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9
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
CURSO: BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
Angela MARIA FERREIRA DE QUEIROZ SANTOS 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO II
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E SERVIÇO SOCIAL
Arcoverde - PE
2020.2
	Angela MARIA FERREIRA DE QUEIROZ SANTOS 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO II
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E SERVIÇO SOCIAL
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II.
Professor da disciplina: Coord. Valquíria Dias Caprioli. 
	
Arcoverde - PE
2020.2
“Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem.”
SOCRÁTES
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pelas bênçãos ofertadas a mim. 
Agradeço a minha família por estar sempre ao meu lado, me apoiando em todos os momentos.
Agradeço a todos os colegas que de forma especial ajudaram para que eu chegasse até aqui. 
Agradeço em especial aos professores, tutores, colegas e amigos por estes muitos anos de companheirismo, os quais a amizade irei levar para a vida.
Muito obrigada a todos que me ajudaram na jornada deste curso e na construção deste trabalho.
.
Dedicatória
Em especial a minha família, aos meus professores, tutores e orientadores, aos meus colegas de classe.
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso constitui-se de uma pesquisa bibliográfica trazendo reflexões sobre os debates e concepções que envolvem a centralidade da violência doméstica contra a mulher, enfatizando o exercício e a ética profissional do Assistente Social numa perspectiva crítica, discutindo sobre a trajetória das transformações ocorridas no seio da profissão. Concernente à relação Assistente Social e violência doméstica contra a mulher, discutiu-se a relevância deste profissional nos espaços sociocupacionais onde atendem vítimas de violência numa abordagem reflexiva. O estudo tem como objetivo principal compreender a importância e as possibilidades de intervenção do assistente social nesse contexto. Dessa forma, foi possível mensurar a relevância da intervenção do assistente social no enfrentamento dessa problemática que assola a sociedade. 
PALAVRAS-CHAVE: Serviço Social; Ética Profissional; Violência Doméstica.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	8
2.	CARACTERIZANDO A VIOLENCIA	10
3. CONTEXTUALIZANDO OS ASPECTOS HISTORICOS DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER................................................................................................................10
4. VIOLENCIA NUM ENFOQUE DE GENERO ...................................................................................................................................12
5. DISPOSITIVOS LEGAIS NO ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA MULHER...................................................................................................18
6. POLITICAS PÚBLICAS PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER ...............................................................................................................21
7. SERVIÇO SOCIAL E A QUESTÃO DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER....................................................................................................................22
8. DESAFIOS DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A QUESTÃO DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER................................................................................................25
9.	CONCLUSÃO	27
10.	REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS	29
1. INTRODUÇÃO
O Serviço Social é uma profissão historicamente determinada, tem sua gênese associada às relações sociais constituídas através do surgimento do sistema capitalista. Inicialmente a proposta para o Serviço Social é determinada pelas classes dominantes e influência da igreja católica. Tem como proposição a intervenção e atuação no enfretamento da questão social, que buscava programar uma ação disciplinatória e retificadora procurando um consenso entre as classes dominantes e trabalhadoras, tendo por intuito a construção de uma legitimação política para as classes dominantes, e uma legitimação ideológica para a igreja católica. Atualmente uma das áreas de atuação do Serviço Social situa-se no atendimento às vitimas de violência doméstica, a profissão atua em diversos setores e políticas públicas sociais que atende às vítimas e combatem esse fenômeno.
A violência doméstica contra a mulher é uma adversidade global que atinge um número elevado de pessoas, contemporaneamente é comum ouvir relatos de vitimas ou de testemunhas que vivenciam essa realidade nas mais variadas vezes de maneira furtiva e silenciosa, velada e devastadora. Diante dessa problemática de números alarmantes e consequências corrosivas a analise pautada neste trabalho reflete o exercício do assistente social nas questões de violência contra a mulher, de modo que o assistente social é um profissional qualificado para atuar, orientar, discutir estratégias para o enfretamento, além de encaminhar as mulheres para onde possam receber atendimento e ter seus direitos assegurados. 
A violência doméstica atinge mulheres em âmbito mundial, no Brasil a violência praticada contra a mulher é um dos problemas que mais preocupam as brasileiras, para compreendermos a profissão do Serviço Social atuando frente a esse problema social, é interessante explanar as raízes desse fenômeno sua gênese, daí esta analise justifica sua importância procurando entender como se fundou no seio da sociedade uma disparidade tão complexa, e nesse contexto resvalamos na cultura patriarcal fato que incita ainda mais esse fenômeno, para tanto temos o intuito de responder questões como, por exemplo: quais são as formas de violência sofridas pelas mulheres e quais as formas de combate a esse problema que acomete a vida da mulher em todos os tempos? 
Em consonância deste trabalho seu objetivo geral é compreender a importância do Serviço Social na implementação de políticas públicas de atendimento às mulheres que sofrem violência, na perspectiva da conquista de sua autonomia e cidadania. 
Para isso engendrou-se nesse trabalho uma analise bibliográfica reflexiva tendo como eixo estruturante a violência domestica e a atuação do assistente social frente a esta problemática. Dessa forma este estudo denota de maneira sucinta um tema tão complexo e amplo. A constituição desse trabalho se organiza mediante capítulos na primeira parte é feita uma caracterização da violência e pesquisamos os aspectos históricos da violência contra a mulher, a fim de obtermos um maior embasamento para melhor compreender o assunto. Mediante esse pressuposto, refletimos a violência de gênero baseada na divisão sexual do trabalho e no patriarcalismo. Visando elucidar o entendimento de como se instaurou a submissão da mulher nas relações sociais de produção capitalista e como foram desenvolvidas desigualdades estruturais nas relações de gênero. 
Posteriormente buscamos compreender a legislação voltada para esta população sintetizando a Lei Maria da Penha e a lei do feminicidio. Levando em consideração que é a partir do reconhecimento da violência contra a mulher como uma questão de caráter público e universal que o Estado toma para si esse fenômeno tão antigo e aceito pela sociedade e cria medidas que visam coibir e punir esse tipo de violência. Seguidamente, apresentamos uma breve exposição quanto ao contexto atual das políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher onde relacionamos o serviço social no que condiz a atuação dos assistentes sociais no enfretamento dessa mazela. Fizemos uma breve exposição acerca dos atuais desafios desses profissionais frente essa problemática.
O processo metodológico dessa análise teve seu embasamento na pesquisa bibliográfica de produções científicas que possibilitaram leituras reflexivas e analíticas sobre o tema, e esse aparato em estudos anteriores foi de crucial relevância na prática.Assim, o presente estudo bibliográfico se ancorou em tantos outros que já foram realizados, todos com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a temática da violência contra a mulher no país. Esta observação ainda conta com o suporte teórico o método dialético-crítico.
2. CARACTERIZANDO A VIOLÊNCIA 
De um modo geral violência nem sempre se define por agressões físicas, ela também pode se caracterizar pela dominação de um individuo ou uma classe sobre outra, pode se qualificar quando, alguém impedir outro de se expressar e tomar suas próprias decisões, por considerar inferior intelectualmente ou socialmente. (TELES E MELO, 2003)
Violência se caracteriza pelo uso da força, psicológica ou intelectual para obrigar outra pessoa a fazer algo que não está com vontade; é constranger, e tolher a liberdade, é incomodar, é impedir a outra pessoa de manifestar seu desejo a sua vontade, sob pena de viver gravemente ameaçada ou até mesmo ser espancada, lesionada ou morta. É um meio de coagir, de submeter outrem ao seu domínio, é uma violação dos direitos essenciais do ser humano. A Violência muitas vezes é utilizada de forma sutil, ou seja, aquele que agredi toma um certo cuidado para dominar o estado emocional do outro, deixando o mesmo sempre em alerta, com medo do que possa acontecer se tiver alguma reação contrariando o agressor. (TELES E MELO, 2003)
Podemos definir a violência como uma tentativa de diminuir e constranger o individuo fazendo-o renegar-se a si mesmo, existem vários motivos que podem contribuir para o desenvolvimento de atos agressivos entre as pessoas como: pobreza., miséria, desigualdade, desemprego, discriminação, entre outros. No entanto, a violência não está associada à classe mais baixa, como muitos pensam, mas aparece em todas as camadas sociais, idades, sexos, raças, etnias, religiões, ou seja está presente nos variados âmbitos da sociedade. 
3. CONTEXTUALIZANDO OS ASPECTOS HISTORICOS DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER 
Desde os primórdios a mulher tem sido vitima de diversos tipos de violência, a desvalorização feminina esta arraigada no ínfimo da sociedade, podendo até mesmo ser retratada como uma das bases fundantes dos costumes e culturas presentes nos dias de hoje. Até mesmo nos textos bíblicos é possível encontrar historias das gravíssimas violações que as mulheres sofreram em seus direitos mais elementares, como direito à vida, à liberdade e a disposição de seu corpo.
Nas sociedades antigas, a mulher tinha pouca expressão, era vista como um reflexo do homem, e tida como objeto a serviço de seu amo e senhor. Também era vista como instrumento de procriação. Enfim, era a mulher a fêmea, sendo por muitas das vezes, comparada mais a um animal do que a um ser humano. (ESSY, 2017).
Na analise da autora esse tipo de violência pode ser considerada a soma de um processo histórico que legitima a diminuição social da mulher
Há pelo menos 2500 anos, alicerçou-se a construção ideológica da superioridade do homem em detrimento da mulher, e consequentemente a sua subordinação ao mesmo. Nas civilizações Gregas, a mulher era vista como uma criatura subumana, inferior ao homem. Era menosprezada moral e socialmente, e não tinha direito algum. (ESSY, 2017).
Na Grécia Antiga existiam muitas diferenças entre homens e mulheres. As mulheres eram seres desprovidos de direitos jurídicos, não recebiam educação formal, eram proibidas de aparecer em público sozinhas, sendo confinadas em suas próprias casas em um aposento particular, enquanto aos homens, estes e muitos outros direitos eram permitidos (VRISSIMTZIS, 2002) o autor ainda corrobora:
[...] o homem era polígamo e o soberano inquestionável na sociedade patriarcal, a qual pode ser descrita como o ‘clube masculino mais exclusivista de todos os tempos’. Não apenas gozava de todos os direitos civis e políticos, como também tinha poder absoluto sobre a mulher. (VRISSIMTZIS, 2002)
Em Roma as mulheres não eram nem consideras cidadãs dessa forma não podiam exercer cargos públicos. A exclusão social, jurídica e política colocava a mulher no mesmo patamar que as crianças e os escravos. Sua identificação enquanto sujeito político, público e sexual lhe era negada, tendo como status social a função de procriadora. (VRISSIMTZIS, 2002)
A filosofia de Platão definia a mulher como ser de alma inferior e racionalidade insignificante, uma concepção totalmente ligada ao dogma teológico hebraico, que explicita a mulher como insipiente e causadora de todo o mal, além de ter sido criada a partir do homem, um conceito ligado a gênese ser humano, difundido mediante um prisma religioso. Durante a Idade Média a mulher exercia o papel de mãe e esposa, tinha que desempenhar a função substancial de obedecer ao marido e gerar filhos, nesse período nada lhe era permitido.
Nesta perspectiva, podemos entender a que classificação da mulher foi norteada pelas esferas biológica e social, determinantes para a desigualdade de gênero, que traz em seu bojo uma relação assimétrica sob a égide de um discurso que se pauta no enaltecimento de um sexo sob o outro.
Na Idade Moderna, ao lado da queima de sutiãs em praças públicas, simbolizando a tão sonhada liberdade feminina, vimos também as esposas serem queimadas nas piras funerárias juntas aos corpos dos marido falecidos ou incentivadas , para salvar a honra da família, a cometerem suicídio, se houvessem sido vítimas de violência sexual, mesmo se a mesma tivesse sido impetrada por um membro da família, um pai ou irmão, que nem sequer era questionado sobre o ato. (ESSY, 2017)
Historicamente é explicito o contexto de desvalorização da mulher como sua subalternização, precedente dessa hierarquização que impunha papeis rigidamente estabelecidos e regras expressas para cada membro desse grupo social, o poder patriarcal estabeleceu como característica básica a restrição ao espaço da mulher e o poder exercido sobre ela pelo marido, chefe da casa e do engenho. A mulher estava delimitada ao poder masculino na família e deveria reconhecer seu próprio lugar e função social. (ESSY, 2017)
E a história da humanidade representa que a violência doméstica tem suas raízes alicerçadas de forma a definir o papel da mulher no âmbito familiar e consequentemente na esfera social. Tendo como principal intuito engrandecer o homem de forma que este seja personagem principal na sociedade garantindo-se assim o poder masculino em uma sociedade patriarcal, cujos valores são passados de pai para filho.
4. VIOLÊNCIA NUM ENFOQUE DE GÊNERO 
A violência que aflige as mulheres apresenta-se como implicação de gênero, visto que este termo é utilizado para intitular as relações construídas culturalmente entre homens e mulheres. De acordo com Scott (1995), esta exegese limita ou aprisiona o conceito de gênero aos papéis domésticos que são construídos na historia familiar. Os papéis definidos na esfera familiar designam o trabalho em âmbito público para os homens e tarefas domésticas e papéis maternais como a criação dos filhos para as mulheres. 
A representação de gênero, como toda identidade cultural é constituida mediante o uso de simbologismos, signos e representações sociais. Por muitos séculos os homens estão apreendendo e internalizando essa construção cultural, e em função desse fato, cometem violência doméstica contra as mulheres nos espaços privados como “detentores” do comando da família, usam da força física como forma absoluta de resolver conflitos domésticos. (SCOTT, 1995)
Em consonancia com essa autora é nitido a valorização da virilidade em contrapartida há o preconceito da feminilidade, ao elucidar essa concepção nota-se que é uma cultura antiga que tem suas raizes engendradas no contexto social da atualidade. Esses registros de Scott podem ser conferidos a maneira como as sociedades simbolizam a questão do gênero, visando a construção de significados dos papéis e relações sociais, e esse significado se desdobra em regras e normas sociais de comportamento para homens e mulheres. 
Na concepção de Saffioti (1995) a violência de gênero é arcabouço estrutural,de modo que mulheres são vitimizadas pela violência masculina, e as regras sociais imputadas nas sociedades corroboram com esse fenômeno. As regras sociais ou comportamentos culturais são responsáveis por determinar a vida coletiva em sociedade, e a criação de instituições como a família. 
Essa vivencia temporal talhada no ambito mundial e brasileiro perdura atraves de séculos de privilégios angariados pelos homens com a construção de uma posição que eleva o homem a chefe de família. 
A família constitui-se numa das instituições mais autoritárias e castradoras para algumas mulheres e crianças, o que acontece dentro dos lares, esconde os horrores típicos da violência doméstica e em torno da família se ergue um muro de silêncio difícil de ser rompido, o que impede a explicitação da violência e a ocorrência das denúncias. Diferente da violência que ocorre em âmbito público e com pessoas variadas, a violência doméstica, que ocorre no seio privado, apresenta sempre o mesmo perfil de vitima: a mulher espancada, ou as filhas, ou abuso sexual contra mulheres e crianças da família. (SAFFIOTTI, 1995)
Segundo Scott (1995), gênero, em um aspecto geral, é um termo que se refere a um sistema de papéis e de relações entre mulheres e homens, que não são determinados pela biologia, mas pelo contexto social, político e econômico. Ainda de acordo com Scott (1995), a utilização da palavra gênero está, igualmente, para além da questão biológica. Sendo uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens e das mulheres, o uso de gênero dá ênfase a todo um sistema de relações que pode incluir o sexo, mas ele não é diretamente determinado por ele, nem determina diretamente a sexual idade. 
Sobressai-se, portanto, a teoria de que, até os dias atuais, a mulher é vista como sujeito social autônomo, porém historicamente vitimada pelo controle social masculino. É justamente pela possibilidade do conceito patriarcado ser utilizado de forma abrangente, abarcando todos os níveis da organização social, que seu sentido substantivo é tão frutífero para analisar as diversas situações de dominação e exploração das mulheres. O uso de patriarcado enquanto um sistema de dominação dos homens sobre as mulheres permite visualizar que a dominação não está presente somente na esfera familiar, tampouco apenas no âmbito trabalhista, na mídia ou na política. (ESSY, 2017) 
O patriarcalismo representou durante muitos anos uma das principais causas da universalidade da violência contra a mulher, por ser um sistema ancestral que promove desigualdades, abusos e discriminações, devido aos papeis atribuídos na sociedade a homens e mulheres. 
Nesse enfoque podemos compreender que a violência de gênero surge de relações estruturalmente desiguais, dissonantes entre homens e mulheres, que adquiriu formas diversificadas ao longo da história e complexificou-se, consolidando papeis, status, lugares e poderes divergentes na família, no trabalho, na política, e nos diversos âmbitos sociais. 
Diante da questão de gênero podemos afirmar que este é um predicamento que tem sido normalmente usado para descrever as relações homem e mulher, onde são naturalizadas as atribuições sociais, convertendo diferenças em fontes de desigualdade e dominação, que podemos denominar de patriarcal. No que condiz o poder patriarcal é interessante frisar que este apoia-se na desigualdade entre os gêneros masculino e feminino, que além de se manifestar em diversas horizontes sociais, reflete sobre o corpo e a sexualidade da mulher. 
Caracteristicamente quando as mulheres suplantam os papeis sociais que são determinados estabelecidos a ela, o poder patriarcal é, direta ou indiretamente, contestado ou ameaçado. Comumente como resposta surgem situações de violência física e/ou psicológica. Contudo, a categoria gênero, não se refere somente as relações homem/mulher, mas também de homem/ homem, e mulher/mulher, ou seja, aloca-se diante da construção social do masculino e do feminino. Afetando crianças, adolescentes e idosos de ambos os sexos como vítimas. 
Conforme lembra-nos SAFFIOTI (20016)
Como o gênero feminino é considerado como inferior e subalterno, os homens que assumem sua homossexualidade, como os transexuais e travestis, acabam por se tornar vitimas de punição e violência (de ordem física ou psicológica), sendo no limite, eliminados fisicamente. Além do mais, são marginalizados de certas profissões e de postos de decisão. Uma mulher pode agir também de modo violento contra seu companheiro e/ou filhos. 
O poder patriarcal dispõe-se, na desigualdade entre os gêneros masculino e feminino e por muitos anos foram atribuídas às mulheres as funções ligadas à reprodução da força de trabalho, como procriar, alimentar, lavar, socializar, cuidar e proteger a família, ou seja, a mulher tinha suas delegações restritas ao nível privado do lar, cuidando dos filhos e do marido, não sendo permitido a ela que saísse para trabalhar. Mesmo quando as mulheres conseguiram ocupar o mercado de trabalho, foram destinadas a elas funções ligadas aos cuidados com o lar, em condições geralmente precárias.
Ao avançarmos nesta discussão, é interessante analisarmos a divisão sexual do trabalho, que expressa uma divisão social do trabalho entre os gêneros masculino e feminino, decorrente do modo capitalista de produção, em que as mulheres ocupam posições secundarizadas ou mesmo marginalizadas. 
A divisão sexual do trabalho sugere duas características de organização apontadas por Kergoat e Hirata (2007): 
[...] a primeira indica uma separação entre trabalho de “homens” e trabalho de “mulheres”, e a segunda indica uma hierarquização, na medida em que o “trabalho de mulheres” possui menor valoração. 20 Esse conceito de divisão sexual do trabalho surgiu na França no inicio dos anos 1970, impulsionado pelo movimento feminista que reivindicava o reconhecimento das atividades domesticas como trabalho, pois o mesmo era invisível, ainda que executado por muitas mulheres em todo o país. Foi com a tomada de consciência de uma “opressão” específica que teve início o movimento das mulheres: torna-se então coletivamente “evidente” que uma enorme massa de trabalho é efetuada gratuitamente pelas mulheres, que esse trabalho é invisível, que é realizado não para elas mesmas, mas para outros, e sempre em nome da natureza, do amor e do dever materno (HIRATA; KERGOAT, 2007). 
Uniformemente a mulher tendo suas atividades voltadas para o cenário privado das funções de casa, as demandas do capital obrigaram as mulheres da classe operária, no período da Revolução Industrial, a ocupar os espaços da produção mercantil, de forma mais subordinada que o homem. Sendo assim, foram absorvidas pelo mundo do trabalho, vendendo sua força de trabalho a um ínfimo valor e tendo que trabalhar por longas jornadas nas fábricas.
 Com o prelúdio das guerras mundiais respectivamente, primeira 1914-1918 e segunda 1939-1945, a inserção da mulher no interior das industrias se acentuou, e com os homens indo para as frentes de batalha muitas mulheres se viram obrigadas a assumir o sustento da família, ocupando os lugares dos homens nos negócios familiares e nas fábricas. Através dba guerra, a mulher ocupou o mercado de trabalho de forma mais rápida, sem abrir mão das ocupações domésticas, e demonstrou, também, em condições adversas, sua capacidade para atuar no âmbito público, realizando com eficiência todas as tarefas que lhe fossem repassadas. 
No período da Primeira Guerra Mundial, as fábricas foram fechadas por tempo indeterminado devido à falta de mão de obra, uma vez que os homens deixaram seus postos de trabalho para combater na guerra. Porém, um ano após o inicio dos combates tornou-se necessária à reabertura das fábricas, visto que era indispensável à produção de vestimentas, alimentos e armamentos para suprir a carência da população. Em contrapartida, havia a escassez da mão de obra e a única solução viável foi à convocação das mulheres jovens para suprir os espaços ociosos nas indústrias. Com o fimda guerra, muitas mulheres foram dispensadas de seus trabalhos, ficando forçadas a retornar ao âmbito privado do lar. Entretanto, algumas mulheres resistiram, recusando-se à dedicação exclusiva dos antigos serviços domésticos, e aos poucos foram reingressando ao mercado de trabalho. 
Nesse ensejo podemos ressaltar que o capitalismo se desenvolveu norteado na estrutura do patriarcalismo, favorecendo a diferenciação entre os sexos no mundo do trabalho, ou seja, essa histórica desigualdade imposta ao gênero feminino penetrou a estrutura produtiva e favoreceu a naturalização de atividades subalternas destinadas a responsabilidade feminina. Essa histórica associação entre mulher e trabalho doméstico é um fator que dificulta imensamente a inserção da mulher no mercado formal de trabalho, e em postos de trabalho bem remunerados. 
A desvalorização do trabalho feminino facilita a flexibilização do trabalho e, consequentemente, das leis trabalhistas, gerando uma desproteção social. Para as mulheres que não conseguem se inserir no mercado formal de trabalho restam atividades que, mesmo produtivas, não são percebidas como tal, gerando uma invisibilidade da mulher enquanto sujeito produtivo. Em consonância para Hirata (2001):
As trabalhadoras podem ser vistas como cobaias para o desmantelamento das normas de emprego predominantes até então. No modelo de sociedade que vivemos, na qual a desigualdade social e a precarização do trabalho se fazem presentes, temos ainda a figura feminina muitas vezes enquanto a responsável economicamente pelo lar, tornando o subemprego uma alternativa para sustentar a família, sair do desemprego e tentar propiciar melhores condições de vida para os filhos. 
A autora reitera “notou-se um crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, tanto nas áreas formais quanto nas informais da vida econômica, assim como no setor de serviços”. Essa participação se traduz principalmente em empregos precários e vulneráveis, como tem sido o caso na Ásia, Europa e América Latina. (HIRATA, 2001) 
É perceptível como todos esses fatores se fundam como estruturas desvantajosas a vida dessas mulheres que necessitam sobreviver e prover o lar. Agrega-se a isso ainda a dupla jornada de trabalho, de modo, que além de ter de se inserir no mercado de trabalho, ainda é associado à mulher a responsabilidade pelas tarefas domésticas e cuidados com a família. Pode-se dizer que as desigualdades de salários, de condições de trabalho e de saúde não diminuíram, e que a divisão do trabalho doméstico não se modificou substancialmente, a despeito de um maior envolvimento nas responsabilidades profissionais por parte das mulheres. (HIRATA, 2001) 
É explicito o comum discurso usado até hoje da incapacidade da mulher para desenvolver determinadas funções tendo como justificativa a sua fragilidade, pois a mulher é vista como um ser mais delicado e mais vulnerável consequentemente, menos produtivo. Hirata, (2001) exemplifica essa discrepância como no período da gestação:
Representa baixa produção nos meses que antecedem o parto e nos primeiros meses subsequentes de amamentação, o que significa vulnerabilidade nos lucros para o capital, devido à descontinuidade do exercício profissional. Com isso é utilizado o discurso de uma “ordem natural” para justificar a “ordem social”, ou seja, o fato exemplificado da gestação se torna justificativa para a subalternização da inserção das mulheres no mercado de trabalho. 
Diante desse contexto podemos perceber a base dessa desigualdade na gênese das relações capitalistas de produção. 
A atividade feminina continua concentrada em setores como serviços pessoais, saúde e educação. Entretanto, a tendência a uma diversificação das funções mostra hoje um quadro de bipolarização: de um lado, profissionais altamente qualificadas, com salários relativamente bons se considerarmos o conjunto da mão-de-obra feminina (engenheiras, arquitetas, médicas, professoras, advogadas, magistradas, juízas, etc.), e, do outro lado, trabalhadoras ditas de “baixa qualificação”, com baixos salários e tarefas sem reconhecimento nem valorização social. (HIRATA, 2001)
Portanto, percebemos que o patriarcado, se faz presente na sociedade moderna, ratificando a subordinação das mulheres em todas as esferas sociais. Concernente à produção, esse fator leva a empregos precários, baixos salários, pouco ou nenhum reconhecimento no ambiente de trabalho. No âmbito privado, incide sobre a sexualidade e a capacidade reprodutiva da mulher, ou seja, a mulher é percebida apenas enquanto objeto de satisfação sexual.
De modo geral, a violência praticada pela sociedade patriarcal se configura de formas diversas: física, psicológica, sexual, institucional e social. Quando combinadas, se constituem em um acervo que o gênero masculino dispõe para manter seu poder sobre a figura feminina. 
Assim, é interessante buscar novos padrões de relacionamentos entre homens e mulheres, é importantíssimo à desconstrução das funções e significações tradicionais dos papéis de homens e mulheres na sociedade. Produzindo, dessa forma, novos sentidos para as relações de gênero que traduzam o respeito próprio, o respeito ao outro e especialmente o respeito às diferenças.
5. DISPOSITIVOS LEGAIS NO ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA MULHER
As mulheres viveram a mercê dos homens por um longo período de tempo, desde os tempos mais remotos, no entanto, é importante estabelecer que o movimento feminista repercutiu de forma positiva e a mulher passou a se enxergada como individuo de direitos na sociedade. Cabe ressaltar que essa nova conjuntura de liberdade alcançada pelas mulheres iniciou-se ainda no século XIX, a partir das primeiras manifestações do movimento feminista no mundo. 
Os movimentos, as reinvindicações das mulheres e os espaços sociais de discussão sobre as condições de vida da classe feminina se intensificou, ganhando mais visibilidade com o passar do tempo. Contudo, apesar desses avanços conquistados, a exploração e agressão física e psicológica contra as mulheres se ampliou em todas as partes do mundo. 
No Brasil, no final da década de 1970 e início dos anos 1980, foi marcado por várias mobilizações de mulheres contra a violência de gênero. A década de 80 é considerada um marco no que diz respeito aos direitos, visto que a Constituição Federal de 1988 ampliou consideravelmente o panorama dos direitos para os cidadãos e cidadãs brasileiras. A evolução das ciências na contemporaneidade, em sentido amplo, influenciou o surgimento de diversas legislações protecionistas à mulher, permitindo constatar que, no Brasil, especificamente no ano de 1988, através da Constituição Federal; o papel da mulher foi ressignificado. 
A nova Carta Magna trouxe inovações significativas e estruturou um novo protecionismo às mulheres referentes à revalidação dos seus direitos fundamentais e explícitos. A Constituição Federal de 1988 foi considerada por muitos estudiosos como uma Constituição Cidadã, pois com ela a mulher conseguiu o seu lugar em situação de igualdade com o homem, na sociedade e na família.
 Conforme o seu artigo 5°, “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes” 
No Brasil até o ano de 2004 não existia uma legislação direcionada ao contexto da violência doméstica e familiar que fosse integral com medidas protetivas e preventivas para a mulher. Nesse mesmo ano foi elaborado com o apoio e pressão dos movimentos feministas o Projeto de Lei n° 4.559/2004, que dele originou a Lei n° 11.340/2006 - Lei Maria da Penha. Esta legislação foi promulgada num contexto de sofrimento e luta pela mulher que dá nome a lei. A Sra. Maria da Penha Maia Fernandes, cearense, farmacêutica, no dia 29 de maio do ano de 1983, sofreu uma tentativa de homicídio enquanto dormia, tendo sido atingida por um tiro de espingarda, disparado por seu marido. Emrazão desse tiro a vítima sofreu lesões que a deixaram paraplégica. Desde então a Sra. Maria da Penha lutou em busca de uma legislação que coibisse e punisse esse tipo de violência 
A Lei Maria da Penha tem a premissa de proteger a integridade física, psíquica, moral, patrimonial e sexual da mulher, independente de sua orientação sexual. Essa lei determina proteção à mulher em situação de violência e a seus dependentes, a vítima é encaminhada para um abrigo que garanta direitos humanos assegurados também pela Constituição Federal de 1988.
A lei Maria da Penha assegura para a mulher um dos direitos fundamentais do ser humano que é o direito de viver sem violência, devendo ser preservada a sua integridade física, mental e social independente de suas condições sociais, orientação sexual, raça, idade, religião, entre outros, garante ainda uma assistência jurídica gratuita e de qualidade. 
A partir dessa conquista, as práticas homicidas contra a mulher diminuíram, muitos abusos deixaram de ocorrer, e principalmente muitos agressores foram devidamente punidos. A violência contra a mulher deixou de ser algo normal e passou a ser um crime, o agressor pode pagar pelos seus crimes. A sociedade apenas ganhou com a criação de tal Lei, pois representa a libertação feminina dos abusos machistas. Em contrapartida, o fenômeno da violência domestica paira a sociedade de forma mais voraz, visto que diariamente é alarmante o numero de casos de espancamentos, ameaças e ate mesmo assassinatos mostrados nos jornais.
Daí a inserção de uma nova expressão que define os assassinatos de mulheres, por estas serem mulheres, o vocábulo feminicídio. Essa expressão é uma palavra correspondente ao termo homicídio. Juridicamente feminicídio é definido como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino” e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos. A Lei do Feminicídio, lei nº 13.104, que entrou em vigor em 2015. 
O feminicídio é a instância última de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro, como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante (BRASIL, 2013).
 A nova lei alterou o código penal para incluir mais uma modalidade de homicídio qualificado, o feminicídio: quando crime for praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
O § 2º-A foi acrescentado como norma explicativa do termo "razões da condição de sexo feminino", esclarecendo que ocorrerá em duas hipóteses: a) violência doméstica e familiar; b) menosprezo ou discriminação à condição de mulher; A lei acrescentou ainda o § 7º ao art. 121 do CP estabelecendo causas de aumento de pena para o crime de feminicídio.
A pena será aumentada de 1/3 até a metade se for praticado: a) durante a gravidez ou nos 3 meses posteriores ao parto; b) contra pessoa menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência; c) na presença de ascendente ou descendente da vítima.
Neste sentido, a lei modificou o art. 1º da Lei 8072/90 (Lei de crimes hediondos) para incluir a alteração, sintetizando que o feminicídio é nova modalidade de homicídio qualificado, entrando, portanto, no rol dos crimes hediondos. Uma situação complexa para as mulheres requer medidas mais eficazes 
A temática de violência domestica contra mulher no Brasil ganha cada vez mais espaço em debates e discussões acerca do bem estar social da população, diariamente o assunto gera questionamentos e indagações na busca de uma politica pública eficaz que projeta a mulher dessa mazela social, contudo a discussão ainda é muito complexa, visto que a problemática assume uma magnitude incomensurável.
6. POLITICAS PÚBLICAS PARA O ENFRENTAMENTO DA VIOLENCIA CONTRA A MULHER
No cenário brasileiro, os anos 70 marcam o surgimento dos primeiros movimentos feministas organizados e politicamente engajados em defesa dos direitos da mulher contra o machismo e suas disparidades. 
Buscava-se solucionar situações tão diversas como a violência física, sexual e psicológica cometida por parceiros íntimos, o estupro, o abuso sexual de meninas, o assédio sexual no local de trabalho, a violência contra a homossexualidade, o tráfico de mulheres, o turismo sexual, a violência étnica e racial, a violência cometida pelo Estado, por ação ou omissão, a mutilação genital feminina, a violência e os assassinatos ligados ao dote, o estupro em massa nas guerras e conflitos armados.
O processo de asseguração da cidadania das mulheres e a igualdade de gênero é um processo intrincado e laborioso. Rodrigues (2003) afirma que a importância do movimento feminista. 
O feminismo parte do reconhecimento da hierarquia social entre homens e mulheres, considerando-a historicamente determinada e injusta, e tem por finalidade eliminá-la. Assim, passa a reivindicar a igualdade de gênero e a consolidação da cidadania feminina. Segundo a noção de cidadania alude não apenas à conquista de direitos, mas, sobretudo, a manutenção e ao aprofundamento de direitos conquistados e acumulados historicamente (RODRIGUES, 2003). 
Rodrigues (2003) ainda reitera que foi no final dos anos 70 que o movimento feminista denunciou os casos sobre a violência doméstica e familiar contra mulheres e passou a exigir políticas públicas de enfrentamento a este tipo de violência. 
O movimento de mulheres, comparativamente a outros movimentos sociais, tem sido um dos movimentos que conseguiu resultados mais frutíferos no campo das políticas públicas, em decorrência, principalmente da dimensão propositiva do movimento e da sua disposição para uma interlocução com o Estado. (RODRIGUES, 2003). 
Sob uma égide fatigante guiado por lutas, a implementação de políticas públicas referentes ao gênero implica em desafios relacionados a vencer resistências internalizadas.
Essas políticas representam instrumentos que o Estado possui, voltadas para superar ou ao menos amenizar as desigualdades, defender os direitos humanos, na sua integralidade, e atentar para as especificidades do sexo feminino (OLIVEIRA; CAVALCANTI, 2007).
Além disso, não basta que haja um ordenamento que tenha vigência jurídica, mas não tenha vigência social, isto é, que não seja aceito e aplicado pelos membros da sociedade. O combate ao fenômeno da Violência contra Mulher não é função exclusiva do Estado; a sociedade também precisa se conscientizar sobre sua responsabilidade, no sentido de não aceitar conviver com este tipo de violência, pois, ao se calar, ela contribui para a perpetuação da impunidade. Faz-se urgente a compreensão, por parte da sociedade como um todo, de que os Direitos das Mulheres são Direitos Humanos, e que a modificação da cultura de subordinação calcada em questões de gênero requer uma ação conjugada, já que a violência contra a mulher desencadeia desequilíbrios nas ordens econômica, familiar e emocional. O ideal neste caso seria trabalhar tanto com ações pontuais específicas, como com as políticas públicas transversais. (OLIVEIRA; CAVALCANTI, 2007).
7. SERVIÇO SOCIAL E A QUESTÃO DA VIOLENCIA CONTRA MULHER 
O Serviço Social contemporâneo atua com um posicionamento ético político muito bem definido pela categoria, a profissão constrói, de acordo com seu projeto-ético-político, alternativas e estratégias que façam frente à questão social, objeto de intervenção do Serviço Social, e conta em sua grande maioria com profissionais capacitados. É uma profissão revolucionaria que tem como objetivo efetivar os direitos sociais e a defesa das minorias. 
Segundo Iamamoto (2001) entende-se por questão social o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade, e os assistentes sociais trabalham nas mais variadas expressões da questão social em diversas áreas. Euma das áreas de atuação do Serviço Social é no atendimento às vitimas de violência doméstica, a profissão atua em diversos setores e políticas públicas sociais que atendem às vítimas e combatem esse fenômeno.
O Serviço Social exerce seu papel profissional no combate à violência doméstica inserido nas instituições que prestam atendimento à mulher vítima de violência, após a reconceituação da profissão e a defesa de um projeto ético-político em favor da construção de uma sociedade mais justa, a profissão tem sido reconhecida, valorizada e requisitada, configurando um espaço na divisão sócio técnica do trabalho, merecendo a confiança das outras profissões e entidades diversas, conquistando espaço e demarcando a identidade da assistência social. 
Tendo como intuito compreender a atuação desta categoria no enfrentamento da violência doméstica, é importante entender que a profissão atua fundamentada em três dimensões: 
A dimensão ético-política que orienta o profissional a exercer um papel no sentido de orientar as mulheres discutindo com estas seus direitos, e se posicionando a favor da luta por políticas que venham a suprir as necessidades reais das vítimas desse mal. 
Consoante Lisboa e Pinheiro (2005) 
O Código de ética permite a esse profissional uma postura de compromisso haja vista que, o Código de Ética da profissão tem sido um marco orientador para a intervenção dos assistentes sociais, até porque esse aporte determina a postura que os profissionais devem assumir perante os usuários em seus onze princípios fundamentais. 
A dimensão teórico-metodológica tem como objetivo aclarar a prática profissional, à medida que contribuem ao profissional para a criação de estratégias para o enfrentamento das demandas impostas nesta área. De acordo com IAMAMOTO (2000), “a apropriação da fundamentação teórico-metodológica é caminho necessário para a construção de novas alternativas no exercício profissional”. 
Já a dimensão técnico-operativa instrumentaliza o profissional do Serviço Social para a atuação e intervenção junto às demandas apresentadas. É com a utilização dessas competências, que o assistente social busca articular suas ações, sempre de forma fundamentada. Ao profissional do Serviço Social cabe o papel de compreender o contexto em que as mulheres que sofrem violência estão inseridas, mediante levantamento do histórico familiar e o motivo que a levou a precisar dos atendimentos sócio jurídico, nesse caso a violência doméstica. 
Isto posto, o Assistente Social busca compreender as relações sociais dessa mulher em situação de violência, visando sempre assegurar os direitos fundamentais. Nessa perspectiva os instrumentais técnicos operativos utilizados no cotidiano do Serviço Social é um fator preponderante para o Assistente Social, ao escolher um determinado instrumento de ação, o profissional deve ter clareza da finalidade que pretende alcançar, pois o instrumental escolhido permitirá a efetividade de tais finalidades, o conhecimento da realidade é imprescindível neste processo de escolha do instrumental. O conjunto de instrumentais utilizados pelos assistentes sociais é variado, mas para escolher corretamente qual instrumental irá auxiliá-lo para a intervenção, o assistente social deve articular sua escolha às dimensões teórica e ético-política. 
Isso se faz necessário, devido o cotidiano profissional ser um espaço que impõe limites, oportunidade e desafios ao assistente social, fazendo com que a reflexão, a investigação e a criticidade sejam alguns dos principais elementos utilizados para articular essas dimensões. Para Lisboa e Pinheiro (2005):
Os instrumentais técnicos operativos que são utilizados na atuação profissional do assistente social no atendimento às vítimas de violência doméstica são: entrevista, visita domiciliar, reuniões em grupo, equipe multiprofissional, documentação, relatórios, parecer social, planejamento de programas, projetos, construção de indicadores, pesquisa, articulação em rede. Para o manuseio desses instrumentais, a utilização da ética profissional e o posicionamento ético político são fundamentais no sentido de estabelecer estratégias que possam responder às demandas e criar uma identidade profissional que inspire o respeito e compromisso no combate à violência doméstica. 
O instrumental entrevista aperfeiçoa a ética profissional, de modo que exige do profissional que escute os problemas apresentados sem fazer julgamentos de valores, sempre mantendo uma relação de respeito com a usuária de seus serviços. Nas reuniões, a postura ética e o projeto ético político são fundamentais, visto que o profissional tem nesse instrumental a possibilidade de contribuir para aliviar as angústias nas discussões, e construir o fortalecimento das mulheres por meio da socialização das informações acerca dos direitos sociais e os encaminhamentos que podem ser realizados pelos profissionais. 
Outros instrumentais que exigem a ética profissional por parte dos assistentes sociais são: documentação e a elaboração de relatórios, onde se pontuam as situações de risco e vulnerabilidade como as mulheres e seus filhos se encontram. E ainda o parecer social, que viabiliza os direitos sociais necessários às mulheres para o rompimento com as situações violentas. De acordo com MIOTO este instrumental, “tem a finalidade de conhecer, analisar e emitir um parecer sobre situações vistas como conflituosas ou problemáticas no âmbito dos litígios legais visando assessorar os juízes em suas decisões". (MIOTO, 2015).
Afirmando que a ética é um instrumento de compromisso profissional e pessoal do Assistente Social, considerando que, em consonância com Lisboa e Pinheiro (2005), as condições institucionais de trabalho do assistente social nem sempre são favoráveis e tem orçamento reduzido, e as intervenções nas situações violentas sempre causam desgaste físico e psicológico nos profissionais. 
Os instrumentais teórico metodológicos são de extrema responsabilidade, pois o Assistente Social precisa ter um referencial teórico que norteie sua prática profissional. É fundamental que o profissional esteja em constante atualização dos conhecimentos inerentes à profissão, principalmente em sua área específica de atuação. Deste modo os instrumentais técnicos operativos utilizados no cotidiano do profissional no enfrentamento das mazelas da questão social e das disparidades é um agente preponderante para o Assistente Social realizar seu trabalho.
Portanto, é competência dos assistentes sociais a clareza de saber se apropriar dos instrumentais de forma correta, e fazer uma ponte com as orientações teórico-metodológicas, sempre pautadas no projeto ético-político da profissão, visando atuar junto às vítimas de violência doméstica e poder estimular a denúncia, esclarecer os direitos, incentivar o registro da queixa, orientar sobre os exames de corpo delito, realizar dinâmicas e reuniões para resgatar a autoestima, elaborar pareceres, encaminhar as vítimas aos programas assistenciais e também para as ações da rede de saúde, e por fim exercitar o trabalho interdisciplinar nos diversos tipos de atendimento necessários à mulher vítima de violência doméstica.
8. DESAFIOS DO ASSITENTE SOCIAL FRENTE A QUESTAO DA VIOLENCIA CONTRA MULHER 
É muito importante reiterar que ao movimento feminista deve ser afiançado o mérito de insistentemente lutar na busca por responsabilizar agressores de mulheres, e alardear que a violência contra a mulher nunca ganhou expressividade e foi realmente considerada pelos poderes públicos brasileiros. A lei Maria da Penha, Lei nº11. 340, de 7 de agosto de 2006, foi estabelecida após muitas lutas do movimento feminista, Essa lei é intitulada com o nome de uma mulher vítima de três tentativas de homicídio por parte do marido, sendo que uma das tentativas a deixou paraplégica. 
Esta legislação, institui mecanismos para coibir e punir a violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras providências. A lei está estabelecida e promulgada, mas o grande desafio enfrentado pelos assistentes sociaise os profissionais que atuam no combate à violência doméstica contra a mulher, é a efetivação de uma rede de serviços interdisciplinares que englobe todos os programas e projetos das diversas áreas que compõem a política pública de atendimento e combate à violência. 
São muitos os entraves e desafios que o profissional de Serviço Social enfrenta no combate à violência doméstica. Os serviços disponíveis onde se inserem estes profissionais, tanto nas áreas da saúde, da segurança pública e da assistência social não conseguem atender às mulheres de forma integral e articulada. Isso amplia ainda mais o crescente número de mulheres vítimas de violência doméstica e, portanto, a maior preocupação e atenção que os profissionais precisam ter diante deste fenômeno social, que está longe de ser algo ocasional e individualizado. 
Diante disso, o compromisso ético-político do assistente social se faz necessário para junto com a rede de atendimento socioassistencial combater efetivamente a violência e tentar impedir a reincidência da mesma dentro dos lares. Os programas que visam atender as mulheres em situação de violência não recebem a devida atenção, ou seja, o governo investe pouco na rede de atendimento, fragilizando instituições e programas de apoio às vítimas. O que se pode perceber é uma desestruturação entre o que as mulheres necessitam no acolhimento, o atendimento que os profissionais do Serviço Social querem ofertar e o que o governo disponibiliza para que a intervenção aconteça. 
A situação é complexa de modo que quem perde com isso não são apenas os usuários dos serviços, mas também os profissionais que adoecem com a rotina desgastante. Atuar frente aos novos dilemas familiares, e, com isso, considerando a questão da violência, a dependência química, somado ao crescimento da pobreza e aos recursos cada vez mais escassos destinados para as políticas sociais, se configura como mais um dos desafios para o fazer profissional do assistente social. 
9. CONCLUSÃO
A profissão do Serviço Social tem uma trajetória histórica e dinâmica, marcada por avanços, o exemplo disso, é que a atuação profissional reestruturou-se conforme o amadurecimento da profissão e sua compreensão da realidade social em que estava inserida. Atualmente a profissão é norteada por um Código de Ética pautado nos valores de liberdade, democracia, justiça social, respeito e defesa das minorias. 
Essa opção pela ética e por uma postura política comprometida com o combate à desigualdade configurou uma identidade profissional respeitada, requisitada e necessária às diversas políticas públicas sociais implementadas pelos governos em todas as áreas e âmbitos governamentais. O que explicitou uma gama variada de atuação para essa profissão, inclusive no combate à violência doméstica contra a mulher. Por ser uma disparidade social, antiga, grave, delicada e complexa, essa intervenção exige do profissional uma orientação ética elencada nos preceitos da democracia, defesa das minorias, luta por uma igualdade na orientação dos sexos, o respeito pelas mulheres, a explicitação da questão de gênero entre outros fatores. 
O profissional de Serviço Social é qualificado para exercer sua pratica profissional nas diversas áreas ligadas à condução das políticas sociais públicas, tendo como objetivo responder às demandas dos usuários dos serviços prestados, com o intuito de garantir atendimento humanizado e assegurar os direitos. A ação e intervenção profissional dos Assistentes Sociais em demandas familiares, inclusive na questão da violência, se apresenta desafiadora, entretanto, vêm avançando com muita competência, o qual possibilita resgatar a dignidade humana.
Portanto, é necessário ao profissional assistente social, que atua no combate à violência contra a mulher, se reafirmar como profissional capacitado para desempenhar seu papel frente essa problemática e descobrir alternativas e possibilidades para uma atuação que enfrente todos os desafios alocado nessa área, elucidando as situações apresentadas, capacitando-se para o trabalho com as mulheres, trabalhado para a transformação no modo das condições de vida, na cultura de subalternidade imposta às mulheres, participando das discussões sobre a questão da violência contra a mulher, organizando eventos na área, pugnando nos conselhos, procurando que o governo priorize as políticas públicas de combate à violência em sua agenda. Sem, contudo esquecer a trajetória histórica que configura a identidade profissional lograda pela categoria, e que se encontra explicitada nos onze princípios fundamentais do Código de Ética profissional do Serviço Social.
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