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CESUFOZ-Centro de ensino superior de Foz de Iguaçu 
Engenharia Civil 
 
 
 
 
Guilherme Oliveira 
Ketlyn Bach Cordeiro 
Nicole Tordoya 
Regiane Fernandes Ferreira 
 
 
 
 
 
MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS NA ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOZ DO IGUAÇU 
2020 
 
 
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Resumo: 
Este artigo apresenta a utilização de novos metodos e alternativas sustentáveis para matérias de 
construção, que agrega baixo custo. Aqui você encontrara algumas das alternativas como: O 
desenvolvimento da tecnologia visando o aproveitamento de fibras vegetais para a construção 
civil, o bambu como material construtivo e como as garrafas PET estão sendo utilizadas na 
construção civil. 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Construção sustentável. Materiais não convencionais. Fibras vegetais. 
Bambu. Casas feitas com garrafa PET. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
Introdução ...............................................................................................................................................4 
Desenvolvimento .....................................................................................................................................5 
O bambu como material construtivo ........................................................................................................5 
Casas feitas com garrafa PET .................................................................................................................10 
Conclusão ..............................................................................................................................................12 
Referências ............................................................................................................................................13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 
A construção civil tem grande participação nas mudanças climáticas, devido ao elevado volume de 
materiais que o setor utiliza e à interferência de suas atividades que produzem impactos ambientais. 
Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, 2011), o setor da 
construção civil responde por mais de um terço do consumo de recursos do planeta, o que inclui 12% 
do consumo mundial de água doce, além de gerar 40% de todos os resíduos sólidos do mundo. De acordo 
com o Pnuma, esses dados são fundamentais para que os agentes, tomadores de decisão, criem 
oportunidades e instrumentos que minimizem os impactos ambientais gerados pela construção civil. No 
Brasil, onde o déficit habitacional é altíssimo, abrem-se possibilidades para a exploração de novas 
gerações de construções com tecnologias inovadoras, utilizando materiais de origem vegetal, em 
substituição à madeira sólida e seus derivados (compensado, aglomerado, MDF e OSB), além da 
alvenaria. 
Diante a instabilidade socioambiental, busca-se soluções que contenham custo viável, não gerando 
impacto ambiental, desta maneira resultou na descoberta do uso do bambu para função estrutural na 
construção civil, possuindo propriedades mecânicas necessárias, deixando o concreto uma estrutura 
estática. 
Atualmente, não basta que uma empresa produza volumes maiores e com melhor qualidade. É preciso 
desenvolver a cultura da responsabilidade socioambiental dentro das organizações, de maneira a não 
comprometer a qualidade de vida das gerações futuras. Além disso, há uma tendência global dos países 
estabelecerem regulamentações cada vez mais restritivas no que diz respeito à destinação dos resíduos 
sólidos. A reciclagem da garrafa PET abrange os três pilares do desenvolvimento sustentável: benefícios 
sociais, benefícios econômicos e benefícios ambientais O PET – ou poli-tereftalato de etileno – é 
considerado um dos maiores vilões do mundo contemporâneo, gerador de poluição para o meio 
ambiente. Infelizmente, seu uso em garrafas plásticas tem aumentado nos últimos anos, mas estudos 
recentes apontam novas alternativas para a destinação correta desse material. Já se sabe que é possível 
reutilizar esses resíduos sólidos em outras aplicações. Isso, no mínimo, ajudaria a aumentar a vida útil 
dos aterros sanitários e também poderia representar um grande avanço na indústria da construção civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Desenvolvimento 
 
Aproveitamento de fibras vegetais para a construção sustentável 
O fibrocimento tem sido largamente produzido desde o início do século XX com o advento do processo 
Hatschek. No Brasil, o fibrocimento é considerado a melhor solução para as habitações destinadas ao 
segmento da população com menor poder aquisitivo, em razão do seu menor custo frente a outras 
soluções construtivas convencionais para coberturas. 
O fibrocimento em estudo no presente texto pode ser definido como um material à base de cimento ou 
de um ligante hidráulico, sem agregados e com fibras de reforço distribuídas discretamente pela matriz. 
Normalmente, no mercado nacional, o fibrocimento envolve o uso de cimento Portland e fibras de 
amianto como reforço de matrizes em produtos como telhas de cobertura, caixas d'água e placas planas. 
Entretanto, produtos com fibrocimento sem amianto, reforçados com fibras sintéticas e polpa de 
celulose, curados ao ar, já podem ser encontrados no mercado brasileiro atualmente. O emprego de 
fibrocimento sem amianto fica ainda mais evidenciado pela implantação de normas vigentes (no caso 
de placas corrugadas para cobertura – NBR 15210, partes 1, 2 e 3) ou em fase de elaboração (para placas 
planas – projeto de norma 18:406.03), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
As principais finalidades de se reforçar a matriz frágil com fibras são o aumento das resistências à tração 
e ao impacto, a maior capacidade de absorção de energia e a possibilidade de uso no estágio pós-
fissurado. O tipo, a distribuição, a relação comprimento-diâmetro e a durabilidade da fibra, assim como 
o seu grau de aderência com a matriz, determinam o comportamento mecânico do compósito e o 
desempenho do componente fabricado. 
As fibras naturais, como reforço de matrizes frágeis à base de materiais cimentícios, têm despertado 
grande interesse, por causa de seu baixo custo, disponibilidade, economia de energia e também no que 
se refere às questões ambientais. Os resíduos gerados pela agroindústria brasileira da fibra vegetal 
constituem importante fonte de matéria-prima para a produção de componentes construtivos. Esses 
recursos são abundantes e disponíveis, além de representarem estratégia para o reaproveitamento de 
resíduos. O emprego dos compósitos em placas, telhas de cobertura e componentes pré-fabricados, pode 
representar significativa contribuição para o rápido crescimento da infra-estrutura dos países em 
desenvolvimento. O uso de fibrocimentos que utilizam polpa celulósica como reforço, tem sido 
consagrado, graças a constantes aperfeiçoamentos de matérias-primas, processos produtivos com 
consumo racionalizado de energia e custos de investimento cada vez menores (COUTTS, 2005). 
Aliados a aplicação de fibras vegetais para o fibrocimento, destacam-se os processos de produção. A 
extrusão tem-se mostrado como um dos processos com potencial em relação ao método Hatschek 
(processo usual de fabricação de compósitos de fibrocimento), pelos seguintes aspectos: menor gasto de 
energia na produção, variedades de geometria de produtos, aplicação do conceito de gradação funcional 
(functionally graded material – FGM) e menor custo de implantação de linha de produção. Além disso, 
os compósitos extrudados de fibrocimento podem apresentar melhor desempenho mecânico e 
durabilidade (SAVASTANO Jr. et al., 2006). 
 
O bambu como material construtivo 
 
O bambu é uma gramínea pertencente à subfamília Bambu so idea e em todo o mundo, contém 
aproximadamente 1641espécies e 120 gêneros descritos, mas a cada ano novas espécies vêm surgindo 
e este número tende a aumentar. No Brasil, encontram-se cerca de 256 espécies nativas, sendo a maioria 
nas regiões Sudeste e Norte, devido ao favorecimento do clima e áreas para o seu cultivo. Segundo o 
Instituto Estadual de Florestas (IEF) – "Uma das vantagens da plantação do bambu é o rápido 
crescimento dessa espécie e o fato de não haver necessidade de replantio. Se for feito o corte adequado, 
ele cresce novamente, convivendo com matas nativas e auxiliando na sua regeneração". 
Países como Colômbia, Peru, Equador, Indonésia e Índia possuem estruturas centenárias projetadas e 
executadas utilizando o bambu, que ainda são habitadas e não apresentam patologias estruturais 
 
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consideráveis. O arquiteto colombiano Simón Vélez, na década de 1980, criou uma técnica de uso do 
bambu como elemento estrutural difundindo a técnica em seu país; várias são as obras apresentadas por 
ele, reconhecidas internacionalmente como o imponente pavilhão do Hotel do Frade, em Angra dos Reis 
(RJ). 
Entretanto, o bambu apesar de ser um material que possibilita o uso de diferentes formas e em conjunto 
com variados materiais, como concreto, tijolo, vidro, aço e biomateriais, este material também apresenta 
suas limitações. 
 
“Pós e contras” 
A vantagem do bambu em relação às suas características físicas é a leveza, apresentando ótima relação 
entre resistência à tração na direção de suas fibras e sua massa específica, comparando com o aço, por 
exemplo, possui resistência similar, mas sua densidade é 90% menor. Já em relação à resistência a 
compressão, apesar de ser menor, seu valor é satisfatório. Sendo muito versátil e podendo ser utilizado 
em várias formas na construção civil, destaca-se a baixa energia consumida em sua produção, 
estabilidade, resistência e versatilidade. 
 
Por outro lado, analisando a estrutura do bambu, através de revisão de literatura acadêmica, vê-se que 
colmos de um mesmo feixe de bambu podem apresentar propriedades mecânicas diferentes, o que traz 
dificuldades no uso pela falta de padronização, assim como seu diâmetro e espessura. O teor de umidade 
e temperatura do meio ambiente onde se encontra o material podem causar mudanças em sua estrutura, 
como rachaduras que abrem espaço para o ataque de fungos. Por esse fato, faz-se necessário tratamentos 
preservativos para sua utilização. 
 
Sendo elemento proveniente da natureza, o bambu pode ser influenciado por ações climáticas e 
patológicas, vindo de organismos vegetais ou animais. Sua durabilidade está em torno de 15 anos 
dependendo do seu modo de armazenamento, espécie, plantio e outras condições, mas com devidos 
tratamentos sua durabilidade pode ser aumentada. Para sua utilização adequada, encontra-se 
recomendações sobre corte segundo a idade e natureza, cura, secagem e tratamentos preservativos contra 
fungos e insetos. Esses tratamentos podem ser feitos em dois métodos, naturais ou químicos, em que a 
escolha deve ser feita através da consideração do estado do material coletado e o tempo de corte. 
 
Para utilizar o bambu na construção civil é ideal que a espécie alcance uma altura de pelo menos 20 
metros e somente algumas espécies apresentam características de resistência mecânica adequada para 
uso em estruturas. As espécies mais utilizadas para construção são: Dendrocalamus giganteus (bambu 
gigante), Dendrocalamus asper (bambu-dragão), Phyllostachys pubescens (bambu-mossô), e Guadua 
angustifolia (taquaruçu) que é a espécie mais empregada para estruturas devido à sua versatilidade, 
leveza, flexibilidade, resistência e fácil manuseio. 
 
Entretanto, o desconhecimento geral sobre essa matéria prima, faz com que o maior problema de sua 
utilização, apesar dos requisitos apresentados, seja o preconceito associado as características de fraqueza 
e de baixo custo, fazendo com que ele seja muitas vezes escolhido apenas para construções de veraneio 
e detalhes arquitetônicos 
 
Tratamento de bambu e Durabilidade de bambu 
Sem qualquer tratamento de preservação, a maioria das espécies de bambu tem uma durabilidade natural 
média de menos do que 2 anos. Armazenados num local coberto, bambu tratado pode durar 4-7 anos. 
 
 
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Estas variações na durabilidade de bambu dependem fortemente das espécies, o comprimento do colmo, 
a espessura da parede, mas também, e igualmente importante, o tempo de colheita. 
 
A porção inferior do colmo é considerado mais durável, enquanto que a parte macia interna da parede 
se deteriora mais rapidamente do que a parte exterior mais duro. Isto está relacionado com a natureza 
anatômica e química das células lenhosas. 
 
Embora algumas das características de bambu se assemelham aos de madeira, as suas características de 
crescimento e microestrutura é diferente. 
 
A grande quantidade de amido presente em bambu torna altamente atraente para mofo e fungos, cupins 
e besouros sendo que eles causam muitos danos durante ao bambu. 
 
Por que tratar o bambu? 
Muitas pessoas que utilizam o bambu não sabem como tratar adequadamente e geralmente os métodos 
de tratamento utilizados não são eficazes e nem garantem resultados satisfatórios o que leva a incertezas 
sobre as vantagens do uso de bambu. 
 
Muitos bambus utilizados para fins estruturais na habitação rural não tratados e deteriorar-se em poucos 
anos, daí a razão de que o bambu ainda é considerado como madeira dos pobres. 
 
Conservantes químicos devem ser utilizados para proteger os bambus que serão utilizados em 
construções. Existem métodos bem estabelecidos que fornecem uma boa proteção mesmo em condições 
adversas. 
 
A seleção do método de tratamento apropriada depende de vários fatores: 
Estado do bambu; verde ou seco. 
Em contato com o solo, expostos à intempéries (chuva e sol) 
O tipo de uso, estrutural / não estrutural. 
Escala; quantidade a ser tratada e o tempo disponível; e 
Possíveis causas da decadência; biótico (fungos / insetos) e abióticos (rachaduras / intemperismo). 
 
É importante promover a correto utilização do bambu, a fim de aumentar a durabilidade, utilização e 
popularidade deste material versátil e ambientalmente amigável. Aumentar a vida útil do bambu para 
50 anos ou mais é certamente possível mediante a aplicação dos tratamentos apropriados, devendo 
também ser econômico e sustentável ao longo prazo. 
Infestação de insetos no bambu, bambu não tratado, assim como quase qualquer outra madeira, tem uma 
grande chance de ser atacado por insetos. A infestação de insetos no bambu ocorre devido à presença de 
amido e outros hidratos de carbono. Os Insetos tendem a obter seu suprimento de alimentos a partir do 
bambu e degradá-lo, portanto, os colmos devem ser tratados quimicamente para evitar a infestação. 
 
 
Besouros e cupins são insetos que ocorrem mais comumente em bambu. Eles não necessitam de 
condições específicas, apenas condições climáticas quentes e úmidas. Nos países de clima frio e seco, a 
infestação de insetos é menos frequente. 
 
 
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O ciclo de vida de um inseto é dividido em quatro fases: ovo, larva (lagarta), pupa e adulto. Ovos 
eclodem em larvas minuto, que penetram por roer através do tecido por ação mecânica e química. As 
partículas são digeridas no intestino das larvas sendo as fezes empurradas para fora na do bambu na 
forma de peletes na extremidade traseira. A larva pupa e, finalmente, o besouro adulto mastiga seu 
caminho para fora do colmo de bambu deixando orifícios de saída na superfície. O adulto pode voltar a 
pôr ovos antes de morrer, resultando em ataque múltiplo do mesmo material ou de colmos recém-
colhidos. 
 
Algumas madeiras são naturalmente imunes se eles têm baixo teor de amido ou se os seus diâmetros de 
poros são muito pequenos para ovipositor do besouro fêmea para colocar seus ovos. Infelizmente, o 
bambu tem poros dilatados e contêm altas concentrações de amido. Conservantesde madeira baseados 
boro pode ser utilizado para prevenir a infestação de besouro em bambu. 
 
Os carunchos podem consumir todo o bambu deixando apenas uma casca fina. As larvas de besouros 
alimentam do amido e açúcares nas células do parênquima do colmo e a intensidade do ataque dependerá 
da quantidade de amido disponível. Assim colmos com elevado teor de amido, são mais propensas a 
ataques. Uma vez que as larvas crescem, eles podem consumir outros componentes da parede celular, 
bem. 
 
O pó caindo de furos indica em curso bambu inseto infestação. As larvas de besouros cavam túneis 
através de todo o tecido interno deixando para trás apenas uma superfície fina do córtex duro que pode 
dar uma falsa impressão ao avaliar a importância dos danos para trabalhos de reparação. 
Como remover Mofo do bambu 
 
A formação de mofo, esporos e mofo na superfície de bastões de bambu não é incomum, especialmente 
quando bambu não é 100% seco, ou quando são armazenados por longos períodos em locais escuros e 
sem ventilação. 
 
Mofo de superfície em produtos de bambu só ocorrerá uma vez, talvez duas vezes até teor de umidade 
excessiva dentro dos colmosas canas de bambu é completamente evaporado. 
 
Espécies de bambu, tais como, Phyllostachys aurea, são frequentemente tratados com fogo (tratamento 
pelo calor). Geralmente o tratamento térmico é aplicado ao bambu recém colhido, no entanto, mesmo 
bem "queimados" este tipo de tratamento não é eficaz, sendo que, os colmos tratados por fogo podem 
ainda sofrer ação de fungos e insetos. 
 
O que faz com que os fungos cresçam nos bambus? 
As principais razões que possibilitam a ploriferação de fungos no bambu são: 
 
• Carboidratos: Fungos provocam a degradação biológica de bambu. Eles se alimentam do amido e 
outros hidratos de carbono (açúcares) que estão presentes no colmo. Numa fase avançada, quando os 
fungos estão instalados, o seu dano irá se mostrar na superfície do bambu. 
 
• Oxigênio: Assim como quase todos os outros seres vivos deste planeta, fungo necessita de respiração. 
Limitando que a oferta de oxigênio irá retardar seu crescimento. Alguns fungos, porém, podem 
sobreviver com níveis muito baixos de oxigênio, desde que tenha muita umidade. 
 
 
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• O teor de umidade: Fungos amam ambientes unidos! Níveis de umidade de 40 a 80% são ideais para 
seu crescimento rápido. 
 
• Temperatura: Fungos se sentem mais confortáveis, a temperaturas entre 25 °C a 35°C. 
Que tipos de fungos Atacam o Bamboo? 
• Mofos de superfície: Estes mofos de bambu crescem na superfície e nas extremidades dos colmos. 
Embora pareçam preocupantes, eles não têm qualquer influência na resistência do bambu e pode ser 
apagado facilmente. 
 
• Fungos manchadores: Estes fungos podem penetrar bambu bambus e seu ataque é indicado por tons 
de azul / cinzento-preto na superfície sob a forma de manchas e estrias. Ele compromete a aparência 
estética, mas não afeta as propriedades de resistência de bambu (exceto nos casos mais graves de ataque). 
 
• Fungos Degradadores: Estes fungos causam o tipo mais grave de dano e crescem no interior do lúmen 
das células. As enzimas querem decompor somente a celulose e hemicelulose deixando para trás a 
lignina levando à podridão parda, ou decompõem lignina levando à podridão branca (podridão branca é 
mais comum em bambu do que podridão parda). quando este fungo toma conta, ligeira alteração de cor 
ou perda de peso torna-se aparente, as propriedades de resistência são muito reduzidas, em particular, o 
impacto e resistência à flexão. Em estados mais avançados da deterioração do colmo um simples toque 
e pode é possível quebrar a parede do bambu 
Como remover o mofo no bambu? 
A maneira mais eficaz para remover instantaneamente mofo sobre o bambu é um produto comercial 
chamado Mold Armadura FG502. Métodos alternativos com óleo de limão ou vinagre, conforme 
descrito abaixo também poderia fazer o serviço. 
 
Para remover o mofo de bambu, use uma escova macia ou um pano úmido. Use óleo de limão ou uma 
solução de vinagre e água para remover o mofo. 
 
Após removido o movo, recomenda-se lixar o bambu e aplicar verniz com propriedades antimofo ( 
fungicida) 
Tratamento do bambu com água 
Trata-se de um método de conservação de bambu tradicional, utilizado por comunidades indígenas e 
agricultores de várias regiões da Ásia e da América Latina. Na América Latina, este tratamento é 
realizado nos rios durante o transporte de bambu das montanhas e selva onde são colhidos até os centros 
urbanos por meio de jangadas de bambu. 
 
Durante o transporte doso bambus ao longo dos rios, que geralmente leva de 3 a 4 semanas, os colmos 
são submetidos a um processo de lixiviação, o que tende a diminuir o teor de amido e aumentar a sua 
durabilidade. Deste modo, quando chegam ao seu destino, os colmos são menos suscetíveis a ataques 
de micro-organismos e insetos. 
 
Este método de imersão em água é usado ainda hoje, especialmente quando bambu precisa ser 
transportado de áreas remotas. Também é recomendado para o armazenamento de bambu, utilizado em 
aplicações de artesanato e tapete em que é necessária flexibilidade. No entanto, a lixiviação só, não 
garante a proteção a longo prazo, mas ajuda a remover o amido e melhorar a permeabilidade para o 
tratamento futuro por meio de tratamentos de difusão e de pressão. 
 
 
 
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Como tratar o bambu em água 
Você pode tratar o bambu em tanques com água, mas lembre-se que, para garantir 100% de eficácia no 
tratamento é altamente recomendável adicionar produtos químicos no tanque para curar e preservar 
bambu para uso a longo prazo. 
 
No entanto, se os produtos químicos são usados ou não, as etapas descritas abaixo devem ser aplicadas 
em qualquer situação. 
 
• Quando realizar a imersão de bambu redondo, os nós devem ser perfurados. Dessa forma, a água pode 
correr facilmente pelo interior dos colmos. 
• Quando armazenado em tanques com água estagnada, renove a água semanalmente para evitar o 
crescimento de bactérias que irão causar manchas e mau odor. 
• Use cargas sobre os colmos para uma imersão completa. 
• Os colmos devem ficar submerso por no mínimo 3 a 4 semanas, contudo, recomenda-se o tratamento 
químico. 
• CUIDADO!!, um tempo excessivo na água (após 3 meses) provoca manchas na epiderme do bambu e 
tem a consequência de diminuir as suas propriedades físicas e mecânicas. 
 
Preservação química do bambu 
A preservação química (com ou sem a ajuda de equipamento especial) assegura uma proteção a longo 
prazo. Dependendo do método de tratamento de bambu, conservantes químicos podem conferir proteção 
a longo prazo ou de curto prazo. 
 
Com poucas exceções, conservantes químicos para proteger bambu contra ataques biológicos e 
degradação são tóxicos. A seleção e aplicação destes produtos devem ser realizados com muito cuidado 
para atender o desempenho, requisitos ambientais e de segurança. 
 
Dependendo dos solventes de transporte, conservantes de bambu são divididos em 2 categorias 
diferentes: não fixação e fixação. Quando expostos a chuva, conservante do tipo não fixação irá ser 
lixiviado e com o tempo será "lavado" do bambu. Em outras palavras, os conservantes de não fixação 
não são adequados para uso ao ar livre. 
 
Conservantes do tipo Não fixação 
Conservantes do tipo Não fixação consistem principalmente de sais de boro, que são eficazes contra as 
brocas, cupins e fungos (exceto fungos da podridão mole). Estes sais de boro são dissolvidos em água. 
Após o tratamento, a água evapora-se deixando os sais dentro do bambu. Eles não são tóxicos e podem 
ser utilizados para o tratamento de produtos de bambu, que entram em contato com produtos 
alimentares. 
 
Casas feitas com garrafa PET 
 
A ideia de produzir casas com PET (politereftalo de etileno, um tipo de plástico) surgiu durante uma 
catástrofe. Em setembro do ano passado, um terremoto de 7,1 graus deixou mais de370 mortos, pelo 
menos 7 mil feridos e 12 mil pessoas sem casa na Cidade do México e arredores. Algumas horas depois 
do acontecimento, em meio a casas no chão e edifícios colapsados, as ruas e praças da capital mexicana 
se encheram de voluntários levando comida e garrafas d'água. O México é o segundo maior consumidor 
 
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de garrafas PET para refrigerantes do mundo, atrás apenas dos EUA, e o primeiro mercado em garrafas 
plásticas. 
Uma arquiteta chamada Vanessa Rendón, 25, estava trabalhando na cidade de Querétaro quando sentiu 
os tremores. Na hora, ela correu para a sua natal Cidade do México e ver como poderia ajudar. Ao ver 
as montanhas de garrafas de plástico que se acumulavam entre os desabrigados, disse a um amigo 
arquiteto: "Vamos fazer casas com garrafas PET!". E assim surgiu a "Viviendas (habitações) 
Emergentes" (Viem MX), uma organização nascida do meio dos escombros da maior tragédia mexicana 
recente. 
A primeira casa produzida pela Viem-MX tinha apenas um cômodo e dez metros quadrados. Foram 
usadas quase 4.000 garrafas PET cheias de areia, terra e entulhos. As garrafas foram encaixadas em 
estruturas metálicas, posteriormente forradas com cimento. A construção levou dez dias. Mais tarde, 
com a ajuda de engenheiros e incorporando outros materiais, como garrafas de vidro, pallets de madeira, 
papelão e até isopor reciclado, construíram-se casas de 30, 42 e até 90 metros quadrados. 
Segundo a organização, as casas têm durabilidade de 30 anos. São impermeáveis, isolantes, resistentes 
aos abalos sísmicos e mais baratas do que aquelas feitas com outros materiais. 
Segundo a ONU, 8 milhões de toneladas de plásticos terminam a cada ano nos mares e oceanos. Até 
2025, estima-se que esse número chegue a 50 milhões de toneladas. Uma garrafa PET leva até 500 anos 
para se decompor, segundo o Greenpeace. No México, o uso de garrafas PET é um dos maiores do 
mundo: o país consome 9 bilhões de garrafas por ano (722 mil toneladas). O país é líder em reciclagem 
de PET na América Latina, com números de até 50,4%, mas isso se deve em grande parte ao alto nível 
de consumo de refrigerantes e água engarrafada em plásticos. Em 2014, um mexicano médio consumiu 
234 litros de água, o que equivale a gerar até 21 milhões de garrafas PET. 
 
Passo a passo 
As casas feitas com garrafa PET precisam de poucos materiais, até porque, ela vai substituir os tijolos e 
as telhas. Assim, temos construções acessíveis à população e sustentáveis. 
Para a construção das paredes e colunas é necessário encher as garrafas com terra úmida ou uma mistura 
de terra e cimento. Para criar a base da casa, utilize as garrafas deitadas. As colunas também podem ser 
feitas com as garrafas, para isso utilize as de 500 ou 600 ml, formando um círculo de 11 garrafas. No 
centro, os gargalos são presos com sisal ou nylon. Preencha os espaços entre as garrafas com uma 
mistura de cimento, areia e cal, na proporção de 1:6:0,5, respectivamente. Também é possível utilizar 
apenas barro. 
Para as paredes, as garrafas devem ser empilhadas na horizontal e amarradas com sisal ou nylon, para 
ficarem bem fixadas. Com o fio, é preciso criar uma rede, assim, tudo fica bem firme. A mistura para se 
colocar entre as camadas de garrafa é feita com cimento, argila e cal, na proporção de 1:6:1, 
respectivamente. 
Para a construção do telhado, é preciso cortar o gargalo e a base da garrafa e cortá-la na vertical, de 
forma que sobre duas parte iguais em formato de telha de barro. Para fixar uma telha na outra é preciso 
utilizar um grampeador. 
 
 
 
 
 
 
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Conclusão 
 
Concluímos que a partir do aproveitamento de fibras vegetais, como alternativas de substituição à 
madeira de espécies arbóreas da Amazônia e à alvenaria, visando alcançar a sustentabilidade na 
construção civil. Melhorar os padrões ambientais e a eficiência econômica na construção das futuras 
habitações na Amazônia. Aumentar o elenco de matérias-primas vegetais para utilização na produção 
de eco materiais para a construção sustentável. Desenvolver processo de confecção de chapas de fibras 
vegetais para utilização em forros, divisórias e paredes. Difundir a tecnologia e transferir os resultados 
aos setores público e privado. 
A utilização do bambu na construção civil hoje em dia é uma realidade, porém não podemos generalizar 
esta afirmação e pensar que é a solução para todos os problemas e também pode substituir a maior parte 
dos materiais de construção dentro de uma obra. O bambu ainda precisa de muito incentivo e pesquisas 
para se tornar um material de qualidade e normatizado na construção civil brasileira. O uso correto do 
bambu em obras de grande porte possui características positivas quanto ao peso próprio da estrutura, 
quanto às resistências do material, facilidade de transporte, fácil trabalhabilidade além de uma beleza 
estética rústica. Estas características fazem do bambu um material que tende a entrar no mercado da 
construção civil de forma significativa. O intuito deste trabalho foi de mostrar que estruturas de bambu 
são seguras e resistentes. 
A pesquisa encontra-se em desenvolvimento e os testes preliminares indicam resultados aceitáveis de 
resistência. O objetivo desse estudo é comprovar que a adição do PET na composição de um bloco de 
concreto traz benefícios à construção civil e ao meio ambiente. Uma vez que esse estudo de viabilidade 
seja concluído e o projeto apresente uma viabilidade técnica e comercial, tal proposta tem o potencial 
de trazer um grande avanço não só na construção civil, como também na destinação correta das garrafas 
pets. Assim, espera-se trazer uma significativa contribuição para a sociedade, na medida em que irá 
auxiliar no incremento dos índices de reciclagem desse material, bem como possibilitará a produção de 
edificações residenciais de baixo custo. A casa feita com garrafa PET tem um custo menor, em torno de 
40% a 60%, do que o de uma casa convencional, dependendo do tipo da obra; sua temperatura é 
agradável. Quando está quente na rua é fresco dentro da casa e vice e versa; pode ser utilizado todo tipo 
de garrafa PET, a única questão é ter tudo o que vai precisar em mãos. Em uma mesma obra podem ser 
utilizadas garrafas de modelos diferentes, porém elas não devem ser misturadas na mesma parede; a 
casa é segura contra ventos e chuva; em 46 m² de área coberta, sendo sala, cozinha, banheiro e dois 
quartos é preciso reunir, no mínimo, 2700 garrafas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
 
Rocha, Jair de Souza et al. Aproveitamento de fibras vegetais para a construção sustentável. 
DF:Brasilia, 2011. 
Jr, Holmer Savastano; Santos, Sergio dos. Uso de resíduos de fibra vegetal em construção. São Paulo: 
São Paulo, 2008. 
CUNHA CANTO, Maria Luiza C; ORRÚ VIANA, Paulo Matheus; LIMA, Vanessa Inácio. O 
tratamento do bambu e sua utilização na construção civil. 
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Acessado em 20/05/2017.

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