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1 CESUFOZ-Centro de ensino superior de Foz de Iguaçu Engenharia Civil Guilherme Oliveira Ketlyn Bach Cordeiro Nicole Tordoya Regiane Fernandes Ferreira MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS NA ENGENHARIA CIVIL FOZ DO IGUAÇU 2020 2 Resumo: Este artigo apresenta a utilização de novos metodos e alternativas sustentáveis para matérias de construção, que agrega baixo custo. Aqui você encontrara algumas das alternativas como: O desenvolvimento da tecnologia visando o aproveitamento de fibras vegetais para a construção civil, o bambu como material construtivo e como as garrafas PET estão sendo utilizadas na construção civil. Palavras-chave: Construção sustentável. Materiais não convencionais. Fibras vegetais. Bambu. Casas feitas com garrafa PET. 3 SUMÁRIO Introdução ...............................................................................................................................................4 Desenvolvimento .....................................................................................................................................5 O bambu como material construtivo ........................................................................................................5 Casas feitas com garrafa PET .................................................................................................................10 Conclusão ..............................................................................................................................................12 Referências ............................................................................................................................................13 4 Introdução A construção civil tem grande participação nas mudanças climáticas, devido ao elevado volume de materiais que o setor utiliza e à interferência de suas atividades que produzem impactos ambientais. Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, 2011), o setor da construção civil responde por mais de um terço do consumo de recursos do planeta, o que inclui 12% do consumo mundial de água doce, além de gerar 40% de todos os resíduos sólidos do mundo. De acordo com o Pnuma, esses dados são fundamentais para que os agentes, tomadores de decisão, criem oportunidades e instrumentos que minimizem os impactos ambientais gerados pela construção civil. No Brasil, onde o déficit habitacional é altíssimo, abrem-se possibilidades para a exploração de novas gerações de construções com tecnologias inovadoras, utilizando materiais de origem vegetal, em substituição à madeira sólida e seus derivados (compensado, aglomerado, MDF e OSB), além da alvenaria. Diante a instabilidade socioambiental, busca-se soluções que contenham custo viável, não gerando impacto ambiental, desta maneira resultou na descoberta do uso do bambu para função estrutural na construção civil, possuindo propriedades mecânicas necessárias, deixando o concreto uma estrutura estática. Atualmente, não basta que uma empresa produza volumes maiores e com melhor qualidade. É preciso desenvolver a cultura da responsabilidade socioambiental dentro das organizações, de maneira a não comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. Além disso, há uma tendência global dos países estabelecerem regulamentações cada vez mais restritivas no que diz respeito à destinação dos resíduos sólidos. A reciclagem da garrafa PET abrange os três pilares do desenvolvimento sustentável: benefícios sociais, benefícios econômicos e benefícios ambientais O PET – ou poli-tereftalato de etileno – é considerado um dos maiores vilões do mundo contemporâneo, gerador de poluição para o meio ambiente. Infelizmente, seu uso em garrafas plásticas tem aumentado nos últimos anos, mas estudos recentes apontam novas alternativas para a destinação correta desse material. Já se sabe que é possível reutilizar esses resíduos sólidos em outras aplicações. Isso, no mínimo, ajudaria a aumentar a vida útil dos aterros sanitários e também poderia representar um grande avanço na indústria da construção civil. 5 Desenvolvimento Aproveitamento de fibras vegetais para a construção sustentável O fibrocimento tem sido largamente produzido desde o início do século XX com o advento do processo Hatschek. No Brasil, o fibrocimento é considerado a melhor solução para as habitações destinadas ao segmento da população com menor poder aquisitivo, em razão do seu menor custo frente a outras soluções construtivas convencionais para coberturas. O fibrocimento em estudo no presente texto pode ser definido como um material à base de cimento ou de um ligante hidráulico, sem agregados e com fibras de reforço distribuídas discretamente pela matriz. Normalmente, no mercado nacional, o fibrocimento envolve o uso de cimento Portland e fibras de amianto como reforço de matrizes em produtos como telhas de cobertura, caixas d'água e placas planas. Entretanto, produtos com fibrocimento sem amianto, reforçados com fibras sintéticas e polpa de celulose, curados ao ar, já podem ser encontrados no mercado brasileiro atualmente. O emprego de fibrocimento sem amianto fica ainda mais evidenciado pela implantação de normas vigentes (no caso de placas corrugadas para cobertura – NBR 15210, partes 1, 2 e 3) ou em fase de elaboração (para placas planas – projeto de norma 18:406.03), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As principais finalidades de se reforçar a matriz frágil com fibras são o aumento das resistências à tração e ao impacto, a maior capacidade de absorção de energia e a possibilidade de uso no estágio pós- fissurado. O tipo, a distribuição, a relação comprimento-diâmetro e a durabilidade da fibra, assim como o seu grau de aderência com a matriz, determinam o comportamento mecânico do compósito e o desempenho do componente fabricado. As fibras naturais, como reforço de matrizes frágeis à base de materiais cimentícios, têm despertado grande interesse, por causa de seu baixo custo, disponibilidade, economia de energia e também no que se refere às questões ambientais. Os resíduos gerados pela agroindústria brasileira da fibra vegetal constituem importante fonte de matéria-prima para a produção de componentes construtivos. Esses recursos são abundantes e disponíveis, além de representarem estratégia para o reaproveitamento de resíduos. O emprego dos compósitos em placas, telhas de cobertura e componentes pré-fabricados, pode representar significativa contribuição para o rápido crescimento da infra-estrutura dos países em desenvolvimento. O uso de fibrocimentos que utilizam polpa celulósica como reforço, tem sido consagrado, graças a constantes aperfeiçoamentos de matérias-primas, processos produtivos com consumo racionalizado de energia e custos de investimento cada vez menores (COUTTS, 2005). Aliados a aplicação de fibras vegetais para o fibrocimento, destacam-se os processos de produção. A extrusão tem-se mostrado como um dos processos com potencial em relação ao método Hatschek (processo usual de fabricação de compósitos de fibrocimento), pelos seguintes aspectos: menor gasto de energia na produção, variedades de geometria de produtos, aplicação do conceito de gradação funcional (functionally graded material – FGM) e menor custo de implantação de linha de produção. Além disso, os compósitos extrudados de fibrocimento podem apresentar melhor desempenho mecânico e durabilidade (SAVASTANO Jr. et al., 2006). O bambu como material construtivo O bambu é uma gramínea pertencente à subfamília Bambu so idea e em todo o mundo, contém aproximadamente 1641espécies e 120 gêneros descritos, mas a cada ano novas espécies vêm surgindo e este número tende a aumentar. No Brasil, encontram-se cerca de 256 espécies nativas, sendo a maioria nas regiões Sudeste e Norte, devido ao favorecimento do clima e áreas para o seu cultivo. Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF) – "Uma das vantagens da plantação do bambu é o rápido crescimento dessa espécie e o fato de não haver necessidade de replantio. Se for feito o corte adequado, ele cresce novamente, convivendo com matas nativas e auxiliando na sua regeneração". Países como Colômbia, Peru, Equador, Indonésia e Índia possuem estruturas centenárias projetadas e executadas utilizando o bambu, que ainda são habitadas e não apresentam patologias estruturais 6 consideráveis. O arquiteto colombiano Simón Vélez, na década de 1980, criou uma técnica de uso do bambu como elemento estrutural difundindo a técnica em seu país; várias são as obras apresentadas por ele, reconhecidas internacionalmente como o imponente pavilhão do Hotel do Frade, em Angra dos Reis (RJ). Entretanto, o bambu apesar de ser um material que possibilita o uso de diferentes formas e em conjunto com variados materiais, como concreto, tijolo, vidro, aço e biomateriais, este material também apresenta suas limitações. “Pós e contras” A vantagem do bambu em relação às suas características físicas é a leveza, apresentando ótima relação entre resistência à tração na direção de suas fibras e sua massa específica, comparando com o aço, por exemplo, possui resistência similar, mas sua densidade é 90% menor. Já em relação à resistência a compressão, apesar de ser menor, seu valor é satisfatório. Sendo muito versátil e podendo ser utilizado em várias formas na construção civil, destaca-se a baixa energia consumida em sua produção, estabilidade, resistência e versatilidade. Por outro lado, analisando a estrutura do bambu, através de revisão de literatura acadêmica, vê-se que colmos de um mesmo feixe de bambu podem apresentar propriedades mecânicas diferentes, o que traz dificuldades no uso pela falta de padronização, assim como seu diâmetro e espessura. O teor de umidade e temperatura do meio ambiente onde se encontra o material podem causar mudanças em sua estrutura, como rachaduras que abrem espaço para o ataque de fungos. Por esse fato, faz-se necessário tratamentos preservativos para sua utilização. Sendo elemento proveniente da natureza, o bambu pode ser influenciado por ações climáticas e patológicas, vindo de organismos vegetais ou animais. Sua durabilidade está em torno de 15 anos dependendo do seu modo de armazenamento, espécie, plantio e outras condições, mas com devidos tratamentos sua durabilidade pode ser aumentada. Para sua utilização adequada, encontra-se recomendações sobre corte segundo a idade e natureza, cura, secagem e tratamentos preservativos contra fungos e insetos. Esses tratamentos podem ser feitos em dois métodos, naturais ou químicos, em que a escolha deve ser feita através da consideração do estado do material coletado e o tempo de corte. Para utilizar o bambu na construção civil é ideal que a espécie alcance uma altura de pelo menos 20 metros e somente algumas espécies apresentam características de resistência mecânica adequada para uso em estruturas. As espécies mais utilizadas para construção são: Dendrocalamus giganteus (bambu gigante), Dendrocalamus asper (bambu-dragão), Phyllostachys pubescens (bambu-mossô), e Guadua angustifolia (taquaruçu) que é a espécie mais empregada para estruturas devido à sua versatilidade, leveza, flexibilidade, resistência e fácil manuseio. Entretanto, o desconhecimento geral sobre essa matéria prima, faz com que o maior problema de sua utilização, apesar dos requisitos apresentados, seja o preconceito associado as características de fraqueza e de baixo custo, fazendo com que ele seja muitas vezes escolhido apenas para construções de veraneio e detalhes arquitetônicos Tratamento de bambu e Durabilidade de bambu Sem qualquer tratamento de preservação, a maioria das espécies de bambu tem uma durabilidade natural média de menos do que 2 anos. Armazenados num local coberto, bambu tratado pode durar 4-7 anos. 7 Estas variações na durabilidade de bambu dependem fortemente das espécies, o comprimento do colmo, a espessura da parede, mas também, e igualmente importante, o tempo de colheita. A porção inferior do colmo é considerado mais durável, enquanto que a parte macia interna da parede se deteriora mais rapidamente do que a parte exterior mais duro. Isto está relacionado com a natureza anatômica e química das células lenhosas. Embora algumas das características de bambu se assemelham aos de madeira, as suas características de crescimento e microestrutura é diferente. A grande quantidade de amido presente em bambu torna altamente atraente para mofo e fungos, cupins e besouros sendo que eles causam muitos danos durante ao bambu. Por que tratar o bambu? Muitas pessoas que utilizam o bambu não sabem como tratar adequadamente e geralmente os métodos de tratamento utilizados não são eficazes e nem garantem resultados satisfatórios o que leva a incertezas sobre as vantagens do uso de bambu. Muitos bambus utilizados para fins estruturais na habitação rural não tratados e deteriorar-se em poucos anos, daí a razão de que o bambu ainda é considerado como madeira dos pobres. Conservantes químicos devem ser utilizados para proteger os bambus que serão utilizados em construções. Existem métodos bem estabelecidos que fornecem uma boa proteção mesmo em condições adversas. A seleção do método de tratamento apropriada depende de vários fatores: Estado do bambu; verde ou seco. Em contato com o solo, expostos à intempéries (chuva e sol) O tipo de uso, estrutural / não estrutural. Escala; quantidade a ser tratada e o tempo disponível; e Possíveis causas da decadência; biótico (fungos / insetos) e abióticos (rachaduras / intemperismo). É importante promover a correto utilização do bambu, a fim de aumentar a durabilidade, utilização e popularidade deste material versátil e ambientalmente amigável. Aumentar a vida útil do bambu para 50 anos ou mais é certamente possível mediante a aplicação dos tratamentos apropriados, devendo também ser econômico e sustentável ao longo prazo. Infestação de insetos no bambu, bambu não tratado, assim como quase qualquer outra madeira, tem uma grande chance de ser atacado por insetos. A infestação de insetos no bambu ocorre devido à presença de amido e outros hidratos de carbono. Os Insetos tendem a obter seu suprimento de alimentos a partir do bambu e degradá-lo, portanto, os colmos devem ser tratados quimicamente para evitar a infestação. Besouros e cupins são insetos que ocorrem mais comumente em bambu. Eles não necessitam de condições específicas, apenas condições climáticas quentes e úmidas. Nos países de clima frio e seco, a infestação de insetos é menos frequente. 8 O ciclo de vida de um inseto é dividido em quatro fases: ovo, larva (lagarta), pupa e adulto. Ovos eclodem em larvas minuto, que penetram por roer através do tecido por ação mecânica e química. As partículas são digeridas no intestino das larvas sendo as fezes empurradas para fora na do bambu na forma de peletes na extremidade traseira. A larva pupa e, finalmente, o besouro adulto mastiga seu caminho para fora do colmo de bambu deixando orifícios de saída na superfície. O adulto pode voltar a pôr ovos antes de morrer, resultando em ataque múltiplo do mesmo material ou de colmos recém- colhidos. Algumas madeiras são naturalmente imunes se eles têm baixo teor de amido ou se os seus diâmetros de poros são muito pequenos para ovipositor do besouro fêmea para colocar seus ovos. Infelizmente, o bambu tem poros dilatados e contêm altas concentrações de amido. Conservantesde madeira baseados boro pode ser utilizado para prevenir a infestação de besouro em bambu. Os carunchos podem consumir todo o bambu deixando apenas uma casca fina. As larvas de besouros alimentam do amido e açúcares nas células do parênquima do colmo e a intensidade do ataque dependerá da quantidade de amido disponível. Assim colmos com elevado teor de amido, são mais propensas a ataques. Uma vez que as larvas crescem, eles podem consumir outros componentes da parede celular, bem. O pó caindo de furos indica em curso bambu inseto infestação. As larvas de besouros cavam túneis através de todo o tecido interno deixando para trás apenas uma superfície fina do córtex duro que pode dar uma falsa impressão ao avaliar a importância dos danos para trabalhos de reparação. Como remover Mofo do bambu A formação de mofo, esporos e mofo na superfície de bastões de bambu não é incomum, especialmente quando bambu não é 100% seco, ou quando são armazenados por longos períodos em locais escuros e sem ventilação. Mofo de superfície em produtos de bambu só ocorrerá uma vez, talvez duas vezes até teor de umidade excessiva dentro dos colmosas canas de bambu é completamente evaporado. Espécies de bambu, tais como, Phyllostachys aurea, são frequentemente tratados com fogo (tratamento pelo calor). Geralmente o tratamento térmico é aplicado ao bambu recém colhido, no entanto, mesmo bem "queimados" este tipo de tratamento não é eficaz, sendo que, os colmos tratados por fogo podem ainda sofrer ação de fungos e insetos. O que faz com que os fungos cresçam nos bambus? As principais razões que possibilitam a ploriferação de fungos no bambu são: • Carboidratos: Fungos provocam a degradação biológica de bambu. Eles se alimentam do amido e outros hidratos de carbono (açúcares) que estão presentes no colmo. Numa fase avançada, quando os fungos estão instalados, o seu dano irá se mostrar na superfície do bambu. • Oxigênio: Assim como quase todos os outros seres vivos deste planeta, fungo necessita de respiração. Limitando que a oferta de oxigênio irá retardar seu crescimento. Alguns fungos, porém, podem sobreviver com níveis muito baixos de oxigênio, desde que tenha muita umidade. 9 • O teor de umidade: Fungos amam ambientes unidos! Níveis de umidade de 40 a 80% são ideais para seu crescimento rápido. • Temperatura: Fungos se sentem mais confortáveis, a temperaturas entre 25 °C a 35°C. Que tipos de fungos Atacam o Bamboo? • Mofos de superfície: Estes mofos de bambu crescem na superfície e nas extremidades dos colmos. Embora pareçam preocupantes, eles não têm qualquer influência na resistência do bambu e pode ser apagado facilmente. • Fungos manchadores: Estes fungos podem penetrar bambu bambus e seu ataque é indicado por tons de azul / cinzento-preto na superfície sob a forma de manchas e estrias. Ele compromete a aparência estética, mas não afeta as propriedades de resistência de bambu (exceto nos casos mais graves de ataque). • Fungos Degradadores: Estes fungos causam o tipo mais grave de dano e crescem no interior do lúmen das células. As enzimas querem decompor somente a celulose e hemicelulose deixando para trás a lignina levando à podridão parda, ou decompõem lignina levando à podridão branca (podridão branca é mais comum em bambu do que podridão parda). quando este fungo toma conta, ligeira alteração de cor ou perda de peso torna-se aparente, as propriedades de resistência são muito reduzidas, em particular, o impacto e resistência à flexão. Em estados mais avançados da deterioração do colmo um simples toque e pode é possível quebrar a parede do bambu Como remover o mofo no bambu? A maneira mais eficaz para remover instantaneamente mofo sobre o bambu é um produto comercial chamado Mold Armadura FG502. Métodos alternativos com óleo de limão ou vinagre, conforme descrito abaixo também poderia fazer o serviço. Para remover o mofo de bambu, use uma escova macia ou um pano úmido. Use óleo de limão ou uma solução de vinagre e água para remover o mofo. Após removido o movo, recomenda-se lixar o bambu e aplicar verniz com propriedades antimofo ( fungicida) Tratamento do bambu com água Trata-se de um método de conservação de bambu tradicional, utilizado por comunidades indígenas e agricultores de várias regiões da Ásia e da América Latina. Na América Latina, este tratamento é realizado nos rios durante o transporte de bambu das montanhas e selva onde são colhidos até os centros urbanos por meio de jangadas de bambu. Durante o transporte doso bambus ao longo dos rios, que geralmente leva de 3 a 4 semanas, os colmos são submetidos a um processo de lixiviação, o que tende a diminuir o teor de amido e aumentar a sua durabilidade. Deste modo, quando chegam ao seu destino, os colmos são menos suscetíveis a ataques de micro-organismos e insetos. Este método de imersão em água é usado ainda hoje, especialmente quando bambu precisa ser transportado de áreas remotas. Também é recomendado para o armazenamento de bambu, utilizado em aplicações de artesanato e tapete em que é necessária flexibilidade. No entanto, a lixiviação só, não garante a proteção a longo prazo, mas ajuda a remover o amido e melhorar a permeabilidade para o tratamento futuro por meio de tratamentos de difusão e de pressão. 10 Como tratar o bambu em água Você pode tratar o bambu em tanques com água, mas lembre-se que, para garantir 100% de eficácia no tratamento é altamente recomendável adicionar produtos químicos no tanque para curar e preservar bambu para uso a longo prazo. No entanto, se os produtos químicos são usados ou não, as etapas descritas abaixo devem ser aplicadas em qualquer situação. • Quando realizar a imersão de bambu redondo, os nós devem ser perfurados. Dessa forma, a água pode correr facilmente pelo interior dos colmos. • Quando armazenado em tanques com água estagnada, renove a água semanalmente para evitar o crescimento de bactérias que irão causar manchas e mau odor. • Use cargas sobre os colmos para uma imersão completa. • Os colmos devem ficar submerso por no mínimo 3 a 4 semanas, contudo, recomenda-se o tratamento químico. • CUIDADO!!, um tempo excessivo na água (após 3 meses) provoca manchas na epiderme do bambu e tem a consequência de diminuir as suas propriedades físicas e mecânicas. Preservação química do bambu A preservação química (com ou sem a ajuda de equipamento especial) assegura uma proteção a longo prazo. Dependendo do método de tratamento de bambu, conservantes químicos podem conferir proteção a longo prazo ou de curto prazo. Com poucas exceções, conservantes químicos para proteger bambu contra ataques biológicos e degradação são tóxicos. A seleção e aplicação destes produtos devem ser realizados com muito cuidado para atender o desempenho, requisitos ambientais e de segurança. Dependendo dos solventes de transporte, conservantes de bambu são divididos em 2 categorias diferentes: não fixação e fixação. Quando expostos a chuva, conservante do tipo não fixação irá ser lixiviado e com o tempo será "lavado" do bambu. Em outras palavras, os conservantes de não fixação não são adequados para uso ao ar livre. Conservantes do tipo Não fixação Conservantes do tipo Não fixação consistem principalmente de sais de boro, que são eficazes contra as brocas, cupins e fungos (exceto fungos da podridão mole). Estes sais de boro são dissolvidos em água. Após o tratamento, a água evapora-se deixando os sais dentro do bambu. Eles não são tóxicos e podem ser utilizados para o tratamento de produtos de bambu, que entram em contato com produtos alimentares. Casas feitas com garrafa PET A ideia de produzir casas com PET (politereftalo de etileno, um tipo de plástico) surgiu durante uma catástrofe. Em setembro do ano passado, um terremoto de 7,1 graus deixou mais de370 mortos, pelo menos 7 mil feridos e 12 mil pessoas sem casa na Cidade do México e arredores. Algumas horas depois do acontecimento, em meio a casas no chão e edifícios colapsados, as ruas e praças da capital mexicana se encheram de voluntários levando comida e garrafas d'água. O México é o segundo maior consumidor 11 de garrafas PET para refrigerantes do mundo, atrás apenas dos EUA, e o primeiro mercado em garrafas plásticas. Uma arquiteta chamada Vanessa Rendón, 25, estava trabalhando na cidade de Querétaro quando sentiu os tremores. Na hora, ela correu para a sua natal Cidade do México e ver como poderia ajudar. Ao ver as montanhas de garrafas de plástico que se acumulavam entre os desabrigados, disse a um amigo arquiteto: "Vamos fazer casas com garrafas PET!". E assim surgiu a "Viviendas (habitações) Emergentes" (Viem MX), uma organização nascida do meio dos escombros da maior tragédia mexicana recente. A primeira casa produzida pela Viem-MX tinha apenas um cômodo e dez metros quadrados. Foram usadas quase 4.000 garrafas PET cheias de areia, terra e entulhos. As garrafas foram encaixadas em estruturas metálicas, posteriormente forradas com cimento. A construção levou dez dias. Mais tarde, com a ajuda de engenheiros e incorporando outros materiais, como garrafas de vidro, pallets de madeira, papelão e até isopor reciclado, construíram-se casas de 30, 42 e até 90 metros quadrados. Segundo a organização, as casas têm durabilidade de 30 anos. São impermeáveis, isolantes, resistentes aos abalos sísmicos e mais baratas do que aquelas feitas com outros materiais. Segundo a ONU, 8 milhões de toneladas de plásticos terminam a cada ano nos mares e oceanos. Até 2025, estima-se que esse número chegue a 50 milhões de toneladas. Uma garrafa PET leva até 500 anos para se decompor, segundo o Greenpeace. No México, o uso de garrafas PET é um dos maiores do mundo: o país consome 9 bilhões de garrafas por ano (722 mil toneladas). O país é líder em reciclagem de PET na América Latina, com números de até 50,4%, mas isso se deve em grande parte ao alto nível de consumo de refrigerantes e água engarrafada em plásticos. Em 2014, um mexicano médio consumiu 234 litros de água, o que equivale a gerar até 21 milhões de garrafas PET. Passo a passo As casas feitas com garrafa PET precisam de poucos materiais, até porque, ela vai substituir os tijolos e as telhas. Assim, temos construções acessíveis à população e sustentáveis. Para a construção das paredes e colunas é necessário encher as garrafas com terra úmida ou uma mistura de terra e cimento. Para criar a base da casa, utilize as garrafas deitadas. As colunas também podem ser feitas com as garrafas, para isso utilize as de 500 ou 600 ml, formando um círculo de 11 garrafas. No centro, os gargalos são presos com sisal ou nylon. Preencha os espaços entre as garrafas com uma mistura de cimento, areia e cal, na proporção de 1:6:0,5, respectivamente. Também é possível utilizar apenas barro. Para as paredes, as garrafas devem ser empilhadas na horizontal e amarradas com sisal ou nylon, para ficarem bem fixadas. Com o fio, é preciso criar uma rede, assim, tudo fica bem firme. A mistura para se colocar entre as camadas de garrafa é feita com cimento, argila e cal, na proporção de 1:6:1, respectivamente. Para a construção do telhado, é preciso cortar o gargalo e a base da garrafa e cortá-la na vertical, de forma que sobre duas parte iguais em formato de telha de barro. Para fixar uma telha na outra é preciso utilizar um grampeador. 12 Conclusão Concluímos que a partir do aproveitamento de fibras vegetais, como alternativas de substituição à madeira de espécies arbóreas da Amazônia e à alvenaria, visando alcançar a sustentabilidade na construção civil. Melhorar os padrões ambientais e a eficiência econômica na construção das futuras habitações na Amazônia. Aumentar o elenco de matérias-primas vegetais para utilização na produção de eco materiais para a construção sustentável. Desenvolver processo de confecção de chapas de fibras vegetais para utilização em forros, divisórias e paredes. Difundir a tecnologia e transferir os resultados aos setores público e privado. A utilização do bambu na construção civil hoje em dia é uma realidade, porém não podemos generalizar esta afirmação e pensar que é a solução para todos os problemas e também pode substituir a maior parte dos materiais de construção dentro de uma obra. O bambu ainda precisa de muito incentivo e pesquisas para se tornar um material de qualidade e normatizado na construção civil brasileira. O uso correto do bambu em obras de grande porte possui características positivas quanto ao peso próprio da estrutura, quanto às resistências do material, facilidade de transporte, fácil trabalhabilidade além de uma beleza estética rústica. Estas características fazem do bambu um material que tende a entrar no mercado da construção civil de forma significativa. O intuito deste trabalho foi de mostrar que estruturas de bambu são seguras e resistentes. A pesquisa encontra-se em desenvolvimento e os testes preliminares indicam resultados aceitáveis de resistência. O objetivo desse estudo é comprovar que a adição do PET na composição de um bloco de concreto traz benefícios à construção civil e ao meio ambiente. Uma vez que esse estudo de viabilidade seja concluído e o projeto apresente uma viabilidade técnica e comercial, tal proposta tem o potencial de trazer um grande avanço não só na construção civil, como também na destinação correta das garrafas pets. Assim, espera-se trazer uma significativa contribuição para a sociedade, na medida em que irá auxiliar no incremento dos índices de reciclagem desse material, bem como possibilitará a produção de edificações residenciais de baixo custo. A casa feita com garrafa PET tem um custo menor, em torno de 40% a 60%, do que o de uma casa convencional, dependendo do tipo da obra; sua temperatura é agradável. Quando está quente na rua é fresco dentro da casa e vice e versa; pode ser utilizado todo tipo de garrafa PET, a única questão é ter tudo o que vai precisar em mãos. Em uma mesma obra podem ser utilizadas garrafas de modelos diferentes, porém elas não devem ser misturadas na mesma parede; a casa é segura contra ventos e chuva; em 46 m² de área coberta, sendo sala, cozinha, banheiro e dois quartos é preciso reunir, no mínimo, 2700 garrafas 13 Referências Rocha, Jair de Souza et al. Aproveitamento de fibras vegetais para a construção sustentável. DF:Brasilia, 2011. Jr, Holmer Savastano; Santos, Sergio dos. Uso de resíduos de fibra vegetal em construção. São Paulo: São Paulo, 2008. CUNHA CANTO, Maria Luiza C; ORRÚ VIANA, Paulo Matheus; LIMA, Vanessa Inácio. O tratamento do bambu e sua utilização na construção civil. TÉCHNE. Construções em Bambu. 108. ed. São Paulo: Março, 2006. 13 p. Disponível em: < http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/108/artigo286055-1.aspx >. Acesso em: 11 nov. 2016. PERUCHI, Charlene. Confira como são feitas as casas com garrafa PET.2018. CANELLAS, S. S.; D´ABREU J. C. Reciclagem de PET, visando a substituição de agregado miúdo em argamassa. Natal/RN: Anais do XXI ENTMME, 2005. ABIPET. 10º Censo da reciclagem do PET no Brasil. Disponível em: file:///C:/Users/user/Downloads/D%C3%A9cimo_Censo_da_Reciclagem_de_PETno_Brasil.pdf. Acessado em 20/05/2017.
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