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agravo-de-instrumento

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...
Processo nº xxxxxxxxxx
Agravante: MÉVIO
Agravada: DONA FLORINDA
MÉVIO, já qualificado, vem por intermédio de sua advogada legalmente constituída na forma do instrumento de procuração juntado aos autos da Ação de Divórcio c/c Partilha de Bens e Pedido de Indenização, que lhe move DONA FLORINDA, já qualificada, não se conformando com a r. Decisão interlocutória de fls. (xx), vem respeitosamente perante Vossa Excelência com fundamento nos artigos 1.015 e seguintes do Código de Processo Civil, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO c/c PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA RECURSAL, pelas razões que passa a expor:
DO PREPARO
Em conformidade com o disposto no art. 1.017 § 1º do Código de Processo Civil o Agravante acosta o comprovante de recolhimento do preparo cuja guia correspondente ao valor de R$ xxx, (valor por extenso) atende à tabela de custas deste Tribunal.
DA TEMPESTIVIDADE
O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, visto que a publicação de intimação da decisão ocorreu em xx/xx/xx. Deste modo, o prazo de 15 dias úteis para a interposição do recurso termina no dia xx/xx/xx.
DOS ADVOGADOS CONSTANTES NO PROCESSO
Advogado (a) do agravante: Nome, inscrito na OAB/UF sob o nº..., com escritório profissional estabelecido à (endereço completo) e endereço eletrônico...
Advogado (a) da agravada: Nome, inscrito na OAB/UF sob o nº..., com escritório profissional estabelecido à (endereço completo) e endereço eletrônico...
DAS PEÇAS OBRIGATÓRIAS E FACULTATIVAS
O Agravante, na forma do § 5º do artigo 1.017 do Código de Processo Civil, deixa de juntar aos autos as peças referidas nos incisos I e II do caput desse
mesmo artigo, visto os autos serem eletrônicos, contudo, informamos que as peças obrigatórias se encontram:
Petição Inicial (fl. xx)
Contestação (fl. xx)
Decisão agravada (fl. xx)
Certidão de intimação da decisão agravada (fl. xx)
Procuração outorgada aos advogados (fl. xx)
DA SÍNTESE DO FATOS E DA DECISÃO AGRAVADA
A ora Agravada ajuizou Ação de Divórcio c/c Partilha de Bens e Pedido de Indenização em face do Agravante, que foi devidamente citado, acostando aos autos procuração, ato continuo pediu a atribuição de sigilo ao processo, em razão de sua intimidade e vida privada estarem amplamente exposta.
Ocorre que mesmo diante dos fatos o juízo a quo indeferiu o pedido de atribuição de sigilo aos autos, para resguardar a intimidade do Agravante, sob o fundamento de que o mesmo é pessoa pública (desembargador) e que a exposição deveria ser condizente com o grau de publicidade de sua atuação.
Deste modo, resta claro que a r. Decisão interlocutória (fls. xx), não merece prosperar, vez que a mesma vai de encontro com o disposto no artigo 189 II, do Código de Processo Civil de 2015, que atribui as ações de direito de família o caráter sigiloso.
DAS RAZÕES DA REFORMA DA DECISÃO
Do cabimento do Agravo de Instrumento
Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justiça firmado no Tema Repetitivo nº 988, que assevera que o rol do artigo 1.015 do Código Processo Civil possui taxatividade mitigada em casos de urgência, isto é que em casos de urgência o agravo de instrumento pode ser utilizado em outras hipóteses não elencadas no rol do art. 1.015 do CPC/2015, verifica-se que o presente agravo deve ser conhecido, como pode se observar na decisão do Ministro Raul Araújo, AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.472.656 - SP (2019/0080570-6), a seguir:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. TAXATIVIDADE MITIGADA. MODULAÇÃO DOS EFEITOS. AGRAVO PROVIDO. 1. Tema Repetitivo n. 988: "O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação." 2. Esta tese foi firmada pela eg. Corte Especial, na sessão de 05/12/2018, nos autos do REsp 1.696.396/MT e do REsp 1.704.520/MT, ambos de relatoria da em. Ministra Nancy Andrighi, cujos acórdãos foram publicados em 19/12/2018. 3. Nesse julgamento, modulando os efeitos do decisum, foi consignado que a referida tese somente se aplicaria às decisões interlocutórias proferidas após a publicação desses acórdãos. O objetivo da modulação é resguardar da alegação de "preclusão consumativa" os litigantes que - antes da publicação desses acórdãos - não interpuseram agravo de instrumento porque entendiam que o rol do art. 1.015 do CPC/2015 era taxativo, e, por tal razão, deixaram de recorrer. 4. No caso, a decisão agravada deve ser reformada, porque, equivocadamente, entendeu que a referida modulação de efeitos leva à conclusão de que o "agravo de instrumento" somente seria cabível para as decisões interlocutórias proferidas após 19/12/2018, data da publicação dos acórdãos em que foi fixada a tese do "Tema Repetitivo n. 988"
A melhor interpretação ao art. 1.015 do CPC/2015, prestigiando a tese firmada no "Tema Repetitivo 988", é pela possibilidade de
interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento no recurso de apelação, logo, não pode aquele julgado ser compreendido em prejuízo daquele que atuou em conformidade com a orientação emanada no Repetitivo, isso independentemente da data em que foi proferida a decisão interlocutória na fase de conhecimento. 6. Agravo interno provido para reconsiderar a decisão agravada e, em novo exame, dar provimento ao recurso especial, a fim de determinar o retorno dos autos ao eg. Tribunal a quo com o objetivo de que promova a análise do cabimento do agravo de instrumento sob o prisma do Tema Repetitivo n. 988.
Necessidade de Sigilo Processual
A Constituição Federal de 1988, preconiza em seu artigo 5º inciso X, a inviolabilidade da intimidade, da vida privada e da honra e imagem das pessoas.
Outrossim é inconteste que este processo traz em seu bojo imagens que expõe a intimidade e a vida privada do Agravante, ambos protegidos constitucionalmente.
Ademais, além de violar mandamentos constitucionais a r. Decisão interlocutória agravada, está em desacordo com o disposto no artigo 189 II, do Código de Processo Civil de 2015, o qual dispõe que os processos que versarem sobre divórcio devem tramitar em segredo de justiça. Senão vejamos:
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: [...]
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes; [...]
Destarte, cumpre ressaltar que a ampla publicidade dos autos poderá acarretar graves danos ao Agravante, vez que sua intimidade e vida privada serão expostas, violando sua honra e imagem.
Outrossim, apesar de ser pessoa pública, como mencionado na r, Decisão agravada, o segredo de justiça foi pedido não em razão do cargo que o Agravante ocupa, mas sim devido a grande exposição de sua vida particular e intimidade, com a publicidade do conteúdo presente nos autos e que não guardam nenhuma relação com o cargo público que ocupa, motivo pelo qual a fundamentação da decisão não se justifica.
Deste modo, faz-se mister a reforma da r. Decisão interlocutória de fls. xx, para que seja atribuído sigilo ao processo, nos termos do artigo 189, inciso II do Código de Processo Civil de 2015.
Da Tutela Antecipada Recursal
Nos temos do disposto no artigo 300 do Código de Processo Civil, a Tutela de Urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ao resultado útil do processo.
Deste modo, verifica-se a urgência na antecipação dos efeitos da decisão recursal, na medida em que a vida privada e a intimidade do Agravante estão na iminência de ser amplamente expostas, vez que conforme já mencionado o juízo a quo indeferiu o pedido de sigilo processual.
Outrossim, tem-se a probabilidade do direito ora pleiteado no próprio texto do artigo 189 II do Código de Processo Civil,
que dispõe que as ações que versarem sobre divórcio devem tramitar em segredo de justiça, para resguardar a intimidade
das partes, demostrando que a r. Decisão agravada merece ser reformada, por estar em desacordo com o dispositivo legal.
Assim, requer desde já a concessão liminar da tutela antecipada pleiteada, para os fins de atribuir imediatamente o sigilo ao processo, como autoriza o artigo 1.019 I, do Código de Processo Civil.
DOS PEDIDOS
Requer a Vossa Excelência, o conhecimento do presente recurso e o deferimento liminar da tutela antecipada, como autoriza o art. 1.019 I do Código Processo Civil 2015, para os fins de atribuir de maneira imediata ao processo o segredo de justiça;
Requer ainda seja a agravada intimada no prazo de 15 dias, para que querendo se manifeste, nos termos do artigo 1.019 do CPC/15;
Requer ao final seja dado provimento ao recurso a fim de que a r. Decisão interlocutória recorrida seja totalmente reformada, atribuindo-se assim o sigilo ao processo.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Advogado
OAB nº (...)

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