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15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/7 Algas: classificação, caracterização e relevância. O termo alga inclui organismos de linhagens filogenéticas completamente diferentes, esses organismos não são necessariamente semelhantes entre si e nem sempre possuem origem evolutiva próxima. Mas a ciência que estuda as algas, a ficologia considerada as algas como sendo organismos talófitos ou seja, não são diferenciados em raízes, caules e folhas, fotossintetizantes que possuem em comum o pigmento clorofila a e, com raras exceções, não apresentam um envoltório de células estéreis nas células reprodutivas. A classificação dos organismos considerados algas é um tanto confusa. Tradicionalmente, a diferenciação dos organismos foi baseada na coloração dos talos verdes, vermelhos ou marrons, como resultado da combinação dos pigmentos fotossintetizantes contidos em seus plastos (clorofilas e pigmentos acessórios, como carotenóides, ficobilinas e xantofilas que mascaram a cor verde das clorofilas), e nas características morfológicas e anatômicas. As classificações têm sofrido alterações com advento da aplicação de ferramentas moleculares, embora grande parte da classificação tenha sido mantida e corroborada por esta técnica. Entretanto, foi evidenciada a existência de agrupamentos filogeneticamente não relacionados e que tiveram que ser realocados em grupos taxonômicos distintos, ou em novos grupos criados para acomodar organismos de origens filogenéticas diferentes. Durante muitos anos algumas classificações bastante aceitas por muitos estudiosos posicionavam a maioria dos grupos de algas (exceto as algas cianofíceas) no Reino Protistas, por exemplo o sistema de classificação de cinco reinos. Os protistas reúnem os eucariontes que não pertencem ao grupo das plantas, fungos ou animais; as classificações atuais baseadas em DNA indicaram que os protistas não formavam um grupo com origem em comum (monofilético), sendo assim não poderia ser aceito taxonomicamente; os seres do antigo Reino Protista foram redistribuídos em diferentes supergrupos dentro do Domíno Eukarya. Mas para facilitar o estudo desses diferentes grupos, algumas literaturas trazem as algas como protistas fotossintetizantes. As algas do grupo protista tiveram origem em eventos de endossimbiose primária ou secundária, podendo apresentar todos os tipos de clorofila conhecidos. Os protistas não fotossintetizantes estudados juntamente com as algas são seres filogeneticamente próximos aos organismos que fizeram endossimbiose no passado, ou são derivados de grupos fotossintetizantes que perderam a capacidade de realizar fotossíntese. Abordaremos aqui as algas classificadas no Domínio de seres procarióticos, que inclui as cianobactérias e as algas do Domínio de seres eucarióticas, os protistas autótrofos (fotossintetizantes). Entre elas temos os seres euglenóides, as algas Criptófitas (Cryptophyta), Haptófitas (Haptophyta), os Dinoflagelados, o super grupo Estramenópilos (formado pelas as algas Diatomáceas (Bacillariophyceae), as algas douradas (Chrysophyceae) e as algas pardas (Phaeophyceae), e o as algas do super grupo correlacionado com as Plantas (são elas rodófitas ou algas vermelhas (Rhodophyta) e algas verdes (Chlorophyta, Ulvophyceae e Charophyta). As algas podem ser encontradas em diversos tipos de hábitats e podem variar desde indivíduos unicelulares microscópicos, que formam o fitoplâncton: comunidade formada por microalgas que vivem livres na coluna d’água, elas são 15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/7 conhecidas como Micro Algas. As algas de formas multicelulares podem apresentar a organização do talo mais complexas, grande parte delas são caracterizadas como Macro Algas e algumas podem atingir 60 m de comprimento, como as algas pardas do gênero Macrocystis, grupo de algas que juntamente com outros organismos forma as verdadeiras florestas marinhas, também conhecidas como “kelps”. As cianobactérias ou algas azuis, inclui representantes que muitas vezes apresentam coloração azul. No entanto, podem ser esverdeadas, avermelhadas ou enegrecidas. São organismos procarióticos, como as bactérias, possuem a clorofila a, entre as ficobiliproteínas que são pigmentos acessórios e reserva de nitrogênio a ficocianina,é uma das mais evidentes, o glicogênio é sua substância de reserva e elas possuem mucopolissacarídeos presente na bainha de mucilagem com ausência de flagelos. A algas euglenóides se caracterizam por serem unicelulares; com cloroplastos originados de simbiose com algas verdes; plastos com pirenóide; possuírem dois flagelos apicais, um estigma fotorreceptor; e só sua reprodução assexuada é conhecida. As algas criptófitas se caracterizam por serem unicelulares, possuírem dois flagelos desiguais e pinados, são produtores importantes resistentes à sazonalidade. As algas haptófitas são unicelulares; com dois flagelos desiguais pinados; são produtores importantes resistentes à sazonalidade. Já os dinoflagelados também são unicelulares; têm dois flagelos em sulcos (flagelos: longitudinal e transversal) ou flagelos ausentes, são causadores da maré vermelha. As diatomáceas também são unicelulares ou coloniais; com ausência de flagelos ou apenas um nos gametas masculinos; sua reprodução assexuada gera diminuição do tamanho celular e obriga a realização de reprodução sexuada. Elas são imóveis ou quando se movem é através de secreção de mucilagem. Possuem um tipo de parede celular impregnada de com sílica. O último grupo tratado é o das algas douradas que são unicelulares ou coloniais; com ausência de flagelos ausentes; reprodução assexuada é predominante; elas causam florações em águas de abastecimento gerando as chamadas marés marrons. As algas podem ser encontradas em diversos tipos de hábitats, ocorrendo em ambientes de água doce e salgada, sobre troncos de árvores, rochas, desertos, superfície de neves e geleiras, e fontes termais. Os grupos de microalgas abordados no presente capítulo formam o fitoplâncton, comunidade formada por microalgas que vivem livres na coluna d’água de extrema relevância ecológica, pois são a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, uma vez que servem de alimentação a organismos maiores. As algas pardas (Phaeophyceae) também conhecidas como algas marrons, segundo a classificação atual fazem parte do super grupo Estramenópilos juntamente com os oomicetos (tipos de fungos), as algas diatomáceas, e as algas douradas, formando um grupo monofilético que compartilham um ancestral em comum e apresentam como principal característica comum a presença de dois flagelos, um liso e outro plumoso. Cerca de 1.500 espécies de algas pardas são 15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/7 conhecidas atualmente. Esse grupo de algas com exceção de três gêneros muito raros que ocorrem água doce; elas são predominantes nos mares das regiões temperadas frias e polares. Nos mares tropicais, as algas pardas apresentam um número reduzido de espécies, mas podem acumular grande quantidade de biomassa. Em certas regiões, essas algas podem formar imensas massas flutuantes, como por exemplo no “Mar de Sargaços”, ao nordeste das ilhas caribenhas e as “florestas marinhas de kelps” da costa acidentada da Nova Zelândia; servindo como alimento ou hábitat para toda uma comunidade biológica. Não há registros de representantes unicelulares no grupo de algas pardas. Seus tamanhos podem variar de poucos milímetros, podendo chegar a mais de 60 metros de comprimento, os “kelps” são considerados populações de algas gigantes. Quanto a organização da morfologia do talo, as algas pardas podem apresentar diferentes tipos de talo, entre eles o filamentoso simples, o filamentoso ramificado e o parenquimatoso.As formas parenquimatosas podem ter o talo diferenciado numa parte com função de fixação da alga ao substrato ou o apressório, outra parte formando uma haste de sustentação, conhecida como estipe e sobre a estipe a parte conhecida como lâmina, formada por diversas camadas de células, como é o caso dos kelps e de Sargassum, um gênero muito comum em mares tropicais. As paredes celulares das algas pardas são constituídas de celulose e uma matriz mucilaginosa de ácido algínico, também conhecido como alginato, essa substância têm a função de fornecer flexibilidade e resistência, ajudando a reduzir a dessecação durante a exposição nos períodos de maré baixa. Em algumas espécies acontece o deposito de carbonato de cálcio nas paredes celulares, como em algumas espécies de Padina. Quanto aos pigmentos as algas pardas caracterizam-se por possuir além da clorofila a, as clorofilas c1 e c2. Entre os carotenos, o mais comum é o β-caroteno, enquanto que entre as xantofilas, a mais freqüente é a fucoxantina, um pigmento marrom que é parcialmente responsável pela cor parda dessas algas. O material de reserva das algas pardas é a laminarina, um tipo de polímero de origem da glicose e o manitol tipo de álcool, que ficam depositados nos vacúolos. Alguns gêneros formam vesículas gasosas para flutuação, como por exemplo o Sargassum. Dentro do grupo de plantas e algas correlacionadas temos as algas vermelhas (Rhodophyta). São conhecidas atualmente cerca de 6.000 espécies de rodófitas (algas vermelhas). Esse grupo caracteriza-se por habitar ambiente marinho bentônicos, sendo predominantes nos mares tropicais, mas existem algumas espécies de água doce. Em ambientes marinhos, elas ocupam desde a zona superior da região entremarés até grandes profundidades, havendo registros de algas coralináceas crostosas com mais de 250 metros de profundidade, com pouca quantidade de luz disponível. Isso se deve ao fato de as rodofíceas possuírem pigmentos fotossintetizantes capazes de absorver a luz com menores comprimentos de onda. Estruturalmente esse grupo de alga pode se apresentar com talo mais complexo, visto que, apenas poucas espécies desse grupo são unicelulares e microscópicas. As algas vermelhas são quase sempre filamentosas, mas os filamentos podem se agregar, formando uma estrutura pseudoparenquimatosa ou 15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/7 até mesmo em forma de lamina (laminar). Poucos representantes são laminares, como por exemplo Porphyra. Os cloroplastos das algas vermelhas possuem apenas clorofila a, apresentando também o pigmento acessório ficobilina, que muitas vezes pode mascarar a coloração verde da clorofila tornando a alga vermelha. As ficobilinas (ficoeritrina, ficocianina e aloficocianina) também são responsáveis pela capacidade de absorção de luz em águas profundas. As condições abióticas do meio onde vivem também podem ocasionar alterações nos padrões de cores, como por exemplo, a falta de certos nutrientes na coluna d’água pode fazer com que certas rodofíceas fiquem com a coloração amarelada. É comum, também, algumas algas vermelhas serem verdes ou marrons, em todo o talo ou apenas em certas porções, isso pode ser observado na Figura 3, onde parte do talo da alga aparece com coloração esverdeada. Pelo fato de possuírem apenas clorofila a e terem como reserva de carboidrato o amido das florídeas (molécula semelhante ao glicogênio), associa-se a origem destes cloroplastos à endossimbiose com cianobactérias. O material de reserva das algas vermelhas é um composto que possui propriedades intermediárias entre o amido (que é o produto de reserva das plantas) e o glicogênio (reserva alimentar dos fungos, bactérias e de muitos organismos não-vegetais) chamado de amido das florídeas e fica armazenado no citoplasma. A parede celular é constituída de celulose e uma camada externa de mucilagem, que pode ser galactanas (como o ágar ou e a carragenana). Algumas espécies depositam carbonato de cálcio em suas paredes celulares, o que lhes conferem um aspecto rígido, por isso algumas são chamadas de algas coralináceas. Algumas algas vermelhas pode apresentar uma grande relevância econômica, pois as carrogenanas e os ágares, retirados de sua parede celular, são utilizados como meios de cultura, espessantes, geleificantes e base para produção de cosméticos. Também são muito comercializadas e consumidas como vegetais no Oriente, como por exemplo o gênero Porphyra spp. Conhecida popularmente por “nori”, ela é usada principalmente no preparo do sushi. As algas verdes juntamente com as briófitas, as pteridófitas e as plantas com sementes formam uma linhagem filogenética que inclui organismos eucarióticos com um ancestral em comum (monofilético) que compartilham evidências moleculares e estruturais como a presença da clorofila a e b e armazenamento de amido como substância de reserva. Alguns autores propõem que essa linhagem seja chamada como um todo de “Viridófitas” que significa literalmente “plantas verdes”. Essa linhagem inclui praticamente todos os tipos de morfologia vegetativa, de organismos unicelulares até as complexas plantas terrestres, e talvez, graças a essa grande diversidade de formas, foi a única linhagem dentro das algas a colonizar com sucesso o ambiente terrestre. São conhecidas cerca de 17.000 espécies de algas verdes ou clorófitas sendo muitas delas unicelulares. As algas verdes estão presentes em ambientes marinhos, mas a maioria encontra-se em águas continentais (água doce), sendo que algas verdes de ambiente doce são geralmente unicelulares, podendo também habitar troncos de árvores, solos, rochas, superfícies de neve e viver em simbiose com fungos (líquens), protozoários, hidras, esponjas e outros animais. Os talos das algas verdes multicelulares podem ser filamentosos, foliáceos (parenquimatosos), cenocíticos ou crostosos (Figura 6). Alguns gêneros de algas 15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/7 verdes multicelulares podem ter a forma pinada, foliácea ou de cacho-de-uva, como Caulerpa. As paredes celulares da maioria das algas verdes são formadas por celulose e polissacarídeos não celulósicos. Em certos casos pode ocorrer o depósito de carbonato de cálcio nas paredes celulares. Clorofila a e b, carotenos e xantofilas são os pigmentos encontrados nas clorófitas. A reserva é o amido, que fica armazenado dentro dos cloroplastos, diferindo das outras algas eucariontes. Nas clorofíceas ocorre reprodução vegetativa, espórica e gamética. A reprodução vegetativa ocorre por divisão celular simples ou fragmentação, podem se reproduzir pela formação de esporos, do tipo zoósporos ou aplanósporos. As clorófitas assemelham-se às plantas terrestres em várias características importantes como presença de clorofila a e b, amido como material de reserva armazenado dentro dos cloroplastos e muitos aspectos bioquímicos e ultraestruturais. Estas semelhanças, entre outras, levam a crer que este grupo de algas deu origem aos vegetais terrestres. Referencias: Lee, R.E. 1989. Phycology. 2nd Ed. Cambridge University Press, Cambridge. Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellog, E.A., Stevens, P.F., Donoghue, M.J. 2009. Sistemática Vegetal – Um enfoque filogenético. 3ª ed. Editora Artmed, Porto Alegre. Oliveira, E.C. 2003. Introdução à biologia vegetal. 2a ed. EDUSP, São Paulo. Raven, P.H.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2014. Biologia Vegetal. 8a ed. Editora Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro. Reviers, B. de. 2006. Biologia e Filogenia das Algas. 1ª ed. Editora Artmed, Porto Alegre. Sadava, D., H.C. Heller, G.H. Orians, W.K. Purves & D.M. Hillis. 2009. Vida. A ciência da biologia. Vol. 2. Artmed, Porto Alegre Exercício 1: As algas desempenham um papel ecológico importante como produtores primários dos ecossistemas onde ocorrem, sendo provavelmente responsáveispor mais de 50% do total da produção primária de todo o planeta. O fato de serem clorofilados, não implica que sejam verdes. Encontre a resposta que justifica essa afirmação. A) Pois, além da clorofila, possuem outros pigmentos vermelhos. 15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/7 B) Pois, além da clorofila, possuem outros pigmentos que podem mascarar a presença da clorofila, apresentando-se vermelha, azul, marrom ou negra. C) Pois, além da clorofila, possuem outros pigmentos que podem mascarar a presença da clorofila, como as antocianinas. D) Pois, além da clorofila, possuem outros pigmentos que podem mascarar a presença da clorofila, como as cianinas que tornam as algas azuis. E) Pois, além da clorofila, possuem outros pigmentos que podem mascarar a presença da clorofila, como o licopeno que torna as algas vermelhas. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Complete a lacuna: As algas ________________também conhecidas como algas_________________, segundo a classificação atual fazem parte do super grupo Estramenópilos juntamente com os oomicetos (tipos de fungos), as algas diatomáceas, e as algas douradas, formando um grupo monofilético que compartilham um ancestral em comum e apresentam como principal característica comum a presença de dois flagelos, um liso e outro plumoso. A) pardas, marrons B) vermelhas, rodófitas 15/10/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/7 C) rodófitas, verdes D) verdes, clorofitas E) azul, marrons Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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