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Relação entre ocupação desordenada e degradação do solo em conceição de Jacareí_Glaucia de Souza

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A RELAÇÃO ENTRE A OCUPAÇÃO DESORDENADA E A DEGRADAÇÃO DO SOLO 
NO DISTRITO DE CONCEIÇÃO DE JACAREÍ1 
Glaucia Maria Moreno de Souza2 
 
RESUMO 
Este artigo tem como objetivo analisar de que forma a ocupação desordenada está relacionada 
com a degradação do solo no distrito de Conceição de Jacareí. Para isto, o conceito de espaço, 
mais especificamente o espaço urbano, bem como seus agentes modeladores serão abordados 
e os tipos de processos de degradação do solo. 
 
Palavras-chave: Conceição de Jacareí, ocupação desordenada, degradação do solo, erosão do 
solo, movimentos de massa, espaço e agentes modeladores do espaço. 
 
INTRODUÇÃO 
Conceição de Jacareí é o segundo distrito do município de Mangaratiba, localizado 
na região da Costa Verde, no estado do Rio de Janeiro. Esta região está inserida na rota 
turística do estado, apresenta uma beleza singular, devido ao relevo acidentado da Serra do 
Mar conjugado com as praias calmas, atraindo os segmentos turístico e veranista. 
O município de Mangaratiba fica próximo a região metropolitana do Rio de Janeiro e 
sua ocupação ao longo dos anos assumiu caráter veranista, devido à proximidade e por 
oferecer amenidades como o fácil acesso ao mar e o contato com a natureza, uma vez que o 
local é cercado pela Mata Atlântica. Gradativamente os empreendimentos imobiliários, 
pousadas, resorts se instauraram no município, assim como o aumento da ocupação 
desordenada, o que contribui para que ocorra impactos ambientais e isso também se reflete no 
distrito de Conceição de Jacareí. 
O recorte espacial para a realização desse trabalho iniciou a partir da análise empírica 
do espaço feita a partir do ano de 2001, onde a prefeitura de Mangaratiba efetuou obras de 
melhorias no distrito, como a revitalização do calçadão que margeia a praia, bem como 
observações obtidas a partir das imagens do Google Earth, onde é possível a verificação do 
aumento da ocupação desordenada. 
O que se pretende com essa pesquisa é evidenciar como os agentes do espaço, 
transformam o espaço e como essa mudança gera impactos ambientais, nesse caso tendo 
 
1 Artigo apresentado ao curso de Geografia da Universidade Castelo Branco como requisito parcial para 
obtenção do título de Licenciatura em Geografia. 
 
2 Graduanda em Geografia pela Universidade Castelo Branco. 
2 
 
como consequência a degradação do solo no distrito de Conceição de Jacareí. O trabalho 
dialoga com Henri Lefebvre, Milton Santos, Ana Carlos, Antônio Guerra, Sandra Cunha, 
entre outros, que abordam o espaço e impactos ambientais. 
Por conseguinte, esta pesquisa se justifica pela necessidade de avaliar as 
transformações do espaço, pois são processos complexos e articulados. As relações da 
sociedade com o ambiente (social e natural) onde vive, faz com que o tema proposto seja 
relevante, porque o distrito de Conceição de Jacareí vem apresentando uma ocupação 
desordenada, gerando impactos na localidade, ou seja, uma mudança no espaço, uma nova 
forma de interpretar as relações e ações existentes no distrito. 
O presente artigo está dividido em três tópicos, o primeiro apresenta o recorte 
espacial, o segundo aborda o espaço e os agentes que atuam nele e o terceiro enfoca a 
degradação do solo decorrente da ocupação desordenada, dando ênfase a erosão do solo e aos 
movimentos de massa. 
 
1 APRESENTAÇÃO DO RECORTE ESPACIAL 
Neste tópico será apresentado um breve contexto histórico do município de 
Mangaratiba e do distrito de Conceição de Jacareí, sendo esta localidade o 2º distrito de 
Mangaratiba e objeto de análise deste artigo. Embora o distrito tenha sofrido expansão na 
década de 1970, será considerado o recorte temporal o ano de 2001, pois é neste período em 
diante que o local apresenta o aumento da ocupação. 
1.1 O município de Mangaratiba 
Mangaratiba pertence à região da Costa Verde, na porção sul do estado do Rio de 
Janeiro, fazendo divisa com os municípios de Itaguaí, a leste; Rio Claro, ao norte e Angra dos 
Reis, a oeste conforme é possível identificar no Mapa 1. Possui seis distritos – Mangaratiba 
(sede), Conceição de Jacareí, Itacuruçá, Muriqui, Serra do Piloto e Praia Grande. Essa região 
do estado apresenta como características principais uma significativa porção da Mata 
Atlântica, que reflete sua cor no mar verde esmeralda e calmo. O litoral de recorte sinuoso, 
nos revela paisagens singulares como ilhas, enseadas, mangues, restingas, cachoeiras e rios. 
 
 
 
3 
 
 Mapa 1. A região da Costa Verde e o município de Mangaratiba. 
 Fonte: CEPERJ. 
Atualmente as atividades de turismo e de veraneio3 têm grande importância para a 
dinâmica econômica do município. Tal dinamismo se deve ao fácil acesso pela BR 101 que 
margeia o litoral fluminense e paulista, além de ser acompanhada em sua margem interna, 
por fragmentos de Mata Atlântica. Este conjunto: acesso a partir da capital do Rio de Janeiro, 
presença de áreas verdes e proximidade do mar não só é indutor do incremento das atividades 
turísticas, mas também impulsionou o aumento de sua população residente. 
De acordo com o censo do IBGE (2010) a população permanente correspondia 
36.456 habitantes, entretanto por pertencer a rota turística, sua população aumenta durante a 
alta temporada. Ao compararmos estes números mais atuais com os do censo de 2000 
verificamos o aumento populacional. O município apresentava uma população de 24.901. 
 
3 De acordo com a Organização Mundial do Turismo – OMT, O turismo é um fenômeno social, cultural e 
econômico relacionado à movimento de pessoas para lugares fora do seu local habitual de residência, sendo o 
prazer a motivação habitual, porém outros motivos como saúde, negócios, estudos são considerados; envolve a 
utilização de algum meio de transporte e ao menos um pernoite no destino. Veraneio é uma atividade 
caraterizada por pessoas que possuem casas próximas a praia compreendida como segunda residência, isto é, 
“permite liberdade total de tempo e permanência e época da viagem”. (BARRETTO, 2014, p. 19). 
 
4 
 
Mais de 50% dos domicílios de Mangaratiba são de uso ocasional, são eles hotéis, 
resorts de luxo e grandes condomínios. Grande parte das áreas planas e edificáveis já estão 
loteadas e ocupadas, sendo as mais nobres ocupadas pelos imóveis de veraneio e as periferias 
ocupadas pela população local de menor renda. 
Segundo o plano diretor4 da prefeitura de Mangaratiba, sua história de ocupação 
percorre o apogeu e decadência dos grandes ciclos econômicos brasileiros (a exploração 
desmedida do pau-brasil, ciclo da cana-de-açúcar, da monocultura cafeeira) marcando a 
região por sucessivas desestruturações e restruturações econômicas, sociais e espaciais com 
diferentes uso e ocupação do solo5. 
Na década de 1940 ocorreram os grandes loteamentos na orla marítima, reforçando o 
papel turístico e de veraneio no município, que se consolida com a abertura da BR 101 (Rio 
Santos), na década de 1970. Atualmente, o município sofre grande pressão imobiliária e de 
ocupações irregulares, promovida em parte pelo incremento populacional que se dirige à 
localidade em busca de lazer e entretenimento, tais como shows, carnaval, festas (juninas e 
aniversário da cidade), réveillon, etc. E também devido a oferta de emprego estimulado pelo 
turismo, embora seja sazonal e empreendimentos industriais. 
Conforme o plano de manejo6 de Mangaratiba, o município apresenta problemas 
ambientais com a atividade turística, com a especulação imobiliária e com a ampliação das 
ocupação humana, além da forma de implementação da atividade agropecuária. Por estar 
localizado entre dois eixos de desenvolvimento industrial (Angra dos Reis e Itaguaí) e por seu 
forte apelo turístico, o município tem sofrido impactos ambientais como desmatamento, 
ocupação e erosão de encostas, alteraçãodo curso, assoreamento e contaminação dos corpos 
hídricos, aterro de mangues, todos relacionados mais ou menos diretamente à ocupação 
 
4 O Plano Diretor está previsto na Lei 10.257/01, conhecida como Estatuto da Cidade. O art. 41 estabelece que 
“o plano diretor é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, integrantes de áreas de especial 
interesse turístico e inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto 
ambiental de âmbito regional ou nacional”. O Plano Diretor é um instrumento dos governos municipais voltado à 
política do desenvolvimento urbano. 
 
5 As informações sobre a ocupação de Mangaratiba, ao longo do tempo, estão disponíveis no plano diretor, 
porém este artigo, analisa o distrito de Conceição de Jacareí a partir do ano de 2001. 
 
6 O plano de manejo, conforme o Ministério do Meio Ambiente é um documento consistente, elaborado a partir 
de diversos estudos, incluindo diagnósticos do meio físico, biológico e social. Ele estabelece as normas, 
restrições para o uso, ações a serem desenvolvidas e manejo dos recursos naturais da Unidade de Conservação 
(UC), seu entorno e, quando for o caso, os corredores ecológicos a ela associados, podendo também incluir a 
implantação de estruturas físicas dentro da UC, visando minimizar os impactos negativos sobre a UC, garantir a 
manutenção dos processos ecológicos e prevenir a simplificação dos sistemas naturais. 
 
5 
 
urbana, que é caracterizada por grandes empreendimentos imobiliários, mas também pelo 
crescimento de ocupações irregulares, superpopulação na alta temporada turística, 
insuficiência dos serviços de saneamento (em suas três especificidades: abastecimento de 
água, coleta e tratamento de esgoto e manejo de resíduos sólidos), favelização, conflitos por 
terra, exploração vegetal irregular e caça. 
O principal reflexo dos problemas ambientais na região é a extrema fragmentação da 
Mata Atlântica e a formação de efeitos de borda, que modificam suas características originais 
remanescentes, podendo causar alterações na estrutura, composição e na abundância relativa 
das espécies na parte marginal do fragmento, além da perda de espécies nativas e a invasão 
por espécies exóticas; erosão do solo; e perda da qualidade da água nas bacias de drenagem 
locais. 
Para minorar os impactos ambientais, o município implantou a Área de Proteção 
Ambiental – APA, denominada Área de Proteção Ambiental de Mangaratiba (APAMAN) em 
virtude de conservar a Mata Atlântica, os manguezais, os mananciais e a presença de 
monumentos históricos e sítios arqueológicos. Vale destacar que, a APA faz parte do grupo de 
Unidade de Conservação7 de Uso Sustentável. 
Ainda sobre a APA8, é comum a ocorrência de ocupações e loteamentos irregulares, 
principalmente nas franjas dos núcleos urbanos do litoral, ocupando áreas de risco geológico e 
faixas marginais de proteção de cursos hídricos. Fluxos de populações são estimulados pelos 
novos empreendimentos industriais ou pelas atividades turísticas, fazendo surgir aglomerados 
pelos novos empreendimentos industriais ou pelas atividades turísticas, fazendo surgir 
aglomerados que nem sempre são acompanhados por planejamento territorial. Isso favorece a 
ocupação desordenada do solo e gera conflitos fundiários entre a população local, o poder 
público e setores imobiliários e impactos ambientais. 
Em suma, o município sofre com o aumento populacional, assim como as demais 
cidades brasileiras e apresenta problemas ambientais. 
 
7 Segundo o Ministério do Meio Ambiente as unidades de conservação (UC) são espaços territoriais, incluindo 
seus recursos ambientais, com características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a 
representatividade de amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e 
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio biológico existente. 
 
8 A APA é uma categoria de unidade de conservação relativamente nova. Sua implementação se iniciou na 
década de 1980, com base na Lei Federal 6.902/1981, que estabelece, no art. 8: “O Poder Executivo, quando 
houver relevante interesse público, poderá declarar determinadas áreas do Território Nacional como de interesse 
para a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações humanas e conservar ou melhorar as 
condições ecológicas locais.”. São permitidas a ocupação e a exploração dos recursos naturais, desde que em 
conformidade com normas específicas que assegurem a proteção da unidade. 
6 
 
 Mapa 2. Localização do distrito de Conceição de Jacareí. 
 
 Fonte: Plano Diretor de Mangaratiba. 
 
 
1.2 O distrito de Conceição de Jacareí 
Conceição de Jacareí é o segundo distrito de Mangaratiba. Seu povoamento teve 
início onde hoje encontra-se o largo da Matriz, e sua fundação data de 1652. O local tornou-se 
distrito nos anos de 1800. Remanescente do período áureo do café, o distrito também conta 
sua história por meio de monumentos, como a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, erguida 
por pescadores, no ano de 1847. O nome Jacareí deriva de jacaré-y, rio dos jacarés. 
O Decreto nº 897, de 16 de outubro de 1856 criou, no Município de Mangaratiba, um 
curato civil e eclesiástico, sob a invocação de N.S. da Conceição de Jacareí, com os limites 
que o presidente da Província designasse, depois de ouvir a autoridade eclesiástica do 
bispado. 
Em 21 de janeiro de 1859, o curato de N.S. da Conceição de Jacareí foi elevado pelo 
Decreto nº 1099 à categoria de Freguesia, com o mesmo nome. 
Em um contexto mais contemporâneo, o distrito sofreu expansão após a implantação 
da BR 101 (Rio-Santos) nos anos de 1970, passando a receber turistas que buscavam lazer e 
7 
 
tranquilidade, uma vez que o distrito possui uma praia calma, ideal para esportes náuticos, 
pesca e banho. 
De acordo com o censo do IBGE (2010), Conceição de Jacareí possui 4114 
habitantes, sendo composta por 2086 mulheres e 2028 homens. Ao compararmos estes 
números mais atuais com os do censo de 2000 constatamos o forte crescimento populacional 
comentado anteriormente. O distrito possuía, no início deste século, uma população em torno 
de 2.385. Houve, portanto, um aumento de aproximadamente 75% em sua população 
residente. 
A população residente se divide em dois grupos: um grupo voltado ao comércio local 
e as atividades de turismo e outro composto por pessoas que trabalham na sede do município 
de Mangaratiba, Itaguaí e Angra dos Reis. 
No ano de 2001 a prefeitura de Mangaratiba entregou ao distrito um calçadão com 
quiosques margeando a praia. Em 2008 o píer foi inaugurado e atualmente diversas 
embarcações o utilizam para fazer passeios e travessias para Ilha Grande, o que levou ao 
surgimento de várias agencias turísticas no local. 
Como já foi explicitado, um dos fatores que reforça o caráter veranista do distrito é , 
a proximidade com a capital fluminense. A atividade de veraneio de acordo com Schossler 
(2017) se caracteriza como prática social e cultural que remonta ao final do século XIX, 
quando banhistas passaram a procurar as praias para os banhos terapêuticos e recreios no final 
de semana. Atualmente a procura por banhos terapêuticos nas praias não ocorrem mais, porém 
as casas de veraneio continuam a aumentar, onde o veranista pode permanecer em suas férias 
e/ou finais de semanas. 
Em Conceição de Jacareí, para atender ao aumento da demanda relacionada ao 
turismo e ao veraneio, o aumento das residências, que pode ser constatado a partir das 
imagens comparativas do Google Earth (mapas 3 e 4), vem sendo realizado de forma 
desordenada, tanto nas encostas, quanto em área de baixada, ambas com casas de diferentes 
padrões construtivos, o que indica que o crescimento desordenado não está correlacionadoapenas às classes mais pobres. 
O que buscamos com este artigo é destacar que o processo de ocupação do distrito de 
Conceição de Jacareí, por ser caracterizado por construções em áreas inapropriadas e 
realizado de forma desordenada vem contribuindo severamente para ocorrência de impactos 
ambientais, a despeito do distrito estar inserido na APA de Mangaratiba. Tais impactos 
8 
 
incluem desde o desmatamento, atingindo severamente os fragmentos de Mata Atlântica ali 
presentes, a impermeabilização do solo exposto, o que promove deslizamento em áreas de 
encostas, e consequentemente, em diferentes escalas de tempo, a redução tanto de espécies 
endêmicas da fauna e flora, quanto a redução da qualidade de vida da população. Como 
defende Guerra (2015), as ações antrópicas podem acelerar ou retardar estes processos. 
Tudo o que está sendo discutido neste subcapítulo está relacionado às ações de 
transformação do espaço geográfico, mais especificamente do espaço urbano. Na próxima 
parte do artigo, apresentaremos brevemente algumas considerações sobre os conceitos de 
espaço geográfico e espaço urbano, tendo como referências as discussões de Roberto Lobato 
Corrêa, Milton Santos e Ana Fani Carlos, para conseguirmos compreender como existe uma 
lógica na organização e produção do espaço que acaba por favorecer, de alguma forma, os 
processos que foram rapidamente citados nesta primeira parte. 
Mapa 3. Conceição de Jacareí no ano de 2001. 
 
Fonte: Google Earth. 
 
 
 
9 
 
Mapa 4. Conceição de Jacareí no ano de 2019. 
 
Fonte: Google Earth. 
 
2 APRESENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE O ESPAÇO E SEUS AGENTES 
Todo espaço geográfico é dinâmico. As práticas humanas, ao longo da história, 
fomentam transformações espaciais que, por sua vez, fomentam transformações nas próprias 
relações humanas. Estas transformações podem ocorrer mais ou menos intensamente, com 
maior ou menor rapidez. Assim, como nos lembra Santos (2006), temos um movimento 
dialético, onde não há ente totalmente passivo. 
No subtítulo anterior, explicitamos que o município de Mangaratiba tem passado por 
um intenso processo de transformação no seu espaço urbano, induzido pelo crescimento 
populacional e pelo avanço de empreendimentos imobiliários e isto reflete no distrito de 
Conceição de Jacareí. Se por um lado, o incremento em atividades econômicas parece 
positivo para o município, por outro, gera efeitos, talvez não esperados, que apresentam 
rebatimentos na qualidade de vida dos próprios moradores. 
10 
 
Nesta parte do artigo, discutiremos brevemente o conceito de espaço geográfico e a 
atuação dos agentes modeladores do espaço urbano, afim de identificar o papel destes agentes 
nas recentes transformações do recorte espacial em questão. 
2.1 O Espaço Geográfico 
Neste trabalho abordaremos o conceito de espaço geográfico sob enfoque da 
geografia crítica através do diálogo entre os autores Milton Santos, Henri Lefebvre, Roberto 
Lobato Corrêa, entre outros. 
De acordo com Corrêa (2014) a geografia crítica surge na década de 1970 baseada no 
materialismo histórico dialético marxista. Se opõe a geografia quantitativa, que é baseada no 
positivismo lógico e com o raciocínio hipotético-dedutivo. Apresenta o espaço limitado, não 
considera “as contradições, os agentes sociais e as transformações são inexistentes ou 
relegadas a um plano secundário” (CORRÊA, 2014, p.22-23). A geografia crítica compreende 
o espaço para além de um campo das ações humanas, ele não é receptáculo somente. Nas 
palavras do autor, ao se falar de formação espacial na geografia crítica, o mérito está em "se 
explicitar teoricamente que uma sociedade só se torna concreta através do seu espaço, do 
espaço que ela produz e, por outro lado, o espaço só é inteligível através da sociedade" 
(CORRÊA, 2014, p.26). 
É o que Henri Lefebvre quer dizer quando nos ensina a pensar o espaço como um 
ambiente onde as relações capitalistas se reproduzem com todas as suas manifestações de 
contradições, lutas e conflitos. No século XIX, Marx e Engels elucidaram que as contradições 
exclusivas ao sistema capitalista, do modo de produção e a divisão da sociedade em classe, 
estavam intrinsicamente relacionadas, as mesmas condicionavam e transformavam o meio 
social. Lefebvre acrescenta que estas contradições se reproduzem através da produção do 
espaço. 
A produção do espaço proposta por Lefebvre (2000), assinala o espaço 
essencialmente atrelado à realidade social. Entende-se que o espaço não existe em si mesmo, 
é produzido. Para compreender o espaço, autor parte do pressuposto de analisar o espaço e o 
tempo de forma articulada, onde o espaço é de ordem simultânea e o tempo é de ordem 
evolutiva, dessa forma se configura o processo histórico da produção social. Lefebvre 
considera fundamentais os elementos de natureza humana como a sensibilidade, corporeidade, 
ideologias e pensamentos que emergem no espaço por meio das relações e ações entre as 
11 
 
pessoas. Assim, o espaço e o tempo são produzidos socialmente, não podem ser entendidos 
como uma totalidade, mas dentro da singularidade de cada sociedade. 
Milton Santos (2014), assinala que o espaço é concebido através de formas (objetos 
geográficos) e conteúdos (sociedade), uma vez que cada forma detém frações da sociedade 
em movimento. Deste modo, cada forma tem uma função na prática social. Santos ainda 
afirma que, a sociedade representa o ser e o espaço, a existência. O ser sofre modificações em 
sua existência em decorrência dos processos criados por suas próprias ações, que fazem 
despontar cada forma como uma forma-conteúdo, como citamos com outras palavras na 
abertura deste subtítulo. É nesse movimento perene e contraditório que a sociedade e o espaço 
se alteram. 
Segundo Roberto Lobato Corrêa (2003), o espaço é compreendido como o reflexo da 
intervenção antrópica sobre a natureza no transcorrer do tempo, resultado do trabalho e da 
divisão do trabalho e que o espaço mantém uma relação de prática social. 
Contribuindo para o entendimento sobre o espaço, Carlos (2018) nos diz que espaço 
e sociedade não podem ser vistos desassociados, porque cada nível de desenvolvimento da 
sociedade refletirá um nível de desenvolvimento da produção espacial. “A tendência normal 
de desvincular-se os dois pontos dessa relação dialética levará a compreensão errônea do que 
seja espaço geográfico”. (CARLOS, 2018, p.31). 
Em suma, as concepções do espaço apresentadas acima, por diferentes autores, nos 
mostra que é um conceito abrangente e complexo, porém é onde as relações decorrem, não é 
inerte, mas uma produção humana ininterrupta. 
2.2 O Espaço Urbano e seus agentes modeladores 
As reflexões que foram elucidadas sobre o conceito de espaço serão, neste tópico, 
relacionadas ao espaço urbano. O distrito de Conceição de Jacareí, recorte espacial deste 
artigo, é considerado espaço urbano não só por estar dentro do perímetro urbano do município 
de Mangaratiba, mas por apresentar características associadas a um processo mais amplo, que 
apesar de ter na cidade sua expressão mais evidente, abrange outros espaços e as relações que 
neles se desenvolvem. 
“O urbano, enquanto um processo de tendência global, reproduz-se e/ou constitui-se 
para além dos espaços territoriais da cidade, invadindo o campo, as zonas rurais e o antigo 
modo de vida, mas é nas cidades que é mais percebido”. (ALVES, 2015, p.135). 
12 
 
De acordo com as considerações de Roberto Lobato Corrêa, o espaço urbano pode 
ser compreendido como o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si e: 
Tais usos definem áreas, como: o centro da cidade, local de concentração de 
atividades comerciais, de serviço e de gestão; áreas industriais e áreas residenciais, 
distintas em termos de forma e conteúdo social; áreas de lazer; e, entre outras, 
aquelas de reserva para futura expansão. Este complexo conjunto de usos da terra é, 
em realidade, a organizaçãoespacial da cidade ou, simplesmente o espaço urbano, 
que aparece assim como espaço fragmentado. (CORRÊA, 1989, p.7). 
 
O espaço urbano é o produto de várias atividades concentradas através do tempo e 
configuradas por atores que produzem e consomem o espaço, onde a atividade é heterogênea 
e que resulta da dinâmica da acumulação do capital. Essa atividade de acordo Corrêa (1989) 
mantém o espaço urbano fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um 
conjunto de símbolos e campo de lutas. Portanto o “espaço urbano também é mutável, 
dispondo de uma mutabilidade que é complexa, com ritmos e natureza diferenciados”. 
(CORRÊA, 1989, p.8). 
Em suma o espaço urbano surge como uma atividade historicamente determinada em 
um processo social. 
Os Atores do Espaço Urbano 
Como dissemos anteriormente, o espaço é produzido, transformado, seguindo uma 
lógica. Nenhuma transformação espacial é desprovida de sentido. Usando as categorias de 
análise de Santos, as formas são criadas para abrigar funções, e as funções são dadas pelas 
demandas daquela sociedade que está construindo seu espaço. A intencionalidade é, portanto, 
uma marca de sua produção e organização. 
Se estamos discutindo um espaço marcado por contradições, não é arriscado afirmar 
que a intencionalidade de alguns agentes consegue se impor mais que a de outros. Corrêa 
(1989) chama estes agentes privilegiados como modeladores do espaço urbano. São eles: os 
proprietários dos meios de produção, os proprietários fundiários, os promotores imobiliários, 
o Estado. E há os agentes que transformam o espaço também como uma forma de resistência 
resposta à intencionalidade hegemônica, os grupos sociais excluídos. 
Apesar das diferentes formas de produção e organização do espaço promovidas por 
estes agentes, Corrêa (1989) aponta que a ação dos mesmos é realizada dentro de um marco 
jurídico que as regula. Este marco não possui neutralidade, porque reflete o interesse 
dominante de um dos agentes, o Estado. Em muitos casos, esta regulação atende também aos 
interesses dos três primeiros agentes citados acima, que podem estar interligados direta e 
13 
 
indiretamente, e exemplifica com as grandes corporações que compram, especulam, 
financiam, administram e produzem o espaço urbano. Em outros casos, porém, estes mesmos 
agentes podem ter conflitos entre si e com outros segmentos, uma vez que o espaço é produto 
de diversas intencionalidades. Pretendemos apresentar, rapidamente, os apontamentos do 
autor sobre cada um dos agentes para compreendermos como se dão tanto a articulação entre 
seus interesses, quanto seus conflitos. 
O primeiro agente a ser apresentado são os proprietários dos meios de produção. 
Estes são representados pelos grandes proprietários industriais e as grandes empresas 
comerciais. São considerados assim, devido à extensão de suas atividades, visto que são 
grandes consumidores do espaço. É essencial que os terrenos sejam amplos e baratos, que 
atendam às qualidades locacionais inerentes às atividades de suas empresas, como por 
exemplo, próximo as vias férreas, rodovias, portos e acesso da população. 
O segundo grupo são os proprietários fundiários, também sendo chamado como 
proprietários de terra, cuja intenção principal é obter a maior renda fundiária de suas 
propriedades. Seu interesse também está presente na expansão da cidade e no crescimento da 
terra rural, menos valorizada em terras urbanas, a fim de obter maiores lucros com este 
crescimento. Assim, esse agente possui interesse “no valor de troca e não no valor de uso da 
terra”. (CORRÊA, 1989, p. 16). Este agente ainda, pode ter conflito com o Estado na medida 
que exerce pressão para “interferir no processo de definição das leis e de uso do solo e do 
zoneamento urbano” (Ibid.). O uso comercial ou residencial de elevado status em geral, 
garante uma rentabilidade maior, principalmente se as terras estiverem próximas a 
amenidades, como o caso do distrito de Conceição de Jacareí, que apresenta a conjugação 
entre mar e serra. 
Os promotores imobiliários, são os agentes que realizam, parcial ou totalmente, a 
incorporação, financiamento, estudo técnico, construção ou produção física do imóvel, 
comercialização do capital-mercadoria em capital-dinheiro, acrescido de lucro. Este agente, 
assim como os agentes e os próximos a serem abordados, interfere na diferenciação no espaço 
em maior e menor escala, reforça a segregação residencial. A diferenciação do espaço se 
agrava principalmente porque, para estes agentes, é muito mais interessante construir para 
uma demanda solvável. Esse é um exemplo de interligação de interesses, visto que o solo é 
mais valorizado quando próximo de grandes empreendimentos imobiliários. Já a construção 
de imóveis para a população de baixa renda tende a ficar de fora das intencionalidades destes 
grupos. 
14 
 
O Estado, é caracterizado por uma atuação multifacetada e variante, pois retrata a 
sociedade da qual faz parte, dinâmica, contraditória e complexa. O Estado pode agir como 
proprietário dos meios de produção, flexibilizando as leis para que uma corporação seja 
instalada em uma localidade, sob um discurso de gerar emprego e renda para a população; 
como proprietário fundiário reservando terras públicas para usos diversos no futuro e 
interferindo no uso do solo e zoneamento urbano; pode tornar-se especulador imobiliário 
quando organiza os mecanismos de créditos à habitação. No entanto, que é através da 
“implantação de serviços públicos9 (...) interessantes tanto às empresas e à população em 
geral, que a atuação do Estado se faz de modo mais corrente e esperado”. (CORRÊA, 1989, 
p.24). 
Compete ao Estado também: 
A elaboração de leis e normas vinculadas ao uso do solo, entre outras as normas do 
zoneamento e código de obras, constituem outro atributo do Estado no que se refere 
ao espaço urbano. E é decorrente de seu desempenho espacialmente desigual 
enquanto provedor de serviços públicos, especialmente aqueles que servem à 
população, que o Estado se torna alvo de certas reivindicações de segmentos da 
população urbana. (CORRÊA, 1989, p.24-25). 
 
Por fim, abordaremos o último grupo citado por Corrêa, os grupos sociais excluídos. 
Estes são aqueles diretamente atingidos, de forma negativa, pela diferenciação espacial 
alimentada pelas ações dos demais agentes já apresentados. Este grupo da sociedade não 
possui renda para pagar o aluguel de uma habitação digna e muito menos para comprar um 
imóvel, residindo em moradias densamente ocupadas, algumas realizadas pelo sistema de 
autoconstrução. Este tipo de moradia faz parte de, cortiços, conjuntos habitacionais oferecidos 
pelo Estado e favelas. De acordo com o autor, é na formação das favelas ou ocupação de 
terrenos ociosos (galpões, prédios abandonados, etc.) que os grupos excluídos tornam-se 
agentes do espaço. Nas palavras do autor, "A produção deste espaço é antes de mais nada, 
uma forma de resistência e, ao mesmo tempo uma estratégia de sobrevivência." (Corrêa, 
1989, p.30). 
Além de citar e caracterizar estes agentes, Corrêa (2012) indaga sobre o surgimento 
de novos agentes com novas estratégias e práticas na produção do espaço. O autor assinala 
como um novo agente “ aqueles invadem e ocupam terras públicas e privadas, produzindo 
favelas, ou por aqueles que, no sistema de mutirão, dão conteúdo aos loteamentos populares 
 
9 Entende-se por serviços públicos, o sistema viário, calçamento, água, esgoto, iluminação, parques, coleta de 
lixo, etc. 
15 
 
das periferias urbanas”. (CORRÊA, 2012, p. 47). A este espaço produzido o autor o chama de 
“espaço vernacular” e salienta que estes novos agentes podem estar associados ao crime e na 
informalidade do setor imobiliário. 
Agentes modeladores do espaço urbano de Conceição de Jacareí 
O conjunto de agentes discutido no item anterior está presenteem todos os espaços. 
Nesta parte do artigo, buscaremos identificar como estas intencionalidades, complementares 
em alguns momentos, conflitantes em outros, se apresentam no distrito de Conceição de 
Jacareí, principalmente através das ações da especulação imobiliária e também da criação dos 
loteamentos irregulares. 
Como dissemos, uma das características da atuação dos promotores imobiliários é o 
baixo interesse na construção de imóveis para a população de baixo poder aquisitivo, porém 
pode produzir habitações para obter rentabilidade, se a qualidade da construção for péssima, 
com seu custo reduzido ao mínimo, por exemplo, entretanto, este agente atua no distrito 
direcionando a produção de residências para satisfazer a demanda solvável, tendo como 
estratégia a amenidade e acessibilidade, lembrando que o distrito de Conceição de Jacareí é 
caracterizado pelo segmento de veraneio, assim este agente atuará nas vendas e aluguéis de 
imóveis para uma camada de maior poder aquisitivo. 
Vamos analisar a ação dos loteamentos ilegais que vem se materializando no distrito. 
De acordo com a prefeitura de Mangaratiba, o número de assentamentos informais 
aumentaram e nestes assentamentos ocorre a venda de lotes para que seja construídos 
residências para aluguéis, residência fixa e para o comércio. Essas construções estão sendo 
realizadas na encosta e também nas área de baixada, o que contribui para o crescimento 
desordenado em Conceição de Jacareí e corrobora para que intensifiquem os impactos 
ambientais. De acordo com o plano diretor da prefeitura, há diferentes tipos residências em 
áreas de riscos, incluindo um resort instalado no distrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Mapa 5. Uso e ocupação do solo em Conceição de Jacareí. 
 
Fonte: Plano Diretor de Mangaratiba. 
 
Antes de adentrarmos sobre os loteamentos irregulares, vamos discorrer 
sucintamente sobre a tramitação legal, tomando como base a Lei 6.766/1979. 
O loteamento somente será legal, se ocorrer em área de expansão urbana ou em 
perímetro urbano. De acordo com a lei em seu 1º parágrafo do artigo 2º “considera-se 
loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias 
de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias 
existentes”. É necessário enviar o projeto de loteamento aos órgãos competentes para obter 
aprovação, Tais órgãos expedem um parecer levando em consideração a viabilidade, inclusive 
ambiental. Sendo aprovado o projeto, é emitido o certificado conforme as orientações 
previstas na referida lei. 
No entanto os loteamentos ilegais estão presentes no distrito e são realizados por 
meio de apropriação ilícita (invasão), onde pode ocorrer a ação dos novos agentes apontados 
por Corrêa (2012) e apresentados anteriormente, os agentes ligados à criminalidade e ao setor 
informal de produção de imóveis. 
17 
 
Segundo a prefeitura de Mangaratiba a fiscalização frente as ocupações em lotes 
ilegais é debilitada, contribuindo para que ocorra apropriação das glebas e posteriormente 
iniciar os loteamentos de forma ilegal para fins lucrativos, como as vendas de terrenos e 
residências, por exemplo. 
Na medida em que se expande as ocupações nos loteamentos ilegais, corrobora para 
que decorram os impactos ambientais, visto que não há um projeto que viabilize estes 
loteamentos, assim não há diagnósticos que devam ser considerados para evitar os riscos de 
inundações, deslizamentos, assoreamento, etc. 
É possível apreender a partir das observações supracitadas, que no espaço urbano de 
Conceição de Jacareí encontramos os agentes do espaço atuando na produção do mesmo, 
embora possuam intencionalidades diferenciadas, estes agentes e suas ações “podem se 
superpor ou se justapor, sendo marcadas por complementariedade ou antagonismo”. 
(CORRÊA, 2012, p.48). 
No próximo subtítulo apresentaremos a relação da ocupação desordenada presente no 
distrito de Conceição de Jacareí e os danos ambientais decorrentes. Abordaremos o conceito 
de impacto ambiental e a degradação do solo sob a luz dos autores Antônio Guerra, Sandra 
Baptista, Maria Célia Coelho, entre outros. 
 
3 A RELAÇÃO ENTRE A OCUPAÇÃO DESORDENADA E A DEGRADAÇÃO DO 
SOLO 
O que pretendemos com este artigo é enfatizar que o processo de ocupação do 
distrito de Conceição de Jacareí, por ser caracterizado por construções em áreas inadequadas e 
realizado de forma desordenada, vem colaborando intensamente para a ocorrência de 
impactos ambientais. Para isso, nos tópicos anteriores apresentamos o contexto histórico do 
distrito, uma discussão teórica sobre o conceito de espaço e os agentes modeladores do 
mesmo, e neste subtítulo, tentaremos abordar a relação da ocupação desordenada com a 
degradação do solo. Antes, buscaremos elucidar o que é impacto ambiental. Primeiramente 
focaremos na palavra ambiente. 
Normalmente, relacionamos a palavra ambiente ao natural, à natureza, e como 
vivemos em uma sociedade capitalista o ambiente é visto como recurso natural, algo a ser 
explorado. Gonçalves (2018) aponta que em nossa sociedade a natureza é algo, um objeto a 
ser dominado e quem a domina é o homem, o sujeito. Porém, neste artigo consideraremos o 
18 
 
conceito de ambiente sem externalizar o homem, a sociedade, ou seja, ambiente “designa as 
relações de interdependência que existem entre o homem, as sociedades e os componentes 
físicos, químicos, bióticos do meio e integra também seus aspectos econômicos, sociais e 
culturais”. (VEYRET 1999 apud MENDONÇA 2001, p. 117). 
Cunha e Guerra (2006) defendem que ambiente é o espaço onde ocorre o 
desenvolvimento da vida vegetal e animal, incluindo o homem. “O processo histórico de 
ocupação desse espaço, bem como suas transformações, em uma determinada época e 
sociedade, fazem com que esse ambiente tenha caráter dinâmico” (CUNHA e GUERRA, 
2006, p.340). Sendo assim, sociedade e natureza são indissociáveis. 
A partir desta relação intrínseca, podemos apreender de forma objetiva que impacto 
ambiental “é, portanto, o processo de mudanças sociais e ecológicas causado por perturbações 
(uma nova ocupação e/ou construção de um objetivo novo: uma usina, uma estrada ou uma 
indústria) no ambiente”(COELHO, 2001, p. 24). Analisando esta afirmação, percebemos que 
qualquer ação que o homem realize no ambiente acarretará um impacto ambiental. 
Dessa forma, a ocupação desordenada em Conceição de Jacareí é um impacto 
ambiental e tem como consequência a degradação do ambiente. 
3.1 Degradação do Solo 
Autores como Lepsch (2010) afirmam que o solo é de grande importância para a 
sociedade, pois os alimentos vêm em grande parte dos campos de cultivos e pastagens, e por 
isso é imperativo sua conservação. Morgan (1986 apud GUERRA 2015, p. 149-150) 
complementa que além do uso do solo para agricultura, as áreas utilizadas para transportes e 
recreação também devem ser conservadas. Guerra (2015) defende que o solo é relevante para 
a sobrevivência humana, assim como para os vegetais e animais, porém o homem não tem 
direcionado uma atenção no uso e conservação do solo. Propomos entender o solo de forma 
holística, não nos restringindo apenas na conservação do ponto de vista físico (pois certos 
processos de degradação ocorrem sem a atuação antrópica), mas também nas relações 
existentes entre a degradação do solo e a sociedade que a gera e simultaneamente, sofre os 
efeitos da mesma. 
Existem diferentes tipos de degradação como lixiviação, movimentos de massa, 
erosão, etc. e os fatores causadores são diversos, porém o processo de degradação como 
aponta Guerra (2014) inicia com o desmatamento da área, seguida de diferentes formas de 
19 
 
ocupação desordenada, como corte de talude10 para construção de residências, rodovias, 
ferrovias, entre outros. 
Como dissemos, neste trabalho será dado o enfoque na degradação do solo, 
destacando a erosão do solo emovimentos de massa nos processos de degradação em virtude 
da localidade apresentar o relevo montanhoso e acidentado, além de considerarmos o aumento 
das construções de residências em encostas e na área de baixada de forma desordenada. 
3.1.1 Erosão do Solo 
A erosão do solo é um processo natural e dinâmico, desde o início de sua formação a 
superfície terrestre sofre contínuas transformações. “Os rios, os ventos, as geleiras e as 
enxurradas das chuvas deslocam, transportam e depositam continuamente as partículas do 
solo. Esse dinamismo é denominado erosão geológica ou erosão natural.” (LEPSCH, 2010, 
p.184). Isto é, a erosão irá ocorrer sem a intervenção humana, porém a contribuição antrópica 
será considerada, pois sociedade e natureza estão intimamente relacionados. 
Guerra (2015) afirma que a erosão é confundida ou empregada como sinônimo de 
degradação. Para o autor, esse equívoco acontece pelo fato da erosão ser uma das principais 
causadoras da degradação, tanto ao propiciar uma série de consequências danosas ao solo, 
quanto por sua ampla distribuição espacial na superfície terrestre atualmente. 
Segundo Guerra e Jorge (2013), todas as áreas que possuem declividade, podem 
sofrer erosão. Assinalam ainda que nas regiões tropicais onde as precipitações podem ser 
acentuadas, os indícios da erosão são perceptíveis quando os rios se tornam cheios de 
sedimentos, causando até o assoreamento deles. No distrito de Conceição de Jacareí, temos 
uma encosta que aos poucos está sendo desestabilizada, desmatada e impermeabilizada para 
construção de residências e o rio sofrendo assoreamento, fatores que contribuem para a 
intensificação da erosão do solo. 
De acordo com o plano de manejo de Mangaratiba, o relevo íngreme da Serra do Mar 
influencia na precipitação local, por ocasionar as chuvas orográficas11 na vertente atlântica da 
serra. É comum a ocorrência de maiores precipitações no verão e diminuição no inverno. 
Dessa forma, a chuva é um dos elementos que colaboram com a erosão do solo, pois quando 
 
10 Talude é uma “superfície inclinada do terreno na base de um morro ou de uma encosta do vale onde se 
encontra um depósito de detritos”. (GUERREA e GUERRA, 2008, p. 595). 
 
11 De acordo com Mendonça e Danni-Oliveira (2007) chuva orográfica ocorre quando o ar quente e úmido 
ascende próximo às encostas e resfria-se, assim a temperatura atmosférica diminui com a altitude, 
possibilitando a formação de nuvens. O processo de ascensão continua e tendem a produzir chuvas. 
20 
 
em contato com o mesmo sem cobertura vegetal e/ou impermeabilizado propicia o 
escoamento superficial12. 
Com a expansão da ocupação no distrito de Conceição de Jacareí, é possível observar 
a abertura de ruas sem os cuidados especiais, o que colabora para que ocorra a evolução do 
escoamento superficial, causando ravinas13 que podem evoluir para voçorocas14. Vale 
ressaltar que uma consequência do impacto ambiental na área de baixada do distrito é o 
escoamento superficial, devido à impermeabilização, seja para futuras construções ou para 
calçamentos, contribuindo para que ocorram inundações. 
Em suma, podemos compreender que a erosão do solo é um processo constante e 
progressivo. Resumidamente tentamos apresentar que sua ocorrência se dá de forma natural, 
mas também em consonância com a atividade humana. 
3.1.2 Movimentos de Massa 
Assim como a erosão do solo, os movimentos de massa ocorrem de forma natural, 
mas podem ser acentuados pela atividade humana. Fernandes e Amaral (2006) apontam que 
há inúmeros processos e formas de movimentos de massa, ressaltam que os deslizamentos nas 
encostas possuem um papel de interferência ampla e persistente com as ações antrópicas. 
Definem deslizamentos sendo “fenômenos naturais e contínuos de dinâmica externa, que 
modelam a paisagem na superfície terrestre”. (FERNANDES E AMARAL, 2006, p. 124). Os 
autores assinalam ainda que ao longo dos estudos referente aos movimentos de massa, foram 
evidenciados vários tipos deste processo, porém defendem que os movimentos de massa 
conhecidos como escorregamentos configuram o tipo mais significativo dentre todas as 
formas de movimentos de massas. Guerra (2014, p.32-33) aborda de forma objetiva a 
classificação feita por Fernandes e Amaral, a saber: 
 
12 “O escoamento superficial ocorre durante um evento chuvoso, quando a capacidade de armazenamento de 
água no solo é saturada. Ele pode também se dar caso a capacidade de infiltração seja excedida”. (GUERRA, 
2015, p.170). 
 
13 Guerra nos diz que “as ravinas são formadas quando a velocidade do fluxo da água aumenta na encosta (...) 
São, muitas vezes, características efêmeras nas encostas. Algumas ravinas que são formadas após um evento 
chuvoso podem ser obliteradas por uma nova tempestade, que causaria, dessa forma, uma nova rede de ravinas, 
sem relação com as ravinas formadas anteriormente (...) Excepcionalmente, uma ravina pode evoluir para um 
canal de água permanente, desembocando em um rio; nesse caso quase sempre, quando chega a esse estágio, já 
evoluiu para uma voçoroca”. (GUERRA, 2015, p.180-181). 
 
14 Nas palavras de Guerra “ as voçorocas são características erosivas relativamente permanentes nas encostas, 
possuindo paredes laterais íngremes e, em geral fundo chato, ocorrendo fluxo de água em seu interior durante os 
eventos chuvosos (...) Elas estão associadas com processos de erosão acelerada e, dessa forma com a 
instabilidade da paisagem”. (GUERRA, 2015, p.184-185). 
21 
 
a. Corridas: são movimentos rápidos, onde os materiais se comportam com fluidos 
altamente viscosos. Elas estão associadas com a grande concentração de água 
superficial; 
b. Escorregamentos: se caracterizam como movimentos rápidos de curta duração, 
com plano de ruptura bem definido. São feições longas, podendo apresentar 
uma relação de 10:1, comprimento-largura. Podem ser divididos em dois tipos: 
 Rotacionais: possuem uma superfície de ruptura curva e côncava para cima, 
ao longo da qual se dá o movimento rotacional da massa do solo; 
 Translacionais: representam a forma mais frequente entre todos os tipos de 
movimentos de massas, possuindo superfície de ruptura com forma planar, 
a qual acompanha, de modo geral, descontinuidades mecânicas e/ou 
hidrológicas existentes no interior do material. 
c. Queda de blocos: são movimentos rápidos de blocos e/ou lascas de rocha pela 
ação da gravidade, sem a presença de uma superfície de deslizamento, na forma 
de queda livre. 
 
Vale ressaltar que deslizamentos na região da Costa Verde são recorrentes. Ocorreu 
este processo no ano de 2010, afetando o município de Angra dos Reis e mais recentemente, 
em fevereiro deste ano (2019), em Mangaratiba. 
Figura 1. Ocupação na encosta próximo à voçoroca. 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
 
 
 
22 
 
Figura 2. Ocupação na encosta e próximo ao rio. 
 
Fonte: Acervo Pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Figura 3. Abertura de rua ruma à encosta. 
 
Fonte: Acervo Pessoal 
 
É imperativo compreender e prognosticar o processo de movimentos de massas para 
evitar a ocorrência dos mesmos, pois a medida que a ocupação desordenada aumenta nas 
encostas corrobora para que aconteça deslizamentos aliados aos fenômenos naturais. Jorge e 
Guerra (2013) propõem a recuperação das áreas degradadas, enfatizando que a prevenção é a 
melhor maneira de evitar estes processos de movimento de massa e também a erosão do solo. 
Apontam que há diversas técnicas que fomentam a recuperação de áreas degradadas, como 
por exemplo, a implementação de materiais geotêxteis15 que é uma técnica da bioengenharia 
utilizada com eficientes resultados. E complementam que compreender e continuar os estudos 
referentes ao solo mitigam o efeito da degradação, assim como o seu monitoramento.15 “O geotêxtil é uma manta antierosiva colocada sobre o solo e confeccionada de diversos materiais, podendo 
ser produzida, por exemplo, com folhas de palmáceas, que possuem características como a 
biodegradabilidade”. (GUERRA e JORGE, 2013, p.34). 
24 
 
Em síntese, os movimentos de massa têm efeito direto no solo, e com o aumento 
das ocupações humanas, principalmente de forma desordenada, este processo se intensifica e 
configura riscos à vida humana. 
 
CONSIDERAÇÕS FINAIS 
Os estudos que se referem às ocupações irregulares e impactos ambientais, já são 
tradicionais dentro do campo da ciência geográfica. Entretanto, no presente trabalho, além de 
abordar as questões inerentes às ocupações desordenadas e aos loteamentos ilegais procurou 
relacioná-los aos riscos de erosão do solo e movimentos de massas no distrito de Conceição 
de Jacareí. 
Assinalou também que natureza e sociedade estão relacionadas intrinsicamente, 
assim quando construções residenciais são feitas, devem ser analisados os riscos para a 
natureza e os riscos que a natureza oferece à presença das residências naquela área ocupada. 
Sendo assim, apontou que é fundamental que ocorra a prevenção e conservação das locais 
ocupados, pois o distrito de Conceição de Jacareí apresenta uma ocupação desordenada o que 
contribui para a degradação do solo. 
Este artigo também abordou a forma com que o espaço é concebido e produzido 
através dos agentes modeladores do espaço que podem ter conflitos entre si e com outros 
segmentos, uma vez que o espaço é produto de diversas intencionalidades. 
Como trabalhos futuros espera-se realizar uma melhor análise dos efeitos da 
ocupação desordenada com a degradação do solo, priorizando a atuação de políticas públicas 
e dando ênfase a prevenção e recuperação das áreas degradadas, que neste artigo foi apontada 
de forma sucinta. 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
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