou outro critério (propriedade de investimento avaliado ao custo ou ao valor justo, p.e.), Portanto, a companhia deve divulgar as práticas contábeis adotadas para todas as suas principais operações e elementos patrimoniais. Um aspecto importante a ser considerado é que se expressem também nessa nota os critérios contábeis de operações típicas de seu ramo. Isso ocorre, por exemplo, com empresas que produzem equipamentos a longo prazo sob encomenda, pois algumas se utilizam da prática de reconhecer a receita à medida dos custos incorridos, enquanto outras se utilizam da prática de reconhecê-la à medida do progresso físico (anteriormente algumas o faziam apenas quando da entrega final, o que agora é vedado). Logicamente, os resultados do exercício poderão variar de uma empresa para outra, se adotarem critérios diferentes. Dentro desse contexto global, os aspectos mais importantes a serem cobertos pelas Notas Explicativas são: o critério de avaliação das aplicações temporárias em títulos e valores mobiliários (custo atualizado ou valor de mercado), em ouro etc.; a base da constituição das perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa; os critérios de avaliação dos estoques; os critérios de avaliação do imobilizado, por principais classes fazendo destaque aos bens arrendados, inclusive as taxas de depreciação ou exaustão utilizadas em função da vida útil econômica estimada dos bens e e) f) g) h) 38.3.2 método de aplicação dessas taxas; o critério de avaliação dos investimentos, ou seja, se estão avaliados ao custo menos perdas estimadas, ou pelo método da equivalência patrimonial, no caso de investimentos em coligadas e/ou controladas; o critério de registros dos passivos, particularmente quanto aos empréstimos, financiamentos e respectivas negociações, ou seja, se estão atualizados pelas variações monetárias correspondentes e juros, e o critério contábil quanto à apropriação das despesas financeiras (encargo de exercício, ativo diferido, se a empresa estiver em fase pré-operacional, entre outros) e quanto às condições das renegociações; a base de contabilização do Imposto de Renda a Pagar, inclusive quanto à consideração ou não dos incentivos fiscais correspondentes e a adoção do diferimento do Imposto de Renda; forma de reconhecimento dos efeitos da inflação etc. Como podemos verificar, existem inúmeras práticas contábeis importantes das principais contas da empresa que devem ser descritas. Como já mencionamos, para ramos específicos devem-se ainda incluir, dentro desse Sumário das Práticas Contábeis, as operações típicas e os critérios adotados de avaliação dos ativos, de registros dos passivos e da forma e época de reconhecimento das receitas e das despesas. Investimentos Esse é outro item sobre o qual há necessidade de divulgação de informações nas notas explicativas. Na verdade, todas as informações requeridas, que devem estar expressas nessa nota explicativa, estão mencionadas no art. 247 da Lei das S.A. e referem-se especificamente aos investimentos em coligadas e controladas. 38.3.3 O art. 243 estabelece ainda que o relatório anual da administração deve relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício. Devem ser precisas e detalhadas as informações sobre as sociedades coligadas e controladas, bem como sobre suas relações com a companhia. Não nos deteremos aqui na explicação e no esclarecimento dessa nota explicativa, uma vez que ela está expressamente detalhada nos Capítulos 10 – Investimentos em outras Sociedades e em Propriedade para Investimento, e 11 – Investimentos em Coligadas e em Controladas. Ônus, garantias e outras responsabilidades a) GERAL Há necessidade da divulgação dos ônus reais constituídos sobre os elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes. b) ÔNUS E GARANTIAS Os ônus e as garantias estão normalmente relacionados com empréstimos e financiamentos concedidos à empresa por instituições financeiras, ou mesmo por fornecedores de equipamentos, que exigem, como garantia à liquidação do empréstimo, a hipoteca dos bens financiados ou mesmo de outros bens imóveis, de maquinismos, de equipamentos ou de outros bens da empresa. Há ainda operações de crédito que envolvem a garantia de duplicatas ou de estoques. Essa nota, portanto, deve divulgar os ativos dados em garantia e seus valores correspondentes, pelos quais foram aceitos pelo favorecido da garantia. Veja também item 38.3.5. c) OUTRAS RESPONSABILIDADES E CONTINGÊNCIAS Se a empresa tiver outras responsabilidades ou contingências, deverão estar expressas em nota, com menção a sua origem. Normalmente, referem-se a contingências fiscais ou trabalhistas, oriundas de autuações fiscais ou de práticas adotadas pela empresa, quando há dúvidas sobre sua legalidade ou sobre a adequação de seu procedimento fiscal. Essas contingências devem ser devidamente analisadas para se concluir sobre a necessidade da constituição de uma Provisão para Riscos Fiscais e Outras Contingências, como já devidamente mencionado no Capítulo 21. Há contingências, também, de responsabilidade civil contra terceiros por indústria poluente, por produtos que possam envolver riscos de acidente em relação à saúde de seus consumidores etc. De qualquer forma, trata-se de valores não definidos quanto a sua efetiva exigibilidade. Portanto, é oportuna e necessária a divulgação desse fato por meio de uma nota explicativa, mencionando-se a origem do problema, o valor aproximado dessa contingência e a perspectiva dessa perda por julgamento conjunto com seus advogados a respeito da possibilidade de ganho ou perda da causa correspondente e eventual valor do seguro efetuado pela companhia para cobertura de riscos dessa natureza. Deve ser ainda mencionada a prática contábil adotada pela empresa, ou seja, se constituiu ou não uma provisão para riscos fiscais, e em que base foi feita. Os fatos contingentes que gerarem, por suas peculiaridades, reservas ou provisões para contingências e mesmo aqueles cuja probabilidade for difícil de calcular ou cujo valor não for mensurável, deverão ser evidenciados em nota explicativa, sendo ainda mencionadas, neste último caso, as razões da impossibilidade. No caso de a perda ser considerada como de ocorrência remota, nenhuma divulgação em nota explicativa é requerida. Outro aspecto de grande relevância são as responsabilidades assumidas por conta de contratos de natureza financeira, as quais podem atingir valores 38.3.4 expressivos na data do balanço. Elas são geradas, por exemplo, por contratos de arrendamento financeiro (leasing) ou de compra e venda de opções, mercados futuros, ou outros que poderão resultar tanto em perdas como em ganhos por ocasião de seu vencimento. No encerramento do exercício deverá ser feito um levantamento para apuração dos valores relativos a resultados positivos ou negativos daquelas operações nessa data. Efetivamente, nesse momento não existe a certeza quanto ao valor do lucro ou prejuízo final, pois essas operações podem apresentar grandes flutuações de uma data paraoutra. Assim, para os eventuais prejuízos de valor significativo, deverá ser contabilizada a devida provisão, mencionando-se na nota explicativa sua natureza. Para os possíveis ganhos deverão ser divulgados em nota explicativa apenas os valores respectivos e sua natureza. Para esse caso, os ganhos e as perdas devem ter tratamento independente, ou seja, não deve ser apurado o resultado líquido e como tal ser feita a contabilização e divulgação. Devemos ainda observar a necessidade de divulgar o valor do(s) contrato(s) e respectiva natureza, mesmo não havendo eventuais perdas contabilizadas ou ganhos divulgados, pois os usuários deverão ser informados para poderem avaliar a repercussão futura dessas operações nos resultados/patrimônio líquido da empresa. Para melhor controle, esses contratos poderão ter seus valores registrados em contas de compensação, as quais foram extintas pela Lei das S.A. apenas para efeito de publicação. Continuam úteis para controle e memória, inclusive para auxiliar na elaboração das notas explicativas, como está em questão. Vide também o item 38.4.44 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes deste capítulo. Empréstimos e financiamentos 38.3.5 a) Devem estar expressas em nota a forma de atualização (correção monetária, variação cambial etc.), a taxa de juros, as datas de vencimentos e as garantias das obrigações a longo prazo. De início, cabe ressaltar que a prática usual é de somente fornecer tais informações a respeito de empréstimos e financiamentos constantes do Exigível a Longo Prazo. A forma de apresentação da nota pode variar, mas é prática comum relacionar em nota a composição dos empréstimos e financiamentos, credor por credor, ou seja, dando o nome do financiador correspondente e os respectivos saldos dos contratos; na descrição de cada contrato mencionam-se as datas de vencimento, as taxas de juros e as garantias respectivas. Outra informação que deve ser mencionada é se o empréstimo está sujeito à correção monetária ou se é pagável em moeda estrangeira, e em que moeda. Deve ser também mencionado na Nota o valor das parcelas do empréstimo contratado ainda não liberadas e, portanto, não contabilizadas, bem como os valores pagáveis em cada ano. Ver mais detalhes sobre Notas Explicativas dos exigíveis de longo prazo no Capítulo 17, item 17.2.1, letra i. Capital social De acordo com o art. 176 da Lei no 6.404/76, deverão ser divulgados o número, as espécies e as classes das ações que compõem o capital social, e, para cada espécie e classe, a respectiva quantidade e, se houver, o valor nominal. Adicionalmente, deverão ser divulgadas, também, as vantagens e preferências conferidas às diversas classes de ações, conforme norma estatutária. A companhia que possuir capital autorizado deverá divulgar esse fato, especificando (§§ 1o e 3o do art. 168 da Lei no 6.404/76): o limite de aumento autorizado, em valor do capital e em número de b) c) d) e) 38.3.6 ações, e as espécies e classes que poderão ser emitidas; o órgão competente para deliberar sobre as emissões (Assembleia Geral ou Conselho de Administração); as condições a que estiverem sujeitas as emissões; os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência para subscrição, ou de inexistência desse direito; e opção de compra de ações, se houver, aos administradores, empregados ou pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou sociedade sob seu controle. Nessa mesma nota poderão estar descritas outras informações relativas ao capital, também de utilidade e interesse, como, por exemplo, a composição do capital entre acionistas residentes no país e no exterior e o número de ações assim detidas; o valor do capital autorizado, caso aplicável. Se a empresa tiver ações intransferíveis, como as implantadas em setores incentivados, essa intransferibilidade também deve ser mencionada, bem como o prazo dessa condição, da mesma forma que deve divulgar sobre ações com grande diversidade de classes. Ajustes de exercícios anteriores Existe também a obrigatoriedade da menção, em nota específica, dos Ajustes de Exercícios Anteriores, contabilizados no exercício diretamente na conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. No Capítulo 35 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, esse assunto é debatido mais longamente. Sumariamente, tais ajustes se referem ao efeito de mudanças de práticas contábeis inseridas durante o exercício pela sociedade, ou à retificação de erros de exercícios anteriores não atribuíveis a fatos subsequentes, ou a mudanças de estimativas contábeis. Quando houver tais ajustes, a empresa deverá mencioná-los em uma nota específica, descrevendo 38.3.7 a) b) a natureza da mudança de critério contábil e o valor do efeito gerado calculado com base nos saldos do início do exercício, ou a mudança de estimativa e o motivo dessa e os efeitos no corrente exercício e os estimados para o futuro. No caso de retificação de erro, deve ser descrita sua natureza e o valor do ajuste. Veja mais detalhes sobre esse assunto no item 38.5.3 deste capítulo, que propõe a reelaboração das demonstrações financeiras de anos anteriores, quando publicadas comparativamente. Eventos subsequentes a) CONCEITO Este é outro item particularmente importante a ser descrito em nota, quando houver fatos ocorridos subsequentemente à data de encerramento do exercício até a elaboração para publicação, que tenham efeito relevante sobre a situação patrimonial ou financeira da empresa ou efeitos sobre seus Resultados Futuros. b) EXEMPLOS DE EVENTOS SUBSEQUENTES Exemplos de eventos subsequentes de efeito relevante podem ser: ocorrência de um sinistro por incêndio nas dependências da empresa, ocorrido posteriormente à data do Balanço, mas antes da data de sua publicação. Logicamente, tais efeitos podem alterar consideravelmente qualquer análise ou interpretação das demonstrações financeiras, se o leitor não conhecer esse novo fato ocorrido na empresa. Nessa situação, deve-se mencionar o sinistro, suas proporções, os prejuízos estimados e os efeitos prováveis dessa paralisação nas futuras operações em termos de sua continuidade e, logicamente, a cobertura de seguros existentes a esse respeito; processo em andamento na Justiça, que tenha tido uma solução definitiva, c) d) e) f) g) h) i) ou algum novo fato importante relativo a esse processo, ocorrido no período posterior à data do Balanço e antes, logicamente, da publicação das demonstrações financeiras, fato esse que deverá ser mencionado em nota, assim como seus efeitos; perda ou obtenção de clientes ou fornecedores importantes e seu eventual reflexo; alteração na legislação fiscal que possa trazer reflexos significativos para a empresa, favoráveis ou desfavoráveis; importantes negociações em andamento, como a contratação de novos empréstimos, ou mesmo o reescalonamento de dívidas já existentes ou renegociações das taxas de juros; decisão tomada pela empresa de paralisação de determinada linha de produção ou mesmo do lançamento de novo produto no mercado, que possa afetar substancialmente as operações futuras da companhia; lançamento no mercado, por concorrente, de produto que substitua integralmente produto da companhia, afetando substancialmente suas operações; venda do controle acionário ou de parcela significativa das ações da empresa ou incorporação de outra empresa; variações bruscas nas taxas de câmbio e seus reflexos nas demonstrações contábeis e informações trimestrais, indicando: (I) composição das obrigações em moeda estrangeira; (II) variação da moeda estrangeira usada no empréstimo ou financiamento, em relação à moeda brasileira; (III) variação dos principais indexadores aplicados aos empréstimos e financiamentos em moeda nacional, para fins de comparação com a variação cambial no mesmo período; (IV) os montantes dos ativos e passivos em moeda estrangeira, os riscos envolvidos, o grau de exposição a esses riscos, as políticas e instrumentos financeiros adotados para 38.4 38.4.1 diminuição dorisco, bem como o montante das receitas e despesas decorrentes da variação cambial. Sempre que possível, essa nota deve servir para explicar a natureza e, tanto quanto possível, os reflexos que os eventos trarão para a sociedade, sejam eles positivos ou negativos. Notas explicativas do CPC e órgãos reguladores Composições de contas Na seção anterior, examinamos as principais Notas Explicativas previstas pela Lei no 6.404/76. Como já havíamos mencionado, tais notas, pelo texto da Lei, representam informações mínimas; poderá haver outras situações que requeiram notas complementares. É o caso de Estoques, cuja Nota Explicativa pode discriminar os saldos por conta, ou seja, Produtos Acabados, Produtos em Processo, Matérias-primas, Almoxarifado, Peças de Reposição e a Provisão para redução ao valor de mercado, apresentada dedutivamente. Outro exemplo é o do Ativo Imobilizado, indicado no Balanço por seu valor total, mas com os detalhes por conta na Nota Explicativa; ou, ainda, a menção no Balanço do total do Custo e da parcela da reavaliação menos o total das Depreciações Acumuladas, sendo que a Nota Explicativa fornece detalhes do custo e das depreciações acumuladas por conta, ou seja, Terrenos, Edifícios, Instalações, Maquinismos e Equipamentos, Móveis e Utensílios e Veículos, dando o valor total dos bens em operação e relacionando ainda o valor do Imobilizado em Andamento segregado entre Construções em Andamento, Importações de Imobilizado em Andamento, Adiantamento por conta de Fornecimento de Equipamentos etc. No caso de a empresa ter projetos mais significativos em andamento, devem ser mencionados alguns detalhes a respeito desse projeto, no que se refere a sua destinação, ou seja, qual sua capacidade de produção, o estágio 38.4.2 38.4.3 atual das obras e a data prevista de conclusão das obras e início das operações; é importante também mencionar, nesse caso, a responsabilidade da empresa referente a custos complementares de construção e instalação, ou seja, os custos estimados para completar esse projeto. De fato, representam obrigações que a empresa já assumiu ou assumirá em decorrência desse projeto e que afetam a análise da posição financeira da empresa; é também importante, conforme o volume do projeto, mencionar as origens previstas de recursos, ou seja, de terceiros financiadores e de aumento de capital por parte dos próprios acionistas, para possibilitar a avaliação do impacto financeiro que esse projeto poderá produzir para toda a empresa. Há ainda o caso de Investimentos, já comentado no Capítulo 11 – Investimentos em Coligadas e em Controladas. Demonstração do cálculo do dividendo obrigatório Realmente, em função dos critérios da Lei das Sociedades por Ações quanto ao dividendo obrigatório, é importante mencionar qual é a base constante dos Estatutos Sociais a respeito do dividendo obrigatório, com uma demonstração do cálculo desse dividendo proposto no final do exercício, a ser aprovado pela Assembleia Geral. Esse cálculo deve demonstrar qual foi o lucro final base para determinar a aplicação do percentual do dividendo obrigatório (quando ele for o fundamento de tal dividendo), partindo-se do Lucro Líquido do Exercício, ou seja, deduzindo-se daí as apropriações para Reserva de Lucros que sejam permitidas e adicionando-se as reversões de reservas que vão fazer parte do saldo desse ano. Em suma, o objetivo dessa nota é informar aos acionistas da empresa e demais interessados como se apurou o valor do dividendo obrigatório registrado pela companhia e proposto para distribuição pela Administração. Lucro por ação e dividendo por ação a) b) Como já visto nos Capítulos 22 e 32 – Patrimônio Líquido e Despesas e outros Resultados das Operações Continuadas, respectivamente, há a obrigatoriedade da menção do valor do Lucro por Ação e também do valor do Dividendo por Ação do Exercício. Tais informações deverão estar expostas nas demonstrações respectivas, ou seja, na Demonstração do Resultado do Exercício e na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Todavia, nos casos em que esses valores são apurados mediante cálculos complexos, não sendo totalmente evidente como a empresa chegou a eles, a sociedade deverá mencionar em nota como eles foram calculados. Além da demonstração do cálculo dos dividendos propostos pelos administradores, deve ser divulgada a política de pagamento e se serão pagos corrigidos monetariamente ou não. Quando houver distribuição de dividendos pro rata temporis, a indicação do dividendo por ação, em nota explicativa, deverá ser feita computando-se o dividendo integral que caberia à ação. De acordo com o CPC 26 (R1), a entidade deve divulgar nas notas explicativas: o montante de dividendos propostos ou declarados antes da data em que as demonstrações contábeis foram autorizadas para serem emitidas e não reconhecido como uma distribuição aos proprietários durante o período abrangido pelas demonstrações contábeis, bem como o respectivo valor por ação ou equivalente; e a quantia de qualquer dividendo preferencial cumulativo não reconhecido. Esse assunto, tratado no CPC 41 – Resultado por Ação, aprovado pela Deliberação CVM no 636/10 e Resolução CFC no 1.287/10, deve ter os seguintes itens divulgados: a) b) c) d) 38.4.4 38.4.5 os valores usados como numeradores no cálculo dos resultados por ação básicos e diluídos, além da conciliação desses valores com o lucro e o prejuízo atribuível à companhia para o período em questão. A conciliação deve incluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afeta os resultados por ação; o número médio ponderado de ações ordinárias usado como denominador no cálculo dos resultados por ação básicos e diluídos e conciliação destes denominadores uns com os outros. A conciliação deve incluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afeta os resultados por ação; instrumentos (incluindo ações emissíveis sob condições) que poderiam diluir os resultados por ação básicos no futuro, mas que não foram incluídos no cálculo do resultado por ação diluído porque são antidiluidores para o período apresentado; uma descrição das transações de ações ordinárias ou das transações de ações ordinárias, que não sejam aquelas contabilizadas em conformidade com o item 64, que ocorram após a data do balanço e que tenham alterado significativamente o número de ações ordinárias ou de ações ordinárias potenciais totais em circulação no final do período caso transações tivessem ocorrido antes do final do período de relatório. Segregação entre circulante e não circulante No caso de sociedades cujo ciclo operacional seja superior a um ano, deverá constar uma Nota Explicativa, normalmente na nota de Sumário das Práticas Contábeis, que mencionará a base de segregação dos ativos e passivos entre circulante e longo prazo. Seguros 38.4.6 a) b) c) d) e) f) A companhia deverá incluir em suas Notas Explicativas informação dos ativos, responsabilidades ou interesses cobertos por seguros e os montantes respectivos, especificados por modalidade (Parecer de Orientação CVM no 15/87). Arrendamento mercantil De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 06 (R1) – Operações de Arrendamento Mercantil, aprovado pela Deliberação CVM no 645/10 e pela Resolução CFC no 1.304/10, os arrendadores devem fazer as seguintes divulgações para os arrendamentos mercantis financeiros: conciliação entre o investimento bruto no arrendamento mercantil no final do período e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber nessa mesma data. Além disso, a entidade deve divulgar o investimento bruto no arrendamento mercantil e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber no final do período, para cada um dos seguintes períodos: (i) até um ano; (ii) mais de um ano e até cinco anos; (iii) mais de cinco anos; receita financeira não realizada; valores residuais não garantidos que resultem em benefício do arrendador; provisão parapagamentos mínimos incobráveis do arrendamento mercantil a receber; pagamentos contingentes reconhecidos como receita durante o período; descrição geral dos acordos relevantes de arrendamento mercantil do arrendador. Os arrendadores devem fazer as seguintes divulgações para os arrendamentos mercantis operacionais: a) b) c) 38.4.7 pagamentos mínimos futuros de arrendamentos mercantis operacionais não canceláveis no total e para cada um dos seguintes períodos: (i) até um ano; (ii) mais de um ano e até cinco anos; (iii) mais de cinco anos; total dos pagamentos contingentes reconhecidos como receita durante o período; descrição geral dos acordos de arrendamento mercantil do arrendador. Os requisitos de divulgação para arrendatários e arrendadores aplicam-se igualmente a transações de venda e leaseback. As transações de venda e leaseback podem acarretar critérios de divulgação separados, conforme as regras aplicáveis à Apresentação de Demonstrações Contábeis dispostas no Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1). Lembrar que esse documento será alterado a partir de 2019, quando novas exigências aparecerão. Transações entre partes relacionadas O Pronunciamento Técnico CPC 05 (R1) – Divulgação sobre Partes Relacionadas, aprovado pela Deliberação CVM no 642/10 e pela Resolução CFC no 1.297/10, determina que os relacionamentos entre controladora e controladas ou coligadas devem ser divulgados independentemente de ter havido ou não transações entre essas partes relacionadas. Se tiver havido transações entre partes relacionadas, a entidade deve divulgar a natureza do relacionamento com as partes relacionadas, assim como informações sobre as transações e saldos existentes, incluindo compromissos, necessários para a compreensão do potencial efeito desse relacionamento nas demonstrações contábeis. No mínimo, as divulgações devem incluir: a) b) i) ii) c) d) 38.4.8 a) b) c) d) e) montante das transações; montante dos saldos existentes, incluindo compromissos, e: seus prazos e condições, incluindo eventuais garantias, e a natureza da contrapartida a ser utilizada na liquidação; e detalhes de quaisquer garantias dadas ou recebidas; perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa relacionada com o montante dos saldos existentes; e despesa reconhecida durante o período a respeito de dívidas incobráveis ou de liquidação duvidosa de partes relacionadas. Tributos sobre o lucro Pelo Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro, aprovado pela Deliberação CVM no 599/09 e pela Resolução CFC no 1.189/09, os principais componentes da despesa (receita) tributária devem ser divulgados separadamente. Esses componentes podem incluir: despesa (receita) tributária corrente; quaisquer ajustes reconhecidos no período para o tributo corrente de períodos anteriores; valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com a origem e a reversão de diferenças temporárias; valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com as alterações nas alíquotas do tributo ou com a imposição de novos tributos; valor dos benefícios provenientes de prejuízo fiscal não reconhecido previamente, crédito fiscal ou diferença temporária de período anterior, o qual é utilizado para reduzir a despesa tributária corrente; f) g) h) 38.4.9 valor do benefício de prejuízo fiscal, crédito fiscal ou diferença temporária não reconhecida previamente de período anterior, o qual é utilizado para reduzir a despesa com tributo diferido; despesa com tributo diferido proveniente da baixa, ou reversão de baixa anterior, de ativo fiscal diferido; e valor da despesa (receita) tributária relacionada àquelas alterações nas políticas e aos erros contábeis que estão incluídos em lucros ou prejuízos. É também fundamental a conciliação entre o valor debitado ou creditado ao resultado de Imposto de Renda e Contribuição Social e o produto do resultado contábil antes do Imposto de Renda multiplicado pelas alíquotas aplicáveis, divulgando-se também tais alíquotas e suas bases de cálculo. Variações cambiais e conversão de demonstrações contábeis Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2) – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis, aprovado pela Deliberação CVM no 640/10 e pela Resolução CFC no 1.295/10, a entidade deve divulgar as variações cambiais líquidas, reconhecidas em outros resultados abrangentes e registradas em conta específica do patrimônio líquido, e a conciliação do montante de tais variações cambiais, no começo e no fim do período. Quando a moeda de apresentação das demonstrações contábeis for diferente da moeda funcional, esse fato deverá ser citado, juntamente com a divulgação da moeda funcional e a razão para a utilização de uma moeda de apresentação diferente. Quando houver uma mudança na moeda funcional da entidade que reporta ou de uma entidade significativa no exterior, esse fato e a razão para a mudança da moeda funcional deverão ser divulgados. a) b) c) 38.4.10 Quando a entidade apresentar suas demonstrações contábeis em uma moeda que seja diferente da sua moeda funcional, ela somente deverá mencionar que essas demonstrações estão em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil se estiverem de acordo com todas as exigências de cada Pronunciamento e cada Interpretação e Orientação aplicáveis, incluindo o método de conversão descrito no Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2). Quando uma entidade apresenta suas demonstrações contábeis ou outras informações financeiras em uma moeda que não a sua moeda funcional ou a moeda de apresentação das demonstrações contábeis, e as exigências do item 55 do CPC 02 (R2) não são cumpridas, deverá a mesma entidade: identificar claramente as informações como sendo informações suplementares para distingui-las das informações que estão de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; divulgar a moeda utilizada para essas informações suplementares; e divulgar a moeda funcional da entidade e o método de conversão utilizados para determinar as informações suplementares. Demonstrações contábeis consolidadas Nas notas explicativas referentes às demonstrações consolidadas, não há necessidade de repetir tudo o que já consta das demonstrações individuais da controladora, visto que estão todas sendo publicadas conjuntamente. Assim, não temos que repetir quanto aos critérios de avaliação dos estoques, dos imobilizados, das depreciações etc.; mas devemos fazer as discriminações quanto a ativo permanente, exigível a longo prazo, ajustes de exercícios anteriores etc., já que normalmente não são publicadas juntas as demonstrações das sociedades controladas. Nas notas explicativas relativas aos critérios adotados na consolidação, a) b) c) d) e) devem ser explicados todos os procedimentos utilizados, mesmo que sejam os absolutamente normais. Situações específicas de Impostos, como as comentadas na seção 41.11, merecem destaque; devem ser explicitados os critérios utilizados quanto ao diferimento do Imposto de Renda nas demonstrações consolidadas, apropriação como despesa ou como acréscimo ao custo de determinados impostos e outros gastos etc. O Pronunciamento Técnico CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas, aprovado pela Deliberação CVM no 668/11 e pela Resolução CFC no 1.273/10 e no 1.351/11, elenca uma série de itens de divulgação que devem ser observados: a natureza da relação entre a controladora e a controlada, quando a controladora não possuir, direta ou indiretamente (por meio de suas controladas), mais da metade do poder de voto da controlada; as razões pelas quais embora possua a propriedade, direta ou indireta (por meio de suas controladas), de mais da metade do poder de voto ou potencial poder de voto de investida não detém controle; a data de encerramento do período abrangido pelas demonstrações contábeis da controlada utilizadas para elaboração das demonstrações consolidadas quando forem na data de encerramento ou um período diferente das demonstrações contábeis da controladorae o motivo para utilizar uma data ou período diferente; a natureza e a extensão de alguma restrição significativa (resultante de contratos de empréstimos ou exigência de órgãos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento de empréstimos ou adiantamentos; um quadro evidenciando cronologicamente as mudanças na relação de propriedade da controladora sobre a controlada (participação relativa) e f) i) ii) 38.4.11 • • • • • seus efeitos, bem como a alteração do patrimônio líquido consolidado atribuível aos proprietários da controladora, mas que não resultaram na perda do controle; e qualquer ganho ou perda decorrente da perda do controle da controlada, reconhecido de acordo com o item 34, detalhando: a parte do ganho ou perda decorrente do reconhecimento, ao valor justo, do investimento remanescente na ex-controlada, se houver, na data em que o controle foi perdido; e a linha do item ou itens na demonstração do resultado consolidado em que o ganho ou a perda foi reconhecido, no caso de ele não estar apresentado em uma linha separada na demonstração do resultado consolidado. Para completar as notas necessárias relativas às demonstrações consolidadas, ver também as relativas às transações com partes relacionadas. Debêntures Em razão do aumento significativo de empresas cuja fonte de financiamento passou a incluir as debêntures, faz necessária, como mencionado no Capítulo 19, adequada revelação de determinadas características constantes da escritura de emissão. As notas explicativas devem indicar (por série): quantidade emitida; quantidade colocada no mercado; valor unitário; composição do valor constante do balanço; data(s) de vencimento; • • 38.4.12 a) b) direitos; registro na CVM. A existência de cláusula de opção de repactuação, contratual ou informal, e períodos de exercício pelos debenturistas, deve também ser informada. Segundo Parecer de Orientação CVM no 21/90, quando a companhia adquirir debêntures de sua própria emissão, deverá divulgar esse fato no relatório da administração e nas demonstrações contábeis. As debêntures readquiridas pela empresa emissora deverão ser apresentadas no Balanço retificando o montante da exigibilidade, até que sejam recolocadas no mercado. Quando as debêntures estiverem registradas pelo valor líquido, deverá ser evidenciada a parcela em tesouraria. Subvenções governamentais Para as empresas cujas operações envolvam a obtenção significativa de subsídios de órgãos governamentais (inclusive empresas controladas por esses órgãos), deve-se mencioná-las especificamente em nota explicativa. Tais operações podem ser relevantes para efeito de análise de desempenho da empresa, de dependência financeira etc. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 07 (R1) – Subvenção e Assistência Governamentais, aprovado pela Deliberação CVM no 646/10 e pela Resolução CFC no 1.305/10, a entidade deve divulgar as seguintes informações: a política contábil adotada para as subvenções governamentais, incluindo os métodos de apresentação adotados nas demonstrações contábeis; a natureza e a extensão das subvenções governamentais ou assistências governamentais, reconhecidas nas demonstrações contábeis e uma c) 38.4.13 a) b) c) d) e) indicação de outras formas de assistência governamental de que a entidade tenha diretamente se beneficiado; condições a serem regularmente satisfeitas e outras contingências ligadas à assistência governamental que tenha sido reconhecida. Benefícios a empregados (planos de aposentadoria e pensões) Inúmeras empresas têm planos de aposentadoria e pensões para seus funcionários e dependentes. Tais empresas têm não só contribuições financeiras para tais planos de seguridade social, mas também, geralmente, figuram como mantenedoras, assumindo o compromisso de garantir a complementação necessária de recursos na eventualidade de sua insuficiência, segundo planos atuariais periodicamente atualizados. As notas explicativas devem conter informações sobre a existência de planos de aposentadoria e pensão, informando, no mínimo, conforme o Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados, aprovado pela Deliberação CVM no 600/09 e pela Resolução CFC no 1.193/09, os seguintes itens: política contábil de reconhecimento de ganhos e perdas atuariais; descrição geral das características do plano; conciliação dos saldos de abertura e de fechamento do valor presente da obrigação de benefício definido; análise da obrigação atuarial de benefício definido, identificando os montantes relativos a planos de benefícios sem cobertura e a planos de benefícios parcial ou totalmente cobertos; conciliação dos saldos de abertura e de fechamento do valor justo dos f) g) i) ii) iii) iv) v) vi) vii) viii) h) 38.4.14 ativos do plano e de quaisquer direitos de reembolso reconhecidos; conciliação do valor presente da obrigação de benefício definido em c e do valor justo dos ativos do plano em e, com os ativos e os passivos reconhecidos no balanço patrimonial; despesa total reconhecida no resultado para cada um dos seguintes itens, e a linha do balanço patrimonial na qual os mesmos foram registrados: custo do serviço corrente; custo dos juros; retorno esperado dos ativos do plano; o retorno esperado de qualquer direito de reembolso reconhecido como ativo, de acordo com o item 104A do CPC 33 (R1); ganhos e perdas atuariais; custo do serviço passado; efeito de qualquer redução ou liquidação; e efeito do limite do item 58(b) do CPC 33 (R1). as principais premissas atuariais adotadas na data a que se referem as demonstrações contábeis. Uma exigência especial desse Pronunciamento é quanto à obrigação de divulgar as principais diferenças eventualmente existentes entre os métodos e premissas utilizados para definição dos valores do plano de benefício definido segundo o Pronunciamento e os apresentados pela entidade que o administra (fundo de pensão ou equivalente). Divulgação de Instrumentos Financeiros A Orientação Técnica OCPC 03 (R2) – Instrumentos Financeiros: a) b) c) d) e) f) g) h) Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação, ratificada pelo Ofício-Circular CVM/SNC/SEP no 03/2009 e pela Resolução CFC no 1.199/09, prescreve que é obrigatória a divulgação, em notas explicativas às demonstrações contábeis, de informações qualitativas e quantitativas relativas aos instrumentos financeiros derivativos, destacados, no mínimo, os seguintes aspectos: política de utilização; objetivos e estratégias de gerenciamento de riscos, particularmente a política de proteção patrimonial (hedge); riscos associados a cada estratégia de atuação no mercado, adequação dos controles internos e parâmetros utilizados para o gerenciamento desses riscos e os resultados obtidos em relação aos objetivos propostos; o valor justo de todos os derivativos contratados, os critérios de avaliação e mensuração, métodos e premissas significativas aplicadas na apuração do valor justo; valores registrados em contas de ativo e passivo segregados, por categoria, risco e estratégia de atuação no mercado, aqueles com o objetivo de proteção patrimonial (hedge) e aqueles com o propósito de negociação; valores agrupados por ativo, indexador de referência, contraparte, local de negociação (bolsa ou balcão) ou de registro e faixas de vencimento, destacados os valores de referência, de custo, justo e risco da carteira; ganhos e perdas no período, agrupados pelas principais categorias de riscos assumidos, segregados aqueles registrados no resultado e no patrimônio líquido; valores e efeito no resultado do período de operações que deixaram de ser qualificadas para a contabilidade de operações de proteção patrimonial (hedge), bem como aqueles montantes transferidos do patrimônio líquido i) j) k) l) 38.4.15 em decorrência do reconhecimento contábil das perdas e dos ganhos no item objeto de hedge; principais transações e compromissos futuros objeto de proteção patrimonial(hedge) de fluxo de caixa, destacados os prazos para o impacto financeiro previsto; valor e tipo de margens dadas em garantia; razões pormenorizadas de eventuais mudanças na classificação dos instrumentos financeiros; efeitos da adoção inicial da Orientação. É importante saber que essa matéria, divulgação de instrumentos financeiros, por ser nova e de grande relevância, vem recebendo atenção (e sofrendo alterações) de todos os países e órgãos reguladores. Prova disso é o Pronunciamento Técnico CPC 40 (R1) – Instrumentos Financeiros: Evidenciação, que trata apenas do aspecto da divulgação. O objetivo desse Pronunciamento é exigir que a entidade divulgue nas suas demonstrações contábeis aquilo que permita que os usuários avaliem: (a) a significância do instrumento financeiro para a posição patrimonial/financeira e o desempenho da entidade; e (b) a natureza e extensão dos riscos resultantes de instrumentos financeiros a que a entidade está exposta durante o período e ao fim do período de referência, e como a entidade administra esses riscos. As determinações do CPC 40 (R1) deverão ser observadas quando da divulgação de informações acerca dos instrumentos financeiros. O Capítulo 8 trata em detalhes deste assunto. Disponibilidades De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa, aprovado pela Deliberação CVM no 641/10 e pela Resolução CFC no 1.296/10, a entidade deve divulgar, em nota 38.4.16 a) b) c) d) e) explicativa, acompanhada de um comentário da administração, os saldos de caixa e equivalentes de caixa que não estejam disponíveis para uso pelo grupo. Informações adicionais podem ser importantes para que os usuários entendam a posição financeira e a liquidez da entidade. O Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) lista uma série de itens passíveis de divulgação. Tais informações são relevantes para o usuário da informação, tendo em vista o caráter específico de disponibilidade dos montantes existentes em caixa e dos depósitos a vista em bancos. Ações em tesouraria Em relação às Ações em Tesouraria, o art. 182 da Lei no 6.404/76 determina que no corpo do Balanço Patrimonial deverão ser destacadas as ações em tesouraria como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados em sua aquisição. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, no art. 21 da Instrução CVM no 10/80, a companhia indicará em notas explicativas anexas às Demonstrações Contábeis: o objetivo de adquirir suas próprias ações; a quantidade de ações adquiridas ou alienadas no curso do exercício, destacando espécie e classe; o custo médio ponderado de aquisição, bem como o custo mínimo e máximo; o resultado líquido das alienações ocorridas no exercício; o valor de mercado das espécies e classes das ações em tesouraria, calculado com base na última cotação, em bolsa ou balcão, anterior à data de encerramento do exercício social. a) b) c) d) e) f) g) 38.4.17 As companhias abertas que adquirirem ou lançarem opções de venda e de compra referenciadas em ações de sua emissão, para fins de cancelamento, permanência em tesouraria ou alienação, conforme a Instrução CVM no 390/03 devem indicar em nota explicativa: o objetivo da realização das operações com opções; a quantidade, por classe e espécie de ações, de opções adquiridas ou lançadas e exercidas no curso do exercício social; os prêmios e preços de exercício pagos e recebidos; as mutações ocorridas na quantidade de ações existentes em tesouraria, aí incluídas e consideradas aquelas que a companhia poderia vir a adquirir mediante o exercício, por si ou por contrapartes, de opções de compra ou de venda, indicando saldo inicial e final; as datas em que as operações tenham sido realizadas e os prazos e datas de vencimento das opções; o resultado líquido das operações de alienação e aquisição ocorridas no exercício decorrente das operações com opções; eventuais posições lançadas ou adquiridas em exercício anterior que ainda estejam em aberto. Empresas em fase pré-operacional Antes o procedimento usual das empresas em fase pré-operacional era o de diferir os gastos pré-operacionais, registrando-os no extinto grupo do ativo diferido para posterior amortização. Em alguns casos podemos ter empresas que obtêm receitas durante a fase de implantação de empreendimentos. O ganho decorrente do confronto entre receitas e despesas atribuíveis a empreendimentos em fase de implantação deve ser reconhecido no resultado do exercício. 38.4.18 38.4.19 A Comissão de Valores Mobiliários, no Parecer de Orientação no 17/89, determina que as empresas que reconhecerem ganhos resultantes do confronto de despesas e receitas atribuíveis a empreendimentos em fase de implantação em seus resultados deverão justificar em nota explicativa o procedimento adotado, esclarecendo a causa do referido ganho. Capacidade ociosa De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, em seu Parecer de Orientação no 24/92, na existência de capacidade ociosa, a companhia aberta deverá elaborar nota explicativa para dar ciência da dimensão do fato aos usuários de suas demonstrações contábeis. Essa informação é muito importante, uma vez que o investidor pode ter a possibilidade de avaliar a capacidade produtiva da empresa, bem como a oportunidade de alavancar resultados. O Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques determina que os custos indiretos de fabricação sejam apropriados aos produtos com base na capacidade normal da planta (v. Capítulo 5 – Estoques). Assim, a capacidade ociosa é aquela utilizada abaixo da capacidade normal. Continuidade normal dos negócios As demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com a legislação societária, em consonância com a Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. A apuração de resultados bem como a avaliação patrimonial das companhias estão fundamentadas na premissa de continuidade dos negócios da companhia. A descontinuidade dos negócios da companhia implica rever os critérios adotados para avaliação dos ativos, bem como para a mensuração dos resultados em determinado período. 38.4.20 De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis, quando a administração tiver ciência, ao fazer a sua avaliação, de incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da capacidade de a entidade continuar em operação no futuro previsível, essas incertezas devem ser divulgadas. Na hipótese das demonstrações contábeis não serem elaboradas no pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado, juntamente com as bases com as quais as demonstrações contábeis foram elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da entidade. Adicionalmente, o novo modelo de relatório dos auditores independentes, vigente a partir de 2016, traz como inovação a divulgação de que é responsabilidade da administração estar atenta aos riscos de descontinuidade, e de divulgar problemas dessa natureza e ações no sentido da redução ou eliminação desse risco. E, é lógico, cabe ao auditor confirmar isso tudo e, se for o caso, se manifestar quando de dúvidas com relação a essa continuidade. Mesmo nas situações de não existência de risco detectado de descontinuidade, o auditor normalmente assim insere no seu parecer: “Na elaboração das demonstrações contábeis, a administração é responsável pela avaliação da capacidade de a Companhia continuar operando, divulgando, quando aplicável, os assuntos relacionados com a sua continuidade operacional e o uso dessa base contábil na elaboração das demonstrações contábeis, a não ser que a administração pretenda liquidar a Companhia ou cessar suas operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista para evitar o encerramento das operações.” Remuneração dos administradores De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 05 (R1) – Divulgação a) b) c) d) e) 38.4.21 38.4.22 sobre Partes Relacionadas, aprovado pelaDeliberação CVM no 642/10 e pela Resolução CFC no 1.297/10, a entidade deve divulgar a remuneração do pessoal-chave da administração no total e para cada uma das seguintes categorias: benefícios de curto prazo a empregados e administradores; benefícios pós-emprego; outros benefícios de longo prazo; benefícios de rescisão de contrato de trabalho; e remuneração baseada em ações. Quanto a este tópico, veja-se o item 38.4.13 – Benefícios a Empregados. Vendas ou serviços a realizar A receita é reconhecida quando for provável que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e esses benefícios possam ser confiavelmente mensurados. Em alguns casos, mesmo não tendo ocorrido a prestação do serviço ou a entrega da mercadoria ao cliente, por força contratual, é possível evidenciar receitas futuras. De acordo com o Parecer de Orientação CVM no 21/90, quando a companhia tiver a garantia formal de recebimento no futuro de recursos provenientes de serviços ou vendas a realizar, deverá, se relevante, revelar essa informação e o montante envolvido em nota explicativa. Juros sobre capital próprio A legislação fiscal, por meio da Lei no 9.249/95, em seu art. 9o, permitiu a dedutibilidade dos juros calculados sobre o capital próprio, na apuração do a) b) c) d) 38.4.23 a) b) c) d) e) lucro real. Pelo conceito de lucro da legislação societária e das normas internacionais de contabilidade, e também das regras fiscais vigentes hoje, a remuneração do capital próprio configura-se como distribuição de resultado. Em notas explicativas às demonstrações contábeis é importante destacar: os critérios utilizados para determinação desses juros e de sua contabilização e evidenciação; as políticas adotadas para sua distribuição; o montante do Imposto de Renda incidente; seus efeitos sobre os dividendos obrigatórios. Estoques De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques, aprovado pela Deliberação CVM no 575/09 e pela Resolução CFC no 1.170/09 parcialmente alterada pela no 1.273/10, as empresas devem evidenciar em notas explicativas, com relação a seus estoques: as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo formas e critérios de valoração utilizados; o valor total escriturado em estoques e o valor registrado em outras contas apropriadas para a entidade; o valor de estoques escriturados pelo valor justo menos os custos de venda; o valor de estoques reconhecido como despesa durante o período; o valor de qualquer redução de estoques reconhecida no resultado do período; f) g) h) 38.4.24 a) b) c) d) e) o valor de toda reversão de qualquer redução do valor dos estoques reconhecida no resultado do período; as circunstâncias ou os acontecimentos que conduziram à reversão de redução de estoques; e o montante escriturado de estoques dados como penhor de garantia a passivos. O critério para recuperação dos tributos recuperáveis deve ser informado. Ativos especiais Como mencionado no Capítulo 6, item 6.1.3, as notas explicativas dos ativos especiais, devido ao caráter pouco comum que tais ativos assumem, passam a ter grande importância. Tais notas são um híbrido das notas de estoques e de imobilizado, ressalvadas as características específicas dos ativos especiais. Além do conteúdo exigido nas notas explicativas para estoques (ver item 38.4.23), a evidenciação deve abranger no mínimo: natureza dos ativos especiais e forma de obtenção de receitas deles derivadas; critério de amortização; prazo de vigência dos direitos; valor residual, se relevante; montante das perdas por abandono e as respectivas causas. No caso especial de captação de recursos públicos mediante mecanismos de fomentos à cultura (como a Lei Rouanet – Lei no 8.313/91 e a Lei do 38.4.25 Audiovisual – Lei no 8.685/93), notas especiais devem ser fornecidas quanto às condições de cumprimento exigidas. Equivalência patrimonial O art. 247 da Lei das Sociedades por Ações refere-se às informações mínimas a divulgar sobre os investimentos em coligadas e controladas, abrangendo: I – O nome das coligadas e controladas, seu capital social, patrimônio líquido e lucro do exercício. II – Composição do seu capital social por classe e tipos de ações e valor de mercado, quando houver. III – Valor dos créditos e obrigações existentes na data do balanço com a coligada ou controlada, bem como montante das transações de receitas e despesas com a coligada ou controlada. O Pronunciamento Técnico CPC 18 (R2) – Investimentos em Coligadas e Controladas, aprovado pela Deliberação CVM no 605/06 e Resolução CFC no 1.241/09, ampliou o volume de informações a constar dessa nota explicativa, conforme deve ser visto no item 36.4.53 – Investimento em Coligada e em Controlada. É requerido um considerável volume de dados e informações a serem incluídos na nota explicativa de investimentos, o que a torna particularmente complexa quando a empresa tem investimentos nessas condições em inúmeras coligadas e controladas. Nessas condições, é importante um adequado planejamento da nota explicativa para facilitar a obtenção de todos esses dados. É ainda importante que tais informações sejam adequadamente expostas na nota para sua melhor compreensão. Uma forma é adotarmos a listagem dos dados na forma de um quadro contendo uma coluna para cada 38.4.26 informação e uma linha para cada coligada ou controlada. Consultar, ainda, o Capítulo 40 – Transações entre Partes Relacionadas (que abrange as controladas e coligadas), e item 38.4.7 deste capítulo, quanto a informações adicionais a serem divulgadas em nota. Uma informação importante que deve ser indicada na nota é o valor contábil do investimento, por empresa. Deve ainda ser indicada na nota qual a data-base adotada do Patrimônio Líquido da coligada ou controlada, quando houver defasagem. Informação similar deverá estar expressa quando houver mudança de período de reconhecimento dos resultados pelo aumento ou redução de defasagem e de seu efeito nas demonstrações contábeis da investidora. Situações especiais de coligadas ou controladas e motivos pelos quais não se adotou o método da equivalência patrimonial, quando seria normal sua adoção, devem também ser mencionados. Demonstrações condensadas As companhias abertas, pela Instrução CVM no 480/2009, devem fazer publicações adicionais de suas demonstrações contábeis, além das publicações ordenadas pela lei societária. Nesse caso, devem ser respeitadas as informações mínimas constantes no CPC 21 (R1) – Demonstração Intermediária, aprovado pela Deliberação no 673/11 e Resolução CFC no 1.174/09 e no 1.359/11. Demonstração contábil intermediária significa uma demonstração contábil contendo um conjunto completo de demonstrações contábeis (assim como descrito no Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis) ou um conjunto de demonstrações contábeis condensadas (assim como descrito nesse Pronunciamento) de período intermediário. 38.4.27 a) b) c) d) e) Tais demonstrações intermediárias podem ser condensadas e devem incluir, no mínimo, cada um dos grupos ou subgrupos de contas e totais que foram apresentados nas demonstrações contábeis anuais mais recentes, além das notas explicativas selecionadas requeridas por esse Pronunciamento. Outros itens adicionais devem ser incluídos caso suas omissões façam com que a demonstração contábil intermediária fique enganosa. Ativo intangível De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) – Ativo Intangível, aprovado pela Deliberação CVM no 644/10 e pela Resolução CFC no 1.303/10, a entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos intangíveis, fazendo a distinção entre ativos intangíveis gerados internamente e outros ativos intangíveis: com vida útil indefinida ou definida e, se definida, os prazos de vida útil ou as taxas de amortização utilizados; os métodos de amortização utilizados para ativos intangíveis com vida útil definida; o valor contábil bruto e eventual amortização acumulada (mais asperdas acumuladas no valor recuperável) no início e no final do período; a rubrica da demonstração do resultado em que qualquer amortização de ativo intangível for incluída; a conciliação do valor contábil no início e no final do período. A entidade deve divulgar informações sobre ativos intangíveis que perderam o seu valor de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos. A entidade deve divulgar a natureza e o valor das variações nas estimativas contábeis com impacto relevante no período corrente ou em a) b) c) a) b) c) d) e) períodos subsequentes. Essa divulgação pode resultar de alterações: na avaliação da vida útil de ativo intangível: no método de amortização; ou nos valores residuais. A entidade também deve divulgar: em relação a ativos intangíveis avaliados como tendo vida útil indefinida, o seu valor contábil e os motivos que fundamentam essa avaliação. Ao apresentar essas razões, a entidade deve descrever os fatores mais importantes que levaram à definição de vida útil indefinida do ativo; uma descrição, o valor contábil e o prazo de amortização remanescente de qualquer ativo intangível individual relevante para as demonstrações contábeis da entidade; em relação a ativos intangíveis adquiridos por meio de subvenção ou assistência governamentais e inicialmente reconhecidos ao valor justo: (i) o valor justo inicialmente reconhecido dos ativos; (ii) e o seu valor contábil; (iii) se não mensurados, após o reconhecimento, pelo método de custo e/ou reavaliação; a existência e os valores contábeis de ativos intangíveis cuja titularidade é restrita e os valores contábeis de ativos intangíveis oferecidos como garantia de obrigações; e o valor dos compromissos contratuais advindos da aquisição de ativos intangíveis. A entidade deve divulgar o total de gastos com pesquisa e desenvolvimento reconhecidos como despesas no período. 38.4.28 38.4.29 a) b) 38.4.30 Créditos junto à Eletrobras A CVM, através de sua Deliberação no 70/89, orienta que devem ser divulgados em nota explicativa o critério utilizado para os registros das perdas estimadas e os montantes envolvidos, inclusive os saldos dos empréstimos ainda não convertidos em ações, relativos aos Créditos junto à Eletrobras (veja Capítulo 7, item 7.2.2, letra h, para detalhes). Incorporação, fusão e cisão Pela Instrução CVM no 319/99, a companhia deverá efetuar e divulgar em notas explicativas, ao término de cada exercício social, análise sobre a recuperação do valor do ágio, quando o fundamento econômico tiver sido a aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público ou a expectativa de resultado futuro, a fim de que sejam: registradas as perdas de valor do capital aplicado quando evidenciado que não haverá resultados suficientes para recuperação desse valor; ou revisados e ajustados os critérios utilizados para a determinação de sua vida útil econômica e para o cálculo e prazo de sua amortização. Voto múltiplo Pelo Parecer de Orientação CVM no 24/92, a companhia aberta deverá divulgar o percentual mínimo de participação no capital social votante para o acionista requisitar a adoção do voto múltiplo em sua assembleia geral, que tratará da eleição dos membros do Conselho de Administração. Essa divulgação deve ser feita obrigatoriamente no edital de convocação da assembleia e, opcionalmente, junto com as demonstrações contábeis de encerramento de exercício. 38.4.31 a) b) c) d) e) 38.4.32 a) b) c) Custos de transação e prêmio na emissão de papéis De acordo com a Deliberação CVM no 649/10 e a Resolução CFC no 1.313/10, que aprovam Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1) – Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, a entidade deve divulgar as seguintes informações para cada natureza de captação de recursos (títulos patrimoniais ou de dívida): a identificação de cada processo de captação de recursos agrupando-os conforme sua natureza; o montante dos custos de transação incorridos em cada processo de captação; o montante de quaisquer prêmios obtidos no processo de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos de dívida ou de valores mobiliários; a taxa de juros efetiva (TIR) de cada operação; e o montante dos custos de transação e prêmios (se for o caso) a serem apropriados ao resultado em cada período subsequente. Programa de recuperação fiscal (REFIS) A Instrução CVM no 346/00 estabeleceu, em seu art. 3o, que as companhias abertas que aderiram ao Refis devem divulgar em nota explicativa informações a respeito de: montante das dívidas incluídas no programa, segregadas por tipo de tributo e natureza (principal, multas e juros); seu valor presente e as premissas utilizadas para seu estabelecimento (valores, taxas, prazos e outras); valor dos créditos fiscais referentes a prejuízo fiscal e base negativa de d) e) f) g) h) 38.4.33 a) b) c) d) e) f) Contribuição Social utilizados na compensação de juros e multas; total de pagamentos do período; detalhamento dos valores lançados como ganhos ou perdas, referentes aos itens indicados no inciso I do art. 1o; garantias e bens arrolados e seus respectivos montantes; menção da obrigação de pagar regularmente os impostos, contribuições e demais obrigações, sob pena de se não o fizer ser excluído do programa; qualquer risco iminente associado à perda do regime especial de pagamento. Enquanto perdurarem efeitos relevantes desse programa deverão continuar constando das notas explicativas. Ativo imobilizado Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado, aprovado pela Deliberação CVM no 583/09 e pela Resolução CFC no 1.177/09, as demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de ativo imobilizado: os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil bruto; os métodos de depreciação utilizados; as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas; o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por redução ao valor recuperável acumuladas) no início e no final do período; a conciliação do valor contábil no início e no final do período; a existência e os valores contábeis de ativos cuja titularidade é restrita, g) h) i) j) k) l) 38.4.34 38.4.35 como os ativos imobilizados formalmente ou na essência oferecidos como garantia de obrigações e os adquiridos mediante operação de leasing; o valor dos gastos reconhecidos no valor contábil de um item do ativo imobilizado durante a sua construção; o valor dos compromissos contratuais advindos da aquisição de ativos imobilizados; o valor das indenizações de terceiros por itens do ativo imobilizado que tenham sido desvalorizados, perdidos ou abandonados, incluído no resultado; a depreciação, quer reconhecida no resultado, quer como parte do custo de outros ativos, durante o período; a depreciação acumulada no final do período; a natureza e o efeito de uma mudança de estimativa contábil que tenha impacto no período corrente ou em períodos subsequentes. Também deve ser informado o critério para recuperação de tributos recuperáveis. Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa Deve ser evidenciado detalhadamente o critério de determinação do risco dos ativos e a movimentação analítica dessa conta, quando relevante, em relação ao período contábil sob análise. Ver mais detalhes no Capítulo 4 e no Capítulo 8 sobre Instrumentos Financeiros. (Parecer de Orientação CVM no 21/90) Opções de compra de ações Para atender ao art. 176 da Lei no 6.404/76, que prevê a divulgação das opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício social, a empresa deve divulgar as seguintes informações relativas aos Planos de Opções, sempre comparativamente aos respectivos períodos anteriores (Ofício-Circular CVM/SNC/SEP no 01/2006, p. 191): I – a existência de Planos de Opções, com a descrição de sua natureza e condições (incluindo condições de elegibilidade por parte dos beneficiários); II – a quantidade,
Compartilhar