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3 TEORIA DO CRIME FATO TÍPICO NEXO RESULTADO

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DIREITO PENAL 
 
TEORIA DO CRIME 
 
 
 
 
2 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3 
1.1 CONCEITO ................................................................................................................................... 3 
1.1.1 Critério material ou substancial: ..................................................................................................... 3 
1.1.2 Critério legal: ................................................................................................................................... 4 
1.1.3 Critério formal ou analítico ............................................................................................................. 5 
2 FATO TÍPICO ............................................................................................................................ 6 
2.1 NATUREZA JURÍDICA/CONCEITO .................................................................................................. 6 
2.2 REQUISITOS OU ELEMENTOS ........................................................................................................ 6 
2.3 CONDUTA ........................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
2.3.1 Sistema clássico ............................................................................................................................... 7 
2.3.2 Sistema Neoclássico/neokantismo penal: ...................................................................................... 8 
2.3.3 Sistema Finalista:............................................................................................................................. 9 
2.4 CONDUTA ................................................................................................................................... 10 
2.4.1 Formas de conduta: ...................................................................................................................... 11 
2.4.2 Características da conduta ............................................................................................................ 13 
2.4.3 Exclusão da conduta ...................................................................................................................... 14 
2.5 RESULTADO ................................................................................................................................ 14 
2.5.1 Conceito ........................................................................................................................................ 14 
2.5.2 Terminologia ................................................................................................................................. 15 
2.5.3 Espécies de resultado .................................................................................................................... 15 
2.6 NEXO DE CAUSALIDADE ou RELAÇÃO DE CAUSALIDADE ............................................................... 15 
2.6.1 Conceito ........................................................................................................................................ 15 
2.6.2 Âmbito de aplicação ...................................................................................................................... 15 
2.6.3 Teorias ........................................................................................................................................... 16 
2.6.4 Aplicação das teorias..................................................................................................................... 18 
2.6.5 Concausa ....................................................................................................................................... 19 
2.7 TIPICIDADE ................................................................................................................................. 21 
2.7.1 Evolução histórica e teorias .......................................................................................................... 22 
2.7.2 Adequação típica ........................................................................................................................... 23 
3 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO .......................................................................... 24 
4 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ...................................................................................................... 24 
 
 
3 
 
ATUALIZADO EM 30/06/20181 
TEORIA DO CRIME 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 CONCEITO 
O conceito de crime varia de acordo com o critério adotado para defini-lo. Não existe um único 
conceito de crime. Critérios: 
1.1.1 Critério material ou substancial: 
Crime é a ação ou omissão humana, isto é, a conduta humana, e também da pessoa jurídica nos crimes 
ambientais, que lesa ou expõe a perigo de lesão a bens jurídicos penalmente protegidos. Esse conceito 
material funciona como um reforço/complemento ao princípio da reserva legal, pois não é porque o legislador 
tem a lei que ele pode incriminar qualquer conduta. A conduta deve ser apta a lesar ou colocar em perigo bem 
jurídico. Esse critério, portanto, desempenha um papel seletivo no direito penal. Princípios da ofensividade, 
intervenção mínima. O STF na sua maioria admite a responsabilidade penal da pessoa jurídica, quando (1) 
houver previsão na CF e (2) regulamentação por lei ordinária. 
 
Hoje a única hipótese é no caso de crimes ambientais – regulamentação na Lei 9605/98 em seu art. 3º: 
 
Art. 225. §3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos 
causados. 
 
*Sistema paralelo da imputação ou sistema da dupla imputação: de acordo com essa teoria, apenas 
é possível punir criminalmente a pessoa jurídica caso seja, necessariamente, punida a pessoa física, ou que 
apenas seja punida a pessoa física, sozinha. A responsabilidade penal da pessoa jurídica não excluiria a 
responsabilidade penal da pessoa física que concorreu para o ato. Essa era a teoria adotada pelo STJ, que 
 
 
1
 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de 
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, 
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do 
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas 
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos 
eventos anteriormente citados. 
4 
 
afirmava ser descabido falar em bis in idem na aplicação de tal sistema, uma vez que a punição não é dirigida à 
mesma pessoa, mas, ao contrário, são punidas duas pessoas, a física e a jurídica distintamente. 
 
O STF, no entanto, disse que é possível responsabilizar a pessoa jurídica sem responsabilizar a pessoa 
física. Muitas vezes não se sabe identificar de quem foi a ordem ilegal. 
 
*#OBS.: INF STJ 566: Responsabilidade penal da pessoa jurídica. É possível a responsabilização penal da pessoa 
jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que 
agia em seu nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação"! 
1.1.2 Critério legal: 
Crime é o que a lei classifica como tal. É o conceito fornecido pela própria lei. O conceito legal de crime 
está no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal. 
 
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, querisoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a 
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou 
cumulativamente. 
 
Fala da existência de um gênero (infração penal), que se divide em duas espécies, crime e contravenção 
penal. A diferença entre crime e contravenção é fornecida pela lei e leva em conta a pena cominada. Crime 
seria a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção, cumulativa ou alternativamente com 
pena de multa. A contravenção, por sua vez, também conhecida por crime anão, crime vagabundo ou crime 
liliputiano (As Aventuras de Gulliver. A primeira ilha em que o personagem chega, chamada de Lilliput, tinha 
pessoas de até 15 cm), é espécie de infração penal a que a lei comina a prisão simples e/ou multa. Pouco 
importa o nome dado pelo legislador. Se o legislador coloca na lei de contravenções um tipo a que atribui pena 
de reclusão, será crime. Não há diferença ontológica/de essência entre crime e contravenção penal. A 
diferença é meramente qualitativa (espécie de pena) e quantitativa (quantidade da pena. Os crimes têm uma 
quantidade de pena maior). 
 
E delito? Delito é sinônimo de crime. O direito penal brasileiro adota um sistema chamado dicotômico 
ou dualista, pois divide o gênero infração penal em duas espécies. Existem países que adotam o sistema 
tricotômico - crimes seriam as infrações mais graves, delitos as intermediárias e contravenções as mais suaves, 
como a França e a Itália. Exceções: excepcionalmente a CF e o CP utilizam a palavra delito como sinônimo de 
infração penal (gênero), apenas para manter uma tradição terminológica (flagrante delito). Exemplo: 
5 
 
Art. 5º, XI a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do 
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por 
determinação judicial. 
 
Fala em flagrante delito. Não seria apenas no caso de crime, mas obviamente abarca também as 
contravenções. 
 
Art. 301, CPP. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer 
que seja encontrado em flagrante delito. 
 
#OBS.: Art. 28 da Lei de Drogas – não tem reclusão, nem detenção, nem prisão simples, nem multa. Houve o 
entendimento de que esse tipo não seria nem crime nem contravenção, e sim uma infração penal sui generis. 
Para o STF (pacífico), esse art. 28 é crime. Não houve descriminalização da conduta pela nova lei de drogas, 
ocorrendo apenas a despenalização no tocante à pena privativa de liberdade. Quem pratica esse crime não 
pode, em hipótese alguma, ser privado de liberdade em nenhuma das formas de prisão. O art. 28 não criou um 
novo conceito, mas sim um conceito específico, aplicável exclusivamente à conduta descrita em seu artigo. 
Para todos os crimes da lei aplica-se o conceito geral. 
 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às 
seguintes penas: 
I - Advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - Prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
A Justiça Federal não julga contravenções penais, pois a CF expressamente as excluiu. 
 
Art. 109, IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a 
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral. 
 
#OBS.: Exceção: contravenção penal cometida por quem tem foro constitucional na JF – competência da JF. 
1.1.3 Critério formal ou analítico 
Leva em conta os elementos estruturais do crime. A estrutura do crime 
6 
 
 Teoria quadripartida: fato típico, ilicitude, culpabilidade e punibilidade. Basileu Garcia, Giulio Battaglini. 
A grande crítica é feita à punibilidade, que não seria elemento do crime e sim consequência do crime. 
 
 Teoria tripartida: divide o criem em fato típico, ilícito e culpável. Essa teoria tem viés clássico e finalista. 
Nelson Hungria, Magalhães Noronha, José Frederico Marques (clássicos), Hans Welzel (finalista). 
 
 Teoria Bipartida: fato típico e ilicitude. A culpabilidade seria pressuposto para aplicação da pena. Quem 
é bipartido obrigatoriamente é finalista. Esse finalismo bipartido é criação brasileira (criador: René Ariel 
Dotti – O incesto. Foi de forma despretensiosa). Em SP a bipartida é dominante. O STF já adotou as duas. 
Sugestão: Não adotar nenhuma posição. Saber explicar as duas. Já Roxin adota uma teoria bipartida 
diferente = injusto penal (fato típico + ilicitude) + responsabilidade penal (entra no lugar da 
culpabilidade. É a o grau de reprovabilidade + necessidade de pena). 
 
Vamos ver os elementos do crime de acordo com o critério analítico: 
 
2 FATO TÍPICO 
 
2.1 NATUREZA JURÍDICA/CONCEITO 
A natureza jurídica é de elemento estrutural do crime. É a conduta humana, e também da pessoa 
jurídica nos crimes ambientais, que encontra correspondência em uma norma penal incriminadora. 
2.2 REQUISITOS OU ELEMENTOS 
a) Conduta 
b) Resultado. O resultado que funciona como elemento do fato típico é o chamado resultado 
naturalístico. 
c) Nexo causal/relação de causalidade 
d) Tipicidade 
 
Esses quatro elementos só estarão todos presentes simultaneamente nos crimes materiais ou causais 
consumados. O STF os chama de crimes de resultado. São aqueles em que o tipo penal contém conduta e 
resultado naturalístico, e exige a produção deste último para a consumação (ex.: homicídio que se consuma 
com a morte encefálica. Art. 3º da Lei 9434/97. 
 
7 
 
Não falar em aborto do anencéfalo, pois esse termo pressupõe vida. Falar em antecipação do parto). Em 
todos os demais crimes, isto é, formais, de mera conduta e tentados, o fato típico só tem dois elementos –
conduta e tipicidade. E o que são crimes formais, de consumação antecipada ou de resultado cortado? O tipo 
penal contém conduta e resultado naturalístico, mas dispensa esse último para fins de consumação. Se o 
resultado ocorrer haverá o exaurimento, que Zaffaroni chama de consumação material – crime exaurido – 
exemplo: extorsão mediante sequestro. O resultado é o pagamento do resgate, que está no tipo, mas o crime 
é consumado no momento da privação da liberdade. 
 
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição 
ou preço do resgate. 
 
Já o crime de mera conduta ou de simples atividade, o tipo penal se limita a prever uma conduta, não 
havendo resultado naturalístico – exemplo: ato obsceno. 
 
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. 
 
Qual o ponto em comum entre um crime formal e de mera conduta? Ambos se consumam com a 
prática da conduta, por essa razão o STF os chama de crimes sem resultado. Qual a diferença? Nos crimes 
formais o resultado naturalístico, embora desnecessário para a consumação, pode ocorrer. Nos crimes de 
mera conduta o resultado naturalístico jamais ocorrerá, pois ele não existe; o tipo não o prevê. 
2.3 SISTEMAS PENAIS 
#SELIGANATABELA: 
Teoria da conduta Sistema penal Teoria da culpabilidade DOLO 
Causalista; mecanicista; 
naturalística; causal 
Clássico Psicológica – dolo ou culpa 
Dolo 
normativo 
Causalista; mecanicista; 
naturalística; causal 
Neoclássico 
Psicológico – normativa – 
exigibilidade de conduta diversa 
Dolo 
normativo 
Finalista Finalista. Finalismo penal 
Normativa pura – potencial 
consciência da ilicitude 
Dolo natural 
 
2.3.1 Sistema clássico 
 Conceito de conduta seguindo uma teoria causalista, ou seja, conduta é o movimento corporal 
voluntário que produz um resultado no mundo exterior.E a culpabilidade seguindo a teoria psicológica. Dolo 
8 
 
normativo é aquele que tem a consciência atual ou real da ilicitude. O nome da teoria é psicológico, pois a 
culpabilidade nada mais era que o vínculo psicológico estabelecido pelo dolo ou pela culpa entre o agente 
imputável e o fato típico e ilícito por ele praticado. Ex. atropelamento da criança. Praticou conduta 
penalmente relevante? Sim. Há relação de causalidade e tipicidade. O fato, portanto, é típico. Não há 
nenhuma excludente de ilicitude. O fato é típico e ilícito. Culpabilidade? Imputável. E o dolo? Não. E culpa? 
Não. 
 
Dessa forma, o fato é típico e ilícito, mas não é culpável, pois ausente a culpa. Quem é clássico, 
obrigatoriamente, é tripartido, pois dolo e culpa estão na culpabilidade, ou seja, tem que haver culpabilidade, 
para não haver a responsabilidade penal objetiva. Se fosse clássico e bipartido consagraria a responsabilidade 
penal objetiva. Aqui o dolo abarca a ideia também de consciência da ilicitude do fato, chamado de dolo 
normativo. 
#SELIGANATABELA: 
Fato típico Ilicitude Culpabilidade 
Conduta 
Relação de contrariedade entre o 
fato e o Direito 
Imputabilidade 
Resultado naturalístico 
Dolo NORMATIVO ou culpa –
consciência atual da ilicitude. 
Relação de causalidade 
Tipicidade 
 
2.3.2 Sistema Neoclássico/neokantismo penal: 
Surgiu na Alemanha em 1907 quando o alemão Reinhart Frank desenvolve a Teoria da normalidade das 
circunstâncias concomitantes, que coloca na culpabilidade um terceiro elemento, exigibilidade de conduta 
diversa. Exemplo: ao invés de roubar ele poderia trabalhar. 
 
Aqui temos a Teoria psicológico-normativa da culpabilidade – a culpabilidade deixa de ser meramente 
psicológica e passa a ter elemento normativo (exigibilidade de conduta diversa). Só é culpado quem praticou o 
fato quando lhe era exigida conduta diversa. Também se adota a teoria causalista da conduta. O dolo ainda é 
normativo, pois abarcava a consciência da ilicitude. 
 
 
 
 
9 
 
#SELIGANATABELA: 
Fato típico Ilicitude Culpabilidade 
Conduta 
Relação de contrariedade entre o 
fato e o Direito 
Imputabilidade 
Resultado naturalístico Dolo normativo ou culpa 
Relação de causalidade Exigibilidade de conduta diversa 
Tipicidade 
 
2.3.3 Sistema Finalista: 
O finalismo surge na Alemanha em 1930, sendo inaugurado por Hans Wetzel, no livro “o novo sistema 
jurídico penal”. Ele transfere o dolo e culpa que estavam na culpabilidade e leva para a conduta. Afora isso, a 
consciência da ilicitude ficou na culpabilidade e deixou de ser atual para se transformar em potencial. Na 
conduta teremos a teoria finalista. Para o finalismo, conduta é a ação ou omissão humana, consciente e 
voluntária, dirigida a um fim. O fato típico continua com os mesmos elementos. Estruturalmente não muda 
nada. Na culpabilidade teremos a teoria normativa pura. No exemplo anterior, não há conduta penalmente 
relevante, pois, o agente não agiu com dolo ou culpa. O fato será atípico. 
 
Quem adota a teoria finalista pode ser bipartido ou tripartido porque no finalismo o dolo e a culpa estão 
na conduta e não na culpabilidade. Então, a culpabilidade pode ser tanto elemento do crime, como 
pressuposto de aplicação da pena. No finalismo, a culpabilidade é vazia, pois foi esvaziada em relação aos 
elementos psicológicos. 
 
#OBS.: a culpabilidade é considerada vazia, pois foi esvaziada em relação ao elemento psicológico. 
 
#OBS.: na teoria clássica o dolo era normativo, pois havia a consciência da ilicitude. No finalismo o dolo é 
natural, pois independe dessa consciência da ilicitude. 
 
DOLO NATURAL (era normativo) x TEORIA NORMATIVA PURA (era psicológica) 
 
#SELIGANATABELA: 
Fato típico Ilicitude Culpabilidade 
Conduta - dolo e culpa - 
NATURAL 
Relação de contrariedade entre o 
fato e o Direito 
Imputabilidade 
10 
 
Resultado naturalístico Potencial consciência da ilicitude 
Relação de causalidade Exigibilidade de conduta diversa 
Tipicidade 
2.4 CONDUTA 
Conceito Finalista: É a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dirigida a um fim. 
 
 Crimes praticados por ação são chamados de crimes comissivos. E crimes praticados por omissão são 
chamados de crimes omissivos. 
 Nos crimes comissivos o agente viola uma norma proibitiva. Nos crimes omissivos (próprios) o agente 
viola uma norma preceptiva. Norma penal preceptiva é aquela que impõe a realização de um 
comportamento (exemplo: art. 135, CP). Essa é a denominada Teoria das Normas, desenvolvida por um 
alemão Karl Binding. 
 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou 
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses 
casos, o socorro da autoridade pública: 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta a morte. 
 
 O finalismo deslocou o dolo e a culpa da culpabilidade para a conduta (consciente e voluntária). A 
conduta objetiva um fim que é a prática do crime ou contravenção penal. 
 
 Não há crime sem conduta. Todo crime pressupõe uma conduta dolosa ou culposa. O Direito Penal não 
tolera os crimes de mera suspeita, ao contrário do que acredita Vincenzo. Essa expressão foi criada pelo 
italiano Vicenzo Manzini e sustenta que no crime de mera suspeita o agente não é punido pela sua conduta, e 
sim pela mera suspeita despertada pelo seu estilo de vida. Um exemplo é o art. 25 da Lei de Contravenções 
Penais (DL nº 3.688/1941) – gazua é todo e qualquer instrumento com ou sem forma de chave utilizado para 
abrir uma fechadura, sem destruí-la. Muitos alegam que esse artigo é inconstitucional porque pune o ser 
humano, independente da prática de uma conduta penal. 
 
#APROFUNDANDO #OUTRASTEORIAS: Teoria Cibernética (tentou apenas mudar o nome da finalista para 
adequar melhor o termo aos crimes culposos), Social (Wessels – o comportamento humano teria que ter 
relevância social. O que seria essa relevância? Crítica) e Jurídico penal (Francisco de Assis Toledo - colocas os 
conceitos das teorias clássica, finalista e social em um só. Apenas uma junção). 
11 
 
*#DICACICLOS: Concepção finalista da conduta (ôntico-fenomenológica). 
Segundo a lição dos Professores Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo (Direito Penal Parte Geral, Ed. 
Jus Podivm, 2017), “o pensamento fenomenológico afirma que toda consciência é intencional. Não há 
consciência separada do, mundo, pois toda consciência visa o mundo. Tal pensamento fenomenológico, aliado 
a uma consideração ontológica (investigação teórica do ser), repercutiu no campo jurídico, tendo Hans Welzel 
desenvolvido a teoria finalista da ação”. Nesse liame, os Professores ensinam que, à luz de tal pensamento, é 
investigado a natureza da ação e formula-se um conceito de natureza pré-jurídica e pode ser valorado 
negativamente pelo legislador para fins penais. Com efeito, se toda consciência é intencional, a ação humana 
não pode ser fracionada em seu aspecto objetivos e subjetivo, ´pois a ação voluntária é finalista, ou seja, “traz 
consigo o querer-interno”. Conclui-se, portanto, que “processo causal é dirigido pela vontade finalista”. 
2.4.1 Formas de conduta: 
 Ação. Conduta é positiva. Crimes comissivos 
 Omissão. Conduta negativa. Crimes omissivos: 
 
a) Próprios ou puros – omissão é descrita no próprio tipo penal. ex. deixar de prestar assistência. São 
crimes comuns ou gerais, pois o sujeito ativo é comum; pode ser qualquer pessoa. Não admite tentativa, 
por serem unissubsistentes. Crime unissubsistente – a conduta é composta de um único ato, suficiente 
para a consumação, suficiente para a consumação. Não há como fracionar a execução, não cabendo 
tentativa. Ex. omissão de socorro. Ou deixo de prestar socorro e o crime está consumado ou presto 
socorro e não há crime. Em regra,são crimes e mera conduta. Exemplo: art. 168-A, CP, mas o STF diz 
que se trata de crime material, excepcionalmente. PRÓPRIO – OMISSÃO DE SOCORRO. O MAIS 
CONHECIDO. 
 
b) Impróprios, espúrios ou comissivos por omissão são aqueles em que o tipo penal descreve uma ação, 
mas a inércia do agente, que descumpre o seu dever de agir (art. 13, §2º, CP), leva à produção do 
resultado naturalístico. Quanto ao sujeito ativo, os crimes são próprios ou especiais (são aqueles em que 
o tipo penal reclama uma situação fática ou jurídica diferenciada no tocante ao sujeito ativo). Só podem 
ser praticados por quem tem o dever de agir para evitar o resultado. A lei fala naquele que devia e 
PODIA evitar o resultado, de forma que mesmo se tinha o dever, mas não houve a possibilidade não 
responde pelo crime. ex. de bombeiro que quebra as pernas indo salvar criança afogada. Esses crimes 
admitem tentativa por serem plurissubsistentes (é aquele em que a conduta é composta por dois ou 
mais atos, que se somam para a produção do resultado). Se é plurissubsistente é possível fracionar a 
execução. Os crimes omissivos impróprios são, em regra, crimes materiais. 
A relevância da omissão ou omissão penalmente relevante. Art. 13, §2º - prevê as hipóteses do dever de 
agir. Só se aplica aos crimes omissivos impróprios. E nos próprios? A omissão está descrita no próprio 
tipo penal. 
12 
 
 
*#OUSESABER #NOMENCLATURAÉQUESTÃODESOBREVIVÊNCIA: Você sabia que os crimes de "olvido" (ou 
do esquecimento) são os crimes omissivos impróprios culposos? Não? Anota aí! Os crimes omissivos podem 
ser próprios e impróprios (impuros ou comissivos por omissão). No PRÓPRIO existe a omissão de um dever de 
agir imposto normativamente a todos. São delitos de mera conduta. Ex: art. 135, CP: omissão de socorro. No 
IMPRÓPRIO ou COMISSIVOS POR OMISSÃO somente haverá crime se da referida abstenção decorrer um 
resultado concreto que poderia ter sido evitado por determinado grupo de pessoas, chamado de garantidores 
(art. 13, § 2º, CP). Nesses crimes o sujeito não tem o dever apenas de agir, mas de agir para evitar o resultado. 
Há, na verdade, um crime material (de resultado naturalístico). Assim, o crime de “olvido” ou de esquecimento 
se dará no caso em que a omissão do garantidor ocorrer por culpa. Ex: Salva-vidas que deixa de prestar 
atenção nos banhistas porque estava conversando no whatsapp, vindo um deles a morrer afogado. 
 
Relevância da omissão 
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O 
dever de agir incumbe a quem 
a) tenha por lei (em SENTIDO AMPLO) obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (ex.: PAIS, POLICIAIS). 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (GARANTE). 
 
#OBS.: independem de vínculo jurídico, como ocorre com o professor de natação. Ex. pode ser um amigo 
nadado experiente que convidou o outro para nadar. A responsabilidade subsiste enquanto estiver no local, 
independentemente do fim da obrigação. Ex. enfermeira socorrer idosos após a jornada de trabalho, ainda 
estando em sua residência. 
 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (INGERÊNCIA OU SITUAÇÃO 
PRECEDENTE). 
 
*#OLHAOGANCHO #IMPORTANTE: O representante legal de sociedade empresária contratante de empreitada 
não responde pelo delito de desabamento culposo (art. 256, parágrafo único, do CP) ocorrido na obra 
contratada, quando não demonstrado o nexo causal, tampouco pode ser responsabilizado, na qualidade de 
garante, se não havia o dever legal de agir, a assunção voluntária de custódia ou mesmo a ingerência indevida 
sobre a consecução da obra. STJ. 6ª Turma. RHC 80.142-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado 
em 28/3/2017 (Info 601). 
 
#OBS.: Outro caso de dever de agir – lei de crimes ambientais. 
 
13 
 
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a 
estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de 
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo 
da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la. 
 
#APRODUNDANDO - Teorias sobre a omissão: 
(1) Teoria naturalística – quem se omite efetivamente faz alguma coisa e produz resultado no mundo dos 
fatos. 
(2) Teoria normativa – adotada pelo Brasil. A omissão não é apenas um não fazer. É não fazer aquilo que a lei 
impõe que seja feito. Não se pode punir se a lei não exige um comportamento contrário. Há duas formas de 
exigir: no próprio tipo penal (omissão própria) ou violando-se o dever geral de agir presente no art. 13, §2º 
(omissão imprópria). 
 
#OBS.: Crimes de conduta mista: é o crime em que tem uma parte inicial praticada por ação e tem uma parte 
final praticada por omissão (exemplo: crime de apropriação de coisa achada, art. 169, parágrafo único, II, CP). 
Penalmente falando, uma coisa só se considera perdida quando está em local público ou de uso público. Se for 
local vigiado é caso de furto. 
 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: 
Apropriação de coisa achada 
II - Quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono 
ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias. 
 
2.4.2 Características da conduta 
 Apenas o ser humano pode praticar condutas penalmente relevantes, salvo pessoa jurídica nos crimes 
ambientais. 
 
 Apenas a conduta voluntária interessa ao direito penal. A vontade é elemento da conduta – 
FINALISMO-, pois o direito penal se fundamenta no princípio da evitabilidade (só interessa ao direito 
penal aqueles comportamentos que podem ser evitados pelo ser humano). 
 
 Apenas os atos projetados no mundo exterior ingressam no conceito de conduta. O Direito Penal não 
pode punir as ideias ou pensamentos do ser humano. Só os atos projetados e exteriorizados 
ingressam no conceito de conduta. Nelson Hungria falava do claustro psíquico. Enquanto a vontade 
14 
 
criminosa não se liberta do claustro psíquico que existe na mente do agente, o Direito Penal não pode 
agir. É por isso que a cogitação jamais é punível, até porque na cogitação não há sequer perigo ao 
bem jurídico. 
2.4.3 Exclusão da conduta 
 Caso fortuito (ação humana) e força maior (natureza) são acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis, 
que escapam ao controle da vontade. Sem vontade não há conduta. 
 
 Movimentos reflexos: são reações fisiológicas, decorrentes da provocação dos sentidos. Falta vontade. 
Os movimentos reflexos não se confundem com as ações em curto circuito, pois estas derivam de uma 
explosão emocional repentina. Nas ações em curto circuito, portanto, existe conduta e crime. Não se 
confunde também com os atos habituais que são aqueles realizados pela pessoa em razão de um vício 
qualquer. Os atos habituais são dominados pela vontade. Há diferença entre hábito e costume, pois o 
hábito - Dirigir postando no facebook - se faz por repetição e o costume é aquilo que se faz 
repetidamente porque se acredita na obrigatoriedade. Costume é aquilo que se faz repetidamente por 
se acreditar ser obrigatório. Costume é muito mais que o hábito. 
 
 Coação física irresistível ou vis absoluta– não há vontade. Exclui tipicidade. Ex. pessoa forte aperta o 
dedo do fraco contra o gatilho para matar uma pessoa. Coação moral irresistível (vis compulsiva) é 
uma situação de inexigibilidade de conduta adversa. Há vontade (o agente pode escolher se obedece 
ou não), porém, viciada. Exclui a culpabilidade. 
 
 Sonambulismo e hipnose: os atos são praticados em estado de inconsciência. 
 
*#OUSESABER: Qual a diferença entre autoria incerta e autoria desconhecida? Tais nomenclaturas,por 
serem parecidas, podem confundir o candidato na hora da prova. Mas, não esqueça a diferença: a autoria 
incerta (de interesse do Direito Penal) é aquela em mais de uma pessoa é indicada como autora do crime, mas 
não se apura com precisão qual foi a conduta que efetivamente produziu o resultado (conhecem-se os 
possíveis autores, mas não se conclui de quem foi o comportamento que deu causa ao resultado). Já a autoria 
desconhecida é um instituto ligado ao processo penal, que ocorre quando um crime foi cometido, mas não se 
sabe quem foi seu autor. 
2.5 RESULTADO 
2.5.1 Conceito 
É consequência. Desdobramento da conduta. 
15 
 
2.5.2 Terminologia 
Alguns doutrinadores utilizam a palavra “evento”. Existe uma crítica doutrinária – evento é muito 
genérico, abrangendo até os fatos da natureza. Resultado é um termo mais técnico. 
2.5.3 Espécies de resultado 
 Resultado jurídico ou normativo: mera violação da norma penal como ofensa ao bem jurídico 
protegido. 
 
 Resultado material ou naturalístico: é a modificação do mundo exterior, provocada pela conduta do 
agente. É algo que pode ser sentido e constatado no mundo real. 
 
Existe crime sem resultado? Depende de qual resultado estamos tratando. Todo e qualquer crime tem 
resultado jurídico (princípio da reserva legal, ofensividade, lesividade). Agora somente os crimes materiais 
consumados apresentam resultado material ou naturalístico. 
2.6 NEXO DE CAUSALIDADE ou RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 
O art. 13 do CP não utilizada a expressão nexo causal e sim relação de causalidade. 
#SELIGANAJUSRISPRUDÊNCIA #STJ – Inépcia da denúncia. Quando se imputa crime comissivo por omissão 
(art. 13, §2º, “b”, do CP), é necessário que se demonstre o nexo normativo entre a conduta omissiva e o 
resultado normativo, porque só se tem por constituída a relação de causalidade se, baseado em elementos 
empíricos, for possível concluir, com alto grau de probabilidade, que o resultado não ocorreria se ação devia 
fosse efetivamente realizada. Na hipótese em foco, a denúncia não descreveu com a clareza necessária qual 
foi a conduta omitida pela denunciada que teria impedido o resultado morte, com probabilidade próxima da 
certeza. Info 538 – maio/2014. 
 
2.6.1 Conceito 
É o vínculo entre a conduta e o resultado naturalístico. Relação de causalidade é o vínculo que se 
estabelece entre a conduta e o resultado naturalístico, pelo qual se conclui se aquela deu causa a este. 
2.6.2 Âmbito de aplicação 
A relação de causalidade só interessa aos crimes materiais consumados. 
16 
 
2.6.3 Teorias 
 Teoria da equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non. Os penalistas dizem que foi 
desenvolvida por um alemão chamado Glaser. Os responsáveis pela sistematização foram Von Bue e 
Stuart Mill. Para essa teoria causa é todo e qualquer acontecimento provocado pelo agente, sem o qual 
o resultado não teria ocorrido como e quando ocorreu. 
 
 Teoria da causalidade adequada. Do alemão Von Kries. Causa é todo e qualquer comportamento 
humano eficaz para produzir o resultado. Essa teoria é mais restrita que a primeira. Essa causa é 
entendida de acordo com um juízo estatístico – it quod plerumqueaccidit – aquilo que normalmente 
acontece. Deve ser identificado pelas máximas da experiência. Carro foi furtado. 5 min depois uma 
pessoa é encontrada dirigindo o carro. Ela responderá por furto ou receptação? Furto. Essa teoria é 
escolhida pelo CP no caso de concausa relativamente independente que por si só poderia causar o 
resultado. 
 
 Imputação objetiva2. Claus Roxin trouxe essa teoria em 70. A teoria adiciona ao nexo de causalidade a 
criação de um risco proibido ou o aumento de um já existente e a realização desse risco no resultado. A 
teoria finalista exige apenas o nexo de causalidade. Veio complementar. Dessa forma nexo de 
causalidade seria formado por três etapas: teoria da equivalência dos antecedentes, imputação objetiva 
e dolo ou culpa. Trabalha com a noção de risco proibido. Se o risco for permitido não há fato típico ex. 
lesão de boxe, pessoa que passa no sinal verde (princípio da confiança). Para existir o nexo é necessário 
que o agente tenha criado um risco proibido ou aumentado um já existente. Muita gente pensa que é 
prejudicial ao réu por vincular à responsabilidade objetiva. Ela deveria se chamar de não imputação 
objetiva. Dentre as três teorias é a mais favorável ao réu. É uma proposta doutrinária que já foi 
reconhecida em alguns julgados do STJ, mas não tem previsão legal no Brasil. Foi adotada pelo STJ 
simplesmente por ser mais favorável ao réu. Só se aplica aos crimes materiais, pois precisa haver 
resultado. Ex. sobrinho manda tio de avião para que ele caia e morra e o avião cai. A ação tem que gerar 
uma possibilidade real de dano. ex. a lesão de uma luta de boxe para a teoria finalista seria abarcada por 
uma excludente de ilicitude (exercício regular de um direito), enquanto que para a imputação objetiva o 
fato seria atípico, pois o risco não é proibido pelo direito, não havendo nexo de causalidade. Direito 
penal quântico. 
 
 
 
2
 Caiu na primeira fase dos últimos concursos da banca, inclusive do MPMG 2017. 
17 
 
*#OUSESABER: Caso um dependente químico de longa data morra após abusar de substância entorpecente 
vendida por um narcotraficante, este responderá por homicídio culposo, diante da previsibilidade do resultado 
morte essa hipótese? A teoria da imputação objetiva auxilia-nos na solução desse problema. Ela estabelece 
que o agente somente pode responder se criou ou incrementou risco proibido do resultado e se o risco se 
materializou no resultado jurídico, que deve estar incluído no alcance do tipo penal. Assim, o narcotraficante 
ao vender a droga praticou o crime de tráfico, mas não pode responder pelo delito de homicídio pois o 
resultado morte, em referido caso, não se encontra alcançado pelo tipo penal. De acordo com Junqueira e 
Vanzolini (Manual de Direito Penal, p. 237) Segundo exemplo: A entrega heroína a B para que este a consuma, 
sendo que a periculosidade ambos conhecem. B injeta a droga em si e morre em decorrência dela. 
Evidentemente A gerou para B um risco não permitido. Mas o resultado morte lhe é imputável? (Claus Roxin, 
Derecho penal, p. 389). [...] Do ponto de vista da teoria da imputação objetiva do resultado, o entendimento é 
de que “autocolocações em perigo queridas e realizadas de modo autorresponsável não estão abrangidas no 
tipo de um delito de lesões corporais ou homicídio, ainda que o risco a que a vítima conscientemente se expôs 
se realize.” (Luiz Greco, Um panorama da teoria da imputação objetiva, p. 64). 
 
#OBS.: STJ - exemplo de comissão de formatura que não foi responsabilizada por morte de formando que 
ingeriu muita bebida e se afogou na piscina. Entendeu o Tribunal que, pela teoria da imputação objetiva, a 
conduta seria ATÍPICA, já que pelo princípio da confiança a comissão esperava que todos se comportassem 
dentro dos padrões sociais. 
 
#SELIGANATABELA: 
Requisito Exclusão 
Existência do risco Risco juridicamente irrelevante; diminuição do risco 
Risco proibido 
Risco permitido (princípio da confiança); 
Comportamento exclusivo da vítima; 
Contribuições socialmente neutras; 
Adequação social; e 
Proibição do regresso. 
Risco realizado no resultado 
Lesão ou curso causal sem relação com o risco 
proibido; 
Danos tardios; 
Danos resultantes de choque; 
Ações perigosas de salvamento; e 
Comportamento indevido posterior de uma terceiro 
 
18 
 
#OUSESABER: A Teoria da Imputação Objetiva do Resultado nasceu para combater o regresso infinito gerado 
pela teoria da equivalência dos antecedentes causais adotada pelo caput do art. 13 do CP. Ela não substitui 
esta teoria, apenas a complementa introduzindo o nexo normativo, evitando, assim, o regresso ao infinito. 
Na Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais,para se imputar um fato a alguém, deve-se, 
primeiramente, saber se sua conduta é causa do resultado, ou seja, se há nexo físico entre a conduta do 
agente e o resultado (imputação objetiva do resultado), e, posteriormente, em se verificando este nexo físico, 
analisa-se os elementos subjetivos, quais sejam, dolo e culpa (imputação subjetiva do resultado). Caso estejam 
presentes o nexo físico e o dolo ou culpa, o agente deverá responder pelo fato. Não podemos nos esquecer de 
que para essa teoria, causa é ação ou omissão humana sem as quais o resultado não teria ocorrido, como e 
quando ocorreu, podendo-se regressar ao infinito. 
Em linha paralela, a Teoria da Imputação Objetiva do Resultado defende que a responsabilização do agente 
decorre também da ocorrência das imputações objetivas e subjetivas do resultado. Entretanto, para esta 
teoria, a imputação objetiva do resultado é composta, além do nexo físico (relação entre a conduta do agente 
e o resultado), pelo nexo normativo. Assim, após a verificação da imputação objetiva (nexo físico + nexo 
normativo) é que se passa a analisar a imputação subjetiva do resultado, ou seja, se há dolo ou culpa na 
conduta do agente. 
Por sua vez, o nexo normativo é composto: 
(i) da criação ou incremento de um risco não permitido (não tolerado pela sociedade) e; 
(i) da ocorrência deste risco no resultado (resultado na linha de desdobramento causal normal da conduta). 
Ao contrário do que o nome sugere, essa teoria busca a não imputação objetiva do resultado ao agente, 
mencionando que somente aquele que criou ou incrementou um risco proibido relevante é que deve 
responder pelo resultado, não se confundindo, assim, com a responsabilização objetiva do agente. 
 
#OBS.: Qual ou quais dessas teorias o Brasil adota? A teoria da equivalência dos antecedentes é a regra geral. 
Art. 13, caput. A Teoria da causalidade adequada é exceção prevista no art. 13, §1º. A Teoria da imputação 
objetiva é uma proposta doutrinária, que já foi utilizada em alguns julgados do STJ, por ser muito mais 
favorável ao réu. 
2.6.4 Aplicação das teorias 
Equivalência dos antecedentes. Regra geral do CP – art. 13, caput. Não existe diferença entre causa, 
ocasião e condição. Concorreu para o resultado é causa deste. Para identificar as causas, utiliza-se o sistema 
da eliminação hipotética de Thyrén. O filme é uma história – depois que o crime é praticado, nós voltamos 
imaginariamente no tempo e hipoteticamente vamos eliminar os acontecimentos. Se eliminamos o 
acontecimento e o crime continua ali é porque não era causa dele. Crítica – essa teoria permitiria o regresso 
ad infinitum. Rebate- a relação de causalidade não se esgota na causalidade física. Também se exige a 
19 
 
causalidade psíquica, isto é, o dolo ou a culpa em relação ao acontecimento. O rapaz que vende a arma sabe 
que ele comprou para matar a pessoa x. Se vende licitamente a arma sem saber o uso a ser feito dela não 
responde. 
 
Existe proibição de regresso quando um conjunto de atitudes consideradas inofensivas resulte numa 
conduta posterior ilícita, como por exemplo, a venda de uma arma de fogo a um homicida confesso. Aquele 
que vendeu a arma, mesmo tendo conhecimento da prática do crime a ser realizado, não pode ser co-autor ou 
partícipe do homicídio, certo que praticou uma conduta estereotipada e socialmente adequada e permitida. 
Se o vendedor tivesse negado a venda da arma, o crime não ocorreria, havendo, então, nexo de causalidade. 
Entretanto, não incumbe ao mesmo custodiar as ações de todos os compradores de armas vendidas 
legalmente. A punição neste caso afetaria o mero conhecimento do vendedor, e não se deve punir o saber. 
2.6.5 Concausa 
A palavra concausa pode ser entendida como concorrência de causa ou concorrência causal. Concausa é 
a convergência de uma causa externa à conduta do agente, que influi na produção do resultado naturalístico 
por ele desejado. 
 
Essas concausas se dividem em dependentes e independentes. 
 
a) Concausa dependente é aquela que depende da conduta do agente para produzir o resultado. Nas 
concausas dependentes, o agente responde pelo crime.se insere no curso normal do desenvolvimento 
causal. 
 
b) Concausa independente é aquela idônea a produzir, por si só, o resultado. Essas concausas se 
subdividem em absolutas e relativas. Foge da linha normal de desdobramento da conduta. 
 
b.1) a concausa independente absoluta é aquela que é capaz de produzir por si só o resultado e não 
se origina da conduta do agente. É também chamada de causalidade antecipadora. Elas podem ser: 
preexistentes, simultâneas ou supervenientes. 
 
i. Concausas preexistentes absolutamente independentes: são aquelas que ocorrem antes da 
conduta do agente. Exemplo: o sujeito atira no seu desafeto para matá-lo. A vítima morre, mas não em razão 
do tiro. Ela morre em razão do veneno que havia ingerido, anteriormente. 
20 
 
ii. Concausas simultâneas absolutamente independentes: são aquelas que ocorrem 
concomitantemente à conduta do agente. Exemplo: o sujeito atira para matar o desafeto. No mesmo instante 
que o projétil atinge o peito da vítima, ela é atingida por um raio, que ocasiona a sua morte. 
iii. Concausas supervenientes absolutamente independentes: são aquelas que ocorrem após a 
conduta do agente. Exemplo: um sujeito, que está em um barco maior, atira em seu desafeto, que está em um 
barco menor. Este morre. Todavia, sua morte não decorreu do tiro, mas de uma tempestade, que afundou o 
barquinho. 
 
#OBS: Nesses três casos, o agente responderá, tão somente, pela tentativa de homicídio, e não pelo homicídio 
consumado. Isto porque as concausas absolutamente independentes rompem o nexo causal, de modo que o 
agente não responde pelo resultado produzido, mas, somente, pelos atos praticados. As concausas 
absolutamente independentes têm esse tratamento devido à aplicação da teoria da equivalência dos 
antecedentes, consagrada no art. 13, caput, do CP. 
 
b.2) noutro pórtico, têm-se as concausas independentes relativas, que são aquelas que são capazes 
de produzir por si sós o resultado e têm origem na conduta do agente. Não existiriam sem a atuação 
criminosa. Elas podem ser: preexistentes, simultâneas ou supervenientes. 
 
i. Concausas preexistentes relativamente independentes: são aquelas que ocorrem antes da 
conduta do agente. Exemplo: sujeito dá um tipo para atingir a cabeça de outro. Contudo, o tiro atinge a perna, 
e, mesmo assim, o sujeito morre, já que era hemofílico. Importante ficar claro que, em homenagem à 
responsabilidade subjetiva, o agente já tinha conhecimento prévio da hemofilia. 
ii. Concausas simultâneas relativamente independentes: são aquelas que ocorrem 
concomitantemente à conduta do agente. Exemplo: o sujeito, em um dia de forte frio, atira em outro 
querendo mata-lo. A vítima, ferida no joelho, pelo disparo, morre, em razão do forte frio. 
 
#OBS: Nestes dois exemplos, o agente responderá pelo homicídio consumado. Isto porque, as concausas 
preexistentes e simultâneas relativamente independentes não rompem o nexo causal, de maneira que o 
agente responde pelo resultado produzido. Se retirar a ação do autor o crime não ocorreria. O acima afirmado 
o observado devido à aplicação da teoria da equivalência dos antecedentes, prevista no art. 13, caput, do CP. 
 
iii. Concausas supervenientes relativamente independentes: indiretamente, o Código Penal leva ao 
entendimento de que existem as que não produzem, por si sós, o resultado (art. 13, caput, do CP), e aquelas 
que produzem, por si sós, o resultado (art. 13, §1º, do CP). 
 
21 
 
Na primeira hipótese, é possível visualizar os exemplos do erro médico e da infecção hospitalar. 
Nesses casos, o agente responde pelo crime consumado, porque a eles é aplicada a teoria da equivalência dos 
antecedentes. As concausas supervenientes relativamente independentes que não produzem os resultados 
por si sós nãorompem com o nexo causal. 
 
Na segunda hipótese, os grandes exemplos são os da ambulância e do incêndio no hospital. Nesses 
casos, o agente responde pelo crime tentado, já que àqueles é aplicada a teoria da causalidade adequada 
(exceção). As concausas supervenientes relativamente independentes que produzem os resultados por si sós 
rompem o nexo causal. 
 
#ESQUEMA #PARANÃOESQUECER: Quadro para fixar as concausas relativamente independentes (Retirado do 
livro de Rogério Sanches): 
Espécie Exemplo Responsabilização 
Preexistente 
Vítima portadora de 
hemofilia/diabetes. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade e o agente responde 
pelo resultado causado. Aplica-se 
o art. 13, caput, do CP. 
Concomitante 
Vítima, apesar de não ter sido 
atingida, fica assustada e tem 
um colapso cardíaco. Ou vítima 
se atira na rua e é atropelada. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade e o agente responde 
pelo resultado causado. Aplica-se 
o art. 13, caput, do CP. 
Superveniente na modalidade “não 
por si só produz o resultado” 
Morte por infecção hospitalar, 
erro médico ou omissão de 
socorro. 
Não há rompimento do nexo de 
causalidade e o agente responde 
pelo resultado causado. Aplica-se 
o art. 13, caput, do CP. 
Superveniente na modalidade “por 
si só produz o resultado” 
Morte por conta de um 
incêndio no hospital ou por 
acidente de ambulância. 
Há rompimento do nexo de 
causalidade e o agente responde 
pelo seu dolo (apenas os atos 
praticados) e não pelo resultado. 
Aplica-se o art. 13, §1º, do CP. 
 
2.7 TIPICIDADE 
A tipicidade é elemento do fato típico e continua presente em todo e qualquer crime. A tipicidade 
penal é formada pela tipicidade formal + tipicidade material. A tipicidade formal é o juízo de subsunção, de 
22 
 
adequação entre o fato e a norma. O fato praticado na vida real se encaixa no modelo de crime previsto pela 
norma penal. A tipicidade formal não basta, é preciso a tipicidade material, expressada na lesão ou perigo de 
lesão ao bem jurídico penalmente protegido. O princípio da insignificância exclui a tipicidade material. 
2.7.1 Evolução histórica e teorias 
No Direito Romano surgiu a ideia de corpus delicti, o crime era tão somente os vestígios materiais do 
crime. Não se fazia distinção entre tipicidade, ilicitude ou culpabilidade. No ano de 1906, Ernest Beling traz o 
termo “tatbestand”, desenvolvendo a ideia de tipo penal. Na Itália surge a deia de “fattispecie”, no mesmo 
sentido. É a fase da independência do tipo. 
 
Em 1915, Max Ernst Mayer desenvolve a teoria indiciária, colocando a tipicidade como 
ratiocognoscendi, sendo vista, portanto, como indício da ilicitude. Todo fato típico, presumidamente, também 
é ilícito, operando-se uma presunção relativa de ilicitude. Qual é o efeito prático da teoria indiciária? Acarreta 
a inversão do ônus da prova no tocante as excludentes da ilicitude. Então, para a acusação, basta provar que o 
fato é típico. Essa teoria continua majoritária até hoje – Teoria dualista do ônus da prova – ver em Processo 
Penal. 
 
Em 1931, Edmundo Mezger desenvolve a teoria encarando a tipicidade não mais como indício da 
ilicitude, mas sim como essência da ilicitude. Essa é a chamada teoria da ratioessendi. É a ilicitude tipificada. O 
injusto penal é o fato típico + ilícito, tudo é analisado em uma única ocasião. 
 
Teoria dos elementos negativos do tipo criada por Hellmuthvon Weber cria o tipo total de injusto. As 
excludentes da ilicitude funcionam como elementos negativos do tipo penal. 
 
Teoria da tipicidade conglobante desenvolvida pelo argentino Eugenio Raul Zaffaroni. A tipicidade 
conglobante é a tipicidade legal (para nós, a tipicidade penal, só muda o nome) + antinormatividade. Para 
existir tipicidade não basta violar a norma, é preciso violar o ordenamento jurídico como um todo (exemplo: 
um oficial de justiça que vai cumprir um mandado de busca e apreensão – o autor considera que a situação 
corresponde ao fato típico do furto, mas o oficial não viola o ordenamento jurídico como um todo, não possui 
antinormatividade). O Zaffaroni antecipa a análise da ilicitude. Ele fala que não se pode tratar como fato típico 
conduta permitida pelo ordenamento. Na análise ela pode até ter tipicidade penal (furto), mas não tem 
tipicidade Conglobante (ordenamento autoriza), tornando o fato atípico. 
 
23 
 
Fernando Capez assim distingue: "O ilícito consiste na contrariedade entre o fato e a lei. A ilicitude não 
comporta escalonamentos, de modo que a lesão corporal culposa é tão ilícita quanto o latrocínio, pois ambas 
as infrações se confrontam com a norma jurídica. O ilícito, portanto, não tem grau. 
 
O injusto é a contrariedade do fato em relação ao sentimento social de justiça, ou seja, aquilo que o homem 
médio tem por certo, justo. (...) O injusto, ao contrário do ilícito, tem diferentes graus, dependendo da 
intensidade da repulsa provocada pela conduta" (Curso de Direito Penal, pág. 295) 
 
a) Teoria do tipo avalorado / tipo meramente descritivo– afirmar que o fato é típico não constitui emissão 
de juízo de valor acerca da ilicitude. POSIÇÃO MINORITÁRIA. 
 
b) Teoria indiciária do tipo / Ratiocognoscendi– o fato típico é presumivelmente ilícito. Essa presunção é 
relativa, podendo demonstrar uma excludente de ilicitude. POSIÇÃO ABSOLUTAMENTE MAJORITÁRIA. 
 
c) Teoria da ratioessendi– fato típico e ilícito seriam um elemento só. 
2.7.2 Adequação típica 
É a tipicidade formal colocada em prática. Essa adequação pode ser de duas espécies: imediata ou 
mediata. A adequação típica de subordinação imediata ocorre quando o fato se encaixa diretamente no tipo 
penal. Não há necessidade de utilização de nenhuma outra norma (exemplo: homicídio consumado). 
 
A adequação típica de subordinação mediata, também chamada de ampliada ou por extensão, ocorre 
quando o fato praticado pelo agente não se encaixa diretamente no tipo penal. Há necessidade de outra 
norma. São as normas de extensão ou complementares da tipicidade (exemplo: art. 14, II, CP; art. 29, caput, 
CP, relativamente à participação; art. 13, §2º, CP). 
 
Art. 14 - Diz-se o crime: EXTENSÃO TEMPORAL. 
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de 
sua culpabilidade. EXTENSÃO PESSOAL. 
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O 
dever de agir incumbe a quem; EXTENSÃO DA CONDUTA. 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade 
de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
24 
 
 
O art. 14, II, CP é uma norma de extensão temporal da tipicidade, permitindo a aplicação da lei penal a 
um momento anterior a consumação do crime. O art. 29, caput, é uma norma de extensão pessoal porque 
permite a aplicação da lei penal a pessoas diversas dos autores. O art. 13, §2º é uma norma de extensão da 
conduta (a conduta que só podia ser praticada por ação passa a ser praticada por omissão). 
 
3 DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO 
 
DIPLOMA DISPOSITIVO 
Código Penal Art. 13 
 
4 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 
 
- Anotações de aula 
- Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1 – Cleber Masson 
- Informativos STF e STJ (Dizer o Direito)

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