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1 Gabriela Petkevicius - MEDICINA DA parede torácica CONSIDERAÇÕES GERAIS O tórax é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome. A cavidade torácica e sua parede tem o formato de um cone truncado. A parece torácica, relativamente fina, tem quase a mesma espessura do seu esqueleto CAVIDADE TORÁCICA Formato cônico: Porção superior mais estreita Diâmetro máximo na junção com a parte abdominal do tronco Proporcionando: Proteção de órgãos internos ⇨ torácicos e abdominais Resistência as pressões internas negativas Fixação de membros superiores Fixação de músculos ⇨ membros superiores, abdome, pescoço, dorso e respiração Caixa torácica é formada por: Cartilagens costais e costelas ⇨ barras horizontais Esterno ⇨ anteriormente Vertebras torácicas ⇨ posteriormente Divisões: Compartimento central ⇨ mediastino Lateralmente ⇨ cavidade pulmonares Constituintes: Sistema respiratório ⇨ pulmões e sistema de condução do ar Sistema circulatório ⇨ coração e estruturas de condução do sangue Sistema digestório ⇨ esôfago – trajeto dos nutrientes a partir da cabeça ESQUELETO DA PAREDE TORÁCICA Forma a caixa torácica osteocartilagínea, que protege as vísceras torácicas e alguns órgãos abdominais. Como constituintes têm-se: 12 pares de costelas e cartilagens costais 12 vertebras torácicas e seus discos intervertebrais Esterno 2 Gabriela Petkevicius - MEDICINA COSTELAS São ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica. Têm alta resiliência. São classificadas como: Costelas verdadeiras (vertebroesternais): fixam-se diretamente ao esterno por meio de suas próprias cartilagens costais. Costelas I a VII Costelas falsas (vertebrocondrais): suas cartilagens unem-se a cartilagem das costelas acima delas; portanto, a conexão com o esterno é indireta. Costelas VIII, IX e, geralmente a X) Costelas flutuantes (vertebrais livres): as cartilagens rudimentares dessas costelas não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas terminam na musculatura abdominal posterior. Costelas XI, XII e, as vezes a X) Costelas típicas Costelas típicas vai da III a IX Cabeça da costela: uma face para articulação com o corpo da vértebra de mesmo número e outra face para a vertebra superior a ela. Colo da costela: une a cabeça da costela ao corpo no nível do tubérculo Tubérculo da costela: uma face articular lisa articula-se com o processo transverso da vértebra correspondente, e uma face não articular rugosa é o local de fixação do ligamento costotransversário Corpo da costela: fino, plano e curvo. O ângulo da costela marca o limite lateral de fixação dos músculos profundos do dorso as costelas. O sulco da costela oferece proteção para o nervo e os vasos intercostais. Costelas atípicas Costelas atípicas – I, II e X a XII Costela I: é a mais larga, mais curta e mais curva das sete costelas verdadeiras. Tem uma única face articular em sua cabeça para articular-se com apenas a vértebra T1. Dois sulcos transversais para os vasos subclávios. Tubérculo do músculo escaleno anterior para fixação do musculo escaleno anterior. Costela II: tem um corpo mais fino, menos curvo e é bem mais longa do que a costela I. a cabeça tem duas faces para articulação com os corpos das vértebras T1 e T2; tuberosidade do musculo serrátil anterior- uma área rugosa na face superior. Leva o nome do músculo, pois parte do mesmo tem origem nessa tuberosidade. 3 Gabriela Petkevicius - MEDICINA Costelas X a XII: como a costela I, tem apenas uma face articular em suas cabeças e articulam-se apenas com uma vértebra Costelas XI a XII: são curtas e não tem colo nem tubérculo CARTILAGENS COSTAIS Prolongamento anterior das costelas Contribuem para a elasticidade da parede torácica Aumentam seu comprimento da costela I a VII. Cartilagens de C-I a C-VII: fixação direta e independente ao esterno Cartilagens de C-VIII a C-X: fixação a cartilagem costal imediatamente superior. Formando uma margem costal Cartilagens de C-XI e C-XII: proteção das extremidades anteriores, não alcançam nem se fixam a nenhum outro osso ou cartilagem ESPAÇOS INTERCOSTAIS Separam as costelas e suas cartilagens costais umas das outras. São denominados de acordo com a costela que forma a margem superior do espaço. EX: o 4º espaço intercostal situa-se entre as costelas IV e V. Existem 11 espaços intercostais e 11 nervos intercostais. Esses espaços são ocupados por músculos e membranas intercostais e dois conjuntos (principal e colateral) de vasos sanguíneos e nervos intercostais. O espaço abaixo da costela XII não se situa entre as costelas e, assim, é denominado espaço subcostal. 4 Gabriela Petkevicius - MEDICINA VERTEBRAS TORÁCICAS Típicas em sua maioria, possuem: Corpos Arcos vertebrais Sete processos ⇨ para conexões musculares e articulares. Características: Fóveas costais bilaterais (hemifóveas) nos corpos vertebrais ⇨ em pares (uma inferior e outra superior), para articulação com as cabeças das costelas Fóveas costais dos processos transversos: para articulação com os tubérculos das costelas, exceto nas 2 ou 3 vertebras torácicas inferiores Processos espinhosos longos com inclinação inferior. OBS: as vértebras torácicas atípicas têm fóveas costais inteiras em lugar das hemifóveas: T-I não possui hemifóvea porque não há hemifóveas na vértebra C-VII acima T-X tem apenas um par bilateral de fóveas costais (inteiras), localizadas no corpo e no pedículo T-XI e T-XII também têm apenas um par de fóveas costais (inteiras), localizadas em seus pedículos. ESTERNO Osso plano e alongado que forma a região intermediaria da parte anterior da caixa torácica 5 Gabriela Petkevicius - MEDICINA Sobrepõe-se diretamente as vísceras do mediastino em geral e as protege, principalmente o coração Possui três partes: Manúbrio Corpo Processo xifoide Essas três partes são unidas por articulações cartilagíneas (sincondroses) que se ossificam em torno da meia-idade Manúbrio É um osso em formato trapezoide. Estruturas: Incisura jugular Incisuras claviculares – recebem as clavículas, formando as articulações esternoclaviculares (EC) Incisura costal I – cartilagem costal da costela I ao manúbrio (sincondrose da primeira costela) Sínfise manubrioesternal – junção entre o manúbrio e o corpo do esterno, formando o ângulo do esterno (de Louis) Corpo do esterno Mais longo, mais estreito e mais fino do que o manúbrio. Está localizado no nível das vértebras T-V e T- IX Estruturas: Incisuras costais – II a VII Incisura costal II Incisura costal VII Cristas transversais: linhas de fusão (sinostose) dos quatro segmentos originalmente separados Processo xifoide A menor e mais variável parte do esterno, é fino e alongado. Sua extremidade inferior situa-se no nível da vertebra T-X É cartilagíneo em pessoas jovens É um importante ponto de referência no plano mediano porque: Sua junção com o corpo do esterno na sínfise xifosternal indica o limite inferior da parte central da cavidade torácica Limite superior do fígado Centro tendíneo do diafragma Margem inferior do coração 6 Gabriela Petkevicius - MEDICINA ESQUELETO DA PAREDE TORÁCICA Existem aberturas nas partes superior e inferior Abertura superior – muito menor, permite a comunicação com o pescoço e os MMSS. Abertura inferior – maior, forma o anel de origem do diafragma. ABERTURA SUPERIOR Tem como limites: Posterior a vertebra T-I Lateral, o 1º par de costelas e suas cartilagens costais Anterior, a margem superior do manúbrio do esterno Passam entre essa cavidade e o pescoço: Traqueia Esôfago Nervos e vasos ABERTURA INFERIOR Tem limites: Posterior a vertebra torácica XII Posterolateral, o 11º e o 12º pares de costelas Anterolaterais, as cartilagens costais unidas das costelas VII a X, formando as margens costais Anterior, a articulação xifosternal O diafragma separa quase por completo as cavidades torácica e abdominal. ARTICULAÇÕES DA PAREDE TORÁCICA Embora os movimentos das articulações da parede torácica sejam frequentes, a amplitude de cada uma, isolada, é relativamente pequena. Durante a respiração profunda, há ampla excursão da caixa torácica (anterior, superior ou lateral) 7 Gabriela Petkevicius - MEDICINA ARTICULAÇÕES COSTOVERTEBRAIS A costela típica forma duas articulações posteriores com a coluna vertebral, as articulações das cabeças das costelas e as articulações costotransversárias Articulações das cabeças das costelas: A cabeça da costela articula-se com a fóvea costal superior da vertebra correspondente. A membrana fibrosa da capsula articular é mais forte na parte anterior, onde forma um ligamento radiado da cabeça da costela. A união das cabeças das costelas aos corpos vertebrais é tão firme que permite apenas leves movimentos de deslizamento Articulações costotransversárias: Abundantes ligamentos laterais as partes posteriores (arcos vertebrais) das vertebras reforçam e limitam os movimentos dessas articulações Ligamento costotransversário: segue do colo da costela até o processo transverso Ligamento costotransversário lateral: segue do tubérculo da costela até a extremidade do processo transverso Ligamento costotransversário superior: une a crista do colo da costela ao processo transverso superior a ela. ARTICULAÇÕES ESTERNOCOSTAIS O 1º par de cartilagens costais articula-se com o manúbrio do esterno por meio de uma camada fina e densa de fibrocartilagem muito aderente, a sincondrose da primeira costela Os 2º ao 7º pares de cartilagens costais articulam-se com o esterno nas articulações sinoviais, que permitem o movimento durante a respiração Ligamento esternocostais radiados: desde as cartilagens costais até as faces anterior e posterior do esterno. Formando um revestimento para esse osso MÚSCULOS DA PAREDE TORÁCICA Músculos toracoapendiculares: estendem-se da caixa torácica (esqueleto axial) até os ossos dos MMSS (esqueleto apendicular) Anteriores: m. peitoral maior, peitoral menor, subclávio, serrátil anterior ⇨ atuam como músculos acessórios da respiração, ajudando a elevar as costelas para expandir a cavidade torácica quando a inspiração é profunda e forçada. Posteriores superficiais ⇨ m. trapézio e latíssimo do dorso Posteriores profundos ⇨ m. levantador da escápula e rombóides Músculos da parede torácica: Próprios: Mm. Serrátil posterior 8 Gabriela Petkevicius - MEDICINA Mm. Levantadores das costelas Mm. Intercostais Mm. Subcostais Mm. Transverso do tórax MÚSCULO SERRÁTIL POSTERIOR Dividido em: superior e inferior É descrito tradicionalmente como músculo inspiratório, mas foi visto que sua função é proprioceptiva, ou seja, estabiliza a região torácica para o movimento da caixa torácica. Músculo serrátil posterior superior: Fixação superior: Ligamento nucal Processos espinhosos de C-VII a T-III Fixação inferior Margens superiores das costelas C-II a C-IV Inervação: 2º a 5º nervos intercostais Principal ação: Propriocepção – elevação das costelas Músculo serrátil posterior inferior: Fixação superior: Processos espinhosos de T-XI a L-II Fixação inferior: Margens inferiores das costelas C-VIII a C-XII Próximo aos ângulos Inervação: Nervos espinhais torácicos T-9 a T-12 Ramos anteriores Principal ação Propriocepção – abaixa as costelas MÚSCULOS LEVANTADORES DAS COSTELAS São 12 músculos em forma de leque Elavam as costelas Função na inspiração normal incerta. Fixação superior: Processos transversos de T-VII a T-XI Fixação inferior: Costelas subjacentes Entre o tubérculo e o ângulo Inervação: Nervos C-8 a T-11 Ramos primários posteriores Principal ação: Eleva as costelas MÚSCULOS INTERCOSTAIS Ocupam os espaços intercostais Divididos em: Mm. Intercostais externo Mm. Intercostais internos Mm. Intercostais íntimos Mm. Intercostais externos (11pares): ocupam os espaços intercostais desde os tubérculos das costelas posteriormente até as junções costocondrais anteriormente. Seguem inferoanteriormente da costela acima até a costela abaixo. São mais ativos durante a inspiração. Fixação superior: Margem inferior da costela acima Fixação inferior: 9 Gabriela Petkevicius - MEDICINA Margem superior da costela abaixo Inervação: Nervo intercostal Principal ação: Eleva as costelas durante a inspiração forçada. Mm. Intercostais internos (11 pares): seguem profundamente e perpendiculares aos intercostais externos. Seguem inferoposterior desde os assoalhos dos sulcos costais até as margens superiores das costelas inferior a eles. Fixam-se aos corpos das costelas e as suas cartilagens costais, desde o esterno anteriormente até os ângulos das costelas posteriormente. Mais ativos durante a expiração Fixação superior: Margem inferior da costela acima Fixação inferior: Margem superior da costela abaixo Inervação: Nervo intercostal Principal ação: Parte interóssea: abaixa as costelas Parte intercostal: eleva as costelas Durante a respiração forçada Mm. Intercostais íntimos: partes mais profundas dos mm intercostais internos. São separados dos intercostais internos pelos nervos e vasos intercostais. Fixação superior: Margem inferior da costela acima Fixação inferior: Margem superior da costela abaixo Inervação: Nervo intercostal Principal ação: Parte interóssea: abaixa as costelas Parte intercostal: eleva as costelas Durante a respiração forçada MÚSCULOS SUBCOSTAIS Têm tamanho e formato variáveis; geralmente são bem desenvolvidos apenas na parede inferior do tórax. Unem-se aos intercostais internos. Fixação superior: Face interna das costelas inferiores Próximo ao ângulo Fixação inferior: Margem superior da costela II ou III Inervação: Nervo intercostal Principal ação: Semelhante aos mm intercostais internos MÚSCULOS TRANSVERSO DO TORÁX Tem quatro ou cinco alças que se irradiam em sentido superolateral a partir da face posterior da parte inferior do esterno. Esses músculos parecem ter uma função expiratória fraca. Fixação superior: 10 Gabriela Petkevicius - MEDICINA Face posterior da parte inferior do esterno Fixação inferior: Face interna das 2ª a 6ª cartilagens costais Inervação: Nervo intercostal Principal ação: Abaixa pouco as costelas Propriocepção O ar entra nos nossos pulmões por diferença de pressão ⇨ a caixa torácica terá uma pressão aumentada ⇨ dentro da cavidade tem um musculo chamado diafragma ⇨ dividindo a parte torácica da abdominal ⇨ quando o mesmo se contrai leva os nossos pulmões para baixo e comprime as vísceras abdominais, pois ele diminui a pressão intratorácica para que o pulmão se encha de ar (inspiração). Quando esse diafragma relaxa ele sobe, consequentemente aumentando a pressão intratorácica expulsando o ar (expiração). Concluindo: o é o principal músculo responsável pela nossa respiração Na inspiração: contração dos músculos intercostais – CII a CVI elevação das extremidades anteriores; esterno – movimentação anteroposterior; movimento em alavanca de bomba. Elevação da parte média (laterais) das costelas (inferiores) – aumento da dimensão transversal; movimento em ação de balde. Nainspiração forçada: ativação de músculos acessórios: m. esternocleidomastóide – elevação do esterno. Mm. Escalenos – elevam e fixam as costelas superiores; mm. Escalenos anterior e médio – C-I; m. escaleno posterior – C-II Na expiração: quiescente: Relaxamento muscular – diafragma, intercostais, etc. redução do volume intratorácico – aumento da pressão intratorácica – retração elástica dos pulmões. Redução da pressão intra-abdominal – descompressão das vísceras. Ativa: mm. Intercostais internos – parte interossea: abaixam as costelas. Mm. Abdominais - abaixam as costelas inferiores, compressão do conteúdo abdominal – deslocamento do diafragma. FÁSCIA DA PAREDE TORÁCICA 11 Gabriela Petkevicius - MEDICINA Fáscia peitoral: grande fáscia muscular sobreposta a parede anterior do tórax. Associada com os músculos peitorais maiores. Constitui uma porção importante do leito da mama. Fáscia endotorácica: reveste internamente a cavidade torácica. Fixa a pleura parietal costal a parede torácica. NERVOS DA PAREDE TORÁCICA 12 pares de nervos emergem da medula através dos forames intervertebrais. Nervos espinais torácicos mistos: dividem-se em ramos primários anterior e posterior. Anteriores: Nervos intercostais – ramos anteriores de T-1 a T-11 Nervo subcostal – ramo anterior do T- 12 Posteriores: Seguem em sentido posterior Suprem: articulações, músculos profundos e a pele do dorso na região torácica. Nervos intercostais típicos: 3º-6º nervos intercostais Possuem ramos: Comunicante – unem cada nervo intercostal ao tronco simpático ipsilateral. Colateral – originam perto dos ângulos das costelas, seguem pela margem superior, ajudando a suprir mm. Intercostais e a pleura parietal Cutâneo lateral – perfuram os mm. Intercostais internos e externos. Possuem ramos anteriores e posteriores e esses ramos terminais inervam a pele da parede lateral do tórax e abdome. Cutâneo anterior – perfuram estruturas do espaço intercostal na linha paraesternal. Dividem-se em ramos mediais e laterais. Seus ramos terminais inervam a pele na face anterior do tórax e abdome Ramos musculares – suprem os mm. Intercostal, sbcostal, transverso do tórax, levantadores das costelas e serrátil posterior. Nervos intercostais atípicos: ramo anterior do nervo T-1 divide-se em: Grande parte superior – plexo braquial e pequena parte inferior – 1º nervo intercostal. 1º e 2º nervos intercostais seguem a face interna das costelas I e II e não a margem inferior dos sulcos 1º nervo intercostal não tem ramo cutâneo anterior 2º (as vezes o 3º) nervo intercostal origina um grande ramo cutâneo lateral – o nervo intercostobraquial Supre o assoalho da axila Comunica-se com o nervo cutâneo medial do braço 7º ao 11º nervos intercostais cruzam a margem costal posteriormente para suprir pele e músculos abdominais Nervos toracoabdominais 1. MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014 2. Anotações da aula do professor José Carlos, ministrada dia 29/09/2020 das 8h as 10h.
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