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A PERDA DA PROPRIEDADE IMÓVEL EM RAZÃO DO ABANDONO E O CAPITALISMO HUMANISTA THE LOSS OF REAL STATE PROPERTY IN REASON OF ABANDONMENT AND HUMANIST CAPITALISM Leandro Reinaldo da Cunha Terezinha de Oliveira domingos RESUMO O artigo tem por objetivo refletir sobre as questões concernentes ao abandono da propriedade imóvel e sua função social sob o enfoque do Capitalismo Humanista. O estudo compreende uma explanação dos conceitos básicos da perda da propriedade pelo abandono. O artigo 1.276 do Código Civil e o artigo 170 da Constituição Federal de 1988 são analisados brevemente, apresentando um enfoque sob a perspectiva do Capitalismo Humanista. O direito de propriedade não pode ser exercido em detrimento do conceito de função social, parâmetro básico de sua compreensão na estrutura da Constituição Federal de 1988 e também do Código Civil, e que deve reger toda e qualquer análise pertinente ao tema. PALAVRAS-CHAVES: ABANDONO; IMÓVEL; PRESUNÇÃO; CAPITALISMO HUMANISTA. ABSTRACT The article aims to discuss issues concerning the abandonment of real estate property and its social role from the view of Humanist Capitalism. The study comprises an explanation of the basic concepts of loss of property through abandonment. The article 1.276 of the Civil Code and the article 170 of the 1988 Federal Constitution will be briefly analyzed, with a focus of Humanist Capitalism. The property right can not be exercised to the detriment of the concept of social function, and the understanding of basic parameter in the structure of the 1988 Federal Constitution and also the Civil Code, and which must conduct any pertinent analysis about. KEYWORDS: ABANDONMENT; REAL STATE PROPERTY; PRESUMPTION; HUMANIST CAPITALISM. SUMÁRIO 1 - Introdução. 2 - Da Função Social da Propriedade. 3 - Da Aquisição e Perda da Propriedade. 4 - Do Abandono e Do Bem Imóvel. 5 - Dos Requisitos para o Abandono Presumido. 6 - Abandono da Propriedade sob a Perspectiva do Capitalismo Humanista. 7 - Conclusão. 8 - Referências. 1 - INTRODUÇÃO A sociedade brasileira, fundada no Estado Democrático de Direito, tem como um de seus alicerces básicos de sustentação o direito de propriedade, fato este facilmente constatado quando do contato com a Constituição Federal vigente, que insere a propriedade entre os direitos e garantias fundamentais (art. 5º, XXII). A propriedade que tanta relevância tem hoje na vida de nossa sociedade ganhou verdadeira relevância legislativa no Código napoleônico (1804), momento quem que passou a ser vista como sendo o núcleo do ordenamento jurídico[1]. A proteção à propriedade é o que possibilita a estruturação do nosso Estado nos moldes que conhecemos hoje, com fundamentos na livre iniciativa (art. 3º, IV da Constituição Federal), diretriz essencial a uma sociedade capitalista. Pode-se sustentar que a propriedade caracteriza-se por ser o maior direito que pode incidir sobre um determinado bem, sendo certo que o Código Civil dispensa todo o Título III do Livro III para a apreciação do tema, podendo-se até mesmo afirmar que tudo o quanto está vinculado ao direito das coisas tem íntima ligação com a questão da propriedade. O Código Civil define que o direito de propriedade é aquele que confere ao proprietário a faculdade de usar (dar à coisa a destinação que lhe é peculiar), gozar (extrair do bem os frutos e rendimentos que esta puder proporcionar), dispor (a liberdade de alteração material das configurações físicas da coisa ou de alienação do bem) e o direito de reaver ou seqüela (o poder de exigir o bem de quem quer que o detenha indevidamente). Em que pese todo este poder que a legislação confere ao detentor do direito de propriedade, é fato que, conforme sustenta o texto constitucional (art. 5º, XXIII), não há como se pensar no seu exercício se não for com plena atenção á sua função social, bem como respeitando ao princípio da autonomia do interesse público. This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2341 A legislação quando passa a tratar do tema propriedade confere atenção especifica às formas pelas quais pode vir a ser adquirida, distinguindo as modalidades de aquisição dos bens imóveis e as de bens móveis, ante as especificidades técnicas de cada uma destas coisas. Da mesma maneira que se preocupa com os meios pelos quais se passa a ser proprietário de um bem, o legislador também se preocupa com a perda da propriedade, o fazendo nos artigos 1.275 e 1.276 do Código Civil. Neste momento o legislador criou uma modalidade de perda da propriedade que, decorrente da ausência da concessão de função social ao imóvel, atrelado (eventualmente) à falta de satisfação dos ônus fiscais referentes ao bem, acarretaria a perda da propriedade em favor do Poder Público, ante ao estabelecimento de uma figura de abandono, sem que o proprietário tenha direito a qualquer sorte de indenização ante a perda do bem. 2 - DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Não há como se falar em propriedade e se olvidar que tal direito há de estar atrelada a sua função social. Primeiramente é importante dizer que a Constituição Federal garantiu o exercício dos direitos sociais e individuais como valores supremos; da cidadania e da dignidade da pessoa humana como fundamentos; da construção de uma sociedade livre, justa e solidária, bem como da erradicação da pobreza e redução das desigualdades sociais e regionais como objetivos fundamentais e, finalmente, da prevalência dos Direitos Humanos como princípio. Nota-se que a atual Carta Magna, no capítulo Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica, em seus princípios constantes no artigo 170, assegura a existência digna, conforme os ditames da justiça social no que tange tanto a propriedade privada quanto a função social da propriedade, cabendo até mesmo a sustentação de que o conteúdo da propriedade privada é a própria função social[2]. O artigo 182, § 2º, da Constituição Federal, descreve que para cumprir sua função social, a propriedade urbana deve atender aos requisitos fundamentais expressos no plano diretor da cidade. Quanto à propriedade rural, a Carta Magna, ressalta que para atender sua função social necessário se faz cumprir respectivamente os requisitos estabelecidos em lei, são eles: artigo 186 “I - aproveitamento racional e adequado; II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.” Diante disso, a propriedade privada para atender os preceitos constitucionais, necessita, indubitavelmente, observar a sua função social, tendo em vista que seu embasamento tem estreita ligação com o direito fundamental. No entanto, embora seja um direito fundamental, a propriedade não é um direito irrestrito, conforme já preconizava o art. 17º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. A concepção individualista de propriedade descrita anteriormente a Declaração dos Direitos de Homem e do Cidadão veio evoluindo, até atingir o estágio atual, estabelecido pela Constituição Federal de 1988. Vale destacar, que essa foi a primeira Constituição brasileira que consagrou o conceito de função social da propriedade, tanto que em seus 5º, XXII e XXIII; 170, II e III; 182; 184; 186 e 243, estabeleceu que a garantia da propriedade somente será bem sucedida se atender a sua função social. Ora, uma propriedade que não cumpre sua função social deixa de ter a proteção constitucional, portanto, nos termos da Constituição Federal o direito de propriedade somente prevalece enquanto cumprir sua função social, conforme estabelecido nos artigos supracitados. Certo é que há uma interpretação harmônica do sistema civil-constitucional, ou seja, existe indicação expressa de que a propriedade atenderá a sua função social. Conforme já citado acima, nãohavendo interesse por parte do proprietário em valer-se do bem imóvel poderá abandoná-lo, no entanto, verificando a ocorrência do abandono pode o Estado exercer o seu direito/dever de zelar pelo patrimônio. E, na constatação do abandono, após três anos sem que haja o interesse privado na manutenção da propriedade do bem, cabe ao Estado tomar o bem para si e usá-lo de forma a promover condições para o This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2342 exercício da função social da propriedade, conforme preceitua o artigo 1.276, do Código Civil. Neste mesmo entendimento, poderá o Estado destinar este bem ao assentamento de colonos em caso de zona rural ou aproveitá-lo para promover condições de moradia digna em caso de bem urbano, ou ainda retomá-lo para que a comunidade usufrua deste bem para atividades coletivas ou de fins cooperativos. Deste modo, prevalece sobre o direito individual o bem comum, portanto, a propriedade não perde sua característica de particular, embora, ultrapasse o interesse individual, em razão dos interesses do bem coletivo. Contudo, embora, consagrada a propriedade privada, a Constituição Federal condiciona à sua função social. Sob a ótica da Ordem Econômica, vale ressaltar que parece que existe uma relação entre a função social da propriedade privada e os fins da ordem econômica, de modo que resguarda a dignidade de todos, segundo os ditames da justiça social. De acordo com o artigo 170, II, da Constituição Federal, a propriedade privada, é aquela que se insere no processo produtivo, envolve fundamentalmente a propriedade em constante evolução dos bens produção e bens de consumo, assegurando a existência digna fundada na valorização do trabalho humano e livre iniciativa. A respeito do assunto, atente-se para o primor da lição de José Afonso da Silva[3] A Constituição inscreveu a propriedade privada e sua função social como princípios da ordem econômica (art. 170, II e III). Já destacamos antes a importância desse fato, porque, então, embora também prevista entre os direitos individuais, ela não mais poderá ser considerada puro direito individual, relativizando-se seu conceito e significado, especialmente porque os princípios da ordem econômica são preordenados à vista da realização de seu fim: assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. Se é assim, então a propriedade privada, que, ademais, tem que atender a sua função social, fica vinculada à consecução daquele fim. O regime da propriedade denota a natureza do sistema econômico. Se se reconhece o direito de propriedade privada, se ela é um princípio da ordem econômica, disso decorre, só por si, que se adotou um sistema econômico fundado na iniciativa privada. A Constituição o diz (art. 170). (grifo do autor) Diante do exposto, podemos concluir que, a propriedade privada e sua função social são alicerces da ordem econômica, resultado de um Estado Democrático de Direito, que busca uma sociedade mais justa, fundada na dignidade da pessoa humana. Evidencia-se ainda que a função social da propriedade é um valor constitucional de suma relevância, contudo há de se harmonizar a outros valores, também de jaez constitucional, não se podendo asseverar a existência de um direito fundamental absoluto, ante ao dever de ponderação de valores colidentes[4]. Não se pode aqui esgotar o assunto no tocante a função social da propriedade sob a ótica da ordem econômica, tendo em vista a abrangência do tema. No entanto, após esta breve exposição há que se retornar a questão da perda da propriedade no tocante a perda da propriedade resultante da abandono. 3 - DA AQUISIÇÃO E PERDA DA PROPRIEDADE A legislação pátria confere relevância considerável às formas de aquisição da propriedade, separando as modalidades levando em conta a natureza do objeto sobre o qual incide a propriedade. Assim, o legislador determina de maneira apartada as formas de aquisição da propriedade imóvel e móvel, o fazendo graças as características inerentes a cada uma destas modalidades. No que concerne a aquisição dos bens imóveis o Código Civil afirma que esta pode se dar por meio da usucapião (art. 1.238), pelo registro do título (art. 1.245) e pela acessão (art. 1.248), esta sendo possível por meio da formação de ilhas, pelo aluvião, pela avulsão, pelo álveo abandonado e pelas construções e plantações, sem que se possa olvidar da aquisição da propriedade por intermédio da sucessão (art. 1.784). A usucapião pressupõe o exercício reiterado da posse como requisito essencial This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2343 para a sua caracterização, sendo certo que tal posse há de ser qualificada, a chamada de posse ad usucapionem (posse exercida sem oposição, sem interrupção e com animus domini). Basicamente podemos sustentar que as modalidades de usucapião serão a extraordinária, a ordinária, a especial (rural ou urbana), a especial coletiva (prevista no Estatuto da Cidade) e a indígena, tendo como diferencial a necessidade de uma maior ou menor quantidade de requisitos para a sua caracterização (prazo, boa-fé, localização, tamanho do terreno a ser usucapido). Além da usucapião, a propriedade imóvel pode vir a ser adquirida ante o registro perante o Cartório de Registro de Imóveis decorrente de um contrato de compra e venda, doação ou dação em pagamento que o precederia. De se considerar ainda a aquisição da propriedade imóvel ante a acessão, por meio da união ao solo de algum bem, tornando-o também imóvel, como se dá com o aluvião (acréscimo de terreno pelo aglutinamento de materiais à margem do rio ou pela parcial redução das águas), na avulsão (junção de uma parcela de terra descolada de um terreno alheio que vem a unir-se a um terreno pertencente a outra pessoa), e nas construções e plantações. A acessão ainda pode ser verificada pela formação de ilhas (surgimento de uma porção de terra em um leito d’água) ou pelo desaparecimento das águas do leito do rio (álveo abandonado). Ainda é possível se afirmar que a aquisição da propriedade pode decorrer da sucessão, baseada no droit de saisine, que assevera que o patrimônio do falecido será transferido imediatamente aos seus herdeiros, tão logo se dê a abertura da sucessão (com a morte do sujeito). Importante a verificação destas hipóteses em vista da consideração de que além de gerar a aquisição da propriedade elas podem dar ensejo também a uma perda de propriedade, como se dá com a usucapião, registro, avulsão, construções e plantações, e a sucessão. Já quanto aos bens móveis o Código Civil descreve a possibilidade de sua aquisição pela usucapião (art. 1.260), pela ocupação (art. 1.263), pelo achado de tesouro (art. 1.264), pela tradição (art. 1.267), pela especificação (art. 1.269) e pelas hipóteses de mistura de coisas pertencentes a pessoas distintas (confusão, comistão e adjunção), tratadas a partir do art. 1.272. Pode-se ainda sustentar a aquisição da propriedade móvel através da descoberta, conforme apresenta o art. 1.233 e ss. e sucessão, esta nos mesmos termos descritos para a propriedade imóvel. Quanto às figuras da aquisição da propriedade móvel, o legislador pressupõe que a usucapião decorra do exercício contínuo e reiterado da posse ad usucapionem, por um prazo determinado (05 anos para o caso de má-fé, e 03 para as hipóteses de boa-fé). Já pela ocupação se tem como requisito a necessidade de ser o objeto de tal instituto coisa que nunca teve dono (res nullius) ou coisa abandonada (res derelictae), pois a lei assevera que quem toma para si tais coisas passa a ser o detentor do direito de propriedade sobre elas. O achado de tesouro requer a que seja encontrada coisa valiosa, cujo dono não se tenha notícias e que se encontre oculta (enterrada ou emparedada),sendo certo que se tal achado se deu em terreno próprio, o bem será integralmente do proprietário do terreno. Se o achado se der em terreno alheio, sem o intento de quem a localizou, a propriedade será partilhada entre ele e o dono do terreno, sendo certo, por fim, que se o achado é conseqüência de busca para tal fim ou se deu por ordem do dono do terreno, a este caberá a integralidade do bem. A propriedade móvel pode ainda ser objeto de aquisição pela especificação, ante a transformação de matéria prima pertencente a outrem, cabendo, em regra, ao especificador a propriedade do bem objeto de alteração, ante o pagamento do valor do bem utilizado ao seu proprietário. As hipóteses de mistura levam em consideração a existência da junção de coisas pertencentes a pessoas distintas, sem que seja possível a separação dos bens de cada um, bem como a inexistência do perecimento da coisa decorrente da mistura, tendo por modalidades a confusão (mistura de coisas líquidas), comistão (mistura de coisas sólidas) ou a adjunção (sobreposição de peças). Ainda é possível se pensar na aquisição da propriedade móvel ante a descoberta, que se dá pelo achado de coisa perdida sem que o proprietário apareça para recuperá-la, passando ao Poder Público inicialmente, sendo certo que este, ante a sua discricionariedade, This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2344 pode entender por bem não manter a coisa consigo e encaminhá-la a quem a encontrou, como paga ao achádego. A perda da propriedade, por sua vez, é tratada nos arts. 1.275 e 1.276 do Código Civil, afirmando que além das demais hipóteses consideradas na lei, o sujeito poderá ser privado de seu direito de propriedade caso ocorra a alienação do bem, por meio da renúncia ou abandono, pelo perecimento da coisa ou ainda pela desapropriação. Importante se considerar que, em que pese o fato de a lei sustentar que a alienação do bem venha a gerar a perda da propriedade, tal assertiva não corresponde à realidade, vez que o que gera a perda não é a alienação em si, por meio do contrato firmado entre as partes, mas sim o registro (no caso dos bens imóveis) e a tradição (nos bens móveis). 4 - DO ABANDONO DO BEM IMÓVEL Das formas pelas quais pode se dar a perda da propriedade ganha relevância a hipótese do abandono da coisa, mormente quanto tal figura está relacionada aos bens imóveis. O abandono, segundo Paulo Nader, se caracteriza pela composição de dois elementos: o objetivo ou externo (despojamento da coisa, deixando o dominus de utilizar da coisa e de exercer os atos inerentes ao direito de propriedade) e o subjetivo ou interno (que seria o animus ou a intenção de se desfazer da coisa, sem a transmitir a outra pessoa)[5]. A forma essencial de transferência da propriedade imóvel se dá pelo registro, decorrente de um contrato oneroso (compra e venda) ou gratuito (doação), ou mesmo por uma dação em pagamento, hipóteses em que alguém se compromete a transferir a propriedade do referido bem a outrem, sendo certo que será proprietário aquele cujo nome conta da matrícula do bem perante o Cartório de Registro de Imóveis, de sorte que a questão do abandono do bem imóvel se afigura como um tanto delicada de ser aferida na prática. Tal assertiva se faz clara face ao fato de que o simples abandono material ou físico do bem imóvel pela inexistência do exercício de atos de posse não caracteriza por si só a perda do direito de propriedade vez que o proprietário se manterá como detentor de tal direito enquanto o seu nome constar da matrícula do bem junto ao Cartório de Registro de Imóveis. Caso não se tenha uma ação com o fim de gerar a caracterização jurídica do abandono o sujeito cujo nome consta dos registros oficiais continuará como o proprietário. O legislador, ante a tal situação, busca sanar tal complexidade mediante a apresentação de meios para que possa ser caracterizada a figura do abandono da propriedade imóvel, desenvolvendo tal tese no art. 1.276 do Código Civil, fazendo distinção entre o abandono do bem imóvel urbano e do bem imóvel rural ou rústico. Quanto ao imóvel situado em área urbana, a legislação afirma que caso o seu proprietário o abandone com a intenção de não mais o conservar como parte integrante de seu patrimônio, desde que este não esteja sob a posse de qualquer outra pessoa, pode vir a ser arrecadado como bem vago. Após ser tido como vago, passados 3 (três) anos, poderá vir a ser incorporado ao Município ou ao Distrito Federal, conforme se ache em suas respectivas circunscrições, passando a compor o patrimônio público, nos termos do § 1º do art. 1.276 do Código Civil. Verificadas as mesmas circunstâncias relativas a um imóvel rural, atendidos os mesmos requisitos legais, este passará a União, havendo de se ressaltar que, em ambos os casos, ante a existência da figura do abandono, tal incorporação ao patrimônio público ocorreria independentemente de qualquer espécie de indenização, diferenciando-se, portanto, da idéia da desapropriação. Finalmente o art. 1.276, no § 2º apresenta uma figura de presunção absoluta de abandono para o caso de que inexistam atos de posse por parte do proprietário e este não venha satisfazendo os ônus fiscais pertinentes ao bem. Seja na hipótese do caput ou do § 1º do art. 1.276 do Código Civil, ou na descrita no § 2º, a aquisição da propriedade pela municipalidade, pelo Distrito Federal ou pela União, ainda que já definida judicialmente, não terá a sua caracterização plena enquanto não houver a transcrição perante o Cartório de Registro de Imóveis, momento em que passará a ter eficácia erga omnes[6]. This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2345 Inquestionável ainda que para a incidência das hipóteses de abandono do bem imóvel com o seu encaminhamento em favor do erário público é importante ressaltar ainda e mais uma vez que não pode haver o exercício de posse por quem quer que seja, vez que em tal hipótese haveria a atribuição de função social à propriedade, mesmo que não seja pelo proprietário. A previsão contida neste último parágrafo mostra-se de complexidade elevada e passível de ensejar grande celeuma, pois trará por base a existência de uma presunção absoluta de abandono de um bem, que virá a incidir sobre a idéia de garantia constitucional de propriedade, e sem que esteja alicerçada pelo preceito de conveniência e oportunidade do Estado atrelada a prévia e justa indenização (como se dá na desapropriação). Contudo não há que se falar na inconstitucionalidade do artigo ou do parágrafo, vez que atendido ao devido processo legal como descrito (já que sua inobservância traria a inconstitucionalidade nos termos do que assevera Adolpho Mamuro Nishiyama[7]), a ausência de indenização não se mostra como um obstáculo à aplicação do conteúdo descrito na lei, como sustenta Cristiano Chaves de Farias[8], por existirem outras hipóteses (independentemente de expressa previsão constitucional) em que há a perda da propriedade sem qualquer contrapartida em razão disso, como se dá na usucapião. Tampouco há que se falar em inconstitucionalidade com base no art. 150, IV da Constituição Federal que veda a utilização de tributos com efeito de confisco (nos termos do Enunciado 243 da III Jornada de Direito Civil do STJ), o que também é levantado por Cristiano Chaves de Farias[9], vez que o inadimplemento fiscal não é a causa única para a caracterização do abandono, ainda mais ao se considerar que a questão dos ônus fiscais só é pertinente à hipótese de presunção absoluta de abandono trazida no § 2º do art. 1.276 do Código Civil. Nem mesmo o princípio constitucional da razoabilidade[10] é fustigado vez que a determinação da perda da propriedade ante ao abandono caracterizado nos termos do art. 1.276 do Código Civil se revestede finalidade específica, buscando atender ao interesse social de concessão de função à propriedade. 5 - DOS REQUISITOS PARA O ABANDONO PRESUMIDO A presunção de abandono do bem imóvel depende da conjunção de uma série de requisitos a para que possa gerar a perda da propriedade por parte do particular, fazendo com que o bem venha a ser incorporado ao erário. O simples fato de o proprietário não cuidar da coisa por período mais ou menos longo não traduz de per si em abandono e perda da propriedade.[11] Imprescindível, portanto, a análise dos requisitos que permitem tal conclusão como forma de gerar a plena compreensão do instituto e de suas conseqüências jurídicas e sociais. O atual Código Civil determina que a caracterização do abandono está vinculada ao ato do proprietário atuar de forma a demonstrar a intenção de não mais conservar o patrimônio como seu, razão pela qual o Poder Público poderia, caso não houvesse ninguém exercendo atos de posse sobre o bem, arrecadar o bem como vago, passando, após 3 anos, à propriedade do Estado. Neste intervalo de tempo pode o proprietário se arrepender do abandono que está por se caracterizar e reivindicá-lo de quem quer que o tenha indevidamente, vez que o seu direito apenas deixará de existir após findo o referido decurso de tempo[12]. De tal sorte, se faz necessário a conjunção de todos os elementos pertinentes a fim de permitir a transferência do bem ao Poder Público independentemente de qualquer sorte de indenização ou compensação que o valha, haja vista que estaria caracterizada uma situação em que o detentor do direito de propriedade não mais tem interesse de ter a coisa como sua. Inicialmente é necessário que o titular do direito de propriedade deixe de exercer atos de posse com relação ao bem imóvel objeto de análise, bem como que não tenha nenhum terceiro fazendo o mesmo, vez que se tal situação se configurar o Estado não atuará ante o exercício da posse direta por alguém que pode vir a pleitear a caracterização de usucapião oportunamente. O interesse do Poder Público sobre o bem só pode se manifestar na inexistência do exercício de posse direta por quem quer que seja, assumindo um caráter subsidiário. Configurada a inexistência do exercício de atos de posse por quem quer que seja (proprietário ou terceiro) autoriza a legislação que o bem seja arrecadado como vago. O momento em que o Código de Processo Civil trata dos bens vagos é no art. 1170 e ss., não This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2346 restando outra alternativa senão seguir o procedimento ali estabelecido, no que couber, haja vista que a previsão legal é destinada à caracterização como vago de bem móvel ante a descoberta (art. 1.233 CC). O Código de Processo Civil, se devidamente adequado para a utilização para o caso de abandono do bem imóvel, vai pressupor que a notícia do abandono chegue ao Judiciário por intermédio da atuação dos órgãos da advocacia pública, vez que na hipótese não seria possível se vislumbrar a figura prevista na lei do encaminhamento, ao juiz competente, do auto de entrega da coisa à autoridade policial. Noticiada ao juiz a existência de abandono do bem, por petição simples, relatando a existência dos requisitos, haverá de se realizar a publicação de edital no órgão oficial, por duas vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, a fim de que o dono ou legítimo possuidor o reclame, nos termos do art. 1.171 do Código de Processo Civil. A ausência de manifestação de quem quer que seja atendendo ao chamamento decorrente do edital faz com que se entenda que o bem seja arrecadado e considerado como vago. Transitada em julgado a decisão que tornou o bem vago há de se aguardar o prazo de 03 (três) anos para que o bem tido por vago passe à propriedade do Município ou Distrito Federal se o bem estiver em área urbana, ou da União no caso do bem em região rural. Todavia pode ser ignorado o procedimento acima descrito (mas não a necessidade de uma decisão judicial), sem sequer haver a necessidade de tornar o bem vago e se aguardar 03 (três) anos antes de incorporá-lo ao erário caso a falta de exercício de atos de posse por parte do proprietário vier acompanhada da não satisfação dos ônus fiscais, ante a presunção absoluta de abandono estabelecida no § 2º do art. 1276 do Código Civil. A partir do instante em que houver o fim do exercício de atos de posse por parte do proprietário, não apenas com uma mera ausência temporária[13], mas com a sua não presença física no local de caráter contínuo ou ausência de cuidados com a manutenção do imóvel, e não mais realizar pagamento de qualquer tributo, taxa ou contribuição haverá a incidência do disposto no referido artigo, com a imediata transmissão do bem imóvel para o Município, Distrito Federal ou União, tão logo transite em julgado a decisão judicial que reconhecer a presença dos requisitos necessários. Ressalte-se que basta o não pagamento de um dos ônus fiscais, ainda que tenha realizado o adimplemento de outros, para que fique perfeitamente caracterizada a incidência do disposto no artigo, com a conseqüente perda propriedade. Há de se considerar que em tal situação se configura uma presunção absoluta (iuris et de iure) conforme assevera expressamente o texto legal, o que se mostra um tanto quanto delicado no presente caso, vez que em razão desta modalidade de presunção se inviabiliza ao proprietário a apresentação de qualquer prova em contrário por parte dele acerca da sua não intenção de abandonar a coisa. Assim sendo não se admitirá ao proprietário a alegação de que não reunia temporariamente condições financeiras de satisfazer as obrigações fiscais, ou ainda que estava fisicamente impossibilitado de exercer atos de posse, ante a natureza da presunção, cabendo- lhe apenas alegar a existência da satisfação dos ônus fiscais ou o exercício da posse (o decurso de tempo não cabe neste caso vez que é desnecessário a caracterização da hipótese do parágrafo segundo do artigo). De se notar que no caso de abandono do bem imóvel conforme descrito, a perda da propriedade estará atrelada a uma sentença de caráter declaratório, pois a caracterização dos elementos legais gera a perda da propriedade, dependendo apenas de sua confirmação judicial, nos termos do que se dá no processo de usucapião, com efeitos retroativos à data do cumprimento dos requisitos. Impossível se pensar no abandono da coisa imóvel sem a participação do Poder Judiciário, vez que não se admite a perda da propriedade sem o devido processo legal (art. 5º, LIV da Constituição Federal), como já se definiu na III Jornada de Direito Civil do STJ: 242 – Art. 1.276: A aplicação do art. 1.276 depende do devido processo legal, em que seja assegurado ao interessado demonstrar a não-cessação da posse. Face a natureza declaratória[14] da decisão a ser proferida, o fato do proprietário This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2347 retornar ao imóvel ou mesmo voltar a satisfazer os ônus fiscais após a configuração dos requisitos legais não será o suficiente para que possa manter a propriedade, vez que esta se perdeu com o implemento fático daqueles requisitos, sem que tenha direito a qualquer sorte de indenização em razão disso, já que caracterizado o abandono. Fato é que de qualquer sorte não se admitirá a perda da propriedade sem a atenção ao devido processo legal, vez que ninguém pode vir a ser privado da liberdade e de seus bens sem a atenção a este pressuposto (Art. 5º, LIV da Constituição Federal) e ao contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV da Constituição Federal). 6 - ABANDONO DA PROPRIEDADE SOB A PERSPECTIVA DO CAPITALISMO HUMANISTA Delimitado a função social da propriedade, é possível visualizar, nitidamente, as vias pelas quais procede o Estadonos casos de abandono. Lembrando, como já afirmado acima, o conceito de abandono, que muito bem leciona Maria Helena Diniz[15] O abandono (CC, art. 1.275, III) é uma das modalidades de perda de propriedade, pois é o ato unilateral em que o titular do domínio se desfaz, voluntariamente, do seu imóvel, porque não quer mais continuar sendo, por várias razões, o seu dono. É necessário, para que haja derrelição, a intenção abdicativa; simples negligência ou descuido não o caracterizam. É importante dizer também que é condição essencial para perda por abandono que o proprietário fique omisso quanto ao exercício dos atos de posse e, eventualmente, aos seus deveres fiscais, que demonstra seu total desinteresse pelo imóvel resultando ao Estado arrecadação do imóvel. Certo também que aqui é preciso animus abandonanti, já que o simples fato de não usar o imóvel não resultará a perda da propriedade. Isso porque estamos diante de um Estado Democrático de Direito, com seus fundamentos, objetivos e princípios, bem como dos deveres sociais com os quais se compromete, que emerge a noção do Capitalismo Humanista. Corroborando com esse ideário Ricardo Hasson Sayeg[16] ensina com propriedade (...) a Constituição Federal de 1988 não descuidou de consignar no artigo 170 como preceitos fundamentais da ordem econômica no Estado Brasileiro Democrático de Direito, os valores sociais do trabalho humano e da livre iniciativa, com o fim de garantir a todos existência digna, observados os princípios de soberania nacional, da propriedade privada, da função social da propriedade, de defesa do consumidor, de defesa do meio ambiente, de liberdade de competição, de redução das desigualdades sociais e regionais, de busca do pleno emprego, de tratamento favorecido à empresa nacional de pequeno porte e de prevenção e repressão ao abuso do poder econômico. (grifo nosso) Considerando-se a visão apresentada pela vertente do Capitalismo Humanista, continua Ricardo Hasson Sayeg[17] Assim, a prestação jurisdicional também merece pontual atenção nas presentes reflexões, porque a ela cabe concretizar o Bem pela aplicação do direito natural da fraternidade, para interferir de fato em favor do Homem, de todos os Homens e de tudo. Isso também no ambiente econômico. Nesse diapasão, fica o Estado responsável em promover o bem estar-social, não se confundindo com paternalismo, mas apresentando uma solução para o caso concreto do abandono do imóvel, quer seja urbano ou rural, que poderá ocorrer em função de diversos fatores. Analisando nesse sentido, o Estado, age em conformidade com a proposta Capitalista Humanista Fraterna apresentada por Sayeg. (...) a aliança entre os Homens liberais e democratas, tal como está na Constituição do Brasil, mediante a aplicação do princípio natural da proporcionalidade, é justamente a solução da indagação de como se construir, sob a plataforma cultural da Humanidade, um capitalismo estruturado sob a This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2348 economia de mercado, em conformidade com as perspectivas de fraternidade do humanismo integral, que se aplicam ao domínio econômico em prol da vida e do Planeta, com vetor na dignidade do ser humano. Notemos que, a atitude do Estado em uma situação de abandono da propriedade está de acordo com a essência do Capitalismo Humanista, pois, a idéia de um Estado Democrático de Direito tem por cerne os valores e direitos contemporâneos, como o bem comum, a solidariedade, a paz e a justiça social, a busca pela erradicação da pobreza, que são as marcas deste Estado. A busca constante do ser humano por uma vida digna, pela felicidade e pela liberdade remete o homem a um Capitalismo Humanista de Mercado, conforme ensina Ricardo Hasson Sayeg[18] ao asseverar que “as presentes reflexões propõem que a tendência mundial se direcione além disso, ou seja, em prol de uma economia humanista de mercado: Um capitalismo humanista.” A propriedade não tem um fim em si mesma, e sim tem um fim de caráter social, que serve ao homem como mecanismo de equilíbrio e desenvolvimento social. Se desconsiderarmos a tão apregoada mão invisível do mercado, será possível termos no Estado um aliado ao desenvolvimento, legitimando ao aplicar a norma ao caso concreto de abandono da propriedade para restituir a sociedade em concretização da função social. 7 - CONCLUSÃO De tudo o que se expôs, evidencia-se claramente que a legislação civil que trata da possibilidade de abandono da coisa imóvel está em perfeita consonância com a Constituição Federal e com a visão do Capitalismo Humanista. Face ao Estado Democrático de Direito vigente não se pode admitir o exercício de forma absoluta e irrestrita do direito de propriedade particular, sem atenção ao preceito da função social, sendo certo que é esta que confere a proteção constitucional a este direito. A perda da propriedade pelo abandono, nos termos do art. 1.276 do Código Civil só se dará ante a perfeita atenção ao processo judicial em que se irá conferir ao proprietário o direito de provar que não houve de sua parte a intenção de abandonar, consignando-se que a inclusão do bem no quadro do patrimônio público haverá de ser precedida pela vacância do bem e posterior decurso de tempo (03 anos). O decurso de tempo, segundo o § 2º do art. 1.276, pode ser dispensado na hipótese de ter o proprietário deixado de satisfazer os ônus fiscais atinentes ao bem abandonado, sem que, contudo, se possa afastar o procedimento judicial cabível. Nesta última hipótese não há que se falar em confisco ou em utilização de ausência de pagamento de tributos como forma de arrecadação de patrimônio, vez que o não pagamento por si só não é requisito suficiente para gerar a perda da propriedade em razão do abandono. O bem só passará ao Poder Público caso não exista quem esteja exercendo a posse sobre ele e se houver a desídia no dever de satisfação com suas responsabilidades fiscais. Por não se tratar de uma hipótese de desapropriação não há que se falar em indenização prévia, justa e em dinheiro. Por características, é possível mesmo se afirmar que a idéia descrita na lei está mais relacionada à usucapião (não que seja uma hipótese deste instituto), na qual o decurso de tempo sem o exercício da posse por parte do proprietário gera a aquisição da propriedade a quem a exerce. Na hipótese, contudo, não há a posse exercida por terceiro, mas apenas a ausência de posse, sendo certo que se esta existir, não é possível a caracterização do abandono. Atendendo a uma visão plana e social da propriedade não se pode admitir a existência de direito sobre um bem imóvel sem que ele atinja seus fins precípuos, buscando atender aos interesses da coletividade, sem descuidar dos preceitos capitalistas inerentes à sociedade atual, atendendo ao Capitalismo Humanista. This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2349 8 - REFERÊNCIAS DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, 4º Volume - Direito das Coisas. São Paulo: Saraiva, 2010. FARIAS, Cristiano Chaves de. O Calvário do § 2º do Art. 1.276 do Código Civil: Vida e Morte de um Malfadado Dispositivo Legal a Partir de uma Interpretação Constitucional, in Revista de Direito Agrário, nº 19, Brasilia: Instituto Nacional de de Colonização e Reforma Agrária, 2007. GOMES, Orlando. Direitos Reais, 17ª ed., São Paulo: Forense, 2007 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, Vol. V, São Paulo: Saraiva, 2007 LIMA, Getúlio Targino de. “Apontamentos Acerca do Direito de Propriedade” in LOTUFO, Renan (coord.). Direito Civil Constitucional, Caderno 3, São Paulo: Malheiros, 2002 NADER, Paulo. Curso de Direito Civil, Vol. 4 – Direito das coisas, 2ª ed., São Paulo: Forense, 2007 NISHIYAMA, Adolfo Mamoru A Inconstitucionalidadedo art. 1.276 do novo CC e a garantia do direito de propriedade in NERY JR, Nelson, NERY, Rosa Maria de Andrade (coord.). Revista de Direito Privado vol. 18, abr. - jun. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. NUNES, Luiz Antonio Rizzato. Manual de Monografia Jurídica, 7ª ed., São Paulo: Saraiva, 2009. SAYEG, Ricardo Hasson. Doutrina Humanista de Direito Econômico: a Construção de um Marco Teórico. Tese de Livre-Docência. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica, 2009. SILVA, Jose Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 22 ed., São Paulo: Malheiros, 2009 VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, Vol. V, 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2007 Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. Código Civil. [1] Getúlio Targino de Lima. Apontamentos a Respeito do Direito de Propriedade, in Direito Civil Constitucional, caderno 3, p. 164 [2] Cristiano Chaves de Farias. “O Calvário do § 2º do Art. 1.276 do Código Civil: Vida e Morte de um Malfadado Dispositivo Legal a Partir de uma Interpretação Constitucional” in Revista de Direito Agrário, nº 19, p.108 [3] José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo, p. 812 [4] Cristiano Chaves de Farias. “O Calvário do § 2º do Art. 1.276 do Código Civil: Vida e Morte de um Malfadado Dispositivo Legal a Partir de uma Interpretação Constitucional” in Revista de Direito Agrário, nº 19, p.105-106 [5] Paulo Nader, Curso de Direito Civil, vol. 4, p. 166 [6] Cristiano Chaves de Farias. “O Calvário do § 2º do Art. 1.276 do Código Civil: Vida e Morte de um Malfadado Dispositivo Legal a Partir de uma Interpretação Constitucional” in Revista de Direito Agrário, nº 19, p.109 [7] Adolpho Mamuro Nishiyama. A inconstitucionalidade do art. 1.276 do novo CC e a garantia do direito de propriedade. Revista de Direito Privado [8] Cristiano Chaves de Farias. “O Calvário do § 2º do Art. 1.276 do Código Civil: Vida e Morte de um Malfadado Dispositivo Legal a Partir de uma Interpretação Constitucional” in Revista de Direito Agrário, nº 19, p.115 [9] Idem., p.116 [10] Idem., p. 117 [11] Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil, p.236 [12] Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, p.307 [13] Silvio de Salvo Venosa, Direito Civil, p.79 [14] Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, p.272 [15] Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, p.169 [16] Ricardo Hasson Sayeg, Doutrina Humanista de Direito Econômico: a Construção de um Marco Teórico, f. 34 [17] Ricardo Hasson Sayeg, Doutrina Humanista de Direito Econômico: a Construção de um Marco Teórico, f. 86-87 [18] Ricardo Hasson Sayeg, Doutrina Humanista de Direito Econômico: a Construção de um Marco Teórico, f. 28 This version of Total HTML Converter is unregistered. * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2350
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