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Aula 6

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Mecânica dos Solos I
CLASSIFICAÇÃO 
GEOTÉCNICA DOS SOLOS
(Aula 6)
Profa. Muriel B. de Oliveira
6 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
6.1 FORMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
Como vimos, existem diversas formas de classificar os
solos, como pela sua origem, pela sua evolução, pela
presença ou não de matéria orgânica, pela estrutura,
pela cor, pelo preenchimento dos vazios.
Na engenharia de solos é de costume usarmos os
sistemas baseados no tipo e no comportamento das
partículas que constituem os solos. Nestes sistemas, os
índices empregados são geralmente a composição
granulométrica e os índices de Atterberg.
Vamos abordar aqui os sistemas de classificação
baseados nos índices, além dos dois principais sistemas
empregados universalmente, o Sistema Unificado de
Classificação de Casagrande (USC) e o Sistema de
Classificação do HRB (Highway Research Board).
6.2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BASEADOS 
NOS ÍNDICES
Classificação granulométrica dos solos 
Como vimos na aula 3, o ensaio de análise
granulométrica do solo está normalizado pela
ABNT/NBR 7181 (2016).
A distribuição granulométrica dos materiais
granulares, areias e pedregulhos, é obtida pelo
processo de peneiramento de uma amostra de solo,
enquanto que, para a fração fina do solo (siltes e
argilas) utilizamos o processo de sedimentação.
Para solos, que tem partículas tanto na fração grossa
quanto na fração fina devemos fazer a análise
granulométrica conjunta.
6.2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BASEADOS 
NOS ÍNDICES
Classificação granulométrica dos solos 
6.2 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO BASEADOS 
NOS ÍNDICES
Sistema Trilinear de classificação dos solos
Um diagrama trilinear (ou diagrama triangular de
Faret) é usado para a classificação de solos em
engenharia rodoviária e em pedologia, embora seu
uso seja mais adequado a agronomia.
Esse sistema permite classificar os solos segundo a
sua textura, considerando as porcentagens das
frações de areia, silte e argila, que são obtidas no
ensaio de peneiramento.
Sistema Trilinear de classificação dos solos
EXEMPLO
1) Utilizando os gráficos trilineares para classificação
texturais, classificar os seguintes solos (identificar
os gráficos Empregados):
• Solo A: 32% de argila, 60% de silte e 8% de areia;
• Solo B: 30% de argila, 20% de silte e 50% de areia.
6.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO HRB
A classificação HRB (Highway Research Board), é um
sistema de classificação de solos de aplicação
rodoviária baseado nos limites de Atterberg e na
granulometria.
Essa nova versão da classificação propôs a subdivisão
de alguns dos grupos da classificação original e
introduziu o conceito de Índice de Grupo (IG),
número inteiro que fornece subsídios para o
dimensionamento de pavimentos, calculados pela
seguinte fórmula:
IG=0,2.a +0,005.a.c+0,01.b.d (6.1)
Descrição Índice de Grupo (IG)
Onde:
a = % do material que passa na peneira de n° 200, menos
35; caso esta % for >75, adota-se a = 40; caso esta % seja
< 35, adota-se a = 0;
b = % do material que passa na peneira de n° 200,
menos 15; caso esta % for >55, adota-se b = 40; caso esta
% seja < 15, adota-se b = 0;
c= valor de limite de liquidez (LL) menos 40; caso o LL >
60%, adota-se c = 20; se o LL < 40%, adota-se c = 0;
d = valor de índice de plasticidade (IP) menos 10; caso o
IP > 30%, adota-se d = 20; se o IP< 10%, adota-se d = 0;
Descrição Índice de Grupo (IG)
O índice de grupo (IG) é indicado entre parênteses
completando a classificação HRB. Os seus valores extremos
representam solos ótimos (IG=0), e solos péssimos (IG=20)
quanto a capacidade de suporte, os quais devem ser evitados
(figura 6.3).
Descrição Índice de Grupo (IG)
A determinação do IG é baseada nos limites de Atterberg do
solo e na porcentagem do material fino que passa na peneira
de número 200. Seu valor pode ser obtido a partir dos
gráficos da figura 6.4, onde será igual a soma das ordenadas
obtidas nos dois gráficos (ou pela equação 6.1).
Descrição Índice de Grupo (IG)
6.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO HRB
São apresentados 7 grupos subdivididos em 11
subgrupos assim denominados:
• A-1: mistura bem graduada de fragmentos de pedra e
pedregulho, areia grossa, areia média, areia fina com
ou sem material fino, não plástico ou fracamente
plástico. É subdividido em A-1-a e A-1-b;
• A-2: solos granulares variados, com granulação
irregular e pouco material fino que não se enquadram
nas classes A-1 e A-3. É subdividido em A-2-4, A-2-5, A-
2-6, e A-2-7;
• A-3: areias finas de praia ou desertos, sem material
siltoso ou argiloso ou com pequena quantidade de silte
não plástico, e areia fina fluvial mal graduada com
pouca areia grossa e pedregulho;
Descrição dos Grupo e Subgrupos
6.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO HRB
• A-4: Solos siltosos não plásticos ou moderadamente
plásticos, com porcentagem passante na peneira 200 
35%;
• A-5: solos semelhantes ao A-4, com material
diatomáceo ou micáceo, podendo ser altamente
plástico (alto valor do limite de liquidez – LL ou WL);
• A-6: solos argilosos com porcentagem passante na
peneira 200  35%, podendo incluir misturas argilo-
arenosas com até 64% de areia e pedregulho, sujeitos a
grandes variações volumétricas; e,
• A-7: semelhantes ao solo A-6, porém mais elásticos,
com alto índice do limite do limite de liquidez (LL ou
WL) e com grandes variações volumétricas.
subdividido em A-7-5 e A-7-6.
Descrição dos Grupo e Subgrupos
6.3 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO HRB
Os grupos A-1, A-2 e A-3 tratam de materiais mais
grossos, que apresentam de até no máximo de 35% de
material retido na # 200 (0,075mm de abertura).
Limitados em 15%, 25% e 10% para os subgrupos A-
1-a, A-1-b e A-3 respectivamente. Para os grupos A-1 e
A-3 o índice de plasticidade (IP) é limitado em 6% o
que caracteriza materiais com predominância de não
plástico (pedra britada, pedregulho e areias). Já os
subgrupos A-2-4 e A-2-5 o IP é limitado em 10%, os
grupos A-2-6 e A-2-7 especifica um mínimo de 11% no
IP. Para os grupos A-4, A-5, A-6 e A-7, tem-se no
mínimo 35% de material passado na peneira acima e
considera-se também tanto o IP como o LL.
Descrição dos Grupo e Subgrupos
6.4 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO 
DE SOLOS (SUCS)
Elaborado para obras de aeroporto. Hoje é utilizado
principalmente em barragens de terra. Os solos são
classificados, neste sistema, em três grandes grupos:
a) Solos grossos: aqueles cujo diâmetro da maioria
absoluta dos grãos é maior que 0,074mm (mais que
50% em peso, dos seus grãos, são retidos na peneira n.
200); sendo pedregulhos, areias, solos pedregulhosos
ou arenosos com pouca quantidade de finos (silte e
argila).
b) Solos finos: aqueles cujo diâmetro <0,074mm;
compreendem aos siltes e argilas
c) Turfas: solos altamente orgânicos, compressíveis.
6.4 SUCS
São identificados pelo conjunto de duas letras. A
primeira letra indica o principal tipo de solo:
G: Pedregulho (do inglês Gravel);
S: Areia (do inglês Sand);
M: Silte (do sueco Mo);
C: Argila (do inglês Clay);
O: Solo orgânico (do inglês Organic).
A segunda letra indica as características complementares do 
solo:
W: Bem graduado (do inglês Well graded);
P: Mal graduado (do inglês Poorly);
H: Alta compressibilidade (do inglês High compressibility);
L: Baixa compressibilidade (do inglês Low compressibility);
Pt: Turfas (do inglês Organic).
Descrição dos Grupo e Classes de solos
6.4 SUCS
Exemplos:
CL – solo argiloso de baixa compressibilidade;
SM – solo argiloso com certa quantidade de siltes (finos
não plásticos);
SW – solo arenoso, bem graduado;
CH – solo argiloso, altamente compressível.
Descrição dos Grupo e Classes de solos
6.4 SUCS
O gráfico de Casagrande, também conhecido como
Carta de Casagrande, é utilizado pelo Sistema
Unificado como ilustra a Figura 6.6. Podemos
observar no gráfico a linha A e a linha B.
Linha A: Acima temos solos argilosos e abaixo
temos solos siltosos. (Ip = 0,73 e LL-20)
Linha B: À direita temos solos compressíveis e
muito plásticos. À esquerda: solos de baixa
compressibilidade e de baixa a média plasticidade.
(LL = 50%).
Gráfico de Plasticidadede Casagrande
6.4 SUCS
Gráfico de Plasticidade de Casagrande
✓ LIMITAÇÃO DOS SISTEMAS DE 
CLASSIFICAÇÃO CONVENCIONAIS
As classificações vistas aqui foram desenvolvidas
para solos de clima temperado, estando assim, os
solos de clima tropical sujeitos a uma mal
classificação, devido a incompatibilidades e
limitações dos sistemas. São exemplos desses
problemas:
• Elevada dispersão dos resultados de ensaios
referentes às propriedades e índices (limites de
consistência e granulometria);
✓ LIMITAÇÃO DOS SISTEMAS DE 
CLASSIFICAÇÃO CONVENCIONAIS
• Materiais finos com comportamento diferenciado,
mesmo apresentando limites de consistência
aproximados;
• Ocorrência de solos argilosos tanto acima quanto
abaixo da linha A do gráfico de plasticidade;
• Diferenças quantos às propriedades inferidas e o
comportamento geotécnico real do solo
(resistência, compressibilidade e propriedades
hidráulicas).
✓ SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO 
GEOTÉCNICA NÃO CONVENCIONAIS
Leia mais sobre Classificação MCT em: 
<http://coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/2_2015/TCC_JESSICA%2
0ANVERSA%20VENTURINI.pdf> 
REFERÊNCIAS
• BASTOS, C.A.B. Mecânica dos Solos. Notas de Aula. [S.l.]: 
Departamento de Materiais e Construções da Fundação 
Universidade Federal do Rio Grande, 2002.
• BODÓ, B.; JONES, C. Introdução à Mecânica dos Solos. 1° ed. 
Rio de Janeiro Ed. Livros Técnicos e Científicos, 2017.
• CAPUTO, H. P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. vol. 1. 7°
ed. Rio de Janeiro: Ed. Livros Técnicos e Científicos, 2016.
• DNER. Manual de Pavimentação. 2° ed., Rio de Janeiro, 
Instituto de Pesquisas Rodoviárias, Departamento Nacional de 
Estradas de Rodagem, Ministério dos Transportes. 1996.
• PINTO, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 aulas. 
3° ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006.

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