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Artigo - Consolidação do Estado Nacional Brasileiro

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FLACSO BRASIL
Curso: Maestria Estado, Gobierno y Políticas Públicas
Disciplina: Ferramentas Analíticas das Ciências Humanas
Mestranda: Rosimeire do Carmo Rodrigues
CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO
RESUMO
O presente artigo tem por tema “A consolidação do Estado Nacional Brasileira” e foi elaborado com o objetivo de refletir sobre os fatores históricos, administrativos e políticos e sociais que contribuíram, ao longo dos séculos XIX, XXI e XXI para a formação e consolidação da estrutura brasileira enquanto Estado. A pesquisa consiste em uma revisão de literatura tomando como base artigos e livros que tratam sobre a temática proposta. A partir desta revisão, constatou-se que o Estado Nacional brasileiro foi se consolidando com as mudanças nos modelos de gestão administrativa e política que ocorrem ao longo do período colonial e que levaram a proclamação da independência do Brasil e seu reconhecimento enquanto país democrático.
Palavras-chave: Estado, administração pública, política, movimentos sociais, Brasil. 
INTRODUÇÃO
A história do Estado nacional brasileiro teve início no século XIX, quando o cenário mundial era marcado pela transição do Capitalismo Mercantil para o Capitalismo Industrial. Essa transição contribuiu significativamente para que as colônias da América Portuguesa e da América Espanhola ganhassem força para conquistar sua independência.
Partindo dessa concepção, o presente estudo foi desenvolvimento visando discorrer sobre como surgiu e como se deu a consolidação do Estado Nacional brasileiro, levando em consideração os aspectos históricos, políticos, sociais e administrativos que envolveram esse processo de consolidação. E, ainda, buscando relacionar tal consolidação com os movimentos sociais, os partidos políticos, a estratificação da sociedade brasileira e o sindicalismo no território nacional.
FORMAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO NACIONAL BRASILEIRO
O processo de independência das colônias ocorreu de forma diferenciada entre as colônias, pois enquanto no Brasil a independência foi se construindo por acordos políticos e comerciais dirigidos pelo próprio princípio regente, Dom Pedro, nas demais colônias a independência foi conquistar por meio de lutas entre colônias e colonizadores.
Neste sentido, Alves Filho (2009, p. 101), ressalta que “no Brasil, a unidade política e territorial foi mantida após a independência, no antigo Império espanhol houve um grande fracionamento que deu origem ao surgimento de diversos países”. Assim, cada país teve uma formação de estruturação e desenvolvimento administrativo e político diferenciados entre si.
O processo de independência do Brasil ocorreu por meio de acordos e decisões políticas ocorridas no período em que Napoleão Bonaparte comandou diversas ações de invasão, incluindo-se nesse contexto o reino de Portugal. Com isso, a família real transferiu a corte portuguesa para o Brasil. Posteriormente, D. João regressou para Portugal, deixando a colônia brasileira sob o comando do Príncipe Regente que, no ano de 1808 decretou a abertura dos portos para as nações com as quais havia firmado alianças, iniciando-se, assim, o processo de independência brasileira.
De acordo com Alves Filho (2009), após a abertura dos portos, alguns fatores contribuíram significativamente para a independência do Brasil enquanto colônia de Portugal. Tais acontecimentos foram a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves e a Revolução do Porto (1820). Esses acontecimentos acabaram por conduzir o Brasil à independência, oficializada em 7 de setembro de 1822. Deste então foi constituído o Estado Soberano brasileiro que tinha por grande desafio organizar-se enquanto nação independente, pois:
O pensamento brasileiro e o dos demais países latino-americanos, em suas linhas mais delineadoras, orienta-se por variáveis exógenas, o que os leva a perseguir ideais abstratos, em detrimento do voltar-se para o exame dos problemas reais, endógenos, engendrados no concreto e no vivo das redes de relações sociais locais, problemas que borbulham tanto no passado quanto no presente no cotidiano dos países da região (ALVES FILHO, 2009, p. 104).
Assim, tanto o Brasil quanto as demais colônias existentes no XIX, tornaram-se independentes de seus colonizadores, mas mantiveram-se dependentes das produções teóricas e ideológicas que eram importadas de outras nações. Neste sentido, Alves Filho (2009, p. 105) explica que:
No Brasil, o sistema organizado após a independência foi o imperial e não o republicano. Com o propósito de dotar o novo país de uma Carta Magna, a Assembleia Constituinte foi instaurada em 1923. Assembleia logo dissolvida por D. Pedro I que outorgaria a primeira Constituição brasileira em 25 de Março de 1824. A razão crucial do fechamento da Assembleia Constituinte prendeu-se a desentendimentos entre o Imperador e os constituintes quanto à distribuição do poder, questão que passamos a considerar.
O Brasil se constitui como Estado Nacional em momento histórico onde os ecos da Revolução Francesa de 1789 se faziam presentes e atritavam com princípios defendidos no Congresso de Viana quanto à questão da legitimidade do poder: de um lado, os defensores do Estado Constitucional; e de outro, os do Absolutismo Monárquico.
A organização do Estado brasileiro foi definida com a Constituição de 1824, caracterizando o Brasil como uma Monarquia Constitucional de Corte liberal democrática na qual se faziam presentes quatro poderes: o Legislativo, o Judiciário, o Executivo e o Moderador, sendo esse último exercício exclusivamente pelo imperador e, muitas vezes confundindo-se com o Executivo. Desta forma, observa-se que
A democracia adotada era bem restrita com a política classista bem delineada, pois, além de manter a escravidão dos negros – excluídos das mais elementares formas de direito e de cidadania -, o voto só podia ser exercido, mesmo no primeiro turno eleitora, por quem tivesse renda anual igual ou superior ao correspondente a 150 alqueires de farinha de mandioca por ano (ALVES FILHO, 2009, p. 106).
Em oposição a esse tipo de regime democrático, ocorreu no Brasil várias manifestações e movimento de natureza separatista que ameaçaram a unidade do país, a exemplo da Cabanagem (Pará, 1835-1840), a Sabinada (Bahia, 1837-1838), a Balaiada (Maranhão, 1838-1841) e a guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul, 1835-1845).
Entende-se, assim, que a consolidação do Estado Nacional Brasileiro, em se tratando do período de 1840 a 1889, girou em torno de três aspectos: a pacificação interna (1840-1849); a adoção do regime parlamentarista (1847); e as guerras platinas (1851-1870). Quanto a pacificação interna, Alves Filho (2009, p. 107) explica que:
A concessão da maioridade a D. Pedro II em 1840 surtiu o efeito esperado pelos seus artífices. A presença do Imperador no poder, e não um preposto, contribuiu de forma decisiva para a recuperação da imagem positiva do Império e para manter a unidade política e territorial do País. Pouco após a posse do Imperador, arrefeceram os movimentos separatistas nas províncias. O último destes movimentos, iniciado no período regencial, a ser debelado foi a Farroupilha, cuja paz viria em 1845. A Praieira, revolução pernambucana iniciada em 1848 e terminada em 1849, encerra movimentos provinciais que eclodiram nos primeiros tempos do segundo Reinado. De 1849 até a proclamação da República, ocorrida quarenta anos depois, o país viveu a paz interna, não tendo ocorrido nenhum movimento político significativo que apelasse para a força das armas com o propósito de impor à Nação o seu próprio ponto de vista.
Esse necessário pacífico contribuiu para a solidificação do Estado Nacional Brasileiro que, em 1847, passou a adotar o regime parlamentarista, conforme descrito por Alves Filho (2009, p. 107):
No Parlamentarismo instituído no Brasil Império, o Imperador, portador do poder moderador, era o chefe de Estado, e o Presidente do Conselho de Ministros o chefe do Governo. [...] O sistema parlamentarista do Brasil Império repousa no primado do poder executivodo Governo de Gabinete, funcionando da seguinte forma: No Governo de Gabinete, o Poder Executivo reside, não no Príncipe, mas num órgão coletivo, o Ministério, a cujos membros incumbem as diversas funções de administração e de Governo; segundo as praxes deste sistema, o Ministério deve ser formado de elementos procurados entre os próprios membros do Parlamento. E não deve ser uma reunião heterogênea de titulares, mas um conjunto harmônico e unificado, representando um pensamento comum, um programa de Governo.
Conforme esse regime parlamentarista, o Rei tinha seus poderes de reinando, mas o governo era exercício pelo Ministério. Ainda neste período, o Brasil se envolveu nas chamadas guerras platinas que como consequência levaram a organização política do Estado Nacional brasileiro nos seguintes moldes centralizadores: 
Poder Moderador – poder exclusivo do Imperador que fazia dele o Chefe do Estado. Interpretando a vontade da Nação, competia ao Imperador em caso de grave desentendimento entre o Executivo e o Legislativo, demitir ou nomear o Chefe de Governo ou mantê-lo e dissolver o Legislativo, devendo, no caso, convocar imediatamente novas eleições;
Gabinete ou Ministério presidido pelo Presidente do Conselho de Ministros, que era o Chefe do Governo e representante do Gabinete no Legislativo;
Sistema Parlamentarista com separação de funções entre o Poder Moderador e o Poder Executivo;
Sistema bipartidário (Partido Liberal e Partido Conservador). Estes partidos foram organizados nos primeiros anos de existência do segundo Reinado e só dissolvidos com o advento da República. Liberais e Conservadores ora se sucediam no poder ora funcionavam como Governo de coalizão.
Senado vitalício, sendo cada senador escolhido em lista tríplice pelo Imperador, quando havia vacância para o cargo em função do falecimento de algum de seus membros (ALVES FILHO, 2009, p. 108).
Considerando essa estrutura organizacional, pode-se dizer que o surgimento e evolução da administração pública se deu de forma concomitante com o desenvolvimento político e social do Brasil, como descreve Martins (1995, p. 83):
A administração pública brasileira evoluiu pari-passu ao estado brasileiro, numa relação de dependência recíproca provocando e tornando possível significativas mudanças na natureza da função estatal – notadamente no que se refere à ampliação das funções governamentais, à parafernália institucional e organizacional que forma o aparelho administrativo do estado e aos vínculos de trabalho e responsabilidade assumidos pelos detentores do poder público.
Conforme essa afirmativa, a administração pública brasileira pode ser compreendida da seguinte forma: administração tradicional (1808 a 1930); a modernização Daspeana (1930-1945); a administração paralela (1945-1964); a administração para o desenvolvimento (1964-1985); e a era da desmodernização (1985-1994).
A administração tradicional foi originada no início do período colonial e tomando como moldes as práticas da administração pública aplicada em Portugal, sendo que o Brasil era constituído por capitanias, gerenciadas de forma centralizada pelos agentes colonizadores e com atuação na igreja que se responsabiliza pelas ações sociais e educacionais da colônia. Esse modelo de administração tinha como principais características o uso da irracionalidade, política e administrativa, presente nas relações de poder (predomínio do modelo patrimonial) e no ordenamento jurídico (regime coronelista e voltado para os interesses regionais).
Somente no período de 1930 a 1945 é que esse modelo tradicional de administração pública foi se modificando, ficando conhecido como uma proposta de modernização “daspeana”, como descreve Martins (1995, p. 89):
A implementação do Estado Intervencionista da Era Vargas, imbuído da tarefa de ser o grande promotor do desenvolvimento nacional, representa a primeira tentativa de implantação de um estado moderno no Brasil, com o fim da República Velha a partir da revolução de 1930. Esta fase inaugura a modernização da administração pública numa perspectiva de modernização administrativa, no sendo de que a administração púbica deveria se adequar em termos de racionalidade, à demanda gerado pelo estado empreendedor.
Em 1938 foi criado do Departamento Administrativo do Serviço Público (DESP), visando a promoção da modernização revolucionário da administração pública brasileira por meio da diferenciação entre ministérios, autarquias, empresas públicas, comissões, conselhos e outros órgãos que compunham a administração púbica brasileira. Com isso, o Poder Executivo passou por significativas modificações e, desde então, foram instituídas mudanças no funcionalismo público, dentre as quais destacam-se: “o ingresso mediante concurso, promoção conforme o mérito e ascensão mediante carreira” (MARTINS, 1995, p. 90).
No período de 1945 a 1964, tem-se a administração paralela, quando a administração pública passou a ser definida com base em ações liberais e de cunho democrático. Na concepção de Martins (1995, p. 95):
Isso implicaria em quatro momentos característicos: o desmonte institucional do Estado Novo, durante o governo Dutra; a tentativa de reintrodução do dirigismo estatal no governo Vargas; a adaptação institucional às estratégias desenvolvimentistas estatais no governo JK; e os ajustes decorrentes da disfuncionalidade burocrática e da crise política e econômico-financeira do estado, nos governos Quadros e Goulart. O que estes quatro momentos têm em comum é que representam, por um lado, uma sequência de processos, ou tentativas de abordagens, de mudanças institucional na administração pública de caráter meramente instrumental, não obstante o fato de as decisões no âmbito do estado estarem, neste período, crescentemente pautadas na política nacional. Outra característica do hiato entre política e administração pública subjacente às iniciativas de modernização entes período consiste na crescente incapacidade ou inconveniência em se aumentar o nível de racionalidade da administração pública, ainda que restrita à esfera instrumental, pautadas numa finalidade predominantemente clientelista.
Ainda no período do governo militar brasileiro, tem-se a administração para o desenvolvimento, ocorrida no período de 1964 a 1985. Neste período, surgiram conflitos entre as abordagens modernizantes de administração pública: planejamento econômico e modernização administrativa. Tais conflitos decorrerão do fato de que ambas as abordagens se relacionavam ao predomínio “do planejamento econômico como núcleo decisório de governo e o enredamento conceitual e operacional das ações de modernização administrativa vis-à-vis o crescimento desordenado da burocracia governamental” (MARTINS, 1995, p. 101).
E por fim, tem-se a era da desmodernização (1985-1994), passando a administração pública o desafio de ser sensível às demandas sociais para superar a desorganização estrutural do sistema de carreira, além de enfrentar os problemas relacionados com “a previdência do serviço público, sua estrutura e seu regime funcional” (MARTINS, 1995, p. 111).
De maneira geral, a história do Estado Nacional e da administração pública brasileira foram marcados pelos movimentos sociais, pela formação dos partidos políticos e pela criação e atuação dos movimentos sindicais no território brasileiro. De acordo com Costa (1988, p. 209), 
Os movimentos sociais foram definidos como expressão, no plano político, dos conflitos originados pelas contradições urbanas. Fundamentalmente, registram a emergência de novos atores políticos em confrontação com o Estado, politizando a questão urbana. A origem da questão urbana está, por um lado, na incapacidade do capitalismo brasileiro resolver as novas, e sempre crescentes, necessidades postas à reprodução da força de trabalho; e por outro, no estilo de política urbana do Estado, baseada em inversões públicas rentáveis a reprodução do capital.
Assim, entende-se que os movimentos sociais se desenvolvem conforme as necessidades das diversas camadas sociais existentes, poisa estratificação social brasileira é marcada por uma significativa desigualdade social na qual dominantes exploram e massificam as classes dominadas. Portanto, 
Os movimentos sociais agregam segmentos heterogêneos da população urbana e a forma de mobilização ocorreu fora dos partidos políticos e do sindicado. Foram movimentos essencialmente não institucionais: o caminho encontrado pelas classes populares para ocuparem espaço na cena histórica, pela inexistência de organizações formais de defesa econômica e de representação política diante do Estado e das classes dominantes (COSTA, 1988, p. 209).
Em paralelo aos movimentos sociais, o surgimento do sindicalismo brasileiro, assim como no restante do mundo, decorreu das mudanças na forma de produção, quando começou a surgir, no início do século XX, a mão de obra operária brasileira que, até aquele momento, era predominantemente agrária. Acompanhando o contexto histórico mundial, o Brasil adentrou no processo de industrialização e, em virtude das divergências ocorridas entre empregadores e empregados, passaram a surgir federações e confederações voltadas para a assistência à mão de obra operária que sofria muita exploração por parte dos empresários.
A evolução sindical no Brasil ocorreu em paralelo a criação de vários partidos políticos. Já no período em que o país era comandado pelo ditador Getúlio Vargas, houve uma forte tentativa de controle governamental sobre os sindicatos. Com a criação do Ministério do Trabalho, em 1930, a elaboração de uma política sindical que fosse capaz de manter o controle do Estado sobre a classe operária e, ao mesmo tempo, promover uma conciliação entre o capital o trabalho.
A presença dos sindicatos nas questões sociais e políticas no Brasil favoreceu o fortalecimento da CUT (Central Única dos Trabalhadores), vinculada ao PT (Partido dos Trabalhadores) e que se tornou a principal representante do novo sindicalismo brasileiro, sofrendo a influência das concepções socialistas da época (ALVEZ, 2003).
O atual cenário sindical no Brasil é marcado por essa pluralidade em seu aspecto mais negativo que é a fragmentação da força sindical, já que a uma parte dos sindicatos foram se formando visando apenas obter benefícios advindos do imposto sindical, atuando de forma meramente especulativa e de pouca representatividade para a classe trabalhista.
Nota-se, que no cenário atual, a sociedade brasileira bem passando por sucessivas crises econômicas e políticas que causam elevados índices de desemprego e, consequentemente, o enfraquecimento das ações sindicais. Porém, de acordo com Alves (2003), os sindicatos de maior estrutura - vinculados a CUT, UGT, Força Sindical e Nova Central, mesmo com suas divergências – atuam no sentido de lutar contra a retirada dos direitos trabalhistas e das reformas que têm sido feitas, bem como contra os incentivos governamentais e midiáticos que colocam os interesses pessoais acima dos interesses coletivos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme material teórico utilizado para a realização deste estudo, considera-se que a consolidação do Estado Nacional brasileiro ocorreu após as mudanças que contribuíram para que o Brasil deixasse de ser colônia de Portugal e assumi seu status de República.
Vários fatores influenciaram na formação e consolidação do Estado brasileiro, principalmente no que se refere a estruturação da administração pública e, ainda, pelos movimentos sociais e sindicais que atuaram no sentido de lutar contra as desigualdades sociais presentes no país. 
O estudo permitiu compreender que o estado brasileiro, atualmente, é reconhecimento como um estado democrático marcado por vários problemas de ordem política, econômica, social e administrativa que precisam ser analisados e discutidos em todas as esferas do poder público (Executivo, Legislativo e Judiciário), para que se possa amenizar as desigualdades sociais que são objeto de luta dos movimentos sociais e sindicais atuantes no país.
 
REFERÊNCIAS
ALVES, Gianini. Limites do sindicalismo: Max, Engels e a crítica da Economia Política. Bauru-SP: Praxis, 2003.
ALVES FILHO, Aluízio. Aspectos políticos e administrativos da formação e consolidação do Estado nacional brasileiro (1808-1889). Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão, ou/dez 2008; jan/mar 2009.
COSTA, Nilson do Rosário. Transição e Movimentos Sociais: contribuição ao debate da Reforma Sanitária. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, abr/jun, 1988, pp. 207-225.
MARTINS, Humberto Falcão. A modernização da administração pública brasileira no contexto do Estado. Rio de Janeiro: FGV, 1995.

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