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SiStemaS OperaciOnaiS Andreo Costa Ramiro Córdova Júnior 11Sistemas Operacionais OBJETIVOS DO CAPÍTULO • Diferenciar interfaces serial e paralela; • Identificar os modos de transmissão; • Comparar os tipos de transmissão síncrona e assíncrona; • Converter bases numéricas (binário, octal, decimal e hexadecimal); • Reconhecer a utilidade das bases numéricas em tecnologia da informação; • Resolver exercícios de conversão de base numérica. 1 TÓPICOS DE ESTUDO Tipos de transmissão de dados • Comunicação serial. • Comunicação paralela. • Transmissões simplex, half-duplex e full-duplex. CAPÍTULO 1 Transmissão de Dados Andreo Costa 2 Conversão de base numérica • Bases numéricas. 13Sistemas Operacionais 1.1. Introdução O processo de transmissão existe independentemente dos sistemas de processamento de dados, ou seja, este processo está inserido em nossas tarefas habituais. No simples diálogo entre duas pessoas, através de um aparelho telefônico, estamos consolidando este processo. 1.1.1. Comunicação serial O Serial é um protocolo muito utilizado para comunicação de dispositivos que vem como padrão em quase todos os computadores. A maioria dos desktops possuem duas por- tas seriais baseadas em RS-232, macho e fêmea. Alguns notebooks, quando possuem tal portam, tem apenas a porta fêmea. Tais saídas estão ilustradas na figura abaixo: Figura 1: Conector Serial Fêmea e Macho DB9 FÊMEA DB9 MACHO A figura 2, detalha a pinagem de um conector serial encontrada nos PC’s. É utilizada para muitos propósitos, entre eles, conectar uma impressora serial (impressão de cupons fiscais). Figura 2: Detalhamento dos Pinos 1 2 3 4 5 9 8 7 6 SIGLA DCD Carrier Detect 1 2 3 4 5 6 7 8 9 RX Receive Data TX Transmit Data DTR Data TerminalReady GND Ground DSR Data Set Ready RTS Request toSend CTS Clear to Send RI Ring Indicator DESCRIÇÃO PINO Sistemas Operacionais14 Sintetizando a Comunicação Serial, podemos afirmar que a transmissão e recepção dos dados por esta porta são feitos bit a bit, que caminham um após o outro por apenas uma via na linha de transmissão formando uma série de pulsos. Este tipo de transmissão é mais lenta que a Comunicação Paralela, que permite a transmissão de um byte inteiro por vez, porém ela é mais simples e pode ser usada em distâncias maiores. Por exemplo, a IEEE 488 - especificações para comunicação paralela - diz que o cabeamento entre equipamen- tos não pode ter mais que 20 metros no total, com não mais que 2 metros entre dois dispo- sitivos. O Serial pode, no entanto, se estender até 1200 metros. A menor velocidade e uma maior complexidade de interfaces é então a sua desvantagem. A transmissão e recepção de dados na comunicação via RS-232 é Full-Duplex, onde os dados podem ser enviados e recebidos ao mesmo tempo. Normalmente, a Serial é usada para transmitir dados ASCII (o Standard ASCII possui valores de 0 a 127 (7 bits), já o Extended ASCII usa de 0 a 255 (8 bits)). A comunicação é completada usando 3 linhas de transmissão: 1 – Terra. 2 – Transmissão. 3 – Recepção. Para duas portas de comunicação, estes parâmetros devem corresponder: • Taxa de Transmissão (Baud rate): uma medida de velocidade para comunicação. Isto indica o número de bits transmitidos por Segundo. Por exemplo, 100 baud são 100 bits por segundo. Quando nos referimos a um ciclo de clock nós medimos a taxa de transmissão. Por exemplo, se o protocolo pedir uma taxa de transmissão de 2400, então o clock está rodando a 2400Hz. Isto significa que a porta serial está amostran- do a linha de dados a 2400Hz. • Bits de Dados (Data bits): uma medida dos bits de dados atuais e uma transmis- são. Quando o computador envia um pacote de informação, a quantidade de da- dos pode não ser um 8 bits completo. Os valores padrão para pacotes de dados são 5, 7, e 8 bits. A configuração você deve escolher depende de qual informação você está transferindo. • Bits de parada (Stop bits): usado para sinalizar o fim da comunicação para um único pacote. Os valores típicos são 1, 1.5, e 2 bits. • Paridade: uma forma simples de verificação de erro que é utilizada na comunica- ção serial. 15Sistemas Operacionais 1.1.2. Comunicação paralela A porta paralela, dotada de 25 pinos, é geralmente utilizada para a ligação de impres- sora com o padrão Centronics de comunicação e muito mais rápida em relação à comunica- ção serial, padrão este que não é tão usual nos dias atuais. Possui um conector Amphenol de 36 pinos do lado da impressora e um conector com 25 pinos, ligado na porta paralela. Na transmissão paralela são enviados vários bits ao mesmo tempo através de 8 vias separadas, transmitindo um byte completo de cada vez. Apesar de a comunicação paralela ser mais rápida, ela exige cabos com 25 vias no máximo 8 metros, diferente da comunicação serial que utiliza cabos mais simples e permite maiores distâncias entre os equipamentos. A figura abaixo mostra um exemplo da Porta Paralela. Figura 3: Porta Paralela Esta porta é a interface mais simples de um PC. Ela é geralmente utilizada para conec- tar impressoras, mas com o surgimento da porta paralela bidirecional (EPP/ECP), outros equipamentos puderam utilizá-la, tais como: • Scanners • ZIP drives (discos portáteis) • Gravadores de CDs • Adaptadores SCSI • Câmeras digitais Tipos de porta paralela SPP (standard parallel port) é o tipo original que permite somente comunicação uni- direcional e lenta, projetando para as impressoras mais antigas. Sua velocidade é de apro- ximadamente 0,15 Mbps. É um modelo de transmissão Unidirecional. EPP (enharced parallel port) utilizado em periféricos com conectores de passagem di- reta (pass through) que não são impressoras. Sua velocidade é de aproximadamente 3 Mbps. É um modelo de transmissão bidirecional. Sistemas Operacionais16 ECP (enhanced capability port) é o melhor tipo de porta para impressoras do tipo paralelas. Sua velocidade é de aproximadamente 3 Mbps. É um modelo de transmissão bidirecional. Transmissão síncrona Uma transmissão é síncrona quando, no dispositivo receptor, é ativado um meca- nismo de sincronização relativamente ao fluxo de dados proveniente do emissor. Este mecanismo de sincronização é um relógio (clock) interno no dispositivo de recepção, por exemplo, o modem, e determina de quantas em quantas unidades de tempo é que o fluxo de bits recebidos deve ser segmentado, de modo a que casa segmento assuma o mesmo tamanho e formato com que foi emitido. Consiste na transmissão de forma contínua da mensagem dividida em blocos de da- dos de tamanho fixo enviados de uma só vez. O sincronismo é sempre estabelecido por dois octetos (dois bytes), no início da transmissão de um bloco. Características: Permite altas ve- locidades de transmissão. Eficiente, pois dispensa elementos de início e fim entre octetos. Não há pausa de transmissão entre octetos. Transmissão assíncrona Uma transmissão assíncrona quando não é estabelecido, no receptor, nenhum meca- nismo de sincronização relativamente ao emissor e, portanto, as seqüências de bits emi- tidos têm de conter em si uma indicação de inicio e do fim de cada agrupamento. Neste caso, o intervalo de tempo entre cada agrupamento de bits transmitidos pode variar cons- tantemente pois não há mecanismo que imponha sincronismo. A leitura dos dados terá de ser feita pelo receptor com base unicamente nas próprias seqüências dos bits recebidos. Consiste na transmissão onde o sincronismo entre as estações é mantido durante o tempo necessário para a envio de apenas um octeto (1 byte), ou seja, para transmitir cada octeto é necessário restabelecer o sincronismo, que é realizado através do uso de bit de “Start” no início e “Stop” no final do octeto. 1.1.3. Transmissões simplex, half-duplex e full-duplex Quanto ao sentidos em que a informação pode ser transmitida através de um canal entre emissores e receptores, as transmissões de dados podemser de 3 tipos: Semplex, Half-Duples e Full-Duplex. 17Sistemas Operacionais Simplex Neste caso, as transmissões podem ser feitas apenas num só sentido, temos um dispositivo Transmissor e outro dispositivo Receptor, sendo que este papel não se in- verte no período de transmissão. É o que se passa, por exemplo, numa emissão de rádio ou televisão analógica, em redes de compu- tadores, normalmente, as transmissões não são desse tipo. Half-duplex Nesta modalidade, uma transmissão pode ser feita nos dois sentidos, mas alterna- damente, isto é, ora num sentido ora no outro, e não nos dois sentidos ao mesmo tem- po. Este tipo de transmissão é bem exemplificado pelas comunicações entre computadores (quando um transmite o outro escuta e reciprocamente), é o que ocorre em muitas situa- ções na comunicação entre computadores. Durante uma transmissão half-duplex, em determinado instante um dispositivo A será transmissor e o outro B será receptor, em outro instante os papéis podem se inver- ter. Por exemplo, o dispositivo A poderia transmitir dados que B receberia; em seguida, o sentido da trasmissão seria invertido e B transmitiria para A a informação se os dados fo- ram corretamente recebidos ou se foram detectados erros de transmissão. A operação de troca de sentido de transmissão entre os dispositivos é chamada de turn-around e o tem- po necessário para os dispositivos chavearem entre as funções de transmissor e receptor é chamado de turn-around time. (Exemplo: Radio comunicador) Sh ut te rs to ck (Exemplo: rádios AM e FM) Sh ut te rs to ck Sistemas Operacionais18 Full-duplex Uma comunicação é dita full duplex (também chamada apenas duplex) quando temos um dispositivo Transmissor e outro Receptor, sendo que os dois podem transmitir dados si- multaneamente em ambos os sentidos (a transmissão é bidirecional). Poderíamos enten- der uma linha full-duplex como funcionalmente equivalente a duas linhas simplex, uma em cada direção. Como as transmissões podem ser simultâneas em ambos os sentidos e não existe perda de tempo com turn-around (operação de troca de sentido de transmissão en- tre os dispositivos), uma linha full-duplex pode transmitir mais informações por unidade de tempo que uma linha half-duplex, considerando-se a mesma taxa de transmissão de dados. (Exemplo: telefone) 19Sistemas Operacionais 1.2. Conversão de base numérica Desde o inicio da humanidade, o homem tem a necessidade de contar, seja para o es- toque de alimentos, quantidade de pessoas, gado e etc. A maneira mais fácil de contar foi usando os dedos da mão, daí surgiu o sistema decimal. Passando o tempo, a necessida- de fazer contagens maiores foi aumentando, então utilizar uma pedra, dar nós em corda, talhar pedaços de madeiras ou para representar as unidades de alguma coisa, deu origem ao sistema de numeração babilônica, egípcio entre outras. Usamos o sistema decimal para realizar operações, representar quantidades e transmitir informações, assim também eram as máquinas do século XIX, que usavam base 10. Porém, para o computador, a utilização de outros sistemas de numeração que facilita seu trabalho, além de também tornar o proces- samento de suas informações muito mais rápido e simples. O alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), em 1666, escreveu De Arte Combi- natória, no qual formulou um modelo científico que é o precursor teórico de computação moderna: todo raciocínio, toda descoberta, verbal ou não, é redutível a uma combinação ordenada de elementos tais como números, palavras, sons ou cores. Na visão que teve da existência de uma “característica universal”, Leibniz encontrava-se dois séculos à frente da época, no que concerne à matemática e à lógica. O matemático inglês George Boole (1815-1864) publicou em 1847, o artigo Análise Matemática da Lógica, introduzindo o uso de símbolos para expressar processos lógicos que podem então ser lidos com o mesmo rigor de uma equação algébrica. Com isso, dá origem à lógica moderna. Variáveis assumem apenas valores 0 e 1 (verdadeiro e falso) e pela dificuldade de im- plementar dígito decimal (um número inteiro entre 0 e 9) em componentes elétricos iniciou o uso da base 2 em computadores a partir do século XX. Assim, a conhecida lógica boolea- na foi usada na implementação dos circuitos elétricos internos. 1.2.1. Bases numéricas Sistema Decimal Base 10 Figura 1: 10 dígitos decimais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 O nosso sistema de numeração é um sistema de posição, porque o valor de um alga- rismo depende da ordem que ocupa, ou seja, da sua posição na escrita do número. Sistemas Operacionais20 Exemplo: 2 3 2 3 3 unidades 20 unidades 300 unidades 2000 unidades Os algarismos agrupam-se em classes. Cada classe tem três ordens: unidades, deze- nas, centenas. Os números escrevem-se e lêem-se da esquerda para a direita. A leitura ha- bitual e corrente de um número faz-se por classes. Exemplo: 2 345 134 lê-se: dois milhões, trezentos e quarenta e cinco milhares e cento e trinta e quatro unidades. Sistema Binário Base 2 Figura 2: 2 dígitos binários 0 1 Em computação, o dígito binário é conhecido como bit (binary digit). 8 bits = 1 byte Dispondo de apenas dois símbolos, zero e um, a base binária é a base primitiva de um sistema computacional. Cada zero ou um representa um bit. Um bit representa um estado, ligado ou desligado. Portanto, um padrão de 7 zeros ou uns pode ser dito também como 7 bits ou 7 estados. A partir de 8 bits, para facilitar a compreensão, podemos utilizar certas grandezas, como o Byte. Fazendo um resumo: • 1 bit = zero ou um; • 8 bits = 1 Byte (B); • 1024 Bytes = 1 Kilobyte (KB); • 1024 KB = 1 Megabyte (MB); • 1024 MB = 1 Gigabyte (GB); • 1024 GB = 1 Terabyte (GB); 1024 é o número mais próximo de 1000 da base binária (210 = 1024). 21Sistemas Operacionais Sistema Octal Base 8 Figura 3: 8 dígitos octais 0 1 2 3 4 5 6 7 O sistema de numeração de base 8 que utiliza os caracteres de 0 a 7 do sistema de nu- meração decimal, na respectiva ordem, é chamado de sistema octal. Esse sistema era mais utilizado antigamente, pois é uma simplificação do sistema binário: 3 dígitos binários eram substituídos por 1 dígito no sistema octal, porque o valor máximo de um número de 3 dígitos binários é 111, ou seja, 7, que é o número máximo de caracteres diferentes utilizados pelo sis- tema octal (base 8). Atualmente, o sistema octal entrou em desuso pela utilização cada vez maior da informática e de circuitos eletrônicos digitais, que empregam somente números bi- nários. Em substituição ao sistema octal, é utilizado o sistema hexadecimal. Sistema Hexadecimal Base 16 Figura 4: 16 dígitos hexadecimais 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F Dispondo de 16 símbolos (0-9 e A-F), a base hexadecimal é uma forma mais simpli- ficada de representar padrões binários. O que é mais fácil de um humano compreender, 520 em binário (1000001000) ou 520 em hexadecimal (208)? Certamente, em hexadecimal. Basicamente, usamos os mesmos símbolos utilizados na base 10, ou seja, de 0 à 9. Porém, ao chegar em 10, acabaram se os dedos. Como continuar contando? Basta pegar uma letra do alfabeto. Então: 10 = A; 11 = B; 12 = C; 13 = D; 14 = E; 15 = F. Após chegar em F, acabaram-se os dígitos, assim como acabam-se os dígitos na base decimal ao chegar no 9. Em decimal e hexadecimal, ao chegar em 9, zeramos o último dígi- to e incrementamos o primeiro algarismo. Sistemas Operacionais22 Representação da base numérica Quando falamos de números da base decimal geralmente não representamos expli- citamente a base numérica, quando vemos um número qualquer sem base numérica sub- -entendemos ser um número da base decimal. Mas para números de outras bases é neces- sário informar explicitamente a base numérica do número. Esta é representada por um nú- mero sub-escrito no final do número. Por exemplo: • 10100010112 • 4532348 • 23AF6D16 • 102410 (nessecaso, por ser base decimal, podemos representar ou o número sem a base, apenas 1024) Os computadores lidam com números positivos e números negativos, sendo neces- sário encontrar uma representação para números com sinal negativo. Existe uma grande variedade de opções, nós iremos conhecer o sinal e amplitude/magnitude (S+M): Utiliza um bit para representar o sinal, o bit mais à esquerda: 0 para indicar um valor positivo, 1 para indicar um valor negativo. +1010 = 010102 Soma binária A adição binária é realizada como a adição decimal. Se dois números decimais 52019 e 15563, são adicionados, a soma 67582 é obtida. Você pode analisar os detalhes desta operação da seguinte maneira. Somando a primeira coluna, números decimais 9 e 3, resulta o dígito 2 com um trans- porte de 1. O transporte é então somado à próxima coluna. Adicionado à segunda coluna, (1+1+6), resulta o número 8, sem transporte. Este pro- cesso continua até que todas a colunas (incluindo os transportes) tenham sido somadas. A soma representa o valor numérico das parcelas. Quando você soma dois números binários, você realiza a mesma operação. 23Sistemas Operacionais Exemplo Por exemplo, a soma de 0111002 + 0110102: Soma-se as posições da direita para esquerda, tal como uma soma decimal. Subtração nos computadores Na eletrônica digital de dispositivos tais como computadores, circuitos simples cus- tam menos e operam mais rápido do que circuitos mais complexos. Logo, números em complemento de dois são usados na aritmética, pois eles permitem o uso dos circuitos mais simples, baratos e rápidos. Uma característica do sistema de complemento de dois é que tanto os números com sinal quanto os números sem sinal podem ser somados pelo mesmo circuito. Por exemplo, suponha que você deseja somar os números sem sinal 13210 e 1410. 100001002 +000011102 +13210 +1410 100100102 +14610 O microprocessador tem um circuito na ULA (Unidade Lógica e Aritmética) que pode somar números binários sem sinal, quando aparece o padrão 100001002 em uma entrada e 000011102 na outra entrada, resulta 100100102 na saída. A ULA não sabe que os padrões de bits nas entradas representam número sem sinal e não números em complemento de dois. A ULA sempre soma como se as entradas fossem números binários sem sinal. Sempre produzirá o resultado correto, mesmo se as entradas forem números em complemento de dois. Sistemas Operacionais24 100001002 +000011102 –12410 +1410 100100102 –11010 Isto comprova um ponto muito importante. O somador na ULA sempre soma padrões de bits como se eles fossem números binários sem sinal. É a nossa interpretação destes padrões que decide se números com ou sem sinal estão sendo tratados. O bom do complemento de dois é que os padrões de bits podem ser interpretados de qualquer maneira. Isto nos permite trabalhar com números com e sem sinal sem requerer diferentes circuitos para cada padrão. A aritmética de complemento de dois também simplifica a ULA em outro ponto. Todo microprocessador precisa da instrução de subtração. Assim, a ULA deve ser capacitada a subtrair um número de outro. Entretanto, se isto necessitar de um circuito de subtração se- parado, a complexidade e o custo da ULA seriam aumentados. Felizmente, a aritmética de complemento de dois permite a ULA, realizar operações de subtração usando um circuito so- mador. Ou seja, a CPU usa o mesmo circuito tanto para soma como para subtração. Conversão decimal para binário A conversão numérica de números decimais para números binários é realizada atra- vés de divisões consecutivas. Dividimos o número da base decimal por 2 até que não seja mais divisível. Vamos converter o número 37 para a base binária. Exemplo Vejamos um teste com o número decimal 25: • Parte Fracionária: Toma-se a parte fracionária e efetua-se multiplicações suces- sivas pela base, até que o seu valor venha a ser zero(0) (ou atingir a precisão de- sejada) resguardando as partes inteiras na ordem normal. A leitura do padrão binário é feito de baixo para cima, ignorando os zeros à di- reita. Obtemos os seguintes restos da divisão inteira de 25 por 2: 100110. Lendo de baixo para cima, ignorando os zeros à direita, temos 11001. Portanto, 2510 = 110012. 25Sistemas Operacionais Decimal para hexadecimal Para converter um número decimal para hexadecimal, basta realizar divisões sucessi- vas do número decimal por 16 (base do sistema hexadecimal) a mesmo exemplo da conver- são binária. Lembrando que sempre que o resto der 10, o correto é representar pela letra A, e assim sucessivamente até o número 15. Hexadecimal para decimal Para converter um número hexadecimal para decimal, basta multiplicar cada digito pelo seu valor de posição e somar os resultados. Exemplo Converter o número 1B5A do sistema hexadecimal para decimal. Hexadecimal 1 B 5 A Valor de Posição 16 3 16 2 16 1 16 0 Cálculo 1 x 16 3 = 4096 B x 16 2 = 2816 5 x 16 1 = 80 10 x 16 0 - 10 Valor Final 4096 + 2816 + 80 + 2 = 7002 (decimal) Conversão decimal para octal A conversão numérica de números decimais para números octal é realizada através de divisões consecutivas, neste caso o número de base 10 é dividido por 8 até não ser mais divisível por número inteiro. Binário para Decimal Para converter um número binário para decimal, basta multiplicar cada digito pelo seu valor de posição e somar os resultados, usando base 2 no valor de posição. Sistemas Operacionais26 Exemplo Converter o número 1011 do sistema binario para decimal. Hexadecimal 1 0 1 1 Valor de Posição 2 3 2 2 2 1 2 0 Cálculo 1 x 2 3 = 8 0 x 22 = 0 1 x 21 = 2 1 x 20 = 1 Valor Final 8 + 0 + 2 + 1 = 11 (decimal) 27Sistemas Operacionais Referências ALGO SOBRE. George Boole. Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/biografias/ george-boole.html>. Acesso em: 17/03/2017. ALVES, Fabiano. Entenda o funcionamento da porta paralela. [2013] Disponível em: <http://www.guiadatecnologia.com/2013/03/entenda-o-funcionamento-da-porta-paralela. html>. Acesso em: 14/03/2017. ALVES, Fabiano. Entenda o funcionamento da porta serial. [2013] Disponível em: <http://www.guiadatecnologia.com/2012/07/hardware-como-funciona-uma-porta-serial- -rs-232.html>. Acesso em: 14/03/2017. FURTADO, Gustavo. As 10 conversões numéricas mais utilizadas na computação. Disponível em: <http://www.dicasdeprogramacao.com.br/as-10-conversoes-numericas-mais- -utilizadas-na-computacao/>. Acesso em: 18/03/2017. OLIVEIRA, Rômulo Silva de; CARISSIMO, Alexandre da Silva; TOSCANI, Simão Sirineo. Sistemas operacionais – 4. ed. – Dados eletrônicos – Porto Alegre: Bookman, 2010. TANENBAUM. Andrew S. Organização estruturada de computadores. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007. ______.; WOODHULL, Albert S. Sistemas Operacionais: Projetos e Implementação – O Livro do Minix 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. TAQUINO, Fernando. Como um computador faz cálculos pelo sistema binário? Disponívcel em: <https://www.tecmundo.com.br/infografico/9424-como-um-computador- -faz-calculos-pelo-sistema-binario-.htm>. Acesso em 18/03/2017. WEBER, Raul Fernando. Arquitetura de computadores pessoais. 2. ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2003. 29Sistemas Operacionais OBJETIVOS DO CAPÍTULO • Diferenciar os principais módulos e placas do PC; • Reconhecer o processo de montagem dos principais módulos do PC; • Definir placa-mãe, processadores, ponte norte/sul, BIOS; • Identificar drivers, programas e tipos de sistemas operacionais; • Reconhecer corretamente o multímetro e seu uso em fonte de alimentação; • Definir tensão, corrente e resistência. 1 TÓPICOS DE ESTUDO Estrutura de um computador • Chipset. • Ponte Norte (North Bridge). • Ponte Sul (South Bridge). • BIOS. • Processador. • Soquete de processador. • Barramentos. • Memória. • Memória ROM. • Memória Cache. • Processo de montagem de um PC. CAPÍTULO 2 Computador Andreo Costa e Ramiro Córdova Júnior 2 Componentes de Hardware e Software do PC • Drivers.• Programas. • Tipos de sistemas operacionais. • Multímetro. • Teste de corrente contínua – Fonte de Alimentação. • Medindo tensão de Fonte ATX. 31Sistemas Operacionais 2.1. Estrutura de um computador A estrutura física do computador, com seus componentes e variações de velocidade e qualidade, é essencial para obtermos desempenho nos processos. Identificar seus diferenciais e aplicar a combinação correta pode fazer uma grande diferença no funcionamento do sistema operacional. Vamos conhecer agora os principais módulos e placas de um PC. 2.1.1. Chipset O Chipset oferece a capacidade de inteligência à placa-mãe e determina quais os proces- sadores, memória e outros componentes de hardware que ela poderá utilizar. 2.1.2. Ponte Norte (North Bridge) Cuida da comunicação entre o barramento local PCI e o barramento PCI e controla a memória RAM e a memória cache L2 é conectada diretamente ao processador, sendo também chamado de MCH (Memory Controller Hub) e possui funções: • Controlador de memória • Controlador do barramento AGP • Controlador do barramento PCI Express x16 • Interface para transferência de dados com a ponte sul Sistemas Operacionais32 2.1.3. Ponte Sul (South Bridge) É responsável pelo controle de interrupção de DMA (Direct Memory Access), do drive de disquete, das portas serial e paralelas, portas IDE e a de comunicação entre o barra- mento ISA e o PCI. Também chamada de ICH (I/O Controller Hub, hub controlador de Entrada e Saída) é conectado a ponte norte e sua função é basicamente controlar os dispo- sitivos Onboard e de entrada e saída, como: • Discos rígidos • Portas USB, paralelas e seriais • Som e Rede Onboard • Barramento ISA • Barramento PCI e PCI Express • BIOS • Relógio de tempo real (RTC) 2.1.4. BIOS Entre outras funções, o papel mais importante do BIOS (um acrônimo Basic Input/ Output System e também conhecido como System BIOS, ROM BIOS ou PC BIOS) é o car- regamento do sistema operacional. Quando o computador é ligado e o microprocessador tenta executar sua primeira instrução, e ele tem que obtê-la de algum lugar. Não é possível obter essa instrução do sistema operacional, pois ele se localiza no disco rígido, e o micro- processador não pode se comunicar com ele sem algumas instruções que lhe digam como fazê-lo. É o BIOS o responsável por fornecer essas instruções. Quando o computador é ligado, o BIOS opera na seguinte sequência: 1. Verifica as informações armazenadas em uma pequena memória RAM, que se lo- caliza em um chip fabricado com tecnologia CMOS. A memória CMOS armaze- na informações relativas a configuração de hardware, que podem ser alteradas de acordo as mudanças do sistema. Essas informações são usadas pelo BIOS para mo- dificar ou complementar sua programação padrão, conforme necessário. 2. POST (Power-On Self-Test ou Autoteste de Partida), que são os diagnósticos e tes- tes realizados nos componentes físicos (Disco rígido, processador, etc). Os pro- blemas são comunicados ao usuário por uma combinação de sons (bipes) numa determinada seqüência e se possível, exibidos na tela. O manual do fabricante per- mite a identificação do problema descrevendo a mensagem que cada seqüência de sons representa. 33Sistemas Operacionais 3. Ativação de outros BIOS possivelmente presentes em dispositivos instalados no computador (ex. discos SCSI e placas de vídeo). 4. Descompactação para a memória principal. Os dados, armazenados numa forma compactada, são transferidos para a memória, e só aí descompactados. Isso é fei- to para evitar a perda de tempo na transferência dos dados. 5. Leitura dos dispositivos de armazenamento, cujos detalhes e ordem de inicializa- ção são armazenados na CMOS. Se há um sistema operacional instalado no dis- positivo, em seu primeiro sector (o Master Boot Record) estão as informações necessárias para o BIOS encontrá-la (este sector não deve exceder 512 bytes). 2.1.5. Processador O processador ou CPU (sigla inglesa de Central Processing Unit, que, em Português, significa Unidade Central de Processamento) é o motor de tudo que impulsiona o PC. É, normalmente, utilizado para deter- minar o quão rápido é o sistema, e quais os sistemas operacionais e outros softwares poderão ser executados por ele. Os processadores variam em velocida- de, custo, conector físico, no desempenho e eficiência de várias funções, entre outros aspectos. 2.1.6. Soquete de processador Entende-se por soquete o local onde se encaixa o processador de um computador. Desde o lançamento dos primeiros processadores, tanto a Intel ou quanto a AMD tem criado uma série de soquetes para seus processadores. Listaremos os tipos de soquetes já lançados, com uma lista de processadores compatíveis. No início, um soquete de processador era compatível apenas com um tipo de proces- sador. Mas, com o processador 486 da Intel e do uso do soquete ZIF (Zero Insertion Force), também conhecido como LIF (Low Insertion Force), que possui uma alavanca que instala e remove o processador do soquete sem a necessidade do usuário ou do técnico de fazer pressão sobre o processador, diminuíram bastante as chances de se quebrar ou entortar pinos na hora da instalação ou remoção de um processador. O uso de um mesmo padrão Sistemas Operacionais34 de pinagem por mais de um processador permitiu que o usuário ou o técnico instalasse modelos diferentes de processadores em uma mesma placa-mãe simplesmente tirando o processador antigo e colocando um novo. É claro que, para isso, a placa-mãe tinha de ser compatível com esses processadores e ser configurada apropriadamente. A Intel e a AMD vêm desenvolvendo uma série de soquetes e slots para serem utili- zados por seus processadores. O soquete criado para o primeiro processador 486 lançado não era do tipo ZIF e não permitia a troca do processador por outro modelo. Apesar de não ter um nome oficial, chamamos de soquete 0 (zero). A Intel em seguida lançou o soque- te 1, que possuía a mesma pinagem do soquete 0 com a adição de um pino de orientação mas adotava o padrão ZIF permitindo, assim, a instalação de vários tipos de processadores. Outros padrões de soquetes foram lançados depois do soquete 1 para processadores da fa- mília 486 – soquete 2, soquete 3 e soquete 6 – apenas com o intuito de ampliar a quanti- dade de processadores compatíveis com o soquete. Assim, o soquete 2 aceita os mesmos processadores aceitos pelo soquete 1 e mais alguns e assim por diante. O soquete 6 apesar de ter sido projetado nunca foi usado. Dessa forma, normalmente chamamos o padrão de pinagem de processadores da família 486 de “soquete 3”. Essa possibilidade de um mesmo soquete poder ser usado por processadores diferentes a Intel deu o nome de “overdrive”. A Intel também usou este nome para designar um processador que possua a pinagem de ou- tro, para permitir a sua instalação em uma placa-mãe mais antiga. O esquema de soquetes e pinagens dos primeiros processadores era um pouco confu- so, pois um mesmo processador poderia ser instalado em mais de um tipo de soquete. Um 486DX-33 poderia ser instalado nos soquetes 0, 1, 2, 3 e, caso ele tivesse sido lançado, 6. Para os processadores seguintes, os fabricantes usaram um esquema mais simples, em que cada processador só pode ser instalado em um único tipo de soquete. Na tabela abaixo, listamos todos os soquetes usados por processadores voltados a computadores de mesa. Soquete Número de pinos Data de lançamento Processadores compatíveis Soquete 0 168 1989 486 DX Soquete 1 169 ND 486 DX 486 DX2 486 SX 486 SX2 35Sistemas Operacionais Soquete Número de pinos Data de lançamento Processadores compatíveis Soquete 2 238 ND 486 DX 486 DX2 486 SX 486 SX2 Pentium Overdrive Soquete 3 237 ND 486 DX 486 DX2 486 DX4 486 SX 486 SX2 Pentium Overdrive 5x86 Soquete 4 273 março de 1993 Pentium-60 e Pentium-66 Soquete 5 320 março de 1994 Pentium-75 atéo Pentium-120 Soquete 6 235 nunca lançado 486 DX 486 DX2 486 DX4 486 SX 486 SX2 Pentium Overdrive 5x86 Soquete 7 321 junho de 1995 Pentium-75 até o Pentium-200 Pentium MMX K5 K6 6x86 6x86MX MII Sistemas Operacionais36 Soquete Número de pinos Data de lançamento Processadores compatíveis Soquete Super 7 321 maio de 1998 K6-2 K6-III Slot 1 (SC242) 242 maio de 1997 Pentium II Pentium III (Cartucho) Celeron SEPP (Cartucho) Soquete 370 370 agosto de 1998 Celeron (Soquete 370) Pentium III FC-PGA Cyrix III C3 Soquete 423 (PGA423) 423 novembro de 2000 Pentium 4 (Soquete 423) Soquete 463 463 1994 Nx586 Soquete 478 (mPGA478B) 478 agosto de 2001 Pentium 4 (Soquete 478) Celeron (Soquete 478) Celeron D (Soquete 478) Pentium 4 Extreme Edition (Soquete 478) LGA775 (Soquete T) 775 agosto de 2004 Pentium 4 (LGA775) Pentium 4 Extreme Edition (LGA775) Pentium D Pentium Extreme Edition Celeron D (LGA 775) Celeron série E Core 2 Duo Core 2 Quad Core 2 Extreme Pentium Dual Core Pentium série E6000 37Sistemas Operacionais Soquete Número de pinos Data de lançamento Processadores compatíveis LGA1150 (Soquete H3) 1.150 junho de 2013 Core i3 série 4000 Core i5 séries 4000 e 5000 Core i7 séries 4700 e 5700 Pentium série G3000 Celeron série G1800 LGA1151 1.151 agosto de 2015 Core i3 série 6000 Core i5 série 6000 Core i7 série 6700 LGA1155 (Soquete H2) 1.155 janeiro de 2011 Core i3 séries 2000 e 3000 Core i5 séries 2000 e 3000 Core i7 séries 2000 e 3000 Pentium séries G600, G800 e G2000 Celeron séries G400, G500 e G1600 LGA1156 (Soquete H1) 1.156 setembro de 2009 Core i3 série 500 Core i5 séries 600 e 700 Core i7 série 800 Pentium série G6900 Celeron G1101 FCBGA1170 1.170 setembro de 2013 Pentium série J Celeron série J LGA1366 (Soquete B) 1.366 setembro de 2009 Core i7 série 900 Celeron P1053 LGA2011 (Soquete R) 2.011 novembro de 2011 Core i7 séries 3800, 3900, 4800 e 4900 LGA2011-v3 2.011 agosto de 2014 Core i7 série 5000 (“Haswell-E”) FCBGA1364* 1.364 junho de 2013 Core i7-4770R Sistemas Operacionais38 Soquete Número de pinos Data de lançamento Processadores compatíveis Slot A 242 junho de 1999 Athlon (Cartucho) Soquete 462 (Soquete A) 453 junho de 2000 Athlon (Soquete 462) Athlon XP Athlon MP Duron Sempron (Soquete 462) Soquete 754 754 setembro de 2003 Athlon 64 (Soquete 754) Sempron (Soquete 754) Soquete 939 939 junho de 2004 Athlon 64 (Soquete 939) Athlon 64 FX (Soquete 939) Athlon 64 X2 (Soquete 939) Sempron (Soquete 939) Soquete 940 940 setembro de 2003 Athlon 64 FX (Soquete 940) Soquete AM1 (Soquete FS1b) 722 abril de 2014 Athlon (Soquete AM1) Sempron (Soquete AM1) Soquete AM2 940 maio de 2006 Athlon 64 (Soquete AM2) Athlon 64 FX-62 Athlon 64 X2 (Soquete AM2) Sempron (Soquete AM2) Soquete AM2+ 940 novembro de 2007 Athlon 64 (Soquete AM2/AM2+) Athlon 64 FX-62 Athlon 64 X2 (Soquete AM2/AM2+) Phenom Sempron (Soquete AM2) 39Sistemas Operacionais Soquete Número de pinos Data de lançamento Processadores compatíveis Soquete AM3 941 abril de 2010 Athlon II Phenom II Sempron (Soquete AM3) Soquete AM3+ 942 outubro de 2011 Athlon II Phenom II Sempron (Soquete AM3) FX Soquete F 1.207 novembro de 2006 Athlon 64 FX-70, FX-72 e FX-74 Soquete FM1 905 julho de 2011 A4, A6, A8 e E2 (soquete FM1) Soquete FM2 904 outubro de 2012 A4, A6, A8, A10 e E2 (soquete FM2) Soquete FM2+ (FM2r2) 906 janeiro de 2014 Athlon, A4, A4 PRO, A6, A6 PRO, A8, A8 PRO, A10 e A10 PRO (soquete FM2+) 2.1.7. Barramentos Os barramentos são um conjunto de linhas de comunicação que permitem a interli- gação entre dispositivos, como a CPU, a memória e outros periféricos. Esses conjuntos de vias de comunicação estão divididos em três conjuntos: • Via de dados: por onde trafegam os dados. • Via de endereços: por onde trafegam os endereços. • Via de controle: sinais de controle que sincronizam as duas anteriores. Sistemas Operacionais40 O desempenho do barramento é medido pela sua largura de banda (quantidade de bits que podem ser transmitidos ao mesmo tempo), geralmente é definido em potências de 2, como por exemplo, 8 bits, 16 bits, 32 bits, 63 bits, etc. Também pode-se definir o desem- penho pela velocidade de transmissão dos dados via barramento. Esta medida é dada em bits por segundo (bps), como por exemplo, 10bps, 160kbps, 100Mbps e assim por diante. 2.1.8. Memória O PC utiliza a memória RAM (Random Access Memory), também chamada simples- mente de memória, para armazenar os pro- gramas e informações com os quais está a trabalhar no momento. A memória está dis- ponível em diferentes tipos, velocidades e pacotes físicos. A quantidade e o tipo de memória que um sistema poderá utilizar depende do seu Chipset, o tipo e o número de slots de me- mória RAM disponíveis na placa mãe, entre outros fatores. 2.1.9. Memória ROM As memórias ROM (Read Only Memory – Memória Somente de Leitura) possuem esse nome porque os dados são gravados nelas apenas uma vez. Depois disso, essas in- formações não são apagadas ou alteradas, mas são apenas lidas pelo computador. Outra característica das memórias ROM é que elas são do tipo não voláteis, ou seja, os dados gra- vados não são perdidos na ausência de energia elétrica ao dispositivo. Eis os principais ti- pos de memória ROM: 41Sistemas Operacionais • PROM (Programmable Read-Only Memory): A gravação de dados neste tipo de ROM é realizada por meio de aparelhos que trabalham por meio de uma reação fí- sica com elementos elétricos. Uma vez que isso ocorre, os dados gravados na me- mória PROM não podem ser apagados ou alterados. • EPROM (Erasable Programmable Read-Only Memory): as memórias EPROM têm como principal característica a capacidade de permitir que dados sejam regravados no dispositivo. Isso é feito com o auxílio de um componente que emite luz ultravio- leta. Nesse processo, os dados gravados precisam ser apagados por completo e so- mente depois disso é que uma nova gravação pode ser feita. • EEPROM (Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory): esse tipo de memória ROM também permite a regravação de dados, no entanto, ao contrário do que acontece com as memórias EPROM, os processos para apagar e gravar da- dos são feitos eletricamente, fazendo com que não seja necessário mover o dispo- sitivo de seu lugar para um aparelho especial para que a regravação ocorra. • Flash: as memórias Flash também podem ser vistas como um tipo de EEPROM, no entanto, o processo de gravação (e regravação) é muito mais rápido. Além disso, memórias Flash são mais duráveis e podem guardar um volume elevado de dados. • CD-ROM, DVD-ROM e afins: essa é uma categoria de discos ópticos onde os dados são gravados apenas uma vez, seja de fábrica, como os CDs de músicas, ou com dados próprios do usuário, quando o próprio efetua a gravação. Há também uma categoria que pode ser comparada ao tipo EEPROM, pois permite a regravação de dados: CD-RW e DVD-RW e afins. 2.1.10. Memória Cache A memória cache é uma memória RAM com velocidade de acesso elevada, mas com tamanho bem reduzido. Essa memória tem como objetivo acelerar a execução dos progra- mas e processos trabalhando em conjunto com o processador. A memória cache possibi- lita que o processador trabalhe com toda capacidade e tenha o mínimo de tempo ocioso possível. Este tipo de memória é dividida em níveis, conhecidos como L1, L2 e L3 (L signifi- ca Level, em inglês). Eles dizem respeito à proximidade da memória cache das unidades de execução do processador. Quanto mais próxima ela estiver da unidade de execução do pro- cessador, menor será o seu número. A localização da memória cache é dentro da CPU entre os registradores e a memória prin- cipal. Todas operações de leitura e escrita na memória, primeiramente, passam pela memória ca- che. A figura abaixo exemplifica essa situação.Sistemas Operacionais42 CPU MP OU CACHE 2.1.11. Processo de montagem de um PC O processo de montagem de um computador não é complexo quando todas as pe- ças foram adquiridas de acordo com as especificações da placa-mãe. Entretanto, nem ten- te iniciar se a memória não for compatível ou o processador não for para o soquete que a placa-mãe tem. Tendo verificado isto, sempre sem energia envolvida e tendo cuidado com a energia estática que está em você (cuide para não tocar no eletrônico), siga os passos: 1. Insira o processador e as placas de memória na placa-mãe. 2. Abra o gabinete e parafuse a placa no local correto, incluindo após o cooler sobre o processador. 3. Coloque as placas offboard uma por uma, se houver. 4. Coloque o disco rígido e drives de DVD/Blu-Ray. 5. Conecte, conforme o manual da placa mãe, os conectores do gabinete, são eles que farão funcionar os botões de Power (liga/desliga), Reset e os leds que apare- cem na parte frontal do gabinete. 6. Ligue a fonte de energia na placa-mãe. 7. Pronto, hora de ligar o PC, mas não sem antes verificar a voltagem da fonte com a da energia do seu local (110/220 V). 43Sistemas Operacionais 2.2. Componentes de Hardware e Software do PC Você já experimentou utilizar um computador desconfigurado ou funcionando pela metade? Não é nada agradável, não é mesmo? Muitas vezes, isso ocorre por falta de drivers corretos para comunicar o hardware com o sistema operacional. O driver é essencial para o correto funcionamento do seu equipamento com os demais componentes que formam o computador. Neste texto, você vai conhecer os componentes de hardware e software. Além disso, vai identificar os drivers, programas e tipos de sistemas operacionais, bem como as partes físicas do computador. 2.2.1. Drivers São chamados de drivers os softwares que permitem a combinação do hardware, que é a parte física do computador, placa mãe e com outros dispositivos com o sistema opera- cional. É o driver que converte as informações do hardware para o sistema operacional do computador. É ele que cuida quando ao se abrir um requerimento, o processo seja executa- do, sendo permitida a interação do software com o dispositivo. O driver é essencial para o correto funcionamento do seu equipamento (a qual o dri- ver foi desenvolvido) com os demais componentes que formam o computador. Existem vários tipos de placas-mãe e sistemas operacionais. Cada fabricante deve fornecer um driver especifico para cada função. Como exemplo, uma placa de rede tem di- ferentes drivers para os S.O. Windows 10, Windows 8, Windows 7, MascOS e Linux. “Para se usar de um driver, ele tem de ser colocado dentro do sistema operacional, para que e tenha uma execução de modo núcleo.” (Tanenbaum, p. 17, 2009) 2.2.2. Programas Os programas, aplicações ou aplicativos, como os chamamos, são softwares responsáveis para executar determinadas tarefas. Estes softwares não são os sistemas operacionais, mas ro- dam em um sistema operacional, que por usa vez é um software responsável pelo gerenciamento dos programas com o hardware. Com o advento dos smartphones, temos diversos destes programas instalados em ce- lulares, a qual chamamos de aplicativos. Sistemas Operacionais44 Estes programas servem para determinado fim, como por exemplo: Microsoft Word, que serve para editar documentos de textos, o Paint, que serve para editar imagens bit- map, e a Calculadora, que realiza cálculos. 2.2.3. Tipos de sistemas operacionais Cabe ao sistema operacional definir políticas para gerenciar o uso dos recursos de hardware pelos aplicativos, e resolver eventuais disputas e conflitos. Cada computador possui normalmente um só processador. O uso do processador deve ser distribuído entre os programas presentes no sistema, de forma que cada um deles possa executar na velocidade adequada para cumprir suas funções sem prejudicar os ou- tros. Também a memória RAM, que deve ser distribuída de forma justa entre as aplicações. Gerenciar as impressões em computadores em rede, por exemplo, é uma tarefa ne- cessária, que o sistema operacional faz. Então, um sistema operacional visa abstrair o acesso e gerenciar os recursos de har- dware, provendo aos aplicativos um ambiente de execução abstrato, no qual o acesso aos recursos se faz através de interfaces simples, independentes das características e detalhes de baixo nível, e no qual os conflitos no uso do hardware são minimizados. Os sistemas operacionais podem ser classificados segundo diversos parâmetros e pers- pectivas, como tamanho, velocidade, suporte a recursos específicos, acesso à rede, etc. A seguir são apresentados alguns tipos de sistemas operacionais usuais: • Batch (de lote): os sistemas operacionais mais antigos trabalhavam “por lote”, ou seja, todos os programas a executar eram colocados em uma fila, com seus dados e demais informações para a execução. O processador recebia um programa após o outro, processando-os em seqüência, o que permitia um alto grau de utilização do sistema. Exemplos desses sistemas incluem o OS/360 e VMS, entre outros. • De rede: um sistema operacional de rede deve possuir suporte à operação em rede, ou seja, a capacidade de oferecer às aplicações locais recursos que estejam localizados em outros computadores da rede, como arquivos e impressoras. Ele também deve disponibilizar seus recursos locais aos demais computadores, de for- ma controlada. A maioria dos sistemas operacionais atuais oferece esse tipo de funcionalidade. • Distribuído: em um sistema operacional distribuído, os recursos de cada máqui- na estão disponíveis globalmente, de forma transparente aos usuários. Ao lan- çar uma aplicação, o usuário interage com sua janela, mas não sabe onde ela está 45Sistemas Operacionais executando ou armazenando seus arquivos: o sistema é quem decide, de forma transparente. Os sistemas operacionais distribuídos já existem há algum tempo, mas ainda não são uma realidade de mercado. • Multi-usuário: um sistema operacional multi-usuário deve suportar a identifica- ção do proprietário de cada recurso dentro do sistema (arquivos, processos, áreas de memória, conexões de rede) e impor regras de controle de acesso para impedir o uso desses recursos por usuários não autorizados. Essa funcionalidade é funda- mental para a segurança dos sistemas operacionais de rede e distribuídos. Grande parte dos sistemas atuais são multi-usuários. • Desktop: um sistema operacional “de mesa” é voltado ao atendimento do usuário doméstico e corporativo para a realização de atividades corriqueiras, como edição de textos e gráficos, navegação na Internet e reprodução de mídias simples. Suas principais características são a interface gráfica, o suporte à interatividade e a ope- ração em rede. Exemplos de sistemas desktop são o Windows 7, MacOS X e Linux. • Servidor: um sistema operacional servidor deve permitir a gestão eficiente de gran- des quantidades de recursos (disco, memória, processadores), impondo prioridades e limites sobre o uso dos recursos pelos usuários e seus aplicativos. Normalmente um sistema operacional servidor também tem suporte a rede e multi-usuários. • Embutido: um sistema operacional é dito embutido (embedded) quando é cons- truído para operar sobre um hardware com poucos recursos de processamento, ar- mazenamento e energia. Aplicações típicas desse tipo de sistema aparecem em telefones celulares (não smartphones), controladores industriais e automotivos, equipamentos eletrônicos de uso doméstico (leitores de DVD, eletrônicos, etc.). Muitas vezes um sistema operacional embutido se apresenta na forma de uma bi- blioteca a ser ligada ao programa da aplicação (que é fixa). Exemplos de sistemas operacionais embutidos são o Xylinx, LynxOS e VxWorks. • Tempo real: ao contrário da concepção usual, um sistema operacional de tempo real não precisa ser necessariamente ultra-rápido; sua característica essencial é terum comportamento temporal previsível (ou seja, seu tempo de resposta deve ser conhecido no melhor e pior caso de operação). A estrutura interna de um sistema operacional de tempo real deve ser construída de forma a minimizar esperas e la- tências imprevisíveis, como tempos de acesso a disco e sincronizações excessivas. Existem duas classificações de sistemas de tempo real: soft real-time systems, nos quais a perda de prazos implica na degradação do serviço prestado. Um exemplo seria o suporte à gravação de CDs ou à reprodução de músicas. Caso o sistema se atrase, pode ocorrer a perda da mídia em gravação ou falhas na música que está Sistemas Operacionais46 sendo tocada. Por outro lado, nos hard real-time systems a perda de prazos pelo sistema pode perturbar o objeto controlado, com graves conseqüências humanas, econômicas ou ambientais. Exemplos desse tipo de sistema seriam o controle de funcionamento de caldeira industrial. Exemplos de sistemas de tempo real incluem o QNX, RT-Linux e VxWorks. Muitos sistemas embutidos têm características de tempo real, e vice-versa. 2.2.4. Multímetro O multitester ou multímetro é o aparelho usado para medir corrente elétrica (DCmA) ou (DCA), tensão contínua (DCV), tensão alternada (ACV) e resistência elétrica (Ω). A fun- ção do multitester pode ser escolhida através da chave seletora localizada abaixo do painel. Existem dois tipos de multitester: o analógico (de ponteiro) e o digital (de visor de cristal lí- quido). Cada um tem sua vantagem: o analógico é melhor para testar a maioria dos compo- nentes enquanto o digital é melhor para medir tensões e testar resistores, como é o caso do computador. 2.2.5. Teste de corrente contínua – Fonte de Alimentação Para testar uma fonte usando o multímetro, colocamos a haste preta em “COM” e conecta- mos a haste vermelha em “volts”. Posicionamos o seletor do multímetro em DCV (corrente contí- nua) 20V, afinal a fonte não passa de 12V. 2.2.6. Medindo tensão de Fonte ATX As fontes ATX possuem um circuito que faz com que ela seja ligada e desligada pela placa-mãe, ao invés de usar uma chave liga-desliga, como as antigas fontes AT. O conector de uma fonte ATX possui 20 ou 24 fios (BTX), sendo que o fio verde é o responsável por ligar a fonte. Sh ut te rs to ck 47Sistemas Operacionais Quando é fechado um circuito entre o fio verde e qualquer fio preto ao lado, a fonte liga e, quando o circuito é aberto, ela desliga automaticamente. Utilizando um pedaço de fio com as duas pontas descascadas (dobrado em U) pode-se fechar um circuito entre o fio verde e o fio preto ao lado. Todos os fios da mesma cor são ligados em paralelo, por isso não existe necessidade de testar cada um dos vermelhos, depois cada um dos amarelos, etc. basta testar um de cada. Os fios vermelhos fornecem 5V, os amarelos fornecem 12V e os laranjas são os res- ponsáveis pela tensão de 3.3V. Os fios pre- tos são todos neutros, usados para fechar circuitos com os demais. Para medir a tensão de cada uma das saídas, você conecta o pólo negativo (preto) do multímetro a um dos fios pretos e conec- ta o pólo positivo (vermelho) a fios de cada uma das três cores. É utilizado estes mes- mos processos para os conectores molex. Tabela 1: Tensões e cores dos fios da Fonte ATX e BTX Fonte de Alimentação ATX (20 pinos) Pino Cor Saída Tolerância 5% 1 Laranja +3,3V 3,14V a 3,47V 2 Laranja +3,3V 3,14V a 3,47V 3 Preto Terra – 4 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 5 Preto Terra – 6 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 7 Preto Terra – 8 Cinza Power Good = 5V 9 Roxo +5VSB 4,75V a 5,25V 10 Amarelo +12V 11,4V a 12,6V 11 Laranja +3,3V 3,14V a 3,47V Conector Molex Sistemas Operacionais48 Fonte de Alimentação ATX (20 pinos) Pino Cor Saída Tolerância 5% 12 Azul –12V –12,6V a –11,4V 13 Preto Terra – 14 Verde Power On – 15 Preto Terra – 16 Preto Terra – 17 Preto Terra – 18 Branco –5V –5,25V a –4,75V 19 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 20 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 21 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 22 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 23 Vermelho +5V 5,25V a 4,75V 24 Preto Terra – Tensão elétrica Podemos definir a tensão elétrica em um circuito como sendo a diferença de poten- cial entre dois pólos distintos. Em todo circuito elétrico é necessário à existência de uma fonte de tensão (ou fonte decorrente em alguns casos, como veremos mais adiante) para fornecer energia ao circuito. No Sistema Internacional, a tensão elétrica, cujo símbolo é a letra U, é medido em volts(V). A notação dessa grandeza deve ser feita da seguinte maneira: U = 280 V Onde: U – é a grandeza tensão 280 – é o seu valor numérico V – é a unidade em que o valor foi medido (volts) 49Sistemas Operacionais Tensão alternada e contínua Tensão alternada: É aquela que varia no tempo, ou seja, é o tipo de tensão que des- creve uma função que varia de valor com o passar do tempo. A mais comum das tensões al- ternadas é a tensão senoidal, que assume uma infinidade de valores no decorrer do tempo. É importante notar que uma tensão alternada oscila em uma determinada freqüência. Tensão contínua: Pode ser definida como a tensão que descreve uma constante, ou seja, seu valor não varia ao longo do tempo. Notar, portanto, que uma tensão contínua não “tem” freqüência. Corrente elétrica Podemos definir uma corrente elétrica como sendo o fluxo ordenado de elétrons por um meio condutor. De fato, ao submetermos um material condutor a uma diferença de po- tencial, os elétrons fluirão do ponto de maior concentração de elétrons para o ponto de menor concentração com sentido ordenado. O deslocamento dos elétrons pelo circuito recebe o nome de fluxo (que é de fato a corrente). Esse fluxo pode ser chamado de fluxo convencional ou fluxo eletrônico. Medição de tensão contínua e alternada com o multímetro Quando utilizamos um multímetro para medições de tensão em cc, o valor obtido será sempre o valor médio da tensão, ou seja, um multímetro em escala de tensão cc mede valores médios. Quando utilizarmos um multímetro para medições de tensão ac, o valor obtido será sempre o valor eficaz de tensão, ou seja, um multímetro em escala de tensão ac mede va- lores em rms. Na prática isso significa que se medirmos com um multímetro um valor de tensão cc e um valor de tensão ac iguais, ambas as tensões produzirão sobre um mesmo resistor a mesma dissipação de potência. Resistência elétrica Podemos definir resistência elétrica como sendo um obstáculo à passagem da corren- te elétrica oferecido por um circuito. Em todo circuito elétrico existe uma resistência elé- trica qualquer que dificulta a passagem da corrente. Até mesmo um condutor de cobre possui sua resistência à corrente. A resistência elétrica, cujo símbolo é a letra R, é medida em Ohm (Ω). Sistemas Operacionais50 A notação dessa grandeza deve ser feita da seguinte maneira: R = 100 Ω Onde: R – é a grandeza resistência 100 – é o seu valor numérico Ω – é a unidade em que o valor foi medido (Ohm)
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