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Mogno-Africano-08-10-2019 (1)

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Prévia do material em texto

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 
Embrapa Florestas 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
 
Mogno-africano (Khaya spp.): 
atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil
Cristiane Aparecida Fioravante Reis
Edilson Batista de Oliveira
Alisson Moura Santos
Editores técnicos
Embrapa 
Brasília, DF 
2019
______________________________________________________
 
Mogno-africano (Khaya spp.): atualidades e perspectivas do cultivo no Brasil 
 / Cristiane Aparecida Fioravante Reis ... [et al.]. - Brasília, DF : 
 Embrapa, 2019.
 378 p. : il. color. ; 21 x 25 cm
ISBN 978-85-7035-923-0
1. Manejo florestal. 2. Sistema de produção. 3. Plantação florestal. 4. 
Produtividade. I. Reis, Cristiane Aparecida Fioravante. II. Oliveira, Edilson 
Batista de. III. Santos, Alisson Moura. IV. Embrapa Florestas.
CDD (21. ed.) 634.97 
Francisca Rasche CRB 9-1204 © Embrapa 2019 
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
Embrapa Florestas
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Florestas
Estrada da Ribeira, Km 111, Guaraituba, Caixa Postal: 319 
83411-000 – Colombo, PR
Fone: (41) 3675-5600 / Fax: (41) 3675-5601
www.embrapa.br 
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
Unidade responsável pelo conteúdo e pela edição
Embrapa Florestas
Comitê de Publicações da Embrapa Florestas
Presidente: Patrícia Póvoa de Mattos
Vice-Presidente: José Elidney Pinto Júnior
Secretária-Executiva: Neide Makiko Furukawa
Membros: Cristiane Aparecida Fioravante Reis, Krisle da Silva, Marilice 
Cordeiro Garrastazu, Valderês Aparecida de Sousa, Annete Bonnet, 
Álvaro Figueredo dos Santos, Guilherme Schnell e Schühli, 
Marcelo Francia Arco-Verde
Supervisão editorial: José Elidney Pinto Júnior
Revisão do texto: José Elidney Pinto Júnior
Normalização bibliográfica: Francisca Rasche
Projeto gráfico, capa e editoração eletrônica: Luciane Cristine Jaques
Fotos da capa: João Augusto da Silva (mudas de mogno e tora), 
David Escaquete (plantio), Alisson Moura Santos (árvore)
1ª edição
Publicação digitalizada (2019)
Versão atualizada com 
correção da figura 8, p. 34.
______________________________________________________
Autores
Adão Wagner Pêgo Evangelista
Engenheiro agrícola, doutor em Engenharia Agrícola, professor da 
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
Alessandra da Cunha Moraes-Rangel
Tecnóloga em Sensoriamento Remoto, especialista em Geoprocessamento, 
analista da Embrapa Arroz e Feijão, Santo Antônio de Goiás, GO
Alexandre Mehl Lunz
Engenheiro florestal, doutor em Fitotecnia, pesquisador da Embrapa 
Amazônia Oriental, Belém, PA
Alisson Moura Santos
Engenheiro-agrônomo, doutor em Engenharia Florestal, pesquisador da 
Embrapa Florestas, Colombo, PR
Ananda Virgínia Aguiar
Engenheira-agrônoma, doutora em Genética e Melhoramento de Plantas, 
pesquisadora da Embrapa Florestas, Colombo, PR
Andressa Ribeiro
Engenheira florestal, doutora em Ciências Florestais, professora da 
Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, PI
Antônio Carlos Ferraz Filho
Engenheiro florestal, doutor em Ciências Florestais, professor da 
Universidade Federal do Piauí, Bom Jesus, PI
Antonio Nascim Kalil Filho
Engenheiro-agrônomo, doutor em Genética Vegetal, pesquisador da Embrapa 
Florestas, Colombo, PR
Bárbara Vieira de Brito
Tecnóloga em Geoprocessamento, Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia de Goiás, Goiânia, GO
Canrobert Tormin Borges
Engenheiro-agrônomo, sócio-proprietário da Empresa Mudas Nobres, 
Goiânia, GO
Cristiane Aparecida Fioravante Reis
Engenheira florestal, doutora em Genética e Melhoramento de Plantas, 
pesquisadora da Embrapa Florestas, Colombo, PR
David Escaquete
Engenheiro florestal, diretor comercial na SR4 Soluções em Certificação 
Florestal, Piracicaba, SP
Derblai Casaroli
Engenheiro-agrônomo, doutor em Agronomia, professor da Universidade 
Federal de Goiás, Goiânia, GO
Diogo Silva Pena
Tecnólogo em Geoprocessamento, mestre em Agronomia, professor da 
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
Edilson Batista de Oliveira
Engenheiro-agrônomo, doutor em Engenharia Florestal, pesquisador da 
Embrapa Florestas, Colombo, PR
Edson Luiz Furtado
Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitopatologia, professor da Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
Eduardo Ciriello
Engenheiro-agrônomo, mestre em Ciência Florestal, proprietário da Futuro 
Florestal Ltda, Garça, SP
Flávio de Oliveira Rosa
Tecnólogo em Gestão Ambiental, mestre em Agronomia, estudante de 
doutorado da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO.
Graziela Baptista Vidaurre
Engenheira florestal, doutora em Ciência Florestal, professora da 
Universidade Federal do Espírito Santo, Jerônimo Monteiro, ES.
João Augusto da Silva
Engenheiro-agrônomo, sócio-proprietário da Empresa Mudas Nobres, 
Goiânia, GO.
João Gabriel Missia da Silva
Engenheiro Industrial Madeireiro, estudante de doutorado no Programa de 
Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal do Espírito 
Santo, Jerônimo Monteiro, ES
José Alves Júnior
Engenheiro Agrônomo, doutor em Irrigação e Drenagem, professor da 
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
Lucas Antônio Benso
Engenheiro Florestal, estudante de mestrado em Proteção de Plantas da 
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP
Márcio Mesquita
Engenheiro Agrícola, doutor em Engenharia Agrícola, professor da 
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO.
Rafael Battisti
Engenheiro Agrônomo, doutor em Engenharia de Sistemas Agrícolas, 
professor da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO.
Sybelle Barreira
Engenheira Florestal, doutora em Recursos Florestais, professora da 
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO.
Agradecimentos
A todos (agências de fomento, associações, 
empresários, estudantes, extensionistas, 
instituições privadas e públicas, técnicos, 
pesquisadores, produtores, professores, 
profissionais autônomos, universidades e 
centros tecnológicos, dentre outros) que têm 
contribuído para o desenvolvimento da cadeia 
produtiva do mogno-africano em nível mundial.
Apresentação
O gênero Khaya, pertencente à família Meliaceae, é composto por um 
importante grupo de espécies de elevado potencial madeireiro. Na atualidade, 
as espécies desse gênero de maior interesse mundial são Khaya anthotheca (Welw.) 
C. DC., Khaya grandifoliola C. DC., Khaya ivorensis A. Chev. e Khaya senegalensis 
(Desr.) A. Juss., sendo originárias de várias regiões africanas e, popularmente 
conhecidas pela designação de mogno-africano em território brasileiro. 
A madeira nativa do mogno-africano tem sido mundialmente reconhecida 
como nobre. É a principal substituta da madeira do mogno-brasileiro (Swietenia 
macrophylla), sendo utilizada em vasta gama de usos. Entre as suas principais 
aplicações se destacam a fabricação de móveis de luxo, adornos, entalhes, 
instrumentos musicais, faqueados, laminados, construção civil e naval, e em 
revestimentos internos e decorativos em várias partes do mundo.
Os principais aspectos que justificam e têm embasado o investimento em 
plantios de mogno-africano em áreas tropicais mundiais são: a) madeira com 
propriedades físicas e mecânicas, aparência e trabalhabilidade similares ao 
mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla); b) rápido crescimento; c) resistentes 
(não-preferência) à broca de ponteiro (Hypsipyla grandella), a qual inviabiliza 
cultivo e exploração econômica aos mognos do gênero Swietenia no Brasil; 
d) madeira com uso consolidado e elevada cotação no mercado internacional, 
desde que colhida em idade adequada, com elevada porcentagem de cerne e 
devidamente beneficiada e e) considerável redução de exemplares nativos e/
ou proibição de corte dos mognos, seja o brasileiro e/ou africano. 
No Brasil, os cultivos de mogno-africano (K. anthotheca,K. grandifoliola, 
K. ivorensis e K. senegalensis) têm crescido de forma significativa nos últimos anos. 
Estima-se que a área plantada em território brasileiro já tenha ultrapassado 
37 mil hectares em 2018, o que torna o Brasil, muito provavelmente, o 
maior plantador desse gênero, seguido da Austrália com 14 mil hectares de 
K. senegalensis. Em geral, esses plantios ainda não alcançaram a idade final de 
corte nem escala de produção elevada. Apenas desbastes têm sido realizados 
e, consequentemente, com obtenção de madeira de menor valor econômico. 
Entretanto, é esperada para a colheita final, a obtenção de toras de maior 
diâmetro adequadas à produção de serrados/laminados, produtos de maior 
valor no mercado. Desta forma, a inserção de produtores no segmento de 
produção de madeira de maior valor agregado tem consistido em alternativa 
para diversificação da atividade agrícola, com geração e maximização da 
renda, além de recuperação de áreas degradadas.
Em razão do incremento crescente dos plantios de mogno-africano no 
País e de seu potencial econômico, objetiva-se com este livro sintetizar e 
disponibilizar informações à sociedade interessada, como forma de balizar 
o planejamento dos cultivos e as tomadas de decisão por parte de empresas, 
produtores florestais, técnicos, dentre outros, além de instituições responsáveis 
pela liberação de créditos para produção e de agências responsáveis pelo 
fomento e execução de pesquisas. Espera-se que esse livro também seja útil a 
estudantes em nível técnico, graduação e pós-graduação. 
A abordagem do livro é ampla, envolvendo desde a escolha da espécie 
até a comercialização do produto obtido. Os seguintes temas são abordados: 
a) caracterização das espécies pertencentes ao gênero Khaya de interesse ao 
Brasil; b) usos e importância econômica dos produtos madeireiros e não 
madeireiros e suas perspectivas de mercado; c) aspectos legais quanto aos 
plantios de mogno-africano na propriedade agrícola; d) políticas públicas 
voltadas para seu cultivo; e) zoneamento edafoclimático em território brasileiro; 
f) aspectos silviculturais em plantios puros e em sistemas de integração 
lavoura-pecuária-floresta; g) crescimento e produção de madeira do mogno-
africano em várias regiões brasileiras; h) doenças e insetos com potencial 
para causar danos econômicos; i) softwares para manejo de precisão e análise 
econômica de mogno-africano em plantios puros e em sistemas de integração 
lavoura-pecuária-floresta; j) caracterização das propriedades tecnológicas da 
madeira e k) importância da certificação em plantios comerciais.
Edson Tadeu Iede
Chefe-Geral da Embrapa Florestas
Sumário
Caracterização das espécies pertencentes ao 
gênero Khaya de interesse no Brasil 
Usos, importância econômica e perspectivas de mercado
Aspectos legais quanto ao plantio de 
mogno-africano na propriedade agrícola
Políticas públicas voltadas para o plantio do mogno-africano
Zoneamento edafoclimático do mogno-africano 
(Khaya ivorensis) para o Brasil
Aspectos silviculturais 
Irrigação e crescimento inicial do mogno-africano 
(Khaya ivorensis) em ambiente de Cerrado
Crescimento e produção de mogno-africano: 
quantificação e influências
Doenças 
Insetos
Softwares para manejo de precisão e análise econômica de 
mogno-africano, em plantios puros e em ILPF 
Propriedades da madeira do mogno-africano (Khaya spp.)
Certificação florestal
12
50 
74
81 
251
266
287 
363
96
116
161
198
235
Caracterização das espécies 
pertencentes ao gênero Khaya 
de interesse no Brasil
Cristiane Aparecida Fioravante Reis
Antonio Nascim Kalil Filho
Ananda Virgínia Aguiar
Alessandra da Cunha Moraes-Rangel
1
13
Introdução 
O gênero Khaya, nativo da África, pertence ao Reino Plantae, Filo 
Tracheophyta, Classe Magnoliopsida, Ordem Sapindales e Família Meliaceae 
(IUCN, 2018). Em nível mundial, as espécies florestais pertencentes ao gênero 
Khaya possuem substancial relevância em razão da produção de madeira de 
excelente qualidade e, consequentemente, do destaque no mercado internacional 
de madeiras nativas nobres (Pennington; Styles, 1975). 
Esse gênero é caracterizado pela presença de espécies arbóreas decíduas 
ou caducifólias, isto é, que perdem suas folhas em uma certa estação do ano, 
geralmente, nos meses mais frios e com ausência de chuva (outono e inverno) 
(Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 1981). Possuem folhas paripenadas, 
com folíolos inteiros e glabros (desprovidos de pêlos) (Figura 1) (Pennington; 
Styles, 1975; Pennington et al., 1981; Mabberley, 2011). 
As flores são pequenas e unissexuais, ou seja, há flores femininas e flores 
masculinas na mesma inflorescência, mas ambas com presença de vestígios 
atrofiados do sexo oposto (Figura 2) (Penningon; Styles, 1975, Pennington et 
al., 1981). Essas flores são tetrâmeras ou pentâmeras, ou seja, com pétalas e/ou 
sépalas em número de quatro ou cinco, dispostas em grandes inflorescências 
axilares e bastante ramificadas (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 
1981; Mabberley, 2011).
O cálice, constituído pelas sépalas, é tetralobado ou pentalobado quase até 
a base, sendo os lóbulos subcirculares e imbricados (Pennington; Styles, 1975; 
Pennington et al., 1981; Mabberley, 2011). A corola é composta por quatro ou 
cinco pétalas livres, que são muito mais longas do que o cálice em botão e 
contorcidas (Pennington; Styles, 1975, Pennington et al., 1981). As pétalas são 
eretas quando as flores estão abertas e algo encapuzadas (Pennington; Styles, 
14
1975; Pennington et al., 1981). O tubo estaminal é urceolado (bojudo na base 
e com pequena abertura apical) ou em forma de copo, sendo dotado de oito a 
dez anteras nas flores masculinas ou anteródios nas flores femininas, dispostos 
em direção ao ápice e terminados com oito a dez lóbulos subcirculares, com 
apêndices sobrepostos alternando em anteras ou anteródios a depender do 
sexo da flor (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 1981). 
Figura 1. Detalhes da folha composta de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. 
Fonte: Adaptado de Nikiema e Pastenak (2008). 
Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por Plant Resources of Tropical Africa (PROTA) em 2018.
Ráquis
Folha 
composta 
paripenada, 
ou seja,
terminando 
com um par 
de folíolos.
Pecíolo
Peciólulo
Folíolos
15
Nas flores masculinas, o disco do nectário possui formato de almofada, 
sendo fundido à base do pistilóide, mas livre do tubo estaminal e, nas flores 
femininas, o disco do nectário é mais ou menos reduzido, com um inchaço 
indistinto na base do ovário (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 1981; 
Mabberley, 2011). O ovário é tetralocular ou pentalocular, sendo cada um dos 
lóculos composto por 12 a 18 óvulos (Pennington; Styles, 1975; Pennington 
et al., 1981; Mabberley, 2011). Vale lembrar que os lóculos consistem em 
cavidades existentes no interior do ovário, nas quais os óvulos são fixados à 
região da placenta.
O estigma é grosso, discóide, com margem crenulada, quase que 
completamente bloqueando a entrada do tubo estaminal, a sua superfície 
superior possui papilas minúsculas, receptivas (aos grãos de pólens) e com 
Estigma
Pétalas
Anteras
Pistilóide
Sépalas
Flor FemininaFlor masculina
Estilete
Ovário
Óvulos
Receptáculo
Pistilo
Anteródio
Figura 2. Detalhes das flores masculina e feminina de Khaya anthotheca (Welw.) C. DC.
Fonte: Adaptado de Pennington e Styles (1975). Desenho de J. Loken. 
Imagem cedida por Pennington em 2019.
16
quatro a cinco cumes estigmáticos radiantes (Pennington; Styles, 1975; 
Pennington et al., 1981; Mabberley, 2011). O pistilóide existente na flor 
masculina é semelhante ao pistilo da flor feminina, embora mais delgado 
e com um estilete mais longo (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 
1981). Os lóculos são bem desenvolvidos, mas os óvulos vestigiais são muito 
pequenos (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 1981).
Os frutos consistem em cápsulas lenhosas, eretase globosas ou 
subglobosas (Figura 3) (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 1981; 
Mabberley, 2011). Essa cápsula é do tipo septífraga, isto é, a ruptura dos 
septos é paralela ao eixo do fruto (Pennington; Styles, 1975; Pennington 
et al., 1981; Mabberley, 2011). A abertura da cápsula ocorre por meio de 
quatro a seis válvulas do ápice, sendo que as mesmas permanecem unidas 
na base e, nas margens de válvulas, ocorrem, muitas vezes, fios fibrosos 
ásperos (Pennington; Styles, 1975; Pennington et al., 1981; Mabberley, 2011). 
As sementes variam em número de oito a dezoito por lóculo, com formatos 
elipsóides a suborbiculares transversalmente, estreitamente aladas em toda a 
margem e com a presença de endosperma residual (Pennington; Styles, 1975; 
Pennington et al., 1981; Mabberley, 2011). 
Pela chave dicotômica de identificação dos gêneros pertencentes à 
Família Meliaceae, a distinção do gênero Khaya ocorre em função de suas 
espécies serem compostas por frutos em formato de cápsula globosa ou 
subglobosa; serem deiscentes, com quatro a seis válvulas que permanecem 
unidas na base e, também, pelo fato das sementes aladas possuírem asas 
estreitas e opacas (Pennington; Styles, 1975; Mabberley, 2011). A chave 
dicotômica para distinção das espécies pertencentes ao gênero Khaya, 
aparentemente, não se encontra publicada.
17
Figura 3. Detalhes dos frutos e sementes de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. 
Fonte: Adaptado de Nikiema e Pastenak (2008). 
Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por PROTA em 2018.
Válvulas abertas
Cápsula lenhosa 
deiscente com 
sementes
Cápsula lenhosa 
deiscente sem 
sementes
Semente alada
Válvulas fechadas
Cápsula lenhosa fechada
18
Neste capítulo serão apresentados maiores detalhes das quatro espécies de 
Khaya de interesse ao território brasileiro e que figuram como opções para o 
estabelecimento de plantios comerciais para obtenção de madeira nobre no 
Brasil, sendo Khaya anthotheca (Welw.) C. DC., Khaya grandifoliola C. DC., Khaya 
ivorensis A. Chev. e Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. (Pinheiro et al., 2011). 
Salienta-se que essas quatro espécies são classificadas como “vulneráveis 
A1cd de extinção” na África pela Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção 
da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, 2018). De 
acordo com essa classificação, um táxon é “vulnerável” quando não está 
“criticamente em perigo” ou “em perigo”, mas quando está enfrentando um 
alto risco de extinção na natureza. No caso das quatro referidas espécies de 
Khaya, elas enfrentam perigo em razão de redução de suas populações nativas 
(A), sendo essa “redução observada, presumida ou suspeita de, pelo menos, 
20,00% nos últimos dez anos ou três gerações, o que for maior” (1), “com base 
em um declínio na área de ocupação, extensão de ocorrência e/ou qualidade 
do hábitat” (c) e “com níveis reais ou potenciais de exploração” (d) (IUCN, 
2018). Uma quinta espécie de Khaya, denominada K. madagascariensis está 
classificada, em um grau mais delicado, como em “perigo A1cd de extinção” 
(IUCN, 2018). Um táxon está “em perigo” quando não está “criticamente em 
perigo”, mas está enfrentando um risco muito alto de extinção na natureza, 
em um futuro próximo. Para esse caso, a caracterização das letras e do 
número é idêntica à classificação anterior.
Esses aspectos são confirmados por Ofori et al. (2007), Lemmens (2008), 
Maroyi (2008), Nikiema; Pastenak (2008), Opuni-Frimpong (2008), Danquah 
et al. (2011) e Praciak et al. (2013), os quais citam que as espécies de Khaya, em 
decorrência da relevância de suas madeiras no comércio internacional, têm sido 
exaustivamente exploradas nas suas áreas de ocorrências naturais na África. 
Adicionalmente, um agravante é que a regeneração natural das plântulas é 
19
baixa, especialmente, em locais em que as árvores genitoras nativas são escassas 
(Ofori et al., 2007). Além disso, há relatos de ataque das mudas regenerantes 
pela broca Hypsipyla robusta, a qual destrói as brotações, podendo causar 
a sua morte ou resultando em bifurcações as quais reduzem o volume 
comercializável de madeira por árvore e, consequentemente, o valor a ser 
obtido com a venda da madeira (Ofori et al., 2007). Esses aspectos levam 
a se indagar sobre a ocorrência de erosão genética nessas espécies, em 
suas áreas de ocorrência natural (Praciak et al., 2013; IUCN, 2018). Neste 
contexto, restrições e/ou ações em prol da conservação dessas espécies têm 
sido conduzidas, por meio de proteção de subpopulações, proibições de 
exportação de madeiras procedentes de áreas nativas e estabelecimento de 
limites de abate das árvores nativas dessas espécies em vários países (Praciak 
et al., 2013; IUCN, 2018). 
Essas informações colocam em xeque o tradicional suprimento de 
madeiras dessas espécies de origem nativa, no mercado internacional, haja 
vista que as pressões pela conservação dessas espécies têm sido expressivas 
e serão cada vez maiores no curto, médio e longo prazos. Mas, ao mesmo 
tempo, em âmbito racional e sustentável, é descortinado o imenso potencial 
de estabelecimento de plantios florestais com essas espécies em áreas tropicais 
mundiais, inclusive no Brasil. 
A seguir serão relatados detalhes sobre os aspectos botânicos, as áreas de 
ocorrências naturais e as suas condições ambientais nos locais de origem, nas 
quais essas espécies estão mais adaptadas.
20
Khaya anthotheca (Welw.) C. DC.
Caracterização da área de distribuição natural
A área de distribuição natural de K. anthotheca é apresentada na Figura 4 
(Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African 
National Biodiversity Institute, 2012). Observa-se que essa espécie decídua 
apresenta ocorrência natural em vários países africanos, em Florestas 
Semidecíduas Úmidas e nas mais secas, nas zonas de transição entre Floresta 
Semidecídua Seca e Savana (Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong 
et al., 2016), além de Florestas Perenifólias Úmidas (Maroyi, 2008; Praciak 
et al., 2013; Oponi-Frimpong et al., 2016). Na Floresta Semidecídua Úmida, 
K. anthotheca aparece em conjunto com K. ivorensis (Maroyi, 2008). 
A espécie K. anthotheca é típica de solos aluviais férteis profundos, de 
margens de rios e de encostas (Hines; Eckman, 1993; Maroyi, 2008; Praciak 
et al., 2013). Os solos aluviais se formam a partir de sedimentos (fragmentos 
de rochas) oriundos de outros lugares e carregados pela ação das águas e dos 
ventos. Nota-se também a preferência dessa espécie por solos úmidos e bem 
drenados (Hines; Eckman, 1993; Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-
Frimpong et al., 2016).
Em geral, na sua área de ocorrência natural, as altitudes variam de baixas 
a médias, indo até 1.500,00 m de acordo com Hines e Eckman (1993), Maroyi 
(2008) e Praciak et al. (2013), embora haja também relato de sua ocorrência 
a 2.000,00 m (Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève, 
2012). As estimativas de precipitação pluviométrica média anual variam de 
1.200,00 mm a 1.800,00 mm, com estação seca variando de dois a cinco meses 
no ano (Maroyi, 2008; Opuni-Frimpong et al., 2016). Entretanto, Hines e 
Eckman (1993) e Praciak et al. (2013) citam a ocorrência da espécie em áreas 
21
Figura 4. Área de ocorrência natural de Khaya anthotheca (Welw.) C. DC. no 
Continente Africano. 
Fonte: Adaptado de Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African 
National Biodiversity Institute (2012). 
22
com precipitações pluviométricas médias anuais um pouco inferiores, entre 
600,00 mm e 1.600,00 mm.
Quanto ao requerimento por luz, K. anthotheca é moderadamente tolerante 
à sombra quando jovem e moderadamente intolerante, quando mais velha 
(Hines; Eckman, 1993; Praciak et al., 2013).
Descrição botânica
O porte das árvores nativas de K. anthotheca varia de alto a muito alto, podendo 
atingir 40,00 m a 65,00 m de altura, sendo que o fuste (parte comercial do tronco) 
pode chegar a 30,00 m (Maroyi, 2008;Conservatoire et Jardin Botaniques de 
la Ville de Genève, 2012; Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong et al., 2016). 
O fuste é usualmente retilíneo e cilíndrico (Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013; 
Opuni-Frimpong et al., 2016). Entretanto, pode formar sapopemas, ou seja, 
um tipo de raiz tabular que cerca o tronco das árvores, as quais podem atingir 
de 4,00 m a 6,00 m de altura (Figura 5) (Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013). 
No tronco, a superfície da casca é cinza e lisa, porém se esfolia em pequenas 
escamas circulares, as quais lhe conferem uma superfície manchada, com cor 
que varia de cinza a amarela (Maroyi, 2008; Opuni-Frimpong et al., 2016). 
A cor da casca interna pode variar de rosa a avermelhada (Maroyi, 2008).
A copa das árvores de K. anthotheca é maciça, arredondada e de grande 
envergadura, com galhos glabros e grossos (Maroyi, 2008; Opuni-Frimpong 
et al., 2016). As folhas são dispostas em espiral, sendo agrupadas próximas 
à extremidade de cada ramo, compostas e paripenadas, com dois a cinco 
(raramente sete) pares de folíolos (Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013). As 
estípulas são ausentes (Maroyi, 2008). Cada pecíolo possui entre 3,50 cm a 
7,00 cm de comprimento e a raquis com 2,00 cm a 20,00 cm de comprimento 
(Maroyi, 2008). Os folíolos são brilhantes, glabros, opostos, com formato que 
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1
3
2
Figura 5. Khaya anthotheca (Welw.) C. DC.: 1. Ramo com folha composta e 
inflorescência, 2. Base da árvore com sapopema e 3. Fruto deiscente com uma 
valva removida. 
Fonte: Maroyi (2008). 
Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por PROTA em 2018.
24
varia de ovado-oblongo a elíptico, com tamanho entre 5,00 cm a 20,00 cm 
x 2,00 cm a 10,00 cm (Maroyi, 2008). Os formatos dos folíolos variam de 
cuneados a obtusos e, ligeiramente assimétricos na base e de obtusos a curto-
acuminados no ápice (Maroyi, 2008). As margens dos folíolos são inteiras, 
coriáceas, glabras e com nervuras pinadas (Maroyi, 2008). Há presença de seis 
a dez pares de nervuras laterais (Maroyi, 2008). O comprimento dos pecíolulos 
varia de 0,50 cm a 1,00 cm (Maroyi, 2008). As árvores mais novas possuem 
mais pares de folíolos do que árvores em fase de maturidade (Maroyi, 2008).
A espécie K. anthotheca é monóica, ou seja, possui flores unissexuais 
femininas e masculinas na mesma planta, muito semelhantes em aparência 
(Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong et al., 2016). As flores, 
numerosas e pequenas, estão reunidas em inflorescências do tipo panícula axilar 
(Maroyi, 2008). As flores são esbranquiçadas e possuem perfume adocicado 
(Pinheiro et al., 2011). O comprimento da inflorescência pode variar de 30,00 
cm a 45,00 cm (Maroyi, 2008). 
Cada flor apresenta pedicelo com comprimento que varia de 1,50 mm a 
3,00 mm, o cálice é lobado até quase a sua metade, com lóbulos arredondados, 
de 1,00 mm a 1,50 mm de comprimento (Maroyi, 2008). As pétalas são 
livres, elípticas, com cerca de 4,00 mm a 6,00 mm de comprimento x 2,00 
mm a 4,00 mm de largura, sendo meio encurvadas (Maroyi, 2008). Os 
estames são fundidos em tubo, sob forma de urna, com 3,00 mm a 5,00 
mm de comprimento, com oito a dez anteras incluídas próximas ao ápice, 
alterando-se com lóbulos arredondados (Maroyi, 2008). O disco do nectário 
tem formato de almofada (Maroyi, 2008). O ovário é súpero, sendo que sua 
forma varia de globosa à cônica, com 1,00 mm a 2,00 mm de diâmetro, 
tetralocular a pentalocular (Maroyi, 2008). O estilete pode chegar a 1,00 
mm de comprimento e o estigma tem formato de disco (Maroyi, 2008). 
As flores masculinas possuem ovário rudimentar e as femininas possuem 
25
anteras menores e não deiscentes (Maroyi, 2008). As flores de K. anthotheca 
são polinizadas por insetos (Praciak et al., 2013).
O fruto consiste em uma cápsula ereta, relativamente globosa e lenhosa, de 
coloração marrom acinzentada, com 4,00 cm a 10,00 cm de diâmetro e com 
quatro a cinco valvas deiscentes (Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-
Frimpong et al., 2016). Ao final do período de maturação, o fruto se abre, ao 
alto, em valvas delgadas, de menos de 5,00 mm de espessura que ficam soldadas 
à base (Pinheiro et al., 2011). Os frutos ainda não abertos e/ou parcialmente 
abertos podem ser coletados diretamente da árvore e secos ao sol, quando 
então as sementes são separadas manualmente (Praciak et al., 2013).
As sementes têm formato de disco achatado ou quadrangular, são aladas 
por toda a margem, de coloração marrom e com dimensão que varia de 1,00 
cm a 2,50 cm x 1,50 cm a 3,50 (5,00) cm (Maroyi, 2008). Como as sementes 
são planas e leves, são capazes de serem transportadas à distância moderada 
pelo vento (Praciak et al., 2013). 
O número médio de sementes por quilograma é 3.000 unidades (Hines; 
Eckman, 1993; Maroyi, 2008; Praciak et al., 2013). Após o beneficiamento, as 
sementes são colocadas para secar ao sol até que atinjam 5,00% a 7,00% de 
umidade e, em seguida, armazenadas em recipientes hermeticamente fechados 
(Praciak et al., 2013). Como apresentam sensibilidade ao frio, a temperatura de 
armazenamento das sementes de 15,00 oC é tida como melhor que 5,00 oC ou 
-18,00 oC (Praciak et al., 2013). 
As sementes não apresentam dormência, não sendo necessário o seu pré-
tratamento (Hines; Eckman, 1993; Praciak et al., 2013). Sementes frescas têm 
uma taxa de sucesso de germinação de 60,00% a 90,00%, a qual, em geral, ocorre 
entre três a quatro semanas após a semeadura (Hines; Eckman, 1993; Pinheiro et 
al., 2011; Praciak et al., 2013). Em razão das sementes perderem rapidamente seu 
26
poder germinativo, a recomendação geral é semeá-las logo após a coleta (Hines; 
Eckman, 1993; Maroyi, 2008; Pinheiro et al., 2011; Praciak et al., 2013). 
A germinação é hipógea, isto é, os cotilédones permanecem sob a terra 
(Maroyi, 2008). O epicótilo tem comprimento que varia de 5,00 cm a 8,00 cm 
(Maroyi, 2008). As primeiras duas folhas são opostas e simples (Maroyi, 2008). 
Maiores detalhes sobre aspectos silviculturais das espécies de Khaya serão 
vistos em capítulo específico presente nesta publicação.
Ressalta-se que K. anthotheca é frequentemente confundida com 
K. grandifoliola (Praciak et al., 2013). Em geral, K. anthotheca difere de 
K. grandifoliola por possuir folíolos menores e mais espessos e, também, 
frutos com paredes mais finas. Há relatos de híbridos interespecíficos dessas 
espécies (Opuni-Frimpong, 2008). A espécie K. grandifoliola é, em geral, de 
menor porte que K. anthotheca (Opuni-Frimpong, 2008). Outro aspecto é que 
K. nyasica Stapf ex Baker é frequentemente mantida separada de K. anthotheca, 
mas podem ser consideradas como sinônimos (Opuni-Frimpong, 2008).
Plantios em nível mundial
Face à importância da madeira de origem nativa de K. anthotheca no mercado 
internacional e pela oferta cada vez mais restrita dessa madeira, essa espécie tem 
sido amplamente usada em plantios comerciais dentro de sua área de ocorrência 
natural e, também, na África do Sul, na Ásia tropical e na Ámerica tropical 
(exemplos: Cuba e Porto Rico) (Hines; Eckman, 1993; Maroyi, 2008; Praciak 
et al., 2013). Em menor escala, tem sido cultivada na Indonésia e Malásia 
Peninsular, onde tem sido utilizada em sistemas taungya, ou seja, em cultivos 
anuais (componentes temporários) consorciados com árvores (Praciak et al., 
2013). No Brasil, os plantios dessa espécie são feitos também em pequena escala.
27
Khaya grandifoliola C. DC.
Caracterização da área de distribuição natural
A área de distribuição natural de K. grandifoliola é apresentada na Figura 6 
(Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African National 
Biodiversity Institute, 2012). Em sua área de ocorrência natural, K. grandifoliola é 
encontrada em Floresta Semidecídua, especialmente nos tipos mais seco e Savana 
(Opuni-Frimpong, 2008; Praciak et al., 2013). Na Savana, em geral, ocorre ao longo 
de cursos d’água (Opuni-Frimpong, 2008). Pode também ser encontrada em partes 
rochosas e montanhosasde Floresta Semidecídua Úmida, em área comum de 
ocorrência de K. anthotheca (Opuni-Frimpong, 2008; Opuni-Frimpong et al., 2016; 
Praciak et al., 2013). No Sudão e na Uganda, ocorre em florestas de terras baixas, 
particularmente, em florestas de galerias (Opuni-Frimpomg, 2008). 
É uma planta que se beneficia de luz, quando já está bem estabelecida e, 
geralmente, é considerada pioneira de longa duração tolerante à sombra (Praciak 
et al., 2013). Apresenta boa regeneração em florestas e bordas de florestas nativas 
fortemente perturbadas (Praciak et al., 2013).
Em sua área de distribuição natural, pode ocorrer em altitudes de até 1.400,00 
m de acordo com Opuni-Frimpong (2008). Porém, há também relato de 
ocorrência de indivíduos de K. grandifoliola entre 229,00 m a 1.800,00 m de altitude 
(Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African 
National Biodiversity Institute, 2012). 
As estimativas de precipitação pluviométrica média anual variam entre 1.200,00 
mm a 1.800,00 mm, com estação seca de três a cinco meses no ano (Opuni-Frimpong, 
2008; Opuni-Frimpong et al., 2016). Essa espécie também tem preferência por solos 
aluviais de vales, úmidos e bem drenados (Opuni-Frimpong, 2008). 
28
Figura 6. Área de ocorrência natural de Khaya grandifoliola C. DC. no Continente 
Africano. 
Fonte: Adaptado de Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African 
National Biodiversity Institute (2012). 
29
Descrição botânica
As árvores nativas de K. grandifoliola possuem porte que varia 
de médio a alto, podendo atingir 40,00 m de altura e os fustes 
podem atingir 23,00 m (Opuni-Frimpong, 2008; Praciak et al., 
2013). Podem apresentar sapopemas com até 3,00 m de altura 
(Opuni-Frimpong, 2008; Praciak et al., 2013). O tronco é normalmente 
torcido ou inclinado nas proximidades do topo (Opuni-Frimpong, 2008; 
Praciak et al., 2013).
No tronco, a superfície da casca é áspera, escamosa e de cor marrom-
acinzentada, esfoliando-se em escamas pequenas e circulares (Opuni-
Frimpong, 2008; Praciak et al., 2013). A coloração da casca interna varia de 
rosa-escuro à avermelhada, com listras brancas e com exsudação de substância 
viscosa e incolor (Opuni-Frimpong, 2008; Praciak et al., 2013).
A copa das árvores dessa espécie é grande e arredondada, com presença de 
galhos glabros (Opuni-Frimpong, 2008). As folhas são paripenadas e compostas 
por três a cinco pares de folíolos, dispostas em espiral e agrupadas próximas das 
extremidades dos ramos (Figura 7) (Opuni-Frimpong, 2008; Praciak et al., 2013). 
As estípulas são ausentes (Opuni-Frimpong, 2008). O pecíolo e a ráquis podem 
atingir, juntos, até 50 cm de comprimento, os comprimentos dos peciólulos 
variam de 0,50 cm a 1,00 cm (Opuni-Frimpong, 2008). Os folíolos variam de 
opostos a subopostos, elípticos a ovado-elípticos ou oblongo-elípticos, com 10,00 
cm a 30,00 cm de comprimento por 5,00 cm a 10,00 cm de largura, cuneados 
a obtusos ou arredondados e ligeiramente assimétricos na base, curtos, mas 
distintamente acuminados no ápice, frequentemente com a ponta torcida (Opuni-
Frimpong, 2008; Praciak et al., 2013). As margens podem ser inteiras ou onduladas, 
espessamente papiráceas ou delgadamente coriáceas, glabras, de nervuras penadas 
com nove a quinze pares de nervuras laterais (Opuni-Frimpong, 2008).
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Figura 7. Khaya grandifoliola C. DC.: 1. Folha composta, 2. Flor, 3. Fruto deiscente 
com uma valva removida e 4. Semente alada.
Fonte: Opuni-Frimpong (2008). Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por PROTA em 2018.
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As pequenas flores são dispostas em inflorescências do tipo panículas 
axilares, podendo alcançar até 40,00 cm de comprimento (Opuni-Frimpong, 
2008). A espécie K. grandifoliola é monóica, ou seja, possui flores unissexuais 
femininas e masculinas na mesma planta, sendo muito semelhantes em 
aparência, de coloração esbranquiçada e suavemente perfumadas (Opuni-
Frimpong, 2008).
O cálice das flores é lobado até quase a base, com lobos arredondados 
com cerca de 1,50 mm de comprimento (Opuni-Frimpong, 2008). As 
pétalas são livres, elípticas, com cerca de 5,00 mm de comprimento x 2,00 
mm de largura, algo encobertas (Opuni-Frimpong, 2008). Os estames 
são fundidos em tubo, sob a forma de urna de cerca de 5,00 mm de 
comprimento, com geralmente dez anteras inclusas próximas ao ápice, 
alterando-se com lobos arredondados (Opuni-Frimpong, 2008). O disco 
do nectário tem forma de almofada (Opuni-Frimpong, 2008). O ovário é 
súpero, com formato que varia de globoso a cônico, com 1,00 mm a 2,00 
mm de diâmetro, com geralmente cinco lóculos, estilete com até 1,00 mm de 
comprimento, com o estigma em forma de disco (Opuni-Frimpong, 2008). 
As flores masculinas apresentam ovário rudimentar e as femininas possuem 
anteras menores e não deiscentes (Opuni-Frimpong, 2008).
Os frutos consistem em cápsulas eretas e lenhosas, aproximadamente 
globosas, com diâmetro variando entre 6,00 cm a 9,00 cm 
(Opuni-Frimpong, 2008). A sua cor é marrom-acinzentada, com cinco valvas 
deiscentes (Opuni-Frimpong, 2008). Os frutos são compostos por muitas 
sementes (Opuni-Frimpong, 2008).
As sementes são de cor castanha, com formato de disco ou quadrangular, 
bastante achatadas, com dimensões aproximadas de 2,00 cm x 3,50 cm (Opuni-
Frimpong, 2008). As sementes são estreitamente aladas por toda a margem, o 
que favorece a dispersão pelo vento (Opuni-Frimpong, 2008). 
32
As sementes devem ser cuidadosamente selecionadas, uma vez que podem 
ocorrer ataques de insetos quando essas ainda estão na árvore (Praciak et 
al., 2013). Há relatos da presença de 3.000 a 5.000 sementes por quilograma 
(Praciak et al., 2013). O protocolo de armazenamento de sementes e de plantio 
é similar aquele já comentado para K. anthotheca (Praciak et al., 2013).
A germinação ocorre entre 10 a 35 dias após o semeio. Para germinação, 
as sementes devem ser cobertas com uma fina camada de solo. Em geral, 
apresentam um padrão de germinação de 90,00% (Praciak et al., 2013). 
A germinação é hipógea, isto é, os cotilédones permanecem sob a terra (Opuni-
Frimpong, 2008). O epicótilo tem aproximadamente 6,00 cm de comprimento 
(Opuni-Frimpong, 2008). As primeiras duas folhas são opostas e simples 
(Opuni-Frimpong, 2008). 
Outras informações sobre aspectos silviculturais das espécies de Khaya 
serão vistos em capítulo específico presente nesta publicação. Ressalta-se que 
K. grandifoliola é frequentemente confundida com K. anthotheca (Opuni-Frimpong, 
2008; Praciak et al., 2013). Em geral, K. anthotheca difere de K. grandifoliola por 
possuir folíolos menores e mais espessos e, também, os seus frutos possuem 
paredes mais finas. Há relatos de híbridos interespecíficos dessas espécies 
(Opuni-Frimpong, 2008). A espécie K. grandifoliola é, em geral, de menor porte 
que K. anthotheca (Praciak et al., 2013).
Plantios em nível mundial
Face ao alto valor de sua madeira procedente de áreas naturais e, também, 
da sua escassez, K. grandifoliola tem sido plantada em pequena escala ou testada 
em vários países asiáticos, notadamente na Índia (Maharashtra) e Indonésia 
( Java Ocidental) (Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong, 2008). No Brasil, os 
plantios têm sido incrementados no decorrer dos anos. Ocasionalmente, tem 
33
também sido plantada dentro de sua área de distribuição natural, tal como 
na Costa do Marfim e na República do Gana (Opuni-Frimpong, 2008). 
Há relatos de plantios dessa espécie em território brasileiro.
Além do apelo comercial, é também frequentemente usada para 
fornecimento de sombra em plantações mistas de árvores, particularmente, 
naquelas cultivadas com caráter multiuso na África (Praciak et al., 2013). Pode 
também ser usada em paisagismo de estradas e para estabilização das margens 
dos rios (Praciak et al., 2013).
Khaya ivorensis A. Chev.
Caracterização da área de ocorrência natural
A área de ocorrência natural de K. ivorensis engloba regiões tropicais úmidas 
debaixa altitude da África Ocidental (Lampecht, 1990; Lemmens, 2008; 
Opuni-Frimpong et al., 2016). Detalhes sobre a área de ocorrência natural são 
apresentados na Figura 8 (Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de 
Genève and South African National Biodiversity Institute, 2012).
A espécie K. ivorensis é decídua, abundante em Florestas Perenifólias 
(Sempre-Verdes), mas pode ser também encontrada em Florestas Semidecíduas 
Úmidas conjuntamente com K. anthotheca (Lemmens, 2008). Ocorre com frequência 
ao longo de cursos d’água (Lemmens, 2008).
Nas áreas de ocorrência natural de K. ivorensis, as altitudes podem alcançar 
até 700,00 m (Lemmens, 2008; Opuni-Frimpong et al., 2016). A espécie 
prefere solos aluviais bem drenados (Lemmens, 2008), mas pode também ser 
encontrada em solos lateríticos de encostas (Lemmens, 2008).
34
Figura 8. Área de ocorrência natural de Khaya ivorensis A. Chev. no Continente 
Africano. 
Fonte: Adaptado de Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African 
National Biodiversity Institute (2012). 
35
As estimativas da precipitação pluviométrica média anual variam entre 
1.600,00 mm e 2.500,00 mm, com dois a três meses de período seco no ano 
(Lamprecht, 1990; Lemmens, 2008; Opuni-Frimpong et al., 2016). Consiste 
em espécie muito sensível ao período de estiagem (Acajou d’Afrique, 1979; 
Lamprecht, 1990; Falesi; Baena, 1999). Entretanto, pode suportar, até certo 
ponto, inundações durante o período das chuvas (Acajou d’Afrique, 1979; 
Lamprecht, 1990).
Na área de ocorrência natural de K. ivorensis, as estimativas da temperatura 
média anual variam entre 24,00 ºC e 27,00 ºC, sendo que a temperatura média 
mínima anual é estimada em 18,00 ºC (Lamprecht, 1990). Trata-se de espécie 
heliófita que, na fase juvenil, é relativamente tolerante à sombra (Lamprecht, 
1990, Praciak et al., 2013). Assim, em ambiente natural, as mudas podem 
sobreviver sob sombra densa, mas, para que ocorra um bom crescimento, a 
abertura do dossel da floresta se faz necessária (Lemmens, 2008).
Descrição botânica
As árvores de K. ivorensis possuem porte que varia de alto a muito alto nas 
áreas de ocorrência natural, podendo atingir até 60,00 m de altura (Lemmens, 
2008; Opuni-Frimpong et al., 2016; Praciak et al., 2013). O tronco é retilíneo 
e, em geral, livre de ramos até 30,00 m de altura e apresenta raízes tabulares 
vigorosas (sapopemas) que podem alcançar até aproximadamente 4,00 m 
(Figura 9) (Lamprecht, 1990, Lemmens, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-
Frimpong et al., 2016).
A casca é espessa e rugosa, de coloração marrom-avermelhada e de sabor 
amargo, que se desprende em pequenas escamas circulares (Lamprecht, 1990; 
Lemmens, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong et al., 2016). A casca 
interna possui coloração que varia de rosa à avermelhada (Lemmens, 2008).
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Figura 9. Khaya ivorensis A. Chev.: 1. Base da árvore com sapopema, 2. Ramo 
com folha composta e inflorescência, 3. Fruto deiscente e 4. Semente alada.
Crédito: Lemmens (2008). Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por PROTA em 2018.
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A copa é maciça e arredondada, com galhos glabros e com folhagem bastante 
ampla e de aspecto escuro (Lamprecht, 1990; Lemmens, 2008; Praciak et al., 
2013). As folhas são paripenadas e compostas por três a sete pares de folíolos, 
sendo dispostas em espiral e agrupadas próximas às extremidades dos ramos 
(Lemmens, 2008; Praciak et al., 2013). As estípulas são ausentes, os pecíolos 
variam de 1,00 cm a 4,00 cm de comprimento e a ráquis possui 6,00 cm a 
20,00 cm de comprimento (Lemmens, 2008). Os folíolos são opostos, com 
formatos que variam de oblongo a oblongo-elíptico, com dimensões de 5,00 
cm a 14,00 cm e de 2,00 cm a 6,00 cm, cuneados a obtusos e levemente 
assimétricos na base, distintamente acuminados no ápice (Lemmens, 2008). 
As suas margens são inteiras, coriáceas, glabras, com veios pinados e com 
5 a 10 pares de veias laterais (Lemmens, 2008). Os peciolículos possuem entre 
0,50 cm a 1,00 cm de comprimento (Lemmens, 2008). As folhas nas mudas 
juvenis podem chegar a ter vinte pares de folíolos (Lamprecht, 1990).
É uma espécie monóica, com flores femininas e flores masculinas 
(Lemmens, 2008). Entretanto, ambas as flores, masculinas e femininas, são 
muito semelhantes em aparência (Lemmens, 2008). As flores são numerosas, 
pentâmeras, pequenas, esbranquiçadas e de aroma adocicado, dispostas em 
inflorescências do tipo panícula (cacho composto de ramos) axilar com até 20,00 
cm de comprimento (Lamprecht, 1990; Lemmens, 2008). Possuem pedicelo, 
com tamanho variável entre 1,00 mm a 3,00 mm de comprimento (Lemmens, 
2008). O cálice é lobado até quase a base, com lóbulos arredondados com cerca 
de 1,00 mm de comprimento (Lemmens, 2008). As pétalas são livres, elípticas, 
com dimensões que variam de 4,00 mm de comprimento por 2,00 mm de 
largura, algo encobertas (Lemmens, 2008). Os estames são fundidos em um 
tubo, em forma de urna, com cerca de 5,00 mm de comprimento, com 8 a 10 
anteras próximas ao ápice, alternando-se com lobos arredondados (Lemmens, 
2008). O disco do nectário tem formato de almofada (Lemmens, 2008). O 
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ovário se caracteriza por ser súpero, globoso e cônico, com 1,00 mm a 2,00 
mm de diâmetro, pentalocular, com estilete de até 1,00 mm de comprimento e 
estigma em forma de disco (Lemmens, 2008). As flores masculinas possuem 
ovário rudimentar e as femininas apresentam anteras menores e indeiscentes 
(Lemmens, 2008).
Em geral, nas áreas de ocorrência natural, a maior parte das árvores 
florescem entre setembro e outubro (Praciak et al., 2013). Os frutos logo 
aparecem entre janeiro e março e se dispersam pelo vento entre fevereiro 
e maio, não por longas distâncias (Praciak et al., 2013). As cápsulas vazias 
podem permanecer nas árvores por meses (Praciak et al., 2013). No Brasil, 
na região de Viçosa, MG, as árvores têm florescido durante o verão e, logo 
em seguida, ocorre a liberação das sementes na primeira quinzena do mês de 
maio (Pinheiro et al., 2011).
O fruto, de cor castanho-acinzentado, é uma cápsula lenhosa e 
aproximadamente globosa, com cerca de 5,00 cm a 7,00 cm de diâmetro 
(Lamprecht, 1990; Lemmens, 2008). Cada fruto, deiscente por cinco valvas, 
possui muitas sementes (Lampecht, 1990).
A semente possui formato de disco ou ligeiramente quadrangular, achatada, 
de cor marrom, estreitamente alada por toda a margem e com variação nas 
dimensões entre 2,00 cm a 2,50 cm por 2,50 cm a 3,50 cm (Lemmens, 2008; 
Praciak et al., 2013). Cada quilograma de semente de K. ivorensis pode conter 
entre 3.200 e 7.600 sementes (Lamprecht, 1990).
O percentual de germinação de sementes frescas é 90,00%, porém, decaindo 
rapidamente após duas semanas de colheita (Lamprecht, 1990; Praciak et al., 
2013). A germinação é do tipo hipógea (Lemmens, 2008). O comprimento do 
epicótilo varia de 5,00 cm a 10,00 cm e as duas primeiras folhas são opostas e 
simples (Lemmens, 2008). 
39
Outras informações sobre aspectos silviculturais das espécies de Khaya são 
apresentados em capítulo específico desta publicação.
Plantios em nível mundial
K. ivorensis é amplamente plantada em locais dentro de sua área de distribuição 
natural e, também, na América tropical (exemplo: Brasil) e na Ásia tropical 
(Lemmens, 2008; Praciak et al., 2013). 
Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. 
Caracterização da área de ocorrência natural
A área de ocorrência natural de K. senegalensis abrange diversas localidades 
africanas (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008; Conservatoire et Jardin 
Botaniques de la Ville de Genève and South African National Biodiversity 
Institute, 2012; Praciak et al., 2013). Detalhes sobre essa distribuição em nível 
de países africanos podem ser observados na Figura 10. 
Ocorre em florestas de Savana, muitas vezes em locais úmidos e ao longo 
de cursos de água (Nikiema; Pastenak, 2008). Nas florestas ripárias pode ser 
encontrada em conjunto com K. grandifoliola(Nikiema; Pastenak, 2008).
Nas áreas de distribuição natural, as altitudes podem alcançar 1.800,00 m 
(Nikiema; Pastenak, 2008). As estimativas de precipitação pluviométrica média 
anual variam entre 650,00 mm e 1.300,00 mm (1.800,00 mm), com períodos 
de seca de quatro a sete meses (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008). 
40
Figura 10. Área de ocorrência natural de Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss. no 
Continente Africano. 
Fonte: Adaptado de Conservatoire et Jardin Botaniques de la Ville de Genève and South African 
National Biodiversity Institute (2012). 
41
Prefere solos aluviais profundos e bem drenados, mas também pode ser 
encontrada em solos rasos e rochosos, onde geralmente permanece com 
menor porte (Nikiema; Pastenak, 2008). As formações aluviais úmidas são 
preferidas aos solos lateríticos (ferrosolos) das savanas abertas (Lamprecht, 
1990). Entretanto, as condições hídricas parecem ser de maior importância 
para o seu desenvolvimento do que a fertilidade do solo (Lamprecht, 1990).
 A depender do genótipo/progênie/procedência, pode tolerar inundações, 
até certo ponto, na estação chuvosa e ventos fortes (Nikiema; Pastenak, 
2008). Esse aspecto foi observado em teste de progênies multiprocedências 
de K. senegalensis, onde várias árvores sobreviveram à inundação e ventos fortes 
causados pelo Ciclone Tropical Yasi na Austrália, o que demonstra a presença 
de variabilidade genética para tolerância a esses caracteres em germoplasmas 
da espécie (Lindsay; Dickinson, 2012).
A temperatura média anual na sua área de ocorrência natural está em torno de 
24,00 ºC (Lamprecht, 1990). Em geral, a espécie exige muita luz, embora tolere 
50,00% de sombra quando jovem e é a espécie mais tolerante à seca em relação 
as demais espécies de Khaya abordadas neste capítulo (Praciak et al., 2013).
Descrição botânica 
Em geral, as árvores de K. senegalensis possuem porte mediano, com 30,00 
m a 35,00 m de altura quando crescendo em solos férteis e profundos, e de 
15,00 m a 20,00 m nas savanas (Nikiema; Pastenak, 2008; Praciak et al., 2013; 
Opuni-Frimpong et al., 2016). A forma do tronco varia de acordo com as 
condições do sítio, sendo geralmente tortuosa e com ramificação baixa (10,00 
m a 20,00 m ou mais curtos) (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008). 
Ao contrário das demais espécies abordadas neste capítulo, as sapopemas de 
K. senegalensis são ausentes ou não proeminentes (Nikiema; Pastenak, 2008).
42
A casca do tronco é cinzenta ou marrom acinzentada, sulcada e salpicada 
de manchas claras (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008; Praciak et al., 
2013; Opuni-Frimpong et al., 2016). A casca interna varia de rosa escura à 
avermelhada, com exsudação de uma goma avermelhada (Nikiema; Pastenak, 
2008; Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong et al., 2016).
A copa é ampla, arredondada, densa e com vários galhos glabros (Lamprecht, 
1990; Nikiema; Pastenak, 2008; Praciak et al., 2013; Opuni-Frimpong et al., 2016). 
As folhas são dipostas em espiral, agrupadas perto das extremidades dos ramos 
e paripenadas, com dois a seis pares de folíolos dispostos em pecíolo e raquis, em 
longo conjunto com até 25,00 cm de comprimento (Nikiema; Pastenak, 2008). 
As estípulas são ausentes (Nikiema; Pastenak, 2008). Os folíolos são opostos ou 
quase opostos, elípticos a oblongos, com 5,00 cm a 12,00 cm x 2,50 cm a 5,00 cm, 
cuneados e ligeiramente assimétricos na base, obtusos ou muito pouco acuminados 
nos ápices. As suas margens são inteiras, finamente coriáceas e glabras, com veias 
pinadas com oito a dez pares de veias laterais (Nikiema; Pastenak, 2008). 
Consiste em espécie monóica, classificada como díclina, ou seja, com 
aparelhos sexuais masculino e feminino em flores distintas, mas muito 
similares em aparência (Nikiema; Pastenak, 2008). As flores são brancas, 
numerosas e dispostas em panículas axilares ou aparentemente terminais com 
até 20,00 cm de comprimento (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008). 
As numerosas flores são pequenas, esbranquiçadas e de aroma adocicado 
(Figura 11) (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008). O pedicelo possui 
entre 1,00 mm a 2,00 mm de comprimento (Nikiema; Pastenak, 2008). 
O cálice é lobado até quase a metade, com lóbulos arredondados com 1,50 mm 
de comprimento (Nikiema; Pastenak, 2008). As pétalas são livres, elípticas, com 
dimensões de 4,00 mm x 2,00 mm, um tanto encapuzadas (Nikiema; Pastenak, 
2008). Os estames são fundidos em forma de urna, com tubo de 5,00 mm de 
comprimento, geralmente, com oito anteras incluídas perto do ápice, alternando 
43
1
3
2
4
Figura 11. Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss.: 1. Árvore, 2. Ramo com folhas 
compostas e inflorescências, 3. Frutos deiscentes e 4. Semente alada. 
 Crédito: Lemmens (2008). Redesenhado e adaptado por Iskak Syamsudin.
Imagem cedida por PROTA em 2018.
44
com lobos arredondados (Nikiema; Pastenak, 2008). O disco do nectário 
possui forma de almofada (Nikiema; Pastenak, 2008). O ovário é superior, 
globoso a cônico, com 1,00 mm a 2,00 mm de diâmetro e estilo com até 1,00 
mm de comprimento, o estigma tem formato de disco (Nikiema; Pastenak, 
2008). As flores masculinas possuem ovário rudimentar e as flores femininas 
possuem anteras menores e não-deiscentes (Nikiema; Pastenak, 2008).
Os frutos são constituídos por cápsulas lenhosas, de cor marrom brilhante, com 
forma esférica (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008). Quando maduro, cada 
fruto abre as quatro valvas, com dispersão de 15 sementes alongadas, achatadas e 
aladas (Lamprecht, 1990; Nikiema; Pastenak, 2008; Opuni-Frimpong et al., 2016).
Outras informações sobre aspectos silviculturais das espécies de Khaya são 
apresentadas em capítulo específico desta publicação.
Plantios em nível mundial
K. senegalensis é comumente plantada dentro de sua área natural de distribuição, 
principalmente, para uso ornamental e na arborização de estradas (Nikiema; 
Pastenak, 2008, Praciak et al., 2013). Além disso, pode também ser plantada em 
monocultivos (em regiões de escape da broca) e em plantios mistos, neste caso 
também como medida paliativa ao ataque das brocas. Outros locais em que 
essa espécie tem sido plantada são: África do Sul, América tropical (exemplo: 
Brasil), Austrália, Cabo Verde, Cuba, Egito Guadalupe (Ilha), Guiana, Índia, 
Indonésia, Java, Madagáscar, Malawi, Malásia, Porto Rico, Sri Lanka (5.000,00 
ha em 2016), Tailândia, Tanzânia e Vietnã (Nikiema; Pastenak, 2008; Praciak 
et al., 2013; Bandara; Arnold, 2018). 
Essa espécie tem sido plantada com grande sucesso de adaptação e crescimento, 
em vários ambientes de savanas, em especial, na faixa costeira dos territórios federais 
australianos de Western Australia (Kununurra), Northern Territory (Darwin, 
45
Douglas-Daly e Katherine) e Queensland (Bowen, Cooktown, Sunshine Coast, 
Townsville e Weipa) (Nikles, 2011; Lindsay, 2015). A Empresa African Mahogany 
Australia (AMA), situada na localidade de Douglas-Daly administra a maior 
plantação de K. senegalensis do mundo, com 14.000,00 ha (Australia, 2017, African 
Mahogany Australia, 2018). Essas plantações têm sido consorciadas com gado, por 
meio de estímulo de parcerias com produtores de gado da região (Australia, 2017). 
Vale frisar que essa espécie também tem sido plantada por produtores australianos, 
em pequena escala (em torno de 60 a 70 propriedades) (Dickinson; Nikles, 2011; 
Lindsay, 2015; Nikles et al., 2016). O principal foco desses plantios é a produção de 
madeira de alto valor agregado para laminação (Nikles et al., 2016).
No Brasil, há plantios dessa espécie em várias regiões, em especial, em áreas 
com solos arenosos e sujeitos à deficiência hídrica. Assim, K. senegalensis mais se 
destaca, sob essas condições, entre as demais consideradas neste capítulo. 
Considerações finais
O conhecimento aprofundado das informações apresentadas no decorrer deste 
capítulo é fundamental, uma vez que servem de base para a correta identificação das 
espécies a serem plantadas e, também,como embasamento para tomadas de decisões 
de produtores e empresários interessados em obter sucesso no estabelecimento dessas 
espécies em território brasileiro. Isso porque um dos pilares que alicerça o sucesso 
de um plantio florestal é que o material genético utilizado (espécie/procedência/
progênie/clone) seja bem adaptado às condições ambientais do local de cultivo. 
Outras informações sobre os pilares que alicerçam o sucesso de um plantio 
florestal, tal como aspectos legais, técnicas silviculturais, pragas, propriedades 
tecnológicas da madeira, mercado e usos, dentre outras informações, são 
apresentadas em capítulos específicos desta publicação.
46
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Usos, importância econômica 
e perspectivas de mercado
Andressa Ribeiro
Antônio Carlos Ferraz Filho
Edilson Batista de Oliveira
2
51
Introdução
As espécies do gênero Khaya, conhecidas popularmente como mogno-
africano, apresentam diferentes utilidades, desde usos madeireiros a usos não 
madeireiros (extrativos, cascas, folhas, frutos e sementes). Historicamente, a 
madeira nativa do mogno-africano é valorizada no mercado devido às suas 
características tecnológicas e a sua beleza (Lamb, 1963). No século XVIII, 
com a colonização britânica na Jamaica, essa madeira começou a atrair atenção 
dos ingleses e se consagrou no mercado madeireiro europeu no ano de 1.850 
(Lamb, 1967). 
Como o gênero Khaya é comercializado há bastante tempo, em seus locais 
de origem, devido à exploração intensa, indivíduos nativos com grandes 
dimensões são raros (Arnold, 2004). No Brasil, o cultivo ainda é recente, com 
os indivíduos mais antigos prestes a completar 40 anos de idade no estado do 
Pará. Detalhes sobre o histórico do cultivo do mogno-africano no Brasil foi 
descrito por Ribeiro et al. (2017), por meio de uma ampla revisão bibliográfica. 
O comércio da madeira do mogno-africano é consolidado, sendo empregado 
na indústria moveleira, na construção naval e em sofisticadas construções de 
interiores (Ward et al., 2008; Opuni-Frimpong et al., 2008). Esse comércio 
se intensificou significativamente na segunda metade do século XX, devido 
a fortes demandas e a disponibilidade limitada de mogno-americano 
(Swietenia spp.) (Arnold, 2004). 
As espécies de Khaya, em seus locais de origem, apresentam também diversos 
usos etnomedicinais (Zhang et al., 2009), com destaque para o tratamento 
da malária, devido à presença de uma variedade de limonóides que possuem 
ação antimalárica. Estudos sobre o potencial antimalárico do extrato da casca 
do fuste de árvores de K. anthotheca (Lee et al., 2008), K. grandifoliola (Nurain; 
52
Bewaji, 2017), K. ivorensis (Tepongning et al., 2013) e K. senegalensis (Adebayo; 
Kretlli, 2011) foram conduzidos com sucesso em laboratórios, confirmando 
o uso tradicionalmente realizado pelos povos africanos no combate à doença. 
Neste capítulo, serão aprofundados aspectos sobre as quatro espécies de 
maior interesse no Brasil, com enfoque em seus usos, importância econômica 
e perspectivas de mercado.
Produtos madeireiros
As características atraentes da madeira de mogno-africano, incluindo sua cor 
marrom-rosada a escura e suas propriedades físicas de fácil trabalhabilidade, 
a tornam uma madeira altamente desejada para móveis e carpintaria (Opuni-
Frimpong et al., 2008). A madeira de K. ivorensis é muito semelhante à madeira 
de K. anthotheca e, conjuntamente à madeira de K. grandifoliola, são exportadas em 
consignações mistas da África Ocidental como “mogno-africano” ou “Acajou 
d’Afrique” (Maroyi, 2008).
A espécie K. anthotheca é conhecida como mogno-branco e sua madeira é 
empregada popularmente na fabricação de móveis, pisos, painéis e construção 
de barcos e canoas, sendo muito utilizada no setor moveleiro na região de 
Ruvuma, Tanzânia (Hines; Eckman, 1993). Possui uma madeira muito valiosa, 
com grã bonita, sendo usada na fabricação de móveis de alto padrão, incluindo 
a produção de lâminas e qualquer aplicação em que seja necessária uma madeira 
de boa qualidade e de peso mediano (Tropical Plant Database, 2019). 
A espécie K. grandifoliola, conhecida como mogno-da-folha-grande, 
possui madeira valorizada para carpintaria, marcenaria, móveis e laminação 
53
decorativa. É também adequada para construção leve, piso leve, acabamento 
interno, construção naval, instrumentos musicais, brinquedos, artesanatos, 
entalhes, torneados e madeira para celulose. Tradicionalmente, a madeira dessa 
espécie é também usada para utensílios domésticos e canoas escavadas, além 
de lenha e produção de carvão vegetal (Opuni-Frimpong, 2008).
A espécie K. ivorensis, conhecida como mogno-vermelho, possui usos da 
madeira nas mais variadas vertentes, desde movelaria, pequenos objetos, 
lâminas, sendo também comumente utilizada em estruturas de janelas, painéis, 
escadas e portas. Possui emprego desde em construções leves, como pisos, 
à construção pesadas como a naval, carrocerias de veículos, dentre outros. 
Tradicionalmente, a madeira é usada para construção de canoas, sendo também 
empregada como lenha, madeira para produção de celulose e carvão vegetal 
(Lemmens, 2008). 
No decorrer dos anos, a Associação Brasileira de Produtores de Mogno-
Africano (ABPMA) tem centrado esforços para inserir o nome do mogno-
africano nos mais diversos usos possíveis da madeira. Para tal, árvores de um 
plantio no estado do Pará, com 18 anos de idade, foram abatidas e distribuídas 
para diferentes testes de qualidade e usos potenciais. As toras foram processadas 
mecanicamente para distribuição das tábuas serradas aos profissionais para 
geração de produtos de elevado valor agregado (Figura 1).
Destaca-se como um nobre uso da madeira de mogno-africano, a arte de 
lutheria, que utiliza a madeira da espécie para compor partes de instrumentos 
musicais, como violões, guitarras e contrabaixos, devido às boas características 
acústicas dessa madeira (Lemmens, 2008). No Brasil, já houve a produção de 
instrumentos musicais utilizando a madeira de mogno-africano procedente de 
árvores do Pará, produzidas pela parceria entre a ABPMA, os profissionais da 
área e alguns músicos (Figura 2).
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Figura 1. Toras e pranchão serrado de mogno-africano provenientes de um plantio de 
18 anos de idade, no estado do Pará, Brasil.
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Figura 2. Guitarra e contrabaixo produzidos pelo luthier Sânzio Brandão (A) e marimbas 
produzidas pelo músico Leandro César, utilizando madeira oriunda de florestas 
plantadas de mogno-africano (B).
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A ABPMA também trabalhou em parceria com renomados designers 
brasileiros para produção de móveis, utilizando a madeira do mogno-africano, 
também plantada no estado do Pará. Criações de diferentes peças foram feitas 
e muitas destas foram agraciadas com prêmios na categoria de uso de madeiras 
alternativas, recebendo destaque em mídias específicas (Figura 3).
O aproveitamento das árvores cortadas no estado do Pará se deu em 
diferentes vertentes do ramo moveleiro. Trabalhos belíssimos foram feitos 
utilizando raízes esculpidas de árvores de mogno-africano (Figura 4).
Lâminas de toras de mogno-africano também foram produzidas no intuito 
de verificar o seu potencial na produção de móveis laminados. O resultado foi 
muito positivo e atestado pelo trabalho dos designers Juliana Vasconcellos e 
Matheus Barreto (Figura 5).
(a) (B) 
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Figura 3. Aparador de mogno-africano produzido pelo designer Paulo Alves (A) e banco 
“Apicaba” produzido pelo designer Maurício Azeredo (B).
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Figura 4. Poltrona produzida pelo designer Hugo França utilizando 
raízes esculpidas de árvores de mogno-africano.
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Figura 5. Processo de laminação de toras e escrivaninha produzida com lâminas de 
mogno-africano pelos designers Juliana Vasconcellos e Matheus Barreto.
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Alguns plantios de mogno-africano no Brasil já foram submetidos a 
desbaste. Na Figura 6 são ilustradas as toras do primeiro desbaste de um 
povoamento localizado no estado de Minas Gerais, com 11,50 anos de idade e 
com diâmetro médio das toras de 30,00 cm.
Figura 6. Toras provenientes do primeiro desbaste de um plantio comercial de mogno-
africano com 11,50 anos,colhidas no estado de Minas Gerais.
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Alguns produtos provenientes de madeiras de desbaste já estão sendo 
inseridos no mercado, como é o caso dos painéis, mesas e bancos fabricados 
pela Empresa Khaya Woods. Na Figura 7 é ilustrado desde o processamento da 
madeira até o produto madeireiro final, procedente das árvores de um plantio 
da referida empresa, localizada em Minas Gerais, a partir de desbaste realizado 
aos nove anos de idade. 
Figura 7. Toras cortadas e serradas de mogno-africano, provenientes de árvores 
desbastadas aos nove anos de idade, secas em estufa e usadas na produção de 
bancos, painéis e mesas.
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Destaca-se o esforço de vários produtores florestais e da ABPMA para inserção, 
valorização e comercialização da madeira ainda jovem, ou seja, procedente de 
desbaste, para produção de pequenos objetos de madeira, como cabos de talheres, 
tábuas de cozinha, jóias, bem como objetos de decoração. Esse espaço vem sendo 
conquistado, por exemplo, em linhas consagradas da empresa Tramontina.
Em relação à importância econômica, Arnold (2004) relatou que no 
comércio internacional madeireiro, o nome mogno-africano geralmente inclui 
várias espécies do gênero Khaya e, mesmo que as características das madeiras 
variem um pouco, particularmente na densidade e na tonalidade da madeira, 
todas são consagradas no mercado. A espécie tradicionalmente comercializada 
é K. ivorensis, proveniente das florestas naturais da República do Gana. Porém, 
a madeira de K. anthotheca e K. grandifoliola também são prontamente aceitas no 
mercado. Embora a madeira de K. senegalensis tenha sido comercializada no 
passado, principalmente, nos mercados locais da África Ocidental, atualmente 
é exportada mais amplamente, devido à diminuição da disponibilidade de 
madeira nativa de outras espécies de Khaya (Arnold, 2004). 
Os valores comerciais disponíveis no mercado internacional são referentes 
à madeira proveniente de florestas tropicais naturais da África, em especial da 
República do Gana. Assim, os preços de mercado da madeira oriunda de plantios 
ainda são especulativos (Ribeiro et al., 2017). Há um único registro publicado 
no ano de 2012 pela International Tropical Timber Organization (ITTO, 2012), 
relacionado ao comércio de madeira serrada de Khaya spp. em plantios no 
Panamá, informando o valor médio de US$ 267,00 por metro cúbico.
A Figura 8 foi construída utilizando os valores de exportação de madeira 
serrada de K. ivorensis proveniente de florestas nativas da República do Gana, 
disponibilizados pela ITTO nos relatórios de mercado de madeira tropical 
(primeira quinzena mensal), numa série histórica de cinco anos, desde abril de 
2013 a abril de 2018.
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Ano/mês
Secagem ao ar livre
Secagem em estufa
Em relação ao uso da madeira de K. senegalensis, a mesma possui empregos 
semelhantes aos citados para K. ivorensis. De acordo com França et al. (2015), essas 
duas espécies de mogno-africano apresentaram propriedades organolépticas 
semelhantes. Porém, a madeira de K. ivorensis possui massa específica básica 
baixa (0,49 g cm-3) e a madeira de K. senegalensis possui massa específica básica 
média (0,59 g cm-3), sendo então a primeira indicada para construção leve e 
molduras, acabamentos e divisórias, móveis de utilidade e compensado, e a 
segunda para produção de assoalho, construção leve e embarcações. Outras 
informações sobre as propriedades tecnológicas da madeira dessas espécies são 
apresentadas em capítulo específico desta publicação.
Segundo Nikiema e Pasternak (2008), a madeira de K. senegalensis, conhecida 
como mogno de zonas secas, é utilizada para carpintaria, marcenaria, 
móveis, construção naval e lâminas decorativas. É também adequada para 
Figura 8. Valores de venda da madeira nativa de Khaya ivorensis serrada, seca ao ao 
livre ou seca em estufa, entre abril de 2013 e abril de 2018. 
Fonte: Elaborado pelos autores utilizando dados disponíveis no site da ITTO (ITTO, 2019).
61
construção, pavimentação, acabamento interno, carrocerias de veículos, 
brinquedos, fabricação de dormentes, peças torneadas e madeira para celulose. 
Tradicionalmente, na África, a madeira é usada na produção de canoas 
esculpidas no próprio tronco da árvore, além de empregos em utensílios 
domésticos e também na fabricação de tambores. 
Produtos não madeireiros
No que tange ao uso não madeireiro do gênero Khaya no País, este ainda 
é pouco explorado, visto a recente introdução dessas espécies e o intuito 
principal ser voltado à produção madeireira. Porém, destaca-se o seu emprego 
em sistemas de integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF), com o cultivo 
do mogno-africano associado à criação de gado e cultivo do café. O uso do 
componente arbóreo nesses sistemas consiste em alternativa de diversificação 
de renda ao produtor rural e, também, na geração de serviços ambientais 
(produtos não madeireiros) como o sombreamento de animais e a consequente 
regulação térmica, dentre outros serviços (Figura 9).
O uso das espécies do gênero Khaya em sistemas de integração é comum 
em diferentes partes do mundo, tal como na Ásia (Arnold, 2004), Austrália 
(Lamb; Borschmann, 1998), África (Lemmens, 2008; Neba, 2009), Cuba 
(Pérez, 2014) e Brasil (Castro et al., 2008). Assim, ações de pesquisa científica 
são fundamentais para verificar o potencial econômico dessas espécies 
nos sistemas de integração em diferentes arranjos e em variadas condições 
ambientais. 
62
Um uso não madeireiro bastante tradicional nos locais de origem é a 
utilização da casca das espécies de Khaya em aplicações medicinais. As cascas 
das espécies de Khaya possuem sabor amargo e são amplamente utilizadas na 
medicina tradicional, sendo a extração da casca feita em diferentes posições do 
tronco, conforme ilustrado na Figura 10. 
Vale ressaltar o trabalho de Gaoue e Ticktin (2008), que avaliaram 
os impactos da colheita combinada de casca e folhagem de árvores de 
K. senegalensis em Benin, em relação ao desempenho reprodutivo, incluindo o 
número e tamanho dos frutos e sementes produzidos, e o tempo, frequência e 
probabilidade de reprodução das mesmas. A exploração intensiva de produtos 
florestais não madeiráveis pode provocar forte declínio na população de uma 
espécie em florestas naturais. Estudos como esse são básicos para a elaboração 
de planos de conservação e manejo para as espécies nestas condições. 
Lemmens (2008), Nikiema e Pasternak (2008) e Abdel-Wareth et al. (2014) 
destacaram o uso medicinal de folhas, cascas e raízes de Khaya, tanto na medicina 
humana como veterinária. As raízes e/ou cascas são também usadas como 
ingredientes componentes dos venenos aplicados nas ponteiras das flechas 
das tribos africanas (Nikiema; Pasternak, 2008). A casca é também usada para 
tingimento de tecidos, conferindo uma coloração castanha (Nikiema; Pasternak, 
2008). A folhagem é empregada para nutrição animal nas zonas áridas dos locais 
de origem. Porém, possui baixa qualidade nutricional, sendo utilizada apenas ao 
final da estação seca, quando não há forragem de melhor qualidade disponível 
ou, então, misturada a outro alimento (Nikiema; Pasternak, 2008).
As sementes de K. senegalensis produzem um óleo conhecido como “mayin 
daci”, contido em uma concentração de 50,00% a 70,00% da massa dos grãos. 
Tal óleo é empregado na alimentação, na fabricação de cosméticos e em 
produtos farmacêuticos na África Ocidental (Aviara et al., 2014). As sementes de 
K. ivorensis são também usadas na produção de sabão (Lemmens, 2008). 
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Figura 9. Integração pecuária e floresta, com mogno-africano (acima) e integração 
café e mogno-africano (abaixo), ambas no estado de Minas Gerais.
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Figura 10.

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