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19/10/2020 Metodologia Científica
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METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO 1 - QUAL É A CONTRIBUIÇÃO
DA METODOLOGIA CIENTÍFICA PARA A
CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO?
Antonio Marcos Feliciano/Ana Celeste da Cruz David
 
INICIAR
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Introdução
Houve um período da história humana em que o conhecimento religioso era utilizado para
explicar tudo o que acontecia na sociedade. Assim, aqueles que apresentavam
conhecimentos novos, contestando os religiosos, sofriam severas punições, incluindo a
pena de morte. Por isso, por um bom tempo, a sociedade acreditou que a Terra não era
redonda e que o horizonte era um grande abismo. 
Hoje em dia, as crianças aprendem nos primeiros anos escolares que a Terra é, de fato,
redonda, que gira em torno do sol e que precisa ser preservada, pois é o ambiente de vida
da espécie humana e de tantos outros seres vivos. Isso se deu graças aos esforços de
inúmeros estudiosos, em que, aos poucos, os conhecimentos de senso comum,
fortemente fundamentados pelos conhecimentos religiosos, foram desmistificados. Dessa
forma, a ciência tomou as rédeas do processo de criação do conhecimento, tendo como
sua principal fonte a Terra em todos os seus eventos, sejam sociais, naturais, biológicos e
econômicos, que foram gradativamente sistematizados e amparados por modelos
metodológicos.
Contudo, há conhecimento fora da ciência? 
Essa pergunta possui uma resposta afirmativa, sendo que a própria ciência reconhece
outros tipos de conhecimentos. No entanto, não devemos pensar esse reconhecimento
como sinônimo de conhecimento científico. Afinal, o conhecimento científico, no sentido
moderno do termo, surge no século XIX, e como bem afirma Burke (2016, p. 17), “[...]
aplicar o termo a atividade de busca do conhecimento em períodos anteriores a esse
propicia o que há de mais odioso para um historiador, o anacronismo”, ou seja, é
inadequado a aplicação do termo em um período histórico antecedente à sua formulação. 
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O conhecimento, então, é científico quando sua criação ocorre por meio da aplicação de
métodos científicos. Mas quais são os diferentes tipos de conhecimento? De que forma se
organiza o método científico?
Essas e outras perguntas serão respondidas ao longo deste primeiro capítulo, em que
veremos que há diferenças entre o conhecimento popular e o conhecimento científico,
assim como também entenderemos que existem tipos de conhecimentos diferentes. Ainda
observaremos que o conhecimento científico é criado a partir da existência de um
problema, cabendo à metodologia científica e seu cabedal de instrumentos sistematizar
dados e informações, tornando-o, de fato, um conhecimento científico, provável e
apresentado sob uma lógica do que o torna compreensível pelas pessoas.
Vamos em frente!
1.1 Conhecimento e método científico
Você deve conhecer alguém metódico, certo? Mas saberia dizer quais são os atributos ou
características de uma pessoa metódica? Ela pode ser identificada por seu modo de agir,
cuja cautela e sensatez são comuns em suas ações.
As pessoas precisam ser norteadas por regras, sejam elas sociais, como a ética, que regula
a conduta em sociedade; econômicas, que parametrizam as relações no mercado; ou de
legislação trabalhista, que regulamenta o ofício profissional e as relações de trabalho em
empresas. Isso significa que as regras são onipresentes, importantes instrumentos para
manter o equilíbrio das relações entre as pessoas na sociedade.
O mesmo ocorre na execução de trabalhos de caráter científico, em que as regras estão
presentes no método de pesquisa. Nesse sentido, podemos afirmar que o método ou a
metodologia se configura como uma regra orientadora das práticas investigativas da
ciência. Por meio do método, o pesquisador indica os caminhos trilhados para alcançar
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seus resultados. Assim, além de possibilitar o reconhecimento científico da sua pesquisa, é
com o método que o pesquisador conta a história do seu trabalho, as decisões tomadas, as
limitações, entre outros aspectos.
Dessa forma, também podemos afirmar que o conhecimento é reconhecido como
científico a partir da aplicação do método científico, caracterizado como sendo objetivo,
racional, sistemático, geral e verificável. Devemos igualmente acentuar que a ciência
reconhece a existência de conhecimento fora dela, isto é, conhecimentos criados sem o
emprego de abordagem metodológica tal e qual preconiza a ciência.
O conhecimento é o principal fator determinante no desenvolvimento da sociedade, mas
você sabe o que é conhecimento? 
Segundo Magalhães (2005, p. 13, grifos do autor), “A palavra ‘conhecimento’ em nossa
língua deriva do latim cognocere, cuja etimologia significa ‘conhecer junto’ ou ‘procurar
saber’ e que, por sua vez, se relaciona com o grego gnosis, habitualmente traduzido com o
próprio sentido de ‘conhecimento’”. O autor ainda lembra que outra palavra que facilita o
entendimento sobre o conhecimento é o termo grego logos, que tem por significado “fala”,
“razão” ou “entendimento”.
Podemos pensar sobre o conhecimento para além da origem e da evolução histórica do
termo, ou seja, no contexto da sua história social, posto que diferentes acontecimentos
influenciem o que é considerado conhecimento em épocas e lugares distintos. Na
perspectiva marxista, por exemplo, a resposta para essa questão é determinada pela
classe social. No âmbito da sociologia do conhecimento, evidencia-se o conhecimento
como acontecimento localizado em determinado tempo, lugar e comunidade (BURKE,
2016). Já no âmbito da biologia do conhecimento, Matura e Varela (2011, p. 267) alertam
que o conhecimento nos obriga a assumirmos “[...] uma atitude de permanente vigília
contra a tentação da certeza”, desde que ele tanto revele quanto cumpra sua função de
ocultação. 
Atualmente, muitas são as fontes de disseminação de informações e conhecimentos.
Podemos citar como exemplos os livros, as páginas da internet, os panfletos, os artigos, as
revistas, os CDs e os DVDs. No entanto, sem as conexões cognitivas, as informações
contidas nesses meios de divulgação ficam sem sentido, uma vez que é o cérebro humano
que tem a capacidade de processar e fazer as conexões, oferecendo sentido às
informações e criando novos conhecimentos, em um ciclo virtuoso, em que um
conhecimento gera outros.
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Para Maturana e Varela (2011), os fenômenos cognitivos relacionam dois mundos
singulares: a tradição biológica, comum entre os homens e suas heranças linguísticas; e as
culturais, diversas e plurais.
Assim, vimos até aqui o que é considerado conhecimento e o quanto isso pode variar com
relação à local, época e grupo social a ser estudado. Por exemplo, em sociedades
ocidentais modernas, o conhecimento das parteiras, antes valorizado em suas práticas
sociais tradicionais, passou por um período obscuro, fato que vem sendo revisado e
retomado em suas origens e valorização. Dessa forma, entendemos que o conhecimento
científico em movimento dinâmico vai continuamente estabelecendo rupturas na forma de
conhecer, construir tecnologias, elaborar métodos e se relacionar com outros tipos de
conhecimento.  
1.1.1 O que é ciência? O que é conhecimento cientí�co?
Figura 1 - No mundo contemporâneo, o sentido social do conhecimento é poder. Fonte: woaiss, Shutterstock,
2018.
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A ciência provê seu arcabouçode conceitos e definições a partir do que acontece na
sociedade, constituindo-a em uma importante fonte para sua criação. No entanto, vale
ressaltar que nem tudo que acontece na sociedade é abordado pela ciência. Apesar de
relevantes, os conhecimentos sociais, de senso comum ou popular, mantêm-se, mas, em
muitos casos, não são objetos de investigações científicas. 
VOCÊ SABIA?
Desde os avanços da cibernética, a ciência propôs a descrição do funcionamento do sistema
nervoso e do raciocínio humano mediante um modelo de lógica matemática, uma vez que
muitos são os campos dedicados ao estudo das ciências cognitivas. A Neurociência, a
Biologia do Conhecimento e a Inteligência Artificial, por exemplo, utilizam-se do rigor da
metodologia científica para continuamente contribuir com a criação do conhecimento.
Dessa forma, definir a ciência consiste em uma tarefa complexa, pois, já que a sociedade é
mutável, muitos de seus conceitos são efêmeros ou imprecisos. Demo (1995) reconhece
que na ciência nada é mais controverso do que sua definição. Diante disso, o autor
estabelece critérios possíveis para a condição definidora do que se pode chamar de
ciência: a coerência entre argumentação, o corpo sistemático bem conduzido até suas
conclusões congruentes entre si e entre as premissas iniciais, a consistência argumentativa
e sua atualidade, a originalidade criativa e a objetivação como busca incessante da
realidade (ainda que parcial e provisória). Esses fatores, individualmente, mostram a
complexidade de definição do tema, e, quando se reúnem em um mesmo estudo,
possuem o poder de comprometer completamente qualquer pesquisa.
Apesar de apresentar os fatores limitantes à definição de ciência, é possível encontrar
entre pesquisadores e estudiosos um esforço autêntico no sentido de encontrar
parâmetros capazes de definirem esse termo. Assim, para Gil (2011, p. 02), a ciência pode
ser considerada “[...] uma forma de conhecimento que tem por objetivo formular,
mediante linguagem rigorosa e apropriada — se possível, com auxílio da linguagem
matemática —, leis que regem os fenômenos”. 
A definição supracitada indica claramente que a realidade não é ampla, profunda e
integralmente explicada em uma pesquisa, mas, sim, na sucessão de pesquisas, pois são
os diferentes e descontínuos enfoques que oferecem uma visão mais ampla de
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compreensão da sociedade, sendo amparados por métodos que robustecem a ciência.
Ainda sob o prisma conceitual, a história do conhecimento científico reconhece o
pensamento científico em suas diferentes e descontínuas formas, não como uma evolução
linear e um progresso sucessivo, mas “[...] como resultado de diferentes maneiras de
conhecer e construir os objetos científicos, de elaborar métodos e inventar tecnologias”
(CHAUI, 2010, p. 223).
 Figura 2 - O desenvolvimento
científico e o tecnológico transformam a sociedade e a vida no planeta. Fonte: Wichy, Shutterstock, 2018.
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O fato é que podemos reiterar que a ciência evolui tal e qual a sociedade por não haver
sentido no afastamento da segunda em relação à primeira, uma vez que a ciência
influencia e é simultaneamente influenciada pela economia, pela política, pela moral e por
tudo que acontece na sociedade. Assim, a ciência busca elementos para a construção do
conhecimento, o que ocorre em todas as áreas, fazendo com que ele seja algo amplo e
complexo, mas fundamental para o desenvolvimento da espécie humana.
O quadro a seguir apresenta alguns exemplos de tipos de conhecimentos e suas
aplicações.
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O quadro indica a íntima relação da ciência com a sociedade para a criação do
conhecimento científico, oferecendo claros sinais da amplitude do conhecimento. Além
disso, podemos concluir que o conhecimento científico não é o único existente, além de
não ser o único que depende de instrumentos metodológicos para ser aferido.
Quadro 1 - Tipos de conhecimentos e suas aplicações. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em Feliciano, 2013,
p. 44.
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Magalhães (2005) considera que o Homem faz uso do conhecimento para transformar o
meio em que vive, mantendo-se dominante na natureza. Isso decorre da sua capacidade
intelectual de fazer uso do conhecimento para o desenvolvimento da espécie.
Para reforçar a ideia de que há amplas relações entre a sociedade e a ciência — e que o
conhecimento popular ou de senso comum é relevante na constituição do conhecimento
científico —, Francelin (2004, p. 30) afirma que “[...] os conceitos nascem do cotidiano, são
apropriados pelo meio científico e tornam-se científicos ao romperem com esse cotidiano,
com esse senso comum”. Dessa forma, vale destacar que, na relação entre sociedade e
ciência, considerando situações coloniais, os conhecimentos dos colonizadores se
tornaram dominantes, ao passo que os conhecimentos dos colonizados se tornaram
subjugados, esquecidos ou desprestigiados. 
A aventura cibernética Matrix, de Lana Wachowski e Lilly Wachowski, é um clássico do cinema na abordagem de
temas como conhecimento e ciência. Matrix, nesse caso, representa um sistema inteligente e artificial (criatura)
que destrói a inteligência criadora (criador) e, assim, instaura a dúvida entre a realidade e a ilusão de um mundo
real.
Com isso, podemos afirmar que o conhecimento científico não é definitivo, portanto, é
provisório, podendo ligar um conhecimento ao outro, evidentemente, a partir de novos
estudos. Para os atores do senso comum, seus conceitos e conhecimentos são definitivos,
sendo que as modificações são difíceis de serem percebidas, justamente pela ausência de
aplicação de método que afere essas mudanças.
Em ciências, os movimentos e as transformações se dão mediante a consistência das
questões formuladas, da curiosidade em conhecer, da incerteza diante dos fenômenos, da
lucidez em propor aos problemas naturais, físicos ou sociais outras possibilidades de
investigação. Dessa forma, ciência e conhecimento científico se utilizam de processos
metodológicos para a expansão das fronteiras da ciência, acolhendo todas as
oportunidades para o avanço científico. 
VOCÊ QUER VER?
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1.2 Metodologia como processo de
pesquisa
Você já imaginou como é complexo estudar a cultura de diferentes povos, o melhoramento
genético de plantas e animais ou o próprio comportamento humano? Será que é possível
desenvolver atividades sem registrá-las em detalhes? 
Na verdade, não é possível para nós, seres humanos, executarmos tarefas complexas sem
entendermos sua lógica, e isso é proporcionado ou facilitado pela aplicação de métodos. O
registro das atividades de pesquisa são requisitos importantes em qualquer abordagem
metodológica, mas, antecipadamente, é comum não registrarmos tudo, e isso não é feito
de má fé, mas porque o ser humano possui uma grande dificuldade de colocar no papel o
que está pensando ou o que testemunha, sendo este um fator limitador mitigado pelo
método científico. Entre seus objetivos, ele facilita a estruturação, o planejamento, o
desenvolvimento, a execução e a análise em uma pesquisa. 
Antes de evoluirmos na discussão conceitual sobre o método, é importante saber o que é
pesquisa. Segundo Magalhães (2005), pesquisar significa “buscar”, “inquirir”, consistindo
em uma atividade que necessita de trabalho manual e mental. Assim, se por meio do
método é criado o conhecimento científico, este, por sua vez,é fundamentado por teorias,
que, na visão de Magalhães (2005, p. 34) significa “ver”, ou seja, “A teoria é uma visão
generalizada de fenômeno de qualquer natureza, que possa ser comprovado de alguma
forma [...]”. Essa forma de comprovação das visões generalizadas ocorre por meio do
emprego do método.
Todo método requer registros que identifiquem o passo a passo de uma pesquisa em suas
diferentes etapas, por isso, muitos autores definem método como o caminho trilhado em
uma pesquisa. Segundo o Houaiss (2004, p. 494), método significa “[...] procedimentos,
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técnica ou meio para atingir um objetivo; processo organizado de ensino, pesquisa,
apresentação, etc.”.
VOCÊ SABIA?
O método é uma ordem que você deve dispor para que tenha seu curso natural. Destaca-se
que quando o pesquisador tem segurança de que os objetivos específicos atendem o objetivo
geral, respondendo à pergunta ou ao problema de pesquisa, há condições de se iniciar a
pesquisa. Dessa forma, uma pesquisa bem elaborada pode contribuir e revolucionar a ciência
(são raras). Contudo, uma pesquisa em que os elementos metodológicos não mantêm
interação, tende a marcar a vida do pesquisador como seu grande fracasso.
A aplicação do método nas pesquisas também objetiva sistematizar dados e informações
por meio de processos cientificamente reconhecimentos, visando a criação de um
conhecimento novo, a partir do conhecimento existente. Não estamos tratando de
substituições de conhecimentos, mas de agregação e contribuição da ciência à sociedade.
A meta de toda equipe esportiva é vencer, mas você sabe que para reunir um time de
vencedores é preciso criar condições para que sejam reunidas competências que se
complementam, não é? Além disso, se faz necessário o planejamento, a estratégia, os
planos e a tática. Ou seja, não é suficiente jogar e ter sorte, uma vez que é preciso ser
metódico. Nesse sentido, Magalhães (2005, p. 19) afirma que o conhecimento não surge do
nada, “[...] mas sim, do legado cultural que cada um de nós recebe na vida”. Por isso, é
possível afirmar que cada pessoa é dotada de conhecimentos, mas, para torná-los
cientificamente reconhecidos, é necessário o domínio de instrumentos metodológicos e
do entendimento das técnicas de pesquisa, bem como da pesquisa por si como um
processo de criação do conhecimento.
Sem dúvida alguma, mesmo considerando e reconhecendo a existência de conhecimento
fora do âmbito científico, deve-se destacar dois aspectos: o primeiro diz respeito a
necessidade precípua da aplicação de um método para que o conhecimento resultante de
uma pesquisa tenha reconhecimento científico; em segundo lugar, na academia, produz-
se conhecimento científico, portanto, há a necessidade de conhecimento e aplicação de
métodos para as pesquisas nas diversas áreas.
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Dessa forma, a metodologia científica aplicada exige dos pesquisadores, mais do que
conhecimentos sobre o método e a área, temas ou assuntos pesquisados, muita disciplina
para não extrapolar os limites, não ser prolixo ou sintético nos registros. Isto é, na
pesquisa, o método facilita a compreensão do pesquisador sobre o fenômeno ou o evento
investigado.
Gareth Morgan possui uma biografia interessante, cujas contribuições para as reflexões sobre métodos de
pesquisa são amplamente reconhecidas na academia. Em sua obra “Imagens da Organização”, de 2002, o
professor faz uma abordagem pragmática da aplicação de diferentes escolas do método científico, como o
materialismo histórico, o positivismo e a fenomenologia. Vale a pena conferir!
Sem o método, há dificuldades de compreensão ampla e profunda dos fenômenos ou
eventos que ocorrem na sociedade, e isso acontece por vários motivos, desde a falta de
conhecimento de causas e efeitos, passando pela falta de argumentos e chegando, por
exemplo, à não percepção de relações entre eventos ou fenômenos.
Nesse sentido, podemos afirmar que a aplicação de métodos científicos amplia a
capacidade de visão do pesquisador sobre o objeto de pesquisa, facilita a compreensão e a
análise dos resultados da pesquisa, amplia a compreensão sobre o tema, permite a
descoberta de novos assuntos e campos de pesquisa e amplia a visão de mundo dos
pesquisadores e leitores. O método científico, portanto, torna-se essencial para o
desenvolvimento de qualquer pesquisa, sendo fundamental na criação do conhecimento.
VOCÊ O CONHECE?
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Podemos entender, então, que não importa se a pesquisa é de caráter qualitativo ou
quantitativo, se terá uso de bancos de dados para o processamento, se os dados serão
coletados por meio de modernos instrumentos tecnológicos ou se em um caderno ou
prancheta. O importante mesmo é a escolha correta do método, a aplicação adequada de
seus instrumentos e a postura ética do pesquisador, bem como a congregação de aspectos
que levam ao desenvolvimento suave, natural e sem percalços de uma pesquisa. 
Atualmente, os conhecimentos retratam com maior fidelidade a realidade da sociedade,
que, por sua vez, consegue perceber com mais clareza sua aplicabilidade para o seu
próprio desenvolvimento. A pesquisa baseada em métodos fez evoluir consideravelmente
a ciência, afastando o empirismo exacerbado de outros tempos. 
Inspirado em Magalhães (2005), consideramos que a ciência e a pesquisa devem muito ao
empírico, à observação do fato ou evento em sua essência. No entanto, o perigo do
empirismo consiste em tornar uma verdade absoluta naquilo que se experimenta pelos
Figura 3 - A disponibilidade de dados contribui para o avanço do conhecimento científico. Fonte: ESB
Professional, Shutterstock, 2018.
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sentidos, que faz parte da percepção individual: “Os sentidos são nossa interface com a
realidade, mas são também a origem dos enganos para nosso conhecimento, e que não há
tantas realidades quanto existem diferentes olhares” (MAGALHÃES, 2005, p. 30). 
No atual momento, o rigor metodológico nas pesquisas afasta esse perigo típico do
empirismo, qual seja a verdade universal a partir do olhar individual. Respeitados os
elementos, a pesquisa tende a gerar conhecimentos relevantes por meio de resultados
atraentes, permitindo o surgimento de novas relações de conhecimentos e campos de
atuação para a pesquisa com o emprego do método.
A metodologia como processo científico é múltipla e diversificada, a ponto de abranger
todos os procedimentos considerados úteis pelos cientistas. Exige, então, disciplina,
clareza, atenção e domínio do campo de investigação para a escolha da metodologia mais
adequada às condições da pesquisa a ser realizada. Assim, desde o pesquisador iniciante
ao mais experiente, percorrer as etapas da pesquisa científica se torna fundamental. 
1.3 Etapas da pesquisa científica: escolha
do tema e problema
Ver um filho entrar para uma universidade é o sonho da maioria dos pais, certo? Os jovens
fecundam essa ideia durante o Ensino Médio, sendo que, após isso, surgem os
vestibulares, as tensões, as festas e as alegrias. Ou seja, diversos sentimentos afloram
quando esses indivíduos são aprovados para entrarem no Ensino Superior, quando fazem
a matrícula na primeira fase de um curso de graduação. Contudo, muitos estudantes não
sabem sobre qual tema e problema de pesquisa devem escrever em seus trabalhos de
conclusão de curso (TCC). Para falar a verdade, a maioria não conhece a metodologia
científica, mas os perseverantes que chegarem ao final do curso terão que escrever um
trabalho baseado em uma pesquisa acadêmica, com aplicação de método, orientação e
defesa.
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No mundo acadêmico, especialmente na graduação, o professor orientador precisa ser
paciente para compreender que os estudantes não possuem o preparo suficiente para
entender teoricamente o método. Além disso, muitos professores conhecem os
procedimentos metodológicos, mas poucos conhecem os métodos científicos, sendo que
esse aspecto é muito importante quando ocorre o processo de orientação de TCC, em que
o professor precisa compreender o tema e o problema propostos pelo estudante para
identificar a melhor abordagem metodológica para a pesquisa a ser feita.
A relação entre orientador e orientando durante o processo de pesquisa precisa ser transparente, honesta e ética,
ou seja, uma cumplicidade que possui data de início e término no relacionamento. Sem dúvida, essa relação e o
próprio processo de orientação possui dificuldades. O texto “Dificuldades do processo de orientação em
trabalhos de conclusão de curso (TCC): um estudo com os docentes do curso de Administração de uma instituição
privada de Ensino Superior” traz algumas das dificuldades que podem ser resolvidas nesse processo. Você pode
ler na íntegra em: <
(http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147)http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.ph
p/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
(http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147)>. 
O tema e o problema de pesquisa podem até parecer fáceis de serem idealizados, mas a
dificuldade está em escrevê-los e, principalmente, descrevê-los. Por isso, quanto mais bem
preparado for o professor orientador, menos conturbada será a passagem do estudante
pela fase de pesquisa para o TCC. Contudo, é lógico que o estudante orientando, apesar de
inúmeros autores afirmarem que precisam agir com independência, por atividade e
maturidade na relação com os orientadores, isso, na verdade pouco acontece. Por certo,
há uma saudável relação de dependência, e isso não ocorre apenas em termos de
conhecimentos. Isso significa que o professor é possuidor de um espectro de
conhecimento mais robusto que o aluno.  
VOCÊ QUER LER?
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/1011/1147
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O filme Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, lançado em 1989, exibe uma crítica poética e bem ilustrada
sobre a educação tradicional nos Estados Unidos, na década de 1950; a educação centrada na autoridade do
professor, sendo repetitiva e mecânica; e uma visão de educação para a liberdade de pensamento, para o
estímulo à curiosidade investigativa. Vale a pena conhecer melhor o enredo.
Com pouca experiência e sem grandes estímulos institucionais, isso acaba por limitar a
visão de mundo do estudante, sendo aspectos determinantes para equívocos na definição
do tema e problema de pesquisa. A compreensão mais ampla e profunda do método
científico requer tempo de maturação, esforço e dedicação aos estudos, condições
facilitadoras à árdua tarefa da pesquisa. Esses aspectos agem, por outro lado, como
facilitadores para o robustecimento da visão de mundo, que consiste em um importante
fator nas decisões a serem tomadas.
Jovens estudantes podem até implicitamente saber o querem pesquisar, mas, para terem
certeza, sobretudo da viabilidade da pesquisa, no amplo sentido do termo, Magalhães
(2005, p. 33) sugere que pensem em quatro perguntas: “O que vai ser observado? Que
técnicas serão usadas na observação? Como será registrada a observação? Como evitar
erros gerados pela observação e interpretação da observação?”. Dessa forma, no dizer de
Tunes, Melo e Menezes (2000, p. 98), é “[...] necessário que o pesquisador saiba escolher o
problema de pesquisa, aja com iniciativa e independência do orientador, tenha
imaginação criativa e outras qualidades semelhantes”.
Essas perguntas nos permitem afirmar que a boa escolha do método tende a respondê-las
com certa facilidade, mas, antes do método, é fundamental o conhecimento amplo e
aprofundado sobre o tema da pesquisa, pois é dessa forma que se define com clareza o
problema.
A seguir, vejamos o relato de experiência do professor Macêdo (2004) sobre os estudos
apresentados em sua tese de doutorado no Departamento de Ciências da Educação da
Universidade de Paris VIII.
VOCÊ QUER VER?
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CASO
O objetivo principal da tese de Macêdo foi a análise de dois programas de educação
infantil públicos, em instituições localizadas em bairros periféricos de Salvador, na
Bahia, sendo um de concepção compensatória e outro de concepção comunitária.
Mas como ele fez para chegar a esse objetivo?
O professor relata que após discutir em sua dissertação de mestrado a temática da
educação infantil pública, cuja concepção supõe a educação como forma de
compensar possíveis deficiências intelectuais, afetivas e culturais; foi instigado a
aprofundar o estudo acerca das pedagogias compensatórias, refletindo sobre a
natureza dessa concepção em sua própria formação e prática.
Esse aprofundamento de estudos o levou a conhecer diferentes programas de
educação pré-escolar, oferecidos por organizações comunitárias em bairros da
periferia de Salvador. Assim, o professor chegou à questão norteadora do estudo do
doutorado “[...] através da análise de programas pré-escolares públicos concretos,
como emergem e se dinamizam as perspectivas compensatória e comunitária em
educação pré-escolar pública” (MACÊDO, 2004, p. 236).
Com isso, podemos entender que o problema precisa ser bem definido e delimitado,
necessitando de objetividade para ser estruturado metodologicamente. O conhecimento
profundo do tema permite ao pesquisador navegar em águas calmas. Contudo, um
problema definido sem critérios tende a gerar confusões conceituais e equívocos teóricos,
limitações de ordem para a pesquisa, levando, comumente, o pesquisador a desistir do
trabalho.
Bonin (2010, p. 06) considera que, no processo de construção da problemática, 
[...] é preciso trabalhar o olhar para operar com sensibilidade e abertura para o concreto
investigado. O olhar atento, aberto e reflexivo capacita a perceber que os objetos concretos
podem oferecer resistências, “restos” que não se deixam enquadrar nas proposições
explicativas com as quais vamos operando.
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A escolha do problema de pesquisa não é neutra, nem desinteressada, uma vez que se
relaciona com condições práticas de produção, fontes de financiamento e condições
institucionais. Isso porque muitas dessas pesquisas respondem a demandas de empresas,
órgãos governamentais, institutos de pesquisa, centros de tecnologia ou instituições
educacionais. 
A formulação do problema de pesquisa é sempre um desafio que se impõe ao pesquisador.
É recomendado fazer a formulação do problema na forma interrogativa, sendo que essa
estrutura poderá favorecer a finalização do trabalho no momento de apresentação das
conclusões, mediante a resposta ao questionamento inicial. Contudo, outras formas de
enunciado do problema são encontradas na literatura científica também. 
Figura 4 - Etapas do processo de desenvolvimento do método científico. Fonte: Andrea Danti, Shutterstock,
2018.
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O problema de pesquisa em si deve ser viável e adequado a investigação, dentro das
condições práticas de sua execução, como tempo, recursos materiais, humanos e
financeiros. Características relevantes são a clareza e a precisão com que são empregados
os termosna formulação do problema, devendo guardar coerência e coesão dentro do
campo de conhecimento delimitado, além de informar os limites de sua aplicabilidade. Os
cuidados com os princípios éticos devem ser observados na formulação da pesquisa
científica em todas as suas etapas.
Ter a real percepção de um problema é bem mais complexo do que “achar” que sabe da
existência dele. Para o pesquisador, o problema precisa ser relevante cientificamente,
socialmente, economicamente ou ambientalmente, isto é, ter relevância para a sociedade.
Mas, também, dependendo do tipo de conhecimento criado sobre o problema, o
pesquisador poderá optar em descrever aspectos relacionados e possíveis soluções.
Assim, a pesquisa poderá ampliar as discussões sobre o problema, sem efetivamente
resolvê-lo. Por isso, lembre-se de que o conhecimento é construído e que, muitas vezes,
propor a resolução de um problema pode trazer frustrações. Dessa forma, tema e
problema assumem importância no escopo de uma pesquisa, pois oferecem notoriedade à
própria pesquisa e ao pesquisador, encontram reconhecimento e relevância por parte da
sociedade, possuem escopo metodológico que os fundamentam e reúnem elementos para
a viabilidade de uma pesquisa. 
Na construção metodológica da pesquisa, a articulação entre escolha do tema e a
formulação do problema são o substrato necessário às etapas seguintes de definição dos
objetivos geral e específicos.  
1.4 Etapas da pesquisa científica: objetivos
Você já pensou sobre o motivo de definirmos objetivos em uma pesquisa científica ou em
um trabalho acadêmico? 
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Ao definir os objetivos de um trabalho, você pode apresentar uma abordagem histórica,
ser descritivo ou trazer um propósito para o objeto geral, que possui intimidade com o
problema e com o tema. Pense, também, que os objetivos específicos são definidos para
estabelecerem etapas e nortearem procedimentos de pesquisa, a fim de alcançar o
objetivo geral.
Além disso, vale ressaltar que não se concebe projetos de pesquisa científica ou acadêmica
apenas para vermos seus objetivos comprovados, mas, sim, para que demonstre a
relevância do tema, a potencialidade do problema para novas investigações e a
possibilidade de novos conhecimentos que podem ser criados.
VOCÊ SABIA?
Os métodos de verificação do conhecimento possuem uma história ao longo do tempo. Além
disso, os instrumentos de validação do conhecimento sofreram e sofrem mudanças em cada
época. A posição ocupada pela tradição oral na validação e na confiabilidade do
conhecimento foi substituída pela escrita, contudo, essa transição foi lenta e gradual. Burke
(2016, p. 101) apresenta como exemplo uma disputa entre o rei Henrique I e o arcebispo
Canterbury, no século XII, em que os defensores do rei se referem a uma carta enviada pelo
papa em apoio ao arcebispo como “[...] nada mais do que um pergaminho de pele de ovelha
marcado com tinta preta”, indigno de comparação com as falas de três bispos. Atualmente,
escrita e tradição oral ocupam espaço como instrumentos de validação e confiabilidade do
conhecimento.
Com isso, na pesquisa científica, é de fundamental importância relacionar o objetivo ao
problema e às hipóteses, posto que, no final, o pesquisador constata que cada um desses
elementos responde o outro. Sobretudo, quando se trata de pesquisadores com pouca
experiência, convém ao orientador o papel de efetivamente debater e atuar, visando a
evitar um dos erros mais comuns nos trabalhos acadêmicos: transcrever o problema no
objetivo, fazendo o famoso jogo de palavras por meio de sinônimos. Esse é um risco que,
se não for percebido, tende a colocar em cheque qualquer pesquisa.
Você deve ter claro, também, que a relação entre o problema e o objetivo será mantida
durante todo o processo de pesquisa, por isso, são complementares. Essa
complementariedade fica evidente na dificuldade em formular os objetivos. Conforme
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apresenta Minayo, Deslandes e Gomes (1994, p. 42), em uma pesquisa científica, é possível
a formulação de um objetivo geral “[...] de dimensões amplas”, complementados por
outros objetivos específicos. 
Ademais, vale dizer que o exercício de elaboração dos objetivos é complexo, por isso, o
pesquisador deve ter sempre em mente o problema de pesquisa, caso contrário, tende a
cometer outro erro comum: dividir o objetivo geral entre os objetivos específicos,
enquanto que, conforme caracterizado, os objetivos específicos são etapas para se
alcançar o objetivo geral. Aliás, não pense que esse tipo de erro é cometido apenas por
pesquisadores inexperientes, uma vez que ocorre com estudantes de graduação,
especialização, mestrado e doutorado.
Objetivos realistas não são definidos de forma displicente ou apenas escritos para
satisfazer uma etapa do projeto de pesquisa, por isso, também é importante dimensionar
a contribuição do trabalho de pesquisa para a ciência. Isso significa que, de forma geral,
 Figura 5 - Características dos
tipos de objetivos geral e específicos aplicados em pesquisa científica. Fonte: MINAYO, DESLANDES e GOMES,
1994, p. 42.
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todas as pesquisas oferecem contribuições, mas pouquíssimas revolucionam a ciência,
pois esse não é o objetivo máximo da pesquisa, mas, sim, o primeiro, que é robustecer a
ciência e criar conhecimento novo.
Você pode aprender um pouco mais sobre a complexidade, os requisitos e a importância do processo de
elaboração de objetivos para uma pesquisa com a leitura do texto “Como Elaborar Objetivos de Pesquisa”, de
Sandra Mattos. Ele está disponível em:
<http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
(http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf)>.
Como você sabe, os objetivos de uma pesquisa podem oferecer possibilidades
interessantes para a pesquisa, mas, também, podem significar uma cilada, ou seja, tornar
o trabalho sem efeito e genérico, cujo desdobramento é perceptível na vulnerabilidade das
conclusões. Nesse contexto, Larocca, Rosso e Souza (2005, p. 126-127) apresentam
categorias de objetivos de pesquisa, conforme identificados no quadro a seguir. 
VOCÊ QUER LER?
http://unesav.com.br/ckfinder/userfiles/files/Como%20elaborar%20Objetivos%20de%20Pesquisa.pdf
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O objetivo de um projeto de pesquisa enfatiza a verdadeira expressão do significado da
pesquisa, contudo, ele não é determinante para o êxito, mas, de forma isolada, pode
fragilizar significativamente uma pesquisa.
Sendo assim, a metodologia científica, desde sua criação histórica e social, tem
contribuído de forma significativa para a criação do conhecimento de maneira sistemática,
rigorosa e racional, desenvolvendo e aplicando métodos e tecnologias capazes de
proporem soluções a problemas e questões emergentes e contemporâneos. 
Quadro 2 - Classificação geral das categorias de objetivos de pesquisa. Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em
LAROCCA, ROSSO e SOUZA, 2005.
Síntese
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Você concluiu os estudos sobre a contribuição da metodologia científica para a criação do
conhecimento. Com essa discussão, esperamos que você se sinta competente para definir
um projeto de pesquisa, distinguir os diferentes tipos de conhecimento, refletir sobre as
etapas da pesquisa e compreender a relação estabelecida entre tema, problema e
objetivos na pesquisa científica.  
Nestecapítulo, você teve a oportunidade de:
entender os princípios da ciência e do conhecimento científico;
analisar as relações do conhecimento científico com a sociedade;
entender a metodologia científica como um processo de pesquisa;
compreender o que são tema e problema de pesquisa;
compreender o que são os objetivos de uma pesquisa;
identificar temas, problema e objetivos de pesquisa.
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