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ECONOMIA POLITICA

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ECONOMIA POLITICA
SERVIÇO SOCIAL
Economia politica.
Aula 6: 
Política Externa e o Direito Internacional 
Política Externa e o Direito Internacional
Ao longo das últimas décadas, os países intensificaram seus relacionamentos econômicos criando uma interdependência de natureza comercial. Portanto, a globalização aprofundou essas relações a nível internacional, seja por fluxos comerciais, seja por fluxos financeiros. Com isso, a Economia Internacional, como um ramo específico da teoria econômica, passa a se destacar, e será analisada em seus aspectos mais relevantes.
O comércio internacional resulta de uma aplicação da divisão do trabalho em sentido mais amplo na economia internacional. Fundamentada pela teoria das vantagens comparativas, cada país se especializa em produzir os bens ou oferecer os serviços em que possui melhores condições naturais e técnicas profissionais. Cada país utiliza seus fatores de produção na produção de bens e na prestação de serviços, buscando menores custos, baseado nas melhores condições de seu solo, seu clima e de seu desenvolvimento tecnológico
Câmbio
A taxa de câmbio pode ser definida como a medida de conversão da moeda nacional em moeda de outros países. Representa o preço da moeda estrangeira (divisa) em termos da moeda nacional.
Pode-se afirmar, por exemplo, que 1 dólar vale 3,50 reais, ou 1 euro vale 1,35 dólar.
Regimes cambiais
Os regimes cambiais podem ser fixo e flutuante. Veja as especificações de cada um:
A taxa de câmbio é denominada fixa, quando seu valor é definido pela autoridade econômica do país (Banco Central), que se obriga a comprar e vender qualquer quantidade de moeda estrangeira (divisa) àquela taxa fixada.
Portanto, ao fixar sua taxa de câmbio, o país se obriga a disponibilizar suas reservas para o mercado quando requisitadas pelos exportadores, turistas ou pelos investidores.
As taxas de câmbio são flutuantes ou flexíveis, quando seu valor é determinado pelo funcionamento do mercado de moeda estrangeira (divisa), através do movimento de compra e venda de moeda estrangeira (divisa). Ao contrário do regime cambial fixo, o Banco Central não é obrigado a disponibilizar suas reservas cambiais. Entretanto no regime flutuante o Banco Central eventualmente atua no mercado, comprando ou vendendo moeda estrangeira para influenciar a taxa de câmbio; essa prática é chamada de "flutuação suja".
Regimes ou Sistema de bandas cambiais
No regime de câmbio fixo, a autoridade monetária pode adotar o sistema de bandas cambiais. O Banco Central fixa os limites superior e inferior (bandas), entre os quais a taxa de câmbio pode variar. O Banco Central é obrigado a disponibilizar suas reservas cambiais, quando requisitadas pelos exportadores, turistas ou investidores.
Assim, a demanda e oferta moeda estrangeira (divisa) ocorre da seguinte maneira:
A demanda de moeda estrangeira (divisa) é constituída pelos importadores de bens e serviços, que desejam pagar suas compras no exterior, ou por outras pessoas que necessitam remeter recursos para o exterior (turistas, investidores etc.).
A oferta de moeda estrangeira (divisa) é realizada pelos exportadores de bens e serviços, que recebe divisa por suas vendas no exterior, ou por outras pessoas que tiverem recebido recursos no exterior (turistas do exterior, capitais financeiros internacionais etc.). A moeda estrangeira (divisa) necessita ser convertida em Real, pois não pode ser utilizada no pagamento de despesas correntes no Brasil.
Quando a taxa de câmbio aumenta de valor, significa que houve desvalorização da moeda nacional (depreciação), ou seja, ela perdeu valor em relação à moeda estrangeira (divisa). Assim, a desvalorização cambial indica que será necessário um maior número de reais para cada unidade de moeda estrangeira. Por exemplo, a moeda nacional é desvalorizada em relação ao dólar.
A valorização cambial (apreciação), por sua vez, significa que a moeda nacional se fortaleceu em relação à moeda estrangeira (divisa), e que será necessário um menor número de reais para cada unidade de moeda estrangeira.
Saiba mais
A taxa de câmbio influencia diretamente o resultado das contas externas do país. Se a moeda nacional estiver desvalorizada, estimulará as exportações, pois os exportadores receberão mais reais pela mesma quantidade de moeda estrangeira (divisa), aumentando, consequentemente, o volume de moeda estrangeira (divisa) disponível no país. No caso da desvalorização da moeda nacional, o custo do bem produzido no país torna-se mais competitivo em relação à produção externa. Por outro lado, se a moeda nacional estiver valorizada, há um estímulo às importações e um desestímulo às exportações, pois os exportadores receberão menos reais pela mesma quantidade de moeda estrangeira (divisa), reduzindo-se a oferta de moeda estrangeira (divisa) internamente.
Políticas cambiais e o câmbio como instrumento de regulação comercial
O governo interfere na área internacional, seja por meio da política cambial ou da política comercial. A política cambial se refere a sua atuação na questão da taxa de câmbio, enquanto a política comercial refere-se a sua interferência no movimento de mercadorias e serviços.
O Brasil adotou o regime de câmbio fixo quando era necessário combater a elevada taxa de inflação que permanecia por anos no país. Como o produto importado tem seu valor fixado em moeda estrangeira, o preço dos produtos importados não é afetado pelas variações cambiais. Com isso, o governo pode combater a elevação interna de preços por meio do aumento das importações, impedindo desabastecimentos e estimulando a competição interna.
A vantagem do regime de câmbio flutuante é quando o governo precisa manter o nível de reservas cambiais. Como o mercado determina a taxa de câmbio pelo movimento de oferta e demanda de divisas, o governo não se vê obrigado a dispor de suas reservas cambiais. Caso ocorra um ataque especulativo, a moeda nacional se desvalorizará até encontrar um novo ponto de equilíbrio. No entanto, podem ocorrer elevadas desvalorizações cambiais, que afetam os preços dos insumos importados e o nível de preços internos. 
A desvantagem do regime de câmbio fixo é o fato de que as reservas cambiais ficam mais sujeitas à especulação e cria maior dependência do capital externo de curto prazo necessário para o país manter suas reservas internacionais. No regime de taxa de câmbio fixa, quando ocorre esse ataque especulativo, o governo costuma manter elevadas as taxas de juros, para atrair o capital financeiro internacional de curto prazo.
Economia Internacional e a Legislação Brasileira
O segmento do direito que rege as relações econômicas internacionais é denominado Direito Econômico Internacional. É o ramo do direito internacional que regula a mobilização dos fatores de produção pelos diversos estados e as transações internacionais relativas a bens, serviços e capitais.
A Constituição Federal de 1988 contém as disposições fundamentais relativas às relações econômicas internacionais, ou seja, as relações de ordem econômica que a União, os Estados, os Municípios, os indivíduos e as empresas mantém com o exterior.
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Dessa forma, compete à União:
· Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organismos internacionais (inciso I do art. 21 da C. F. de 1988). Portanto, a competência para regular o comércio exterior, de importação ou exportação, cabe com exclusividade à União Federal.
· Instituir impostos sobre a importação de produtos estrangeiros ou sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (incisos I e II do art. 153 da C. F. de 1988).
Compete privativamente ao Senado Federal:
· Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios (inciso V do art. 52 da C. F. de 1988).
Integração Econômica no processo de globalização
O processo de integração econômica pode ser definido como o acordo de natureza econômico-político entre governos nacionaise soberanos, com a finalidade de redução das barreiras tarifárias e não tarifárias que restringem o comércio entre os respectivos países signatários. 
Podemos citar como exemplos desses acordos: 
UNIAO EUROPEIA:
A União Europeia tem como objetivo fazer a integração econômica entre os países pertencentes ao bloco europeu signatários do acordo, por meio da eliminação total dos impostos de importação e exportação, promovendo a livre circulação de pessoas, bens e serviços.
Discutido desde o findar da Segunda Guerra Mundial, após cumprir diversas etapas, surge em 7 de fevereiro de 1992, o Tratado da União Europeia que estabelece a integração de países europeus por meio da formação das Comunidades Europeias. A uniformização da política econômica conta nos títulos VI e VII , art. 102-A “Os Estados-Membros conduzirão suas políticas econômicas no sentido de contribuir para a realização dos objetivos da Comunidade [...]. Os Estados-Membros e a Comunidade atuarão de acordo com o princípio de uma economia de mercado aberto e de livre concorrência, favorecendo uma repartição eficaz dos recursos [...]”.
MERCOSUL:
O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) foi concluído em 26/03/91, entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, tendo entrado em vigor em 29 de novembro do mesmo ano. O objetivo do acordo é criar um mercado comum entre os países integrantes, por meio de:
a) Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção;
b) Eliminação das barreiras tarifárias e não tarifárias no comércio entre os países membros;
c) Adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC ) – em função da TEC, todos os produtos importados de países não participantes do MERCOSUL, estão sujeitos à mesma alíquota de importação ao serem internalizados em qualquer dos Estados Partes;
d) Coordenação das políticas macroeconômicas entre os países membros dentro do MERCOSUL.
Por meio da decisão nº 23/94 do Conselho do Mercado Comum foram estipulados requisitos específicos de origem, em que, para obter o Certificado de Origem, o produto deverá ter pelo menos 60% (sessenta por cento) de componentes produzidos na região. Portanto, para fazer parte do MERCOSUL, o produto originário dos Estados Partes deverá ter no mínimo 60% (sessenta por cento) de componentes produzidos internamente.
No protocolo de Fortaleza, de 17 de dezembro de 1996, o MERCOSUL estabeleceu um mecanismo de defesa da concorrência que muito se parece à legislação antitruste brasileira (Lei no. 8884/94 quase integralmente revogada pela Lei no. 12.529/11). Combate os atos praticados por pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, que venham a afetar o processo de concorrência no âmbito do MERCOSUL. O art. 4º do anexo ao protocolo estabelece que “Constituem infração às normas do presente Protocolo, independentemente de culpa, os atos, individuais ou concertados, sob qualquer forma manifestados, que tenham por objeto ou efeito limitar, restringir, falsear ou distorcer a concorrência ou o acesso ao mercado ou que constituam abuso de posição dominante no mercado relevante de bens e serviços no âmbito do MERCOSUL e que afetem o comércio entre os Estados Partes”.
O processo de defesa comercial do MERCOSUL incorpora uma política comum de salvaguardas, bem como a defesa contra a importação de produtos em que fique caracterizado um Dumping ou preços subsidiados, que venham a prejudicar à produção interna do MERCOSUL. 
Fundo Monetário Internacional (FMI)
O Fundo Monetário Internacional (FMI), que começou a funcionar em 1º de março de 1947, tem a finalidade de auxiliar os países que apresentam déficits e desequilíbrios ocasionais nas contas externas, causados por conjunturas internacionais adversas, e incentivar a livre circulação internacional de bens e serviços. O FMI procura também promover a cooperação monetária internacional, a expansão do comércio de modo harmônico, visando, o pleno emprego em níveis elevados, e ainda, promove a estabilidade cambial contribuindo para constituição de um sistema multilateral de pagamentos, supervisionando, por fim, a dívida externa.
O capital do fundo é formado por contribuições dos países-membros, na razão da importância econômica de cada contribuinte. Ao invés de tomar um empréstimo, o país em dificuldade nas contas externas pode realizar um convênio “stand-by”, em que, apesar de disponível, só utiliza o recurso quando efetivamente necessita.
Banco Mundial ou BIRD
Conhecido também por Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), o Banco Mundial iniciou suas operações em 27 de dezembro de 1945, com a finalidade de auxiliar a reconstrução dos países destruídos pela guerra, particularmente a Alemanha e o Japão. O fortalecimento das economias europeias e o Japão redirecionaram a atuação do Banco Mundial para o financiamento de projetos de recuperação e construção da infraestrutura necessária ao crescimento dos países em desenvolvimento.
O Banco Mundial tem seu capital subscrito pelos países, na proporção de sua importância econômica no cenário internacional. As operações de empréstimo são realizadas a taxas de juros mais reduzidas, direcionadas a países em desenvolvimento, com a finalidade de promover projetos economicamente viáveis, especialmente de infraestrutura, importante para o desenvolvimento desses países.
Desse modo, a função do BIRD é a de financiar empréstimos e, também, dar assistência aos países em desenvolvimento investindo em saúde, educação, proteção ao meio ambiente, redução da pobreza. 
AULA 7: 
POLITICA ECONOMICA SOCIAL.
Política econômica-social
De um modo geral, os Estados Modernos, independentemente do regime político vigente e da condição econômica, têm desempenhado um papel relevante nas questões sociais. O alcance e a intensidade das ações do Estado variam conforme as características de cada formação social, podendo estas ações ir desde a adoção de políticas públicas com foco nos segmentos sociais mais vulneráveis até modelos amplos de ampla inclusão baseados no chamado bem-estar social.
A implantação das políticas sociais ocorre por meio de ações estatais diretas e indiretas:
AÇÕES ESTATAIS DIRETAS
Ocorrem por meio da aplicação de medidas regulatórias, desenvolvendo-se políticas públicas de transferência de renda, de incentivos fiscais e da provisão de bens e serviços.
AÇÕES ESTATAIS INDIRETAS
AÇÕES ESTATAIS INDIRETAS
Acontecem por meio de parcerias com instituições privadas, com ou sem finalidade lucrativa.
Políticas de Segurança, Educação e Saúde
A segurança, a educação e a saúde são requisitos fundamentais das políticas sociais. Abordaremos esses aspectos, a seguir.
Segurança
É um bem público, que têm como característica principal a indivisibilidade do consumo. Como não se pode avaliar a quantidade de serviços consumida pelos diferentes indivíduos, a determinação do preço, por meio de mecanismos de mercado torna-se, senão impossível, pelo menos muito difícil. Por este motivo, a intervenção do governo se faz indispensável para o atendimento das necessidades coletivas, utilizando-se a tributação para a obtenção compulsória de recursos necessários ao financiamento desses serviços.
Para as pessoas e para o país, a segurança é um bem fundamental, consistindo em uma das obrigações do Estado para com o cidadão. Para que a vida em sociedade possa se desenvolver de maneira adequada, necessário se faz que cada indivíduo tenha um mínimo de segurança que lhe permita trabalhar, estudar, consumir, aprimorar-se, divertir-se, estar em casa ou na rua sem que esteja sob o risco de qualquer violência.
Educação
A educação representa um requisito fundamental para uma adequada inserção do indivíduo na sociedade. A melhoria do desempenho em qualquer profissão demanda um crescente grau de conhecimento, tanto específico (as técnicas próprias de cada atividade), como geral e diversificado, ao mesmo tempo em que o crescimento do indivíduo requer cada vez mais capacidade de absorver informações acerca dos problemas da sociedade e do Estado.
Saúde
A saúde pode ser considerada como um investimento e não como uma despesade consumo. O investimento ineficiente na saúde pode causar sérios desequilíbrios socioeconômicos, tendo impactos significativos no desenvolvimento econômico. O investimento em saúde está associado a uma melhora do nível de produtividade na economia. O planejamento dos gastos em saúde segundo o desenvolvimento econômico de cada região é importante para reduzir as desigualdades pessoais e regionais observadas no país.
O art. 196 da Constituição Federal brasileira determina a saúde como um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Setores Formais (tributáveis) e informais (não tributáveis) da economia
A economia informal é um tema que vem sendo objeto de grande preocupação e discussão a nível internacional desde o final do século passado. O crescimento das atividades informais, proveniente do maior número de atividades econômicas que atuam à margem da economia oficial (formal – tributável), traz à discussão, o aspecto social, o processo de fiscalização e de arrecadação tributária, o sistema de saúde e de benefícios da previdência, e o fato de que estão sendo produzidas riquezas que não são registradas nas estatísticas oficiais. Além disso, o comércio informal é o mecanismo pelo qual a pirataria passa a distribuir seus produtos ameaçando, inclusive, a própria sobrevivência das atividades econômicas formais.
A importância das questões sociais que acompanham a redução das vagas no setor formal da economia, causado, entre outros motivos, pela maior produtividade das empresas modernas, resulta em uma maior tolerância por parte do Estado para existência das atividades econômicas informais, preservando-as como uma alternativa para absorver uma mão-de-obra que na ausência da economia informal ficaria dependente mais fortemente dos serviços de natureza pública.
No entanto, devem ser ressaltados os riscos advindos do crescimento da economia informal que desmoraliza do sistema de arrecadação tributária do Estado ou estimula a falta de interesse dos indivíduos em realizar investimentos no setor formal da economia em face da concorrência desleal.
AULA 8: Infraestrutura econômica e regulação de mercado
O Estado brasileiro e a infraestrutura econômica
A característica exportadora de nossa economia, baseada em produtos provenientes dos setores agrícolas e extrativistas, permitiu desenvolver nas últimas décadas do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX uma malha ferroviária destinada a ligar as regiões produtoras, por exemplo, de café, ao porto exportador de Santos. A infraestrutura implantada estava baseada no perfil agroexportador da economia brasileira. A presença do Estado se limitava fundamentalmente a oferecer justiça e segurança, atuando pouco na implantação da infraestrutura no país. Entre a segunda metade dos anos 1940 e o início dos anos 1980, a economia brasileira experimentou períodos de considerável crescimento econômico impulsionado pelo Estado, baseadas em iniciativas oriundas do planejamento governamental, como:
O Plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e energia) do governo Dutra.
(1946-1950)
O Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek.
(1956-1961)
As Reformas de Base do Governo de João Goulart.
(1961 - 1964)
O período do “milagre econômico” de meados dos anos 1960 e início dos anos 1970.
No setor elétrico, da década de 1950 ao início dos 1980, o Brasil implantou um sistema hidrelétrico no território nacional, com ênfase nas fontes renováveis da matriz energética, da mesma maneira em que incrementou a profissionalização de quadros técnicos especializados e promoveu o controle e aperfeiçoamento das tecnologias constituintes de sua base técnica.
Em função do papel estratégico do investimento em infraestrutura para o desenvolvimento econômico, a intervenção do Estado se mostrou imprescindível para o planejamento dos diversos setores da infraestrutura econômica.
A partir da década de 1980, especialmente ao se verificar o esgotamento do padrão de financiamento, houve a redução significativa dos níveis de investimento nos diversos setores da infraestrutura e a perda da qualidade da prestação dos serviços, trazendo como consequências graves problemas à competitividade dos setores industriais.
Assim, após a metade da década de 1990, instaurou-se no Brasil o Estado “regulador” por meio da presença das agências reguladoras, do fortalecimento do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e da formação de marcos regulatórios setoriais, no sentido de reduzir os preços para o consumidor, melhorar a qualidade dos serviços e realizar as normatizações necessárias para evitar problemas na infraestrutura operante no país.
gência Nacional de Petróleo (ANP) - criada pela Lei 9.478/97
A Agência Nacional de Petróleo promove a regulação, a contratação e a fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás natural e dos biocombustíveis.
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - criada pela Lei 9.427/96
A Agência Nacional de Energia Elétrica regula e fiscaliza a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as políticas e diretrizes do governo federal. O art. 3º. da lei 9.427/96 estabelece as atribuições da agência reguladora, em que se destacam:
• Implementar as políticas e diretrizes do governo federal para a exploração da energia elétrica e o aproveitamento dos potenciais hidráulicos;
• Gerir os contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos de energia elétrica, de concessão de uso de bem público, bem como fiscalizar, diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais as concessões, as permissões e a prestação dos serviços de energia elétrica;
• Estabelecer, para cumprimento por parte de cada concessionária e permissionária de serviço público de distribuição de energia elétrica, as metas a serem periodicamente alcançadas, visando a universalização do uso da energia elétrica;
• Aprovar as regras e os procedimentos de comercialização de energia elétrica, contratada de formas regulada e livre.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - criada pela Lei 9.782/99
Agência Nacional de Vigilância Sanitária protege e promove a saúde, garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços. A agência realiza o controle sanitário dos produtos e serviços que devem passar por vigilância sanitária, fiscalizando os ambientes, os processos, os insumos e as tecnologias relacionados a esses produtos e serviços. A agência fiscaliza os portos, aeroportos e fronteiras e trata de assuntos internacionais a respeito da vigilância sanitária.
Agência Nacional de Águas (ANA) - criada pela Lei 9.984/2000
A Agência Nacional de Águas organiza, em sua esfera de atribuições, a Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Com isso, coordena a gestão dos recursos hídricos no país e regula o acesso à água, sendo responsável por promover o uso sustentável desse recurso natural.
O art. 4º. da lei 9.984/2000 determina que a atuação da ANA obedecerá aos fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos e será desenvolvida em articulação com órgãos e entidades públicas e privadas integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, em que cabe destacar como seu papel:
Aula 9 - Política ambiental e legislação aplicada
Aula 10 - Desenvolvimento sustentável e crescimento
Conceito de desenvolvimento Sustentável e considerações gerais
A Comissão Brundland, criada pelas Nações Unidas definiu desenvolvimento sustentável como:
A posição da Comissão Brundland prevê um crescimento econômico baseado em questões sociais e ambientais perfeitamente solidificadas. O desenvolvimento econômico com desigualdade social e degradação do meio ambiente não teria sustentação em um futuro próximo, resultandoapenas no agravamento da concentração da riqueza e na piora nos indicadores sociais e ambientais (Comissão Brundland, 1988).
A comunidade internacional vem se preocupando com os limites do desenvolvimento desde a década de 1960, quando iniciaram os debates sobre os perigos da degradação do meio ambiente. Tais discussões chegaram a tamanha intensidade que levaram a ONU a gerar uma Conferência sobre o Meio Ambiente (Estocolmo 1972).
O Sistema de Contas Nacionais do Brasil
A contabilidade nacional é a representação quantitativa de toda atividade econômica do país. O Sistema de Contas Nacionais no Brasil é elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ele segue o padrão recomendado pela ONU, que consiste em agrupar a atividade econômica em quatro contas básicas, a saber:
Produto
É o total de bens e serviços finais que foram produzidos em uma economia durante um determinado intervalo de tempo (usualmente anual). Os bens e serviços finais são aqueles destinados diretamente para satisfação da população (automóveis, geladeiras etc.), não sendo incluídos os bens intermediários (utilizados na produção de outros bens).
Renda
É o total das remunerações recebidas pelos proprietários dos fatores de produção.
Despesa
É o total dos gastos realizados para aquisição dos bens e serviços finais produzidos na economia.
roduto Interno Bruto
O Produto Interno Bruto (PIB) é o somatório de todas as mercadorias e serviços finais produzidos dentro do território nacional em um dado período de tempo, valorizados a preço de mercado, sem considerar se os fatores de produção são de propriedade de residentes ou não residentes.
Entretanto, para calcular o PIB utilizam-se os fatores de produção que pertencem a não residentes, cuja remuneração é remetida aos seus proprietários no exterior, na forma de juros, lucros e royalties.
· Os juros representam a remuneração pela utilização do capital monetário externo;
· A remessa de lucros é o pagamento pelo capital físico de propriedade das empresas estrangeiras instaladas no país;
· Os royalties representam o pagamento pelo uso da tecnologia estrangeira.
Por sua vez, existem residentes que possuem fatores de produção fora do país e recebem renda do exterior (Petrobras, Vale etc.).
Renda “Per Capita”
A renda per capita é o resultado da divisão da produção total e real de um país pela sua população. Como indicador para definir o desenvolvimento de um país, a renda per capita apresenta algumas limitações. Em uma economia como a brasileira, que apresenta elevada desigualdade de renda pessoal e regional, a renda per capita pode criar uma falsa expectativa. A renda per capita do interior de São Paulo é muitas vezes superior à renda per capita do interior do nordeste, por exemplo.
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
O índice de desenvolvimento humano (IDH) foi criado pelos economistas Mahbub ul Haq e Amartya Sen e mede a qualidade de vida levando-se em conta indicadores como:
Conforme relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em contraponto a visão de crescimento econômico, que observa a sociedade apenas pelos recursos ou pela renda, a abordagem de desenvolvimento humano foca as pessoas, suas oportunidades e capacidades. A renda faz parte da medição, mas como um dos meios do desenvolvimento e não como seu objetivo principal. Portanto, com o desenvolvimento humano, o foco deixa de ser o crescimento econômico, para privilegiar o ser humano.
O conceito de Desenvolvimento Humano parte do princípio de que para conhecer o nível de qualidade de vida de uma população é necessário considerar outras características sociais, culturais e políticas que influenciam seu bem-estar. Esse conceito é a base do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicados anualmente pelo PNUD.
O quadro, a seguir, mostra as tendências do Índice de Desenvolvimento Humano, 1980–2012. Observe:
Atenção
De 1980 a 2012, o IDH do Brasil foi o que mais cresceu entre os países da América Latina e do Caribe, com alta acumulada de 36,4%, um crescimento médio anual de 0,95% no período. O IDH do país é considerado um nível de desenvolvimento elevado.
No entanto, ainda ocupa uma posição de pouca relevância no ranking do IDH, distante das principais nações com desenvolvimento humano muito elevado. Observa-se a melhoria dos indicadores de desenvolvimento humano dos países que ocupam as 20 primeiras posições no período de 1980 a 2012, mostrando a eficácia das políticas de valorização do ser humano nas regiões apontadas.
O meio ambiente e a sustentabilidade
Antes de falarmos sobre meio ambiente e a sustentabilidade, vamos conhecer qual a diferença existente entre atividade sustentável e desenvolvimento sustentável.

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