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Notas Explicativas - Manual de Contabilidade Societária 2018 3ª edição

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38.1
Notas Explicativas
Aspectos introdutórios
Um dos grandes desafios da Contabilidade, relativamente à
evidenciação, tem sido o dimensionamento da quantidade e principalmente
da qualidade de informações que atendam às necessidades dos usuários das
demonstrações contábeis, principalmente os externos, em determinado
momento.
Como parte do esforço desenvolvido nesse campo, surgiram as notas
explicativas que são informações complementares às demonstrações
contábeis, representando parte integrante das mesmas. Podem estar expressas
tanto na forma descritiva como na forma de quadros analíticos, ou mesmo
englobar outras demonstrações contábeis que forem necessárias ao melhor e
mais completo esclarecimento dos resultados e da situação financeira da
empresa, tais como: demonstração das origens e aplicações de recursos,
balanço social e demonstrações contábeis em moeda constante. As notas
podem ser usadas para descrever práticas contábeis utilizadas pela
companhia, para explicações adicionais sobre determinadas contas ou
operações específicas e ainda para composição e detalhes de certas contas. A
utilização de notas para dar composição de contas auxilia também a estética
do Balanço, pois se pode fazer constar dele determinada conta por seu total,
com os detalhes necessários expostos por meio de uma nota explicativa,
como no caso de Estoques, Ativo Imobilizado, Investimentos, Empréstimos e
Financiamentos e outras contas.
Outro aspecto a ser sempre considerado é que a menção de um erro
contábil numa nota explicativa não justifica esse erro; é interessante sua
menção para esclarecimento do leitor das demonstrações contábeis; porém, o
erro persiste, apesar de mencionado numa nota explicativa. Por exemplo,
efetuar-se o diferimento de uma despesa que deveria estar considerada como
tal no resultado é um erro; e esse erro não é sanado simplesmente com uma
nota explicativa que evidencie o fato. A nota, nesse caso, é obrigatória, mas
as demonstrações continuam erradas e não se deve considerar a evidenciação
como atenuante.
É de se destacar que, nos últimos anos, a busca por uma forma adequada
de apresentação das Notas Explicativas tem sido uma constante preocupação
não só no Brasil, mas também no exterior. Nesse aspecto há que se elogiar a
vanguarda que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) acabou
assumindo; a edição da OCPC 07 – Evidenciação na Divulgação dos
Relatórios Contábil-Financeiros de Propósito Geral é a demonstração cabal
dessa afirmação.
Essa OCPC colocou fim, ao menos no Brasil, na discussão de como
abordar o assunto, afinal, como descrito na própria orientação, tudo o que
precisávamos era ler com atenção aquilo que já estava descrito em diversos
Pronunciamentos do CPC e na própria legislação societária. A simples leitura
dessa Orientação deixa absolutamente claro que o conjunto de Normas
atualmente existente é suficiente para abrirmos o caminho para que as Notas
Explicativas efetivamente expliquem aquilo a que se propõem.
Assim, dois aspectos são primordiais na elaboração de uma Nota:
Materialidade e Relevância. Material é quando o valor for significativo e
Relevante é quando, mesmo que Imaterial, o valor se refira a uma informação
que, por si só, é importante ao usuário, independentemente do seu valor. É
importante ter-se em mente que quando se elabora uma Nota deve-se deixar
de lado os aspectos “professorais”, afinal uma Nota não deve se transformar
em uma aula, mas sim num conjunto de informações que possam auxiliar o
usuário no entendimento e tomada de decisão.
A OCPC 07 trouxe uma profunda contribuição à discussão de conceitos
e buscou auxiliar e estimular o diálogo entre os profissionais de
contabilidade, principalmente contadores, reguladores e auditores. Destaca-se
que a iniciativa de se buscar o atingimento do objetivo principal, que é de
informar apenas aquilo que é material e relevante, cabe primordialmente às
empresas, e aos auditores compete relevante responsabilidade de assegurar a
qualidade da informação. Lembre-se, tudo aquilo que será descrito nos
próximos itens terá que ser sempre lido com a indissociável preocupação de
se ter certeza de que a Nota que será adicionada ao conjunto das
demonstrações contábeis é relevante e material. Se não for, não a inclua. E,
inclusive por definição normativa, só é relevante e material o que tiver a
capacidade de “fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos
usuários”, conforme o CPC 00 sobre Estrutura Conceitual, item QC6.
E o QC11 reforça: “A informação e? material se a sua omissão ou sua
divulgação distorcida puder influenciar decisões que os usuários tomam com
base na informação contábil-financeira acerca de entidade específica que
reporta a informação.”
Reforça-se, e fortemente, que se leia, e com muita atenção, o inteiro teor
dessa OCPC 07.
38.2
38.2.1
Valores imateriais podem, simplesmente, ser agregados a outros
elementos da demonstração.
Diz o CPC 26 (R1): “31. A entidade não precisa fornecer uma
divulgação específica, requerida por um Pronunciamento Técnico,
Interpretação ou Orientação do CPC, se a informação não for material.” Ou
seja, algo de extremamente relevante: mesmo que um Pronunciamento diga
que é necessário divulgar isso ou aquilo, deve-se sempre entender “divulgar
isso ou aquilo, se relevante”.
E chamamos ainda a atenção para a OCPC 07: “Depreende-se desses
dispositivos que todas as informações próprias de demonstrações contábil-
financeiras de conhecimento da entidade que possam de fato influenciar
investidores e credores e, apenas essas, devem ser divulgadas. A divulgação
de informações irrelevantes costuma causar o mau efeito de desviar a atenção
do usuário, o que contraria frontalmente o objetivo da divulgação fidedigna.”
Um ponto muito importante: as Pequenas e Médias Empresas têm
exigências bem mais restritas para as notas explicativas. Veja comentários
adicionais ao final deste capítulo.
As notas explicativas conforme a Lei das Sociedades
por Ações, o CPC e alguns órgãos reguladores
Geral
A publicação de notas explicativas relevantes às Demonstrações
Contábeis está prevista no § 4o do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações,
o qual estabelece que “as demonstrações serão complementadas por Notas
Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do
exercício”. Como verificamos, a Lei das Sociedades por Ações mencionou a
possibilidade de que informações várias, que são também explicações,
estejam expressas por outros quadros analíticos, ou mesmo por outras
demonstrações contábeis. O normal é que esses quadros analíticos e outras
demonstrações contábeis sejam apresentados como parte das notas
explicativas. É o caso de se elaborar uma Demonstração de Empréstimos e
Financiamentos, quando forem muitos e de valor elevado, de onde
constariam os detalhes desse saldo na data do Balanço. As Notas Explicativas
visam fornecer as informações necessárias para esclarecimento da situação
patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou transação, ou de valores
ou itens relevantes relativos aos resultados do exercício, ou, ainda, para
menção de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial. Uma
nota poderá também estar relacionada a qualquer outra das Demonstrações
Contábeis, seja a Demonstração do Valor Adicionado, seja a Demonstração
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados. É o exemplo do valor relativo a
Ajustes de Exercícios Anteriores por mudança de prática contábil, ou por
retificação de erros de exercícios anteriores, que deverá ser esclarecido por
uma nota explicativa.
Como a evidenciação é um dos objetivos básicos da Contabilidade, de
modo a garantir aos usuários informações completas e confiáveis sobre a
situação financeira e os resultados da companhia, as notas explicativas que
integram as demonstrações financeiras devem apresentar informações
relevantes, e somente informações relevantes, de maneira ordenada e clara.
De acordo com a OCPC 07, e isso inclui então as empresassob a CVM,
ou sob o CFC ou sob qualquer órgão regulador que tenha aprovado essa
Orientação, a empresa deve fazer uma nota explicativa mesmo com exigência
legal, apenas quando os valores ou os fatos forem materiais e se aplicarem a
seu caso.
Os critérios de avaliação previstos em lei devem ser descritos para
evidenciar algo a mais em relação ao que já é norma legal e é de
conhecimento público, ou seja, a preocupação deve ser de tratar com ênfase,
ocupando os espaços que merecem os atos e fatos particulares da entidade.
38.2.2
Veja-se o próprio texto da Lei desde 1976 no item seguinte.
Notas previstas pela lei
O § 5o do art. 176 da Lei das Sociedades por Ações menciona, sem
esgotar o assunto, as bases gerais e as notas a serem inclusas nas
demonstrações contábeis, as quais deverão:
“I – apresentar informações sobre a base de preparação das
demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas
selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos;
II – divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas
no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das
demonstrações financeiras;
III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias
demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma
apresentação adequada; e
IV – indicar:
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e
exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos
ajustes para atender a perdas prováveis na realização dos elementos do
ativo;
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247,
parágrafo único);
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas
avaliações (art. 182, § 3o);
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou
contingentes;
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a
longo prazo;
f) o número, espécies e classes das ações do capital social;
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o);
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira
e os resultados futuros da companhia.”
Além do mencionado há pouco, a Lei, em seu art. 177, § 1o, estabelece
que devem ser indicados em Notas Explicativas os efeitos das mudanças de
critérios contábeis.
Como podemos verificar, a Lei das Sociedades por Ações estabeleceu
casos expressos que deverão ser mencionados em Notas Explicativas. Além
disso, lançou também princípios gerais que norteiam o processo de
divulgação de informações relevantes.
Chega a ser impressionante a Lei, já em 1976, haver citado que só se
mostram as políticas e práticas contábeis que se aplicam à empresa e que se
refiram a itens e valores que sejam relevantes. Só os principais, não todos.
Não se pode perder tempo, espaço e atenção do leitor com práticas contábeis
de itens imateriais e irrelevantes!!!
Todavia, a menção dessas possibilidades de notas não abrange o total
hoje a ser seguido pelas empresas, sendo normalmente necessárias notas
explicativas adicionais, além das previstas pela Lei das Sociedades por
Ações, por força dos Pronunciamentos, Interpretações e Orientações do CPC
tornados obrigatórios pelo CFC, pela CVM e outros órgãos reguladores. Da
mesma forma, a menção a esses casos de Notas pela Lei não significa que
38.2.3
a)
b)
c)
sempre haja necessidade de ter, no mínimo, essas notas, pois, muitas vezes,
algumas não são aplicáveis, ou não representam informações relevantes, ou
seja, de utilidade para esclarecimento da demonstração financeira. É o caso
de uma companhia de prestação de serviços, em que seus estoques podem
nada mais representar do que mero almoxarifado de materiais de escritório, o
qual não tem significância dentro das demonstrações contábeis para esse tipo
de empresa. Logicamente, nessa situação não será necessária a divulgação
dos critérios de avaliação dos estoques. Da mesma forma, uma empresa de
prestação de serviços, cujo imobilizado não seja significativo para o
desenvolvimento de suas operações, não precisará fornecer detalhes sobre a
composição desse imobilizado nem de suas bases de avaliação.
Notas exigidas pelo CPC 26 (R1)
O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das
Demonstrações Contábeis, aprovado pela Deliberação CVM no 676/11 e pela
Resolução CFC no 1.376/11, exigido para os profissionais de contabilidade
das entidades não sujeitas a alguma regulação contábil específica, dispõe que
as notas explicativas devem:
apresentar informação acerca da base para a elaboração das
demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas;
divulgar a informação requerida pelos Pronunciamentos Técnicos,
Orientações e Interpretações que não tenha sido apresentada nas
demonstrações contábeis; e
prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas
demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.
As notas devem ser apresentadas de maneira sistemática, fazendo,
sempre quando aplicável, referência aos itens das demonstrações contábeis.
a)
b)
c)
d)
e)
38.2.4
De acordo com o CPC 26 (R1), as notas explicativas normalmente são
apresentadas na seguinte ordem, tendo em vista auxiliar os usuários a
compreender as demonstrações contábeis e a compará-las com demonstrações
de outras entidades:
declaração de conformidade com os Pronunciamentos, Orientações e
Interpretações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis;
resumo das políticas contábeis significativas aplicadas;
informação de suporte de itens apresentados nas demonstrações contábeis
pela ordem em que cada demonstração e cada rubrica sejam apresentadas;
e
outras divulgações, podendo incluir: (i) passivos contingentes e
compromissos contratuais não reconhecidos; e (ii) divulgações não
financeiras.
Mas permite outra ordem, como por exemplo, pela sequência dos itens
mais relevantes para os menos relevantes.
A seguir serão dados mais detalhes às notas explicativas citadas há
pouco, iniciando pelas previstas na lei. Além desses detalhes, o leitor deve
buscar nos capítulos e Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e
Orientações referentes a cada assunto maiores detalhes sobre o uso das notas
específicas de seu interesse.
Nota sobre operações ou contexto operacional
Para que os analistas e demais usuários das demonstrações contábeis
possam melhor avaliar a situação da empresa e seus resultados, bem como
julgar a razoabilidade de índices de rentabilidade, de liquidez e outros, é
muito importante que se conheça qual é o objetivo social da empresa, ou seja,
qual é sua atividade, suas bases de operações e mercado e qual o estágio do
38.3
38.3.1
empreendimento, se a empresa estiver em implantação ou em expansão.
Por esse fato, é muito oportuna e necessária essa divulgação.
Essa divulgação tem sido feita usualmente como a primeira das notas
explicativas com o título Operações, Contexto Operacional, ou similar. Em
seguida, passaremos a analisar as principais notas entre aquelas anteriormente
mencionadas.
Comentários sobre as notas da Lei das Sociedades por
Ações
Principais critérios de avaliação
A seguir, apresentamos alguns comentários e exemplos de notas
explicativas mencionadas na Lei das Sociedades por Ações.
a) CONSIDERAÇÕES
Para atingir o próprio objetivo das demonstrações contábeis, de
proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do
desempenho e dos fluxos de caixa no exercício, há necessidade da divulgação
dos principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, podendo-se
denominá-la Sumário das Práticas Contábeis. Mas apenas dos critérios que se
refiram a itens que sejam materiais ou relevantes. O objetivo de divulgar uma
Nota Explicativa com esse sumário é permitir aos usuários o conhecimento
das práticas contábeis que possaminterferir numa melhor compreensão da
situação patrimonial e financeira da empresa e de suas operações. De fato,
essa informação é de utilidade, pois, dependendo das práticas contábeis
utilizadas pela empresa, os resultados poderão sofrer variações. Da mesma
forma, permite aos leitores determinar a comparabilidade das demonstrações
contábeis da empresa de um para outro período ou a comparação da posição
financeira e dos resultados das operações dessa empresa com os de outras.
a)
b)
c)
d)
É óbvio que não se pode copiar textos normativos, tudo tem de ser
sumariado e em linguagem bastante acessível, apesar de se partir do princípio
de que o leitor de uma demonstração contábil não é um não iniciado no
mundo dos negócios e da contabilidade. Além disso, atenção toda especial
precisa ser dada à hipótese em que a empresa tenha a possibilidade de optar
por um ou outro critério (propriedade de investimento avaliado ao custo ou
ao valor justo, p.e.),
Portanto, a companhia deve divulgar as práticas contábeis adotadas para
todas as suas principais operações e elementos patrimoniais. Um aspecto
importante a ser considerado é que se expressem também nessa nota os
critérios contábeis de operações típicas de seu ramo. Isso ocorre, por
exemplo, com empresas que produzem equipamentos a longo prazo sob
encomenda, pois algumas se utilizam da prática de reconhecer a receita à
medida dos custos incorridos, enquanto outras se utilizam da prática de
reconhecê-la à medida do progresso físico (anteriormente algumas o faziam
apenas quando da entrega final, o que agora é vedado). Logicamente, os
resultados do exercício poderão variar de uma empresa para outra, se
adotarem critérios diferentes.
Dentro desse contexto global, os aspectos mais importantes a serem
cobertos pelas Notas Explicativas são:
o critério de avaliação das aplicações temporárias em títulos e valores
mobiliários (custo atualizado ou valor de mercado), em ouro etc.;
a base da constituição das perdas estimadas em créditos de liquidação
duvidosa;
os critérios de avaliação dos estoques;
os critérios de avaliação do imobilizado, por principais classes fazendo
destaque aos bens arrendados, inclusive as taxas de depreciação ou
exaustão utilizadas em função da vida útil econômica estimada dos bens e
e)
f)
g)
h)
38.3.2
método de aplicação dessas taxas;
o critério de avaliação dos investimentos, ou seja, se estão avaliados ao
custo menos perdas estimadas, ou pelo método da equivalência
patrimonial, no caso de investimentos em coligadas e/ou controladas;
o critério de registros dos passivos, particularmente quanto aos
empréstimos, financiamentos e respectivas negociações, ou seja, se estão
atualizados pelas variações monetárias correspondentes e juros, e o
critério contábil quanto à apropriação das despesas financeiras (encargo
de exercício, ativo diferido, se a empresa estiver em fase pré-operacional,
entre outros) e quanto às condições das renegociações;
a base de contabilização do Imposto de Renda a Pagar, inclusive quanto à
consideração ou não dos incentivos fiscais correspondentes e a adoção do
diferimento do Imposto de Renda;
forma de reconhecimento dos efeitos da inflação etc.
Como podemos verificar, existem inúmeras práticas contábeis
importantes das principais contas da empresa que devem ser descritas. Como
já mencionamos, para ramos específicos devem-se ainda incluir, dentro desse
Sumário das Práticas Contábeis, as operações típicas e os critérios adotados
de avaliação dos ativos, de registros dos passivos e da forma e época de
reconhecimento das receitas e das despesas.
Investimentos
Esse é outro item sobre o qual há necessidade de divulgação de
informações nas notas explicativas. Na verdade, todas as informações
requeridas, que devem estar expressas nessa nota explicativa, estão
mencionadas no art. 247 da Lei das S.A. e referem-se especificamente aos
investimentos em coligadas e controladas.
38.3.3
O art. 243 estabelece ainda que o relatório anual da administração deve
relacionar os investimentos da companhia em sociedades coligadas e
controladas e mencionar as modificações ocorridas durante o exercício.
Devem ser precisas e detalhadas as informações sobre as sociedades
coligadas e controladas, bem como sobre suas relações com a companhia.
Não nos deteremos aqui na explicação e no esclarecimento dessa nota
explicativa, uma vez que ela está expressamente detalhada nos Capítulos 10 –
Investimentos em outras Sociedades e em Propriedade para Investimento, e
11 – Investimentos em Coligadas e em Controladas.
Ônus, garantias e outras responsabilidades
a) GERAL
Há necessidade da divulgação dos ônus reais constituídos sobre os
elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras
responsabilidades eventuais ou contingentes.
b) ÔNUS E GARANTIAS
Os ônus e as garantias estão normalmente relacionados com
empréstimos e financiamentos concedidos à empresa por instituições
financeiras, ou mesmo por fornecedores de equipamentos, que exigem, como
garantia à liquidação do empréstimo, a hipoteca dos bens financiados ou
mesmo de outros bens imóveis, de maquinismos, de equipamentos ou de
outros bens da empresa. Há ainda operações de crédito que envolvem a
garantia de duplicatas ou de estoques. Essa nota, portanto, deve divulgar os
ativos dados em garantia e seus valores correspondentes, pelos quais foram
aceitos pelo favorecido da garantia. Veja também item 38.3.5.
c) OUTRAS RESPONSABILIDADES E CONTINGÊNCIAS
Se a empresa tiver outras responsabilidades ou contingências, deverão
estar expressas em nota, com menção a sua origem. Normalmente, referem-se
a contingências fiscais ou trabalhistas, oriundas de autuações fiscais ou de
práticas adotadas pela empresa, quando há dúvidas sobre sua legalidade ou
sobre a adequação de seu procedimento fiscal. Essas contingências devem ser
devidamente analisadas para se concluir sobre a necessidade da constituição
de uma Provisão para Riscos Fiscais e Outras Contingências, como já
devidamente mencionado no Capítulo 21.
Há contingências, também, de responsabilidade civil contra terceiros por
indústria poluente, por produtos que possam envolver riscos de acidente em
relação à saúde de seus consumidores etc. De qualquer forma, trata-se de
valores não definidos quanto a sua efetiva exigibilidade. Portanto, é oportuna
e necessária a divulgação desse fato por meio de uma nota explicativa,
mencionando-se a origem do problema, o valor aproximado dessa
contingência e a perspectiva dessa perda por julgamento conjunto com seus
advogados a respeito da possibilidade de ganho ou perda da causa
correspondente e eventual valor do seguro efetuado pela companhia para
cobertura de riscos dessa natureza. Deve ser ainda mencionada a prática
contábil adotada pela empresa, ou seja, se constituiu ou não uma provisão
para riscos fiscais, e em que base foi feita.
Os fatos contingentes que gerarem, por suas peculiaridades, reservas ou
provisões para contingências e mesmo aqueles cuja probabilidade for difícil
de calcular ou cujo valor não for mensurável, deverão ser evidenciados em
nota explicativa, sendo ainda mencionadas, neste último caso, as razões da
impossibilidade.
No caso de a perda ser considerada como de ocorrência remota,
nenhuma divulgação em nota explicativa é requerida.
Outro aspecto de grande relevância são as responsabilidades assumidas
por conta de contratos de natureza financeira, as quais podem atingir valores
38.3.4
expressivos na data do balanço. Elas são geradas, por exemplo, por contratos
de arrendamento financeiro (leasing) ou de compra e venda de opções,
mercados futuros, ou outros que poderão resultar tanto em perdas como em
ganhos por ocasião de seu vencimento. No encerramento do exercício deverá
ser feito um levantamento para apuração dos valores relativos a resultados
positivos ou negativos daquelas operações nessa data. Efetivamente, nesse
momento não existe a certeza quanto ao valor do lucro ou prejuízo final, pois
essas operações podem apresentar grandes flutuações de uma data paraoutra.
Assim, para os eventuais prejuízos de valor significativo, deverá ser
contabilizada a devida provisão, mencionando-se na nota explicativa sua
natureza. Para os possíveis ganhos deverão ser divulgados em nota
explicativa apenas os valores respectivos e sua natureza.
Para esse caso, os ganhos e as perdas devem ter tratamento
independente, ou seja, não deve ser apurado o resultado líquido e como tal ser
feita a contabilização e divulgação.
Devemos ainda observar a necessidade de divulgar o valor do(s)
contrato(s) e respectiva natureza, mesmo não havendo eventuais perdas
contabilizadas ou ganhos divulgados, pois os usuários deverão ser
informados para poderem avaliar a repercussão futura dessas operações nos
resultados/patrimônio líquido da empresa.
Para melhor controle, esses contratos poderão ter seus valores
registrados em contas de compensação, as quais foram extintas pela Lei das
S.A. apenas para efeito de publicação. Continuam úteis para controle e
memória, inclusive para auxiliar na elaboração das notas explicativas, como
está em questão.
Vide também o item 38.4.44 – Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes deste capítulo.
Empréstimos e financiamentos
38.3.5
a)
Devem estar expressas em nota a forma de atualização (correção
monetária, variação cambial etc.), a taxa de juros, as datas de vencimentos e
as garantias das obrigações a longo prazo. De início, cabe ressaltar que a
prática usual é de somente fornecer tais informações a respeito de
empréstimos e financiamentos constantes do Exigível a Longo Prazo. A
forma de apresentação da nota pode variar, mas é prática comum relacionar
em nota a composição dos empréstimos e financiamentos, credor por credor,
ou seja, dando o nome do financiador correspondente e os respectivos saldos
dos contratos; na descrição de cada contrato mencionam-se as datas de
vencimento, as taxas de juros e as garantias respectivas. Outra informação
que deve ser mencionada é se o empréstimo está sujeito à correção monetária
ou se é pagável em moeda estrangeira, e em que moeda. Deve ser também
mencionado na Nota o valor das parcelas do empréstimo contratado ainda
não liberadas e, portanto, não contabilizadas, bem como os valores pagáveis
em cada ano.
Ver mais detalhes sobre Notas Explicativas dos exigíveis de longo prazo
no Capítulo 17, item 17.2.1, letra i.
Capital social
De acordo com o art. 176 da Lei no 6.404/76, deverão ser divulgados o
número, as espécies e as classes das ações que compõem o capital social, e,
para cada espécie e classe, a respectiva quantidade e, se houver, o valor
nominal. Adicionalmente, deverão ser divulgadas, também, as vantagens e
preferências conferidas às diversas classes de ações, conforme norma
estatutária.
A companhia que possuir capital autorizado deverá divulgar esse fato,
especificando (§§ 1o e 3o do art. 168 da Lei no 6.404/76):
o limite de aumento autorizado, em valor do capital e em número de
b)
c)
d)
e)
38.3.6
ações, e as espécies e classes que poderão ser emitidas;
o órgão competente para deliberar sobre as emissões (Assembleia Geral
ou Conselho de Administração);
as condições a que estiverem sujeitas as emissões;
os casos ou as condições em que os acionistas terão direito de preferência
para subscrição, ou de inexistência desse direito; e
opção de compra de ações, se houver, aos administradores, empregados
ou pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou sociedade sob
seu controle.
Nessa mesma nota poderão estar descritas outras informações relativas
ao capital, também de utilidade e interesse, como, por exemplo, a composição
do capital entre acionistas residentes no país e no exterior e o número de
ações assim detidas; o valor do capital autorizado, caso aplicável. Se a
empresa tiver ações intransferíveis, como as implantadas em setores
incentivados, essa intransferibilidade também deve ser mencionada, bem
como o prazo dessa condição, da mesma forma que deve divulgar sobre ações
com grande diversidade de classes.
Ajustes de exercícios anteriores
Existe também a obrigatoriedade da menção, em nota específica, dos
Ajustes de Exercícios Anteriores, contabilizados no exercício diretamente na
conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. No Capítulo 35 – Demonstração
das Mutações do Patrimônio Líquido, esse assunto é debatido mais
longamente. Sumariamente, tais ajustes se referem ao efeito de mudanças de
práticas contábeis inseridas durante o exercício pela sociedade, ou à
retificação de erros de exercícios anteriores não atribuíveis a fatos
subsequentes, ou a mudanças de estimativas contábeis. Quando houver tais
ajustes, a empresa deverá mencioná-los em uma nota específica, descrevendo
38.3.7
a)
b)
a natureza da mudança de critério contábil e o valor do efeito gerado
calculado com base nos saldos do início do exercício, ou a mudança de
estimativa e o motivo dessa e os efeitos no corrente exercício e os estimados
para o futuro. No caso de retificação de erro, deve ser descrita sua natureza e
o valor do ajuste. Veja mais detalhes sobre esse assunto no item 38.5.3 deste
capítulo, que propõe a reelaboração das demonstrações financeiras de anos
anteriores, quando publicadas comparativamente.
Eventos subsequentes
a) CONCEITO
Este é outro item particularmente importante a ser descrito em nota,
quando houver fatos ocorridos subsequentemente à data de encerramento do
exercício até a elaboração para publicação, que tenham efeito relevante sobre
a situação patrimonial ou financeira da empresa ou efeitos sobre seus
Resultados Futuros.
b) EXEMPLOS DE EVENTOS SUBSEQUENTES
Exemplos de eventos subsequentes de efeito relevante podem ser:
ocorrência de um sinistro por incêndio nas dependências da empresa,
ocorrido posteriormente à data do Balanço, mas antes da data de sua
publicação. Logicamente, tais efeitos podem alterar consideravelmente
qualquer análise ou interpretação das demonstrações financeiras, se o
leitor não conhecer esse novo fato ocorrido na empresa. Nessa situação,
deve-se mencionar o sinistro, suas proporções, os prejuízos estimados e
os efeitos prováveis dessa paralisação nas futuras operações em termos de
sua continuidade e, logicamente, a cobertura de seguros existentes a esse
respeito;
processo em andamento na Justiça, que tenha tido uma solução definitiva,
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
ou algum novo fato importante relativo a esse processo, ocorrido no
período posterior à data do Balanço e antes, logicamente, da publicação
das demonstrações financeiras, fato esse que deverá ser mencionado em
nota, assim como seus efeitos;
perda ou obtenção de clientes ou fornecedores importantes e seu eventual
reflexo;
alteração na legislação fiscal que possa trazer reflexos significativos para
a empresa, favoráveis ou desfavoráveis;
importantes negociações em andamento, como a contratação de novos
empréstimos, ou mesmo o reescalonamento de dívidas já existentes ou
renegociações das taxas de juros;
decisão tomada pela empresa de paralisação de determinada linha de
produção ou mesmo do lançamento de novo produto no mercado, que
possa afetar substancialmente as operações futuras da companhia;
lançamento no mercado, por concorrente, de produto que substitua
integralmente produto da companhia, afetando substancialmente suas
operações;
venda do controle acionário ou de parcela significativa das ações da
empresa ou incorporação de outra empresa;
variações bruscas nas taxas de câmbio e seus reflexos nas demonstrações
contábeis e informações trimestrais, indicando: (I) composição das
obrigações em moeda estrangeira; (II) variação da moeda estrangeira
usada no empréstimo ou financiamento, em relação à moeda brasileira;
(III) variação dos principais indexadores aplicados aos empréstimos e
financiamentos em moeda nacional, para fins de comparação com a
variação cambial no mesmo período; (IV) os montantes dos ativos e
passivos em moeda estrangeira, os riscos envolvidos, o grau de exposição
a esses riscos, as políticas e instrumentos financeiros adotados para
38.4
38.4.1
diminuição dorisco, bem como o montante das receitas e despesas
decorrentes da variação cambial.
Sempre que possível, essa nota deve servir para explicar a natureza e,
tanto quanto possível, os reflexos que os eventos trarão para a sociedade,
sejam eles positivos ou negativos.
Notas explicativas do CPC e órgãos reguladores
Composições de contas
Na seção anterior, examinamos as principais Notas Explicativas
previstas pela Lei no 6.404/76. Como já havíamos mencionado, tais notas,
pelo texto da Lei, representam informações mínimas; poderá haver outras
situações que requeiram notas complementares. É o caso de Estoques, cuja
Nota Explicativa pode discriminar os saldos por conta, ou seja, Produtos
Acabados, Produtos em Processo, Matérias-primas, Almoxarifado, Peças de
Reposição e a Provisão para redução ao valor de mercado, apresentada
dedutivamente. Outro exemplo é o do Ativo Imobilizado, indicado no
Balanço por seu valor total, mas com os detalhes por conta na Nota
Explicativa; ou, ainda, a menção no Balanço do total do Custo e da parcela da
reavaliação menos o total das Depreciações Acumuladas, sendo que a Nota
Explicativa fornece detalhes do custo e das depreciações acumuladas por
conta, ou seja, Terrenos, Edifícios, Instalações, Maquinismos e
Equipamentos, Móveis e Utensílios e Veículos, dando o valor total dos bens
em operação e relacionando ainda o valor do Imobilizado em Andamento
segregado entre Construções em Andamento, Importações de Imobilizado em
Andamento, Adiantamento por conta de Fornecimento de Equipamentos etc.
No caso de a empresa ter projetos mais significativos em andamento,
devem ser mencionados alguns detalhes a respeito desse projeto, no que se
refere a sua destinação, ou seja, qual sua capacidade de produção, o estágio
38.4.2
38.4.3
atual das obras e a data prevista de conclusão das obras e início das
operações; é importante também mencionar, nesse caso, a responsabilidade
da empresa referente a custos complementares de construção e instalação, ou
seja, os custos estimados para completar esse projeto. De fato, representam
obrigações que a empresa já assumiu ou assumirá em decorrência desse
projeto e que afetam a análise da posição financeira da empresa; é também
importante, conforme o volume do projeto, mencionar as origens previstas de
recursos, ou seja, de terceiros financiadores e de aumento de capital por parte
dos próprios acionistas, para possibilitar a avaliação do impacto financeiro
que esse projeto poderá produzir para toda a empresa.
Há ainda o caso de Investimentos, já comentado no Capítulo 11 –
Investimentos em Coligadas e em Controladas.
Demonstração do cálculo do dividendo obrigatório
Realmente, em função dos critérios da Lei das Sociedades por Ações
quanto ao dividendo obrigatório, é importante mencionar qual é a base
constante dos Estatutos Sociais a respeito do dividendo obrigatório, com uma
demonstração do cálculo desse dividendo proposto no final do exercício, a
ser aprovado pela Assembleia Geral. Esse cálculo deve demonstrar qual foi o
lucro final base para determinar a aplicação do percentual do dividendo
obrigatório (quando ele for o fundamento de tal dividendo), partindo-se do
Lucro Líquido do Exercício, ou seja, deduzindo-se daí as apropriações para
Reserva de Lucros que sejam permitidas e adicionando-se as reversões de
reservas que vão fazer parte do saldo desse ano. Em suma, o objetivo dessa
nota é informar aos acionistas da empresa e demais interessados como se
apurou o valor do dividendo obrigatório registrado pela companhia e
proposto para distribuição pela Administração.
Lucro por ação e dividendo por ação
a)
b)
Como já visto nos Capítulos 22 e 32 – Patrimônio Líquido e Despesas e
outros Resultados das Operações Continuadas, respectivamente, há a
obrigatoriedade da menção do valor do Lucro por Ação e também do valor do
Dividendo por Ação do Exercício. Tais informações deverão estar expostas
nas demonstrações respectivas, ou seja, na Demonstração do Resultado do
Exercício e na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido ou
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Todavia, nos casos em
que esses valores são apurados mediante cálculos complexos, não sendo
totalmente evidente como a empresa chegou a eles, a sociedade deverá
mencionar em nota como eles foram calculados.
Além da demonstração do cálculo dos dividendos propostos pelos
administradores, deve ser divulgada a política de pagamento e se serão pagos
corrigidos monetariamente ou não.
Quando houver distribuição de dividendos pro rata temporis, a
indicação do dividendo por ação, em nota explicativa, deverá ser feita
computando-se o dividendo integral que caberia à ação.
De acordo com o CPC 26 (R1), a entidade deve divulgar nas notas
explicativas:
o montante de dividendos propostos ou declarados antes da data em que
as demonstrações contábeis foram autorizadas para serem emitidas e não
reconhecido como uma distribuição aos proprietários durante o período
abrangido pelas demonstrações contábeis, bem como o respectivo valor
por ação ou equivalente; e
a quantia de qualquer dividendo preferencial cumulativo não reconhecido.
Esse assunto, tratado no CPC 41 – Resultado por Ação, aprovado pela
Deliberação CVM no 636/10 e Resolução CFC no 1.287/10, deve ter os
seguintes itens divulgados:
a)
b)
c)
d)
38.4.4
38.4.5
os valores usados como numeradores no cálculo dos resultados por ação
básicos e diluídos, além da conciliação desses valores com o lucro e o
prejuízo atribuível à companhia para o período em questão. A conciliação
deve incluir o efeito individual de cada classe de instrumentos que afeta
os resultados por ação;
o número médio ponderado de ações ordinárias usado como denominador
no cálculo dos resultados por ação básicos e diluídos e conciliação destes
denominadores uns com os outros. A conciliação deve incluir o efeito
individual de cada classe de instrumentos que afeta os resultados por
ação;
instrumentos (incluindo ações emissíveis sob condições) que poderiam
diluir os resultados por ação básicos no futuro, mas que não foram
incluídos no cálculo do resultado por ação diluído porque são
antidiluidores para o período apresentado;
uma descrição das transações de ações ordinárias ou das transações de
ações ordinárias, que não sejam aquelas contabilizadas em conformidade
com o item 64, que ocorram após a data do balanço e que tenham alterado
significativamente o número de ações ordinárias ou de ações ordinárias
potenciais totais em circulação no final do período caso transações
tivessem ocorrido antes do final do período de relatório.
Segregação entre circulante e não circulante
No caso de sociedades cujo ciclo operacional seja superior a um ano,
deverá constar uma Nota Explicativa, normalmente na nota de Sumário das
Práticas Contábeis, que mencionará a base de segregação dos ativos e
passivos entre circulante e longo prazo.
Seguros
38.4.6
a)
b)
c)
d)
e)
f)
A companhia deverá incluir em suas Notas Explicativas informação dos
ativos, responsabilidades ou interesses cobertos por seguros e os montantes
respectivos, especificados por modalidade (Parecer de Orientação CVM no
15/87).
Arrendamento mercantil
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 06 (R1) – Operações de
Arrendamento Mercantil, aprovado pela Deliberação CVM no 645/10 e pela
Resolução CFC no 1.304/10, os arrendadores devem fazer as seguintes
divulgações para os arrendamentos mercantis financeiros:
conciliação entre o investimento bruto no arrendamento mercantil no final
do período e o valor presente dos pagamentos mínimos do arrendamento
mercantil a receber nessa mesma data. Além disso, a entidade deve
divulgar o investimento bruto no arrendamento mercantil e o valor
presente dos pagamentos mínimos do arrendamento mercantil a receber
no final do período, para cada um dos seguintes períodos: (i) até um ano;
(ii) mais de um ano e até cinco anos; (iii) mais de cinco anos;
receita financeira não realizada;
valores residuais não garantidos que resultem em benefício do
arrendador;
provisão parapagamentos mínimos incobráveis do arrendamento
mercantil a receber;
pagamentos contingentes reconhecidos como receita durante o período;
descrição geral dos acordos relevantes de arrendamento mercantil do
arrendador.
Os arrendadores devem fazer as seguintes divulgações para os
arrendamentos mercantis operacionais:
a)
b)
c)
38.4.7
pagamentos mínimos futuros de arrendamentos mercantis operacionais
não canceláveis no total e para cada um dos seguintes períodos: (i) até um
ano; (ii) mais de um ano e até cinco anos; (iii) mais de cinco anos;
total dos pagamentos contingentes reconhecidos como receita durante o
período;
descrição geral dos acordos de arrendamento mercantil do arrendador.
Os requisitos de divulgação para arrendatários e arrendadores aplicam-se
igualmente a transações de venda e leaseback. As transações de venda e
leaseback podem acarretar critérios de divulgação separados, conforme as
regras aplicáveis à Apresentação de Demonstrações Contábeis dispostas no
Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1).
Lembrar que esse documento será alterado a partir de 2019, quando
novas exigências aparecerão.
Transações entre partes relacionadas
O Pronunciamento Técnico CPC 05 (R1) – Divulgação sobre Partes
Relacionadas, aprovado pela Deliberação CVM no 642/10 e pela Resolução
CFC no 1.297/10, determina que os relacionamentos entre controladora e
controladas ou coligadas devem ser divulgados independentemente de ter
havido ou não transações entre essas partes relacionadas.
Se tiver havido transações entre partes relacionadas, a entidade deve
divulgar a natureza do relacionamento com as partes relacionadas, assim
como informações sobre as transações e saldos existentes, incluindo
compromissos, necessários para a compreensão do potencial efeito desse
relacionamento nas demonstrações contábeis. No mínimo, as divulgações
devem incluir:
a)
b)
i)
ii)
c)
d)
38.4.8
a)
b)
c)
d)
e)
montante das transações;
montante dos saldos existentes, incluindo compromissos, e:
seus prazos e condições, incluindo eventuais garantias, e a natureza
da contrapartida a ser utilizada na liquidação; e
detalhes de quaisquer garantias dadas ou recebidas;
perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa relacionada com o
montante dos saldos existentes; e
despesa reconhecida durante o período a respeito de dívidas incobráveis
ou de liquidação duvidosa de partes relacionadas.
Tributos sobre o lucro
Pelo Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos sobre o Lucro,
aprovado pela Deliberação CVM no 599/09 e pela Resolução CFC no
1.189/09, os principais componentes da despesa (receita) tributária devem ser
divulgados separadamente. Esses componentes podem incluir:
despesa (receita) tributária corrente;
quaisquer ajustes reconhecidos no período para o tributo corrente de
períodos anteriores;
valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com a origem
e a reversão de diferenças temporárias;
valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com as
alterações nas alíquotas do tributo ou com a imposição de novos tributos;
valor dos benefícios provenientes de prejuízo fiscal não reconhecido
previamente, crédito fiscal ou diferença temporária de período anterior, o
qual é utilizado para reduzir a despesa tributária corrente;
f)
g)
h)
38.4.9
valor do benefício de prejuízo fiscal, crédito fiscal ou diferença
temporária não reconhecida previamente de período anterior, o qual é
utilizado para reduzir a despesa com tributo diferido;
despesa com tributo diferido proveniente da baixa, ou reversão de baixa
anterior, de ativo fiscal diferido; e
valor da despesa (receita) tributária relacionada àquelas alterações nas
políticas e aos erros contábeis que estão incluídos em lucros ou prejuízos.
É também fundamental a conciliação entre o valor debitado ou creditado
ao resultado de Imposto de Renda e Contribuição Social e o produto do
resultado contábil antes do Imposto de Renda multiplicado pelas alíquotas
aplicáveis, divulgando-se também tais alíquotas e suas bases de cálculo.
Variações cambiais e conversão de demonstrações
contábeis
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 02 (R2) – Efeitos das
Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis,
aprovado pela Deliberação CVM no 640/10 e pela Resolução CFC no
1.295/10, a entidade deve divulgar as variações cambiais líquidas,
reconhecidas em outros resultados abrangentes e registradas em conta
específica do patrimônio líquido, e a conciliação do montante de tais
variações cambiais, no começo e no fim do período.
Quando a moeda de apresentação das demonstrações contábeis for
diferente da moeda funcional, esse fato deverá ser citado, juntamente com a
divulgação da moeda funcional e a razão para a utilização de uma moeda de
apresentação diferente.
Quando houver uma mudança na moeda funcional da entidade que
reporta ou de uma entidade significativa no exterior, esse fato e a razão para a
mudança da moeda funcional deverão ser divulgados.
a)
b)
c)
38.4.10
Quando a entidade apresentar suas demonstrações contábeis em uma
moeda que seja diferente da sua moeda funcional, ela somente deverá
mencionar que essas demonstrações estão em conformidade com as práticas
contábeis adotadas no Brasil se estiverem de acordo com todas as exigências
de cada Pronunciamento e cada Interpretação e Orientação aplicáveis,
incluindo o método de conversão descrito no Pronunciamento Técnico CPC
02 (R2).
Quando uma entidade apresenta suas demonstrações contábeis ou outras
informações financeiras em uma moeda que não a sua moeda funcional ou a
moeda de apresentação das demonstrações contábeis, e as exigências do item
55 do CPC 02 (R2) não são cumpridas, deverá a mesma entidade:
identificar claramente as informações como sendo informações
suplementares para distingui-las das informações que estão de acordo
com as práticas contábeis adotadas no Brasil;
divulgar a moeda utilizada para essas informações suplementares; e
divulgar a moeda funcional da entidade e o método de conversão
utilizados para determinar as informações suplementares.
Demonstrações contábeis consolidadas
Nas notas explicativas referentes às demonstrações consolidadas, não há
necessidade de repetir tudo o que já consta das demonstrações individuais da
controladora, visto que estão todas sendo publicadas conjuntamente. Assim,
não temos que repetir quanto aos critérios de avaliação dos estoques, dos
imobilizados, das depreciações etc.; mas devemos fazer as discriminações
quanto a ativo permanente, exigível a longo prazo, ajustes de exercícios
anteriores etc., já que normalmente não são publicadas juntas as
demonstrações das sociedades controladas.
Nas notas explicativas relativas aos critérios adotados na consolidação,
a)
b)
c)
d)
e)
devem ser explicados todos os procedimentos utilizados, mesmo que sejam
os absolutamente normais. Situações específicas de Impostos, como as
comentadas na seção 41.11, merecem destaque; devem ser explicitados os
critérios utilizados quanto ao diferimento do Imposto de Renda nas
demonstrações consolidadas, apropriação como despesa ou como acréscimo
ao custo de determinados impostos e outros gastos etc.
O Pronunciamento Técnico CPC 36 (R3) – Demonstrações
Consolidadas, aprovado pela Deliberação CVM no 668/11 e pela Resolução
CFC no 1.273/10 e no 1.351/11, elenca uma série de itens de divulgação que
devem ser observados:
a natureza da relação entre a controladora e a controlada, quando a
controladora não possuir, direta ou indiretamente (por meio de suas
controladas), mais da metade do poder de voto da controlada;
as razões pelas quais embora possua a propriedade, direta ou indireta (por
meio de suas controladas), de mais da metade do poder de voto ou
potencial poder de voto de investida não detém controle;
a data de encerramento do período abrangido pelas demonstrações
contábeis da controlada utilizadas para elaboração das demonstrações
consolidadas quando forem na data de encerramento ou um período
diferente das demonstrações contábeis da controladorae o motivo para
utilizar uma data ou período diferente;
a natureza e a extensão de alguma restrição significativa (resultante de
contratos de empréstimos ou exigência de órgãos reguladores, por
exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a
controladora na forma de dividendos ou do pagamento de empréstimos ou
adiantamentos;
um quadro evidenciando cronologicamente as mudanças na relação de
propriedade da controladora sobre a controlada (participação relativa) e
f)
i)
ii)
38.4.11
•
•
•
•
•
seus efeitos, bem como a alteração do patrimônio líquido consolidado
atribuível aos proprietários da controladora, mas que não resultaram na
perda do controle; e
qualquer ganho ou perda decorrente da perda do controle da controlada,
reconhecido de acordo com o item 34, detalhando:
a parte do ganho ou perda decorrente do reconhecimento, ao valor justo,
do investimento remanescente na ex-controlada, se houver, na data em
que o controle foi perdido; e
a linha do item ou itens na demonstração do resultado consolidado em
que o ganho ou a perda foi reconhecido, no caso de ele não estar
apresentado em uma linha separada na demonstração do resultado
consolidado.
Para completar as notas necessárias relativas às demonstrações
consolidadas, ver também as relativas às transações com partes relacionadas.
Debêntures
Em razão do aumento significativo de empresas cuja fonte de
financiamento passou a incluir as debêntures, faz necessária, como
mencionado no Capítulo 19, adequada revelação de determinadas
características constantes da escritura de emissão.
As notas explicativas devem indicar (por série):
quantidade emitida;
quantidade colocada no mercado;
valor unitário;
composição do valor constante do balanço;
data(s) de vencimento;
•
•
38.4.12
a)
b)
direitos;
registro na CVM.
A existência de cláusula de opção de repactuação, contratual ou
informal, e períodos de exercício pelos debenturistas, deve também ser
informada.
Segundo Parecer de Orientação CVM no 21/90, quando a companhia
adquirir debêntures de sua própria emissão, deverá divulgar esse fato no
relatório da administração e nas demonstrações contábeis.
As debêntures readquiridas pela empresa emissora deverão ser
apresentadas no Balanço retificando o montante da exigibilidade, até que
sejam recolocadas no mercado. Quando as debêntures estiverem registradas
pelo valor líquido, deverá ser evidenciada a parcela em tesouraria.
Subvenções governamentais
Para as empresas cujas operações envolvam a obtenção significativa de
subsídios de órgãos governamentais (inclusive empresas controladas por
esses órgãos), deve-se mencioná-las especificamente em nota explicativa.
Tais operações podem ser relevantes para efeito de análise de desempenho da
empresa, de dependência financeira etc.
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 07 (R1) – Subvenção e
Assistência Governamentais, aprovado pela Deliberação CVM no 646/10 e
pela Resolução CFC no 1.305/10, a entidade deve divulgar as seguintes
informações:
a política contábil adotada para as subvenções governamentais, incluindo
os métodos de apresentação adotados nas demonstrações contábeis;
a natureza e a extensão das subvenções governamentais ou assistências
governamentais, reconhecidas nas demonstrações contábeis e uma
c)
38.4.13
a)
b)
c)
d)
e)
indicação de outras formas de assistência governamental de que a
entidade tenha diretamente se beneficiado;
condições a serem regularmente satisfeitas e outras contingências ligadas
à assistência governamental que tenha sido reconhecida.
Benefícios a empregados (planos de aposentadoria e
pensões)
Inúmeras empresas têm planos de aposentadoria e pensões para seus
funcionários e dependentes.
Tais empresas têm não só contribuições financeiras para tais planos de
seguridade social, mas também, geralmente, figuram como mantenedoras,
assumindo o compromisso de garantir a complementação necessária de
recursos na eventualidade de sua insuficiência, segundo planos atuariais
periodicamente atualizados.
As notas explicativas devem conter informações sobre a existência de
planos de aposentadoria e pensão, informando, no mínimo, conforme o
Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados, aprovado
pela Deliberação CVM no 600/09 e pela Resolução CFC no 1.193/09, os
seguintes itens:
política contábil de reconhecimento de ganhos e perdas atuariais;
descrição geral das características do plano;
conciliação dos saldos de abertura e de fechamento do valor presente da
obrigação de benefício definido;
análise da obrigação atuarial de benefício definido, identificando os
montantes relativos a planos de benefícios sem cobertura e a planos de
benefícios parcial ou totalmente cobertos;
conciliação dos saldos de abertura e de fechamento do valor justo dos
f)
g)
i)
ii)
iii)
iv)
v)
vi)
vii)
viii)
h)
38.4.14
ativos do plano e de quaisquer direitos de reembolso reconhecidos;
conciliação do valor presente da obrigação de benefício definido em c e
do valor justo dos ativos do plano em e, com os ativos e os passivos
reconhecidos no balanço patrimonial;
despesa total reconhecida no resultado para cada um dos seguintes itens, e
a linha do balanço patrimonial na qual os mesmos foram registrados:
custo do serviço corrente;
custo dos juros;
retorno esperado dos ativos do plano;
o retorno esperado de qualquer direito de reembolso reconhecido
como ativo, de acordo com o item 104A do CPC 33 (R1);
ganhos e perdas atuariais;
custo do serviço passado;
efeito de qualquer redução ou liquidação; e
efeito do limite do item 58(b) do CPC 33 (R1).
as principais premissas atuariais adotadas na data a que se referem as
demonstrações contábeis.
Uma exigência especial desse Pronunciamento é quanto à obrigação de
divulgar as principais diferenças eventualmente existentes entre os métodos e
premissas utilizados para definição dos valores do plano de benefício
definido segundo o Pronunciamento e os apresentados pela entidade que o
administra (fundo de pensão ou equivalente).
Divulgação de Instrumentos Financeiros
A Orientação Técnica OCPC 03 (R2) – Instrumentos Financeiros:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação, ratificada pelo Ofício-Circular
CVM/SNC/SEP no 03/2009 e pela Resolução CFC no 1.199/09, prescreve que
é obrigatória a divulgação, em notas explicativas às demonstrações contábeis,
de informações qualitativas e quantitativas relativas aos instrumentos
financeiros derivativos, destacados, no mínimo, os seguintes aspectos:
política de utilização;
objetivos e estratégias de gerenciamento de riscos, particularmente a
política de proteção patrimonial (hedge);
riscos associados a cada estratégia de atuação no mercado, adequação dos
controles internos e parâmetros utilizados para o gerenciamento desses
riscos e os resultados obtidos em relação aos objetivos propostos;
o valor justo de todos os derivativos contratados, os critérios de avaliação
e mensuração, métodos e premissas significativas aplicadas na apuração
do valor justo;
valores registrados em contas de ativo e passivo segregados, por
categoria, risco e estratégia de atuação no mercado, aqueles com o
objetivo de proteção patrimonial (hedge) e aqueles com o propósito de
negociação;
valores agrupados por ativo, indexador de referência, contraparte, local de
negociação (bolsa ou balcão) ou de registro e faixas de vencimento,
destacados os valores de referência, de custo, justo e risco da carteira;
ganhos e perdas no período, agrupados pelas principais categorias de
riscos assumidos, segregados aqueles registrados no resultado e no
patrimônio líquido;
valores e efeito no resultado do período de operações que deixaram de ser
qualificadas para a contabilidade de operações de proteção patrimonial
(hedge), bem como aqueles montantes transferidos do patrimônio líquido
i)
j)
k)
l)
38.4.15
em decorrência do reconhecimento contábil das perdas e dos ganhos no
item objeto de hedge;
principais transações e compromissos futuros objeto de proteção
patrimonial(hedge) de fluxo de caixa, destacados os prazos para o
impacto financeiro previsto;
valor e tipo de margens dadas em garantia;
razões pormenorizadas de eventuais mudanças na classificação dos
instrumentos financeiros;
efeitos da adoção inicial da Orientação.
É importante saber que essa matéria, divulgação de instrumentos
financeiros, por ser nova e de grande relevância, vem recebendo atenção (e
sofrendo alterações) de todos os países e órgãos reguladores. Prova disso é o
Pronunciamento Técnico CPC 40 (R1) – Instrumentos Financeiros:
Evidenciação, que trata apenas do aspecto da divulgação. O objetivo desse
Pronunciamento é exigir que a entidade divulgue nas suas demonstrações
contábeis aquilo que permita que os usuários avaliem: (a) a significância do
instrumento financeiro para a posição patrimonial/financeira e o desempenho
da entidade; e (b) a natureza e extensão dos riscos resultantes de instrumentos
financeiros a que a entidade está exposta durante o período e ao fim do
período de referência, e como a entidade administra esses riscos. As
determinações do CPC 40 (R1) deverão ser observadas quando da divulgação
de informações acerca dos instrumentos financeiros. O Capítulo 8 trata em
detalhes deste assunto.
Disponibilidades
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 03 (R2) –
Demonstração dos Fluxos de Caixa, aprovado pela Deliberação CVM no
641/10 e pela Resolução CFC no 1.296/10, a entidade deve divulgar, em nota
38.4.16
a)
b)
c)
d)
e)
explicativa, acompanhada de um comentário da administração, os saldos de
caixa e equivalentes de caixa que não estejam disponíveis para uso pelo
grupo.
Informações adicionais podem ser importantes para que os usuários
entendam a posição financeira e a liquidez da entidade. O Pronunciamento
Técnico CPC 03 (R2) lista uma série de itens passíveis de divulgação.
Tais informações são relevantes para o usuário da informação, tendo em
vista o caráter específico de disponibilidade dos montantes existentes em
caixa e dos depósitos a vista em bancos.
Ações em tesouraria
Em relação às Ações em Tesouraria, o art. 182 da Lei no 6.404/76
determina que no corpo do Balanço Patrimonial deverão ser destacadas as
ações em tesouraria como dedução da conta do patrimônio líquido que
registrar a origem dos recursos aplicados em sua aquisição.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, no art. 21 da
Instrução CVM no 10/80, a companhia indicará em notas explicativas anexas
às Demonstrações Contábeis:
o objetivo de adquirir suas próprias ações;
a quantidade de ações adquiridas ou alienadas no curso do exercício,
destacando espécie e classe;
o custo médio ponderado de aquisição, bem como o custo mínimo e
máximo;
o resultado líquido das alienações ocorridas no exercício;
o valor de mercado das espécies e classes das ações em tesouraria,
calculado com base na última cotação, em bolsa ou balcão, anterior à data
de encerramento do exercício social.
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
38.4.17
As companhias abertas que adquirirem ou lançarem opções de venda e
de compra referenciadas em ações de sua emissão, para fins de cancelamento,
permanência em tesouraria ou alienação, conforme a Instrução CVM no
390/03 devem indicar em nota explicativa:
o objetivo da realização das operações com opções;
a quantidade, por classe e espécie de ações, de opções adquiridas ou
lançadas e exercidas no curso do exercício social;
os prêmios e preços de exercício pagos e recebidos;
as mutações ocorridas na quantidade de ações existentes em tesouraria, aí
incluídas e consideradas aquelas que a companhia poderia vir a adquirir
mediante o exercício, por si ou por contrapartes, de opções de compra ou
de venda, indicando saldo inicial e final;
as datas em que as operações tenham sido realizadas e os prazos e datas
de vencimento das opções;
o resultado líquido das operações de alienação e aquisição ocorridas no
exercício decorrente das operações com opções;
eventuais posições lançadas ou adquiridas em exercício anterior que ainda
estejam em aberto.
Empresas em fase pré-operacional
Antes o procedimento usual das empresas em fase pré-operacional era o
de diferir os gastos pré-operacionais, registrando-os no extinto grupo do ativo
diferido para posterior amortização. Em alguns casos podemos ter empresas
que obtêm receitas durante a fase de implantação de empreendimentos. O
ganho decorrente do confronto entre receitas e despesas atribuíveis a
empreendimentos em fase de implantação deve ser reconhecido no resultado
do exercício.
38.4.18
38.4.19
A Comissão de Valores Mobiliários, no Parecer de Orientação no 17/89,
determina que as empresas que reconhecerem ganhos resultantes do
confronto de despesas e receitas atribuíveis a empreendimentos em fase de
implantação em seus resultados deverão justificar em nota explicativa o
procedimento adotado, esclarecendo a causa do referido ganho.
Capacidade ociosa
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, em seu Parecer de
Orientação no 24/92, na existência de capacidade ociosa, a companhia aberta
deverá elaborar nota explicativa para dar ciência da dimensão do fato aos
usuários de suas demonstrações contábeis.
Essa informação é muito importante, uma vez que o investidor pode ter a
possibilidade de avaliar a capacidade produtiva da empresa, bem como a
oportunidade de alavancar resultados.
O Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques determina que os
custos indiretos de fabricação sejam apropriados aos produtos com base na
capacidade normal da planta (v. Capítulo 5 – Estoques). Assim, a capacidade
ociosa é aquela utilizada abaixo da capacidade normal.
Continuidade normal dos negócios
As demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com a legislação
societária, em consonância com a Estrutura Conceitual para a Elaboração e
Apresentação das Demonstrações Contábeis. A apuração de resultados bem
como a avaliação patrimonial das companhias estão fundamentadas na
premissa de continuidade dos negócios da companhia.
A descontinuidade dos negócios da companhia implica rever os critérios
adotados para avaliação dos ativos, bem como para a mensuração dos
resultados em determinado período.
38.4.20
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação
das Demonstrações Contábeis, quando a administração tiver ciência, ao fazer
a sua avaliação, de incertezas relevantes relacionadas com eventos ou
condições que possam lançar dúvidas significativas acerca da capacidade de a
entidade continuar em operação no futuro previsível, essas incertezas devem
ser divulgadas. Na hipótese das demonstrações contábeis não serem
elaboradas no pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado,
juntamente com as bases com as quais as demonstrações contábeis foram
elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da entidade.
Adicionalmente, o novo modelo de relatório dos auditores
independentes, vigente a partir de 2016, traz como inovação a divulgação de
que é responsabilidade da administração estar atenta aos riscos de
descontinuidade, e de divulgar problemas dessa natureza e ações no sentido
da redução ou eliminação desse risco. E, é lógico, cabe ao auditor confirmar
isso tudo e, se for o caso, se manifestar quando de dúvidas com relação a essa
continuidade.
Mesmo nas situações de não existência de risco detectado de
descontinuidade, o auditor normalmente assim insere no seu parecer:
“Na elaboração das demonstrações contábeis, a administração é
responsável pela avaliação da capacidade de a Companhia continuar
operando, divulgando, quando aplicável, os assuntos relacionados com a
sua continuidade operacional e o uso dessa base contábil na elaboração
das demonstrações contábeis, a não ser que a administração pretenda
liquidar a Companhia ou cessar suas operações, ou não tenha nenhuma
alternativa realista para evitar o encerramento das operações.”
Remuneração dos administradores
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 05 (R1) – Divulgação
a)
b)
c)
d)
e)
38.4.21
38.4.22
sobre Partes Relacionadas, aprovado pelaDeliberação CVM no 642/10 e pela
Resolução CFC no 1.297/10, a entidade deve divulgar a remuneração do
pessoal-chave da administração no total e para cada uma das seguintes
categorias:
benefícios de curto prazo a empregados e administradores;
benefícios pós-emprego;
outros benefícios de longo prazo;
benefícios de rescisão de contrato de trabalho; e
remuneração baseada em ações.
Quanto a este tópico, veja-se o item 38.4.13 – Benefícios a Empregados.
Vendas ou serviços a realizar
A receita é reconhecida quando for provável que benefícios econômicos
futuros fluam para a entidade e esses benefícios possam ser confiavelmente
mensurados.
Em alguns casos, mesmo não tendo ocorrido a prestação do serviço ou a
entrega da mercadoria ao cliente, por força contratual, é possível evidenciar
receitas futuras.
De acordo com o Parecer de Orientação CVM no 21/90, quando a
companhia tiver a garantia formal de recebimento no futuro de recursos
provenientes de serviços ou vendas a realizar, deverá, se relevante, revelar
essa informação e o montante envolvido em nota explicativa.
Juros sobre capital próprio
A legislação fiscal, por meio da Lei no 9.249/95, em seu art. 9o, permitiu
a dedutibilidade dos juros calculados sobre o capital próprio, na apuração do
a)
b)
c)
d)
38.4.23
a)
b)
c)
d)
e)
lucro real.
Pelo conceito de lucro da legislação societária e das normas
internacionais de contabilidade, e também das regras fiscais vigentes hoje, a
remuneração do capital próprio configura-se como distribuição de resultado.
Em notas explicativas às demonstrações contábeis é importante destacar:
os critérios utilizados para determinação desses juros e de sua
contabilização e evidenciação;
as políticas adotadas para sua distribuição;
o montante do Imposto de Renda incidente;
seus efeitos sobre os dividendos obrigatórios.
Estoques
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 16 (R1) – Estoques,
aprovado pela Deliberação CVM no 575/09 e pela Resolução CFC no
1.170/09 parcialmente alterada pela no 1.273/10, as empresas devem
evidenciar em notas explicativas, com relação a seus estoques:
as políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo
formas e critérios de valoração utilizados;
o valor total escriturado em estoques e o valor registrado em outras contas
apropriadas para a entidade;
o valor de estoques escriturados pelo valor justo menos os custos de
venda;
o valor de estoques reconhecido como despesa durante o período;
o valor de qualquer redução de estoques reconhecida no resultado do
período;
f)
g)
h)
38.4.24
a)
b)
c)
d)
e)
o valor de toda reversão de qualquer redução do valor dos estoques
reconhecida no resultado do período;
as circunstâncias ou os acontecimentos que conduziram à reversão de
redução de estoques; e
o montante escriturado de estoques dados como penhor de garantia a
passivos.
O critério para recuperação dos tributos recuperáveis deve ser
informado.
Ativos especiais
Como mencionado no Capítulo 6, item 6.1.3, as notas explicativas dos
ativos especiais, devido ao caráter pouco comum que tais ativos assumem,
passam a ter grande importância. Tais notas são um híbrido das notas de
estoques e de imobilizado, ressalvadas as características específicas dos
ativos especiais.
Além do conteúdo exigido nas notas explicativas para estoques (ver item
38.4.23), a evidenciação deve abranger no mínimo:
natureza dos ativos especiais e forma de obtenção de receitas deles
derivadas;
critério de amortização;
prazo de vigência dos direitos;
valor residual, se relevante;
montante das perdas por abandono e as respectivas causas.
No caso especial de captação de recursos públicos mediante mecanismos
de fomentos à cultura (como a Lei Rouanet – Lei no 8.313/91 e a Lei do
38.4.25
Audiovisual – Lei no 8.685/93), notas especiais devem ser fornecidas quanto
às condições de cumprimento exigidas.
Equivalência patrimonial
O art. 247 da Lei das Sociedades por Ações refere-se às informações
mínimas a divulgar sobre os investimentos em coligadas e controladas,
abrangendo:
I – O nome das coligadas e controladas, seu capital social, patrimônio
líquido e lucro do exercício.
II – Composição do seu capital social por classe e tipos de ações e valor
de mercado, quando houver.
III – Valor dos créditos e obrigações existentes na data do balanço com a
coligada ou controlada, bem como montante das transações de receitas e
despesas com a coligada ou controlada.
O Pronunciamento Técnico CPC 18 (R2) – Investimentos em Coligadas
e Controladas, aprovado pela Deliberação CVM no 605/06 e Resolução CFC
no 1.241/09, ampliou o volume de informações a constar dessa nota
explicativa, conforme deve ser visto no item 36.4.53 – Investimento em
Coligada e em Controlada. É requerido um considerável volume de dados e
informações a serem incluídos na nota explicativa de investimentos, o que a
torna particularmente complexa quando a empresa tem investimentos nessas
condições em inúmeras coligadas e controladas. Nessas condições, é
importante um adequado planejamento da nota explicativa para facilitar a
obtenção de todos esses dados.
É ainda importante que tais informações sejam adequadamente expostas
na nota para sua melhor compreensão. Uma forma é adotarmos a listagem
dos dados na forma de um quadro contendo uma coluna para cada
38.4.26
informação e uma linha para cada coligada ou controlada. Consultar, ainda, o
Capítulo 40 – Transações entre Partes Relacionadas (que abrange as
controladas e coligadas), e item 38.4.7 deste capítulo, quanto a informações
adicionais a serem divulgadas em nota.
Uma informação importante que deve ser indicada na nota é o valor
contábil do investimento, por empresa. Deve ainda ser indicada na nota qual
a data-base adotada do Patrimônio Líquido da coligada ou controlada, quando
houver defasagem.
Informação similar deverá estar expressa quando houver mudança de
período de reconhecimento dos resultados pelo aumento ou redução de
defasagem e de seu efeito nas demonstrações contábeis da investidora.
Situações especiais de coligadas ou controladas e motivos pelos quais
não se adotou o método da equivalência patrimonial, quando seria normal sua
adoção, devem também ser mencionados.
Demonstrações condensadas
As companhias abertas, pela Instrução CVM no 480/2009, devem fazer
publicações adicionais de suas demonstrações contábeis, além das
publicações ordenadas pela lei societária. Nesse caso, devem ser respeitadas
as informações mínimas constantes no CPC 21 (R1) – Demonstração
Intermediária, aprovado pela Deliberação no 673/11 e Resolução CFC no
1.174/09 e no 1.359/11.
Demonstração contábil intermediária significa uma demonstração
contábil contendo um conjunto completo de demonstrações contábeis (assim
como descrito no Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) – Apresentação das
Demonstrações Contábeis) ou um conjunto de demonstrações contábeis
condensadas (assim como descrito nesse Pronunciamento) de período
intermediário.
38.4.27
a)
b)
c)
d)
e)
Tais demonstrações intermediárias podem ser condensadas e devem
incluir, no mínimo, cada um dos grupos ou subgrupos de contas e totais que
foram apresentados nas demonstrações contábeis anuais mais recentes, além
das notas explicativas selecionadas requeridas por esse Pronunciamento.
Outros itens adicionais devem ser incluídos caso suas omissões façam com
que a demonstração contábil intermediária fique enganosa.
Ativo intangível
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 (R1) – Ativo
Intangível, aprovado pela Deliberação CVM no 644/10 e pela Resolução CFC
no 1.303/10, a entidade deve divulgar as seguintes informações para cada
classe de ativos intangíveis, fazendo a distinção entre ativos intangíveis
gerados internamente e outros ativos intangíveis:
com vida útil indefinida ou definida e, se definida, os prazos de vida útil
ou as taxas de amortização utilizados;
os métodos de amortização utilizados para ativos intangíveis com vida
útil definida;
o valor contábil bruto e eventual amortização acumulada (mais asperdas
acumuladas no valor recuperável) no início e no final do período;
a rubrica da demonstração do resultado em que qualquer amortização de
ativo intangível for incluída;
a conciliação do valor contábil no início e no final do período.
A entidade deve divulgar informações sobre ativos intangíveis que
perderam o seu valor de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1)
– Redução ao Valor Recuperável de Ativos.
A entidade deve divulgar a natureza e o valor das variações nas
estimativas contábeis com impacto relevante no período corrente ou em
a)
b)
c)
a)
b)
c)
d)
e)
períodos subsequentes. Essa divulgação pode resultar de alterações:
na avaliação da vida útil de ativo intangível:
no método de amortização; ou
nos valores residuais.
A entidade também deve divulgar:
em relação a ativos intangíveis avaliados como tendo vida útil indefinida,
o seu valor contábil e os motivos que fundamentam essa avaliação. Ao
apresentar essas razões, a entidade deve descrever os fatores mais
importantes que levaram à definição de vida útil indefinida do ativo;
uma descrição, o valor contábil e o prazo de amortização remanescente de
qualquer ativo intangível individual relevante para as demonstrações
contábeis da entidade;
em relação a ativos intangíveis adquiridos por meio de subvenção ou
assistência governamentais e inicialmente reconhecidos ao valor justo: (i)
o valor justo inicialmente reconhecido dos ativos; (ii) e o seu valor
contábil; (iii) se não mensurados, após o reconhecimento, pelo método de
custo e/ou reavaliação;
a existência e os valores contábeis de ativos intangíveis cuja titularidade é
restrita e os valores contábeis de ativos intangíveis oferecidos como
garantia de obrigações; e
o valor dos compromissos contratuais advindos da aquisição de ativos
intangíveis.
A entidade deve divulgar o total de gastos com pesquisa e
desenvolvimento reconhecidos como despesas no período.
38.4.28
38.4.29
a)
b)
38.4.30
Créditos junto à Eletrobras
A CVM, através de sua Deliberação no 70/89, orienta que devem ser
divulgados em nota explicativa o critério utilizado para os registros das
perdas estimadas e os montantes envolvidos, inclusive os saldos dos
empréstimos ainda não convertidos em ações, relativos aos Créditos junto à
Eletrobras (veja Capítulo 7, item 7.2.2, letra h, para detalhes).
Incorporação, fusão e cisão
Pela Instrução CVM no 319/99, a companhia deverá efetuar e divulgar
em notas explicativas, ao término de cada exercício social, análise sobre a
recuperação do valor do ágio, quando o fundamento econômico tiver sido a
aquisição do direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo
Poder Público ou a expectativa de resultado futuro, a fim de que sejam:
registradas as perdas de valor do capital aplicado quando evidenciado que
não haverá resultados suficientes para recuperação desse valor; ou
revisados e ajustados os critérios utilizados para a determinação de sua
vida útil econômica e para o cálculo e prazo de sua amortização.
Voto múltiplo
Pelo Parecer de Orientação CVM no 24/92, a companhia aberta deverá
divulgar o percentual mínimo de participação no capital social votante para o
acionista requisitar a adoção do voto múltiplo em sua assembleia geral, que
tratará da eleição dos membros do Conselho de Administração. Essa
divulgação deve ser feita obrigatoriamente no edital de convocação da
assembleia e, opcionalmente, junto com as demonstrações contábeis de
encerramento de exercício.
38.4.31
a)
b)
c)
d)
e)
38.4.32
a)
b)
c)
Custos de transação e prêmio na emissão de papéis
De acordo com a Deliberação CVM no 649/10 e a Resolução CFC no
1.313/10, que aprovam Pronunciamento Técnico CPC 08 (R1) – Custos de
Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, a entidade
deve divulgar as seguintes informações para cada natureza de captação de
recursos (títulos patrimoniais ou de dívida):
a identificação de cada processo de captação de recursos agrupando-os
conforme sua natureza;
o montante dos custos de transação incorridos em cada processo de
captação;
o montante de quaisquer prêmios obtidos no processo de captação de
recursos por intermédio da emissão de títulos de dívida ou de valores
mobiliários;
a taxa de juros efetiva (TIR) de cada operação; e
o montante dos custos de transação e prêmios (se for o caso) a serem
apropriados ao resultado em cada período subsequente.
Programa de recuperação fiscal (REFIS)
A Instrução CVM no 346/00 estabeleceu, em seu art. 3o, que as
companhias abertas que aderiram ao Refis devem divulgar em nota
explicativa informações a respeito de:
montante das dívidas incluídas no programa, segregadas por tipo de
tributo e natureza (principal, multas e juros);
seu valor presente e as premissas utilizadas para seu estabelecimento
(valores, taxas, prazos e outras);
valor dos créditos fiscais referentes a prejuízo fiscal e base negativa de
d)
e)
f)
g)
h)
38.4.33
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Contribuição Social utilizados na compensação de juros e multas;
total de pagamentos do período;
detalhamento dos valores lançados como ganhos ou perdas, referentes aos
itens indicados no inciso I do art. 1o;
garantias e bens arrolados e seus respectivos montantes;
menção da obrigação de pagar regularmente os impostos, contribuições e
demais obrigações, sob pena de se não o fizer ser excluído do programa;
qualquer risco iminente associado à perda do regime especial de
pagamento.
Enquanto perdurarem efeitos relevantes desse programa deverão
continuar constando das notas explicativas.
Ativo imobilizado
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado,
aprovado pela Deliberação CVM no 583/09 e pela Resolução CFC no
1.177/09, as demonstrações contábeis devem divulgar, para cada classe de
ativo imobilizado:
os critérios de mensuração utilizados para determinar o valor contábil
bruto;
os métodos de depreciação utilizados;
as vidas úteis ou as taxas de depreciação utilizadas;
o valor contábil bruto e a depreciação acumulada (mais as perdas por
redução ao valor recuperável acumuladas) no início e no final do período;
a conciliação do valor contábil no início e no final do período;
a existência e os valores contábeis de ativos cuja titularidade é restrita,
g)
h)
i)
j)
k)
l)
38.4.34
38.4.35
como os ativos imobilizados formalmente ou na essência oferecidos como
garantia de obrigações e os adquiridos mediante operação de leasing;
o valor dos gastos reconhecidos no valor contábil de um item do ativo
imobilizado durante a sua construção;
o valor dos compromissos contratuais advindos da aquisição de ativos
imobilizados;
o valor das indenizações de terceiros por itens do ativo imobilizado que
tenham sido desvalorizados, perdidos ou abandonados, incluído no
resultado;
a depreciação, quer reconhecida no resultado, quer como parte do custo
de outros ativos, durante o período;
a depreciação acumulada no final do período;
a natureza e o efeito de uma mudança de estimativa contábil que tenha
impacto no período corrente ou em períodos subsequentes.
Também deve ser informado o critério para recuperação de tributos
recuperáveis.
Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa
Deve ser evidenciado detalhadamente o critério de determinação do risco
dos ativos e a movimentação analítica dessa conta, quando relevante, em
relação ao período contábil sob análise.
Ver mais detalhes no Capítulo 4 e no Capítulo 8 sobre Instrumentos
Financeiros.
(Parecer de Orientação CVM no 21/90)
Opções de compra de ações
Para atender ao art. 176 da Lei no 6.404/76, que prevê a divulgação das
opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício social, a
empresa deve divulgar as seguintes informações relativas aos Planos de
Opções, sempre comparativamente aos respectivos períodos anteriores
(Ofício-Circular CVM/SNC/SEP no 01/2006, p. 191):
I – a existência de Planos de Opções, com a descrição de sua natureza e
condições (incluindo condições de elegibilidade por parte dos
beneficiários);
II – a quantidade,

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