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Perícia contábil Resumo da primeira unidade do livro da faculdade Origem da Perícia Acredita-se que a perícia contábil seja tão antiga quanto a própria contabilidade, tanto que, atualmente, ela é considerada uma de suas tecnologias, assim como a escrituração, auditoria e análise das demonstrações contábeis. Tecnologia Contábil: De acordo com Hoog (2007, p. 42), corresponde a um conjunto de conhecimentos científicos e especiais. Verificou-se no Antigo Egito e Grécia Antiga a necessidade de verificação por parte de profissionais especialistas. Então acredita-se que esse foi o surgimento da perícia. Lembrando que a perícia é possível em todas as áreas. No Egito a figura do perito e na Grécia chamado de árbitro. Sempre solicitado em casos de dúvidas e sempre emitindo um laudo com suas conclusões. O profissional sempre atuando como "juiz". Perícia era muito utilizada na Europa, devido ao grande volume de relações comerciais. No Brasil, o assunto “perícia contábil” foi incluído pela primeira vez para debate pela classe contábil no I Congresso Brasileiro de Contabilidade, no ano de 1924. No debate realizado, definiu-se que seria necessário dividir as funções do contador em três categorias: contador, guarda-livros e perito (SÁ, 2011). Também nesse momento, decidiu-se que a remuneração do trabalho realizado pelo perito seria determinada de acordo com as horas despendidas pelo profissional. Indústria da falência Apesar de ter obtido bastante atenção da área contábil, o início do século XX não foi positivo para os peritos. Nesse período, a área profissional passou por uma grande crise, e a perícia passou a ser considerada a “indústriada falência”. Mas qual seria o motivo disso? Os peritos sofriam grande pressão das organizações que os contratavam para que mascarassem as informações apresentadas no balanço, a fim de que produzissem “falências” inexistentes; tais manobras acabaram manchando a reputação dos peritos contábeis. Na Roma Antiga, o termo ganhou um novo significado, um pouco diferente do latim: o de saber, talento. Dessa forma, podemos afirmar “que a perícia contábil utiliza bases científicas, contábeis, fiscais e societárias que exigem formação específica na área de atuação e nível superior” (HOOG, 2007, p. 41). O uso da perícia é motivado pela necessidade de uma opinião sobre uma verificação realizada em um patrimônio individualizado, e tal verificação é requerida por alguém interessado (SÁ, 2011). Segundo Sá (2011), a perícia contábil pode ser conceituada como a apuração realizada diante de registros relacionados ao patrimônio, em que o objetivo é apresentar uma questão controversa. Destaca-se que, para emitir essa opinião, são realizadas vistorias, investigações e avaliações de diversos procedimentos que se julguem necessárias para emitir a opinião. Conforme expressa Ornelas (2011, p. 30), a Perícia Contábil “inscreve-se num dos gêneros de prova pericial, ou seja, é uma das provas técnicas à disposição das pessoas naturais e jurídicas, e serve como meio de prova de determinados fatos contábeis ou de questões contábeis controvertidas”. Item 2 da NBC TP 01 do Conselho Federal de Contabilidade [...] constituem o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução de litígio, mediante laudo pericial contábil, e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e a legislação específica no que for pertinente. Irregularidades administrativas As irregularidades administrativas estão relacionadas, principalmente, às pessoas responsáveis pela gestão econômica da entidade. As imperfeições de ordem técnica, as negligências na execução de trabalhos, as fraudes e adulterações são exemplos de irregularidades administrativas. Irregularidades contábeis As irregularidades contábeis são muito semelhantes às irregularidades administrativas. Tais falhas podem ser motivadas por grande volume de trabalho, falta de ética, erros por falta de atenção etc. Conforme as informações apresentadas, podemos ver que essas irregularidades são muito semelhantes às irregularidades apresentadas anteriormente; a principal diferença se deve ao fato de as irregularidades contábeis estarem ligadas a erros e falhas no patrimônio. Perícia e auditoria A perícia é utilizada para resolver um problema relacionado a uma determinada situação em um tempo específico, enquanto a auditoria é constante, ocorrendo sem que seja necessária uma situação específica e sem que seja preciso o uso de metodologias rigorosas. Enquanto a perícia contábil não utiliza como regra a amostragem, a auditoria faz uso desse elemento. Segundo Sá (2011, p. 17, grifo nosso):A auditoria tem como objetivos normais a maior abrangência, a gestão como algo em continuidade, enquanto perícia se prende à Especificidade, tem caráter de Eventualidade, só aceita o Universo Completo para produzir opinião como Prova e não como Conceito. A auditoria permite maior delegação, já que a sua finalidade é voltada para a revisão, enquanto a perícia é voltada para o exame e verificação. Ambas podem completar uma a outra, podendo uma beneficiar a outra com os seus procedimentos. Tipos de perícia Perícia administrativa é uma espécie de conferência feita pelo administrador das ações que os colaboradores realizaram, principalmente no que se refere aos lançamentos de elementos, de bancos e caixa, contas a pagar e a receber etc. Perícia judicial A perícia judicial consiste em uma técnica realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário, por requerimento ou por necessidade dos interessados, e se processa segundo regras legais específicas. De acordo com o art. 464 do Código do Processo Civil, ela pode ser conceituada como a prova obtida por meio de exame, vistoria ou avaliação que tenha sido solicitada por um juiz a um especialista que possua conhecimento amplo sobre o assunto, a fim de ajudar na sua decisão. A fase preliminar é quando são planejados os passos que serão seguidos para a realização da perícia e quando são definidos os requisitos, os peritos que realizaram o trabalho, prazos etc. Na fase operacional, é quando ocorre a perícia propriamente dita; ela envolve ações como o curso do trabalho e a elaboração do laudo. Já na fase final, ocorre a assinatura e entrega do laudo, levantamento dos honorários e os esclarecimentos que forem necessários. Uma perícia judicial pode ser parcial ou total. Nos exames parciais, normalmente, as verificações envolvem a “existência de bens e valores, saldos de contas e registros em contas lançamentos (feitos ou não) em Diário, contas de razão, apuração de custos, formação de preços, levantamento de situações, extratos de contas, análises financeiras etc.” (SÁ, 2011, p. 65). Perícia extrajudicial Solução amigável e sem acionamento judicial Perícia semijudicial A perícia semijudicial corresponde ao tipo de perícia que não é realizada no poder de justiça, mas que está relacionada à estrutura do estado. Ela pode ser administrativo-tributária ou parlamentar. Perícia arbitral A perícia arbitral é utilizada quando é preciso resolver uma questão relacionada a litígios envolvendo direitos patrimoniais. Nesse tipo de perícia, conforme o art. 13 da Lei nº 9.307, o árbitro pode ser qualquer pessoa ques eja de confiança das partes envolvidas.
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