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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA “PAULA SOUZA” ETEC FRANCISCO GARCIA Técnico em Química Antonia Pamela Pereira Oliveira Ariane Genaro Bruno Chagas Raddi Lays Vitor Ferreira SABONETE EM GEL ESFOLIANTE DE ARGILA VERDE, CAPIM LIMÃO E SEMENTE DE APRICOT PARA PELE OLEOSA Mococa-SP 2018 Antonia Pamela Pereira Oliveira Ariane Genaro Bruno Chagas Raddi Lays Vitor Ferreira SABONETE EM GEL ESFOLIANTE DE ARGILA VERDE, CAPIM LIMÃO E SEMENTE DE APRICOT PARA PELE OLEOSA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico em Química da Etec Francisco Garcia, orientado pela Professora Cíntia Bazana, como requisito parcial para obtenção do título de técnico em Química. Mococa-SP 2018 RESUMO O presente trabalho registra o desenvolvimento de um sabonete gel esfoliante, com o objetivo de combater o excesso de oleosidade na pele facial. A oleosidade é um dos fatores que mais influenciam o surgimento de rupturas cutâneas, como as acnes. Este problema pode ser causado por uso inadequado de produtos faciais, genética, alimentação, não remoção de maquiagem, falta de hidratação, hormônios, etc. Com o intuito de elaborar um produto natural, utilizou-se insumos com base nas pesquisas bibliográficas realizadas para desenvolver o trabalho, entre eles a argila verde em pó, que possui atividade sebo-reguladora e purificante; extrato de capim-limão, que atua como antisséptico, além de prevenir infecções e contribuir no aroma do produto; e semente de apricot, que realiza a esfoliação do rosto, promove atividade anti- inflamatória e antioxidante. Seguiu-se as normas de boas práticas de fabricação, com finalidade de elaborar um gel a base de Carbopol devido a sua eficiência na hidratação da pele sem deixar com uma aparência oleosa, após seu término neutralizou-se o pH. Com o gel pronto, acrescentou-se os insumos na produção do Sabonete Gel Esfoliante. O produto atingiu os parâmetros estipulados pela farmacopeia Brasileira, as substâncias têm sua eficácia comprovada por artigos científicos e por base no teste realizado, houve também o desenvolvimento de um rótulo com as informações necessárias para identificar o sabonete. Palavras-chave: Sabonete gel esfoliante; Produto; Oleosidade. ABSTRACT The present work is the development of an exfoliating gel soap, with the objective of combating excess oil on the facial skin. Oiliness is one of the factors that most influence the appearance of cutaneous ruptures, such as acnes. This problem can be caused by inappropriate use of facial products, genetics, nutrition, non-makeup removal, lack of hydration, hormones, etc. With the intention of elaborating a natural product, using inputs based on the bibliographical research the work, among them the green clay powder, which has sebo-regulating and purifying activity; extract of lemongrass, which acts as an antiseptic, in addition to avoiding infection and the uncharged product breeze; and apricot seed, which performs a face exfoliation, promotes anti- inflammatory and antioxidant activity. They are followed as standards of good manufacturing practice with the aim of developing a carbopol base due to its effectiveness in moisturizing the skin without leaving with an oily appearance alongside its neutralizing term-ph. With the gel ready, we added ourselves in the production of exfoliating gel soap. The product were the parameters stipulated by the brazilian pharmacopoeia, since the compounds were evaluated as scientific basis and by base without test performed, there was also the development of a label as necessary information to identify the soap. Keywords: Exfoliating gel soap; Product; Oiliness. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 1.1. Problema ........................................................................................................ 6 1.2. Objetivo Geral ................................................................................................ 6 1.3. Objetivo Específicos ....................................................................................... 6 1.4. Justificativa ..................................................................................................... 6 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 8 2.1. Pele ................................................................................................................ 8 2.1.1. Composição ............................................................................................. 9 2.1.2. Tipos ...................................................................................................... 10 2.1.3. Problemas da oleosidade ...................................................................... 11 2.1.4. Tratamentos de uso tópico .................................................................... 12 2.2. Capim limão ................................................................................................. 13 2.2.1. Definição/ Origem .................................................................................. 13 2.2.2. Tipos ...................................................................................................... 14 2.2.3. Plantio e colheita ................................................................................... 14 2.2.4. Composição Química ............................................................................ 15 2.2.5. Forma de extração do princípio ativo ..................................................... 15 2.2.6. Benefícios/ Malefícios ............................................................................ 16 2.3. Argila Verde.................................................................................................. 16 2.3.1. Definição/ Origem .................................................................................. 17 2.3.2. Tipos ...................................................................................................... 17 2.3.3. Benefícios .............................................................................................. 19 2.4. Semente Apricot ........................................................................................... 19 2.4.1. Propriedades ......................................................................................... 19 3. METODOLOGIA ................................................................................................. 20 3.1. Boas práticas de Higienização na Manipulação ........................................... 20 3.2. Vidrarias, Equipamento e Insumos Farmacêuticos ...................................... 20 3.3. Receita do Sabonete Gel Esfoliante Base ................................................... 21 3.3.1. Procedimento Gel base ......................................................................... 21 3.3.2. Procedimento do Sabonete final ............................................................ 23 3.4. Fluxograma de Produção. ............................................................................ 25 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 26 4.2. Teste de Qualidade ...................................................................................... 26 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29 6 1. INTRODUÇÃO 1.1. Problema O excesso da oleosidade na pele facial. 1.2. Objetivo Geral Desenvolver um sabonete esfoliante utilizando argilaverde e capim limão e Semente de Apricot com intuito de combater o excesso de oleosidade. 1.3. Objetivo Específicos Usufruir das propriedades presentes na argila verde; Combater o excesso de oleosidade; Clarear a pele; Utilizar insumos de qualidade; Analisar qualidade físico-química e organoléptica; Desenvolver rótulo para o produto elaborado; Atender a legislação vigente. 1.4. Justificativa A respeito do controle da oleosidade na pele e o respectivo tratamento para seu combate: O controle da oleosidade deve ser feito de forma progressiva e prolongada, com produtos potentes e não irritantes. Esse tipo de pele possui superfície mais espessa, com poros dilatados e brilho excessivo, principalmente na testa, nariz e queixo - região conhecida como zona T. Além disso, há uma tendência maior à acne e uma frequente queixa do público feminino sobre a falta de duração da maquiagem. (GUADANHIM, 2015). A pele oleosa é caracterizada pela aparência brilhante, poros dilatados e superfície espessa, podendo ocorrer o surgimento de acnes. Ela precisa de um tratamento de médio a longo prazo, com a verificação progressiva da melhora. 7 Segundo Dambrosio (2017) a pele oleosa é caracterizada pelos poros dilatados, brilho excessivo no rosto e superfície espessa. Os fatores que podem contribuir para a produção excessiva do sebo são: o uso de produtos que não se adequam ao tipo de pele, o ato de lavar o rosto várias vezes ao decorrer do dia (causando o efeito rebote), exposição solar sem proteção adequada, uma alimentação que não contenha os nutrientes necessários para o bom funcionamento do corpo, desequilíbrios hormonais e a não remoção da maquiagem. Diante do exposto acima, justifica-se o desenvolvimento deste trabalho. 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Pele A pele é um órgão que cobre o corpo todo, representa 15% do peso corporal, tem aproximadamente 2m2 de superfície. Compreender sua estrutura e função é essencial, pois assim pode-se encontrar uma solução efetiva para o tratamento das doenças de pele ou prevenção do antienvelhecimento. (Www.galderma.com.br, 2018). A pele é um órgão composto por de tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas. Constitui a interface do corpo humano com o meio externo, exercendo funções cruciais para a vida, como termorregulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção contra agressões exógenas, de natureza química, física ou biológica, e contra a perda de água e de proteínas para o exterior. (CÂMARA, 2009). As várias estruturas da pele cumprem funções essenciais para a sobrevivência. De acordo com Câmara (2009) são elas: Barreira para perda de água interna e lesões do ambiente externo, como a entrada de agentes tóxicos e de microrganismos; Proteção contra a radiação solar ultravioleta por meio da melanina, que absorve vastamente; Função de percepção de meio; Atribuem propriedades visco elásticas e de resistência; A termorregulação; Proteção imunológica do organismo; Função endócrina. Contudo, a pele é um órgão de extrema importância, reveste todo o corpo protegendo contra as agressões externas. A figura 1, a seguir, representa a estrutura da pele humana. A figura 1, a seguir, mostra a Estrutura da pele. 9 Figura 1: Estrutura da pele. Fonte: VAN DE GRAAFF, K. M.Anatomia Humana. Barueri: Manole, 2003. 2.1.1. Composição A pele é composta por três camadas. 2.1.1.1. Epiderme A camada é avascular, constituída por epitélio estratificado, composto em quatro ou cinco camadas. Fina, mas resistente, tem sua espessura variada entre 0,007 a 0,12mm, com exceção das camadas mais profundas, que são constituídas por células mortas. (RABETH, GONÇALVES, s/d). Os queratinócitos (contém proteína queratina) são semelhantes a uma “parede de tijolos”. Estas células são dadas na camada mais inferior da epiderme (camada basal ou germinativa). Em seu avanço em direção à superfície sofre o processo de queratinização ou corneificação, que dá origem à camada córnea. Além dos queratinócitos encontram-se também na epiderme: os melanócitos, que é a célula 10 responsável pela produção da melanina, e as células de Langerhans, responsáveis pela defesa. (LIMA, s/d). 2.1.1.2. Derme A derme é a camada localizada na área de transição entre a epiderme e a hipoderme. É a segunda camada da pele, profunda e espessa, é vascularizada, constituída especialmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e as fibras elásticas, substâncias que tornam a pele resistente e elástica. Elas são formadas em padrões definidos no interior da derme. (RABETH, GONÇALVES, s/d). Segundo Lucas (s/d), nessa camada estão alojadas as estruturas anexas da pele, como as glândulas sudoríparas, os folículos de pelos, as glândulas sebáceas e o músculo eretor do pelo, além de vasos sanguíneos, linfáticos e estruturas nervosas. 2.1.1.3. Hipoderme A hipoderme é uma tela subcutânea, que une a derme aos tecidos e órgãos subjacentes. Não é considerada parte constituinte da pele/sistema tegumentar. Em algumas regiões do corpo, protege contra traumas, atuando como amortecedor. (RABETH, GONÇALVES, s/d). Conforme Câmara (2009), a hipoderme é camada mais profunda da pele e está organizada em lóbulos de gordura divididos por septos fibrosos compostos de colágeno, onde correm vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Funcionalmente, a hipoderme participa do isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos, e também facilita o deslizamento da pele em relação às estruturas subjacentes. (LUCAS, s/d). 2.1.2. Tipos a. Normal 11 A pele normal tem sua textura saudável e com aspecto aveludado, ela produz gordura em quantidade adequada, não há excesso de brilho ou ressecamento. Geralmente, a pele apresenta poros pequenos e pouco visíveis. (SBD,s/d). b. Seca A pele seca se caracteriza pela perda de água em excesso, que normalmente tem poros poucos visíveis, pouca luminosidade e é mais propensa à descamação e vermelhidão. Também pode proporcionar maior tendência a manifestação de pequenas linhas e fissuras. Essa pele pode ser causada por fatores genéticos ou hormonais, como menopausa e problemas na tireoide, como também por condições ambientais, como o tempo frio e seco, o vento e a radiação ultravioleta. Banhos demorados e com água quente, podem gerar ou contribuir para o ressecamento da pele. (SBC, s/d). c. Mista A pele mista é o tipo de pele mais frequente. Apresenta aspecto oleoso e poros dilatados na “zona T” (testa, nariz e queixo), pode apresentar acne nesta região oleosa e seca nas bochechas e extremidades. (SBC, s/d). d. Oleosa Pele com aspecto mais brilhante e espesso, devido sua produção de sebo maior do que o normal. A herança genética contribui para a oleosidade da pele e dos fatores hormonais, assim como o excesso de sol, o estresse e uma dieta rica em alimentos com alto teor de gordura. Essa pele apresenta poros dilatados e maior tendência à formação de acne, de cravos e de espinhas. (SBC, s/d). 2.1.3. Problemas da oleosidade a. Causas Fatores que influenciam a oleosidade: 12 Genética A genética tem grande influência no tamanho e nas atividades das glândulas sebáceas, ou seja, se os pais apresentam tal característica, os filhos possuem grande chance de também apresentarem. (BAUMANN, 2004 e LOUZADA, 2009). Alimentação A ingestão excessiva de alimentos gordurosos pode ter como consequência o excesso de oleosidade da pele, alimentos como chocolate, amêndoas, queijos, carnes gordurosas, açúcar e álcool. (GEORGEA, 2012). Idade A idade que ocorre uma maior produção de sebo é na adolescência, onde há uma alta produção de hormônios no corpo. (SANTOS, s/d). Sexo Os Homenstem mais tendência a ter pele oleosa, porém, na adolescência, as mulheres possuem um excesso de oleosidade e, eventualmente, na vida adulta e após a menopausa. (JORDÃO, s/d). 2.1.4. Tratamentos de uso tópico De acordo com Feres (s/d), o enxague constante do rosto, o uso de água quente, o uso de produtos oleosos, entre outros fatores deve ser evitado, pois aumenta a produção de sebo e oleosidade no rosto. Creme 13 A função principal do creme hidratante é manter a pele hidratada, repondo a água necessária para a pele, evitando assim o ressecamento e o envelhecimento precoce, porque hidrata as células responsáveis pela elasticidade da pele, é mais indicada para pessoas com pele normal e seca. (APPARENZA, 2007). Gel O uso de géis é mais indicado para pessoas com pele oleosa, pois hidrata sem deixar a pele com uma aparência oleosa. (FERES s/d). Tônicos de limpeza São cosméticos que ajudam a limpar a pele, removendo impurezas difíceis de sair. Existe os tônicos hidratantes e os adstringentes, onde os hidratantes são mais recomendados para pele normal e seca, já os adstringentes são mais recomendados para pele oleosa e mista, pois ajuda no controle da oleosidade. (NATURA, s/d). Sabonete/esfoliantes Os esfoliantes ajudam tirar a camada de células mortas presentes na pele, removendo também as impurezas, e liberando os poros consequentemente facilitando a respiração cutânea. A pele se torna mais lisa, suave e luminosa. Os esfoliantes faciais tem que ser menos agressivos do que os corporais, para não irritar a pele na hora da aplicação. (ECICLE, s/d). 2.2. Capim limão 2.2.1. Definição/ Origem O Capim-limão é uma espécie aromática pertencente ao gênero Cymbopogon. Planta originária da Ásia, gramínea perene, de porte alto. Também conhecida como capim-cidreira, erva-cidreira e capim-santo. (GOMES, 2004.). 14 2.2.2. Tipos Existem dois tipos diferentes de capim-limão: Cymbopogon flexuosus –É o capim-limão da Índia Oriental, que os livros de Aromaterapia Internacionais tratam, às vezes é confundido com a citronela. Cymbopogon citratus –Conhecido como o Capim-cidreira, erva-cidreira ou capim-santo. Predominante no Brasil. (AZAMBUJA, 2009). A figura 2, a seguir, mostra o Capim Limão. Figura 2: Capim Limão Fonte: https://www.saudedica.com.br/capim-limao-beneficios-usos-e-efeitos-colaterais. 2.2.3. Plantio e colheita Tem a preferência de solos bem drenados, férteis e com a predominância de um clima quente e úmido. Também requer uma boa distribuição das chuvas e temperatura média elevada. Não suporta as geadas, mas aparece novamente na primavera. Propagação assexuada, por divisão de touceiras e realizada em campo. Plantio tradicional e colheita manual, utilizando foice, cutelo ou fação. A extração da planta é de 20cm, aproximadamente, em relação ao solo. (GOMES, s/d). 15 2.2.4. Composição Química O capim limão apresenta em sua composição a presença de cetonas, principalmente metil-heptenona, álcoois, como o geraniol, nerol, citroniol, metil- heptenol, farnesol, citral e terpenos, como o dipenteno. (AZAMBUJA; 2009). 2.2.5. Forma de extração do princípio ativo A) Destilação arraste vapor Consiste em submeter o material vegetal a ação do vapor d’água, que extrai o óleo pelo arraste vapor. O vapor atravessa os tecidos da planta, levando consigo o óleo presente no interior. Depois de liberado, o óleo vaporiza-se com o choque térmico, arrastado pelo vapor até chegar ao condensador. No condensador, a mistura do óleo com o hidrolato, resfria-se e retorna a fase líquida. A mistura alcança a última etapa do processo, o separador, que separa o óleo do hidrolato, devido a diferença de polaridade e nos valores de densidade. A destilação a vapor de folhas verdes ou secas do gênero Cymbopogon resulta na obtenção do óleo essencial de capim-limão, Lemongrass oil. (AZAMBUJA, 2017). B) Enfleuragem Um processo complexo, lento e caro. O método clássico se baseia na fragmentação da erva, os pedaços serão colocados em placas de vidro em contato com uma gordura animal ou vegetal inodora (agindo como uma esponja). Esse processo se repete por várias semanas. Até o momento em que a gordura começar a obter um aspectos de “pomada”, saturada de óleo. Então a gordura é filtrada e destilada, resultando na obtenção de um concentrado oleoso aromático, que será misturado ao álcool e novamente destilado. E por fim, obtém-se o óleo essencial. (AZAMBUJA, 2017). C) Hidrodestilação 16 Em escala laboratorial é o método de extração mais empregado. A matéria vegetal é submersa em água, em temperatura inferior a 100ºC (para evitar a perda de compostos sensíveis a altas temperaturas). A destilação é mais lenta e seu rendimento é menor. (AZAMBUJA, 2017). 2.2.6. Benefícios/ Malefícios Benefícios O citral, presente na composição do capim-limão, é um composto antimicrobiano e antifúngico eficaz no combate de microrganismos, além de aumentar a capacidade do corpo em aproveitar a vitamina A. O mirceno, também presente na composição química da espécie, é responsável pela ação analgésica. O óleo essencial é utilizado na aromaterapia no combate da depressão, tensão do corpo e estresse. Popularmente é empregado para amenizaras dores de artrite e em banhos, com a finalidade de aliviar a dor muscular. Alivia espasmos musculares, espasmos do trato digestivo, dores abdominais, de cabeça, de estômago, nas articulações e cãibras musculares. Quando diluído e passado na pele, combate micose, pé-de-atleta, atua como antisséptico em feridas recentes e abertas, prevenindo infecções, além de desintoxicar órgãos (pâncreas, rins, fígado e bexiga). Já no tratamento de insônia, problemas de ansiedade combatem a febre, cólicas estomacais e intestinais, são indicados o suco e chá da erva. (ECYCLE, s/d). Malefícios Pode provocar queimaduras se empregado diretamente na área e houver exposição ao sol. Caso a dose for alta, há possibilidade de sonolência, diarreia, hipotensão arterial, sedação e fraqueza. Seu uso não é indicado durante a gestação, tendo em vista que pode provocar abortos, devido ao relaxamento da musculatura uterina. (ECYCLE, s/d). 2.3. Argila Verde 17 2.3.1. Definição/ Origem Argila é um material natural, de granulação fina, terrosa, que em contato com água adquire uma certa plasticidade. Os minerais encontrados na argila servem como potencializadores de determinados efeitos, conforme sua concentração (AMORIM, PIAZZA, s/d). Os minerais argilosos proporcionam às argilas propriedades físicas e químicas, que fazem delas as mais diversas aplicações na estética, pelo qual salientam as mais importantes: plasticidade, capacidade de absorção e adsorção de compostos orgânicos e inorgânicos e capacidade de reter calor (MAIER, LUPI, RENE, s/d). Segundo Amorim e Piazza (s/d) a argila possui diversas aplicações, no entanto, para uma aplicação específica, são necessários o conhecimento da estrutura e da composição química. A argila verde é a mais comum das argilas, também é chamada de Montmorilonita, rica em silício e zinco, oferece atividade sebo-regular e purificadora. Sua coloração se deve à presença do óxido de ferro, que atua com outros minerais presentes (AMORIM, PIAZZA, s/d). Na estética corporal promove o tensionamento, melhorando a flacidez tissular, auxilia no combate a celulite, e na estética facial é usada para aplicação em peles oleosas. (AMORIM, PIAZZA, s/d). 2.3.2. Tipos Existem vários tipos de argilas, mas cada qual com propriedades e uso diferentes para cada tipo de situação, porém algumas podem conter mesma propriedades. Branca: Rica em Al e Si (aluminosilicato) usada para cicatrização, clareamento, absorção da oleosidade, hidratação e remoção de antioxidantes da pele(REIS, 06/2015). Verde: Tem ação adstringente, tonificante e estimulante, secativa, bactericida, e analgésica (BALDUINO,2016). 18 Vermelha: Rica em óxido de ferro e cobre, usada para rejuvenescimento da pele e redução de medidas (REIS, 06/2015). Rosa: Usada para tratamento de peles sensíveis e desidratadas, com ação cicatrizante e suavizante (BALDUINO,2016). Preta ou Lama Negra: Usada para absorção de oleosidade sem desidratar, cicatrização e catalisação de reações metabólicas do organismo, atua bem em relação de estrias e celulites (REIS, 06/2015). Roxa: Rica em magnésio, regeneradora do colágeno, melhor para manter a pele com aspecto mais jovem (AMORIM, PIAZZA, s/d). Amarela: Rica em dióxido de silício, boa para rejuvenescimento e purificação da pele (BALDUINO,2016). Cinza: Sua composição é 60% de sílica, com propriedades antiedematosa (inchaços e edemas), (REIS,06/2015). Bege: Usada para reconstituição dos tecidos, purificante, ação adstringente, e proteção da pele (REIS,06/2015). A fugura 3, a seguir, mostra a Argila verde em pó. Figura 3: Argila verde em pó Fonte: Arquivo pessoal do grupo. 19 2.3.3. Benefícios Citam-se como benefícios da argila verde os seguintes itens: Elas são naturalmente cicatrizantes, absorventes e estimulantes, e ativadoras de quase todas as funções imunológicas (LOPES, MEDEIROS, s/d). Devido à sua estrutura são mais indicadas para a área dos cosméticos (LOPES, MEDEIROS, s/d). Promovem a oxigenação de áreas congestionadas (NUNES, s/d). Clareia as manchas da pele (LOPES, MEDEIROS, s/d). Reguladora de seborreia capilar (BROD, OLIVEIRA, s/d). Retarda o envelhecimento (BROD, OLIVEIRA, s/d). Nutre a pele com seus sais minerais (NUNES, s/d). 2.4. Semente Apricot Apricot possui nome científico prunus armeniaca é comumente conhecido como Damasco ou Apricot, e pertence à família Rosaceae, planta originária da Ásia Central e China, cultivado em Portugal. (CARVALHO, 2006). 2.4.1. Propriedades É uma fonte importante de compostos bioativos que proporcionam benefícios para a saúde. Promove atividade anti-inflamatória, antioxidante e hipocolesterolêmica das vitaminas A, C e E de compostos flavonoides (fenólicos). (VINHA, SOARES e COSTA, s/d). As sementes de Damasco triturada apresentam uma degradação de glicosídeos cianogênicos mais rápida. (FOLEGATTI, 2015). 20 3. METODOLOGIA 3.1. Boas práticas de higienização na manipulação De acordo com as boas práticas laboratoriais foi realizado o processo de higienização das bancadas, lavagem das mãos, higienização dos insumos e materiais de manipulação com detergente neutro, seguido da utilização do álcool 70%. 3.2. Vidrarias, equipamentos e insumos farmacêuticos Vidrarias Béquer Pipetas Provetas Equipamentos Balança (Tecnal/ AY220) Chapa aquecedora (Nova/ NI 1103) Outros Espátulas de polipropileno Pera/Pipetador Insumos Água; AMP-95; 21 Argila verde em pó; Carbopol; Essência de Camomila; Extrato de capim limão; Hidróxido de Sódio 50% qsp; Lauril sulfato de sódio; Nipagin; Propilenoglicol; Sementes de Apricot. 3.3. Receita do Sabonete Gel Esfoliante Base - 54% Gel base Carpobol - 20% Argila Verde - 20% Lauril Sulfato de Sódio - 5% Extrato Capim Limão - 1% Semente Apricot - 3 Gotas de essência de Camomila 3.3.1. Procedimento Gel base Pesou-se 0,1g de Nipagin; Mediu-se 5ml de Propilenoglicol; Mediu-se 94ml de Água; Em um béquer colocou-se Nipagin, Oropilenoglicol, Água e homogeneizou-se; Colocou-se na chapa aquecedora até ferver e retirou-se; Acrescentou-se 1g de Carpobol e homogeneizou-se; Peneirou-se a mistura e colocou-se aproximadamente 3 gotas de AMP- 95; Corrigiu-se o pH para 7. 22 A figura 4, a seguir, mostra o Gel base Carbopol pronto. Figura 4: Gel base Carbopol pronto. Fonte: Arquivo pessoal do grupo. 3.3.1.1. Controle de Qualidade Gel Base – pH - Separou-se a amostra do gel base; - Aferiu-se pH de 4; - Acrescentou-se NaOH 50% qsp para pH 7. A figura 5, a seguir, mostra o pH corrigido. 23 Figura 5: pH corrigido. Fonte: Arquivo pessoal do grupo. 3.3.2. Procedimento do Sabonete final Pesou-se 12g de Argila Verde; Aferiu-se 3ml de extrato de Capim Limão; Mediu-se 12ml de Lauril Sulfato de Sódio; Dissolveu-se argila no Capim Limão e Lauril; Acrescentou-se 33ml de Gel de Carpobol; Misturou-se e acrescentou-se 0,6g de Semente de Apricot; Adicionou-se 3 gotas de essência de Camomila. A figura 6, a seguir, mostra o Sabonete Gel Esfoliante pronto. 24 Figura 6: Sabonete Gel Esfoliante pronto. Fonte: Arquivo pessoal do grupo. 25 3.4. Fluxograma de Produção. Início Separação dos insumos Pesagem da Argila e semente de Apricot Aferição do extrato Capim Limão, Lauril, Gel Carbopol e essência de Camomila Homogeneização dos insumos Envase FIM 26 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. Análise de Qualidade O produto sabonete em gel esfoliante de Argila verde, Capim limão e Semente de Apricot para pele oleosa, atingiu os parâmetros estipulados pela farmacopeia brasileira, em que atende os procedimentos de Boas práticas de Manipulação e Controle de Qualidade. A eficácia das substancias são comprovadas por artigos científicos e os métodos de extração atendem os processos de qualidade estipulados na Metodologia. O gel apresentado na figura 7, possui embalagem bisnaga de plásticos com vedação adequada para conservação do produto, o rótulo apresenta informações como forma farmacêutica, princípios ativos, concentração, indicação de uso e validade. A figura 7, a seguir, mostra o produto após envaze e rotulado. Figura 7: Sabonete Gel Esfoliante embalado e com rótulo. Fonte: Arquivo pessoal do grupo. 4.2. Teste de Qualidade 27 O teste compreende a aplicação final do produto sobre a pele oleosa, que possui características como: aparência brilhante, poros dilatados e superfície espessa, podendo ocorrer o surgimento de acnes. Aplicou-se do produto na epiderme oleosa e fez-se massagem circulares deixando agir por 1 minuto, após fez-se a lavagem e verificou-se a ação do gel, apresentando uma pele sem brilho, poros fechados e limpeza aparente. A seguir a comparação entre os dois estados da pele, antes e depois da aplicação do produto (foto 8). Figura 8: Comparação da pele antes e após a aplicação do sabonete. Fonte: Arquivo pessoal do grupo. 28 5. CONCLUSÃO A produção exagerada de sebo pode causar a oleosidade, acnes, poros obstruídos que podem afetar a autoestima. Desse modo, desenvolveu-se o Sabonete Gel Esfoliante de Argila verde, Capim-limão e Semente de Apricot, visando prevenir e combater a produção excessiva do sebo. O uso de produtos comerciais tende a causar alergias e irritações, a procura por insumos naturais como a Argila Verde, semente de Apricot e plantas medicinais como o Capim-limão, é uma tendência de mercado, pois são eficazes e apresentam benefícios com menor tendência a irritações e alergias, salvo os consumidores que apresentem restrições alérgicas a algum componente da fórmula. Realizou-se testes de qualidade como a correção do pH no valor de sete (7), que garante a estabilidade final do produto e compatibilidade com a pele facial. A eficácia do combate a oleosidade foi comprovada por teste direto na pele, em que foi aplicado uma quantidade do sabonete desejada e em seguida fez-se a esfoliação, diante da figura 8 (página 27), comprovou-se a eficácia do produto, em que se observou a diminuição da oleosidade, do brilho e poros. 29 REFERÊNCIAS AZAMBUJA; Wagner. Métodosde extração de óleos essenciais; 2017. Disponível em: http://www.oleosessenciais.org/metodos-de-extracao-de-oleos-essenciais. Acesso em: 16 Mai. 2018. AZAMBUJA; Wagner. Óleo essencial de Capim Limão ou Lemongrass; 2009. Disponível em: http://www.oleosessenciais.org/oleo-essencial-de-capim-limao-ou- lemongrass. Acesso em: 16 Mai. 2018. AZAMBUJA; Wagner. Óleo essencial de Capim Limão ou Lemongrass; 2009. Disponível em: http://www.oleosessenciais.org/oleo-essencial-de-capim-limao-ou- lemongrass. 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